Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 1 OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA Depois de finalizar esta experiência você estará familiarizado com as características das antenas dipolo /2, e 3/2. INTRODUÇÃO Ressonância nos dipolos Como foi visto no Experimento 1, a distribuição de corrente da antena dipolo não é uniforme. É zero nos extremos dos fios da antena e pode ser muito grande no centro e outros pontos, dependendo do comprimento do dipolo e a frequência do sinal proveniente do transmissor. A Figura 1 mostra a distribuição de corrente em dipolos com alimentação central, com comprimentos λ/2, λ e 3 λ /2. Nesta figura, as setas representam o sentido da corrente em um instante particular. A amplitude e a polaridade da corrente, em diferentes pontos ao longo do dipolo, são representadas pela linha senoidal. Figura 1. Distribuições de corrente em dipolos com a alimentação central. Impedância de Entrada Um dipolo de comprimento /2, ou 3/2 atua como um elemento radiante eficiente. Isto significa que a antena se comporta como um elemento resistivo (a corrente e a tensão estão em fase, e a reatância da antena é baixa). No entanto, um dipolo de comprimento é muito difícil de se sintonizar. Se efetuarmos a medida da impedância de entrada de uma antena dipolo /2 ou 3/2 encontraremos uma reatância próxima de zero e a sua resistência é, teoricamente, 73. 073 jjXRZ AAA (1) Para outros comprimentos de antena (maiores que /2, mas não igual a ou 3/2), a resistência de entrada é maior que 73 e a reatância não é igual a zero. Devido à resistência ser maior, a corrente é menor e, como a reatância não é zero, a tensão e a corrente não estão em fase. Neste caso, a antena não é um elemento eficaz para radiar potência. A Tabela 1 fornece as fórmulas para calcular a resistência aproximada dos dipolos de acordo com o seu comprimento L. Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 2 Comprimento L Resistência de Entrada RA 4 0 L 2 20 L 24 L 4,2 7,24 L 637,0 2 L 17,4 14,11 L Tabela 1. Fórmulas para calcular a resistência de entrada das antenas dipolo. O gráfico da Figura 2 ilustra a resistência de entrada RA, e a reatância XA, em função do comprimento da antena. O gráfico mostra que quando o comprimento é aproximadamente /2 ou 3/2, a reatância é nula e a resistência de entrada está próxima de 73. O gráfico se aplica para antenas com condutores muito finos. Na mesma figura você pode observar que quando o comprimento da antena é aproximadamente igual a , a resistência é muito elevada e a reatância é capacitiva. A parte reativa da impedância de entrada pode ser levada a zero reduzindo o comprimento da antena a aproximadamente 0,9, porém para este comprimento a resistência está em seu valor máximo. Por esta razão a antena dipolo é muito difícil de se ajustar. Nota: A impedância elevada do dipolo pode ser constatada na Figura 1. Esta figura mostra uma corrente nula no centro da antena, que é o lugar onde está conectada a linha de transmissão. Portanto, neste ponto a resistência, teoricamente, é infinita. Figura 2. Resistência (linha contínua) e reatância (linha tracejada) de entrada de uma antena dipolo em função de seu comprimento. RESISTÊNCIA REATÂNCIA COMPRIMENTO DO DIPOLO L/λ Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 3 Diagrama de Radiação Para o plano H, o diagrama de radiação da antena dipolo é aproximadamente circular. Para o plano E, é descrito pela equação (2). )(sen 2cos)cos(2cos LL EE o (2) onde: Eo é o valor máximo de Eθ β = 2π/λ Para L=/2, a equação se transforma em )(sen )cos(2cos oEE (3) Que tem a forma que aparece na Figura 3. O valor máximo de Eθ está em = 90°. Figura 3. Diagrama de radiação do campo elétrico do dipolo λ/2. Para = 51°, Eθ = 0,707 Eo. Este é o ponto de meia potência. Assim, a Largura de Feixe de Meia Potência (LFMP ou HPBW, em inglês) para a antena dipolo λ/2 é dado por 78)5190(2LFMP (4) A diretividade da antena é D = 1,64 = 2,15dB. Os diagramas de radiação dos dipolos λ e 3λ/2 estão traçados ma Figura 4. A diretividade dos dipolos maior que 1,25λ cai quando o comprimento aumenta. Porque as correntes em diferentes partes do dipolo são tais que os campos se anulam mutuamente. O diagrama de radiação resultante apresenta lóbulos secundários. COMPRIMENTO DO DIPOLO L/λ Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 4 Figura 4. Diagramas de radiação do campo elétrico dos dipolos λ (a) e 3λ/2 (b). Campos de uma antena O conceito de campos é importante no estudo das antenas. Os campos de uma antena se distinguem em duas regiões diferentes: região de campo próximo, dividida em duas partes: região de Rayleigh e região de Fresnel; e região de campo distante, também conhecido como região de Fraunhofer, como ilustrado na Figura 5. Figura 5. Regiões dos campos de uma antena. O campo distante é a região onde 22L r (5) onde: r é a distância em relação a antena L é o comprimento da antena (ou a maior dimensão da abertura). REGIÃO DE RAYLEIGH REGIÃO DE FRESNEL REGIÃO DE FRAUNHOFER 2 2L r 22L r REGIÃO DE CAMPO PRÓXIMO REGIÃO DE CAMPO DISTANTE Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 5 Esta é a região de interesse quando se estudam as antenas e é onde as antenas devem ser colocadas quando estiver traçando o diagrama de radiação ou realizando medidas. Se as antenas transmissora e receptora têm comprimentos diferentes, o comprimento da antena mais longa deve ser utilizado como L na equação (5). Isso assegura que a região correta está sendo utilizada. Nota: Nunca se deve colocar as antenas na região de Rayleigh para realizar medições. Em alguns casos pode ser aceitável colocá-las na região de Fresnel. Resumo do procedimento Nesta experiência, você traçará o diagrama das antenas dipolo /2, e 3/2. Observará como a impedância do dipolo afeta no rendimento desta antena. Determinará a região do campo distante de uma antena. Calculará a largura do feixe de meia potência dos dipolos /2, e, finalmente, a diretividade da antena dipolo /2. PROCEDIMENTO Montagem do Equipamento 1- Os elementos principais do Sistema Didático de Medição em Antenas, que são a Interface de Aquisição de Dados / Fonte de Alimentação, o Gerador de RF, o Posicionador de Antena e o computador, devem ser montados corretamente antes de começar esta experiência. 2- Coloque um mastro para antena com clips horizontais no suporte de transmissão. 3- Usando os clips fixe a antena Yagi no mastro, orientada para uma aquisição segundo o plano E. Conecte-a na saída, da seção oscilador 1GHz do gerador de RF, utilizando o cabo tipo SMA mais longo. 4- Selecione o par apropriado de fios e introduza os fios até o fundo dos orifícios do conector do dipolo para montar um dipolo /2, como foi visto na Experiência 1-1. 5- Coloque o mastro para antena com clips verticais no suporte deslizante do posicionadorde antena, instale o dipolo /2 no mastro. a. Utilizando o suporte deslizante, assegure-se de que a antena está alinhada com o centro de rotação do Posicionador de Antena. O dipolo está orientado para girar segundo o plano E. b. Conecte o atenuador de 10dB na entrada de RF, localizada na parte superior do Posicionador de Antena. Conecte a antena no atenuador usando o cabo tipo SMA mais curto. 6- Posicione as antenas a uma distância r = 1m. Então as ajuste de maneira que tenham a mesma altura e de frente uma para a outra. 7- Ajuste o gerador de RF para transmitir o sinal de 1 kHz Diagrama de radiação 8- Coloque a chave potência de RF, da seção oscilador 1GHz do gerador de RF, na posição emite. Utilize o controle de atenuação para otimizar a recepção do sinal. Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 6 9- Inicie a aquisição, salve o diagrama de radiação na caixa de dados Document1, certifique- se de ter selecionado o plano correto. 10- Retire o mastro da antena com clips verticais do suporte deslizante e troque-o por outro mastro que tenha os clips horizontais. 11- Desconecte o cabo curto tipo SMA e troque por outro intermediário. Instale o dipolo no novo mastro, assegurando-se de que gire no plano H. 12- Gire a antena Yagi para polarizá-la verticalmente. Realize uma nova aquisição e armazene-a como plano H em Document1. 13- Oriente os diagramas de maneira que seus MSP estejam em 0°. Nota: Devido às reflexões do sinal na mesa, parede, módulos ou qualquer outro objeto, é possível que as amplitudes máximas nos planos E e H possam diferir um pouco. Estas reflexões não são fáceis de prever, você pode considerar uma diferença de 1 ou 2 dB como aceitável durante as aquisições. 14- Retire a antena dipolo do mastro e remova os fios do conector. 15- Selecione o par apropriado de fios para montar um dipolo e insira-o na parte inferior do conector do dipolo. Fixe esta nova antena no mastro. 16- As antenas estão prontas para girar segundo o plano H. 17- Otimize a recepção do sinal e inicie uma aquisição. Salve este diagrama numa nova caixa de dados Document2 (Plano H). 18- Realize as modificações apropriadas (incluindo a troca do cabo médio por outro curto), agora efetue uma aquisição do diagrama de radiação desta antena segundo o plano E. Salve-o também na caixa de dados Document2 (Plano E). 19- Compare os diagramas dos dipolos e /2. Qual delas possui o maior nível máximo de sinal? (Não esqueça de levar em conta a diferença dos níveis de atenuação) Qual o ganho, em dB, de uma antena em relação a outra? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 20- Na etapa 19 você observou que, devido ao valor elevado de sua resistência, o dipolo não é um elemento eficiente para radiar potência. Calcule a impedância do dipolo seguindo os seguintes passos: a. Meça o comprimento da antena dipolo utilizada no experimento. Comprimento do dipolo : L = _______cm = _______ b. Consulte a Figura 2 para obter o valor aproximado da impedância de entrada desta antena. ZA = ____________________Ω 21- Retire a antena dipolo do mastro e remova os fios do conector. Troque-os por fios apropriados para ter um dipolo 3/2. Fixe esta nova antena no mastro. 22- Usando a equação (5) calcule a distância necessária para que esta montagem fique dentro da região do campo afastado. O dipolo 3/2 é mais longo que a antena Yagi, assim. L = 3/2 = _________m Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 7 Portanto r = _________m 23- Separe as antenas a uma distância [r + 10 cm]. 24- Otimize a recepção do sinal e efetue uma aquisição segundo o plano E. Salve este diagrama de radiação do dipolo 3/2 na caixa de dados Document3, escolhendo o plano adequado. 25- Realize as modificações apropriadas e efetue uma aquisição do diagrama de radiação segundo o plano H. Salve-o também na caixa de dados Document3 (Plano H). Nota: Examine cuidadosamente o traçado dos diagramas de radiação nos planos E e H para compreender as relações entre estes diagramas. Observe que o nível do sinal, segundo o plano H, deveria ser igual ao Nível Máximo do Sinal correspondente aos dois lóbulos pequenos do plano E. No entanto, o dipolo 3λ/2 é particularmente sensível às reflexões do mastro ou outros objetos. Portanto, é possível que o diagrama de radiação correspondente ao plano H seja distorcido e o nível do sinal de ambos os diagramas tenham diferenças significativas. 26- Realize as modificações apropriadas para efetuar uma aquisição segundo o plano E. 27- Retire os fios do conector. As seções curtas de fio de ambos atuam como um dipolo curto que tem um comprimento total de aproximadamente 4 cm, ou seja, 0,125. 28- Separe as antenas entre si a uma distancia r = 1m. 29- Ajuste o nível de atenuação em 0dB, então efetue uma aquisição segundo o plano E. Salve-o no na caixa de dados Document4. (Obs.: Não há este modelo de antena na caixa de seleção, você deverá selecionar a opção Custom, e fazer as devidas anotações na caixa de texto Description, para poder identificá-la numa futura consulta.) 30- Compare este diagrama de radiação com o diagrama segundo o plano E do dipolo /2. Levando em conta os diferentes níveis de atenuação, de a diferença entre o nível máximo do sinal obtido com o dipolo curto e o obtido com o dipolo /2. Consulte a Figura 2. Explique este resultado. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 31- Observe a representação no espaço dos diagramas das antenas dipolos /2, e 3/2 com as opções E-H e 3D. Para interpretar corretamente as representações 3D, dos diferentes diagramas de radiação das antenas que operam em 1GHz, é importante examinar cuidadosamente o traçado do plano E. Por exemplo, observe que os zeros de um dipolo formam quando a antena receptora está perpendicular à antena transmissora e que os máximos ocorrem quando essas antenas são paralelas, como ilustra a Figura 6. Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 8 Figura 6. Alinhamento de um dipolo com a antena transmissora para produzir um zero (a), e um máximo (b), no diagrama de radiação. Para obter uma imagem de representação em 3D do diagrama de radiação de uma antena, você deve posicionar os zeros do plano E sobre o eixo 90° - 270°, como ilustra a Figura 7. Normalmente, este posicionamento ocorre de forma automática ao orientar a PMS das antenas dipolos para 0° ou 180°. No entanto, você deve realizar este ajuste quando os diagramas de radiação não são simétricos, ou em certos tipos de antenas que operam em 1GHz, como é o caso do monopolo. Figura 7. Posição do Plano E que produz uma representação 3D correta. Largura do Feixe de Meia Potência e Diretividade 32- Anote a largura do feixe de meia potência dos diagramas de radiação segundo o plano E, correspondentes aos dipolos /2 e . LFMPE-/2 = _________º LFMPE- = _________º Compare as LFMP anotadas segundo o plano E com o valor teórico. Enlaces e Propagação – Laboratório de Antenas Experimento 2 – Experimentos com dipolos λ/2, λ e 3λ/2 9 33- Usando a fórmula de Pozar, )(/1818,01914,172 grausLFMPD calcule a diretividade aproximada do dipolo /2. Assim, D= __________(escalar) D = __________ dB CONCLUSÕES Nesta experiência você traçou os diagramas de radiação adquiridos com os dipolos /2, e 3/2 e visualizou suas representações no espaço. Observou que, devido a sua impedância, a antena dipolo não é um elemento eficaz para radiar potência. Também comparou as larguras do feixe de meia potência teóricas para o plano E, correspondentes aos dipolos /2 e , com as calculadas a partir dos diagramas de radiação obtidos. Finalizando, usou o valor da LFMP para realizar o cálculo aproximado da diretividade do dipolo /2. PERGUNTAS DE REVISÃO 1) Escreva a função do campo elétrico no Plano E de uma antena dipolo /2 e explique por quê, teoricamente, sua LFMP é 78°. 2) Por que a diretividade dos dipolos maior que 1,25λ cai quando o comprimento aumenta? 3) A partir da Figura 2, determine a impedância de entrada de uma antena dipolo com comprimento igual a 0,6λ. 4) Por que uma antena dipolo de comprimento λ é difícil de se ajustar? 5) Dê as distâncias de separação mínima requeridas pelas antenas dipolos /2 e funcionando a 915MHz para o levantamento de seus diagramas de radiação. 6) Entre os três dipolos estudados, qual deles apresentou um maior nível de sinal na direção de máxima propagação da onda? E qual deles apresentou uma maior diretividade? Explique por que a antena mais diretiva não apresenta o melhor desempenho dentre às três. Obs.: A questão 6 não há como responder sem antes executar o experimento. Portanto, ambas não precisam constar no exercício a ser entregue no início da aula do experimento. Elas deverão ser respondidas, junto com as demais, no relatório.
Compartilhar