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ERGONOMIA INTRODUÇÃO : O que é Ergonomia? Histórico e Fases da Ergonomia Abrangência da Ergonomia Desde os tempos do Homem das Cavernas, a Ergonomia já existia e era aplicada. Quando descobriu-se que uma pedra poderia ser afiada até ficar pontiaguada e transformar-se numa lança ou num machado, ali estava se aplicando a Ergonomia. Quando posicionavam-se galhos ou troncos de árvores sob rochas ou outros obstáculos, como alavancas, ali estava a Ergonomia. A Ergonomia, pois, é a ciência aplicada a facilitar o trabalho executado pelo homem, sendo que interpreta-se aqui a palavra “trabalho” como algo muito abrangente, em todos os ramos e áreas de atuação. O nome Ergonomia deriva-se de duas palavras gregas: ERGOS (trabalho) e NOMOS (leis, normas e regras). É portanto uma ciência que pesquisa, estuda, desenvolve e aplica regras e normas a fim de organizar o trabalho, tornando este último compatível com as características físicas e psíquicas do ser humano. Para que isto seja possível, uma infinidade de outras ciências são usadas pela Ergonomia, para que o profissional que desenvolve projetos Ergonômicos obtenha os conhecimentos necessários e suficientes e resolva uma série de problemas identificados num ambiente de trabalho, ou no modo como o trabalho é organizado e executado. Exemplos: FISIOLOGIA E ANATOMIA ANTROPOMETRIA E BIOMECÂNICA HIGIENE DO TRABALHO E TOXICOLOGIA DOENÇAS OCUPACIONAIS FÍSICA Oficialmente, a Ergonomia nasceu em 1.949, derivada da época da 2ª Guerra Mundial. Durante a guerra, centenas de aviões, tanques, submarinos e armas foram rapidamente desenvolvidas, bem como sistemas de comunicação mais avançados e radares. Ocorre que muitos destes equipamentos não estavam adaptados às características perceptivas daqueles que os operavam, provocando erros, acidentes e mortes. Como cada soldado ou piloto morto representava problemas seríssimos para as Forças Armadas, estudos e pesquisas foram iniciados por Engenheiros, Médicos e Cientistas, a fim de que projetos fossem desenvolvidos para modificar comandos (alavancas, botões, pedais, etc.) e painéis, além do campo visual das máquinas de guerra. Iniciava-se, assim, a adaptação de tais equipamentos aos soldados que tinham que utilizá-los em condições críticas, ou seja, em combate. Após a guerra, diversos profissionais envolvidos em tais projetos reuniram-se na Inglaterra, para trocar idéias sobre o assunto. Na mesma época, a Marinha e a Força Aérea dos Estados Unidos montam laboratórios de pesquisa de Ergonomia (lá conhecida por Human Factors, ou Fatores Humanos), com os mesmos objetivos. Posteriormente, com o Programa de Corrida Espacial e a Guerra Fria entre URSS e os EUA, a Ergonomia ganha impressionante avanço junto à NASA. Com o enorme desenvolvimento tecnológico divulgado por esta, a Ergonomia rapidamente se disseminou pelas indústrias de toda a América do Norte e Europa. Assim, percebe-se uma Primeira Fase da Ergonomia, referente às dimensões de objetos, ferramentas, painéis de controle dos postos de trabalho usados por operários. O objetivo dos cientistas, nesta fase, concentrava-se mais ao redimensionamento dos postos de trabalho, possibilitando um melhor alcance motor e visual aos trabalhadores. Numa Segunda Fase, a Ergonomia passa a ampliar sua área de atuação, confundindo-se com outras ciências, eis que fazendo uso destas. Assim, passa o Ergonomista a projetar postos de trabalho que isolam os trabalhadores do ambiente industrial agressivo, seja por agentes físicos (calor, frio, ruído, etc.), seja pela intoxicação por agentes químicos (vapores, gases, particulado sólido, etc.). O que se percebe é uma abrangência maior do Ergonomista nesta fase, adequando o ambiente e as dimensões do trabalho ao homem. Em uma fase mais recente (Terceira Fase), à época da década de 80, a Ergonomia passa a atuar em outro ramo científico, mais relacionado com o processo COGNITIVO do ser humano, ou seja, estudando e elaborando sistemas de transmissão de informações mais adequadas às capacidades mentais do homem, muito comuns junto à informática e ao controle automático de processos industriais, através de SDCD’s (Sistema Digital de Controle de Dados) . Tal fase intensificou sua atuação mais na região da Europa, disseminando-se a seguir pelo resto do mundo. Por fim, na atualidade, pesquisas mais recentes estão se desenvolvendo em relação à PSICOPATOLOGIA DO TRABALHO e na ANÁLISE COLETIVA DO TRABALHO. Especificamente a Escola Francesa de Ergonomia interessou-se por tais ciências e as vem divulgando pelo mundo, inclusive no Brasil. A primeira estuda as reações PSICOSSOMÁTICAS dos trabalhadores e seu sofrimento frente à situações problemáticas da rotina do trabalho, principalmente levando em consideração que muitas destas situações não são previstas pela empresa, e muito menos aceitas por estas. Já a Análise Coletiva do Trabalho estabeleceu um importante diálogo entre o Ergonomista e grupos de trabalhadores, que passam a explicar livremente suas críticas, idéias e sugestões relacionadas aos problemas que os fazem sofrer em seu trabalho, sem sofrer pressões por parte das chefias, o que é essencial Com o objetivo de resumir o que estudamos até aqui, vejamos um exemplo no qual possamos identificar as formas de atuação do Ergonomista, seus objetivos e as ciências das quais ele faz uso para identificar problemas e apontar soluções. Lembramos, de início, que o OBJETIVO PRINCIPAL do Ergonomista é o de ADEQUAR O TRABALHO AO HOMEM, seja este trabalho de qualquer característica, em qualquer área de atuação. Portanto, qualquer agressão física ou psíquica deverá ser isolada ou eliminada em relação ao trabalhador. DEFINIÇÃO INTERNACIONAL DE ERGONOMIA International Ergonomics Association - IEA P.O. Box 1369, Santa Monica, CA 90406-1369, USA Site: http://ergonomics-iea.org 1 Esta conceituação foi aprovada por unanimidade na Reunião do Conselho Científico da International Ergonomics Association de 01 de agosto de 2000, em San Diego, USA. Ergonomia (ou Fatores Humanos) é a disciplina científica que trata da compreensão das interações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visam otimizar o bem estar humano e a performance global dos sistemas. Os praticantes da Ergonomia, Ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas para torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. Domínios de especialização : derivada do grego ergon (trabalho) e nomos (leis) para denotar a ciência do trabalho, ergonomia é uma disciplina inicialmente orientada aos sistemas e que modernamente se estende por todos os aspectos da atividade humana. Ergonomistas, em sua prática profissional, devem ter uma compreensão abrangente da amplitude de seu papel, que é, com a Ergonomia, promover uma abordagem holística do trabalho, na qual considerações de ordem física, cognitiva, social, organizacional, ambiental e de outros aspectos relevantes devam ser levados em conta. Ergonomistas freqüentemente trabalham em domínios de aplicação ou setores particulares da economia, tais como transportes e controle de processos. Entretanto, os domínios de aplicação não são mutuamente exclusivos e evoluemconstantemente. Novos domínios são criados e antigos tomam novas direções. Através da disciplina, os domínios de especialização representam profundas competências em atributos humanos específicos e características das interações humanas entre si e destes com os sistemas, quais sejam: Ergonomia Física No que concerne as características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Ergonomia Física Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de postos de trabalho, segurança e saúde. Ergonomia Cognitiva No que concerne aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio, e resposta motora, conforme afetam interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Ergonomia Cognitiva Os tópicos relevantes incluem carga mental de trabalho, tomada de decisão, performance especializada, interação homem-computador, stress e treinamento conforme estes se relacionam aos projetos envolvendo seres humanos e sistemas. Ergonomia Organizacional No que concerne a otimização dos sistemas sócio-técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e processos. Ergonomia Organizacional Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM - domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, ergonomia comunitária e trabalho cooperativo novos paradigmas do trabalho, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade OS OBJETIVOS DA ERGONOMIA A maioria das definições de ergonomia colocam em questão dois objetivos fundamentais: • De um lado, o conforto e a saúde dos trabalhadores: eles se inquietam ao evitar os riscos (acidentais e ocupacionais) e de minimizar a fadiga (ligada ao metabolismo do organismo, ao trabalho dos músculos e das articulações, ao tratamento da informação e à vigilância). OS OBJETIVOS DA ERGONOMIA A maioria das definições de ergonomia colocam em questão dois objetivos fundamentais: • Do outro lado, a eficácia: através da qual a organização mede suas diferentes dimensões (produtividade e qualidade). Esta eficácia é dependente da eficiência humana - em conseqüência, a ergonomia visa conceber sistemas adaptados à lógica de utilização dos trabalhadores. ERGONOMIA NR- 17 ERGONOMIA Estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Adaptação do trabalho às pessoas. ERGONOMIA As condições de trabalho incluem aspectos relacionados: I II III IV ERGONOMIA Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho. ERGONOMIA I - Levantamento, transporte e descarga de materiais: •Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. • Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens. ERGONOMIA I - Levantamento, transporte e descarga de materiais: Todo trabalhador designado para o transporte manual de carga deve receber treinamento quanto aos métodos de trabalho que deverão utilizar para preservar a saúde e prevenir acidentes. ERGONOMIA I - Levantamento, transporte e descarga de materiais ERGONOMIA I - Levantamento, transporte e descarga de materiais ERGONOMIA II – Mobiliário nos postos de trabalho Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. ERGONOMIA II – Mobiliário nos postos de trabalho Possíveis efeitos de má postura: • Dor no pescoço • Dor nas costas • Dor no braço e ante-braço • Dor nas mãos • Sensação de desconforto e cansaço • LER (lesão por esforços repetitivos)/ DORT (doenças osteomusculares relacionados ao trabalho). LER são lesões por esforços repetitivos (definição mais antiga). DORT são as doenças osteomusculares relacionados ao trabalho, responsáveis pela alteração das estruturas osteomusculares: tendões, articulações, músculos e nervos. CERTO Região lombar apoiada no encosto da cadeira ou em um suporte para as costas. Fonte: GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS ERRADO Fonte: GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS Monitor muito alto Torcer o pescoço Monitor muito baixo ERGONOMIA II – Mobiliário nos postos de trabalho ERGONOMIA II – EQUIPAMENTOS nos postos de trabalho Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. ERGONOMIA III–CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO ERGONOMIA III–CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO FONTE: PUGAS, E. MEDEIROS, E. ERGONOMIA IV– ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Organização do trabalho: •As normas de produção; •A exigência de tempo; •O ritmo de trabalho; •O conteúdo das tarefas. ERGONOMIA PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS: a)O empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, cada movimento de pressão sobre o teclado; c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades; d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; ERGONOMIA- ANEXO I TRABALHO DOS OPERADORES DE CHECKOUT (2007) Esta Norma aplica-se aos empregadores que desenvolvam atividade comercial utilizando sistema de auto-serviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista. ERGONOMIA- ANEXO I TRABALHO DOS OPERADORES DE CHECKOUT compatibilizar as áreas de visão com a manipulação; assegurar a postura para o trabalho na posição sentada e em pé; garantir um espaço adequado para livre movimentação do operador e colocação da cadeira; manter uma cadeira de trabalho com assento e encosto para apoio lombar, com estofamento de densidade adequada, ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da tarefa; colocar apoio para os pés, independente da cadeira; adotar, em cada posto de trabalho, sistema com esteira eletro-mecânica para facilitar a movimentação de mercadorias nos checkouts com comprimento de 2,70 metros ou mais; disponibilizar sistema de comunicação com pessoal de apoio e supervisão; manter mobiliário sem quinas vivas ou rebarbas, devendo os elementos de fixação (pregos, rebites, parafusos) ser mantidos de forma a não causar acidentes.ERGONOMIA- ANEXO II TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING (2007) Estabelece parâmetros mínimos para o trabalho em atividades de teleatendimento /telemarketing nas diversas modalidades desse serviço, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança, saúde e desempenho eficiente. ERGONOMIA- ANEXO II TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING (2007) As disposições deste Anexo aplicam-se a todas as empresas que mantêm serviço de teleatendimento/telemarketing nas modalidades ativo ou receptivo em centrais de atendimento telefônico e/ou centrais de relacionamento com clientes (call centers), para prestação de serviços, informações e comercialização de produtos. Entende-se como call center o ambiente de trabalho no qual a principal atividade é conduzida via telefone e/ou rádio com utilização simultânea de terminais de computador. ERGONOMIA- ANEXO II TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING (2007) MOBILIÁRIO DO POSTO DE TRABALHO - será implementado em um prazo para adaptação gradual de, no máximo, 05 (cinco) anos, sendo: 10% no primeiro ano; 25% no segundo ano; 45% no terceiro ano; 75% no quarto ano; 100% no quinto ano. ERGONOMIA- ANEXO II TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING (2007) MOBILIÁRIO DO POSTO DE TRABALHO. O tempo de trabalho em efetiva atividade de teleatendimento/telemarketing é de, no máximo, 06 (seis) horas diárias, nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração. As pausas deverão ser concedidas: a) fora do posto de trabalho; b) em 02 (dois) períodos de 10 (dez) minutos contínuos; c) após os primeiros e antes dos últimos 60 (sessenta) minutos de trabalho em atividade de teleatendimento /telemarketing. ERGONOMIA- ANEXO II TRABALHO EM TELEATENDIMENTO/TELEMARKETING (2007) O intervalo para repouso e alimentação para a atividade de teleatendimento/telemarketing deve ser de 20 (vinte) minutos. ERGONOMIA Filme
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