Buscar

Um toque de classicos weber (considerações finais)

Prévia do material em texto

CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Weber apóia-se no ponto diametralmente oposto ao de Durkheim, que nos falava que a sociedade controla, molda, influência e gera o indivíduo. Na visão Weberiana, o que ocorre é que o indivíduo influencia a sociedade, as ações e comportamentos do indivíduo não são puramente moldadas, influenciadas pela sociedade. Ele tem opinião, possibilidade de escolha. Ele realiza uma ação, por um motivo, uma justificativa. Pode ser por afeto, pode ser buscando lucro, pode ser costume, mas ele optou, ele escolheu a realização daquele ato e daquele comportamento. Weber não se tornou famoso só por este conceito, o livro “A Ética Protestante” e o “Espírito do Capitalismo”, vai ser o livro que alcançará o Weber a um autor fantástico que até hoje é lido e relido. Nesse livro, ele nos fala como há uma relação entre o avanço do Protestantismo e o avanço do Capitalismo. Como o modelo econômico tem influência religiosa, algo que parece distante, mas Weber mostra na sua obra uma ligação entre eles.
No entanto, foi justamente sua preocupação com o ponto de partida individual para a análise de fenômenos situados no plano coletivo o que permitiu à Sociologia mais recente criar perspectivas mais realistas e rigorosas no entendimento de fenômenos sociais. Sua proposta metodológica é parte integrante dos mais recentes avanços da pesquisa sociológica, e os conceitos por ele criados são essenciais para a compreensão dos processos sociais modernos. A teoria weberiana é o instrumento essencial para compreender o Estado contemporâneo, os movimentos sociais e os vários tipos de ação coletiva, ou ainda as mais sutis formas de distinção presentes no mundo moderno, seja qual for o seu princípio fundador.
O intuito dessas observações finais é lembrar que a realidade social, enquanto objeto de interpretação, coloca questões novas que acabam por extravasar os instrumentos que a ciência elaborou para respondê-las. Teóricos do porte de Marx, Durkheim e Weber estão entre aqueles que iniciaram a construção de explicações de amplo alcance para um objeto que a cada momento apresenta evoluções surpreendentes. A tendência recente parece ser a de integrar criativamente, antes que a de opor, o pensamento dos três clássicos. O que a Sociologia contemporânea tem de mais avançado evidencia isto. Não se trata de apagar as diferenças, mas de aproveitar mais sistematicamente o trabalho daqueles autores, que lançaram bases diferenciadas mas consistentes para explicar o mundo social.

Continue navegando