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Sociologia weberiana e suas influências

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DESCRIÇÃO
A sociologia compreensiva de Max Weber, a demarcação dos conceitos de ação social, relação
social, dominação, burocracia e desencantamento do mundo.
PROPÓSITO
Compreender os principais conceitos e instrumentos metodológicos da sociologia de Max
Weber e sua influência na contemporaneidade.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os principais fundamentos teóricos e os instrumentos metodológicos formulados pelo
sociólogo alemão Max Weber
MÓDULO 2
Reconhecer temas, questões e influências do pensamento weberiano
MÓDULO 1
 Identificar os principais fundamentos teóricos e os instrumentos metodológicos
formulados pelo sociólogo alemão Max Weber
PRIMEIRAS PALAVRAS
Em abril de 1999, o jornal Folha de S. Paulo realizou uma enquete com 10 renomados
intelectuais brasileiros a respeito dos textos teóricos mais importantes do século XX. Escrito
pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), o livro A ética protestante e o “espírito” do
capitalismo (1904-1905) conquistou a primeira colocação. Em terceiro lugar, outra obra de
Weber foi premiada: Economia e sociedade (1922).
A decisão dos jurados dá a medida da importância e da influência do complexo, erudito e
abrangente legado intelectual de Weber. Esse legado se propagou por vários campos do
conhecimento:
 
Fonte: Autor/Shutterstock
Seus escritos são lidos no mundo inteiro: é difícil imaginar um pensador contemporâneo que
não tenha sido influenciado por seus temas e suas questões. Destacaremos alguns dos
conceitos criados ou debatidos por ele:
Tipo ideal

Patrimonialismo

Racionalismo

Carisma

Burocracia

Estamento

Ética protestante
ESTAMENTO
Para Weber, informa Kalberg (2010, p. 102), os estamentos são como “grupos de status”
e funcionam como uma base para a estratificação social.
Esses conceitos encontram-se bastante difundidos no pensamento sociológico atual,
convertendo-se em fonte de inspiração e debate de inúmeras pesquisas.
CIÊNCIAS SOCIAIS: RAZÃO CIENTÍFICA X
RAZÃO HISTÓRICA
Max Weber nasceu na cidade de Erfurt, na Alemanha, em 21 de abril de 1864, no interior de
uma família abastada. Sua formação acadêmica foi muito ampla, estando concentrada nos
estudos de Direito, História, Economia e Filosofia nas universidades de Heidelberg, Berlim e
Göttingen.
Ainda muito jovem, Weber foi nomeado professor em Berlim e, em 1895, tornou-se catedrático
da Universidade de Heidelberg. Uma aguda crise pessoal fez com que ele interrompesse suas
aulas e suas pesquisas durante anos. Suas atividades de pesquisa se desenrolaram de modo
intermitente nos intervalos entre os anos de sua convalescença.
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Foto: Autor/Shutterstock
 Max Weber em 1918
ABASTADA
Conceito que indica prosperidade, riqueza e abundância de bens materiais.
 
Foto: Autor desconhecido. Wikipedia / Licença: CC BY-SA 3.0
 Império Alemão entre 1871 e 1918.
O contexto histórico em que Weber nasceu e viveu marcou profundamente suas ideias. Ao
contrário de França e Inglaterra, as duas maiores potências europeias do século XIX, a
Alemanha se unificou e se organizou como Estado-Nação mais tarde. Isso atrasou seu
ingresso nas corridas industrial e imperialista então vigentes.
A Alemanha encontrava-se em uma etapa de transição de um estado agrário para um
industrial. Ela foi vivenciada por todas as classes e todos os grupos sociais como problemática.
Uma das preocupações centrais da obra de Weber era entender o caráter particular e
específico do capitalismo ocidental. Ele dedicou boa parte de suas energias intelectuais a tal
tema, estudando-o desde sua perspectiva histórica e econômica até a sociológica e cultural.
A amplitude e a profundidade de seus conhecimentos o levaram a iniciar um projeto ambicioso
de comparação das implicações das orientações religiosas dos indivíduos no desenvolvimento
econômico em diferentes civilizações, como a Índia e a China.
Do ponto de vista intelectual, travava-se na Alemanha um acirrado debate entre o positivismo,
então corrente dominante no pensamento social e filosófico, e seus críticos. Os objetos da
polêmica eram as especificidades das ciências da natureza e das ciências do espírito – e, no
interior destas, o papel dos valores e a possibilidade da formulação de leis gerais.
 
Foto: Autor desconhecido. Wikipedia / Licença: Domínio público.
 Auguste Comte.
Na figura de seu principal autor, o francês Augusto Comte (1798-1857), o positivismo defendia
a adoção dos métodos das Ciências Naturais e da Matemática como os fundamentos para a
produção de conhecimento na área das Ciências Humanas.
 
Foto: Autor desconhecido. Wikipedia / Licença: Domínio público.
 Wilhelm Dilthey.
Já Wilhelm Dilthey (1833-1911), um dos mais importantes representantes da ala antipositivista,
contrapôs à razão científica dos positivistas a razão histórica, isto é, a ideia de que a
compreensão do fenômeno social pressupõe a recuperação do sentido sempre arraigado
temporalmente e sujeito a uma weltanschauung (uma visão de mundo, um ponto de vista).
De acordo com Dilthey, o modo explicativo era a característica essencial das Ciências Naturais,
que buscavam explicar as causas que davam existência aos fenômenos naturais. A
compreensão seria o modo típico das Ciências Humanas, que não devia explicar os fatos em
si, determinando as causas imediatas, e sim compreender os processos da ação humana e
dela extrair seu sentido.
Segundo Weber, um cientista é inspirado pelos próprios valores e ideais, que o levam a
escolher e a definir os temas e o objeto de seus estudos. Para ele, os cientistas nunca
abordam a realidade empírica de maneira “objetiva”, mas trazem consigo as questões e os
interesses provenientes de seus valores.
Estudar as consequências do aumento da produtividade do trabalhador no ambiente de
trabalho ou o papel do amor no casamento é uma decisão que se baseia não em um fato ou no
método científico, e sim em valores, ou seja, no juízo do pesquisador sobre o que é mais
importante ou interessante.
 IMPORTANTE
Contudo, uma vez escolhido o tema de pesquisa, não se deve permitir que os valores
pessoais, as preferências e os preconceitos interfiram na coleta de dados empíricos e em sua
avaliação. A contaminação dos valores do pesquisador com os dos atores investigados
também precisa ser evitada. Essa postura implica uma estreita separação entre o que existe (a
pergunta para a análise científica) e o que deve ser (o domínio dos valores e das preferências
pessoais).
Embora os valores inevitavelmente desempenhem um papel na pesquisa, os princípios de
neutralidade e isenção recomendam controlar, sempre que possível, a influência deles. Em
condições de isenção de valor, pesquisadores praticam a objetividade, resolvendo não escolher
métodos nem interpretar dados de maneiras que favoreçam seus valores ou sua postura
ideológica.
Ignorar a prova que refuta uma teoria, por exemplo, e aceitar apenas a que a apoia são duas
ações que violam o princípio de isenção de valor. A neutralidade requer que os pesquisadores
identifiquem e deixem bem claro os próprios valores em vez de fingir que não possuem aqueles
capazes de influenciar seu trabalho.
Max Weber também sustentava o seguinte ponto de vista: as Ciências Sociais visam à
compreensão de eventos culturais como singularidades. Seu objetivo é, portanto, captar a
especificidade dos fenômenos de estudos e seus significados.
No entanto, se a realidade cultural é infinita, uma investigação exaustiva, que leve em
consideração todas as possibilidades ou variáveis implicadas em determinado acontecimento,
torna-se uma pretensão inatingível. Por isso, o cientista precisa isolar aquilo que considera
significativo: trata-se, afinal, de um esforço cognitivo que permite a avaliação da importância de
um fenômeno tanto para ele quanto para a cultura e a época em que se insere.
Entre os instrumentos de que o sociólogo dispõe para compreender e interpretar a vida social,
um dos mais importantes é o queWeber chamou de “tipo ideal”. Esse tipo é formado por
ferramentas metodológicas com as quais é possível, na abordagem weberiana, lançar luz
sobre o que caracteriza um grupo. Em outros termos, significa buscar o essencial ou o
fundante de determinado fenômeno.
Os exemplos analisados não representam o todo do “tipo ideal”, mas possibilitam a relação de
semelhanças comparáveis entre os grupos sociais em análise. Nesse sentido, trata-se de um
trabalho teórico indutivo que busca alcançar a dimensão essencial em meio à diversidade dos
fenômenos da vida social.
Mediante a seleção e a identificação de exemplares, não se objetiva constituir um modelo
empírico do objeto de análise, e sim um instrumento hermenêutico para a conceituação das
manifestações e formações sociais.
Em outras palavras, Weber coloca o sociólogo como um observador/interpretador do mundo,
alguém a reconhecer que determinados comportamentos e certas ações tendem a um tipo de
entendimento. Não é algo indiscutível, e sim uma tendência, ou seja, uma reprodução não
linear. No entanto, é possível construir um tipo ou um modelo e compará-lo às ações
individuais.
 
Foto: Shutterstock.com
De certa forma, isso funciona como um manequim de loja: um corpo que ninguém tem, embora
o coletivo o reconheça como tal. Comparando as formas, somos capazes de perceber se
precisamos de um modelo maior ou menor ou se o caimento ficará bom ou não.
CONCEITO DE AÇÃO SOCIAL
A sociologia de Weber considerava o indivíduo e sua ação como o centro da investigação. Com
isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida da Sociologia é a compreensão das
ações dos indivíduos, e não de entidades coletivas, grupos ou instituições.
Ele não tinha a intenção de negar a existência ou a importância dos fenômenos sociais, como o
Estado, a empresa capitalista e a sociedade anônima, mas tão somente a de ressaltar a
necessidade de se compreender as intenções e as motivações dos indivíduos que agem em
sociedade. Sua insistência em compreender as motivações da ação humana o levou a rejeitar
a proposta do positivismo de transferir para a Sociologia a metodologia de investigação
utilizada pelas Ciências Naturais.
Segundo o sociólogo, a “ação social” se define como toda conduta humana dotada de um
significado subjetivo dado por quem a executa. Ela é diferente de um comportamento reativo
ou imitativo, pois a ação social é subjetivamente orientada e conduzida pelo agente tendo em
vista a conduta de outro ou de outros agentes.
Para Weber (1999, p. 7), a Sociologia é a ciência “que pretende entender, interpretando-a, a
ação social para, dessa maneira, explicá-la causalmente em seu desenvolvimento e efeitos”. A
interpretação dessa ação não implica uma avaliação dos processos psicológicos internos aos
agentes, pois o que interessa a Weber é apreender os motivos que os impeliram a exercer tal
ou qual ação social, sempre levando em conta a resposta ou a reação dos outros.
Toda ação humana, portanto, é influenciada pela consciência da situação na qual se realiza e
pela existência das ações e reações dos outros agentes sociais envolvidos.
Em outras palavras, o sujeito faz escolhas como pessoa, ou seja, como alguém que vive as
situações sociais. As pessoas têm escolhas e podem, diante da dúvida, do acolhimento, da
acomodação e do convencimento, permanecer naquela situação.
Veremos um exemplo disso a seguir:
 
Foto: Shutterstock.com
Imagine que você nasceu em meio a uma família de criminosos, verdadeiros ladrões históricos.
Tudo aquilo que você aprendeu durante toda a sua vida foi naturalizar o roubo. Mas você
convive socialmente e tem acesso aos meios de comunicação. As falas, mesmo entre seus
próximos, estão do lado “errado”, porém podem até defender seus atos. Você, como indivíduo,
está inundado de referências contraditórias: vozes que ouve, olhares e pressão. Quem vai lidar
com a sociedade e tomar decisões é você.
 
Foto: Shutterstock.com
Cabe ao indivíduo, portanto, afastar-se de um grupo e se aproximar de outro (como abandonar
os ladrões por um círculo religioso, por exemplo) ou lutar para ter reconhecimento de seus
pares, tornando-se mais importante naquele meio. A sociedade e a cultura estão diante de
todos, mas tudo isso só tem sentido no conjunto das ações dos indivíduos.
Embora reconheça o condicionamento social da ação humana, o conceito de ação social na
sociologia de Weber nos remete ao princípio da liberdade e da participação histórica. O
sociólogo (1999) identificava quatro diferentes tipos de ação social que funcionavam de acordo
com suas diversas motivações:
AÇÃO RACIONAL COM RELAÇÃO A FINS
Ação social guiada por um objetivo previamente definido para a qual seu agente avalia os
meios necessários ou adequados a fim de atingi-lo. Quanto mais a conduta ocorrer sem a
interferência de tradições culturais e afetos que desviem seu curso, mais racional será a
conexão entre fins e meios.
AÇÃO RACIONAL COM RELAÇÃO A VALORES
Conduta orientada por princípios e convicções. Em sua ação, o agente leva em conta somente
sua fidelidade a tais valores como fontes inspiradoras de sua conduta. Trata-se, portanto, de
um imperativo ou de uma exigência ditada por seu senso de dignidade e suas crenças
religiosas, políticas, morais ou estéticas, assim como por valores que preza, como a justiça, a
honra, a honestidade, a fidelidade e a beleza.
AÇÃO TRADICIONAL
Atuação pautada por hábitos arraigados e costumes seculares. Normalmente, isso é uma
resposta rotineira a demandas e estímulos conhecidos ou comuns. Esse tipo de ação está
vinculado ao âmbito da dominação tradicional e carismática (tal qual a ação seguinte).
AÇÃO AFETIVA
Essa ação é determinada por afetos e estados sentimentais, como vingança, desespero,
admiração, orgulho, medo, inveja, entusiasmo, desejo, compaixão e gosto estético ou
alimentar, sem haver uma consideração dos meios ou dos fins que se deseja atingir.
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Se a sociologia positivista considera que a ordem social, enquanto força exterior, subjuga os
indivíduos, Weber salientava que não existia oposição absoluta entre eles e a sociedade.
Nesse sentido, as normas são concretas quando assumem a forma de motivação em cada
indivíduo. Aquilo que leva a ação social e seu sentido pode ser expresso pelo agente ou estar
implícito em sua atitude ou seu comportamento.
 
Foto: Shutterstock.com
Por sempre se pautar pela conduta dos outros, as ações sociais se orientam de forma
recíproca na expectativa de que se agirá socialmente de certo modo e a partir de conteúdos e
motivações compartilhados.
 
Foto: Shutterstock.com
Com o conceito de “relação social”, Weber designava a probabilidade de que uma forma
determinada de conduta social tenha seu sentido partilhado pelos diversos agentes em uma
sociedade qualquer.
A diferença entre ação social e relação social é importante. Como lembra um dos mais
importantes estudiosos de Weber no Brasil...

[...] na primeira [ação social], a conduta do agente está orientada significativamente pela
conduta de outro (ou outros), ao passo que, na segunda [relação social], a conduta de
cada qual entre múltiplos agentes envolvidos (que tanto podem ser apenas dois em
presença direta quanto um grande número e sem contato direto entre si no momento da
ação) orienta-se por um conteúdo de sentido reciprocamente compartilhado.
Assim, um aperto de mão é uma ação social, porque a conduta de cada participante é
orientada significativamente pela conduta de outro; já a amizade é uma relação social,
porque envolve um conteúdo de sentido capaz de orientar regularmente a ação de cada
indivíduo em relação a múltiplos outros possíveis e que, portanto, manifesta-se sempre
que as ações correspondentes são realizadas (por isso mesmo, podemos designar esse
conteúdo de sentido pelo termo genérico de “amizade”).
Claro que a amizade, como qualquer relação social, não existe senão quando se traduzem condutas efetivas. E, como não há garantia prévia de que isso se dê, a ocorrência de
qualquer relação social só pode ser pensada em termos de probabilidade, que será
maior ou menor conforme o grau de aceitação do conteúdo de sentido da ação pelos
seus participantes.
COHN, 2003, p. 30, grifo nosso.
A ÉTICA PROTESTANTE E O “ESPÍRITO”
DO CAPITALISMO
O trabalho mais conhecido e importante de Max Weber é, sem dúvida, A ética protestante e o
“espírito” do capitalismo , publicado, ao longo dos meses de 1904 e 1905, na revista Archiv für
Sozialwissenchaft . Quinze anos depois, o ensaio foi republicado em edição revista e
ampliada.
Weber estudava nele as relações de afinidade particular entre os presentes na época do
surgimento do capitalismo moderno e aqueles disseminados pelas religiões protestantes, em
especial pelo calvinismo. Ele estava interessado em uma possível conexão entre valores e
condições para o estabelecimento do capitalismo.
Como lembra um dos mais conhecidos especialistas em Weber no Brasil, o objeto do
sociólogo...

NÃO ERA O CAPITALISMO COMO SISTEMA
ECONÔMICO OU MODO DE PRODUÇÃO. ERA, SIM, O
CAPITALISMO ENQUANTO “ESPÍRITO”, ISTO É,
CULTURA – A CULTURA CAPITALISTA MODERNA,
COMO TANTAS VEZES ELE IRÁ DIZER –, O
CAPITALISMO VIVENCIADO PELAS PESSOAS NA
CONDUÇÃO METÓDICA DA VIDA DE TODO DIA.
NOUTRAS PALAVRAS, O CAPITALISMO COMO
CONDUTA DE VIDA: LEBENSFÜHRUNG .
PIERUCCI, 2004, P. 7.
A sociologia de Weber era pautada na observação de fenômenos. Os conceitos formulados por
ele tinham um fundamento estruturado na observação do homem e nas dinâmicas dessas
relações. Ao propor a construção da “ética protestante”, ele observava um fenômeno cultural e
buscava entender sua dinâmica.
MAS QUE FENÔMENO É ESTE?
Os velhos modelos políticos de mundo ruíram ao longo do século XIX, mas, ao mesmo tempo,
ele continuava vivo, andando e transformando-se. Novas nações e outras potências vinham se
solidificando e vivenciando um fenômeno denominado capitalismo.
Destacaremos a seguir as categorias que foram transformadas com o surgimento do
capitalismo:
 
Foto: Shutterstock.com
A chegada do proletário
 
autor/shutterstock
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A remuneração por papel-moeda
 
Foto: Shutterstock.com
A mudança da rotina e da jornada de trabalho
 
Autor: neftali / Foto: Shutterstock.com / Tempos modernos, 1936
O controle do tempo
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Todas essas mudanças não extinguiam as relações de casamento e as estruturas morais:
valores que já haviam sido das cortes foram repaginados e transformados em atributos
burgueses. A busca de Weber era perceber a manutenção dos “tipos ideais” em meio a esses
novos fenômenos culturais.
MAS COMO ISSO FOI POSSÍVEL? ORA, ELE FOI
INVESTIGAR.
Primeiramente, Max Weber os vivenciou. Em seguida, obteve dados estatísticos e cruzou o
“espírito” da tradição religiosa católica, comparando-a com as linhas “tracionais” do
protestantismo e, enfim, com o que ele conheceu nos Estados Unidos: a nova lógica
comunitária e capitalizada.
Na busca por entender como tais fenômenos se mantinham, Weber inaugurou uma série de
conceitos que se tornaram fundamentais:
COSTUME E HÁBITO
Parece uma distinção menor, mas não é. Costume é o trabalho na fábrica, o horário de entrada
e saída. Significa estar preparado para as rotinas corriqueiras sem que se brigue ou se lute por
elas, embora elas estejam fortemente internalizadas. Já um hábito se manifesta quando
internalizamos algo que parece certo e faz parte do grupo, como, por exemplo, ir à igreja no dia
em que a comunidade se encontra, a culpa que se sente por não ir, o peso de representar algo
naquele dia, levar os filhos a esse ambiente ou ensinar que é certo guardar aquele dia.
RELAÇÃO SOCIAL
Retomaremos esse conceito em outro ponto, mas, aqui, estamos falando não de estruturas
propriamente antagônicas, e sim complementares. Como vimos, o indivíduo, para Weber, tem
escolha. Por exemplo, não cumprir a fiança é uma escolha. Essa decisão gera, no entanto,
pressões para além do indivíduo, como o peso de quem o cerca e o que ele perde na
comunidade por não exercer o esperado. Isso é a relação social – e todos os indivíduos são
constantemente pressionados por ela.
ORDEM LEGÍTIMA
A relação social nos leva ao entendimento de que toda sociedade constitui uma ordem
complexa, um conjunto de valores partilhados pelos grupos e vivenciados por eles. Essa
construção de ordem é reconhecida e trabalhada de duas formas: ordem legítima de
convenção e ordem legítima de direito.
 EXEMPLO
Se um homem lhe estende a mão, não retribuir esse ato é, segundo uma convenção tradicional
do patriarcado ocidental, uma ofensa. Observe que não há uma lei ou uma punição prevista na
legislação para isso, porém, na ordem legítima de convenção, foi cometido um ato muito grave.
Já na ordem legítima de direito, há punições previstas para determinados casos, pois as leis
espelham a materialidade da ordem e buscam garanti-la. Analisaremos agora um exemplo
mais amplo.
 EXEMPLO
O adultério faz parte da ordem legítima das sociedades. Algumas pessoas o relativizam, tendo
outras posições a respeito do assunto, mas, geralmente, a ordem legítima de convenção
entende que ele é algo errado e passível de separação, conflitos etc. Há pouco tempo,
inclusive, a legislação brasileira previa o adultério como crime. Tratava-se de algo tão
estruturado e crítico que fazia parte do ordenamento jurídico.
ESTAMENTOS/STATUS SOCIAL
Todos os indivíduos disputam prestígio em meio a suas relações. As formas e seus
reconhecimentos são diversos. Nesse sentido, os estamentos aparecem quando a ação social
é pautada e orientada para a honra e a estima social, bem como para os padrões de consumo
e os estilos de vida compartilhados. Portanto, a desigualdade ocorre não somente pela
propriedade, mas também em relação às diferenças de status.
Nas páginas finais de seu clássico estudo, Weber indica que, após expandir-se como forma
econômica e consolidar-se como modo de produção industrial de massa, o capitalismo
abandonou suas raízes religiosas e passou a sustentar-se exclusivamente por razões
mundanas.
O capitalismo moderno já não necessita mais do suporte de qualquer força religiosa e sente
que a influência da religião sobre a vida econômica é tão prejudicial quanto a regulamentação
do Estado.
Em suas palavras...

[...] O PURITANO QUERIA SER UM PROFISSIONAL –
NÓS DEVEMOS SÊ-LO. POIS A ASCESE, AO SE
TRANSFERIR DA CELA DOS MOSTEIROS PARA A
VIDA PROFISSIONAL, PASSOU A DOMINAR A
MORALIDADE INTRAMUNDANA E, ASSIM,
CONTRIBUIU PARA EDIFICAR ESSE PODEROSO
COSMOS DA ORDEM ECONÔMICA MODERNA,
LIGADO AOS PRESSUPOSTOS TÉCNICOS E
ECONÔMICOS DA PRODUÇÃO PELA MÁQUINA, QUE,
HOJE, DETERMINA COM PRESSÃO AVASSALADORA
O ESTILO DE VIDA DE TODOS OS INDIVÍDUOS QUE
NASCEM DENTRO DESSA ENGRENAGEM – NÃO SÓ
DOS ECONOMICAMENTE ATIVOS – E, TALVEZ,
CONTINUE A DETERMINAR ATÉ QUE CESSE DE
QUEIMAR A ÚLTIMA PORÇÃO DE COMBUSTÍVEL
FÓSSIL.
WEBER, 2004, P. 165.
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ASCESE
Controle pleno do corpo. Esse conceito é baseado na ideia de que, para purificarmos a
alma, devemos punir nosso corpo. Na transposição weberiana, trata-se do exercício de
escolha pela abdicação, permitindo-se ser controlado pela moralidade e resistindo a
desejos e impulsos.
 COMENTÁRIO
Todos os conceitos que observamos neste módulo aparecem em obras diversas de Weber,
embora tenham sido reunidos de forma singular em A ética protestante e o “espírito” do
capitalismo . Insistiremos ainda sobre essa relação, que é fundamental na compreensão das
bases do pensamento weberiano.
WEBER E A MUDANÇA DA PERSPECTIVA
SOCIOLÓGICA
Um especialista oferece neste vídeo sua visão sobre dois preceitos básicos de Weber acerca
da perspectiva do sujeito e do objeto analítico, além de nos explicar como funciona essa
operacionalização.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. WEBER FOI UM DOS GRANDES NOMES DA SOCIOLOGIA QUE
CONTRIBUIU PARA A CONSOLIDAÇÃO DESSECAMPO DO
CONHECIMENTO. SOBRE O SOCIÓLOGO, IDENTIFIQUE SE AS
AFIRMATIVAS A SEGUIR SÃO VERDADEIRAS (V) OU FALSAS (F): 
 
I. ELE FOI UM DOS PRINCIPAIS EXPOENTES DO POSITIVISMO,
CORRENTE SOCIOLÓGICA QUE APREGOAVA A APLICAÇÃO DOS
MÉTODOS DAS CIÊNCIAS NATURAIS E DA MATEMÁTICA COMO OS
FUNDAMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO NA ÁREA DAS
CIÊNCIAS HUMANAS.
II. A INFLUÊNCIA DE SUA OBRA PERSISTE NAS DISCUSSÕES
SOCIOLÓGICAS CONTEMPORÂNEAS POR MEIO DA ADOÇÃO E
APLICAÇÃO DE BOA PARTE DE SUAS PRINCIPAIS FERRAMENTAS
CONCEITUAIS: PATRIMONIALISMO, RACIONALIDADE, TIPO IDEAL,
CARISMA E BUROCRACIA.
III. SUAS PRINCIPAIS OBRAS VERSAVAM SOBRE O PROCESSO DE
FORMAÇÃO DO CAPITALISMO NA EUROPA A PARTIR DE UM ENORME
ESFORÇO DE COMPARAÇÃO COM OUTRAS CIVILIZAÇÕES – EM
ESPECIAL, ÍNDIA E CHINA.
IV. ELE FOI AUTOR DE UMA DAS MAIS INFLUENTES OBRAS DO SÉCULO
XIX, O CAPITAL (1867), CUJO CONTEÚDO SISTEMATIZAVA UMA
BRILHANTE ANÁLISE DA GÊNESE HISTÓRICA E DAS CONTRADIÇÕES
IMANENTES DO MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA.
A) V - V - V - F
B) F - V - F - F
C) F - V - V - F
D) V - F - F - V
E) F - F - F - V
2. O AMBIENTE SOCIAL, POLÍTICO E ECONÔMICO DA ALEMANHA DA
ÉPOCA DE WEBER O INFLUENCIOU EM SUA PRODUÇÃO SOCIOLÓGICA
EM VÁRIOS SENTIDOS. A PARTIR DE TAL CONSTATAÇÃO, É POSSÍVEL
AFIRMAR QUE: 
 
I. O PROBLEMA DA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE CAPITALISTA SE
COLOCAVA DE MODO MAIS AGUDO NA ALEMANHA EM FUNÇÃO DE
SUA UNIFICAÇÃO TERRITORIAL E INDUSTRIALIZAÇÃO TARDIA.
II. NOS MEIOS ACADÊMICOS ALEMÃES, PREVALECIA UM IDEAL DE
CIÊNCIAS SOCIAIS MARCADO PELO RECURSO AOS MÉTODOS E ÀS
TÉCNICAS QUANTITATIVAS, NOS QUAIS A MATEMÁTICA E AS CIÊNCIAS
NATURAIS ERAM TOMADAS COMO MODELOS A SEREM SEGUIDOS.
III. AO CONTRÁRIO DA TRADIÇÃO POSITIVISTA FRANCESA, NA
ALEMANHA A DISCUSSÃO SOCIOLÓGICA ERA MARCADA POR UMA
FORTE INFLUÊNCIA DO MÉTODO COMPREENSIVO E DO
PARTICULARISMO HISTÓRICO, O QUE LEVAVA A UMA DISCUSSÃO
SOBRE A RELAÇÃO DO PESQUISADOR COM PRÓPRIOS VALORES.
IV. A ALEMANHA FOI UM DOS PRIMEIROS PAÍSES A SE
INDUSTRIALIZAR, O QUE GEROU UM ENORME INTERESSE DE SEUS
PESQUISADORES SOBRE AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MODO DE
PRODUÇÃO CAPITALISTA E SUAS RELAÇÕES COM AS DEMAIS
NAÇÕES EUROPEIAS.
A) I
B) II
C) III
D) I e III
E) II e IV
GABARITO
1. Weber foi um dos grandes nomes da Sociologia que contribuiu para a consolidação
desse campo do conhecimento. Sobre o sociólogo, identifique se as afirmativas a seguir
são verdadeiras (V) ou falsas (F): 
 
I. Ele foi um dos principais expoentes do positivismo, corrente sociológica que
apregoava a aplicação dos métodos das Ciências Naturais e da Matemática como os
fundamentos para a produção de conhecimento na área das Ciências Humanas.
II. A influência de sua obra persiste nas discussões sociológicas contemporâneas por
meio da adoção e aplicação de boa parte de suas principais ferramentas conceituais:
patrimonialismo, racionalidade, tipo ideal, carisma e burocracia.
III. Suas principais obras versavam sobre o processo de formação do capitalismo na
Europa a partir de um enorme esforço de comparação com outras civilizações – em
especial, Índia e China.
IV. Ele foi autor de uma das mais influentes obras do século XIX, O capital (1867), cujo
conteúdo sistematizava uma brilhante análise da gênese histórica e das contradições
imanentes do modo de produção capitalista.
A alternativa "C " está correta.
 
Weber foi um dos principais defensores da Sociologia como ciência em uma época em que tal
disciplina ainda dava seus primeiros passos. Seu foco de investigação central foi o capitalismo
na Europa, estudado em suas diversas dimensões (histórica, econômica, política e cultural) e a
partir de um esforço erudito de comparação com outras civilizações. Para isso, ele forjou ou
aperfeiçoou uma série de conceitos que até hoje são utilizados por pesquisas sociológicas.
2. O ambiente social, político e econômico da Alemanha da época de Weber o
influenciou em sua produção sociológica em vários sentidos. A partir de tal constatação,
é possível afirmar que: 
 
I. O problema da formação da sociedade capitalista se colocava de modo mais agudo na
Alemanha em função de sua unificação territorial e industrialização tardia.
II. Nos meios acadêmicos alemães, prevalecia um ideal de Ciências Sociais marcado
pelo recurso aos métodos e às técnicas quantitativas, nos quais a Matemática e as
Ciências Naturais eram tomadas como modelos a serem seguidos.
III. Ao contrário da tradição positivista francesa, na Alemanha a discussão sociológica
era marcada por uma forte influência do método compreensivo e do particularismo
histórico, o que levava a uma discussão sobre a relação do pesquisador com próprios
valores.
IV. A Alemanha foi um dos primeiros países a se industrializar, o que gerou um enorme
interesse de seus pesquisadores sobre as características gerais do modo de produção
capitalista e suas relações com as demais nações europeias.
A alternativa "D " está correta.
 
A Alemanha foi um dos últimos países a se industrializar, e sua unificação como Estado-Nação
se deu tardiamente. Max Weber presenciou as crises e as grandes transformações da Europa
do início do século XX, desenvolvendo uma vasta obra que abordava os aspectos econômicos,
políticos e sociais do mundo moderno. Nas universidades alemãs, o ensino filosófico era
marcado pela discussão sobre a especificidade das Ciências Sociais, assim como as
preocupações decorrentes da relação do pesquisador com os valores e suas implicações para
a análise científica.
MÓDULO 2
 Reconhecer temas, questões e influências do pensamento weberiano
PRIMEIRAS PALAVRAS
Iniciaremos este módulo com nosso olhar concentrado em dois pilares fundamentais da
pesquisa de Max Weber:
PILAR 1: SOCIEDADES TENDEM A REPRODUZIR
PRÁTICAS.
PILAR 2: SUJEITOS FAZEM ESCOLHAS.
A união desses dois processos cria o tecido social, tornando singular e complexo o estudo da
Sociologia.
 
autor/shutterstock
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autor/shutterstock

TECIDO SOCIAL
Weber aproximava seu olhar sociológico da história e da antropologia, porém, ao mesmo
tempo, retirava a “prática” da ação do investigador em lutar, em legitimar o mundo. O
pesquisador, afinal, explica, entende fenômenos e os analisa – e Weber fazia justamente isso.
Vamos notar um pouco dessa prática entendendo como o sociólogo escreveu sua famosa obra
A ética protestante e o “espírito” do capitalismo .
WEBER E O CAPITALISMO
O especialista Rodrigo Rainha explica neste vídeo a visão de Weber sobre o capitalismo.
FORMAS DE DOMINAÇÃO
Um dos problemas que se coloca para a sociologia weberiana é a continuidade das relações
sociais.
UMA VEZ QUE WEBER ENTENDE QUE QUALQUER
ENTIDADE SOCIAL SE CONSTRÓI A PARTIR DAS
AÇÕES INDIVIDUAIS, COMO É POSSÍVEL A
PERSISTÊNCIA DA VIDA SOCIAL? O QUE LEVA OS
INDIVÍDUOS A CONFERIREM A SUAS AÇÕES UM
SENTIDO DETERMINADO QUE GARANTA A
PERMANÊNCIA DAS RELAÇÕES SOCIAIS E A
EXISTÊNCIA DA PRÓPRIA SOCIEDADE?
A resposta dada por ele a tais questões encontra-se no conceito de dominação, isto é, a
possibilidade de uma pessoa encontrar outra disposta a obedecer a uma ideia ou situação.
Essa submissão é justificada por uma motivação que a legitima.
A dominação legítima pode justificar-se por três motivos de submissão ou princípios de
autoridade: racionais, tradicionais ou afetivos.
Segundo o sociólogo, a dominação...
 
Foto: Autor desconhecido / Wikipedia / Licença: Domínio público / max Weber em 1918
Nas relações entre dominantes e dominados, por outro lado, a dominação costuma apoiar-se
internamente em bases jurídicas, nas quais se funda a sua legitimidade, e o abalo dessa
crença na legitimidade costuma acarretar consequências de grande alcance.
Em forma totalmente pura, as bases de legitimidade da dominação são somente três, cada
uma das quais se acha entrelaçada – no tipo puro – com uma estrutura sociológica
fundamentalmente diversa do quadro e dos meios administrativos.
WEBER, 2003, p. 128.S
Tendo em vista essa motivação, o sociólogo conseguiu distinguir diferentesformas de
dominação:
DOMINAÇÃO LEGAL
DOMINCAÇÃO TRADICIONAL
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA
Trata-se do poder que existe nas instituições modernas – impessoal e garantido por leis e
estatutos. Seu tipo mais puro é a burocracia, tal como ela se expressa na estrutura
administrativa do Estado moderno ou na gestão na empresa capitalista privada. Seu ideal é
proceder sem a menor influência de motivos pessoais nem de questões sentimentais de
espécie alguma.
É o poder que decorre das tradições, como, por exemplo, na gerontocracia e no
patriarcalismo. Nesse tipo de dominação, aquele que ordena é o “senhor” e os que
obedecem, os “súditos”. A base da administração é marcada por um quadro de funcionários
dependentes pessoais do senhor (familiares e funcionários domésticos), ou de amigos
pessoais (favoritos), ou de pessoas ligadas a ele por um vínculo de fidelidade (vassalos e
príncipes tributários).
Decorre da devoção à personalidade ou ao carisma atribuído a um líder, assim como de sua
capacidade excepcional de mobilizar pessoas, seja pelo uso de suas qualidades pessoais ou
por suas ideias, seja por mecanismos como propagandas e apresentações públicas. O tipo que
manda é o líder; o que obedece, o apóstolo. Em relação à dominação legal, a carismática é
mais instável e efêmera, tendendo à rotinização. Em contrapartida, ela contradiz todos os
valores, costumes e leis, assim como todas as normas e tradições existentes.
GERONTOCRACIA
Governo exercido por anciãos.
PATRIARCALISMO
Governo exercido por patriarcas.
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Constituída por tipos ideais, essa classificação é apenas abstrata, mas permite o entendimento
das diferenças e a identificação dos tipos de autoridade existentes. Cabe ao cientista social
reconhecê-los na realidade e estudar seus graus de variância.
Para Weber, a dominação legal é o traço mais característico das sociedades ocidentais
modernas, nas quais a burocracia assume um papel destacado. Ele estuda a burocracia como
um tipo de organização da vida social que se manifesta por dispositivos legais e que busca
estabelecer critérios de competência e funcionalidade, como, por exemplo, a qualificação e a
eficiência. No entanto, ela também é uma forma de dominação.
Tal aspecto da vida social moderna ganha importância na teoria weberiana. Essa teoria procura
descrever tanto as estruturas de dominação coercitiva, baseadas no uso da força, quanto as de
dominação diretiva, tendo como base a legitimidade das leis.
Entre essas estruturas, a mais importante na sociedade moderna é o Estado, que detém, além
de instituições racionais de dominação, o monopólio da violência em um território delimitado.
 
Foto: Shutterstock.com
Com isso, entramos em mais um dos grandes temas da sociologia weberiana: o progressivo
processo de racionalização e o chamado “desencantamento do mundo”.
RACIONALIDADE E “DESENCANTAMENTO
DO MUNDO”
De acordo com Weber, o avanço da racionalidade tinha como resultado, de um lado, uma
decadência geral da cultura clássica (em especial, a alemã), e, de outro, uma vida organizada
em torno de princípios impessoais de cálculo racional, eficiência técnica e controle.
O conhecimento científico e o desenvolvimento de formas de organização racionais e
burocratizadas expulsaram do mundo os deuses e os mitos. A escalada da razão e sua
utilização abusiva levavam a uma excessiva especialização, a um mundo cada vez mais
intelectualizado e artificial, que abandonava para sempre os aspectos mágicos e intuitivos do
pensamento e da existência.
 
Foto: Shutterstock.com
As análises de Weber o convenceram da inevitabilidade desse processo de racionalização. Os
sentimentos, a espiritualidade e os valores morais diminuiriam em importância ao mesmo
tempo em que as sociedades construiriam uma “jaula de ferro”. Sua visão sociológica dos
tempos modernos desembocou em uma visão – se não for pessimista – resignada diante da
realidade social.
 
Foto: Shutterstock.com
Diante desse estado de coisas, apenas o surgimento de lideranças carismáticas poderia
romper com a inércia e as amarras da “jaula de ferro” que os homens construíram para si
mesmos nas sociedades ocidentais modernas. Ocorre, porém, que o carisma rapidamente faz
parte da “rotina”, isto é, torna-se cotidiano, sendo absorvido pela lógica férrea das instituições
racionais-legais.
 COMENTÁRIO
Se fosse necessário indicar a marca distintiva que Weber identificava nas sociedades
ocidentais modernas, ela seria a de que o mundo tende inevitavelmente à racionalização de
todas as esferas da vida: da economia à tecnologia, da administração à jurisprudência, da
religião às artes.
INFLUÊNCIA DO PENSAMENTO
WEBERIANO
A obra de Max Weber foi traduzida em inúmeras línguas. Seus principais conceitos e questões
continuam a alimentar o debate sociológico contemporâneo.
Parte expressiva das correntes de pensamento e dos autores de destaque nas Ciências
Sociais dialogaram, implícita ou explicitamente, com as principais teses defendidas por Weber.
A gama de temas e de possibilidades aberta por ele é a demonstração de que se trata de um
clássico no sentido mais vigoroso da expressão.
Para apresentarmos apenas um exemplo, tomaremos a influência de Weber na obra do
sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), um dos mais célebres autores da segunda
metade do século XX. Inspirado nos escritos de Weber sobre sociologia da religião, Bourdieu
formulou um de seus principais e mais conhecidos instrumentos de análise: o conceito de
campo, que constitui, ao lado da noção de habitus , um dos pilares da estrutura do
pensamento sociológico do autor.
 
Foto: Ciramor/Wikimedia Commons/Licença (CC BY-SA 4.0).
 Pierre Bourdieu.
1
Acompanhando o diagnóstico de Max Weber sobre o crescente processo de racionalização do
mundo social e a autonomização da conduta de vida, Pierre Bourdieu enfatizava o surgimento
de campos relativamente autônomos que passavam a operar a partir de uma lógica interna
específica, com seus agentes posicionados diferencialmente dentro de sua estrutura interna.
Bourdieu retomou as considerações de Weber sobre a progressiva diferenciação de esferas da
conduta da vida – que vão paulatinamente se desprendendo da religião – a fim de indicar que,
em uma sociedade ocidental contemporânea altamente diferenciada, o direito, a arte, a
administração, o mercado e a política passam a operar a partir de regras e de mecanismos
específicos, e não mais em decorrência da influência da religião.
2
3
Além disso, Bourdieu ambicionou elaborar uma teoria geral dos modos de dominação, uma
sociologia comparada dos modos de legitimação do poder e das formas de violência simbólica
que lhes são inerentes.
Se o ponto de partida de sua análise foi efetivamente a definição weberiana de Estado no qual
se concentra o exercício da violência física, Bourdieu não deixou de analisar – algo presente já
em seus trabalhos sobre o sistema de ensino – outra dimensão dele: a monopolização da
violência simbólica. Para o filósofo, as escolas têm um papel fundamental na imposição e
transmissão de um conjunto de valores consagrados que ajuda a reproduzir e perpetuar a
dominação exercida pelas classes dominantes e a manter as desigualdades sociais.
4
Na vida acadêmica brasileira, Max Weber talvez seja, entre os autores clássicos das Ciências
Sociais, o mais citado e estudado. Desde a década de 1930, constata-se a presença e a
influência de suas ideias e de seus conceitos em obras clássicas do chamado pensamento
social brasileiro, isto é, nas grandes tentativas de interpretação da singularidade da formação
histórica e sociocultural do Brasil.
 VOCÊ SABIA
A obra Raízes do Brasil (1934), escrita pelo historiador Sergio Buarque de Holanda,
inaugurou uma perspectiva de análise na qual a tradição cultural brasileira é contraposta à
herança protestante norte-americana e europeia. Inspirado na discussão de Weber sobre os
tipos puros de dominação, Holanda (2005) identificou a raizdo atraso brasileiro em uma
estrutura patrimonial de poder político, ligada, por sua vez, à formação ibérica do Brasil.
Segundo o historiador, a herança cultural ibérica transplantada para o Brasil pelos
colonizadores portugueses seria responsável por fatores como:
A confusão entre o público e o privado;

O predomínio das relações pessoais e familiares sobre o sistema impessoal de mérito;

A aversão aos trabalhos manuais;

O mercado de trabalho pouco desenvolvido.
Para Sergio Buarque de Holanda, o predomínio da dominação tradicional-patrimonialista entre
os brasileiros, que era a responsável pela apropriação privada dos recursos públicos,
contrapunha-se à de caráter legal, característica das sociedades mais avançadas. Nesse
contexto, o Estado está separado do mercado e as burocracias funcionam de acordo com
regras universais, enquanto o governo expressa os projetos das representações políticas
constituídas a partir da sociedade civil.
Além de retomar temas e questões vinculados à obra de Weber, Holanda (2005) usou seus
principais princípios metodológicos: os tipos ideais e o método compreensivo.
 
Foto: Autor desconhecido/Arquivo Nacional/Wikimedia Commons
 Sergio Buarque de Holanda.]
Para refletirmos mais sobre a grande influência de Weber no Brasil, destacaremos outro autor
de grande importância: o antropólogo Roberto DaMatta.
1
Em seu livro mais famoso, Carnavais, malandros e heróis (1979), o autor se propõe a
entender o dilema que atravessa a sociedade brasileira: o antagonismo entre um modelo de
ordem social igualitarista, no qual predominam as relações impessoais e universais, e outro de
ordem social hierárquico, em que prevalecem as relações familiares, as de compadrio e as de
amizade.
Usando as sugestões de Max Weber sobre as formas de dominação patrimonialista, DaMatta
(1979) analisa, na expressão ritual “Você sabe com quem está falando?”, um elemento central
para a compreensão da singularidade das relações sociais brasileiras. De acordo com o
antropólogo, determinado sujeito, ao evocar, em uma situação específica, uma posição
hierarquicamente superior frente a seu conterrâneo, estabelece com ele uma relação horizontal
que se choca com a ideia básica da igualdade de todos perante a lei. Com isso, as regras
impessoais são burladas na tentativa de se obter vantagens e privilégios indevidos.
2
3
Em sua análise, DaMatta se vale de uma comparação sistemática do Brasil com os Estados
Unidos, um dos países que, de acordo com Weber, desenvolveu, de maneira mais intensa, os
princípios defendidos pela ética protestante e de racionalização de todas as esferas da vida
social.
WEBER E SUAS INFLUÊNCIAS NA
SOCIOLOGIA
O especialista Rodrigo Rainha aponta neste vídeo as principais influências de Max Weber nos
estudos da Sociologia em todo o mundo, assim como no Brasil.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. WEBER IDENTIFICOU O PROCESSO DE RACIONALIZAÇÃO DA
SOCIEDADE COMO O ASPECTO QUE QUALIFICA A EXPERIÊNCIA DA
MODERNIDADE DA MELHOR FORMA. ESSE PROCESSO CONSISTE EM
UMA TRANSFORMAÇÃO RADICAL NA QUAL OS MÉTODOS DE
PRODUÇÃO, AS RELAÇÕES SOCIAIS E AS ESTRUTURAS CULTURAIS
TRADICIONAIS SÃO SUBSTITUÍDAS POR PROCEDIMENTOS
SISTEMÁTICOS, PRECISOS E CALCULADOS RACIONALMENTE. A
BUROCRACIA, FENÔMENO TIPICAMENTE MODERNO, RESULTA DESSE
PROCESSO DE RACIONALIZAÇÃO. 
 
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA OS ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS DO TIPO IDEAL DE BUROCRACIA FORMALIZADO POR
WEBER:
A) Nas organizações burocráticas, as relações de seus integrantes são de caráter pessoal, de
modo a garantir lealdade e obediência verticais.
B) As burocracias modernas são organizações flexíveis capazes de redefinir continuamente as
tarefas em função da mudança acelerada das demandas.
C) O tipo ideal de burocracia privilegia a cooperação e a comunicação de natureza informativa,
o que gera comprometimento com as metas da organização.
D) O funcionamento de todas as operações é regido por um sistema de normas escritas,
assegurando a uniformidade de seu exercício independentemente da pessoa que as
desempenha.
E) A dinâmica do “espírito” ou ethos do capitalismo aponta uma inversão da fenomenologia,
reduzindo a visão do papel do homem vinculado a uma burocracia econômica para o controle
de outra de caráter religioso.
2. O LEGADO INTELECTUAL DE WEBER SE DIFUNDIU POR DIFERENTES
DISCIPLINAS E ÁREAS DO SABER. SEUS PRINCIPAIS CONCEITOS E
INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS FORAM REIVINDICADOS, TESTADOS
OU REJEITADOS POR GRANDES NOMES DA SOCIOLOGIA
CONTEMPORÂNEA. SOBRE SUAS OBRAS, PODEMOS AFIRMAR QUE: 
 
I. A GRANDE COMPLEXIDADE, A ERUDIÇÃO E A LINGUAGEM MUITAS
VEZES CARREGADA DIFICULTARAM O ACESSO AOS ESCRITOS DE
WEBER, DESENCORAJANDO OS PESQUISADORES A SE APROPRIAR E
A DIALOGAR COM SUAS IDEIAS CENTRAIS.
II. AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS ASSISTIDAS NOS ÚLTIMOS ANOS
TORNARAM PARTE DE SUA OBRA OBSOLETA – UM RETRATO DATADO
DE UMA ÉPOCA HISTÓRICA JÁ SUPERADA PELO AVANÇO DA
CIVILIZAÇÃO.
III. EMBORA OS SOCIÓLOGOS CONTEMPORÂNEOS TENHAM
RESTRINGIDO E TORNADO MAIS BEM DELIMITADO SEU CAMPO DE
ANÁLISE E REFLEXÃO, A INFLUÊNCIA DAS LINHAS MESTRAS DO
PENSAMENTO DE WEBER PERMANECE EM VIGOR, TENDO EM VISTA
SUA IMPORTÂNCIA
IV. OS TEMAS WEBERIANOS SEGUEM CADA VEZ MAIS ATUAIS DIANTE
DO CONTÍNUO PROCESSO DE RACIONALIZAÇÃO PELO QUAL A VIDA
SOCIAL MODERNA PASSA. OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS, O
PROCESSO DE PRODUÇÃO ECONÔMICA E A AMPLIAÇÃO DE
ESTRUTURAS E APARELHOS BUROCRÁTICOS INDICAM QUE SUA OBRA
PERMANECE UMA REFERÊNCIA INCONTORNÁVEL PARA ENTENDER O
MUNDO QUE NOS ENVOLVE.
 
 
SÃO CORRETAS AS SEGUINTES AFIRMAÇÕES:
A) I e II
B) III e IV
C) I e III
D) II e IV
E) I, II e III
GABARITO
1. Weber identificou o processo de racionalização da sociedade como o aspecto que
qualifica a experiência da modernidade da melhor forma. Esse processo consiste em
uma transformação radical na qual os métodos de produção, as relações sociais e as
estruturas culturais tradicionais são substituídas por procedimentos sistemáticos,
precisos e calculados racionalmente. A burocracia, fenômeno tipicamente moderno,
resulta desse processo de racionalização. 
 
Assinale a alternativa que apresenta os elementos constitutivos do tipo ideal de
burocracia formalizado por Weber:
A alternativa "D " está correta.
 
Para Weber, as burocracias modernas, cujo exemplo mais acabado é o funcionamento das
engrenagens do aparelho do Estado, tendem a operar a partir de critérios impessoais, sendo
instituídos por um sistema de normas e estatutos correspondentes que garante um
funcionamento previsível e estável.
2. O legado intelectual de Weber se difundiu por diferentes disciplinas e áreas do saber.
Seus principais conceitos e instrumentos metodológicos foram reivindicados, testados
ou rejeitados por grandes nomes da Sociologia contemporânea. Sobre suas obras,
podemos afirmar que: 
 
I. A grande complexidade, a erudição e a linguagem muitas vezes carregada dificultaram
o acesso aos escritos de Weber, desencorajando os pesquisadores a se apropriar e a
dialogar com suas ideias centrais.
II. As transformações sociais assistidas nos últimos anos tornaram parte de sua obra
obsoleta – um retrato datado de uma época histórica já superada pelo avanço da
civilização.
III. Embora os sociólogos contemporâneos tenham restringido e tornado mais bem
delimitado seu campo de análise e reflexão, a influência das linhas mestras do
pensamento de Weber permanece em vigor, tendo em vista sua importância
IV. Os temas weberianos seguem cada vez mais atuais diante do contínuo processo de
racionalização pelo qual a vida social moderna passa. Os avanços tecnológicos, o
processo de produção econômica e a ampliação de estruturas e aparelhos burocráticos
indicam que sua obra permanece uma referência incontornável para entender o mundo
que nos envolve.
 
 
São corretas as seguintes afirmações:
A alternativa "B " está correta.
 
Apesar das dificuldades de tradução e de certas críticas endereçadas à obra de Weber, sua
influência segue em alta nocampo da Sociologia. Seus estudos pioneiros de fenômenos
sociais, como a burocracia, a racionalização, o carisma e a dominação, ainda se revelam
produtivos para a análise social.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Max Weber representa o terceiro passo de um tripé fundamental no que se refere à perspectiva
sociológica. Seu olhar voltado para o indivíduo e sua relação mediada entre ele e a sociedade
são fundamentais. Reconhecemos neste tema alguns desses conceitos e visões, as quais,
mesmo sendo básicas, são essenciais.
Além disso, buscamos entender como foi constituído um legado a partir do olhar desenvolvido
por Weber. Ressaltamos, por fim, a profundidade das teorias do autor, convidando você a ter
uma primeira aproximação com as proposições do sociólogo.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BOURDIEU, P. Gênese e estrutura do campo religioso. In : BOURDIEU, P. A economia das
trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2005.
COHN, G. Crítica e resignação – os fundamentos da sociologia de Max Weber. São Paulo: T.
A. Queiroz, 1979.
COHN, G. (Org.). Max Weber: Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo:
Ática, 2003.
DAMATTA, R. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio
de Janeiro: Zahar, 1979.
HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
KALBERG, S. Max Weber: uma introdução. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 102.
PIERUCCI, A. F. Apresentação. In : WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do
capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2004.
WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília:
Universidade de Brasília, 1999.
WEBER, M. Os três tipos puros de dominação legítima. In : COHN, G. (Org.). Max Weber:
Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 2003.
EXPLORE+
Assista no YouTube a uma entrevista de Roberto DaMatta sobre as teses principais de seu
mais famoso livro:
MRJGSABINO. Roberto DaMatta explica o Brasil - carnavais, malandros e heróis. Bloco 1, 2,
3. Publicado em: 2 abr. 2013.
CONTEUDISTA
Rodrigo Martins Ramassote
 CURRÍCULO LATTES
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