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Teoria Introdução Custos de Produção

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A Teoria da Firma e os Custos de Produção 
Prof. MSc. Darcy Pedro Thomaz 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Bem-vindos à unidade teoria da firma, aspectos relacionados à 
produção, custos de produção e nível ótimo de produção. Neste segmento 
do curso, você estudará conceitos básicos de economia relacionados a 
aspectos específicos de produção. 
 
1. TEORIA DA FIRMA 
 
1.1 Introdução 
 
 Não podemos negar que as empresas participam de maneira ativa no 
bem-estar da sociedade, pois são agentes produtores de bens e serviços em 
quantidades cada vez maiores. Basta observar o nível de vida atual em relação 
a alguns anos passados. Além disso, a própria diferença de conforto das 
pessoas entre as nações do mundo causado pelos bens e serviços 
disponibilizados para o uso. Nos países onde os trabalhadores produzem 
grande quantidade de produtos por hora de trabalho, grande parte dos 
cidadãos consegue desfrutar de um padrão de vida elevado. 
Para ARBAGE (2003), a teoria da empresa tem como objetivo 
proporcionar as condições fundamentais para o entendimento dos aspectos 
relacionados à produção de bens e serviços produzidos demandados em uma 
sociedade. 
Dentro desse objetivo, seu foco principal estará voltado aos princípios 
alocativos relacionados à produção no curto prazo, isto é, um período de tempo 
em que apenas alguns fatores de produção podem ser alterados, tais como 
mão-obra e insumos. Já o longo prazo se caracteriza pelo tempo suficiente 
para que todos os fatores sejam modificados. Portanto, no longo prazo, todos 
os fatores de produção são alteráveis. 
Nesse enfoque, podemos dizer que os processos de produção ocorrem no 
curto prazo, embora também utilizem recursos de produção do longo prazo 
para produzir. 
02 
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1.2 Conceitos básicos da teoria da produção 
1.2.1 Produção 
 
Segundo VASCONCELLOS (2009), produção é o processo de 
transformação dos fatores de produção em bens e serviços para venda no 
mercado, através da atividade econômica. A produção não se refere apenas 
aos bens materiais, mas também a serviços, como transportes, atividades 
financeiras, comércio e outras atividades. Portanto, num processo de produção, 
os recursos de produção são combinados de maneira a produzir bens e 
serviços de uso intermediário ou final. Segundo Vasconcellos (2009), o ato de 
combinar os recursos de produção é denominado de método de produção, que 
podem ser intensivos no uso de cada recurso de produção, 
independentemente, ou em conjunto. “Se, a partir da combinação de fatores, 
for possível produzir um único produto (ou output), teremos um processo de 
produção simples; se for possível produzir mais de um produto, teremos um 
processo de produção múltiplo, ou produção múltipla”, (VASCONCELLOS, 
2009, p 70). O objetivo é destacar a eficiência no emprego de recursos de 
produção, que se baseia nos princípios de maximização de rendimentos e/ou 
minimização de custos. 
 
1.2.2 Função de produção 
 
 Um produtor de bens e serviços, ao iniciar qualquer atividade geradora 
de produtos, usa como base as informações do mercado consumidor, que são 
efetivamente a fonte indicadora para o uso correto dos recursos de produção, 
para fornecer ao mercado a quantidade de bens e serviços adequados. 
“A função de produção é a relação que mostra a quantidade física obtida 
de um produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção, 
em determinado período de tempo”, (VASCONCELLOS, 2009). Indica o 
máximo de um produto que se pode produzir a partir da utilização de uma 
determinada quantidade de um fator de produção variável. 
Portanto, afirma VASCONCELLOS (2009) que a função de produção 
admite sempre que o empresário esteja utilizando a forma mais eficiente de 
combinar os fatores de produção e, assim, obter a maior quantidade produzida 
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do produto. A função de produção representa a materialização da eficiência 
técnica no processo produtivo de um produto. É a representação da tecnologia 
utilizada para produção, no universo das tecnologias produtivas disponíveis, 
que as empresas empregam. 
 
Para TROSTER (1999), empresa é uma unidade de produção que 
combina os fatores de produção para produzir bens e serviços. Essa unidade 
de produção, que atua racionalmente, procura maximizar os resultados em 
termos de produção e lucro. 
Função de produção significa identificar formas de solução de problemas 
técnicos de produção pela combinação dos fatores de produção utilizados para 
o desenvolvimento do processo produtivo. Portanto, com base em 
VASCONCELLOS (2009), é a relação que mostra a quantidade obtida de 
produto, a partir da quantidade utilizada dos fatores de produção representada 
por: 
 q = f(x, xx, xxx, xn) 
Em que: 
A letra “q” representa a quantidade produzida de bens e serviços em 
determinado período, x, xx, xxx, xn identificam as quantidades utilizadas de 
fatores de produção e “f” indica que “q” é a função da quantidade de insumos 
utilizados. 
É importante lembrar que a escolha do processo produtivo define a 
utilização da maior ou menor intensivamente um fator de produção em 
detrimento dos demais. Assim, escolhido o processo de produção, o resultado 
das possíveis combinações dos fatores de produção variáveis e fixos são 
expressos pela referida função de produção. 
 
1.2.3 Fatores de produção fixos e variáveis 
 
“Fatores de Produção fixos são os que não variam quando a quantidade 
do produto varia como, por exemplo, as instalações de uma empresa e a 
tecnologia”, (VASCONCELLOS, 2009). Esses fatores de produção só se 
alteram no longo prazo. 
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Os fatores de produção variáveis são aqueles cujas quantidades 
utilizadas variam quando o volume de produção varia. Como exemplo: quando 
a empresa aumenta a produção, são necessários mais trabalhadores e maior 
quantidade de matéria–prima. Essa produção é de curto prazo. 
 
1.2.3.1 Produção de curto prazo: 
 
Segundo VASCONCELLOS, (2009), na análise de produção no curto prazo, 
imaginemos uma função de produção simplificada, com apenas dois fatores: 
um fixo e uma variável. Assim temos: 
q = f(Na, K) 
Onde: 
q= quantidade, 
Na = Mão de obra, (fator variável) e 
K = capital (fator fixo). 
Nesse caso, a quantidade produzida depende somente da modificação 
da quantidade do fator variável, que é a mão-de-obra. Assim, a função de 
produção é: q = f(Na). 
 
1.2.3.2 Produção Total 
 
Segundo VASCONCELLOS (2009), pode-se conceituar produção como 
o processo em que uma empresa transforma os fatores de produção em bens e 
serviços para a venda no mercado. 
O produto é a quantidade produzida do produto “q” que obtemos do fator 
variável, mantendo fixos os demais fatores. 
 
1.2.3.3 Produtividade média 
É o resultado do quociente da quantidade total produzida pela 
quantidade utilizada desse fator. Teremos então: 
 
 
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Highlight1.2.3.4 Produtividade Marginal 
 
É a relação entre as variações do produto total e as variações da 
quantidade utilizada do fator de produção, isto é, a variação do produto total, 
quando ocorre uma variação no fator de produção: 
 
 
 
 
 
1.2.4 Lei dos Rendimentos decrescentes 
 
Na teoria da produção, entendemos a lei dos rendimentos decrescentes 
como a condição em que, se elevamos a quantidade do fator variável e 
permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção inicialmente 
aumenta em taxas crescentes. A seguir, depois de certa quantidade utilizada 
do referido fator, a variável continuará a crescer, mas a taxas decrescentes. Se 
continuarmos aumentando a utilização do fator variável, a produção total 
chegará a um nível máximo, para depois decrescer. 
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Tabela 6.1 Produção e produtividade média e marginal de um favor variável (Vasconcellos, 2009) 
Terra 
(fator fixo) 
(alqueires) 
(1) 
Mão-de-Obra 
(fator variável) 
(em milhares de 
trabalhadores) 
(2) 
Produto 
Total 
(toneladas) 
(3) 
Produtividade 
Média da 
mão-de-obra 
(toneladas) 
(4) = (3) : (2) 
Produtividade 
Marginal da mão-de-
obra 
(toneladas) 
(5) = variação em (3) / 
 Variação em (2) 
10 1 6 6,0 6 
10 2 14 7,0 8 
10 3 24 8,0 10 
10 4 32 8,0 8 
10 5 38 7,6 6 
10 6 42 7,0 4 
10 7 44 6,3 2 
10 8 44 5,5 0 
10 9 42 4,7 -2 
 
 
Figura 1 – Produto Total (Vasconcellos, 2005) 
 
Figura 2 – Produtividade média e marginal (Vasconcellos, 2005) 
A figura 1 ilustra a teoria dos rendimentos decrescentes, à medida que o 
produto inicialmente sobe a taxas crescentes, depois a taxas decrescentes, até 
atingir o limite máximo, para decrescer, em seguida. 
A figura 2 mostra as curvas de produtividade média e marginal, que foram 
construídas com as informações do produto total e seu formato mostra a lei dos 
rendimentos decrescentes. 
 
1.2.5. Fatores de produção no longo prazo 
Para VASCONCELLOS (2009), os fatores de produção no longo prazo 
representam a condição de que todos os fatores são varáveis em períodos 
mais elásticos. Nesse caso, se considerarmos a função de produção com a 
participação de 2 fatores de produção teremos: 
q = f(Na, K) 
 
Essa hipótese de variação de todos os fatores de produção, inclusive o 
tamanho da empresa, dá origem aos conceitos de economias ou 
deseconomias de escala. 
Nas economias de escala os rendimentos de escala representam a 
resposta da quantidade produzida a uma variação da quantidade utilizada de 
todos os fatores de produção. Isso acontece quando a empresa aumenta seu 
tamanho, ou capacidade de produção. 
Para VASCONCELLOS, (2009) os rendimentos de escala podem ser: 
a) rendimentos crescentes de escala, que acontecem quando a variação 
na quantidade de produto total é mais do que proporcional à variação da 
quantidade utilizada dos fatores de produção. 
Portanto os rendimentos crescentes de escala ocorrem quando a 
variação da quantidade do produto total é mais do que o proporcional à 
variação da quantidade utilizada dos fatores de produção. Como exemplo: o 
aumento de 10% da utilização dos fatores de produção cresce o produto em 
20%. Assim, podemos dizer que os rendimentos crescentes de escala são 
resultados de: 
 
 maior especialização no trabalho, quando a empresa cresce; 
 a existência de indivisibilidade entre os fatores de produção. Como 
exemplo: uma siderúrgica que passa de um forno para 2 fornos, pois 
não há meio forno. E, por conseqüência, ocorre um aumento grande 
na produção; 
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b) os rendimentos constantes de escala ocorrem quando a variação do 
produto total é proporcional à variação da quantidade utilizada dos fatores de 
produção. Assim: o aumento em 20% nos fatores de produção utilizados 
provocará um aumento no produto em 20%; 
c) os rendimentos decrescentes de escala ocorrem quando a variação 
do produto é menor do que o proporcional à da utilização dos fatores de 
produção. Como exemplo: Um aumento na utilização dos fatores de produção 
em 15% gera um crescimento no produto de 12%. Essa situação ocorre por 
que o poder de decisão e a capacidade gerencial e administrativa são 
indivisíveis e incapazes de aumentar, portanto pode ocorrer uma 
descentralização nas decisões que faça com que o aumento de produção 
obtido não compense o investimento feito na ampliação da empresa. 
“A causa geradora dos rendimentos decrescentes de escala reside no 
fato de o poder de decisão e a capacidade gerencial e administrativa serem 
“indivisíveis e incapazes de aumentar”; ou seja, pode ocorrer uma 
descentralização nas decisões que faça com que o aumento de produção 
obtido não compense o investimento feito na ampliação da empresa, 
(VASCONCELLOS, 2009, p 78). 
 
2. CUSTOS DE PRODUÇÃO 
 
Sabe-se que para produzir é necessário usar recursos de produção que geram 
custos. Os custos são determinados pelo valor dos fatores de produção que as 
empresas utilizam para produzir bens e serviços. Assim, entendemos que os 
custos dependerão de como os fatores produtivos empregados na produção 
são remunerados. 
 “Custo é um sacrifício necessário para produzir um bem ou 
serviço”, (MÜLLER, 2004). 
 
Dentre as ferramentas usadas para verificar a rentabilidade econômica 
das empresas e propriedades rurais está análise de custos. O correto controle 
dos custos de produção permite uma visão mais clara da rentabilidade da 
atividade produtiva desenvolvida e facilita um diagnóstico mais preciso da 
verdadeira condição econômica da empresa rural, frente às diversas atividades 
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de culturas e explorações desenvolvidas, pois os custos correspondem ao 
desembolso de recursos financeiros aplicados à produção de produtos. 
Os principais objetivos do estudo da teoria dos custos são: 
 
1. Proporcionar o conhecimento dos princípios teóricos que podem auxiliar na 
administração das empresas e propriedades agrícolas, 
2. Fornecer instrumentos importantes para a elaboração de políticas para as 
empresas e o setor agrícola, 
 
ARBAGE (2003), afirma que estudo dos custos é um referencial teórico 
importante que deve ser abordado de maneira conjunta ao estudo do sistema 
produtivo em que a empresa ou propriedade agrícola está inserida, por que é 
uma ferramenta importante no diagnóstico e determinação do sistema de 
produção de uma organização, como suporte para a visão completa de uma 
unidade de produção, principalmente voltada para a agricultura. 
 
Com certeza, é difícil administrar qualquer empresa sem uma estimativa 
ou conhecimento dos custos de produção da organização, bem como dos 
rendimentos de todo sistema envolvido na referida produção. Portanto, o 
conhecimento dos custos de produção fornece aos produtores um indicativo 
para a escolha dos métodos de produção mais adequados em relação às 
características estruturais da atividade econômica. 
Segundo MÜLLER (2004), os custos afetam de diferentes formas os 
processos produtivos e, inclusive, não se traduzem em desembolsos imediatos 
para as organizações de produção. 
 
Eles são os chamados custos sociais, tais como a poluição sonora, a 
poluição dos rios e demais mananciais hídricos e da atmosfera, as dificuldades 
causadas por um maior tráfego de veículos,ocupação e freqüência 
desordenada de locais públicos, exploração desregrada das margens dos 
mananciais hídricos causando assoreamentos. 
 
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Existem também os custos que representam o sacrifício que a empresa 
faz para produzir um bem ao usar os recursos de produção, deixando de 
produzir com eles outro bem ou serviço, que geraria alguma receita alternativa. 
 
Conforme MENDES (2004), a esses desembolsos denomina-se custo de 
oportunidade, ou econômico. São estimados pela receita líquida que uma 
empresa deixa de auferir na segunda atividade possivelmente mais rendosa. 
Porém, sabemos que os custos que aparecem com mais facilidade são 
aqueles que se traduzem em desembolsos e compõem as planilhas de custos 
dos produtos gerados pelas empresas. 
 
Como já vimos no conteúdo que trata mais especificamente da 
produção, o objetivo básico das empresas é a maximização de resultados pela 
realização da atividade produtiva, por isso, as unidades de produção 
procurarão sempre obter a máxima produção possível através da combinação 
dos fatores de produção com o objetivo de buscar os melhores resultados, que, 
para VASCONCELLOS (2009), poderão ser alcançados quando uma unidade 
de produção: 
 
a) Maximiza a produção para um dado custo total, 
b) Minimiza o custo total para um dado nível de produção, ou 
c) Consegue executar, excepcionalmente até as duas condições. 
 
2.1 Custos totais de produção 
 
Diz ainda VASCONCELLOS (2009), que conhecidos os preços dos 
fatores de produção, podemos determinar o custo total de produção ótimo para 
cada nível de produção. Assim, podemos dizer que custo total de produção é o 
total dos gastos realizados pela unidade de produção com a utilização da 
combinação mais econômica dos fatores de produção, obtendo-se assim, com 
esse desembolso, determinada quantidade de bens e serviços. 
Os custos totais de produção (CT) se dividem em custos variáveis totais 
(CVT) e custos fixos totais (CFT): 
 CT= CVT + CFT 
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Por custos fixos totais entendemos os custos de uma empresa que 
independem da produção, no curto prazo. São os gastos com fatores fixos de 
produção, tais como aluguéis, seguros, encomendas, administração, etc. Esses 
custos também são os chamados custos indiretos. 
Com os programas de redução de gastos das empresas, esses custos 
são os mais visados, pois, neles é que geralmente, aparecem as maiores 
gorduras. 
 
Os custos variáveis totais são os custos ligados à produção e se alteram 
proporcionalmente com a quantidade, ou volume de produção. Representam os 
desembolsos com os fatores variáveis de produção, como a folha de 
pagamento dos empregados da fábrica, os gastos com a compra de matéria-
prima. 
 
Na prática, representam uma proporção fixa dos custos finais dos produtos. 
São os chamados custos diretos. 
 
 
Figura 3 – Função de Custo Total, Custo Fixo e Custo Variável, segundo a ótica da 
economista (Müller, 2004) 
 
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Do ponto de vista teórico, os custos de produção são definidos como a 
soma dos valores de todos os recursos utilizados no processo produtivo de 
uma atividade econômica agrícola ou industrial, em certo período de tempo. 
Como na teoria da produção, a análise dos custos de produção pode ser no 
curto e longo prazo. 
Portanto, a estimativa do custo de produção está ligada à gestão da 
tecnologia empregada, que denominamos de alocação eficiente dos fatores de 
produção. 
 
2.1.1. Custos de produção de curto prazo: 
 
No caso da agricultura, o curto prazo é uma safra, que corresponde ao 
período gasto para produção de certa atividade agrícola. O curto prazo é o 
tempo mínimo para completar o ciclo de produção. É o período entre a 
aplicação dos recursos e a resposta dos mesmos recursos em forma de 
produto. Portanto, é um período de tempo tão curto que o produtor não poderá 
alterar as quantidades dos fatores de produção fixos, como benfeitorias, 
equipamentos e terras. 
Vimos que as empresas realizam a produção usando fatores fixos e 
variáveis. É sensato, também imaginar, que as organizações necessitam obter 
receitas que, ao menos, cubram todos os gastos referentes à produção de 
bens e serviços. 
 
Agora, imaginemos uma empresa qualquer que atua no mercado com 
apenas um fator de produção fixo e um fator de produção variável representado 
pela mão-de-obra. Assim, essa empresa só poderá aumentar ou diminuir a 
produção pela utilização do fator de produção mão-de-obra já que, no período 
de curto prazo, sua capacidade produtiva não aumentará e nem diminuirá de 
tamanho. 
Como o custo fixo total fica inalterado, o custo total de curto prazo 
variará apenas em decorrência de modificações no custo variável total. 
 
2.1.1. Custos fixos 
 
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Denominamos de custos fixos, aqueles desembolsos que no curto prazo 
não são alteráveis, ou têm duração superior ao tempo estabelecido e são 
considerados como fixos mesmo que o volume de produção oscile. Em termos 
práticos, são os recursos que o produtor rural não precisa repor no curto prazo, 
pois o seu desgaste acontece no longo prazo. 
No curto prazo, a empresa deverá repor apenas a parcela relativa à sua 
vida útil para que a propriedade não se descapitalize. Para exemplificar, 
imaginemos que um produtor rural arrenda uma determinada área de terra para 
trabalhar e estabelece por contrato que o arrendamento custará um valor fixo 
de reais por ano, independente da produção. Portanto, durante este período ele 
arcará com o arrendamento, qualquer que seja o seu nível produtivo e terá uma 
disponibilidade fixa das instalações da propriedade. 
Os custos fixos, em geral, são computados na forma de depreciação, 
imposto territorial rural, salários dos empregados permanentes da fazenda. 
Os custos fixos determinam o tamanho do empreendimento, pois são 
eles que limitam o volume de produção. 
Assim, podemos considerar custos fixos aqueles correspondentes aos 
recursos que: 
a) Não são assimilados totalmente pelo produto no curto prazo, portanto, 
consideramos apenas a parcela de sua vida útil, por meio da depreciação, 
b) No caso da depreciação, do ponto de vista do fluxo de caixa, estes custos 
serão reembolsados no longo prazo. No caso, do curto prazo, só será 
considerada a depreciação do período de uso, [ 
c) Não são facilmente alteráveis no curto prazo e seu conjunto determina a 
capacidade de produção, também denominada de escala de produção. 
Depreciação é a perda do valor de um ativo ao longo de sua vida útil. 
Incide sobre os ativos que permanecem por mais de um ciclo produtivo numa 
propriedade como as terras, instalações físicas, benfeitorias, implementos 
agrícolas, máquinas, equipamentos, árvores frutíferas, calagem, lavouras, 
cercas, matrizes, reprodutores, obras de irrigação e drenagem e outras. 
 No agronegócio a depreciação dos bens relacionados no parágrafo 
anterior, se enquadra como custos fixos. E o procedimento usualmente 
recomendado é de que sejam calculados os valores de depreciação destes 
ativos e rateados por critérios relacionados às diferentes explorações 
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econômicas desenvolvidas na fazenda. Estes critérios podem ser de 
proporcionalidade no uso do ativo relativamente ao percentual de área ocupada 
na propriedade, ou de acordo com a proporcionalidadede rendimento das 
atividades produtivas. 
 
2.1.2 Custos variáveis 
 
Os custos variáveis referem-se às obrigações ou desembolsos de 
recursos que determinam ou participam diretamente da produção. Portanto, os 
custos variáveis são custos que variam diretamente com a magnitude do 
processo produtivo. E, em relação ao agronegócio, mais especificamente 
dentro da porteira, são os custos das aquisições de herbicidas, fertilizantes, 
defensivos, alimentação, medicamentos, manutenção, sementes, óleo diesel, 
mão-de-obra temporária, ou eventual, entre outros. 
Portanto, podemos definir os custos variáveis como: 
a) Aqueles custos que se referem aos gastos com insumos que se incorporam 
totalmente aos produtos no curto prazo e não são aproveitados ou 
claramente aproveitados para outra safra, 
b) Aqueles custos que são alteráveis no curto prazo, isto é, durante a safra 
podem ser modificados, 
c) Aqueles recursos de produção que exigem desembolsos para o custeio 
durante a safra. 
Uma fazenda precisa conseguir receitas que cubram ao menos todos os 
gastos referentes aos custos variáveis no curto prazo. Caso contrário, a 
propriedade terá que cobrir o prejuízo da atividade com outras fontes de 
recursos. Situação que não pode acontecer por períodos longos, pois pode 
haver uma inviabilizarão total da propriedade. Portanto, toda atividade deverá 
cobrir os custos variáveis, no curto prazo, para que seja viável a produção. 
 
2.1.3 Custos médios e Marginais 
 
O custo total médio é obtido por meio do quociente entre o custo total e 
a quantidade produzida. O custo total médio é o custo por unidade produzida 
de um produto. O custo total médio aparece assim: CTMe ou Cme. Portanto: 
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O custo variável médio é o quociente entre o custo variável total e a 
quantidade produzida. O custo total médio aparece assim: CVMe. Portanto: 
 
O custo fixo médio é o quociente entre o custo fixo total e a quantidade 
produzida. O custo fixo total é representado assim: CFMe. Portanto: 
 
O custo marginal é fornecido pela variação do custo total em resposta a 
uma variação da quantidade produzida. O custo marginal é representado pela 
sigla: CMg. Assim: 
 
Como o custo fixo total não se modifica com a variação da produção, no 
curto prazo, o custo marginal é determinado pela variação do CVT. 
 
 
 
Tabela 2 - Custos de Produção (Vasconcellos, 2009) 
Produção 
total 
(Q/dia) 
 
 
 
(1) 
Custo 
fixo 
total 
(CFT) 
R$ 
 
(2) 
Custo 
variável 
total 
(CVT) 
R$ 
 
(3) 
Custo 
total 
(CT) 
 
R$ 
 
(4) = (2) + (3) 
Custo 
fixo 
médio 
(CFMe) 
R$ 
 
(5) = (2) : 
(1) 
Custo 
variável 
médio 
(CVMe) 
R$ 
 
(6) = (3) : 
(1) 
 
Custo 
médio 
(Cme) 
R$ 
 
 
(7) = (4) : 
(1) 
Custo 
marginal 
(CMg) R$ 
 
 
variação em (4) 
/ 
variação em (1) 
0 10,00 0 10,00 - - - - 
1 10,00 5,00 15,00 10,00 5,00 15,00 5,00 
2 10,00 8,00 18,00 5,00 4,00 9,00 3,00 
3 10,00 10,00 20,00 3,33 3,33 6,67 2,00 
4 10,00 11,00 21,00 2,50 2,75 5,25 1,00 
5 10,00 13,00 23,00 2,00 2,60 4,60 2,00 
6 10,00 16,00 26,00 1,67 2,67 4,33 3,00 
7 10,00 20,00 30,00 1,43 2,86 4,28 4,00 
8 10,00 25,00 35,00 1,25 3,13 4,38 5,00 
9 10,00 31,00 41,00 1,11 3,44 4,56 6,00 
10 10,00 38,00 48,00 1,00 3,80 4,80 7,00 
11 10,00 46,00 56,00 0,91 4,18 5,09 8,00 
 
Figura 4 – Curvas de custos totais (Vasconcellos, 2005) 
 
Figura 5 – Curvas de custos médios e marginais (Vasconcellos, 2005) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CT 
CT = CFT + CVT 
CFT CVT 
 
CTMe = CT / q 
Ou 
CTMe = CFMe + CVMe 
CFMe = CFT / q 
CFMe = CT / q 
Ou 
CFMe + CVMe = 
CTMe 
 
CopT 
CopT = CopFT + CopVT 
CopFT CopVT 
 
Figura 6 – Representação esquemática dos custos de produção (Reis, 2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Representação gráfica dos custos médios de produção (Reis, 2004) 
 
Podemos observar pelas figuras que mostram as curvas de custos que, 
com o aumento das quantidades produzidas, os custos totais crescem, com 
exceção dos custos fixos. E os custos médios e marginais, porém podem ser 
decrescentes em certa etapa do processo produtivo. 
As curvas que mostram o custo variável médio, o custo total médio e o 
custo marginal têm o formato em U e primeiro decrescem, para depois 
crescerem. Isso acontece porque, no início do processo de produção, as 
empresas trabalham com capacidade ociosa de capital. Assim o custo total 
cresce menos que a produção, fazendo com que os custos médios e marginais 
decresçam. Porém, após certo nível de produto o custo total passa a crescer 
mais que o aumento de produção e os custos médios e marginais passam a 
ser crescentes. Como o custo fixo médio tende a zero, quando aumenta o 
volume de produção, o custo total médio tende, no limite, a se igualar ao custo 
variável. Porém, a curva do custo marginal corta as curvas do custo médio e 
variável no ponto mínimo dessas duas. É a lei dos custos crescentes, que na 
teoria da produção representa a lei dos rendimentos decrescentes. 
 
2.1.4 Custos totais de longo prazo: 
 
Conforme ARBAGE, (2003) o longo prazo é o período de tempo em que 
o empresário pode alterar todos os fatores de produção, modificando assim o 
 
tamanho do empreendimento. Portanto, como já estudamos, no longo prazo 
todos os fatores de produção tornam-se variáveis, favorecendo possibilidades 
de planejamento da produção. Esse é o momento para se adotar medidas de 
correção das falhas cometidas no processo produtivo e buscar novos rumos 
para a definição das quantidades ótimas dos fatores a serem utilizados, das 
quantidades e níveis de diversificação de produtos a serem produzidos. 
Como na produção, os custos são formados unicamente por custos 
variáveis, isto é, no longo prazo, não existem custos fixos. Portanto, os custos 
totais correspondem aos custos variáveis. 
É importante lembrarmos que o comportamento do custo total e do custo 
médio de longo prazo está relacionado ao tamanho da planta escolhida para 
operar. 
No longo prazo, o custo médio é o mais estudado, pois fornece ao 
empresário uma visão de produção do ponto de vista de escala, levando-se em 
conta suas possibilidades econômicas, capacidade de financiamento, mercado 
para seus produtos e a produção esperada. 
A curva de custo médio de longo prazo terá formato em U, como no 
custo médio de curto prazo, devido à existência de rendimentos ou economias 
de escala, pois o tamanho da empresa está variando a cada ponto da curva. A 
curva do custo médio de longo prazo é formada pelo somatório dos pontos 
mínimos das curvas de custo médio de curto prazo, que são formadas por uma 
quantidade fixa de um fator de produção. 
 
Figura 8 – Representação gráfica da curva de custo médio de longo prazo 
denominada de curva envoltória. Esta denominação surge da constatação de que a 
CmeLP é formada pelos pontos de menor CmeCP. (ARBAGE, 2003) 
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Essa condição dos custos médios indica que inicialmente os custos 
caem e, a partir do aumento do tamanho da planta, atingem um mínimo para 
depois aumentarem. Esse é o comportamento típico da chamada economia de 
escala. 
As razões que proporcionam as economias de escala são: 
 
a) A divisão e a especialização do trabalho que proporcionam maior 
racionalidade produtiva e, por conseqüência, um aumento na produtividade 
do fator de produção trabalho. 
b) As indivisibilidadestecnológicas que estão contidas em equipamentos, ou 
máquinas, como, por exemplo, um trator. Existe um tamanho mínimo de 
uma propriedade para que este equipamento seja utilizado para que 
proporcione a maximização dos rendimentos econômicos. A subutilização 
proporcionará uma diminuição na eficiência técnica em relação ao custo 
benefício e a fazenda trabalhará com custos médios maiores. 
c) A diluição do risco de produção com o aumento da produção que tende a 
reduzir a incerteza de mercado, bastante significativa, em pequenos 
empreendimentos. 
d) Economias nas compras de insumos e na venda dos produtos, que com 
maiores volumes de compras e vendas propiciam um maior poder de 
negociação com os agentes envolvidos. 
 
Porém, a partir do menor custo médio a função de custos de longo prazo 
tende a se elevar, devido às chamadas deseconomias de escala. Isso acontece 
por causa de maiores gastos administrativos, maior burocracia e uma maior 
tendência de dependência do setor fornecedor de insumos. Assim, recomenda-
se que o produtor escolha os investimentos alternativos com relação ao 
tamanho do investimento, levando em conta: 
a) A expectativa de lucros de curto e médio prazo a serem auferidos, 
b) Mercado para o produto, 
c) Disponibilidade de recursos para investir, 
d) Possibilidades de médio e longo prazo para a produção, e 
e) Mercado fornecedor de insumos. 
 
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 É importante saber que os produtores, ao dimensionarem o tamanho da 
planta, planejam trabalhar com uma capacidade de reserva, pois esta 
capacidade produtiva pode lhes permitir alternativas de mercado importantes, 
principalmente em um cenário de competição, mais acirrada, como a atual. 
 
4.3 Diferenças entre uma visão econômica e uma visão contábil dos 
custos de produção 
 
Para VASCONCELLOS (2009), em linhas gerais, podemos dizer que a 
visão econômica é mais genérica, vendo mais o mercado, enquanto na visão 
contábil a preocupação centra-se mais no detalhamento dos gastos da 
empresa específica. 
As principais diferenças decorrentes da diferente visão podem ser assim 
vistas: 
 custos de oportunidade e custos contábeis; 
 externalidades; 
 custos e despesas. 
 
4.3.1 Custos econômicos ou de oportunidade 
 
São os que representam o retorno que o capital utilizado na atividade 
estaria proporcionando se fosse aplicado em alternativas de produção. São os 
custos implícitos, referentes, por exemplo, aos insumos que pertencem à 
empresa e que não envolvem um dispêndio monetário. Portanto, permite 
verificar se é viável, do ponto de vista econômico, e empreendimento em 
questão, desde que seu retorno financeiro seja igual ou superior às alternativas 
de uso do capital, como taxas de juros, aluguéis, rentabilidade de outras 
atividades. No caso da agricultura, o custo de oportunidade representa a 
remuneração normal do capital e do trabalho alocados na atividade agrícola. 
 
Para VASCONCELLOS (2009), os custos de oportunidade representam: 
 
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a) O capital que permanece parado no caixa da empresa e corresponde aquilo 
que a empresa poderia ganhar se aplicasse esse capital no mercado 
financeiro, 
b) Quando a empresa está instalada em prédio próprio, ela deve imputar um 
custo de oportunidade correspondente ao que ganharia se alugasse o 
imóvel e usasse o valor correspondente ao do prédio em outra aplicação 
financeira, 
c) Quanto os produtores ganhariam se aplicassem os recursos em outras 
atividades, (custo de oportunidade do capital). 
d) Também indica quanto a empresa deve pagar aos assalariados para mantê-
los empregados, que seria o salário potencial em outra atividade, (custo de 
oportunidade da mão-de-obra). 
Portanto, a visão econômica de custos considera além dos custos contábeis, 
os custos de oportunidade, pois assim estariam refletindo os custos de todos 
os fatores de produção envolvidos numa atividade econômica, inclusive a 
capacidade empresarial. 
 
4.3.2 Custos contábeis 
 
VASCONCELLOS, (2005), escreveu que os custos contábeis são os 
custos normalmente conhecidos na contabilidade das empresas. São os custos 
explícitos que sempre envolvem um dispêndio monetário. É o gasto que 
realmente aconteceu para que ocorresse uma atividade econômica. 
Para REIS (2004), Custos contábeis são todos os custos que exigem 
desembolsos monetários para a execução de atividades produtivas, para sua 
reposição, como gastos com a compra de insumos, pagamento de aluguéis, 
pagamentos de salários dos empregados, manutenção, despesas gerais, como 
as depreciações dos recursos fixos segurança e outros. 
O custo contábil também é denominado de custo operacional que, como 
já vimos, é dividido em custo fixo, composto pelas depreciações e o custo 
operacional variável, constituído pelos gastos efetivos. 
Estes custos fornecem ferramentas de análise para a tomada de 
decisão, em casos em que os retornos financeiros sejam inferiores aos custos 
de alternativas econômicas, representadas pelos custos de oportunidade. 
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4.3.3 As externalidades ou economias externas 
 
“As externalidades podem ser definidas como as alterações de custos e 
benefícios para a sociedade derivadas da produção das empresas urbanas e 
rurais. Propiciam alterações de custos e receitas das empresas por causa de 
fatores externos”, (VASCONCELLOS, 2009). 
As externalidades podem ser positivas e negativas. 
 
4.3.3.1 Externalidades positivas 
 
Segundo VASCONCELLOS (2009), ocorrem quando uma unidade 
econômica cria benefícios para outras, sem receber pagamento por isso, ou 
seja, uma empresa treina mão-de-obra, que após o treinamento acaba se 
transferindo para a outra empresa, a beleza do jardim do vizinho, que valoriza 
sua casa, a urbanização de uma determinada região da cidade executada por 
uma loteadora, que valoriza o se terreno, uma nova estrada vicinal, uma 
recomposição ambiental, um reflorestamento... 
 
4.3.3.2 Externalidades negativas 
 
Para VASCONCELLOS (2009), as externalidades negativas acontecem 
quando uma unidade econômica gera custos para outras empresas, sem pagar 
por isso. Por exemplo, a poluição e o congestionamento causados por 
automóveis, caminhões e ônibus em certas regiões urbanas, por causa de uma 
universidade, clube, ou estádio de futebol. O lançamento de resíduos ou lixo 
causados por uma indústria que polui um rio e impõe custos à atividade 
pesqueira, ou tratamento de água, a construção de uma barragem. O 
escorrimento direto para os rios ou mananciais de dejetos sem tratamento por 
causa da produção de suínos nas fazendas. 
 
As externalidades implicam em custos privados e custos sociais e 
devem ser levados em conta na avaliação social e a avaliação privada dos 
investimentos. Para exemplificar, imaginemos a construção de uma estrada, ou 
ponte, onde para a construtora importam os custos efetivos, como mão-de-obra 
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e materiais. Já na ótica social devemos avaliar as externalidades provocadas 
pelo empreendimento, que podem ser positivas, como o aumento de postos de 
trabalho e o comércio da região, ou negativas, pela poluição do meio ambiente, 
ou assoreamento do rio. 
 
4.3.3.3 Custos versus despesas 
 
Para um maior entendimento, é importante diferenciar custos de 
despesas,embora nos conceitos microeconômicos não se faça uma distinção 
profunda sobre o assunto. 
Para VASCONCELLOS, (2009), na visão contábil, custos são os gastos 
associados ao processo de fabricação de bens e serviços. Assim, os custos se 
classificam em custos diretos fixos ou indiretos e custos variáveis ou diretos. 
Os custos fixos referem-se, por exemplo, aos salários da administração, 
aluguéis de instalações da administração, depreciação dos equipamentos e 
das instalações, retorno sobre o capital fixo e proposição para riscos. 
Os custos variáveis são, por exemplo, o salário d mão-de-obra direta, 
custos sobre insumos e componentes, gastos correntes com estoque de 
capital, como energia, manutenção e reparação. 
As despesas estão ligadas ao exercício social e alocadas para o 
resultado geral do período. Para facilitar o entendimento, as despesas seriam 
relacionadas a gastos financeiros, comerciais e administrativos. 
 
4.4 Ganhos da firma 
 
Com o processo de produção de bens e serviços (BS), as firmas 
almejam uma compensação para as atividades criadoras de riquezas. Portanto, 
a compensação significa o ganho pelo esforço da empresa para realizar a 
produção. Neste caso, entendemos como o esforço os custos despendidos 
para produzir bens e serviços. 
O resultado obtido ou advindo do esforço que gera a produção, 
denominamos de rendimento ou receita recebidos pela venda da produção no 
mercado. 
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A receita total se calcula pela multiplicação do preço unitário de um 
produto e a quantidade do referido produto. Assim: 
 
RT = qp x pu 
Onde: 
RT = receita total de vendas do produto, 
qp = quantidade do produto, 
pu = preço unitário do produto. 
 
Tomando como base a teoria marginalista, entendemos que as 
empresas têm como objetivo primordial a maximização de lucros. Definimos 
como lucro total a diferença entre as receitas de vendas de uma empresa e 
seus custos totais de produção. Assim: 
 U = RT - CT 
Onde: 
U = lucro total, 
RT = receita total de vendas, 
CT = custo total de produção. 
Assim, segundo VASCONCELLOS (2005), entende-se que a empresa, 
desejando maximizar os lucros, escolherá o nível de produção onde a diferença 
positiva entre a receita total e o custo total seja a maior possível. 
É importante também conhecermos a receita marginal, que corresponde 
ao acréscimo da receita total de uma empresa, quando essa unidade de 
produção vende uma unidade adicional de seu produto. A receita marginal é 
vista como RMg. 
Também como já vimos, o custo marginal (CMg) é o acréscimo do custo 
total de produção de uma empresa, quando essa organização produz uma 
unidade adicional de seu produto. 
 Para melhor entendermos os mecanismos de ganhos das empresas 
podemos usar algumas ferramentas que nos auxiliam, como a receita média 
(RMe) e a receita marginal (RMg). 
A receita média podemos representar assim: 
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A receita marginal, representamos pela fórmula: 
 
 
 
4.5 Maximização dos lucros 
 
Em VASCONCELLOS (2005), encontramos que a teoria neoclássica tem 
como ponto fundamental o entendimento de que as empresas têm como 
objetivo central a maximização de lucros representados, pela diferença entre as 
receitas das vendas das empresas e os custos totais da produção, como já 
vimos anteriormente. Assim: 
U= RT-CT 
É razoável que uma empresa, desejando maximizar os lucros, escolherá 
o nível de produção onde ocorra a maior diferença positiva entre a receita total 
(RT) e o custo total de produção (CT), que somente acontece quando a RMg – 
CMg = 0, ou seja, RMg = CMg. 
Entendemos, então que a maximização dos lucros ocorrerá no nível de 
produção quando a receita marginal da última unidade produzida seja igual ao 
custo marginal desta última unidade produzida: RMg = CMg 
 O princípio da maximização supõe que a empresa esteja num ponto de 
produção em que a receita marginal supera o custo marginal (RMg > CMg), por 
que nesse ponto, o empresário desejará aumentar a produção, pois cada 
unidade adicional produzida aumenta o lucro, já que a receita marginal é maior 
do que o custo marginal. 
Suponhamos agora uma outra situação de produção: RMg < CMg. 
Nesse caso, a empresa terá interesse em diminuir a produção, pois cada 
unidade adicional que deixa de ser fabricada aumenta seu lucro, pois seu custo 
marginal (CMg) é maior do que a receita marginal (RMg). Assim, o empresário 
fabricará a quantidade de seu produto no ponto em que RMg = CMg, pois 
desse modo seu lucro total será maior. 
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Tabela 3 – Maximização do lucro total* (Vasconcellos, 2009) 
Produção 
e vendas 
(por dia) 
 
(1) 
Custo 
total 
(CT) 
R$ 
 
(2) 
Preço 
unitário 
de 
mercado 
(P) 
R$(3) 
Receita 
Total 
(RT) 
R$ 
(4) = (3) x 
(1) 
Lucro 
total 
(LT) = RT – 
CT 
R$ 
(5) = (4) – (2) 
Custo 
Marginal 
(CMg) 
R$ 
(6) = variação em (2)/ 
 variação em (1) 
Receita 
Marginal 
(RMg) 
R$ 
 
(7) = variação em (4) 
/ 
variação em (1) 
0 10,00 5,00 0 -10,00 - - 
1 15,00 5,00 5,00 -10,00 5,00 5,00 
2 18,00 5,00 10,00 -8,00 3,00 5,00 
3 20,00 5,00 15,00 -5,00 2,00 5,00 
4 21,00 5,00 20,00 -1,00 1,00 5,00 
5 23,00 5,00 25,00 12,00 2,00 5,00 
6 26,00 5,00 30,00 14,00 3,00 5,00 
7 30,00 5,00 35,00 15,00 4,00 5,00 
8 35,00 5,00 40,00 15,00 5,00 5,00 
9 41,00 5,00 45,00 14,00 6,00 5,00 
10 48,00 5,00 50,00 12,00 7,00 5,00 
11 56,00 5,00 55,00 -1,00 8,00 5,00 
* Supondo uma firma em mercado de concorrência perfeita. 
 
Para concluirmos o raciocínio, é razoável supormos a RT > CT, no ponto 
do lucro máximo, o que significa que a empresa não leva prejuízo em toda sua 
escala de produção. Portanto, podemos verificar no gráfico abaixo que o lucro 
máximo ocorre no ponto onde a inclinação da curva de custo total, que é o 
CMg, tem a mesma inclinação da curva da receita total, dada pela RMg. Isso 
ocorre onde Q = Qo, que mostra a diferença entre a receita total e o custo total 
máxima: RT – CT = AB. Nesse ponto a declividade da curva de custos e de 
receita total é a mesma, pois a reta que tange a curva de custos (t) é paralela a 
reta de receita total (RT). 
 
Figura 9 – Receita, Custo e Lucro Máximo (Müller, 2004) 
 
Resumo 
Nesta unidade, da teoria da firma e dos custos de produção, aprendemos 
as condições fundamentais para o entendimento da produção dos bens e 
serviços produzidos e demandados em uma sociedade. Para tanto estudamos 
a produção no curto prazo e no longo prazo, a função de produção, os fatores 
de produção fixos e variáveis, as ferramentas que dão suporte para uma 
análise de resultados de produção, como a produtividade média, a 
produtividade marginal, a lei dos rendimentos decrescentes. 
Os custos de produção que fornecem ferramentas para verificar e analisar 
a rentabilidade econômica e o ganho das empresas e propriedades rurais. Para 
tanto, propiciam o conhecimento dos princípios que podem auxiliar na 
administração das referidas organizações, bem como, disponibilizam 
instrumentos para a elaboração de políticas de apoio aos sistemas produtivos, 
mostrando aos produtores um indicativo sobre os métodos de produção mais 
adequados, pois afetam de diferentes maneiras os processos produtivos. Há 
custos que não se traduzem em desembolsos imediatos.São os custos sociais. 
Outras vezes, as empresas realmente realizam desembolsos para produzir 
produtos, mas com a necessidade de escolha na produção de um produto “A” 
ou produto “B”. São os custos de oportunidade. Porém, os custos que 
aparecem com mais facilidade são aqueles desembolsos que compõem as 
planilhas de custos dos produtos gerados pelas empresas. 
O grande objetivo das empresas, no geral, é maximizar lucros. Para tanto 
precisam maximizar a produção para um dado custo total, minimizar custo total 
para um dado nível de produção, ou, até as duas alternativas conjuntas. 
Os desembolsos das empresas correspondem aos gastos fixos e variáveis, 
realizados para produzir bens e serviços no curto e no longo prazo. 
Os custos merecem um acompanhamento especial e permanente, como 
ferramenta de análise de resultados das organizações, em geral, mas, com 
maior severidade, as empresas rurais que possuem características específicas 
de produção. 
 
REFERÊNCIAS 
ARBAGE, Alessandro Porporatti. Economia Rural, Chapecó, 2003, Argos 
MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia Fundamentos e Aplicações. São 
Paulo: PEARSON (Prentice Hall), 2004. 
SILVA, Fábio Gomes; TÍMACO, Fauzi. Economia aplicada à Administração. 
São Paulo: Futura, 1999. 
MÜLLER, Antônio. Manual de Economia Básica. Petropolis: Vozes, 2004. 
VASCONCELLOS, Marco Antônio S.; GARCIA, Manoel E. Fundamentos de 
Economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
VASCONCELLOS, Marco Antônio S.; GARCIA, Manoel E. Fundamentos de 
Economia. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
MOCHÓN, Francisco, Princípios de Economia. Pearson Prentice Hall, São 
Paulo, 2006. 
PINHO, Diva Benevides, VASCONCELLOS, Marco A. S. de, org. MANUAL DE 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA, São Paulo, Saraiva, 2006.

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