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Web aula 2 - Ciências Contábeis - Gestão Financeira e Orçamento Empresarial

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
WEB AULA 1 
Unidade 2 – Planejamento 
APRESENTAÇÃO 
 
Seja bem-vindo à nossa webaula. Sou a professora Vânia de A. S. Machado e irei 
trabalhar com vocês nessa webaula o planejamento inicial de um negócio. Irei 
demonstrar uma ferramenta chamada Plano de Negócios, que será muito útil para as 
primeiras decisões antes do início de um novo empreendimento. 
 
 PLANO DE NEGÓCIOS 
 
Diariamente os profissionais da área financeira precisam decidir sobre a melhor forma 
de administrar a empresa rumo ao sucesso de todas as suas ações. Frente a um 
mercado instável e propenso a oscilações que podem afetar toda a estrutura 
financeira destas entidades, é indispensável uma melhor aplicação e distribuição dos 
recursos disponíveis. 
Independente do ramo de atividade que a empresa trabalhe, ela irá utilizar seus 
recursos financeiros de forma que possa obter lucro. 
 
Dessa forma, como já estudado na Unidade 1, teremos que a função do gestor 
financeiro é ter ações voltadas ao gerenciamento dos recursos em todas as unidades 
de negócio de forma a obter os retornos planejados pela empresa. 
Segundo Gitman (2010, p. 105), “[...] o planejamento financeiro é um aspecto 
importante das operações das empresas, porque fornece um mapa para a orientação, 
a coordenação e o controle dos passos que a empresa dará para atingir seus 
objetivos”. 
Braga (2011, p. 228) define: 
Planejar significa definir antecipadamente: 
 os objetivos das ações preestabelecidas (O QUE se deseja alcançar); 
 a forma pela qual as ações serão desenvolvidas (COMO será feito); 
 os meios físicos, tecnológicos, humanos etc. e os recursos financeiros necessários (COM QUE e 
POR QUANTO será feito); 
 os prazos de execução e as épocas de conclusão de cada etapa do plano (QUANDO será feito); 
e 
 os responsáveis pela execução das etapas do plano (POR QUEM será feito). 
Esse planejamento é necessário antes mesmo de a empresa começar suas atividades, 
ou seja, no momento da concepção do projeto de abertura do negócio. 
E com esse foco convido vocês agora para assistirem a dois vídeos. O primeiro, onde 
iremos visualizar, através dos dados do IBGE, quantas empresas fecharam suas 
portas depois de três anos, e no segundo, a consequência da falta de planejamento 
nas empresas. 
Vídeo: 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=yddcbXYqs98 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=6A4II9ZnUqI 
 
QUESTÃO PARA REFLEXÃO 
 
Será que uma empresa que realizou um bom planejamento antes de iniciar suas 
atividades terá tantas dificuldades como aquelas que não possuem planejamento? 
 
PLANO DE NEGÓCIOS 
 
Pensando em uma das etapas de planejamento de um novo negócio, iremos 
apresentar uma ferramenta chamada: Plano de Negócios. 
Você sabe o que é um Plano de Negócios? Veja o vídeo antes de continuar a leitura: 
 
 Vídeo 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=O3VZRvk34Xw 
 
 
Nesse vídeo foi possível ver que o Plano de Negócios é um documento de 
planejamento capaz de demonstrar a viabilidade do empreendimento do ponto de 
vista da estratégia, do mercado, das operações e da gestão financeira. 
Inicialmente o Plano de Negócios é uma ferramenta vazia, sem vida, e que ganha 
alma a partir das informações colhidas/pesquisadas pelo empreendedor. 
Na planilha abaixo vou apresentar uma sugestão para elaboração de um Plano de 
Negócios, modelo do Sebrae, e também um link para aprofundar o conhecimento 
sobre cada item. 
(clique sobre uma imagem para abrir o video) 
Figura 1 – Modelo de Plano de Negócios 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: O Autor. 
Depois de tanta informação, o Plano de Negócios não é mais uma ferramenta vazia, 
agora ele é um planejamento completo, pronto para auxiliar o empreendedor no início 
do seu negócio. 
Link 
 
Vamos ver outros modelos de Plano de Negócios: 
 
http://static.efetividade.net/img/Modelo_Plano_Negocios_desafiobrasil-
279265.pdf 
 
http://plano-de-
negocio.info/mos/view/Como_Elaborar_um_Plano_de_Neg%C3%B3cio/ 
 
http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/biblioteca/guias_cartilhas/Como_elab
orar_um_plano_de_negoc 
 
PLANO FINANCEIRO 
 
Agora iremos aprofundar nosso estudo no Plano Financeiro, conhecer um pouco das 
particularidades dessa estrutura. 
O Plano Financeiro será a principal fonte de controle da saúde financeira da empresa 
e será utilizado para conduzir as atividades de acordo com o que foi projetado. 
Vamos apresentar alguns tópicos que estarão presentes no Plano Financeiro. 
 
Quadro 1 – Plano Financeiro 
 
Fonte: O autor. 
 
 
 
 
INVESTIMENTO INICIAL 
 
Os investimentos iniciais são aqueles gastos necessários para que a empresa entre 
em funcionamento, ou seja, tudo o que for necessário para dar início às atividades. 
O investimento inicial é separado em quatro etapas: 
1. Investimento Pré-Operacional; 
2. Investimentos Fixos; 
3. Capacitação de Pessoal; 
4. Necessidade do Capital de Giro. 
5. 
INVESTIMENTO PRÉ-OPERACIONAL 
 
Os gastos pré-operacionais são os gastos provenientes antes mesmo da abertura da 
empresa e do funcionamento do negócio comercial. São gastos com: abertura de 
empresa, bombeiros, vigilância sanitária, alvará de funcionamento, documentação em 
geral, contador, etc. 
 
INVESTIMENTOS FIXOS 
 
Os gastos com investimentos fixos são os gastos necessários para a concepção da 
estrutura física da empresa, ou seja, todos os itens que não giram. Por exemplo: 
geladeiras, mesas, freezer, balcões, computadores, etc. 
 
CAPACITAÇÃO DE PESSOAL 
 
Os gastos com capacitação de pessoal são os gastos necessários para treinamento 
dos funcionários no momento de abertura da empresa. É necessário para que a 
empresa consiga obter o melhor resultado de seus subordinados e, também, "moldá-
los" às características da organização. 
 
NECESSIDADE DE INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL 
 
A necessidade de integralização de capital corresponde ao capital necessário para que 
a empresa consiga girar seus ativos. Esta etapa será abordada na concepção do Fluxo 
de Caixa, sendo este necessário indispensável para sua elaboração. 
 
INVESTIMENTO INICIAL TOTAL 
 
O investimento Total é a soma dos Investimentos Pré-Operacionais, do Investimento 
Fixo, do Investimento em Capacitação de Pessoal e da Necessidade de Integralização 
de Capital. 
PREVISÃO DE RECEITAS E CUSTOS BÁSICOS 
 
É formado pelas previsões de vendas de um período predeterminado. Ele estima as 
quantidades de cada produto e serviço que a empresa planeja vender ou prestar, 
define o preço a ser praticado, impostos incidentes e a receita a ser gerada, como 
também pode incluir a quantidade de clientes a serem atingidos, as condições básicas 
dessa venda, à vista ou a prazo, entre outras informações. 
A primeira coisa a fazer, quando estabelecer o orçamento de vendas, é definir os 
fatores limitadores ou restrições. Essa análise inclui um acurado diagnóstico dos 
fatores internos, como: 
 Capacidade produtiva (localização, número, tamanho e idade das plantas, 
automação, logística, qualidade, produtividade, disponibilidade de matéria-
prima e mão de obra, entre outros); 
 Vendas e marketing (localização e números de pontos de venda, sistema de 
distribuição, preços e promoções, imagem do negócio, marcas e patentes, 
capacidade de atendimento, entre outros); 
 P&D e engenharia (facilidade da P&D, recursos humanos, desenvolvimento de 
novos produtos, entre outros); e 
 Gestão e finanças (estrutura administrativa, competência e habilidades, 
cultura e valores,custo e disponibilidade de capital, sistema de planejamento e 
controle, liderança, entre outros). 
Além dos internos, os fatores do ambiente externo também devem ser 
minuciosamente analisados, tais como: 
 Mercado (potencialidade do mercado, diferenciação do produto, sazonalidade, 
mercados cativos, lucratividade do setor, nível de renda dos clientes, entre 
outros); 
 Competitivos (intensidade da competição, barreiras para entrar e sair, fatia de 
mercado, substitutos disponíveis, outros); 
 Econômicos e governamentais (inflação, impacto das mudanças externas, 
nível salarial, disponibilidade de material e mão de obra, legislação e impostos, 
outros); 
 Tecnológicos (inovação, maturidade e volatilidade, necessidade de P&D de 
produtos e processos, outros); e 
 Sociais e culturais (impactos ambientais, Código de Defesa do Consumidor, 
mudanças demográficas, qualidade e mercados internacionais, outros). 
Conforme descrito, há muitos fatores a serem considerados e diferentes modos de 
estimar vendas. Há empresas que estimam ou combinam, informalmente, informação 
de muitas fontes diferentes ou usam programas de computação, econometria e 
análise de regressão. Embora considerando o tamanho da empresa ou a sofisticação 
dos processos de previsão usados, o ponto de partida habitual para a previsão de 
vendas são os níveis de vendas de anos anteriores. 
 
 
 
 
CUSTOS VARIÁVEIS 
 
Os custos variáveis são os gastos que variam conforme produção e/ou vendas. Por 
exemplo, se você negocia mesas, a quantidade de matéria-prima para se fazer 10 
unidades é menor do que para se fazer 20 unidades, portanto, o custo varia conforme 
a quantidade produzida. Normalmente, os custos variáveis são caracterizados pela 
matéria-prima, embalagens, impostos sobre vendas, etc. 
 
CUSTOS FIXOS 
 
Os custos fixos são os gastos provenientes de despesas mensais e fixas, ou seja, não 
importa a quantidade de vendas, o custo sempre vai existir. Por exemplo, a folha de 
pagamento dos funcionários deve ser honrada, independentemente se a empresa 
tiver lucro ou prejuízo. O mesmo fato acontece com as contas de aluguel, água, luz, 
etc. 
 
FOLHA DE PAGAMENTO 
 
A folha de pagamento corresponde aos gastos com salários de funcionários e seus 
encargos, bem como o pró-labore dos sócios. Para tanto, é necessário saber a 
quantidade de funcionários e seus respectivos salários, e também a lei trabalhista 
vigente para o cálculo dos impostos devidos e obrigatórios. 
 
Encerramos aqui a nossa Webaula 1. Aguardo vocês na segunda webaula, onde 
iremos trabalhar com a elaboração de um orçamento. Abraços. 
 
 
 
 
WEB AULA 2 
 
Unidade 2 – Planejamento 
ORÇAMENTO 
 
Na nossa Webaula 1 comentamos sobre a importância do planejamento no meio 
empresarial. Continuando com este pensamento, iremos trabalhar nessa webaula 
com o Orçamento Empresarial. 
O Orçamento é uma ferramenta, ou melhor, um plano de ação de grande relevância 
no planejamento e controle de uma empresa, que deve ser realizado por um período 
específico, normalmente um ano, e é utilizado não apenas para controle de gastos, 
mas também como orientador das metas e objetivos ao longo do período estipulado. 
“Um orçamento é um plano financeiro que estabelece, da forma mais precisa 
possível, como se espera que transcorram os negócios de um departamento ou de 
uma empresa, geralmente num prazo mínimo de um ano” (PARSLOE; WRIGHT, 2001, 
p. 11). 
Padoveze (2007, p. 189) explica que “Orçar significa processar todos os dados 
constantes do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo os dados 
previstos para o próximo exercício, considerando as alterações já definidas para o 
próximo exercício”. 
 
 
Saiba mais 
 
Vamos ler sobre esse assunto no artigo: Análise do uso do orçamento empresarial em 
uma empresa de pequeno porte: um estudo de caso num comércio de iluminação. 
http://www.unigran.br/mercado/paginas/arquivos/edicoes/4/9.pdf 
 
Vamos agora praticar!!! 
Agora iremos montar um Orçamento da empresa Doce Sabor, fabricante de Ovos de 
Chocolate. Vamos nessa doce caminhada? 
1 – Orçamento de Vendas 
A empresa Doce Sabor Ltda. projeta um volume de vendas de 2.000 unidades de 
ovos de chocolate no primeiro mês, com um aumento de 200 unidades a cada mês. A 
empresa projeta um preço de venda de R$ 45,00 por unidade e impostos estimados 
em 20%. 
 
Quadro 2 - Orçamento de vendas 
 
Fonte: O autor. 
 
2 – Recebimentos das Vendas 
 
As vendas serão recebidas em três vezes. 
 
Quadro 3 – Recebimento das vendas 
 
Fonte: O autor. 
 
3 – Política de Estoque e Planejamento da Produção 
 
A empresa acredita que pode satisfazer às exigências de vendas futuras mantendo 
um estoque final de 10% do volume de vendas orçado para o próximo mês. 
 
OBS1: O estoque final de janeiro será de 10% do estoque previsto de fevereiro = 
Previsão de vendas para fevereiro: 2.200 unidades x 10 % = 220 unidades. 
 
OBS2: O estoque inicial de um mês será igual ao estoque final do mês anterior, dessa 
forma, para calcular o estoque final de dezembro iremos calcular 10% do estoque 
inicial de janeiro = 
Previsão de vendas para janeiro: 2.000 unidades x 10% = 200 unidades. 
 
 
 
 
Figura 2 - Explicação 
 
Fonte: O autor. 
 
Quadro 4 - Política de estoque e planejamento da produção 
 
Fonte: O autor. 
 
4 – Orçamento de Custos da Matéria-Prima 
 
Foi estimada a necessidade de um estoque de matéria-prima final de 10% da 
produção do próximo mês. Cada unidade produzida requer 1 kg de matéria-prima, e o 
custo estimado por kg é de R$ 4,00. 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Explicação 
 
Fonte: O autor. 
 
Figura 4 - Explicação 
 
Fonte: O autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 5 - Orçamento da quantidade de matéria-prima e seus custos 
 
Fonte: O autor. 
 
5 – Orçamento de Custos da Mão de Obra Direta 
 
Será necessária uma hora de trabalho direto para produzir cada unidade. O valor da 
hora trabalhada, incluídos os encargos, é de R$ 5,00. 
 
Figura 5 - Explicação 
 
Fonte: O Autor 
 
Quadro 6 - Orçamento dos custos de mão de obra direta 
 
Fonte: O autor. 
 
6 – Orçamento dos Custos Indiretos de Fabricação – CIF 
 
A empresa prevê que parte dos custos indiretos irá variar, com base nas horas 
orçadas de mão de obra direta: materiais indiretos R$ 0,20, mão de obra indireta R$ 
1,00, energia elétrica R$ 0,30 e manutenção R$ 0,05. A empresa também reconhece 
que parte da manutenção é fixa. 
Figura 6 - Explicação 
 
Fonte: O autor. 
 
Quadro 7 – Orçamento de custos indiretos de fabricação 
 
Fonte: O autor. 
 
7 – Orçamento das Despesas de Vendas e Administrativas 
 
A empresa irá combinar suas despesas operacionais de vendas e administrativa em 
um orçamento contemplando Despesas Fixas e Variáveis. Para determinar a despesa 
variável, a empresa estabeleceu que sua política de comissões de vendas será R$ 
1,20 e frete R$ 1,00 por unidade. 
 
Para as despesas fixas foram estimados os seguintes valores: 
 
OBS: Aqui iremos utilizar a quantidade prevista de venda e não a quantidade prevista 
de produção. 
Figura 7 - Explicação 
 
Fonte: O autor. 
 
Quadro 8 – Orçamento de despesas fixas e administrativas 
 
Fonte: O ator. 
 
8 – Orçamento do Custo Unitário 
 
Para projetar o custo dos produtos vendidos, primeiro é necessário determinar o 
custo unitário total para produzir cada unidade. 
 
OBS1: Fazem parte do Custo Unitário: Material Direto, Mão de Obra Direta e o CIF. 
OBS2: Iremos utilizar valores das tabelas anteriores para encontrar o Custo Unitário.Figura 8 – Explicação 
 
 
Fonte: O autor. 
 
Quadro 9 - Orçamento do custo unitário 
 
Fonte: O autor. 
Chegamos ao final da nossa Webaula 2 ... e eu convido vocês a 
acessarem o linkabaixo para ver a continuação do Orçamento da empresa Doce 
Sabor! 
Continuação da atividade 
Um grande abraço a todos e bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São 
Paulo: Atlas, 2011. 
 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2010. 
 
PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, 
estrutura, aplicação. São Paulo: Thomson Learning, 2007. 
 
PARSLOE, Eric; WRIGHT, Raymond. O orçamento. São Paulo: Nobel, 2001

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