Buscar

Resumos de artigos

Prévia do material em texto

Doença de Gaucher – Uma desordem subdiagnosticada 
 Gaucher Disease – an underdiagnosed disorder 
 
Camila Simões Ferreira, Luis Roberto da Silva, Maria Bernadete J. Araújo, Roberta 
Kazan Tannús, William Luiz Aoqui. 
 
Doença de Gaucher – Resumo do Artigo (endomembranas) 
 
A Doença de Gaucher (DG) é uma doença genética, progressiva e a mais comum 
das Doenças de Depósito Lisossômicas, caracterizada pelo acúmulo de restos de células 
envelhecidas depositadas nos lisossomos (que são pequenas estruturas celulares que 
contêm enzimas essenciais ao equilíbrio do organismo). 
A enzima que falta nas pessoas com Doença de Gaucher é a beta-glicosidase ou 
glicocerebrosidade. Sua função habitual, nas pessoas sem a doença, é fazer a “digestão” 
de um substrato lipídico (tipo de gordura), o glicocerebrosídeo, dentro da célula. Por 
causa da alteração no gene que produz a enzima, seu nível é insuficiente e ele não 
consegue, com rapidez necessária, decompor o substrato, que então se acumula nos 
lisossomos. 
Os lisossomos situam-se no interior do macrófago, que funcionam como células 
“lixeiras” do organismo, responsáveis pela “limpeza” dos restos de células velhas. 
Devido ao acumulo do substrato lipídico, os macrófagos são impedidos de realizar suas 
funções. Ficam pesados, “gordos”, cheios de glicocerebrosídeos não digeridos e passam 
a ser chamados de células de Gaucher. 
As células de Gaucher se acumulam principalmente nos tecidos do fígado, do 
baço, do pulmão e da medula óssea. Também nos rins, os gânglios e a pele podem 
serem afetados. Em menos escala registra-se o acumulo nos tecidos do sistema nervoso 
central. Os órgãos que contêm tais células aumentam o tamanho, o que ocasiona 
manifestações clínicas de tipo e gravidade variáveis. O paciente de três anos e seis 
meses foi encaminhado ao ambulatório de pediatria para investigação de um quadro de 
anemia normocítica e normocrômica, esplenomegalia progressiva e hepatomegalia 
discreta, com crescimento pôndero-estatural e desenvolvimento neuropsicomotor 
adequados e foi diagnosticado om DG do tipo 1 (a mais comum). Além da DG tipo 1 
existem também a do tipo 2 (fase aguda) e a do tipo 3 (forma neuropática crônica). 
 
Manifestações Clínicas da Epidermólise Bolhosa: Revisão de Literatura 
Clinical Manifestations of Epidermolysis Bullosa: A Literature Review 
 
Maria Monica Fagundes Cardoso ANGELO, Diurianne Carorilne de Campos 
FRANÇA, Daniely Beatrice do LAGO, Luiz Evaristo Ricci VOLPATO. 
 
Manifestações Clínicas da Epidermólise Bolhosa: Resumo do Artigo 
(Citoesqueleto) 
 
A Epidemólise Bolhosa é uma doença rara e se trata de um conjunto de doenças 
bolhosas de caráter hereditário que se caracteriza por uma fragilidade cutânea com 
formação de bolhas aos mínimos traumatismos. Todas têm em comum bolhas de 
conteúdo claro ou sanguinolento localizadas na pele ou na mucosa. O envolvimento da 
cavidade bucal é, dependendo do subtipo, manifestado por bolhas e úlceras na mucosa 
bucal, língua e palato e, por anomalias na formação dentária, fazendo com que seja 
fundamental o acompanhamento por um cirurgião-dentista. 
As primeiras manifestações surgem ao nascimento ou logo após, em áreas de 
pressão ou trama, como mãos, pés, joelhos, cotovelos e coxas. As lesões podem também 
ter secreções e sangue. As unhas podem estar ausentes ou espessadas e lesões mucosas 
orais, esofágicas e anais podem existir. Lesões de couro cabeludo e alterações dentárias 
são observadas. Anemia e desnutrição podem ocorrer secundariamente aos problemas 
de alimentação, que muitas vezes de desenvolvem nestes pacientes. 
Medidas gerais de proteção aos traumas cutâneos e curativos com antibióticos 
(sulfadiazina de prata, ácido fusídico, mupirocina, neomicina e outros) são necessários. 
Os cuidados especiais com os dentes envolvem o uso de escovas muito macias e de 
dispositivos que fazem a higiene bucal através de jatos de água. Em função das lesões 
da mucosa oral e esofágica podem ser necessárias dietas pastosas e complementações 
vitamínicas e de ferro para combate à anemia. 
Os estudos das alterações moleculares da Epidermólise Bolhosa têm contribuído 
para que se compreenda melhor essas enfermidades. Na Epidermólise Bolhosa Simples 
a maioria dos casos está associada com alterações nas citoqueratinas basais 5 (gen 
KRT5) e 14 (gen KRT14), o que modifica o citoesqueleto na camada basal da epiderme, 
levando à degeneração dessa camada, formando bolhas intra-epidérmica. 
Biologia Molecular da Doença de Alzheimer: Uma Luz no Fim do Túnel? 
Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo, São Paulo, SP. 
 
O.P. ALMEIDA 
 
 
Biologia Molecular da Doença de Alzheimer: Uma Luz no Fim do Túnel? : 
Resumo do Artigo ( citoesqueleto) 
 
 
Em 1988, as Nações Unidas estimaram que a população mundial fosse de 5,1 
bilhão de pessoas. Indivíduos acima de 60 anos de idade representavam 9% do total, 
16% daqueles vivendo em países desenvolvidos e 7% em nações do terceiro mundo. 
Tendo uma expectativa de vida ao nascimento de apenas 60 anos em nações menos 
desenvolvidas, comparada aos 73 anos de países do primeiro mundo e acredita-se que, 
até o ano 2025, 3/4 da população idosa viverá em nações pobres. Uma decorrência 
natural desse processo é o aumento na prevalência de doenças associadas ao 
envelhecimento, como a demência. 
A doença de Alzheimer (DA) é a forma mais comum de demência e a quarta 
causa mais frequente de morte em países desenvolvidos. As características básicas da 
DA foram descritas, no início do século XXI, por Alois Alzheimer, que relatou o caso 
de uma senhora de 51 anos de idade que foi trazida à atenção médica devido a um 
quadro de delírio de ciúmes em relação a seu marido. A paciente faleceu quatro anos e 
meio após o início dos sintomas. O exame anatomopatológico revelou um cérebro 
claramente atrofiado e, microscopicamente, a presença de fusos neurofibrilares, placas 
senis e perda neuronal. 
Estudos apontaram que a presença de fusos neurofibrilares é considerada 
fundamental para o desenvolvimento da DA, e sua concentração e distribuição têm sido 
consistentemente correlacionadas com a gravidade da demência. Sabe-se, hoje, que os 
fusos neurofibrilares são predominantemente formados por acumulações de pares de 
filamentos espiralados (PHF), e que a proteína associada a microtúbulos — tau — é um 
de seus componentes fundamentais. A tau é uma proteína que promove a polimerização 
de tubulina in vitro e agregação de microtúbulos in vivo. É interessante notar que a tau 
associada aos PHF é anormalmente fosforilada. Além disso, existem evidências 
sugerindo que a tau fosforilada é menos capaz de polimerizar tubulina, e, ao invés, 
agrega-se na forma de PHF15, o que a torna altamente insolúvel. Como consequência, 
ocorre uma ruptura do citoesqueleto celular que leva, inicialmente, a uma disfunção e, 
posteriormente, à morte neuronal. Durante os últimos anos, identificaram-se várias 
regiões da tau que podem, potencialmente, sofrer fosforilação anormal. 
O ß-amilóide é parte integrante das placas senis, ele quando encontrado nas 
placas é derivado de uma proteína transmembranal conhecida como “proteína 
precursora de amilóide” (PPA). A PPA facilita o crescimento neuronal, na 
sobrevivência da célula e na regulação da atividade da proteína G0 22, além de sua 
função de adesão entre células e entre o neurônio e matriz cerebral. 
Além disso, no final da década de 80, descobriu-se que alguns casos familiares 
de DA pré-senil (DAF) exibiam um linkage com uma região do braço longo do 
cromossomo. Isso, em associação com o fato de que pacientes portadores da trissomia 
do cromossomo 21 (síndromede Down) desenvolvem quadro demencial e patologia 
cerebral semelhante àquela observada entre pacientes com DA, estimulou as pesquisas 
na busca de um possível gene para a DA nesse cromossomo. 
Evidentemente, essas descobertas foram extremamente importantes, porém não 
ofereciam uma explicação plausível para os casos de DA esporádicos e de início tardio 
(que constituem a grande maioria dos casos). Entretanto no início da década de 90, 
descobriu-se uma associação entre a região do cromossomo 19 que determina a 
produção de apolipoproteína E (ApoE) e a doença de Alzheimer. A ApoE é uma 
proteína associada a lipoproteínas plasmáticas que modula o metabolismo e excreção de 
colesterol e outras lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Ela tem papel fundamental 
no processo de mobilização e redistribuição de colesterol para a regeneração do sistema 
nervoso central e periférico, e para o metabolismo lipídico normal do cérebro. Além 
disso, a ApoE já havia sido encontrada nas placas senis e fusos neurofibrilares, o que 
sugeria seu possível envolvimento com o processo patológico associado à DA. 
A complexidade dessas interações faz com que os mecanismos pelos quais a 
ApoE4 facilita o desenvolvimento de DA ainda não tenham sido completamente 
esclarecidos. Sabe-se, porém, que a ApoE4 apresenta alta afinidade por placas senis e 
forma um complexo estável com o ß-amilóide. Assim, propôs-se que a ApoE4 poderia 
agir por meio de dois mecanismos patogenéticos distintos: 1) alterando o balanço entre 
deposição e depuração de ß-amilóide em favor de um aumento na formação de placas 
senis e amilóide vascular; e 2) afetando a taxa de fosforilação da tau em favor de 
formação de fusos neurofibrilares. 
Devido ao ano de publicação deste presente artigo e dos grandes avanços 
tecnológicos e da área das ciências, podemos inferir que hoje já se têm progressos na 
problemáticas relacionadas aos fatores que desenvolvem a doença de Alzheimer nas 
diferentes populações, mas ainda hoje eles servem de base para cientistas e profissionais 
da áreas de saúde buscarem compreenderem e elucidarem os fatores que levam o 
individuo ao desenvolvimento de DA.

Continue navegando