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Contabilidade Empresarial: Provisão e Operações Financeiras

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Contabilidade 
Empresarial
Professor conteudista: José Berbel
Revisor: Rubens Pardini
Sumário
Contabilidade Empresarial
Unidade I
1 PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS .............................................................................................1
1.1 Constituição da provisão ......................................................................................................................2
1.2 Utilização ....................................................................................................................................................2
1.3 Reversão ......................................................................................................................................................3
1.4 Complementação ....................................................................................................................................4
1.5 Baixa de créditos não liquidados nas empresas .........................................................................5
1.5.1 Créditos que podem ser baixados como perdas ............................................................................5
2 OPERAÇÕES FINANCEIRAS .............................................................................................................................9
2.1 Operações com duplicatas ................................................................................................................ 10
2.1.1 Cobrança simples .................................................................................................................................... 10
2.1.2 Desconto de duplicatas ........................................................................................................................ 13
Unidade II
3 EMPRÉSTIMOS .................................................................................................................................................. 19
3.1 Empréstimo – operação pré-fixada .............................................................................................. 20
3.2 Empréstimo – operação pós-fixada .............................................................................................. 23
3.2.1 Diferenças entre os principais índices ............................................................................................ 24
4 APLICAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................................................................................... 28
4.1 Operações pré-fixadas ........................................................................................................................ 29
4.2 Operações pós-fixadas ....................................................................................................................... 30
5 ATIVO IMOBILIZADO, DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO ............................................ 33
5.1 Classificação dos Ativos imobilizados ......................................................................................... 34
5.1.1 Bens em operação .................................................................................................................................. 35
5.1.2 Depreciação, amortização e exaustão acumulada .................................................................... 35
5.1.3 Imobilizações em andamento ............................................................................................................ 36
5.2 Depreciação, amortização e exaustão ......................................................................................... 36
5.3 Exemplos de contabilização de depreciação e operação de leasing ............................... 40
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1 PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS
Consiste em uma estimativa de perdas, a ser registrada 
contabilmente no final de cada exercício social para cobrir, no 
exercício seguinte, prejuízos decorrentes do não recebimento de 
direitos da empresa.
O valor da provisão é obtido mediante a aplicação de um 
percentual sobre os direitos existentes na época do levantamento 
do balanço.
As contas que devem servir de base para o cálculo dessa 
provisão são as que registram direitos provenientes de 
vendas a prazo de mercadorias e de serviços. Essas contas são 
normalmente denominadas duplicatas a receber ou clientes.
O percentual a ser aplicado para o cálculo dessa provisão 
deve resultar de estudos efetuados pela empresa com base nas 
perdas, efetivamente ocorridas pelo não recebimento de seus 
direitos.
Uma prática muito comum é a utilização da média aritmética 
das perdas ocorridas nos três últimos exercícios.
Exemplo
Suponhamos que determinada empresa, no exercício x1, 
tenha deixado de receber 4% do valor das duplicatas que tinha 
para receber na data do balanço; no exercício x2, essa perda 
correspondeu a 5%; no exercício de x3, a 3%. 
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Então temos:
4% - perda em X1;
5% - perda em X2;
3% - perda em X3. 
Média:
4% + 5% + 3% 12% = 4%
3 3
Assim, em 31 de dezembro de x4, o percentual a ser aplicado 
para fins de cálculo desta provisão será de 4%.
1.1 Constituição da provisão
Suponhamos que, em 31 de dezembro de x4, determinada 
empresa possua em seu ativo a conta duplicatas a receber, 
com saldo de 800.000,00. Já sabemos que o percentual obtido 
para cálculo da provisão é de 4%. A constituição da provisão 
será efetuada através do seguinte cálculo:
800.000,00 x 4% = 32.000,00
O lançamento contábil para registro da provisão será:
D – Despesas com devedores duvidosos (conta de resultado);
C – Provisão para créditos de liquidação duvidosa (conta 
patrimonial) – 32.000,00.
1.2 Utilização
Suponhamos que no mês de março de x5, 12.000,00 de 
duplicatas a receber tenham sido consideradas incobráveis.1 
A baixa dessas duplicatas será efetuada através do seguinte 
lançamento:
1Incobráveis: situação em que foram esgotados todos os meios 
disponíveis de cobrança da duplicata. 
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D – Provisão para créditos de liquidação duvidosa (conta 
patrimonial);
C – Duplicatas a receber (conta patrimonial) – 12.000,00.
1.3 Reversão
 
No último dia do exercício de x5, a empresa deverá constituir 
nova provisão com base no novo saldo da conta duplicatas a 
receber. Como há saldo remanescente da provisão constituída 
no exercício anterior, ele deve ser revertido para receita através 
do seguinte lançamento:
D – Provisão para créditos de liquidação duvidosa (conta 
patrimonial);
C – Reversão de provisão para devedores duvidosos (conta 
de resultado) – 20.000,00.
 Razonetes
Duplicatas a receber
Desp.c/ dev. 
duvidosos 
Provisão p/ dev. 
duvidosos
(sd) 800.000 12.000 (b) (a) 32.000 (b) 12.000 32.000 (a)
(c) 20.000
Reversão prov. p/ dev.
duvidosos.
20.000 (c)
Após efetuada a reversão, faz-se o novo cálculo para 
constituição da provisão de x5. A nova provisão poderá ser 
constituída da forma já exposta, ou pelo método da compensação 
ou complementação, ou seja, o valor a ser contabilizado será 
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obtido pela diferença entre o valor da nova provisão e o saldo 
remanescente na conta de provisão. 
Assim, imaginemos que a empresa não tenha feito o 
lançamento de reversão (c). O saldo da conta provisão para 
devedores duvidosos seria de 20.000:
Provisão p/ dev. duvidosos
(b)12.000 32.000 (a)
20.000 (sd)
 
Se o saldo da conta duplicatas a receber em x5 seja de 
1.000.000,00 e o percentual, agora, de 5%, teremos uma 
provisão de:
1.000.000,00 x 5% = 50.000,00
Saldo da PDD ao final do exercício 20.000,00
Provisão necessária 50.000,00
Valor a ser ajustado 30.000,00
1.4 Complementação
D – Despesas com devedores duvidosos (conta de resultado).
C – Provisão para créditos de liquidação duvidosa (conta 
patrimonial) – 30.000,00.
Provisão p/ dev. duvidosos Provisão p/ dev. duvidosos
20.000 (sd) (d) 30.000
30.000 (d)
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Algumas empresas, alternativamente, fazem a provisão para 
devedores duvidosos aplicando um percentual sobre o valor das 
vendas.
Exemplo: A empresa Comercial Diferente Ltda. apresentou 
em sua conta de vendas o valor de 6.000.000,00 e tem a prática 
de aplicar o percentual de 1% para estimar suas perdas no 
exercício seguinte. Desta forma teríamos:
6.000.000,00 x 1% = 60.000,00
Lançamento de constituição
D – Despesas com devedores duvidosos (conta de 
resultado);
C – Provisão para créditos de liquidação duvidosa (conta 
patrimonial) – 60.000,00.
1.5 Baixa de créditos não liquidados nas 
empresas
A forma, como demonstrado anteriormente, de cálculo 
da provisão para devedores duvidosos é exclusivamente 
para atender aos princípios e normas de contabilidade 
vigentes. 
Sob o ponto de vista fiscal (legislação do imposto de renda), 
os critérios para se efetivar as baixas dos créditos decorrentes da 
atividade da empresa e considerá-los como despesa operacional 
são os seguintes:
1.5.1 Créditos que podem ser baixados como perdas
 
Em relação aos quais tenha havido a declaração de 
insolvência2 do devedor, em sentença emanada do Poder 
Judiciário; 
2Insolvência: dá-se a insolvência toda vez que as dívidas excederem 
à importância dos bens do devedor.
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1.5.1.1 Sem garantia de valor
Garantia: meio pelo qual o credor se previne contra 
os riscos de uma transação.
a. Até R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por operação, vencidos 
há mais de seis meses, independentemente de iniciados 
os procedimentos judiciais para o seu recebimento.
b. Acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 
(trinta mil reais) por operação, vencidos há mais de um 
ano, independentemente de iniciados os procedimentos 
judiciais para o recebimento, porém, mantida a cobrança 
administrativa.
c. Superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há 
mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os 
procedimentos judiciais para o seu recebimento.
1.5.1.2 Com garantia de valor
Com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que 
iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu 
recebimento ou arresto3 das garantias. Para esse fim, considera-se 
crédito garantido, o proveniente de vendas com reserva de 
domínio,4 de alienação fiduciária5 em garantia ou de operações 
com outras garantias reais.
3 Arresto: apreensão de bens ou objetos por decisão judicial. 
4 Reserva de domínio: manutenção, pelo vendedor, da propriedade 
de certo bem vendido a prazo, enquanto a dívida não estiver inteiramente 
quitada o comprador detém apenas a posse desse bem.
5 Alienação fiduciária: é a transferência da propriedade de um 
bem móvel ao credor, em garantia de pagamento de uma dívida, sendo 
que o devedor continuará utilizando o bem, mesmo estando alienado. 
A propriedade do bem é devolvida ao seu dono depois que ele pagou a 
dívida.
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1.5.1.3 Contra devedor declarado falido
Contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica 
declarada concordatária,6 relativamente à parcela que exceder 
o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observado o 
seguinte:
 
a. a dedução da perda será admitida a partir da data de 
decretação da falência7 ou da concessão da concordata,8 
desde que a credora tenha adotado os procedimentos 
judiciais necessários para o recebimento do crédito;
 
b. a parcela do crédito, cujo compromisso de pagar não 
houver sido honrado pela empresa concordatária, poderá 
também ser deduzido como perda, nas condições tratadas 
neste item.
Exercício resolvido
O saldo em 1º-01-x6 da conta provisão para devedores 
duvidosos da Cia. Paulista era de R$ 25.000,00. Durante o ano, 
aconteceram os seguintes eventos:
Pede-se:
Fazer todos os registros necessários no diário, considerando 
31-12-X6 como encerramento do exercício social.
1. O cliente A, considerado incobrável há dois anos, pagou 
sua dívida de R$ 5.000.00.
D – Caixa
C – Receitas eventuais 5.000,00
6 Pessoa jurídica declarada concordatária: devedor a quem foi 
concedida concordata.
7 Falência: a empresa será considerada falida se for constatada a sua 
incapacidade de pagar seus débitos nos prazos contratuais. 
8 Concordata: é um recurso jurídico que permite a continuação 
da atividade da empresa que está incapacitada de saldar seus débitos nos 
prazos contratuais.
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2. O cliente B foi considerado incobrável, em 10-04-x6 em 
R$ 6.000,00.
D – Provisão para devedores duvidosos
C – Duplicatas a receber 6.000,00
3. O cliente C foi considerado incobrável, em 12-05-x6, em 
R$ 7.000,00.
D – Provisão para devedores duvidosos
C – Duplicatas a receber 7.000,00
4. O cliente B, em 10-07-x6, apareceu e pagou R$ 5.000,00 
de sua dívida, alegando que não poderia pagar nada mais.
D – Caixa
C – Ganhos eventuais 5.000,00
5. O cliente D foi considerado incobrável, em 10-08-x6, em 
R$ 10.000,00.
D – Provisão para devedores duvidosos
C – Duplicatas a receber 10.000,00
6. O cliente E foi considerado incobrável, em 10-09-x6, em 
R$ 2.000,00.
D – Provisão para devedores duvidosos
C – Duplicatas a receber 2.000,00
7. Em 30-11-x6, o cliente E entrou na empresa e pagou sua 
dívida de R$ 2.000,00.
D – Caixa
C – Ganhos eventuais 2.000,00
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8. O saldo da conta duplicatas a receber, em 30-12-X6, é de 
R$ 2.300.000,00 e a base para constituir nova provisão é de 3% 
sobre aquele saldo.
D – Devedores duvidosos
C – Provisão para devedores duvidosos 69.000,00
2 OPERAÇÕES FINANCEIRAS
Durante sua existência, as empresas fazem operações 
envolvendo a aplicação dos seus recursos financeiros. 
Caso estes recursos estejam em excesso e não haja interesse em 
investir na sua atividade principal, a empresa, para protegê-los, pode 
investi-los no mercado financeiro (bancos, financeiras, etc.) Estas 
operações são conhecidas como aplicações financeiras.
As aplicações podem ser feitas junto à rede bancária em 
CDB (Certificados de Depósitos Bancários), fundo de renda 
fixa, fundo de renda variável, etc.
O inverso também nos remete ao mercado financeiro. Caso os 
negócios não vão bem e a empresa necessite recorrer a empréstimos 
para a manutenção de sua atividade, financiar algum projeto de 
longo prazo ou bens de capital, ela obtém os recursos necessários 
mediante a captação de recursos junto ao mercado financeiro 
(bancos, financeiras, capitalistas particulares, etc.). Estas operações 
são conhecidas como captação de recursos ou empréstimos.
Este conjunto de movimentaçõesfinanceiras é conhecido no 
mundo dos negócios como operações financeiras. 
Vejamos o surgimento destas operações:
Atividade comercial
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A atividade comercial liga a produção ao consumo, é o meio 
pelo qual se viabiliza todo o fluxo de mercadorias entre produtores 
e consumidores. Como exemplo de atividades comerciais, 
podemos citar: supermercados, farmácias, revendedoras de 
veículos, lojas de materiais de construção, lojas de materiais de 
informática etc.
Duplicatas
A duplicata é um título de crédito formal nominativo, 
emitido pela empresa com a mesma data, valor global e 
vencimento da fatura, e representativo e comprobatório de 
crédito preexistente (venda de mercadoria a prazo), destinado 
a aceite e pagamento por parte do comprador.
Observações:
a. a duplicata deve ser emitida em impressos padronizados 
aprovados por resolução do Banco Central;
b. uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma 
fatura. 
2.1 Operações com duplicatas
As empresas comerciais frequentemente vendem mercadorias 
a prazo. Quando as vendas são efetuadas mediante a emissão e o 
aceite9 de duplicatas, estas poderão ser negociadas pelas empresas. 
Com esses títulos, as empresas efetuam transações junto aos 
bancos, sendo mais comuns a cobrança simples de duplicatas e 
os descontos de duplicatas:
2.1.1 Cobrança simples
A cobrança simples consiste na remessa de títulos aos bancos 
que prestam serviços à empresa, cobrando-os dos respectivos 
devedores.
9 Aceite: ato de aceitar uma duplicata, declarando-se o devedor 
responsável pelo pagamento do débito na data marcada.
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Para efetuarem as cobranças de suas duplicatas, as 
empresas poderão utilizar os serviços de outras empresas 
especializadas em cobrança ou até mesmo de cobradores 
particulares.
Nesse tipo de operação, a empresa transfere a posse10 dos títulos 
ao banco, mas a propriedade11 continua sendo da empresa.
Para remeter os títulos ao banco, a empresa os relaciona 
através de um borderô,12 ao qual anexa os respectivos títulos.
A operação de cobrança se resume nas seguintes fases:
1ª: Pela remessa dos títulos ao banco:
• registro da operação, através das contas de 
compensação;13
• registro das despesas cobradas pelo banco com a 
cobrança dos títulos.
2ª: Pelo recebimento das importâncias referentes aos 
títulos:
• o banco comunica que os títulos foram quitados;
• baixa da responsabilidade através do lançamento de 
compensação;
• baixa dos direitos através do débito da conta bancos 
conta movimento, pelo recebimento das importâncias 
referentes aos títulos e créditos da conta de duplicatas 
a receber para baixa dos respectivos direitos sobre o 
cliente.
10 Posse: Situação em que temos ou usufruímos de um bem, porém 
não temos o domínio, ou seja, não podemos vendê-lo.
11 Propriedade: Situação em que temos o domínio, ou seja, direito 
pleno de usufruir e de dispor do bem.
12 Borderô: relação das duplicatas que o cliente leva ao banco para 
realizar operações de desconto, cobrança etc.
13 Compensação: grupo de contas onde são registradas operações, 
que, no momento não alteram o patrimônio da empresa, mas que indicam 
riscos ou responsabilidades futuras.
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Exemplo
Remessa de duplicatas ao Banco Maracatu S/A, para 
cobrança simples, conforme borderô no valor de R$ 5.000. O 
banco cobrou R$ 80 de comissões e taxas.
Contabilização
Pela remessa dos títulos ao banco:
Lançamento de compensação
D – Títulos em cobrança
C – Endossos para cobrança 5.000
Registro da despesa
D – Despesas bancárias
C – Bancos conta movimento 80
Após os vencimentos dos títulos, quando o banco comunicar 
que os mesmos foram quitados:
Baixa das contas de compensação
D – Endossos para cobrança
C – Títulos em cobrança 5.000
Pelo recebimento das duplicatas
D – Bancos conta movimento
C – Duplicatas a receber 5.000
Exercício resolvido
A Cia. Vera Cruz efetuou as seguintes transações em x7:
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1. Vendeu mercadorias a Cia. Santista por R$ 20.000,00 no 
prazo de 90 dias.
D – Duplicatas a receber
C – Vendas de mercadorias 20.000,00
2. Enviou, para cobrança simples junto ao Banco Forte S/A, 
o valor de R$ 20.000,00.
D – títulos em cobrança
C – endossos para cobrança 20.000,00
3. O Banco Forte cobrou R$ 1.200,00 a título de taxa de 
cobrança.
D – despesas bancárias
C – bancos conta movimento 1.200,00
4. A Cia. Santista S/A efetuou o pagamento na data do 
vencimento.
D – Bancos conta movimento
C – Duplicatas a receber 20.000,00
5. O Banco efetuou a baixa da duplicata e enviou o aviso 
para a Cia. Vera Cruz.
D – Endossos para cobrança
C – Títulos em cobrança 20.000,00
2.1.2 Desconto de duplicatas
O desconto de duplicatas consiste na transferência dos 
títulos ao banco, mediante endosso14 ao portador.
De posse das duplicatas com vencimentos futuros, a empresa 
poderá descontá-las em um banco.
14 Endosso: Declaração escrita ou assinatura no verso de um título 
de crédito com a qual se transfere o crédito a outra pessoa. 
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No desconto, a empresa transfere ao banco o direito de 
recebimento dos títulos. O valor do desconto é determinado em 
função do número de dias que faltam para o vencimento dos 
títulos.
Nesse tipo de transação, a empresa endossante é responsável, 
coobrigada pela liquidação de tais títulos descontados.
A responsabilidade só desaparece após o pagamento 
efetuado pelo devedor.
A operação é semelhante à cobrança simples, no que diz 
respeito à remessa dos títulos ao banco.
A empresa endossante desconta os títulos e recebe do banco 
o valor nominal (constante dos títulos), suportando os juros 
correspondentes ao prazo que falta decorrer para o vencimento 
dos títulos negociados.
Nessa operação, a empresa transfere a posse e a propriedade 
dos títulos ao banco.
2.1.2.1 Tratamento contábil
Os valores de face das duplicatas descontadas são 
registrados numa conta redutora do ativo logo após a conta 
duplicatas a receber. Esta conta recebe o nome de duplicatas 
descontadas, tendo saldo credor.
 A conta duplicatas descontadas apresenta a seguinte 
função na operação de desconto:
a. é creditada, pelo valor de face dos títulos, no momento 
em que é efetuada a operação de desconto e a 
instituição financeira faz o crédito na conta corrente 
da empresa;
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b. é debitada no momento da liquidação do título pelo 
devedor ou quando a instituição financeira leva a débito 
em conta corrente da empresa por falta de pagamento 
por parte do devedor.
Os encargos financeiros debitados pela instituição financeira 
devem ser contabilizados como encargos financeiros a transcorrer, 
já que se trata de despesas antecipadas, sendo debitadas por ocasião 
do desconto e creditadas no momento em que a despesa é incorrida, 
observando-se o regime de competência.15
Exemplo
Uma empresadesconta, no Banco Maracatu S/A, quinze 
duplicatas de sua emissão, conforme relação (borderô), no 
valor de R$ 15.000. O banco cobra juros no valor de R$ 1.500, 
comissões e taxas no valor de R$ 90.
Neste caso temos:
Valor nominal dos títulos 15.000
Valor suportado pela empresa para descontos
(juros, taxas, comissões) 1.590
Líquido a receber 13.410
 
Contabilização
Pela remessa dos títulos e respectiva operação de desconto:
D – Bancos conta movimento 13.410
D – Juros passivos a vencer 1.500
D – Despesas bancárias 90
C – Duplicatas descontadas 15.000
15 Regime de competência: Princípio contábil que exige que os fatos 
contábeis sejam registrados no momento de sua ocorrência.
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Observações:
• debitamos a conta bancos conta movimento (Ativo) 
por R$ 13.410 para registrar o valor líquido da 
operação;
• debitamos a conta juros passivos a vencer (Ativo) por 
R$ 1.500 referentes aos juros cobrados antecipadamente;
• debitamos a conta despesas bancárias (despesas) por R$ 
90 referentes ao valor das comissões e taxas cobradas 
sobre as duplicatas descontadas;
• creditamos a conta duplicatas descontadas (conta de 
obrigação que figurará no balanço patrimonial no Ativo 
como redutora da conta duplicatas a receber), pelo valor 
da obrigação que a empresa terá para com o banco, caso 
os devedores das duplicatas não as quitem junto ao banco 
(R$ 15.000).
Pela quitação das duplicatas
Suponhamos que, na data do vencimento, o banco receba 
as importâncias correspondentes a todas as duplicatas e 
comunique o fato à empresa através de aviso bancário.
Nesse caso, faremos os seguintes registros contábeis:
1. D – Duplicatas descontadas
 C – Duplicatas a receber 15.000
2. D – Juros passivos
 C – Juros passivos a vencer 1.500
Observações:
• no lançamento 1, baixamos a obrigação que estava 
registrada na conta duplicatas descontadas, contra a baixa 
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dos direitos que estavam registrados na conta duplicatas 
a receber;
• no lançamento 2, apropriamos a despesa com os juros 
cobrados antecipadamente.
Pela não quitação dos títulos pelo devedor
Na hipótese do cliente não ter liquidado a duplicata e o 
banco debitar o respectivo valor na conta da empresa, então 
o lançamento será:
D – Duplicatas descontadas (Ativo)
C – Banco conta movimento (Ativo) 15.000,00
Exercício resolvido
A Cia. Caravelas efetuou as seguintes transações em x7:
1. Vendeu mercadorias para diversas Cias. por R$ 6.000,00, 
no prazo de 60 dias.
 
D – Duplicatas a receber
C – Venda de mercadorias 6.000,00
2. Descontou R$ 6.000,00 das duplicatas relativas às 
vendas anteriores no Banco Intercontinental, a taxa de juros 
simples de 2% ao mês e comissão de R$ 200,00.
D – Bancos conta movimento 5.560,00
D – Despesas de juros a vencer 240,00
D – Despesas bancárias 200,00
C – Duplicatas descontadas 6.000,00
 
3. O Banco Intercontinental debitou na conta da Cia. 
Caravelas os R$ 2.000,00, pois uma das empresas não efetuou 
o pagamento na data do vencimento.
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D – Duplicatas descontadas
C – Bancos conta movimento 2.000,00
4. O Banco Intercontinental enviou aviso, comunicando 
que o restante das duplicatas tinha sido recebido na data do 
vencimento.
D – Duplicatas descontadas
C – Duplicatas a receber 4.000,00
5. Na Cia. Caravelas foi efetuada a apropriação dos juros em 
virtude do encerramento da operação.
D – Despesas de juros
C – Despesas de juros a vencer 240,00
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