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APOSTILA VOL I - EsFCEX - HISTÓRIA DO BRASIL-2017

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CURSO PREPARATÓRIO ÀS ESCOLAS MILITARES 
 
 
HISTÓRIA DO BRASIL – VOLUME 1 - 2017 
Prof Luiz Augusto Salles 
 
1 
 
CPREM 
ÍNDICE – APOSTILA I 
 
ASSUNTO Pag 
CAPÍTULO I ....................................................................................................... 02 
TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO .................................................. 02 
FORMAÇÃO DE PORTUGAL ................................................................................................. 04 
EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA ......................................................................................... 08 
IDADE MODERNA .......................................................................................................................... 11 
PACTO COLONIAL ........................................................................................................................ 12 
REFORMA E CONTRARREFORMA ........................................................................................... 12 
EXERCÍCIOS (PROVAS ANTERIORES) ................................................................................... 13 
 
CAPÍTULO II ............................................................................................................................... 16 
DESCOBRIMENTO DO BRASIL ........................................................................................... 16 
PERÍODO PRÉ-COLONIAL ................................................................................................... 17 
PERÍODO COLONIAL .................................................................................................................. 19 
PERÍODO JOANINO ............................................................................................................... 60 
REGÊNCIA DE D. PEDRO ............................................................................................................ 64 
EXERCÍCIOS (PROVAS ANTERIORES) .................................................................................... 66 
 
CAPÍTULO III .......................................................................................................................... 82 
PRIMEIRO REINADO .................................................................................................................... 82 
PERÍODO REGENCIAL (1831-1840) ........................................................................................ 88 
EXERCÍCIOS (PROVAS ANTERIORES) ................................................................................... 96 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ............................................................................................ 104 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HISTÓRIA DO BRASIL – VOLUME 1 - 2017 
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CPREM 
CAPÍTULO I 
TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO PARA O CAPITALISMO 
 
O termo Idade Média é utilizado para englobar um período de aproximadamente mil anos 
(476 D.C. -1453 D.C.) no qual encontramos um conjunto de características políticas, econômicas e sociais 
que formaram o chamado feudalismo (economia agrária, amonetária e de subsistência com pouca 
atividade comercial; o poder político estava descentralizado, através do qual se observavam as relações 
de suserania e vassalagem. O poder político estavafragmentado nos feudos).Observa-se também que, na 
Idade Média, a Igreja Católica exercia um grande poder ideológico sobre as populações europeias e, por 
isso, a Idade Média é vulgarmente conhecida como “Noite de Mil Anos”. 
Durante a Baixa Idade Média (séc. XI ao XV) observam-se transformações na estrutura 
feudal que serão responsáveis pela transição do feudalismo para o capitalismo. 
A partir das Cruzadas (expedições cristãs, militares-religiosas, que partiram da Europa, para 
libertar a Terra Santa do domínio muçulmano) há a retomada do contato entre o Ocidente e o Oriente, 
através do Mar Mediterrâneo e esta retomada do contato fez com que produtos orientais (seda, marfim, 
perfumes, especiarias, etc.) voltassem a ser comercializados em diversas regiões do continente europeu 
nas feiras que surgiam em pontos de paradas de caravanas ou em regiões mais populosas. Este comércio 
feito a longas distâncias transformou a realidade feudal europeia e trouxe o Renascimento Comercial e 
Urbano para o Continente Europeu. 
 
 
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HISTÓRIA DO BRASIL – VOLUME 1 - 2017 
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CPREM 
 
 
Graças ao Renascimento Comercial e Urbano, que dinamizará a economia europeia, surgirá 
uma nova classe social, a burguesia, que irá fomentar não apenas as atividades econômicas, mas também 
as atividades artísticas e intelectuais questionando o poder do clero católico em vários aspectos. 
Estemovimento ficou conhecido como Renascimento Cultural. 
A Europa transformava-se e a atividade comercial, através do Mediterrâneo, intensificava-se e 
nesse contexto as cidades italianas, em especial Gênova e Veneza monopolizavam, juntamente com a 
cidade de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia) o comércio de especiarias do Oriente encarecendo-
as. Comerciantes e nobres lucravam com o comércio de especiarias. 
 O século XIV trouxe uma grave crise que fez assinalar mais um golpe para a realidade 
feudal, tendo em vista que ao longo deste século haverá a temida peste negra (bubônica), a Guerra dos 
Cem Anos (França x Inglaterra), várias revoltas camponesas e a queda da produtividade agrícola. 
Nesse quadro de crise do século XIV Portugal se consolidou enquanto Estado Nacional e, de 
certa maneira, lucrou, pois, tendo em vista as dificuldades comerciais geradas pela “crise do século XIV”, 
o porto de Lisboa se tornou uma alternativa às rotas comerciais que levavam os produtos do Oriente para 
o norte da Europa. 
 
 
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CPREM 
 
LINHA DO TEMPO 
 
IDADE ANTIGA IDADE MÉDIA 
476 1453 
FEUDALISMO 
CRUZADAS 
RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO 
GUERRA DE RECONQUISTA (732-1454) 
EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA 
FORMAÇÃO DE PORTUGAL 
RENASCIMENTO CULTURAL 
 
 
 
 
IDADE MÉDIA IDADE MODERNA 1453 - 1789 
 
 EXPANSÃO MARÍTIMA (GRANDES NAVEGAÇÕES) 
ABSOLTISMO / MERCANTILISMO 
RENSACIMENTO CULTURAL 
REFORMA E CONTRARREFORMA 
BRASIL COLÔNIA 
 
 
 
 
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CPREM 
FORMAÇÃO DE PORTUGAL 
 Portugal, assim como o conhecemos na atualidade, começou a ser formado durante a 
Idade Média a partir da Reconquista (lutas dos cristãos para expulsar os muçulmanos–mouros, também 
chamados de sarracenos da Península Ibérica entre 732d.C. a 1454 d.C.). Durante estas lutas os vários 
reinos cristãos da Península Ibérica foram se estruturando e se consolidando politicamente. 
O Rei Afonso VI, do reino de Leão, cede o Condado Portucalense (Portucale) ao nobre 
Henrique de Borgonha. O filho de Henrique, Afonso Henrique de Borgonha, emancipa o Condado, em 
relação ao Reino de Leão, tornando-o um Reino independente. Nasce assim o reino de Portugal e sua 
primeira dinastia, a dinastia de Borgonha ou Afonsina (1139-1383). O último rei da dinastia de 
Borgonha foi D. Fernando, morto em 1383 semdeixar herdeiros homens, sua filha era casada com o Rei 
de Castela e tal fato abriu caminho para Castela tentar anexar Portugal; porém a nobreza lusitana, 
comandada por D. João de Avis, reage na chamada Revolução de Avis (1383-1385) derrotando os 
castelhanos na batalha de Aljubarrota mantendo assim a independência de Portugal e iniciando uma nova 
dinastia em Portugal a partir da coroação de D. João de Avis como o Rei D. João I, era o início da 
dinastia de Avis(1385-1580) que se encerrou em 1578 com a morte do Rei D. Sebastião. A morte de D. 
Sebastião sem que deixasse herdeiros, mergulhou Portugal numa grave crise na qual acontecerá a União 
Ibérica(1580-1640) onde Portugal passou a ser governado pelos reis espanhóis. Somente em 1640, 
Portugal retomará sua autonomia política-administrativa através de D. João de Bragança que se tornou o 
Rei D. João IV iniciando a dinastia de Bragança (1640-1910). 
 
 
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DINASTIAS DE PORTUGAL: 
 
Borgonha ou Afonsina – 1139 a 1383: Unificou Portugal e expandiu o território durante a Reconquista; 
Portugal iniciou a formação de seu Estado Nacional Moderno; 
Igreja Católica e Nobreza lusitana apoiaram a Dinastia de 
Borgonha, durante a Reconquista, isso facilitou a centralização 
política de Portugal; 
Afonso Henrique de Borgonha, o Conquistador,foi o primeiro Rei 
Da Dinastia de Borgonha e Dom Fernando, o Formoso foi o 
último. 
 
Avis – 1385 a 1580: D. João, Mestre de Avis, manteve a independência de Portugal (Revolução de Avis); 
Esta Dinastia consolidou o Estado nacional Português; 
O Infante D. Henrique (filho do Rei D. João I – João de Avis, também chamado de 
Henrique, o Navegador, fundou a Escola de Sagres (1417) inaugurando o Período 
Henriquino das navegações em Portugal o que ajudou a impulsionar a Expansão 
Marítima Lusitana; 
Essa Dinastia realizou a Expansão Marítima portuguesa, apoiada na Igreja Católica e 
na nobreza ligada aos interesses mercantis de Portugal; 
Dom Sebastião foi último Rei da Dinastia de Avis. 
 
União Ibérica – 1580 a 1640: Período conhecido como “Filipino” ou “Espanha dos Felipes”. Período 
no qual Portugal foi governado pelos Reis espanhóis; foi um período de 
forte decadência para Portugal. 
 
Bragança – 1640 a 1910: Iniciada após a “Restauração de Portugal,” teve em Dom João IV seu primeiro 
Rei; Decadência econômica de Portugal. 
 
 
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FORMAÇÃO DE PORTUGAL 
 
 
 
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EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA 
 
 Podemos definir Expansão Marítima ou Expansão Ultramarina Europeia como sendo a 
procura por uma rota alternativa para as Índias (Oriente) com o objetivo de romper o monopólio 
Mediterrâneo no comércio de especiarias. Nesse contexto Portugal foi o pioneiro no processo de 
Expansão Marítima devido a uma série de fatores que favoreciam Portugal: 
 Portugal foi o primeiro Reino europeu a superar o feudalismo e tornar-se um Estado 
Moderno (Absolutismo); 
 Posição geográfica favorável; 
 Vocação marítima; 
 Escola de Sagres fundada por Henrique, o Navegador; 
 Comércio realizado com o norte europeu a partir da rota entre o Mediterrâneo 
(estreito de Gibraltar) e o Atlântico (Mar do Norte), passando pelo porto de Lisboa; 
 Apoio da Igreja Católica (expandir o catolicismo); 
 Espírito cruzadista; 
 Nobreza mercantil (ligada às atividades comerciais); 
 Avanço tecnológico (Escola de Sagres) – astrolábio, caravela,etc; 
 Paz interna. 
 
EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA 
(PÉRIPLO AFRICANO – CICLO ORIENTAL DAS NAVEGAÇÕES ou CICLO SUL DAS NAVEGAÇÕES) 
 
Portugal contornou e fundou feitorias (pontos de apoio para novas expedições e polos de 
comércio) no litoral africano com objetivo de chegar às Índias para acessar o comércio de especiarias 
rompendo, dessa maneira, o monopólio Mediterrâneo exercido pelas cidades italianas e por 
Constantinopla. Em 1453 os Turcos Otomanos invadiram e ocuparam Constantinopla, encarecendo 
ainda mais o comércio de especiarias; esse fato fez com que Portugal acelerasse a conquista do litoral 
africano. 
 
 
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PRINCIPAIS ETAPAS DA EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA 
 
1415 – Conquista de Ceuta (estreito de Gibraltar) 
1419 – Ilha da Madeira – Sistema de Capitanias Hereditárias neste território 
1434 – Cabo Bojador – Gil Eanes 
1441 – Início do tráfico negreiro nas ilhas atlânticas ocupadas por Portugal 
1456 – Portugal chega a Cabo Verde 
1488 – Cabo das Tormentas (Boa Esperança) – Bartolomeu Dias 
1498 – Chegada à Calicute (Índias) – Vasco da Gama 
1500 – Brasil – Pedro Álvares Cabral 
 
 
 
 
EXPANSÃO MARÍTIMA ESPANHOLA 
 
A Espanha iniciou sua expansão marítima após o término da Guerra de Reconquista em seu 
território, portanto sua primeira viagem de grandes navegações se deu em 1492, com o navegador 
genovês Cristóvão Colombo que visou atingir o oriente navegando para o ocidente (navegar para o oeste 
para se chegar ao leste) realizando o contorno no globo terrestre, porém Colombo desconhecia a 
existência de um verdadeiro continente entre a Europa e a Ásia, portanto, a primeira viagem espanhola de 
grande navegação descobre um novo continente: a América. 
 
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 A viagem de Colombo, e a consequente descoberta da América, tornou a Espanha uma 
grande potência europeia e a histórica rivalidade com Portugalse faz presente redundando na assinatura de 
Tratados entre os dois países: 
 1480 – TRATADO DE ALCAÇOVAS TOLEDO: Espanha reconhece a posse de 
Portugal sobre o litoral africano. 
 1493 – BULA INTER COETERA: tratado proposto pela Espanha e pelo Papa 
Alexandre VI com objetivo de dividir as terras descobertas e a serem descobertas entre Portugal e 
Espanha a partir de um meridiano que passasse a 100 léguas a oeste de Cabo Verde. Portugal 
recusa esse acordo. 
 1494 – TRATADO DE TORDESILHAS: tratado imposto por Portugal à Espanha 
no qual há a divisão das terras descobertas e a serem descobertas a partir de um meridiano que 
passasse a 370 léguas a oeste de Cabo Verde. 
 1529 – TRATADO DE SARAGOÇA: Portugal comprou as Ilhas Molucas da 
Espanha 
 
 Entre 1519 e 1522 foi realizada a primeira viagem de circunavegação com os 
navegadores Fernão de Magalhães e Sebastião El Caño a mando da Coroa espanhola. 
 
 
 
 
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IDADE MODERNA 
 
O Período compreendido entre 1453 e 1789 é conhecido por Idade Moderna e apresenta 
várias diferenças em relação à Idade Média. 
Do ponto de vista político a Idade Moderna se caracterizava pelo ABSOLUTISMO 
MONÁRQUICO, ou seja, o Poder Político estava centralizado na figura do Rei. 
Do ponto de vista econômico a Idade Moderna é marcada pelo MERCANTILISMO 
(Capitalismo Comercial ou Capitalismo Primitivo). 
O Mercantilismo visava fortalecer o Estado, não havia liberdade de comércio.Alivre 
iniciativa era limitada. As atividades econômicas eram controladas pelo Estado e o Estado era, em última 
análise, o próprio soberano (Rei). O Estado concedia privilégios comerciais a grupos específicos 
(Companhias de Comércio) e concedia privilégios e vantagens à nobreza e ao clero. Para enriquecer o 
Estado o Mercantilismo se valia de algumas práticas: 
 Metalismo: Acúmulo de metais preciosos; na Espanha era chamado de Bulionismo 
 Protecionismo: Taxas e barreiras alfandegárias aos produtos estrangeiros 
 Balança Comercial Favorável: os Estados procuravam exportar mais e importar 
menos, gerando superávits e evitando os déficits na balança comercial 
 Colonialismo: exploração de colônias através do pacto colonial 
 Tráfico Negreiro: atividade altamente rentável 
 Pacto Colonial ou Exclusivismo Metropolitano: desdobramento do colonialismo, 
prendia as colônias às suas metrópoles (monopólio) 
 Corsários: piratas eram contratados por Estados europeus para pilharem navios ou 
colônias de países rivais 
 
 
 
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PACTO COLONIAL 
 
 
REFORMA E CONTRARREFORMA 
A Idade Moderna foi um período de transição entre o sistema feudal e o sistema 
capitalista.Durante essa transição observa-se a perda da hegemonia religiosa da Igreja católica no 
continente europeu. Tal fato se deve ao surgimento de novas religiões cristãs sem o domínio ou a 
influência do Papa; trata-se das religiões Protestantes (Reforma Protestante) que surgiram na Europa a 
partir de 1517 com o Monge Martinho Lutero (Luteranismo). Logo em seguida vieram João Calvino 
(Calvinismo), Henrique VIII (Anglicanismo), John Knox (Presbiterianismo), os Huguenotes na França, os 
Anabatistas na Alemanha (Sacro-Império), etc. 
Com o movimento Protestante a Igreja Católica perdia fieis, poder e influência. Reagindo 
com o movimento que ficou conhecido como Contrarreforma católica. A Contrarreforma consistiu, 
basicamente, numa tentativa de moralização do clero católica, decidida a partir do Concílio de Trento 
(1545) na Itália e no combate às ideias protestantes, consideradas heréticas. 
O Concílio de Trento estabeleceu a obrigatoriedade do clero de cursar seminários, proibiu a 
venda de indulgências e simonias, proibiu a venda de cargos eclesiásticos, criou o Index Librorun e 
reforçou o poder do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição). 
A Igreja Católica se utilizou dos jesuítas (ordem religiosa católica criada por Inácio de 
Loyolla e por Francisco Xavier) no processo de catequese e educação nas colônias ibéricas. 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS Capítulo 1 
 
1. (EsAEx 1997) O movimento cristão para expulsar os árabes da Península Ibérica, que teve como 
consequência a doação de Portugal a D. Henrique de Borgonha, é chamado de: 
a) Noite Triste b) Levante c) Batalha d) Reconquista e) Tormentas 
 
 
2. (EsAEx 2006) No século XV, Portugal e Espanha deram início à expansão marítima europeia, da qual 
resultaram grandes impérios coloniais, a exemplo do Brasil. As afirmativas abaixo dizem respeito às 
várias explicações acerca do expansionismo e dos descobrimentos portugueses dos séculos XV e XVI. 
Analise-as e, a seguir, assinale a alternativa correta: 
I – A busca por rotas comerciais alternativas na tentativa de escapar das altas taxas cobradas 
pelos turcos-otomanos, a partir do domínio estabelecido por eles no Mediterrâneo ocidental em 1453; 
II –O desenvolvimento de instrumentos tecnológicos para a navegação, a partir de estudos 
realizados por cartógrafos, astrônomos, matemáticos e navegadores na Escola de Sagres; 
III – A aliança entre portugueses, venezianos e genoveses para fortalecer o monopólio que 
mantinham sobre o Mediterrâneo, visando anular os prejuízos causados pela invasão árabe na Península 
Ibérica ocorrida naquele período; 
IV – As aspirações da burguesia mercantil que havia consolidado a sua relação com a Coroa 
durante a Revolução de Avis, entre 1383 e 1385, quando as forças de Castela foram expulsas de Portugal 
e Dom João I assumir o Trono. 
 
a) Somente I está correta b) Somente I e III estão corretas 
c) Somente I, II e IV estão corretas d) Somente I, III e IV estão corretas 
e) Somente II e IV estão corretas 
Olá futuros Oficiais do Quadro 
Complementar do Exército Brasileiro, 
resolvam, ESTUDANDO, as questões de 
provas anteriores para que os senhores(as) 
possam se adaptar à maneira como a 
EsFCEx aborda os temas do edital. 
 
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3. (EsAEx 2001) Sobre os fatos determinantes que levaram Portugal a se tornar uma grande potência 
colonial e descobrir o Brasil no final do século XV, analise as afirmativas abaixo: 
I – Portugal se transformou num país marítimo voltando-se para o oceano no alvorecer do século 
II – A Espanha serviu de exemplo para Portugal porque precedeu os portugueses no início da 
expansão marítima 
III – O comércio europeu continental se caracterizou por ter se desenvolvido de forma quase que 
unicamente marítima até o século XIV 
IV – As demais nações europeias só investiram na corrida colonial após o século XVII 
Assinale a opção correta: 
a) I b) II e III c) III e IV d) I, II e III e) Todas 
 
 
4. (EsAEx 2005) Sobre as questões que motivaram o empreendimento marítimo dos portugueses, não é 
correto afirmar que: 
a) o papel pioneiro de Portugal na expansão ultramarina está relacionado com a intensificação da rota 
marítima comercial que contornava o continente europeu pelo estreito de Gibraltar para chegar ao Mar do 
Norte. 
b) o projeto econômico da Coroa lusitana de navegar em direção à Ásia contou com os recursos 
financeiros da nobreza tradicional e da burguesia, ambas unidas por uma aliança matrimonial para a 
consolidação precoce do Estado Português. 
c) a expansão marítima dos países da Europa deriva-se do desenvolvimento do comércio continental 
europeu e de um novo sistema de relações internas que integrava o Mar Mediterrâneo ao Mar do Norte, 
especialmente a partir da revolução na arte de navegar. 
d) os portugueses, buscando se livrar da concorrência no continente europeu e contando com suas 
vantagens geográficas empregaram seus esforços no comércio com a costa Ocidental da África. 
e) a riqueza das repúblicas italianas e dos mouros, originada do comércio com as Índias, levou Portugal a 
desenhar um plano de navegação para atingir o Oriente contornando a África. 
 
 
 
 
 
 
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05. (EsAEx 2002) Examinando-se a situação europeia à época das grandes navegações e dos grandes 
descobrimentos, pode-se corretamente afirmar que: 
a) acima dos Pirineus estavam os países responsáveis pelo início das grandes navegações. 
b) os Países Balcânicos viviam fechados na Europa. 
c) a Inglaterra vivia ensimesmada na sua ilha. 
d) a Rússia não se comunicava com outros mundos fora da Europa 
e) a Espanha e Portugal eram pontos de contato com a Europa. 
 
 
06. (EsAEx 2003) Dentre as causas que determinaram o surto expansionista europeu que levou aos 
grandes descobrimentos encontramos o(a): 
a) renascimentodo comércio de escravos. 
b) ausência de atividade pesqueira em Portugal 
c) Marrocos como grande produtor de ouro e prata. 
d) desestímulo Papal aos empreendimentos portugueses. 
e) ausência de laços históricos com o Imperialismo europeu medieval. 
 
7. (EsAEx 2000) O Brasil, neste ano 2000, completou 500 anos. A esquadra de Cabral, eu aqui chegou 
em 22 de abril de 1500, era basicamente uma: 
a) esquadra de tipo militar porque pretendia fundar uma feitoria na Índia. 
b) missão exploradora porque Portugal, oficialmente, já sabia da existência da terra do Brasil. 
c) esquadra de navios leves porque Portugal buscava maior mobilidade num provável combate com 
espanhóis. 
d) esquadra semelhante à empregada no costeio da África visando o intercâmbio comercial com os 
nativos. 
e) expedição inferior a de Vasco da Gama porque cabia a Cabral apenas completar a presença na Índia. 
 
 
GABARITO CAP I 
 
1–Letra D; 2 – Letra C; 3 – Letra A; 4 – Letra B; 5 - Letra E; 6 – Letra; A 7 – Letra A 
 
 
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CAPÍTULO II 
DESCOBRIMENTO DO BRASIL 
 
 O termo “Descoberta” foi utilizado por muito tempo, pela historiografia brasileira, para 
designar a chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 22 de abril de 1500. Atualmente 
existem várias visões e posições acerca dos primeiros contatos entre portugueses e silvícolas no Brasil; 
fala-se em conquista europeia e em extermínio das populações nativas com imposição dos valores 
europeus e dos reais interesses lusitanos em ocupar terras à oeste do Oceano Atlântico. 
A “descoberta” do Brasil, feita por obra do acaso, não é mais aceita pela atual historiografia 
brasileira. Vários documentos e fontes contestam e derrubam essa versão demonstrando a 
intencionalidade da chegada de uma esquadra portuguesa em terras americanas. 
 O avistamento dos primeiros sinais de terra, feito pela esquadra de Cabral, com a posterior 
identificação de um monte em 21 de abril de 1500 (Monte Pascoal) e a entrada dos navios portugueses 
na Baía Cabrália (Santa Cruz Cabrália – em Porto Seguro - BA), no dia 22 de abril de 1500, fez parte 
dos planejamentos portugueses estabelecidos durante a sua expansão marítima para controlar os mares e 
expandir seus domínios.Pois, ao se estabelecerem ao longo do litoral brasileiro, os portugueses 
controlariam a rota pelo Atlântico Sul, pois já controlavam o litoral oeste da África, e o caminho para as 
Índias. 
 Observemos os argumentos que defendiam a causalidade da chegada de Cabral e aqueles 
argumentos que derrubam essa tese. 
 
Destacam-se os seguintes argumentos (teses) da causalidade da chegada da esquadra de 
Cabral ao Brasil: 
 A esquadra de Cabral fora armada com 13 navios para conquistar Calicute 
 O objetivo da viagem de Cabral era as Índias 
 Correntes marítimas teriam desviado a frota 
 Afastamento em demasia do litoral africano (volta ao largo) para se evitar as 
calmarias nessa região (recomendação dada a Cabral dada pelo próprio Vasco da Gama) 
 Calmarias teriam atrapalhado a viagem 
 
 
 
 
 
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Argumentos que demonstram a intencionalidade da chegada da esquadra de Cabral: 
 Navegadores experientes na frota (Bartolomeu Dias) 
 Não há relato de calmarias 
 Carta de Pero Vaz de Caminha notificando o “achamento” da terra e sem 
demonstrar surpresas com a chegada ao Brasil, apenas faz um relatório das possibilidades que a 
terra oferece e sobre as populações nativas aqui encontradas 
 Tratado de Tordesilhas (1494) 
 Relatos de navegadores portugueses, anteriores a Cabral, sobre o litoral do 
Brasil (João Coelho da Cruz – 1493 – no atual Pernambuco, Duarte Pacheco Pereira – 1498, nos 
atuais Pará e Maranhão e o espanhol Pinzón – 1500, no atual Pernambuco). 
 
Com a chegada da esquadra de Cabral ao Brasil foi realizada a primeira missa no 
território brasileiro, pelo Frei Henrique Soares de Coimbra. 
Cabral batizou a nova terra de ILHA DE VERA CRUZ, posteriormente a terra passou 
a ser chamada de TERRA DE SANTA CRUZ, somente mais tarde, o território português na 
América, ficou conhecido como BRASIL. Os nativos da terra chamavam-na de PINDORAMA 
 
PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530) 
Os primeiros trinta anos, após a chegada de Cabral, não despertaram maiores interesses da 
Coroa Portuguesa em relação ao Brasil, tendo em vista que o comércio dos produtos do litoral africano 
e as mercadorias do Oriente se mostravam mais lucrativos para Portugal, além do fato de não se ter 
encontrado metais preciosos no litoral do Brasil. 
Observamos, durante o Período Pré-Colonial, a EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASILfeita 
através da seguinte forma: 
 Estanco Real – Monopólio Régio (todos os produtos pertenceriam ao Estado – Rei) 
 Escambo com indígenas 
 Fundação de feitorias no litoral 
 Arrendatários do pau-brasil – comerciantes autorizados pelo Rei 
 A exploração do pau-brasil foi uma atividade meramente extrativista, não havia o 
cultivo ou replantio da madeira e nem fixava o português à terra. 
 
 
 
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 O pau-brasil era utilizado, na Europa, para o tingimento de tecidos e para confecção de 
móveis utilizados pela nobreza, por isso era valorizado e por isso despertou a cobiça de outros países 
europeus que enviavam corsários ao litoral para contrabandear a madeira. Nota-se também a presença de 
piratas e corsários que vinham ao litoral brasileiro para também contrabandeá-la. 
 Durante o período pré-colonial não houve a fundação de núcleos populacionais e sim de 
armazéns que serviam de depósitos e ponto de apoio para navios portugueses. Portugal enviou, nesse 
período, algumas expedições ao litoral brasileiro: 
 
EXPEDIÇÕES EXPLORADORAS: 
 
 GASPAR DE LEMOS– 1501: Sua missão era fazer o levantamento do litoral 
brasileiro, mapeando-o e verificando as possibilidades de exploração.Chegou à praia dos Marcos 
(RN), onde foi fincado um marco de pedra, sinal da posse da terra. A partir de então, iniciou a sua 
missão exploradora navegando pela costa, em direção ao sul, onde avistou e denominou pontos 
litorâneos, conforme calendário religioso da época. Sua missão da teve como limite sul a região de 
Cananéia (SP). 
 
 GONÇALO COELHO– 1503: Sua missão era iniciar a exploração do pau-brasil, 
fundou a primeira feitoria (Itamaracá) e realizou a primeira entrada para o interior (na região de 
Cabo Frio, com Américo Vespúcio). 
 
EXPEDIÇÃO GUARDA COSTAS: 
 
 CRISTÓVÃO JACQUES – Entre 1516 e 1528: Sua missão era proteger o litoral 
do Brasil da presença de piratas e corsários, evitando o contrabando do pau-brasil. 
 
 
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PERÍODO COLONIAL (1530-1815) 
BRASIL LIGADO AO ANTIGO SISTEMA COLONIAL (ASC) 
 
Ficou claro para a administração portuguesa a necessidade de iniciar o povoamento do Brasil, 
pois, caso contrário, Portugal poderia perder o domínio do território devido à ameaça estrangeira. Havia 
também a realidade da concorrência de outros países europeus em relação ao comércio das especiarias do 
Oriente, reduzindo, assim, os lucros que Portugal obtinha com as Índias. Portugal vai, portanto iniciara 
colonização do Brasil dentro da lógica do mercantilismo europeu, ou seja, o Brasil estaria ligado ao pacto 
colonial (exclusivismo metropolitano). 
A colonização se efetuou com o objetivo de atender os interesses de Portugalno sentido de se 
montar uma atividade, em terras brasileiras, que trouxesse lucros para Portugal e lucros rápidos sem que 
se preocupasse em tornar o território brasileiro autossuficiente e desenvolvido,mas sim dependente do 
mercado externo e preso às determinações de Portugal. 
A primeira expedição enviada para iniciar a colonização do Brasil foi comandada por 
MARTINAFONSO DE SOUSAem 1530, dando início ao Período Colonial. Esta expedição fundou a 
primeira Vila no Brasil: São Vicente, onde foi montado o primeiro engenho de açúcar (São Jorge). 
Chegaram, também com Martin Afonso de Sousa,as primeiras cabeças de gado e iniciou-se a lavoura 
canavieira. 
A expedição colonizadora de Martin Afonso explorou desde o litoral norte do Brasilaté a 
Bacia Platina (entre a atual Argentina e o atual Uruguai), ou seja, fora dos domínios portugueses 
determinados pelo Tratado de Tordesilhas. 
Para fixar os primeiros colonizadores no Brasil, e trazer lucros imediatos a Portugal, a 
atividade econômica escolhida foi a lavora canavieira, realizada através do sistema de plantation. 
O clima e o solo (massapê) eram favoráveis ao cultivo da cana de açúcar, além do fato de que 
Portugal já dominava o plantio da cana em suas ilhas atlânticas no litoral da África; iniciava-se, dessa 
forma,a agro manufatura açucareira no Brasil. 
 A atividade açucareira no Brasil colônia estava associada ao capital holandês (batavos ou 
flamengos) no transporte e refino do açúcar na Europa. Portugal havia se associado aos holandeses por 
diversas razões, porém a lenta decadência econômica de Portugal foi fator preponderantepara essa 
associação. 
 
 
 
 
 
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PLANTATION: 
 Monocultura / Apenas uma pequena porção das terras era utilizada para a lavoura 
de subsistência 
 Produção para o mercado externo 
 Latifúndio (Grande propriedade agrícola) 
 Mão de obra escrava 
 A expedição de Martin Afonso iniciou o processo de colonização do Brasil, porém foi 
insuficiente para ocupar e proteger o vasto território português na América; o Estado português também 
não tinha recursos para proteger e ocupar as terras brasileiras, por esta realidade a Coroa Portuguesa 
resolve implantar no Brasil um sistema que já utilizara em suas ilhas Atlânticas, dessa forma instala-se no 
Brasil o sistema de Capitanias Hereditárias. 
 
CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534-1759) 
 
 O Brasil foi dividido em 15 lotes de terra, cada lote (Capitania Hereditária) era entregue a 
um particular, geralmente membros da pequena nobreza ou comerciantes, que deveria ocupar, povoar, 
proteger e desenvolver a Capitania com recursos próprios. A primeira Capitania hereditária no Brasil foi a 
Capitania da ilha de São João (atual Fernando de Noronha), criada ainda durante o Período Pré-
Colonial. 
Os Capitães Donatários eram a maior autoridade na Capitania e sua ligação jurídica 
administrativa estava discriminada em dois documentos: 
 CARTA DE DOAÇÃO– Documento de posse da terra, espécie de escritura. O 
Donatário tinha a posse da terrae a hereditariedade da Capitania lhe era assegurada, mas o Rei era 
o verdadeiro proprietário das Capitanias. 
 FORAL– Documento onde estavam discriminados os direitos e deveres dos 
Capitães Donatários e os direitos da Coroa (Rei). Era uma espécie de regulamento que regia o 
sistema de Capitanias. 
 
 
 
 
 
 
 
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Principais DIREITOS dos Donatários: 
 Doar sesmarias (as sesmarias eram lotes de terra para a agricultura e deveriam 
produzir em um prazo de 5 anos, após 2 anos de real produção o sesmeiro tornar-se-ia dono da 
terra) 
 Fundar vilas 
 Cobrar impostos na Capitania 
 Escravizar índios 
 Receber a Vintenta (5% dos lucros da exploração do pau-brasil e sobre os 
pescados) 
 Receber a Dízima (10% dos lucros enviados para Portugal) 
 
Principais DEVERES dos Donatários: 
 Povoar, ocupar, proteger as terras com seus recursos próprios 
 Manter a fé católica evitando o protestantismo e heresias 
 Pagar impostos à Coroa 
 Formar milícias para defender a terra 
 Manter a ordem (Poder Judicial) na Capitania 
 
O sistema de Capitanias Hereditárias visava proteger e colonizar o Brasil utilizando o mínimo 
de recursos por parte do Estado português, porém o sistema não deu o resultado esperado tendo em vista 
os seguintes fatores: 
 Falta de recursos dos Capitães Donatários 
 Falta de interesse de Capitães Donatários 
 Dificuldades de comunicações 
 Distâncias 
 Falta de efetivo para ocupar eficientemente a capitania 
 Ataques indígenas 
 Poucos e demorados lucros 
 Insalubridade da terra 
 Apesar dos fatores adversos o sistema de Capitanias vigorou no Brasil até o século XVIII 
sendo extinto somente em 1759 pelo Marquês de Pombal. 
 
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Das quinze Capitanias iniciais duas prosperaram: Pernambuco e São Vicente. Mas 
lentamente, ao longo do tempo, as Capitanias foram desmembradas em lotes menores de terra. 
 
 
 
Paralelamente ao sistema de Capitanias Hereditárias foram estabelecidos no Brasil os 
primeiros núcleos populacionais, as primeiras vilas e cidades e nestes núcleos observamos a criação das 
CÂMARASMUNICIPAIS nas quais as elites locais (senhores de engenho) exerciam a sua dominação 
político-territorial. 
 As Câmaras Municipais representavam a descentralização do poder, uma vez que estas 
surgiram da necessidade de um governo local que resolvesse os problemas com mais agilidade em relação 
à administração portuguesa. 
 As Câmaras Municipais eram controladas pelos chamados homens bons da colônia que 
eram os senhores de engenho de açúcar, brancos, católicos e donos de escravos. 
A escolha para compor aqueles que iriam integrar as Câmaras era feita através de eleições 
direcionadas, ou seja, somente os homens bons votavam em outros homens bons os quais se tornavam 
Oficiais da Câmara onde criavam determinações locais e fiscalizavam o comércio da região. 
Nos primeiros anos do Período Colonial, as Câmaras Municipais tinham muita autonomia, 
chegavam até a convocar Governadores para dar explicações e tratar de assuntos públicos, decretavam 
 
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guerra a tribos de índios e criavam arraiais (pequenos povoados). A autonomia municipal era representada 
e materializada, simbolicamente, pela existência de um pelourinho na praça principal. 
 Após a União Ibérica (1580-1640) Portugal busca ampliar o controle sobre o Brasil e a 
aumentar a exploração em sua colônia, será criado, em 1641, o Conselho Ultramarino, órgão 
fiscalizador das atividades coloniais, e vai limitar a atuação das Câmaras Municipais nomeando os juízes 
que presidiam as Câmaras Municipais, eram os chamados Juízes de Fora, que seriam vitalícios. 
 As Câmaras Municipais e sua estrutura de funcionamento demonstram que o poder 
político no Brasil estava sendo estruturadocom base nos interesses da oligarquia rural que se 
estabeleceu ao longo do Período Colonial. 
 
GOVERNO GERAL (1548-1808) 
 
 Com o objetivo prioritário de centralizar a administração colonial, subordinando as 
Capitanias Hereditárias para melhor controlá-las, a Coroa Portuguesa criou o sistema de Governo Geral 
através do Regimento Castanheira (Regimento Tomé de Souza ou Regimento Almerín). Uma das 
atribuições dadas ao Governador Geral, dentre tantas outras, era estimular a produção de açúcar no Brasil 
através da isenção de tributos, por certo tempo,incentivando aqueles que queriam montar os engenhos de 
açúcar. 
Para sede do Governo Geral foi escolhida a Capitania da Bahia de Todos os Santos devido à 
sua posição geográfica estratégica e pelo fato de seu Capitão Donatário (Francisco Coutinho) ter sido 
morto por ataque indígena. 
 Além do Governador Geral, que representava o Rei em terras brasileiras, foram criados 
outros cargos administrativos para auxiliarem o Governador Geral: 
 Capitão Mor – Oficial Superior encarregado da defesa do litoral brasileiro. 
 Provedor Mor – Funcionário público encarregado da fiscalização tributária na 
colônia. 
 Ouvidor Mor – Funcionário público encarregado dos assuntos judiciários na 
colônia. 
 Alcaide Mor – Militar encarregado de formar milícias locais para defesa do 
território. 
 Criou-se o Conselho de Vereança – Espécie de Câmara onde se reuniam os 
Homens Bons da colônia. 
 
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 Com a criação do sistema de Governo Geral os Capitães Donatários perderam autonomia 
(não cobrariam mais impostos e nem controlariam os estancos reais) e funções judiciais, além do fato das 
sesmarias, agora serem doadas pelos Governadores Gerais e não mais pelos Capitães Donatários. 
 
 
 
 O sistema de Governo Geral existiu no Brasil por 260 anos e ao longo desse período houve 
vários Governadores, porém estudaremos os três primeiros Governadores e os fatos mais relevantes de 
seus governos: 
 
 
I. Tomé de Souza (1549-1553): 
.Em seu governo foi fundada a cidade de Salvador com a ajuda do náufrago Diogo 
Álvares Correa (Caramuru) e definida como sede do Governo Geral; 
.Chegaram os primeiros jesuítas chefiados pelo padre Manoel da Nóbrega; 
.Brasil foi elevado a Bispado (1551) – Bispo D. Pero Fernandes Sardinha; 
.Início da criação de gado no nordeste do Brasil; 
.Fundação do primeiro colégio no Brasil, em Salvador; 
.Dificuldade em impor sua autoridade perante os Capitães Donatários 
 
II. Duarte da Costa(1553-1558): 
.Chega o padre jesuíta José de Anchietaque funda, juntamente com Manoel da 
Nóbrega, o Colégio de São Paulo de Piratininga. Anchieta, por seus trabalhos, é conhecido como 
Apóstolo do Brasil; 
.Franceses ocupam a Baía de Guanabara em 1555 e fundam uma colônia (França 
Antártica); 
.Morte do Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, no território do atual estado de 
Alagoas, pelos índios caetés; 
.Conflitos entre colonos portugueses (senhores de engenho) e padres jesuítas, devido 
à escravização de índios. 
 
 
 
 
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III. Mem de Sá (1558-1572): 
.Bom relacionamento com a Igreja Católica; 
.Início do tráfico negreiro de forma sistematizada; 
.Favoreceu a criação de missões jesuítas na região de Paranapanema (São Paulo); 
.Franceses expulsos da Baía de Guanabara (Estácio de Sá e José de Anchieta); 
.Governou até a sua morte em 1572, seu substituto (Luís de Vasconcelos) morre em 
alto mar devido a ataque de corsários franceses). 
 
Após a morte de Mem de Sá, o Rei de Portugal (D. Sebastião) resolveu dividir o Brasil em 
dois Governos Gerais: Brasil do Norte, com capital em Salvador e Brasil do Sul, com capital no Rio de 
Janeiro. Tal divisão procurou estabelecer um melhor controle sobre o Brasil, melhor proteção para o 
litoral e para o Rio de Janeiro, incentivar e fiscalizar melhor a produção açucareira. 
Esse sistema de dois Governos durou pouco tempo (1572-1578), pois não demonstrou 
resultados práticos. O sistema foi reunificado em um Governo único, com sede em Salvador. 
Durante a União Ibérica (1580-1640), ou seja: quando Portugal passou a ser governado pela 
Espanha, houve uma nova divisão do Governo Geral. Foram criados o Estado do Maranhão (sede em 
São Luís) e o Estado do Brasil (sede em Salvador). Esta nova divisão existiu entre 1621 e 1774 e tinha 
os objetivos de proteger a região norte do Brasil e melhor aproveitar as correntes marítimas que 
favoreciam as comunicações com Portugal. 
 
A partir de 1720 o sistema de Governo Geral passou a se chamar de Vice Reino. 
A partir de 1763 a sede do Governo geral veio para a cidade do Rio de Janeiro, com objetivo 
de melhor controlar o ouro que era explorado em Minas Gerais. 
O sistema de Vice Reino (Governo Geral) foi extinto em 1808, devido à chegada da Corte 
Portuguesa ao Brasil. 
 
 
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ECONOMIA – BRASIL COLÔNIA 
 
O Brasil estava inserido à lógica mercantilista europeia como colônia de exploração e, 
portanto, as atividades econômicas eram estruturadas no Brasil com vistas aos interesses metropolitanos 
portugueses (pacto colonial – Exclusivismo Metropolitano). 
A ocupação do território brasileiro se deu associada às atividades econômicas e se localizou 
ao longo faixa litorânea sendo, por isso, denominada de colonização caranguejo. 
Em relação à economia no Brasil, à época do período colonial, destacam-se: 
 
 EXPLORAÇÃO DO PAU-BRASIL: 
. Desde o período pré-colonial e ao longo de todo o período colonial 
. Atividade extrativista (predatória) – Não havia o replantio 
. Voltada ao tingimento de tecidos e à fabricação de móveis na Europa 
. Escambo – Troca de produtos com indígenas 
. Arrendatários do pau-brasil – Comerciantes autorizados pelo Rei para 
explorar a madeira 
. Feitorias – Armazéns ao longo do litoral brasileiro 
 
 AGRO-MANUFATURA DO AÇÚCAR: 
. A produção do açúcar no Brasil remonta às primeiras décadas do período colonial 
. Clima tropical, solo de massapê e experiência portuguesa no plantio foram 
essenciais para a instalação da grande lavoura canavieira no Brasil 
. Atividade açucareira era extremamente lucrativa no mercado europeu 
. Baseava-se no PLANTATION (grande propriedade agrícola – latifúndio, 
monocultura, mão de obra escrava, produção para o mercado externo) 
. Portugal associou-se ao CAPITAL HOLANDÊS (flamengos) com relação ao 
transporte e refino do açúcar na Europa; os grandes centros de importação e refino do açúcar 
estavam em Amsterdã, Londres, Hamburgo e Gênova 
. Rio de Janeiro e Nordeste (Pernambuco e Bahia) eram os principais centros 
produtores de açúcar 
. “COLONIZAÇÃO CARANGUEJO” – colonização realizada ao longo do litoral 
baseada na lavoura canavieira 
 
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. Engenho de Açúcar – Unidade produtora e local de domínio e opressão (Senhores 
de Engenho) 
. Os engenhos de açúcar movidos à água ficaram conhecidos como “Engenhos 
Reais”, pois eram maiores e possuíam maior produtividade. 
. Fazendas Obrigadas - Eram terras que os senhores de engenho cediam a um 
colono. Este tinha a obrigação de moer a sua cana no engenhodo senhor e deixar com ele mais da 
metade da sua produção. Nas Fazendas Obrigadas não havia o equipamento necessário para se 
moer a cana (Trapiche – Maquinário de moagem). 
. Engenhocas – Pequenos engenhos para produzir rapadura e cachaça. 
. O açúcar brasileiro era conhecido como açúcar “barreado”, pois se utilizava de 
barro para sua produção, havia no Brasil a figura do “banqueiro”, que era o escravo que auxiliava 
o mestre açucareiro na produção do açúcar, o açúcar era “purificado” nas casas de purgar 
. HOMENS BONS– Elite agrária (oligarquia rural) que se formava no Brasil ao 
longo período colonial (Senhores de Engenho) 
. Sociedade rural, patriarcal e estamental (estratificada - com pouca mobilidade 
social) 
 TRÁFICO NEGREIRO: 
. Atividade extremamente lucrativa dentro da lógica mercantilista europeia 
. Solução para o “problema” da mão de obra a ser utilizada nas lavouras 
canavieiras que se estruturavam no Brasil 
 
 PECUÁRIA: 
. Única atividade econômica voltada para o mercado interno 
. Introduzida no Brasil para subsidiar a atividade canavieira 
. Pecuária extensiva 
. Alvará de 1710 proibiu a pecuária extensiva a menos de 10 léguas (40 km) 
a partir do litoral – visava proteger a lavoura canavieira 
. Predominava a mão de obra livre (vaqueiros / caboclos) – Sistema de 
parceria 
. Um dos fatores responsáveis pela ocupação do interior do Nordeste (rio São 
Francisco – conhecido como “Rio dos Currais” e oRio Parnaíba) – Civilização do couroe da 
região sul (pampas) 
 
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. Tropas de mulas (rebanho muar) eram conduzidas pelos “tropeiros” – sua 
missão era abastecer os núcleos populacionais que se estabeleciam pelo interior do Brasil 
(transporte de mercadorias) 
. Feiras de Sorocaba – Era o maior ponto de comercialização de muares, até 
o século XIX. Era ponto de reunião de tropeiros que rumavam para as várias regiões do 
interior (RS, PR, SC, SP, MG, MT, RJ) 
. Produção de charque no RS para consumo interno brasileiro 
. Criação integrou as diferentes regiões do Brasil em relação às Minas Gerais 
à época da mineração (do RS para MG, passando por São Paulo e do NE para MG, através do 
Rio São Francisco) – mercado interno. 
 
 
 TABACO: 
. Fumo 
. Utilizado como moeda de troca por escravos africanos 
. Produzido, principalmente, ao longo do litoral nordestino. 
 
 DROGAS DO SERTÃO: 
. Produtos típicos da região amazônica 
. Atividade extrativista 
. Coordenada pelos Jesuítas 
. Responsável pela ocupação da bacia amazônica a partir do século XVII 
. Período da União Ibérica favorece a ocupação da região amazônica – O Capitão 
português Pedro Teixeira, a partir de 1616 navegou e tomou posse da bacia do 
Amazonas.Pedro Teixeira chegou a combater ingleses que também estavam se instalando na 
região norte (Guiana Inglesa). 
. Tentativa de acessar as minas de prata de Potosí (Peru e Bolívia) e proteger a 
região da presença estrangeira (principalmente franceses). 
. Essa atividade entrou em declínio após a expulsão dos jesuítas do Brasil em 
1759 
 
 
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 MINERAÇÃO: 
. Ouro descoberto ao final do século XVII na região de Minas Gerais (Vale do 
Rio da Mortes e Vale do Rio Doce) pelos bandeirantes oriundos de São Paulo e São Vicente. 
. Explorado por todo o século XVIII. 
. Gerou desabastecimento de gêneros no litoral (fome). 
. Portugal passou a regular, com maior rigor,o fluxo de produtos na região das 
Minas Gerais (mercadorias vindas de Portugal e comércio de escravos entre a Bahia e as 
Minas Gerais). 
. Guerra dos Emboabas – Conflito entre bandeirantes e forasteiros 
(principalmente portugueses), chamados de emboabas – Capão da Traição (massacre de 
bandeirantes em São João del Rey – O conflito aumentou em proporções por isso passou a 
atrapalhar a exploração aurífera. O Rei de Portugal interveio e determinou a expulsão dos 
bandeirantes de Minas Gerais que, por conta disso,interiorizaram-se (Mato Grosso, Goiás, 
Paraná). 
. INTENDÊNCIA DAS MINAS– Órgão administrativo português, ligado 
diretamente ao Rei de Portugal, criado para controlar as regiões mineradoras encarregada de 
ceder Datas (lotes de terra para a produção aurífera) e cobrar o Quinto (imposto referente a 
20% do peso de todo o ouro encontrado). 
. LAVRAS – Grandes áreas de exploração aurífera. 
. CAPITAÇÃO – imposto anual cobrado por quantidade de escravos nas regiões 
mineradoras (17 gramas de ouro por escravo). 
. CASAS DE FUNDIÇÃO – Órgão público criado por Portugal em 1720 para 
quintar (cobrar o quinto) e fundir o ouro. O objetivo era evitar o contrabando de ouro. Há 
também a proibição da circulação de ouro em pó no Brasil. 
. Revolta de Vila Rica (Felipe dos Santos) – Revolta na região das Minas 
Gerais, em 1720, liderada por Felipe dos Santos contra a criação das Casas de Fundição. A 
revolta fracassa e Felipe dos Santos foi condenado à morte. 
. FINTA–Imposto anual cobrado por região minerado (30@ anuais, depois há 
uma elevação para 100@ anuais). 
. DERRAMA – Cobrança compulsória e violenta das fintas atrasadas. 
. Inconfidência Mineira (1789) – Movimento emancipacionista em Minas gerais, 
motivado, dentre outras razões, pelo aumento da opressão metropolitana. 
 
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. Diamantes – explorados na região de Diamantina (Arraial do Tijuco) – 
Contratador de Diamantes (Funcionários nomeado pelo Rei, encarregado do controle da 
exploração de diamantes) – Real Extração de Diamantes(órgão responsável por controlar as 
regiões produtoras de diamantes em substituição à figura do Contratador). Brasil se tornou o 
segundo maior produtor mundial de diamantes, o que fez a Inglaterra pressionar Portugal a 
desestimular a exploração de diamantes no Brasil, com isso Portugal estabeleceu a cobrança 
da Capitação na região de exploração de diamantes. 
. Atração e aumento populacional – milhares de portugueses (calcula-se que 
vieram entre 500 mil a 800 mil portugueses) vieram para o Brasil durante o ciclo do ouro, essa 
migração maciça fez com que a Coroa de Portugal passasse a restringir a emigração de 
Portugueses e criar normas para que estes viessem para o Brasil em busca de ouro 
provocandoo despovoamento de Portugal. Uma destas restrições foia proibição da entrada de 
frades na região mineradora 
. Aumentou do tráfico negreiro. 
. Expansão territorial. 
. Movimentos artístico-culturais (Barroco – Aleijadinho, Mestre Ataíde e Mestre 
Valentin e Arcadismo – Literatura). 
. Urbanização (Surgimento de várias cidades na rota do ouro ou em função do 
ouro) 
. Rio de Janeiro se tornou a capital em 1763 para maior controle do ouro. 
. Centro Sul do Brasil ganha mais importância política e econômica em relação ao 
nordeste 
. Maior mobilidade social. 
. Diversificam-se os setores médios urbanos. 
. TRATADO DE METHUEN(1703) – Tratado assinado entre Portugal e 
Inglaterra, também conhecido como Tratado de Panos e Vinhos. Portugal comprava 
manufaturas da Inglaterra e a Inglaterra comprava vinhos de Portugal. Tratado vantajoso à 
Inglaterra (Superávit na balança comercial inglesa). Por conta deste tratado parte do ouro do 
Brasil foi para a Inglaterra. 
 
 
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 ALGODÃO: 
. De início as primeiras plantações de algodão eram voltadas para o mercado 
interno, principalmente para as camadas mais baixas da sociedade colonial; 
. No século XVIII houve um incremento da produção algodoeira; 
. Suprir a necessidade de algodão para abastecer as indústrias têxteis da 
Inglaterra (I Revolução Industrial) tendo em vista que as Treze Colônias Inglesas (atual 
EUA) estavam lutando pela sua independência; 
. Maranhão se tornou o principal polo produtor de algodão no século XVIII. 
 
 Companhias DE COMÉRCIO: 
. Eram companhias privilegiadas de comércio, criadas com objetivo de exercer o 
monopólio comercial sobre determinada região do Brasil. 
. Cia de Comércio do Brasil – 1647 
. Cia de Comércio do Maranhão – 1682 
. Cia de Comércio do Grão Pará e Maranhão – 1755 
. Cia de Comércio de Pernambuco e Paraíba – 1759 
 
 
 
FORMAÇÃO ÉTNICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA 
 
Ao longo do período colonial, paralelamente à ocupação territorial, foi-se estruturando a 
população brasileira e suas características culturais e raciais. Houve um processo de miscigenação 
(mistura racial) e sincretismo religioso e cultural. 
 No processo de miscigenação observamos: 
 Caboclos ou Mamelucos – Brancos e Índios 
 Mulatos – Brancos e negros 
 Cafuzos ou Caburés – Negros e índios 
 
 O ELEMENTO BRANCO – O colonizador europeu foi o responsável pela imposição dos 
valores culturais e religiosos. Sua presença no Brasil estava associada ao domínio político e econômico. 
 Em sua maioria, vinham para o Brasil com intuito de fazer negócios (especular), 
enriquecer, explorar as riquezas naturais do Brasil ou estabelecer estruturas que permitissem a exploração 
 
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de algum produto que lhe desse lucros. O colonizador branco português via o trabalho braçal como coisa 
de inferiores e formou a elite no Brasil Colônia. 
Ao analisar a formação de Portugal observa-se que os portugueses formam um povo 
miscigenado (Península Ibérica fora povoada por Fenícios, Celtas, Iberos, Romanos, Muçulmanos, alguns 
destes mulatos oriundos do norte da África). 
Durante o período colonial, fez parte da política de ocupação portuguesa o incentivo à 
miscigenação, pelo fato de Portugal não ter um contingente populacional elevado para ocupar e proteger 
todo o território brasileiro. 
Do elemento branco colonizador herdamos a religião, a cultura europeia, o vestuário, o 
idioma português e a organização familiar. 
 
 O ELEMENTO INDÍGENA – Eram as populações nativas do Brasil (autóctones). 
Habitavam ao longo de todo o território brasileiro e eram povos caçadores-coletores (nômades ou 
seminômades) não dominando técnicas agrícolas sofisticadas. Havia pouca diferenciação social dentro 
das populações indígenas, as divisões de tarefas eram feitas por sexo e idade, os homens eram guerreiros 
e caçadores e às mulheres cabiam tarefas domésticas, o cultivo de uma pequena horta familiar coletiva e a 
criação das crianças (curumins). 
As tribos eram comunidades independentes entre si, praticavam a poligamia, eram politeístas 
e a maioria das populações indígenas era antropófaga. O grupo indígena mais numeroso no Brasil era do 
tronco Tupi-Guarani, mas havia vários outros, tais quais os Jês, Caraíbas, Aruaques, etc. 
Calcula-se que havia, aproximadamente, cerca de 6 milhões de indígenas no Brasil à época da 
chegada dos portugueses. Essa população foi dizimada ao longo do processo de colonização. Tal 
extermínio se deve a vários fatores, tais quais: epidemias, guerras, escravização, imposição de valores 
religiosos e culturais europeus e suicídios. 
 Em 1570 surgiu a primeira Lei que protegia os indígenas em relação à escravidão, ela 
estabelecia que só se poderia capturar e escravizar índios em caso de “Guerra Justa” (quando as tribos 
indígenas se mostravam avessas à catequese e à aculturação resistindo às mesmas). Os Aimorés, também 
chamados de Botocudos, que habitavam do Espírito Santo ao sul da Bahia, não foram contemplados por 
esta Lei por serem arredios e agressivos ao extremo. 
Em 1755 o Marquês de Pombal editou uma Lei que deu plenas garantias (garantia de herança) 
aos filhos de brancos e índios, com vistas a estimular os casamentos inter-raciais, e em 1757 foi criada a 
chamada “Lei Áurea dos Índios”, também feita pelo Marquês de Pombal, que proibiu, definitivamente, a 
escravização de indígenas. 
 
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 Porém foi somente na primeira metade século XX, durante o governo do Presidente Afonso 
Pena, é que foi fundado o Serviço Nacional de Proteção ao Índio (SNPI), com o objetivo de proteger as 
populações indígenas e preservar sua cultura. A chefia do SNPI foi entregue ao Marechal Cândido 
Mariano Rondon que trouxe a seguinte diretriz no trato com as populações indígenas: “morrer se 
preciso for, matar jamais”. Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). 
Apesar do extermínio das populações indígenas brasileiras seu legado está presente até os dias 
atuais nos hábitos e na cultura do povo brasileiro. Podemos observar como contribuições indígenas: o 
vocabulário (Pindamonhangaba, Itaperuna, Jacaré, etc.). Os alimentos: tapioca, mandioca, guaraná, milho, 
palmito, etc. Práticas: dormir em rede, fumo (tabaco), banhos diários, coivara, etc. 
 
 O ELEMENTO NEGRO: A população de origem africana foi trazida para o Brasil na 
condição de escravos para suprir as necessidades de mão de obra para as lavouras de exportação 
(plantation) e, posteriormente, na mineração. 
 A opção pelo uso da mão de obra escrava africana se explica por diversos fatores, porém o 
fator mais importante e que leva à compreensão do escravismo eram os enormes lucros obtidos pelo 
tráficonegreiro. 
A prática do escravismo, na Idade Moderna, remonta ao processo de Expansão Marítima. 
Portugal já se utilizava da mão de obra escrava para suas ilhas atlânticas (Açores, Cabo Verde, Madeira) 
antes mesmo de Cabral ter chegado ao território brasileiro, com isso a atividade do tráfico negreiro foi se 
incorporando à lógica mercantilista de enriquecer o Estado. Traficar africanos trazia lucros para diversos 
segmentos: grupos tribais africanos, que capturavam outros africanos; enriquecia os traficantes europeus, 
a Igreja Católica, que ganhava um dízimo sobre a venda dos escravos, a Coroa (o Estado), através da 
cobrança de impostos e, por último, enriquecia o comprador final, uma vez que este teria um trabalhador 
para toda a vida sem ter maiores despesas com a manutenção deste trabalhador. 
 Outros fatores ajudam a entender a preferência pelo trabalho escravo africano em relação 
ao do indígena: as populações indígenas brasileiras não entendiam o trabalho na agricultura como sendo 
coisa de guerreiros, além do fato da Igreja Católica se opor à escravização dos indígenas, exceto em caso 
de Guerra Justa. As doenças exterminaram um grande número de índios ocasionando dificuldade de 
reposição de mão de obra. 
 A partir do terceiro Governador Geral (Mem de Sá) observamos o início do tráfico negreiro 
para o Brasil, de forma sistematizada, ou seja, contínua e com objetivo claro de suprir as necessidades da 
lavoura de cana de açúcar. 
 
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Os africanos eram trazidospara o Brasil nos navios negreiros (tumbeiros) onde o nível de 
mortalidade era altíssimo, havia também o banzo (depressão a qual vários escravos eram acometidos e 
que, muitas vezes, levava a morte). Mas mesmo com esse índice de mortalidade elevado, o comércio de 
escravos era, financeiramente, extremamente compensador. 
Ao chegarem aos portos brasileiros eram direcionados a “lugares de engorda” e depois eram 
vendidos nos mercados de escravos. 
Os africanos eram “classificados” como: boçais – africanos recém-chegados ao Brasil e que 
desconheciam o idioma e os e os costumes dos portugueses, os ladinos – africanos que já conheciam, de 
alguma forma, algo sobre o idioma e alguns costumes portugueses e os crioulos – escravos já nascidos no 
Brasil. 
A maioria dos africanos que vieram para o Brasil provinha de Angola, Guiné e Moçambique e 
as regiões que mais receberam escravos foram os portos do nordeste (Pernambuco e Salvador) e a cidade 
do Rio de Janeiro. 
A grande parte da população africana, que foi trazida para o Brasil nos navios negreiros 
(tumbeiros), pertencia aos seguintes grupos: Bantos – Angola e Moçambique sendo levados, 
principalmente para Pernambuco e Rio de Janeiro e os Sudaneses – Guiné, Nigéria e Daomé, sendo 
levados, principalmente, para Bahia. 
 O tráfico negreiro para o Brasil só foi extinto em 1850, através da Lei Eusébio de Queirós e 
a escravidão só foi definitivamente abolida em 1888, através da Lei Áurea. Ao longo destes mais de 350 
anos de escravidão houve várias maneiras de se utilizar a mão de obra dos africanos e seus descendentes, 
estes eram utilizados como escravos nas lavouras, na mineração, no comércio (escravo de ganho), na 
limpeza pública, nos afazeres domésticos e, até mesmo, como reprodutores. 
 Como forma de ajudar a aliviar as pressões sobre os escravos eram comuns certas 
concessões, tais quais a brecha camponesa (de origem medieval, era a permissão concedida aos escravos 
trabalharem em pequenas lavouras para o seu próprio consumo), a permissão de participar em festas 
populares (entrudos) com danças trazidas da África. 
Durante todo o período Colonial e ao longo de todo o período Monárquico calcula-se que 1/5 
de todos os escravos que vieram para a América foram direcionados para o Brasil e utilizados em diversos 
tipos de trabalho: lavoura, serviços domésticos, mineração, comércio (escravos ao ganho), limpeza 
pública, etc. 
Apesar das atrocidades cometidas pela escravidão os africanos resistiram a ela. Houve, 
durante todo o período em que a mão de obra escrava era Legal no Brasil, tentativas de fugas, criação de 
quilombos (o mais famoso foi o quilombo dos Palmares em Alagoas, na Serra da Barriga cujas 
 
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principais lideranças foram Ganga Zumba e Zumbi), através de suicídios, infanticídios, automutilações e 
do sincretismo religioso. 
 A presença negra no Brasil foi responsável pela formação cultural e racial do povo 
brasileiro. Como contribuições culturais podemos observar: vários ritmos musicais (samba, jongo, lundus, 
congadas), religiosidade (candomblé, umbanda), vocabulário (cachimbo, batuque, moleque, banzo, 
cacimba, etc.), folclore e lendas (negrinho do pastoreio), alimentos (cocada, feijoada, pé de moleque, 
acarajé, malagueta, jiló, quiabo, etc.). 
 
 
AMEAÇAS ESTRANGEIRAS AO TERRITÓRIO BRASILEIRO 
 
Países europeus jamais aceitaram a divisão do Mundo feita por Portugal e Espanha através 
dos Tratados de Toledo (1480) e Tordesilhas (1494) e com isso se utilizavam de corsários, para pilhar 
navios e contrabandear produtos das colônias ibéricas ou mesmo fundando suas colônias nos territórios de 
Portugal e Espanha. Em relação ao território brasileiro, observamos a presença estrangeira nas seguintes 
situações: 
 
 Corsários e piratas franceses, ingleses e holandeses – contrabando de pau-brasil, 
das drogas do sertão, de açúcar, do tabaco e de ouro. 
 
 França Antártica: Entre 1555 e 1567 os franceses se estabeleceram na Baía de 
Guanabara. 
Vieram para o Brasil no contexto da Reforma Protestante na Europa.A maioria dos 
franceses que se instalou na Baía de Guanabara era huguenote (calvinistas franceses) orientados 
pelo Almirante Colligny (líder huguenote francês). 
Os franceses que se estabeleceram na baía de Guanabara eram 
chefiados pelo Almirante francês Nicolau Durand Villegaignon fundando a França 
Antártica através de um núcleo populacional que seria a base da futura cidade de Henryville, na 
ilha de Sergipe, atual ilha de Villegaignon com apoio dos índios Tamoios, (Confederação dos 
Tamoios) do chefe guerreiro Cunhambebe. Para se protegerem os franceses construíram o Forte 
Colligny na entrada da baía de Guanabara. 
Os franceses desejavam possuir uma colônia na América do Sul e explorar 
oextrativismo do pau-brasil(Guerra do pau-brasil). 
 
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Mem de Sá (Governador Geral) enviou seu sobrinho, Estácio de Sá, para expulsar os 
franceses. 
Estácio de Sá se aliou aos índios Teminimós, cujo chefe guerreiro era Arari- 
boia, fundando a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1 de março de1565 na 
Fortaleza de São João. 
Estácio de Sá teve o apoio do padre jesuíta José de Anchieta, que conseguiupacificar 
parte dos índios Tamoios através do Armistício de Iperoig. Após algumas batalhas (Uruçu-
Mirine Canoas são as mais famosas)os franceses são expulsos. Estácio de Sá morreu durante as 
lutas 
 
 Expulsos do Rio de Janeiro em 1567 os franceses não abandonaram o nosso litoral: 
praticavam ações de corsoe pirataria, o que indicava a clara possibilidade da tentativa de 
instalação de um novo núcleo populacional em algum ponto doextenso litoral brasileiro, isso 
levou a Coroa Portuguesa a construir várias fortalezas militares ao longo do litoral: Filipeia de 
Nossa Senhora das Neves (João Pessoa), Forte dos Reis Magos (Natal), Forte de Nossa 
Senhora do Amparo (Fortaleza), Forte do Presépio (Belém do Pará) que deram origem a 
várias cidades brasileiras. 
 
 França Equinocial (1612-1615): Franceses tentam fundar uma nova colônia no 
Brasil, desta vez no Maranhão no Contexto da União Ibérica (1580-1640). 
O comandante francês foi Daniel de La Touche (Sr de La Ravardiere) que fundou o 
Forte São Luís. 
 Jerônimo Albuquerque deu combate aos franceses. 
Os interesses econômicos dos franceses, nessa invasão, eram acessar a bacia 
amazônica com vistas às drogas do sertão e tentar chegar às minas de prata que a Espanha 
explorava nas minas de Potosí (Peru e Bolívia). 
Após acerto diplomático feito entre a Espanha e a França (casamento da filha do Rei 
espanhol – Ana de Áustria com o Rei Francês – Luís XIII) os franceses abandonaram o Maranhão 
e se instalaram na Guiana Francesa. 
 
 
 
 
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 Invasões Holandesas: Contexto da União Ibérica (1580-1640) /Guerra do 
Açúcar ou Guerra Brasílica 
Após as mortes do Rei de Portugal - D. Sebastião, o Desejado - em Alcácer-Quibir e do 
Cardeal D. Henrique (tio do Rei D. Sebastião), o Rei da Espanha Felipe II assumiu o Trono de Portugal 
através do Juramento de Tomar pelo qual Felipe II se compromete, dentre outras concessões, a manter a 
administraçãoportuguesa e o idioma português nas colônias de Portugal. Inicia-se, dessa maneira,a União 
Ibérica ou Período Filipino (Espanha dos Felipes). 
 Do ponto de vista administrativo, pouca coisa mudou em relação ao Brasil, ressalta-se, a 
divisão do Brasil em dois Governos Gerais: Estado do Brasil e o Estado do Maranhão (essa divisão 
vigorou entre 1621 e 1674). 
 A Espanha decretou o embargo Espanhol à Holanda em relação ao comércio de açúcar do 
Brasil, pois a Holanda (Províncias Unidas dos Países Baixos) lutava pela sua autonomia política contra a 
Espanha. 
 A Holanda criou a Cia de Comércio das Índias Ocidentais (West IndischeCompaigne - 
WIC) com objetivo de controlar o comércio de açúcar e o tráfico negreiro português. 
 
 1ª Invasão Holandesa: 1624-1625: 
. Salvador (Sede do Governo Geral do Estado do Brasil e um dos principais 
produtores de açúcar) 
. Holandeses ocupam Salvador e prendem o Governador Geral (Diogo Mendonça 
Furtado) 
Brasileiros reagrupam e formam a resistência no interior através do Arraial do Rio 
Vermelho, sob a liderança do Bispo D. Marcos Teixeira (Bispo Soldado)utilizando as milícias 
dos descalços(guerrilha) 
. Esquadra luso-espanhola (Jornada dos Vassalos), comandada por Dom Fradique de 
Toledo Osório, é enviada da Europa e cerca os holandeses na Baía de Todos os Santos. 
. Holandeses são derrotados e expulsos da Bahia em 1625. 
 
 Piet Hein, corsário holandês a serviço da WIC, saqueia uma frota de navios 
espanhóis que transportava prata das colônias espanholas no Caribe para financiar uma segunda 
invasão holandesa ao Brasil. 
 
 
 
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 2ª Invasão Holandesa: 1630-1654: 
. Pernambuco 
. Holandeses ocupam Recife e Olinda e brasileiros retraem-se organizando a 
resistência no Arraial do Bom Jesus, sob a liderança de Matias de Albuquerque praticando 
ações de guerrilha. 
. Domingos Fernandes Calabar, um contrabandista e pequeno senhor de engenho, 
entrega as posições brasileiras aos holandeses facilitando a vitória dos holandeses sobre os 
brasileiros. 
. Matias de Albuquerque retira-se para Alagoas e depois se instala em Salvador 
mantendo a luta contra os holandeses, os holandeses passam a controlar Pernambuco. 
. Holandeses expandem-se pelo nordeste estabelecendo vários núcleosestabelecendo, 
dessa maneira, a Nova Holanda (colônia holandesa no nordeste). 
. Maurício de Nassau, nobre holandês, passou a administrar a Nova Holanda 
fazendo uma “boa administração”: pacificou as relações com os senhores de engenho, concedeu 
empréstimos a baixos juros, vendeu escravos a baixos preços e com juros menores (os holandeses 
da WIC haviam ocupado Luanda, Benguela e São Tomé), concedeu liberdade religiosa na Nova 
Holanda (inclusive para judeus – a primeira Sinagoga das Américas foi construída em Recife), 
manteve o funcionamento das Câmaras Municipais (denominadas agora de Assembleias dos 
Escabinos) com relativa autonomia, modernizou e remodelou a cidade de Recife (Cidade de 
Maurícia), contratou pintores e artistas europeus (Frans Post, Albert Eckhout, etc.) e os manteve 
na Nova Holanda subsidiando seus gastos. 
. Nassau tentou ocupar a Bahia (Salvador), sem obter sucesso. 
. Apesar do aumento da produção de açúcar e dos lucros obtidos, a WIC estava 
insatisfeita com Nassau devido aos gastos por ele realizados. 
. Nassau foi demitido em 1644 após 7 anos à frente da administração da Nova 
Holanda. 
. Após a saída de Nassau novos administradores foram enviados à Nova Holanda e 
aumentaram a exploração na região e restringiram a liberdade religiosa. 
. A partir do aumento da exploração exercida pela WIC, os senhores de engenho se 
organizaram e fizeram a Insurreição Pernambucana (1645-1654), que foram as lutas para 
expulsar os holandeses do nordeste. A liderança da Insurreição coube a João Fernandes Vieira, 
André Vidal de Negreiros (ambos senhores de engenho), ao negro Henrique Dias, ao índio 
 
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potiguar Felipe Camarão e ao português Francisco Barreto de Menezes, que era General. Estes 
foram nomeados, posteriormente, Patriarcas do Exército Brasileiro. 
. A Insurreição Pernambucana não contou com apoio militar de Portugal, uma vez 
que Portugal havia assinado com a Holanda, em 1641, com o término da União Ibérica, a Trégua 
dos Dez Anos (1641-1651). 
. Os brasileiros dividiram suas forças em 4Terços (Unidade Militar à época da Idade 
Moderna) e cada Terço era comandado por um dos Patriarcas do Exército, Francisco Barreto de 
Menezes exercia a liderança sobre todas as tropas 
. Os holandeses instalados no Brasil, não puderam receber reforços da Holanda, uma 
vez que esta estava envolvida em guerras na Europa (Guerra dos Trinta Anos – 1618 a 1648, 
uma guerra com motivos políticos e religiosos que envolveu católicos contra protestantes e a 
família Habsburgo contra a família Bourbon) e as Guerras de Navegação contra a Inglaterra – 
1652 a 1654, esta provocada pela edição, por meio do governante inglês Oliver Cromwell, dos 
Atos de Navegação que prejudicavam os interesses comerciais holandeses) 
. Uma expedição comandada por Salvador Correa de Sá e Benevides saiu do Rio 
de Janeiro e reconquistou Angola, São Tomé e Príncipe. 
. Após ações de guerrilha e batalhas campais (batalha de Guararapes – 19 de abril 
de 1648, batalha de Guararapes – 19 de fevereiro de 1649 e batalha da Campina do Taborda em 
26 de janeiro de 1654 – esta foi a última grande batalha da Insurreição Pernambucana) os 
holandeses renderam-se. 
. A Insurreição Pernambucana e, em especial a batalha dos Guararapes, 
representam, simbolicamente, a formação do Exército Brasileiro. 
. Portugal e Holanda assinaram, posteriormente, um tratado de paz final que ficou 
conhecido como a Paz de Haia através do qual a Holanda reconhece a perda do litoral nordestino 
e das possessões que haviam sido ocupadas na África e em troca Portugal indeniza 
financeiramente a Holanda (a WIC) por conta dos melhoramentos feitos nas áreas portuguesas 
ocupadas, além dessa indenização financeira Portugal cede para a Holanda colônias: Ceilão (Sri 
Lanka), Málacas (Malásia) e Molucas (Indonésia). 
. Após a União Ibérica, Portugal estava extremamente decadente e vai aumentar a 
exploração sobre o Brasil. 
. Após a saída do Brasil, os holandeses instalaram-se no Suriname (Guiana Francesa) 
e no Caribe, onde irão produzir açúcar para concorrer com o produzido no Brasil. 
 
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. A concorrência holandesa, e de demais países europeus no Caribe (Antilhas - 
América Central), ao açúcar brasileiro levou à crise da produção açucareira no Brasil. 
 
 A partir da expulsão dos holandeses do território brasileiro em 1654, os 
portugueses puderam retomar o avanço e a ocupação do interior do nordeste, expandindo as 
fazendas de gado e com isso destruíram os diferentes grupos indígenas da região. Porém a 
resistência de várias etnias indígenas, que tinham sido aliadas dos holandeses, foi um elemento-
surpresa para os portugueses e colonos brasileiros. Os portugueses ampliaram o efetivo militar, 
utilizando-se, inclusive de bandeirantes paulistas como Domingos Jorge Velho. Já os grupos 
indígenas tapuias do interior nordestino, como os janduís, paiacus, caripus, icós, caratiús e cariris, 
uniram-se em aliança e enfrentaram os

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