Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LANÇAMENTO Conceito: Lançamento é o ato pelo qual o sujeito ativo dá ciência ao sujeito passivo (por meio de um escrito formal), que este deverá pagar algum tributo. Lembrando que sem a prática do fato gerador não há que se falar em lançamento e, sem lançamento, não há crédito tributário. Exemplo: alguém detém a propriedade de certo imóvel urbano construído, neste caso o indivíduo só será compelido ao pagamento do tributo (IPTU) se o sujeito ativo (Município) efetivar o ato formal previsto em lei (lançamento), para determinação do valor do tributo, dele cientificando o sujeito passivo. Procedimento: Verifica-se a ocorrência do fato gerador; Identifica o sujeito passivo; Determina a matéria tributável (subsunção do fato à norma); Calcula o montante do tributo (crédito tributário). Não há discricionariedade para a Efetivação do Lançamento: O lançamento deve ser efetuado pelo sujeito ativo nos termos da lei, vale dizer, tem de ser feito sempre que a lei o determine, e sua consecução deve respeitar os critérios da lei, sem margem de discrição dentro da qual o sujeito ativo pudesse, por razões de conveniência ou oportunidade, decidir entre lançar ou não, ou lançar valor maior ou menor, segundo sua avaliação discricionária. Penalidade: O sujeito ativo deve proceder ao lançamento, notificando o sujeito passivo, que, se não satisfizer a pretensão do sujeito ativo, fica igualmente submetido às demais medidas legais tendentes à satisfação do credor, inclusive a ação judicial Modificação do Lançamento: Art. 145 - O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. O lançamento notificado ao sujeito passivo vincula a autoridade que o efetivou, de modo que ela, em regra, não pode modifica-lo, não obstante o artigo transcrito arrole uma gama de situações em que ele pode ser alterado. Natureza do Lançamento: O lançamento possui 3 naturezas diversas: Natureza Mista: Possui uma função dúplice, é constitutiva em relação ao crédito tributário e declaratório em relação à obrigação (é a regra utilizada pelo CTN). Natureza Declaratória: Declara a obrigação e o crédito tributário. Por essa teoria, o lançamento declara tanto a obrigação, quanto o crédito tributário, pois não seria possível a existência de uma obrigação tributária sem o seu respectivo crédito (teoria majoritária). Natureza Constitutiva: Constitui tanto a obrigação quanto o crédito tributário. O lançamento é uma normal individual e concreta de incidência e, tem por finalidade individualizar a conduta do contribuinte; sem o lançamento não há relação de subsunção sendo o fato tributário irrelevante para o direito (teoria minoritária). Modalidades de Lançamento: Lançamento por declaração (art. 147, CTN): Art. 147 - O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. A declaração, portanto, configura uma obrigação formal do sujeito passivo ou de terceiro (pai, tutor, curador, administrador). Em suma, lançamento por declaração é aquele que para sua efetivação há a participação do sujeito passivo, que é obrigado a prestar declarações, e do sujeito ativo que efetua o lançamento com base nas declarações prestadas pelo sujeito passivo. O declarante pode retificar a declaração, consoante o art. 147, § 1º: “A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento”. Se a retificação ocorrer visando o aumento do tributo, pode ser realizado a qualquer momento “sem qualquer justificativa”. Se a retificação visar a redução do tributo, pode ser realizada desde que justificado e demonstrado o erro e antes de qualquer notificação ao sujeito passivo. Observação: a administração pode recusar a retificação. A retificação pode ser feita também pela autoridade administrativa quando se depare com erros visíveis pelo simples exame da declaração, conforme dispõe o art. 147, § 2º: “Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela”. Essa retificação tanto deve fazer-se a favor do sujeito ativo como em proveito do sujeito passivo, em face do princípio da legalidade dos tributos e do caráter vinculado do lançamento. Lançamento e revisão de ofício (art. 149, CTN): É o lançamento realizado exclusivamente pela administração pública sem a participação do sujeito passivo. Art. 149 - O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Parágrafo único - A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Lançamento por homologação (art. 150, CTN): Art. 150 - O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. §1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. §2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. §3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. §4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraudeou simulação. É aquele elaborado integralmente pelo contribuinte, sem a participação da administração em sua efetivação. Nesta modalidade, o contribuinte efetua a declaração e com base nesta calcula e recolhe o tributo devido. A administração tão somente homologa ou não a atividade realizada pelo contribuinte. Exemplo: “A” entrega a declaração, sob essa declaração é feita uma análise, estando em termos (de acordo com a lei), será homologada. Efetuado o lançamento pelo contribuinte, a homologação ocorre de duas modalidades: Expressa: a autoridade, ao tomar conhecimento de que o devedor procedeu ao recolhimento do tributo (e após cuidadoso exame da situação fática e da lei aplicável), registraria, expressamente, sua concordância. Tácita: o CTN não se olvidou da circunstância de que o sujeito ativo poderia deixar correr o tempo sem proceder à homologação expressa, e deu solução ao caso, ditando que, omisso o sujeito ativo durante certo prazo, o seu silêncio equivaleria à concordância. E assim ficou a questão resolvida: sem lançamento prévio, o devedor efetua o recolhimento, que, em tese, se correto, deveria ser objeto de expressa concordância da autoridade fiscal; se não advém tal concordância, o passar do tempo faz-lhe as vezes.
Compartilhar