Buscar

FILARIOSE LINFÁTICA - artigo

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

FILARIOSE LINFÁTICA (ELEFANTÍASE) – DESCOBERTA, REGISTRO, SINTOMATOLOGIA, TRANSMISSÃO, DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTOS DA DOENÇA.
RODRIGUES, Alcimara Rodrigues1 
RODRIGUES, Yasmin Araújo2
Bacharel em enfermagem 
Centro Universitário Estácio Atual da Amazônia/Boa Vista-RR
 
 RESUMO
A filaríose linfática ou elefantíase, é uma parasitose endêmica de regiões tropicais e subtropicais que contém um agente etiológico helmintos da espécie Wuchereria Bancrofti que atinge as regiões mais pobres. Esta patologia foi descoberta por Patrick Manson, que tinha a seguinte teoria: “os mosquitos que realizava a transmissão representavam o nascimento da Entomologia Médica e o marco mais importante da medicina tropical”. Suas avaliações a respeito do ciclo de vida e as características clínicas da doença, bem como a demonstração da periodicidade noturna das microfilárias, resultaram em uma explosão do interesse pelas doenças transmitidas por insetos e colaboraram para descoberta do vetor da malária. 
Palavras-chaves: Filariose Linfática, Elefantíase, Microfilária, Wuchereria Bancrofti.
 ABSTRACT
Lymphatic filariasis or elephantiasis, is an endemic disease of tropical and subtropical regions containing an etiological agent helminths of the species Wuchereria Bancrofti. Patrick Manson, who had the theory, discovered this pathology: mosquitoes that performed the transmission represented the birth of Medical Entomology and the most important landmark of tropical medicine. Their assessments of the life cycle and clinical characteristics of the disease, as well as the demonstration of the nocturnal periodicity of microfilariae, have resulted in an explosion of interest in insect-borne diseases and collaborated to discover the vector of malaria.
Key-words: Lymphatic Filariasis, Elephantiasis, Microfilariae, Wuchereria Bancrofti.
INTRODUÇÃO
Filariose linfática, uma patologia parasitária crônica causada pelo verme nematoide do gênero Wuchereria bancrofti, transmitida pela picada do mosquito Culex Quiquefasciatus infectado com larvas do parasita. O mesmo possui diferentes formas evolutivas nos vertebrados (humanos) denominada de microfilárias e invertebrados (mosquitos vetores) denominada de filárias.
Entre as manifestações clínicas mais importantes da Filariose Linfática estão edemas (acúmulo anormal de líquido) nos membros, seios e bolsa escrotal, que podem levar a pessoa à incapacidade funcional. Os parasitas manifestam lesões nos vasos linfáticos e consequentemente um linfedema e infecções bacterianas secundárias. A linfedema causa deformidade e incapacidade grave que afeta socialmente e economicamente os indivíduos que possuem a patologia.
DESENVOLVIMENTO
O primeiro registro a ser feito de microfilária foi em seres humanos, realizado por Dermaquay, em 1863, no fluído leitoso da hidrocele de um paciente cubano que operava em Paris. Otto Wucherer em 1866 descobriu microfilárias na urina de seus pacientes com Hematúria, que é a presença de sangue na urina e Quilúria que é a presença de quilo - líquido linfático na urina, em Salvador/BH. 
Em 1872, Timothy Lewis, trabalhando em Calcutá/India, reafirmou as observações que Otto Wucherer havia feito. Detectou microfilárias também no sangue, estabelecendo a relação como elefantíase. Pouco tempo depois Patrick Manson na cidade de Amoy/China, apontou uma existência clara em relação a presença de microfilárias no sangue, na urina e suas principais complicações que poderiam surgir.
A filaríase linfática causada pela Wuchereria bancrofti constitui um problema de saúde pública, de magnitude significativa, que atinge pessoas de todas as idades e de ambos os sexos em mais de 80 países, distribuídos principalmente nas regiões tropicais e subtropicais em todo o mundo. Essa parasitose tem como vetores as fêmeas de mosquitos hematófagos, principalmente do gênero Culex, largamente difundido (MINISTERIO DA SAÚDE/ Brasília-DF, 2008, p 7)
O principal transmissor desta doença é Culex Quiquefasciatus, no ato de sua picada no indivíduo é transmitido larvas infectantes parasitarias. Após a penetração na pele, as larvas migram para a região dos linfonodos (gânglios), onde se desenvolve até a fase adulta. Havendo todo o processo de desenvolvimento de parasitos de ambos sexos, haverá a reprodução deles com eliminação de microfilárias para a corrente sanguínea, o que propiciará a infecção de novos mosquitos, iniciando-se um novo ciclo de transmissão. 
Em geral, as microfilárias quando circulando no sangue periférico é mais detectada a noite, entre as 23h00 e 01h00. Não é uma doença transmitida de indivíduo para indivíduo. O ciclo biológico ocorre quando o inseto transmissor pica o indivíduo infectado com microfilaremia e a transmite a outro indivíduo, após a maturação, a chegada fase adulta das microfilárias no vetor, ocorre entre 12 a 14 dias do repasto sanguíneo e pode durar de cinco a dez anos.
É do tipo heteroxênico. O culex quinquefasciatus, ao exercer o hematofagismo em pessoas parasitadas, ingere microfilárias, que, no estômago perdem a bainha; caem na cavidade geral do inseto. Nos músculos torácicos, transformam-se na larva salsichóide ou L1, seis dias depois ocorre a primeira muda, originando a L2; esta cresce muito, e 10 a 15 dias depois, transforma-se em larva infectante (L3). Que migra pelo inseto e concentra-se no lábio do mesmo. (Ministério da saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de vigilância epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias. 7ª ed. rev. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Pág. 156-160)
As sintomatologias presentes após a transmissão da doença que podem surgir são elas: dores musculares, cefaleia, infecção dos gânglios linfáticos, febre recorrente aguda, urticárias, acúmulo de água nos testículos (hidrocele), aparecimento de gordura na urina (quiluria). Em alguns casos mais graves dá-se o nome por ELEFANTÍASE que é quando os indivíduos apresentam aumento exagerado de membros, mamas, órgãos genitais e asma.
Para um diagnóstico seguro da doença, além dos sintomas que apresenta, é realizado uma pesquisa da larva microfilárias no sangue circulante, chamado método de gota espessa. Em alguns casos específicos é feita pesquisa através do liquido ascético (liquido do abdômen), sinovial, urina, gânglios. Pode-se realizar também o teste de ELISA ou imunocrimatográficos ou testes laboratoriais que auxiliam na comprovação da patologia, como: exame direto em lâmina, testes imunológicos, especialmente apoiados em cartões ICT, USG de mama, região inguinal e axilar nos indivíduos do sexo feminino, e USG da bolsa escrotal em indivíduos do sexo masculino.
Orienta-se que para realizar um tratamento adequado e seguro necessita fazer o tratamento com as drogas mais utilizadas: Dietilcarbamazina (DEC) e Ivermectina (IVM) ou uma associação de ambas. Formulada em comprimidos de 50mg, administrada por via oral, onde as mesmas apresentam rápida absorção e baixa toxicidade, tem efeito micro e macro filaricida, com redução rápida e profunda da densidade das microfilárias no sangue. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Filariose linfática é uma doença evitável, tratável, com diagnóstico e tratamento seguro e cujo fator causal é externo do corpo, o transmissor Culex Quiquefasciatus. Futuras campanhas que forem realizadas, esta devem enfocar não apenas no papel do vetor e do agente causal no processo de adoecimento, mas sim as medidas de promoção e preservação do meio ambiente e suas relações com a permanência de certas endemias. 
É de total importância a população participar de conferencias e conselhos de saúde, para junto com a equipe epidemiológica possuir um melhor entendimento sobre a patologia. Uma vez que o ministério da saúde estabeleça um canal de comunicação entre a população e a saúde, para criar oportunidades de um padrão de comportamento preventivo, fruto do entendimento e consenso da população, que só a partir do trabalho coletivo permanente, pode-se pensar na diminuição das taxas de indivíduos acometidos
pela doença e outros agravos presentes no dia-a-dia de sua comunidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
FREITAS S. D. Analogias e metáforas no ensino de ciências: Que dizem as pesquisas? In: SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DA IOESTE. 02-04 de fevereiro de 2000. Universidade de São Paulo. Anais... São Paulo. Brasil. (p.281-285).
MINISTÉRIO DA SAÚDE-Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Relatório da reunião de Avaliação do Programa de Controle da Filariose Linfática, referente ao Plano de Eliminação da Filariose Linfática no Brasil, Recife-PE, 2000. Brasília, 2000. 58p.
REY, L. Parasitologia: parasitos e doenças parasitárias do homem nas Américas e na África. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan (p.636-638), 2001.
MINISTÉRIO DA SAÚDE- Brasil. Guia de Vigilância Epidemiológica e Eliminação da Filariose Linfática, Brasília/DF, 2008. P 07 à 25.
DREYNER, Gesura. Filariose linfática: doença potencialmente eliminável. Departamento de Parasitologia, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, São Paulo, 2010. P. 01.
https://www.hospitalinfantilsabara.org.br/sintomas-doencas-tratamentos/filariose/

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando