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Laminação Fagner casagrande – Giovane Kniess – odair BLASIO Emr 381 Professor: AntOnio dias O processo de laminação Processo de conformação mecânica que consiste em deformar o metal pela passagem entre dois cilindros com geratriz retilínea (laminação de planos) ou contendo canais entalhados de forma mais ou menos complexa (laminação de produtos longos). É o processo mais empregado dentre os de conformação mecânica de metais. Em 2008, 73% do aço bruto produzido no Brasil foi conformado por laminação. Desses, 58% foi laminado em produtos planos e 42% em produtos longos. Laminação a quente Laminação a frio Tipos de laminadores (cadeiras) Cilindros de laminação Os cilindros são feitos geralmente de aços forjados ou fundidos e ferros fundidos, com carbono entre 1,8 a 2,6%C. Principais elementos de liga: Cromo, Níquel e Molibdênio. Principais características: Dureza, resistência ao desgaste da mesa, resistência à ruptura por ocasião de uma eventual sobrecarga, baixa sensibilidade à formação de trincas térmicas, boa superfície. O processo de fundição centrífuga permite combinar diferentes matérias-primas para a superfície e o núcleo do cilindro, oferecendo assim materiais com características excelentes. Cilindros de laminação Villaresrolls Cilindros de laminação Aço Forjado: Cromo entre 3 e 5%, que proporciona boa resistência ao desgaste e às trincas térmicas. Aplicados em laminadores de tiras a frio e para cilindros de apoio. A camada do cilindro é temperada por indução, obtendo uma superfície com elevada dureza e um núcleo tenaz. Os aços forjados para cilindros têm a vantagem de ser mais densos e de possuir uma estrutura de grãos mais finos, o que lhes dá alta tenacidade. Villaresrolls Cilindros de laminação Aço Adamite: Aço baixa liga fundido ou forjado com presença de níquel , cromo e molibdênio. Operações de desbaste a quente. FoFo Nodular: Matriz bainítica. Adequado para cadeiras intermediárias e de acabamento devido à sua boa tenacidade e resistência ao desgaste. É resistente à oxidação. Villaresrolls Cilindros de laminação FoFo indefinido: Ferro fundido coquilhado. Operações de acabamento devido a maior resistência ao desgaste. FoFo definido: Coquilhado com pequenas quantidades de grafita na superfície. Acabamento. Aço rápido: Aço fundido centrifugado. Utilizado em operações de acabamento com alto desempenho em resistência ao desgaste e qualidade de superficial do material laminado, superando os cilindros de ferro fundido convencionais em aproximadamente 3 vezes. Villaresrolls Flexão dos cilindros de laminação A flexão dos cilindros causa variação de espessura ao longo da largura da chapa laminada. Para compensar essa variação de espessura, recorre-se ao coroamento dos cilindros, ou seja, eles possuem um diâmetro maior no centro e menor nas extremidades. A falta de coroamento (ou um coroamento negativo) e o excesso de coroamento positivo levam a diferentes padrões de defeitos nas chapas. Defeitos Defeitos Relações geométricas e cálculos na laminação x z y hi hf w w Comprimento do arco de contato Ângulo de contato Para ângulos pequenos, Deformação Deformação plástica verdadeira: Atrito na laminação Cilindros de aço: Cilindros de FoFo: Lubrificantes A frio: Lubrificantes sintéticos, semissintéticos ou naturais. Sintéticos: Boa refrigeração, lubrificação e excelente proteção anticorrosiva. Chapas de aço laminadas a frio e material galvanizado. Óleos semissintéticos e solúveis minerais: laminação de chapas de aço, possuem aditivos especiais que reduzem o atrito, diminuindo o desgaste e aumentando a vida útil dos cilindros. Tem como uma de suas características o bom acabamento superficial da chapa, além da eficiente refrigeração durante o processo. Ceras e óleos minerais: Suportam altas pressões sendo razoavelmente bons lubrificantes. A quente: Óleos sintéticos: Reduzem a carga, aumentam a vida útil do laminador e aumentam a qualidade do produto. Utilizado em aços inoxidáveis e ao carbono. Condição de mordida da chapa Sendo , . Para que a chapa seja arrastada pelos cilindros, é necessário que a força de atrito (T) entre a chapa e o cilindro seja grande o suficiente para puxar a chapa para o interior do arco de contato, Fx > 0, isto é: Considerando atrito coulombiano: Máxima redução e Raio mínimo Numa situação limite: Sabendo que o ângulo de contato é dado por: Válido apenas para chapas com cantos vivos na área de contato com os cilindros. Além de ser afetada pelo coeficiente de atrito e do raio do cilindros, a mordida também é afetada pela severidade do passe (redução) e velocidade. Caso a chapa tenha um perfil que acompanhe o arco de contato, ou seja, tenha uma extremidade afinada em formato de chanfro ou que acompanhe o arco de contato: Em um desbastador reversível, faz-se um passe mais fraco (menor redução) que o passe desejado. A placa será mordida e é iniciado o arraste, então o laminador é parado e feito em marcha ré. Fecham-se, então, os cilindros para a regulagem correspondente ao passe mais forte que se pretendia obter. A placa, cuja extremidade foi afinada, é mordida facilmente pelos cilindros e, em seguida, o arraste se faz normalmente. Máxima redução e Raio mínimo – condição de arraste Ângulo neutro Deformação elástica dos cilindros de laminação – a frio Raio do arco deformado: Diferenças entre o raio original e o deformado de até 10% são aceitáveis na indústria. Aços: c = 2,2 x 10^-5 mm²/N Ferros fundidos: c = 4,4 x 10^-5 mm²/N Alargamento da chapa na laminação a quente Depende principalmente da geometria do processo. Calculado através de experiências práticas. Tafel e Sedlaczek: No cálculo de carga a quente é recomendável substituir a largura da chapa por uma média: Taxa de deformação Sendo n a rotação dos cilindros em rpm e v em mm/s Afeta diretamente a carga de laminação. Utilizado para o cálculo da tensão média de escoamento na laminação a quente. Tensão média de escoamento na laminação ( ) ou Resistência à deformação Tensão necessária para deformar plasticamente o material. A quente: É função da deformação ( ), da taxa de deformação ( ‘), da temperatura, da história da deformação e da estrutura metalúrgica do metal. A frio: É função da história da deformação anterior, da deformação e do encruamento. Tensão média de escoamento na laminação ( ) Tensão necessária para deformar plasticamente o material. A tensão necessária para inicial a deformação por tração pura (critério de escoamento): Na de formação de planos (critério de Von Mises): Ou seja, a tensão necessária para iniciar a deformação plástica na laminação é 15% maior que a tensão de escoamento do material obtida num ensaio de tração. Há basicamente 2 formas de calcular a tensão média de escoamento de um material. 1º: por equações empíricas (a quente). Tensão média de escoamento na laminação ( ) Equação de Misaka Utilizado para aços carbono. Considera o teor de carbono (%C), a deformação e a taxa de deformação. Foi testada para teores de carbono na faixa de 0,05 a 1,20%, temperatura entre 750 a 1200ºC e deformação abaixo de 0,50. A temperatura T deve ser em Kelvin (T°C +273) Taxa de deformação Deformação Por métodos gráficos (a frio): Tensão média de escoamento na laminação ( ) Material previamente deformado em 10%. Qual será a tensão média de escoamento para deformar esse material em mais 15%? 635 MPa 900 MPa A frio: Equação de Hollomon: K é um coeficiente de resistência. n é um expoente de ecruamento. Tensão média de escoamento na laminação ( ) A frio: Tensão média de escoamento na laminação ( ) Se a deformação inicial é nula ( ) Cálculo de carga sem atrito Região que representa a força necessária para a deformação do material sem atrito. Tensões a ré e/ou à frente Cálculo de carga com atrito forças de atrito puxam o metal forças de atrito seguram o metal A 0 N a aM aN p ângulo neutro L Entrada (A) saída sentido de laminação Pressão dos cilindros Plano neutro (deslizamento nulo) Colina de Fricção Cálculo de carga com atrito j entrada saída sentido de laminação Pressão Plano neutro (deslizamento nulo) Colina de Fricção calculada L a 0 aN Si Sf p–(j) p+(j) Pressão dos cilindros – Exemplos reais Cálculo de carga – métodos empíricos Uma abordagem geral, que apresenta boa conformidade com dados industriais reais pode ser descrita pela expressão: QF é um fator geométrico que correlaciona as demais variáveis do processo de laminação (hi , hf , m , R). Baseando-se em dados experimentais, Ekelund, Sims ,Bland e Ford propuseram diferentes equações para o cálculo de QF, algumas mais úteis para a laminação a quente, outras para a laminação a frio. Cálculo de carga – métodos empíricos Equação de Ekelund (a frio e a quente): A frio se utiliza o raio deformado R’ e a quente a largura média . Ekelund - a frio e a quente Método gráfico de Bland e Ford (a frio): Cálculo de carga – métodos empíricos Bland e Ford - a frio Deformação nominal: Equação de Sims (a quente): Pode ser obtido por meio de um diagrama, cobrindo a maior parte dos casos práticos de laminação. Cálculo de carga – métodos empíricos Sims - a quente Deformação nominal: Torque Os valores de são de 0,5 para laminação a quente e 0,45 para laminação a frio. Valores de Lingotes, placas e blocos: 0,5 Para LTF: 0,4 – 0,48 Para LTQ (aços carbono): 0,35- 0,4 Para LTQ (aços-liga): 0,28 – 0,56 Potência A potência em CV total necessária para os dois cilindros é: Sendo N em CV, M em Kg.m e n em RPM. Em kW: Relação carga-deformação Variáveis fixas. A carga de laminação P pode ser expressa em termos da espessura final hf: Relação carga-deformação – Exemplos reais Variáveis operacionais na laminação de planos A espessura final de uma chapa é afetada pela deformação elástica do laminador, a qual, por sua vez, depende da carga de laminação: Assim, qualquer alteração nas variáveis que definem a carga de laminação afetará a posição do ponto de operação e, portanto, a espessura de saída da chapa. P s hi hf P Dh s g Ponto de operação Abertura entre os cilindros Rigidez do laminador Variações na tensão de escoamento Curva I: Normal. Curva II: Material dúctil. Curva III: Material resistente. P g hf hf2 P2 III C I hi hf P A II hf1 P1 B Variações no coeficiente de atrito Curva I: Normal. Curva II: Menor coef. de atrito. Curva III: Maior coef. de atrito. P g hf hf2 P2 III C I hi hf P A II hf1 P1 B Variações na espessura inicial da chapa Curva I: Normal. Curva II: Menor espessura. Curva III: Maior espessura. P g hf I hi hf P A hf1 P1 II B hi1 hf2 P2 III C hi2 Influência da aplicação de tensões à frente e à ré na chapa Curva I: Normal. Curva II: Elevação das tensões aplicadas. Curva III: Diminuição das tensões aplicadas. P g hf hf2 P2 III C I hi hf P A II hf1 P1 B Controle dimensional O regime de trabalho é dado pela curva I. A chapa chega com espessura hi e sai com espessura hf. A curva II tem uma espessura de entrada menor, ocasionado numa menor espessura de saída. Para que a espessura final seja hf, assim como para a curva I, é necessário que o ponto de operação seja C. Para manter a mesma espessura de saída que a curva I, modifica-se a abertura entre os cilindros para g*. hf1 P1 II B hi1 I P hi hf P g A hf C g* Exemplo de aplicação a frio Uma chapa de cobre recozido com 6 mm de espessura e 400 mm de largura deve ser transformada por laminação a frio em uma chapa com 1,5 mm de espessura. Considere que o coef. de atrito é igual a 0,10 e que os cilindros de laminação em cada passe possuem um diâmetro de 400 mm. O primeiro par de cilindros gira a 180 rpm e o segundo par a 200 rpm. A chapa entra nos cilindros com a extremidade reta, sem achatamento. Cilindros de aço. A) Determine o número de passes para a obtenção da chapa desejada. B) Calcule a força e potência para cada passe por 2 métodos teóricos e 2 empíricos. SOLUÇÃO: Uma chapa de cobre recozido com 6 mm de espessura e 400 mm de largura deve ser transformada por laminação a frio em uma chapa com 2,5 mm de espessura. Considere que o coef. de atrito é igual a 0,10 e que os cilindros de laminação em cada passe possuem um diâmetro de 400 mm. O primeiro par de cilindros gira a 180 rpm e o segundo par a 230 rpm. A chapa entra nos cilindros com a extremidade reta, sem achatamento. Cilindros de aço. A) Determine o número de passes para a obtenção da chapa desejada. B) Calcule a força e potência para cada passe por 2 métodos teóricos e 2 empíricos. SOLUÇÃO: De 6 para 2,5 mm representa uma redução de 3,5 mm, então a primeira coisa a ser determinada é a redução máxima que poderá ser feita com esses cilindros: Como a redução máxima que vai possibilitar o agarramento dos cilindros é de inferior a 2 mm, o processo será realizado em 2 passes com reduções iguais de 1,75 mm (3,5/2). 1º passe: Reduzindo de 6 para 4,25 mm. 2º passe: Reduzindo de 4,25 para 2,5 mm. Exemplo de aplicação a frio 1º Passe: 6 mm 4,25 mm Deformação: Determinar a tensão média de escoamento: Da tabela: Exemplo de aplicação a frio Cálculo da carga pelo modelo teórico sem atrito: Verificar se a carga irá deformar os cilindros: Diferença no raio de 3,3% que está abaixo dos 10% utilizados na indústria. Mas para fins de exemplo, calcula-se uma nova carga com esse raio: Exemplo de aplicação a frio Cálculo da carga pelo modelo teórico com atrito: Exemplo de aplicação a frio Cálculo da carga pelo modelo empírico segundo Ekelund: Exemplo de aplicação a frio Cálculo da carga pelo modelo empírico segundo Bland e Ford: Exemplo de aplicação a frio Deformação nominal: Cálculo do torque e da potência: Torque: Potência (kW): Modelo teórico sem atrito: Exemplo de aplicação a frio Para LTF : 0,4 – 0,48 Modelo teórico com atrito: Modelo empírico de Ekelund: Modelo empírico de Bland e Ford: Exemplo de aplicação a frio Exemplo de aplicação a frio Para o 2º passe, o mesmo processo é realizado, no entanto conta com algumas diferenças no início. Redução de 4,25 para 2,5 mm. Deformação: A principal diferença está na tensão média de escoamento: Exemplo de aplicação a frio Exemplo de aplicação a frio Exemplo de aplicação a quente Um vergalhão de SAE 1020 de seção com 200 mm de largura e 150 mm de altura é laminado em um único passe até 100 mm de altura em cilindros de ferro fundido, a 1000 ºC com diâmetro 30% maior que o mínimo necessário, girando a 120 rpm. Calcule a carga e a potência necessária para realizar esse processo. O coeficiente de atrito é igual a 0,5. A chapa tem extremidade reta. SOLUÇÃO: Exemplo de aplicação a quente Um vergalhão de SAE 1020 de seção com 200 mm de largura e 150 mm de altura é laminado em um único passe até 100 mm de altura em cilindros de ferro fundido, a 1000 ºC com diâmetro 30% maior que o mínimo necessário, girando a 120 rpm. Calcule a carga e a potência necessária para realizar esse processo. O coeficiente de atrito é igual a 0,5. A chapa tem extremidade reta. Raio dos cilindros: Alargamento da chapa: Tensão média de escoamento Método de Miska: Deformação real: Taxa de deformação: Exemplo de aplicação a quente Exemplo de aplicação a quente Em Mpa: 154 Mpa (154 N/mm²) Cálculo de carga pelo modelo teórico sem atrito Cálculo de carga pelo modelo teórico com atrito Exemplo de aplicação a quente Cálculo da carga pelo modelo empírico de Ekelund Exemplo de aplicação a quente Cálculo da carga pelo modelo empírico de Sims Exemplo de aplicação a quente Cálculo do torque e da potência: Torque: Potência (kW): Modelo teórico sem atrito: Para LTQ : 0,5 Exemplo de aplicação a quente Exemplo de aplicação a quente Algumas Referências HELMAN, Horacio; R. ROBERTO, Celtin. FUNDAMENTOS DA CONFORMAÇÃO: Mecânica dos Metais. São Paulo: Artliber Editora, 2005. LIRIO, Shaeffer. Conformação Mecânica. Rio Grande do Sul: Imprensa Livre Editora, 1999. L. PACHECO, Joyson; A. BORTOLIN, Arthur. PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO. Rio Grande do Sul. 2012. L. SOUZA, Altair. ESTUDO DA TENSÃO MÉDIA DE ESCOAMENTO DE AÇOS LAMINADOS EM TIRAS A QUENTE. Minas Gerais. 2010 V.A. BARROS. CÁLCULO DE AÇÕES SOBRE A TENSÃO APLICADA À TIRA EM FACE A DISTÚRBIOS NA ESPESSURA DE ENTRADA DE UMA CADEIRA DE LAMINAÇÃO. Espírito Santo. 2006. Ricardo Domingues, 2006 https://www.villaresrolls.com/web/pt/produtos/Documents/Laminacao-Longo-PT.pdf http://br.quakerchem.com/product/cold-rolling-oils/ http://www.tirreno.com.br/produto.php?id=25&lg=pt
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