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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ERGONOMIA

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1 
 
 
 
 
 
RESUMO DA UNIDADE 
 
Harmonizar – para o ser humano – um ambiente de trabalho seguro, confortável e 
que proporcione um desempenho eficiente (conforme ilustrado abaixo) são os 
objetivos perseguidos pela ciência denominada Ergonomia. Alguns estudiosos falam 
em Ciência do Trabalho e outros avançam nesse conceito, falando em Ciência do 
Conforto. Etimologicamente, Ergonomia vem de duas palavras gregas: “Ergon” que 
significa Trabalho; e “Nomos” que significa Leis. Em 1960, a Organização 
Internacional do Trabalho (OIT) definiu Ergonomia como sendo a “Aplicação das 
Ciências Biológicas conjuntamente com as Ciências da Engenharia para lograr o 
ótimo ajustamento do homem ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, 
eficiência e bem-estar”. Podemos justificar o termo ‘Ciência do Conforto’ porque em 
tempos atuais, a Ergonomia busca adaptar o trabalho ao homem e não mais o 
contrário, ou seja, busca-se favorecer o homem em todo e qualquer ambiente de 
trabalho. 
 
Palavras-chave: Ergonomia, Ambiente de Trabalho e Interdisciplinaridade. 
 
 
 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS 
ERGONÔMICOS 
2 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1 
SUMÁRIO .................................................................................................................................2 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................4 
CAPÍTULO 1 - ERGONOMIA: CONCEITO: ASPECTOS GERAIS DA 
ERGONOMIA E SEU CARÁTER TRANSDISCIPLINAR .................................................6 
1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA ERGONOMIA ................................................6 
1.2 OBJETIVOS MICRO E MACROERGONÔMICOS ........................................... 12 
1.3 O PROFISSIONAL ERGONOMISTA.................................................................. 13 
1.4 CARÁTER TRANSDISCIPLINAR DA ERGONOMIA ....................................... 15 
1.5 ERGONOMIA: DISCIPLINA ÚTIL, PRÁTICA E APLICÁVEL ......................... 17 
1.6 BENEFÍCIOS DA INTERFACE DE ATUAÇÃO DA ERGONOMIA ................ 18 
1.7 DOMÍNIOS DE ESPECIALIZAÇÃO DA ERGONOMIA NA ATUALIDADE... 18 
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO .................................................................................. 21 
QUESTÕES DE CONCURSOS ......................................................................................... 21 
CAPÍTULO 2 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ERGONOMIA .................................... 25 
2.1 DA ANTIGUIDADE AO MUNDO MODERNO ................................................... 26 
2.2 ERGONOMIA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX.............................. 28 
2.3 A ERGONOMIA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ..................................... 29 
2.4 ERGONOMIA NA CONTEMPORANEIDADE ................................................... 31 
2.5 A ERGONOMIA NO BRASIL - PARA REFLETIR............................................. 34 
CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO .................................................................................. 39 
QUESTÕES DE CONCURSOS ......................................................................................... 39 
CAPÍTULO 3 - APLICAÇÕES DA ERGONOMIA ........................................................ 44 
3.1 ERGONOMIA DE CONCEPÇÃO ........................................................................ 46 
3.2 ERGONOMIA DE CORREÇÃO, DE ENQUADRAMENTO OU DE 
REMANEJAMENTO ............................................................................................................. 47 
3.3 ERGONOMIA DE CONSCIENTIZAÇÃO ........................................................... 48 
3.4 ERGONOMIA DE PARTICIPAÇÃO .................................................................... 48 
3.5 ERGONOMIA APLICADA NA INDÚSTRIA ....................................................... 49 
3.6 ERGONOMIA APLICADA NA AGRICULTURA, NA MINERAÇÃO E NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL .......................................................................................................... 50 
3 
 
 
 
 
3.7 ERGONOMIA APLICADA NO SETOR DE SERVIÇOS .................................. 52 
3.8 ERGONOMIA APLICADA NA VIDA DIÁRIA ..................................................... 53 
3.9 ERGONOMIA CONTEMPLANDO AS MINORIAS POPULACIONAIS.......... 54 
3.9.1 Enfoques de atuação da Ergonomia ................................................................... 55 
CAPÍTULO 3 – RECAPITULANDO .................................................................................. 58 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 63 
FECHANDO A UNIDADE ................................................................................................... 64 
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
O presente estudo tem por objetivo introduzi-los ao Conhecimento dos 
Aspectos que Envolvem os Processos Ergonômicos. Partindo do princípio de que a 
maior parte do tempo da vida das pessoas se passa no trabalho, seria ideal que 
pudéssemos transformar em algo prazeroso e saudável a execução do mesmo, ou 
seja, um lugar onde se possa sentir. 
Motivado realizando-o plenamente com alegria e satisfação. No entanto, essa 
realização só é possível com a premissa básica da Ergonomia: o trabalho deve 
adaptar-se ao homem e não o contrário (SILVA; LUCAS, 2009). 
Pois bem, ao longo desse primeiro módulo, veremos também a evolução 
histórica da Ergonomia, passaremos por conceitos, definições, objetivos, aplicações, 
benefícios e vantagens, dentre essas últimas, citamos de imediato a necessidade de 
tornar o ambiente de trabalho agradável, evitando as Lesão por Esforço Repetitivo 
(LER) e as Doenças Osteomuscular Relativas ao Trabalho (DORT). 
A classificação dos estágios de evolução da LER segundo o Ministério da 
Previdência Social (1993): 
Grau I – a sensação presente de desconforto, a dor sem irradiação nítida de 
caráter leve que piora com a jornada de trabalho, mas que não interfere na 
produtividade e melhora com o repouso. 
Grau II – a dor é tolerável, mas aparece mais intermitentemente durante o 
trabalho. A dor é localizada com presença de formigamento, calor e leves distúrbios 
de sensibilidade. 
Grau III – a dor é mais persistente e forte com irradiação definitiva, pouco 
atenuada com o repouso com quadros dolorosos fora do trabalho. A redução de 
força muscular, com presença de edema frequente e recorrente, hipertrofia 
constante e presença quase sempre de alterações na sensibilidade. Redução da 
produtividade ou incapacidade de executar as atividades. 
Grau IV – é caracterizado por dor forte, continua e insuportável sendo 
acentuada aos movimentos. Há perda de força e do controle dos movimentos, o 
edema é preexistente podendo aparecer deformidades e atrofias. Apresenta 
5 
 
 
 
 
incapacidade de realizar tarefas tanto no ambiente de trabalho ou fora dele alterando 
também o estado psicológico. 
As doenças ocupacionais decorrentes do que chamaremos “Anormalidades no 
ambiente de trabalho” serão contempladas a contento ao longo do curso. 
Também falaremos das disciplinas afins, considerando tratar-se de uma 
Ciência Interdisciplinar, que envolve médicos, enfermeiros do trabalho, 
fisioterapeutas e outros, contando ainda com um pouco de Sociologia e Psicologia 
Industrial, além de Antropologia do Trabalho. 
Lembramos que no trabalho, precisamos nos preocupar com os aspectos 
físicos, organizacionais e comportamentais, por isso dedicamos módulos específicos 
em relação a cada uma dessas modalidades em praticada a Ergonomia e por ser 
uma ciência aplicada, em vários momentos nos encontraremos com métodos e 
técnicasutilizados pela Ergonomia. 
Por consequente, daremos ênfase às ferramentas para Gestão Ergonômica, a 
saber: a Análise Ergonômica do Trabalho (AET – referida na Norma 
Regulamentadora NR-17); o Laudo Ergonômico-Perícia; o Gerenciamento de 
Queixas; a Ginástica Laboral e os Programas de Qualidade de Vida essas duas 
últimas ficarão para o módulo intitulado “Tópicos Avançados em Ergonomia”, 
juntamente com alguns estudos de casos e projetos específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 - ERGONOMIA: CONCEITO: ASPECTOS GERAIS DA ERGONOMIA 
E SEU CARÁTER TRANSDISCIPLINAR 
 
1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DA ERGONOMIA 
 
 O trabalho é definido por Davies e Shackleton (1977) como uma atividade 
instrumental executada por seres humanos, cujo objetivo é preservar e manter a 
vida, e que é encaminhada para uma alteração planejada de certas características 
do meio ambiente do ser humano. 
Para iniciarmos nossos estudos, faz-se necessário defender que existe uma 
diferença entre conceito e definição tomando a lição de Arrabal (2013): Na definição, 
tenta-se dizer o que algo é a partir da determinação da singularidade do objeto, ou 
seja, busca-se descrever aquilo que o objeto investigado tem de específico e distinto 
em relação aos demais. Uma Definição descreve a qualidade, característica ou 
substância sem a qual o objeto deixa de ser o que “é”, em qualquer circunstância. 
De certa forma, trata-se de uma caracterização endógena e pretensamente universal 
do objeto pesquisado (ARRABAL, 2013 n.p. -pp-). 
Segundo Dul e Weerdmeester (2004), o termo Ergonomia se dá pela junção 
das palavras gregas “Ergos”, que significa Trabalho, e “Normos” que pode ser 
traduzida como Leis, “Normas”, “Regras” ou Regulamento, podendo ser conceituada 
como uma ciência que regulariza o trabalho, fazendo com que este fique de acordo 
com as necessidades do ser humano que o desempenha. Hoje em dia, esta ciência 
tem como objetivo desenvolver e aplicar normas e regras para contribuir com a 
organização do trabalho, estudando todas as particularidades da atividade humana e 
para que isso seja realizado, várias outras ciências são aplicadas. 
O Conceito também é uma tentativa de delimitação, porém, neste caso há um 
esforço em estabelecer “o ponto de vista” por meio do qual o objeto é reconhecido. 
Busca-se determinar um “contexto” para delinear o objeto. Ou seja, no conceito, algo 
“é” a partir de um determinado meio físico, social ou teórico. Ao estabelecer um 
conceito, o pesquisador descreve o objeto em razão e a partir de um entre inúmeros 
cenários contextuais possíveis. Trata-se de uma caracterização exógena do objeto, 
7 
 
 
 
 
válida apenas diante da singularidade do universo pesquisado (ARRABAL, 2013 
n.p). 
Referente às suas definições a Ergonomia é a ciência do trabalho: das pessoas 
que fazem isso e das maneiras como isso é feito; a ferramentas e equipamentos que 
utilizam os locais onde trabalham e os aspectos psicossociais à situação de trabalho 
(PHEASANT, 2003, p. 4). 
O termo Ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, pelo polonês W. 
Jastrzebowski, que publicou um "Ensaio de ergonomia ou ciência do trabalho 
baseada nas leis objetivas da ciência da natureza". 
Para Couto (2007) define-se ergonomia como o conjunto de ciências e 
tecnologias de forma que ajuste e adapte o ser humano ao seu ambiente de trabalho 
de maneira produtiva, agradável e segura. 
A Ergonomia tem uma atuação bastante ampla, abrangendo as atividades de: 
a) Planejamento e projeto, que ocorrem antes do trabalho a ser realizado; 
b) Monitoramento, avaliação e correção, que ocorrem durante a execução 
desse trabalho; 
c) Análises posteriores das consequências do trabalho. Tudo isso é necessário 
para que o trabalho possa atingir os resultados desejados (IIDA, GUIMARÃES, 
2018). 
A Ergonomia é conhecimento e ação; o conhecimento é científico e se esforça 
para chegar a modelos explicativos gerais; a ação visa melhor adaptar o trabalho 
aos trabalhadores (CAZAMIAN, 1973 apud ANDREA, 2016). 
Objetivos Gerais da Ergonomia 
Segundo Thibodeau (1995), a ergonomia contribui no projeto e modificação nos 
ambientes de trabalho maximizando a produção, enquanto aponta as melhores 
condições de saúde e bem-estar para os que atuam nesses ambientes. Para isso, 
não se restringe a analisar a interação entre o operador e o produto/equipamento, a 
atividade e o ambiente laborais, mas também engloba o contexto organizacional, 
psicossocial e político de um sistema. 
 
 
 
8 
 
 
 
 
Figura 1 – O Sedentarismo e a Ergonomia 
 
Fonte: SILVA (2010) 
 
Tabela 1 – Ergonomia – a Capacidade Humana e seus Limites 
A Ergonomia precisa considerar as 
capacidades humanas e seus limites: 
A Ergonomia tem que analisar as exigências das 
tarefas e os diferentes fatores que influenciam 
as relações: 
Homem x trabalho 
Capacidade física; 
Força muscular; 
Dimensões corporais; 
Possibilidades de interpretação das 
informações pelo aparelho sensorial 
(visão, audição); 
Capacidade de tratamento das 
informações em termos de rapidez e de 
complexidade. 
As características materiais do trabalho: 
apresentação espacial e temporal; 
Peso dos instrumentos; 
Forças a exercer; 
Disposição dos comandos; 
Dimensões dos diferentes elementos 
constituintes do posto e do sistema. 
Fonte: SILVA (2010) 
 
Barbosa Filho (2010) define os objetivos da Ergonomia como um estudo de 
conhecimentos Antropométricos e Neurossensoriais, de modo que proporcione 
condições em um ambiente de trabalho que sejam pertinentes ao homem, 
resultando positivamente no aumento de sua produtividade através de ambientes de 
trabalho saudáveis e seguros, que exijam um menor desgaste dos trabalhadores e 
alcance um maior resultado. 
 
9 
 
 
 
 
Figura 2 - Exemplo Prático de Antropometria na Postura Sentada. 
 
Fonte: IIDA 2005 apud SEMINOVA, 1979. 
 
O Brasil não possui uma normatização de tabelas da ABNT com medidas 
antropométricas de referências, sendo assim utiliza os fundamentos das seguintes 
referências: 
 Estudo Nacional de Despesa Familiar (1977): medidas de peso, altura e 
perímetro braquial, em duas regiões, RJ e PR, SC e RS. 
 Iida e Wierzbicki (1973): 17 variáveis de 257 homens e 320 mulheres da 
linha de montagem de produtos eletrônicos da Philips (SP). 
 Ferreira (1988): 3.100 trabalhadores, somente homens adultos, ocupados 
na produção de uma empresa do RJ. 
 A Ergonomia se preocupa em garantir que o projeto do produto, do 
equipamento, dos sistemas, entre outros complemente as forças e as habilidades. 
Postura: é a atitude que a pessoa assume, utilizando a menor quantidade de 
esforço muscular e ao mesmo tempo protegendo as estruturas de suporte contra 
traumas. A postura é o aspecto mais influenciado pela cadeira e mobiliário 
corporativo. O assento e o mobiliário estão em contato físico direto com o corpo, e 
irão favorecer o aspecto postural. 
10 
 
 
 
 
A ilustração abaixo mostra os fatores estudados pela Ergonomia, os quais 
influenciam no desempenho do sistema produtivo, procurando reduzir as 
consequências nocivas sobre o trabalhador. 
O principal objetivo da Ergonomia é colaborar para satisfazer as necessidades 
humanas dentro do ambiente de trabalho, gerar saúde e bem-estar. Para que isso 
aconteça é necessário realizar um estudo cuidadoso do trabalho com o propósito de 
identificar fatores inconciliáveis no ambiente de trabalho e suas consequências para 
os indivíduos. Depois de fazer uma análise cautelosa eliminam-se prejuízos e 
elementos agressores que possam trazer perdas em qualquer função fundamental 
na vida do trabalhador (ALEXANDRE, 1998, p. 85). 
 Tendo em vista que existe uma preocupação da Ciência Ergonômica em dois 
aspectos muito importantes é a produtividade relacionada a outros feitos da 
organização e o outro está ligado a pessoas, com total preocupação em sua 
abrangência como: saúde, satisfação como trabalho entre outros. O tema saúde 
envolve uma série de cuidados, uma vez que esse assunto vem se evoluindo com o 
passar dos anos, transformando a visão paliativa ou preventiva a uma visão 
construtiva, se preocupando com a saúde física e cognitiva do trabalhador 
(FALZON, 2007, p. 04). 
 Em seus estudos, a Ergonomia procura reduzir a fadiga, estresse, erros e 
acidentes, proporcionando saúde, segurança, satisfação aos trabalhadores, durante 
a sua interação com esse sistema produtivo. A eficiência virá como consequência. 
Em geral, não se aceita colocar a eficiência como objetivo principal da Ergonomia, 
porque ela, isoladamente, poderia justificar a adoção de prática que levem ao 
aumento dos riscos, além do sacrifício e do sofrimento dos trabalhadores. Isso seria 
inaceitável, porque a Ergonomia visa: preservar a saúde e segurança; satisfação; 
eficiência e produtividade dos trabalhadores (IIDA, GUIMARÃES, 2018). 
 
11 
 
 
 
 
Figura 3 – Ergonomia. 
 
Fonte: IIDA; GUIMARÃES (2018, p. 5). 
 
Vejamos cada um desses pontos: 
 Saúde e Segurança: a saúde e a segurança do trabalhador são 
preservadas quando as exigências do trabalho e do ambiente estiverem 
dentro das capacidades e limitações desse trabalhador, sem ultrapassar 
certos limites fisiológicos e cognitivos, de modo a evitar as situações de 
estresse, fadiga, riscos de acidentes e de doenças ocupacionais em longo 
prazo. 
 Satisfação: a satisfação é o resultado do atendimento das necessidades e 
expectativas do trabalhador, produzindo uma sensação de bem-estar e 
conforto. Isso envolve também facilidade de aprendizagem, crescimentos 
pessoal/profissional do trabalhador, ambientes físico/social saudável e 
uma remuneração justa. A satisfação depende também de outros fatores, 
como salários, carreiras, reconhecimentos, promoções, organização do 
trabalho, relacionamentos com a chefia, com os colegas de trabalho e 
com a família. 
12 
 
 
 
 
 Eficiência e Produtividade: a eficiência e produtividade medem os 
resultados obtidos, em comparação com os recursos empregados e uso 
do tempo. Elas resultam de um bom planejamento, organização do 
trabalho, da tecnologia e do conhecimento disponível para os 
trabalhadores, bem como da sua capacitação, de forma a proporcionar-
lhes saúde, segurança e satisfação. A produtividade deve ser colocada 
dentro de certos limites, pois o seu aumento indiscriminado pode implicar 
em prejuízos à saúde, segurança e satisfação. Por exemplo, quando se 
aumenta a velocidade de uma máquina, aumenta-se a eficiência, mas há 
também uma probabilidade maior de ocorrer acidentes e prejuízos pela 
qualidade inferior da produção. Na produção industrial, há casos em que 
se consegue aumentar a eficiência sem comprometer a segurança e a 
qualidade, mas isso exige investimentos em tecnologia, organização do 
trabalho e treinamento dos trabalhadores, a fim de eliminar os fatores de 
risco. Do contrário, os custos adicionais podem tornar-se maiores que os 
lucros adicionais, o que não justifica o aumento da produtividade. 
 Minorias Populacionais: há uma crescente preocupação da Ergonomia em 
atender às necessidades específicas de certas minorias populacionais, 
como os idosos, obesos, crianças e pessoas com deficiência (LIDA; 
GUIMARÃES, 2018). 
 
1.2 OBJETIVOS MICRO E MACROERGONÔMICOS 
 
Em 1998, Silva já ponderava que a Macroergonomia era apontada como um 
possível agente catalisador nas transformações organizacionais, fornecendo 
elementos determinantes para a condução do processo de mudança e elaboração 
de intervenções. De forma simples, pode-se resumir esta contribuição na afirmativa 
de que, se os indivíduos em sua complexa rede de interações internas e externas 
interfaces com o ambiente, tecnologia e estrutura organizacional satisfazem seus 
vários estágios de necessidades, a tendência é de que o sistema organizacional 
como um todo tenha um comportamento mais harmônico. 
 
13 
 
 
 
 
1.3 O PROFISSIONAL ERGONOMISTA 
 
Uma vez explicado que a Ergonomia atua de maneira transdisciplinar, 
podemos falar um pouco sobre a atuação desse profissional ao longo de sua vida 
profissional, que vem sendo muito solicitado pelas empresas para atender diversas 
demandas como as normas legais vigentes e avaliações mais bem elaboradas. 
O Ergonomista tem como função melhorar o ambiente de trabalho, com fins na 
eficiência e produtividade. 
Para atender as demandas elencadas, esse profissional preciso de uma 
formação sólida e conhecimentos das mais diversas áreas como vimos 
anteriormente: 
 
Possuir conhecimento prévio de formação acadêmica de nível superior dos sistemas 
humanos para poder interpretar e planejar melhorias ergonômicas que protejam o 
ser humano no seu ambiente de trabalho. 
Conhecer de anatomia humana, biomecânica (que analisa o movimento do corpo 
humano), ferramentas ergonômicas, medidas antropométricas, fisioterapia, 
antropometria, psicologia, doenças de trabalho, riscos ambientais, tudo isso, como 
base para poder elaborar a Análise Ergonômica do Trabalho com o mínimo de 
sucesso. 
 
Em outras palavras, a prática ergonômica caracteriza-se por metodologias que 
integram ferramentas de várias origens. Esse conjunto de métodos trabalha com 
conhecimentos diferenciados – Administração; Psicologia; Fisiologia; Biomecânica; 
Antropometria; Engenharia; Medicina entre outros -, e constitui-se em dois eventos 
básicos: análise ergonômica e intervenção ergonômica. 
Fialho e Neri (1995) explicam os três momentos da análise ergonômica: 
 Análise da Demanda – refere-se à definição do problema a ser analisado 
e começa com a negociação com os atores envolvidos. 
 Análise da Tarefa – refere-se a parte explicitada sobre aquilo que o 
trabalhador deve realizar e as condições técnicas dessa realização. 
14 
 
 
 
 
 Análise das Atividades – corresponde aquilo que efetivamente o 
trabalhador realiza para executar a tarefa, ou seja, a análise do 
desempenho do homem no trabalho. 
A Análise Ergonômica consiste na identificação das condições técnicas, 
organizacionais e humanas, bem como a avaliação dos efeitos do trabalho sobre o 
operador e o sistema produtivo. A Intervenção Ergonômica acontece por ocasião da 
concepção e correção de postos de trabalho, produtos e serviço, seguida da higiene 
e segurança no trabalho, atingindo a formação profissional. Percebe-se que há uma 
interconexão entre teoria e prática, e não se pode configurar uma dissociação desse 
processo, pois o experimento organizacional depende do aporte acadêmico, e vice-
versa (PEREIRA et al., 1998). 
Passos Resumida das Profissões: 
 Elaborar um Programa de Ergonomia, que consiste no levantamento dos 
riscos ergonômicos e na concepção do programa de Ergonomia; 
 Conscientizar os funcionários, o que se dá através de treinamentos e 
palestras acerca dos riscos ergonômicos e sua prevenção; 
 Promover o aperfeiçoamento do Programa de Ergonomia, que se dá 
através da correção e aperfeiçoamento do programa de ergonomia 
aplicado no ambiente de trabalho. 
Vale frisar que o Ministério do Trabalho, através da Secretaria de Inspeção do 
Trabalho (SIT), divulgou a Norma Técnica (NT) N.º 287-2016, trazendo 
esclarecimentos a respeito do Profissional Capacitado para realizar a Análise 
Ergonômica do Trabalho, segundo a Norma Regulamentadora NR17, e para 
ministrar treinamentos em ergonomia. Ou seja, o profissional é aquele que tem as 
habilidades necessárias e que possui especialização, formação na área de 
Ergonomia, inclusive que o elaborador pode responder por uma AET mal elaborada. 
Então que fiquem atentos aos seus direitos, deveres e responsabilidades! 
 
15 
 
 
 
 
1.4 CARÁTER TRANSDISCIPLINAR DA ERGONOMIA 
 
 A Ergonomia é uma disciplina de caráter multidisciplinar que fundamenta seu estudo em 
várias áreas científicas e utiliza este conhecimento para atingir sua finalidade que é adaptar o 
trabalho ao serhumano. 
 
Figura 4 - Multidisciplinaridade da Ergonomia 
 
Fonte: SCARPIM (2010) 
 
Diversas áreas do conhecimento são utilizadas, como por exemplo: da 
Organização do Trabalho, da Medicina, Fisiologia e Psicologia do Trabalho; da 
Psicologia Cognitiva; da Psicologia da Percepção Visual; da Sociologia; da 
Antropologia e Antropometria; da Teoria da Informação; das Engenharias de 
Produção, Industrial, de Segurança, de Sistemas e outras; da Arquitetura e 
Urbanismo; do Design do Produto, Gráfico, Moda, Ambiente, “Light", “Sound” e 
outros; da Comunicação Social; e de tecnologias diversas, como da Informática, 
Cibernética, Telemática, Robótica e outras, além de Normas Nacionais e 
Internacionais (ABNT, ISO, SAP, DIN, entre outras) (FILHO, 2010). 
Filho (2010), p. 45-46 elenca as seguintes características: 
 
16 
 
 
 
 
A Multidisciplinaridade: refere-se um conjunto de disciplinas que trata, 
simultaneamente, de uma dada questão, sem que os profissionais 
implicados estabeleçam efetivas trocas entre si. Portanto, cada especialista 
emprega sua metodologia, com base em suas hipóteses e teorias, e o 
objeto em questão é visto sob múltiplos pontos de vista, numa justaposição 
de conhecimentos. 
A Interdisciplinaridade: o prefixo Inter, por si só, marca a presença de uma 
ação recíproca de um elemento sobre o outro e vice-versa. Em uma equipe 
interdisciplinar, há possibilidade de troca de instrumentos, técnicas, 
metodologia e esquemas conceituais entre as disciplinas. Dessa forma, 
trata-se de um diálogo que leva ao enriquecimento e transformação das 
disciplinas envolvidas. Interdisciplinaridade implica na interação de 
diferentes disciplinas científicas sob a coordenação de uma delas. 
A Transdisciplinaridade: esta abordagem busca resolver um problema do 
mundo real com base na experiência acadêmica e não acadêmica, 
articulando os conhecimentos a fim de propor soluções para o problema. Ou 
seja, transcende o âmbito de cada disciplina e surge por meio de uma 
articulação que possibilita o surgimento de uma nova visão da natureza e da 
realidade. 
 
Abaixo elencamos algumas das disciplinas que constituem a ciência 
ergonômica e suas contribuições: 
a) A Antropometria e a Biomecânica oferecem informações sobre as 
dimensões e os movimentos do corpo humano. 
b) A Anatomia e a Fisiologia Aplicada contribuem com dados sobre a estrutura 
e o funcionamento do corpo humano. 
c) A Psicologia colabora com os dados sobre os parâmetros do comportamento 
humano. 
d) A Higiene Industrial, a Física, a Estatística e outras cooperam com 
conhecimentos e estudos completos do sistema homem-máquina-ambiente de 
trabalho, visando a uma melhor adequação do trabalho ao homem. 
e) A Medicina do Trabalho. Para Vieira (2000) as doenças ocupacionais são 
definidas como aquelas que: 
 
[...] ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando 
lesão corporal, perturbação funcional ou doenças, que cause a morte ou 
perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho (p. 276). 
Assim: 
 Os Médicos do trabalho podem ajudar na identificação de locais que 
possam vir a provocar acidentes ou doenças ocupacionais e podem 
realizar acompanhamento de saúde nos trabalhadores. 
17 
 
 
 
 
 Os Analistas do trabalho ajudam no estudo dos métodos, tempos e postos 
de trabalho. 
 Os Psicólogos, geralmente envolvidos em seleção e treinamento de 
pessoal, podem ajudar também na implantação de novos métodos. 
 Os Engenheiros podem ajudar nos aspectos técnicos modificando as 
máquinas e os ambientes de trabalho. 
 Os Desenhistas Industriais podem ajudar na adaptação de máquinas e 
equipamentos, projetos de postos de trabalho e sistemas de 
comunicações. 
 Os profissionais da Educação Física podem ajudar com técnicas e 
exercícios de compensação em atividades de trabalho, assim como 
programas de aptidão física (MERINO 2011). 
Fechando um pouco o leque de relações da Ergonomia apreciem a ilustração 
abaixo. 
Figura 5 - Ergonomia 
 
Fonte: VIDAL E MÁSCULO (2011, p. 27). 
 
1.5 ERGONOMIA: DISCIPLINA ÚTIL, PRÁTICA E APLICÁVEL 
 
Como disciplina prática, a Ergonomia busca encaminhar soluções sempre 
adequadas aos usuários, operadores e à realidade das empresas e organizações 
onde as intervenções ergonômicas tem lugar. Ela até pode limitar a produção de um 
18 
 
 
 
 
laudo, de um parecer, de uma avaliação se essa for à demanda feita à Ergonomia, 
no entanto, na atualidade ela se faz presente através de projetos que levem a 
mudanças necessárias e significativas. 
 
1.6 BENEFÍCIOS DA INTERFACE DE ATUAÇÃO DA ERGONOMIA 
 
A Ergonomia vai permitir que exista interfaces adequadas, as quais atenderão 
de forma conjunta, integrada e coerente aos critérios de conforto, eficiência e 
segurança. Com isso, será possível trabalhar corretamente: 
 Sem as dores lombares no uso de modernos computadores em 
confortáveis escritórios. 
 Executando as operações de manuseio de tecidos num ambiente 
condizente, sem intoxicações e sem perda de material. 
 Encontrando os pedidos de peças, livros, itens eletrônicos, enfim, 
realizando operações de estoque numa forma eficiente e menos 
estressante, garantindo a qualidade de atendimento. 
 Organizando a logística de entregas de forma adequada e preparando o 
motorista, o cliente e as rotas para evitar problemas reais do caos urbano 
(MÁSCULO; VIDAL, 2011). 
 
1.7 DOMÍNIOS DE ESPECIALIZAÇÃO DA ERGONOMIA NA ATUALIDADE 
 
A associação internacional de Ergonomia divide a ergonomia em três ramos de 
especialização, visando permitir ao homem uma melhor condição de trabalho, 
saúde, satisfação, segurança e eficiência no desempenho das atividades. São eles: 
Ergonomia Física: 
A Ergonomia Física busca melhorar a relação do homem com a máquina, 
equipamentos, móveis e objetos de trabalho, assim, suas ações objetivam avaliar se 
a cadeira proporciona postura adequada, avaliar a vibração de determinados 
instrumentos, avalia também a movimentação adequada no levantamento e 
manipulação de objetos, etc. Além de avaliar, a ergonomia física se objetiva em 
orientar e conscientizar para que a saúde física seja preservada. 
19 
 
 
 
 
A importância da modalidade reside na contribuição decisiva em relação a 
problemas constatados nos sistemas de trabalho. Essa particularização coloca como 
exigência, em geral, reconfigurações do posto de trabalho que irão implicar em 
mudanças na tecnologia física que muitas vezes podem ser tornar inviáveis do posto 
de vista financeiro. (Cf. DUL; WEERDMEESTER, 2001). 
No quadro abaixo temos algumas formas de manifestação que promovem 
desconforto no trabalho a serem trabalhadas pela Ergonomia 
 
Figura 6 - Pressão que o Corpo sofre nas Diferentes Posições e Posturas 
 
Fonte: COUTO (1995). 
 
Tabela 2 – Manifestações de Desconforto 
 
Tipo de 
desconforto 
 
Forma de manifestação 
Climático Condições do tempo, da temperatura e da circulação 
do ar. 
Visual Condições da visão, como irritação e falta de 
descanso. 
Sonoro Níveis de ruído, de música e de voz. 
Corporal Situação dos músculos e articulações. 
Auditivo Ruídos do ambiente e velocidade do vento. 
20 
 
 
 
 
Olfativo Odores e sua intensidade. 
Respiratório Níveis de poluição e umidade do ar. 
Fonte: Elaborado pelo autor (2019). 
 
Quando o ser humano se encontra na posição sentada, a primeira alteração 
que ocorre é o aumento na pressão dos discos intervertebrais da coluna lombar, 
cerca de 50%, o que gera uma tendência à degeneração dos mesmos. “Esse 
aumento se deve à eliminação do amortecimento de pressões dado pelo arco dos 
pés e pelos tecidos moles dos membros inferiores”. (COUTO, 1995, p. 74). 
Ergonomia Cognitiva: 
Este dá uma atenção maior aos processos mentais, com a percepção, 
memória, modo de pensar e resposta motora, fazendo uma interação entre pessoas 
e outros elementos que compõe o sistema. Prioriza a carga mental, tomadade 
decisão, interação homem-máquina, estresse e treinamento. 
Ergonomia Organizacional: 
Trata da otimização dos sistemas sócios técnicos, ou seja, que incluem 
pessoas como partes inerentes do sistema e suas estruturas organizacionais, de 
processos e políticas. Os pontos relevantes nesse tipo de ergonomia são: as 
comunicações, o trabalho realizado em grupo, os projetos participativos, o trabalho 
cooperativo, a organização em rede, a cultura organizacional, a organização 
temporal do trabalho e a gestão da qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
 
Questão 1 
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior 
Um projeto Ergonômico de uma empresa deve levar em conta parâmetros que 
permitam a adaptação das condições de trabalho: 
a. Aos processos de prevenção de doenças infectocontagiosas. 
b. Aos programas de medicina do trabalho. 
c. Às necessidades sociais dos trabalhadores. 
d. Aos programas motivacionais implantados. 
e. Às características psicofisiológicas dos trabalhadores. 
 
Questão 2 
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior 
A abordagem que procura fazer aproximações da Ergonomia ao estudo das 
exigências afetivas das tarefas aponta que a Ergonomia dá fundamental contribuição 
para que os trabalhadores possam desenvolver e expressar afetos positivos e para 
explicar: 
a. O processo de amor pelo trabalho. 
b. Porque eles reivindicam. 
c. O que ocorre quando eles apresentam baixa confiança. 
d. Quando e porque eles sofrem. 
e. Tudo o que eles necessitam para darem resultados. 
 
Questão 3 
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior 
A Ergonomia estuda: 
a. A dimensão simbólica do que é compartilhado e construído socialmente, 
demonstrando as implicações de quem influencia e é influenciado nos 
diversos contextos culturais e antropológicos da empresa. 
22 
 
 
 
 
b. O homem como parte integrante e responsável pela preservação do 
ecossistema e dos insumos da natureza, bem como ator do 
desenvolvimento sustentável. 
c. As condições de trabalho ligadas à pessoa e fundamenta-se na 
medicina, na psicologia, na motricidade e na tecnologia industrial, 
visando ao conforto e ao desempenho nas diversas posições de 
trabalho. 
d. A consciência de que os bens são finitos e de que a distribuição de 
bens, recursos e serviços deve envolver de forma equitativa a 
responsabilidade e os direitos da sociedade. 
e. A capacidade de mobilizar recursos para atingir resultados em ambiente 
cada vez mais complexo, mutável e competitivo. 
 
Questão 4 
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior 
É campo de ação da Ergonomia: 
I. As escalas métricas e a jornada de trabalho; 
II. O meio ambiente físico (ruído, iluminação, vibrações, ambiente térmico); 
III. As características materiais do trabalho. 
É correto o que consta em: 
a. I e III, apenas. 
b. I, II e III. 
c. II e III, apenas. 
d. I, apenas. 
e. II, apenas. 
 
Questão 5 
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior 
Os Estudos Ergonômicos apresentam tanto descrições dos motivos dos 
conflitos vividos pelos trabalhadores quantas recomendações e orientações práticas 
para transformar as situações de trabalho para que correspondam às possibilidades 
e às capacidades dos: 
23 
 
 
 
 
a. Fornecedores. 
b. Inspetores. 
c. Trabalhadores. 
d. Agregados. 
e. Peritos. 
 
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE 
A Ergonomia (Ergonomics), também chamada de fatores humanos (Human 
Factors), é o estudo da adaptação do trabalho ao ser humano. Nesse sentido, cite o 
campo de atuação da Ergonomia. 
 
TREINO INÉDITO 
Assinale a alternativa que indica o principal objetivo que existe acerca do 
estudo da adaptação do trabalho ao ser humano. 
a. Saúde laboral. 
b. Saúde relativa. 
c. Saúde autônoma. 
d. Saúde peculiar. 
e. NDA. 
 
NA MÍDIA 
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE ERGONOMIA 
Falar de Ergonomia ainda é muito complexo para muitas pessoas e empresas. A 
falta de conhecimento sobre o assunto implica em baixa produtividade, afastamento 
da empresa e complicações para a saúde do trabalhador LER/DORT. Entenda o que 
é Ergonomia, onde e porque devemos saber mais sobre este assunto. 
Fonte: Reliza 
Data: Sem data 
Leia na íntegra em: https://www.reliza.com.br/o-que-voce-precisa-saber-sobre-
ergonomia/ 
 
 
24 
 
 
 
 
NA PRÁTICA 
No artigo abaixo se mostrou um estudo realizado em uma grande empresa de 
materiais de construção da Grande Florianópolis e teve por objetivo, analisar do 
ponto de vista da Ergonomia, o Ambiente de Trabalho e as Atividades 
Desenvolvidas pelo Auxiliar do Almoxarifado. Este tipo de ambiente quando não há 
um cuidado voltado ao desempenho das atividades, pode trazer alguns problemas 
de saúde para o funcionário bem como, uma produtividade abaixo do potencial da 
equipe interna e dos envolvidos no processo. Para verificar a situação real do 
ambiente e compará-la com a literatura, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa 
com abordagem de estudo de caso. Para tal, foram realizadas visitas in loco, 
aplicação de questionários, entrevistas, medições dos fatores ambientais e 
observações da rotina de trabalho. Os resultados mostraram que as condições 
ambientais influenciam no trabalhador do setor. Por fim, elaboraram-se sugestões 
com orientações baseadas na NR17, com o intuito de melhorar a rotina de trabalho e 
a satisfação dos funcionários do setor. 
Fonte: 
http://www.revistas.udesc.br/index.php/dapesquisa/article/download/7452/5268 
PARA SABER MAIS: 
Filme sobre o assunto: A Face Perversa do Trabalho 
Peça de teatro: Doutores da Prevenção 
Acesse os links: https://youtu.be/1I9tGvHx1Hg 
https://youtu.be/a5pXLcGkvjY 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ERGONOMIA 
 
De imediato, justificamos que, para além de algumas narrativas anedóticas e 
breves relatos históricos, é importante que as ciências sejam introduzidas aos seus 
estudiosos e aplicadores de maneira profunda, isto porque as diferentes áreas do 
conhecimento vão adquirindo, ao longo de sua evolução, características muito 
peculiares. As formas de interpretar o mundo, com uma linguagem própria e com 
diferentes técnicas de investigação vão construindo as diversas especialidades. 
Essa evolução das diversas ciências, cada uma a seu ritmo, nos mostra que 
elas caminham com acertos e erros, o que decerto não inviabiliza sua credibilidade, 
simplesmente mostra que existem limites e obstáculos a serem ultrapassados no 
seu processo de construção, fazendo teorias e modelos ser revistos e retificados 
quando necessário. 
Figura 7: Combate essa Evolução 
 
Fonte: WACHOWICZ (2016) 
 
Como diz Gurgel (2017), a ciência é parte da sociedade, influenciando e sendo 
influenciada por ela. Contextos e necessidades externas à ciência influenciam seu 
desenvolvimento, deixando com maior clareza a marca de seu período histórico. Por 
outro lado, não apenas produtos da ciência afetam e transformam as sociedades, 
como muitas de suas ideias alimentam novas mentalidades e estimulam diferentes 
tipos de criação. 
26 
 
 
 
 
Pois bem, veremos nos tópicos abaixo como a Ergonomia se fez, e que seus 
avanços científicos e tecnológicos resultaram em produtos e maneiras de agir que 
integram a vida da maioria das pessoas na atualidade. 
 
2.1 DA ANTIGUIDADE AO MUNDO MODERNO 
 
Ergos (trabalho) e Nomos (normas) formam a palavra que designa a ciência 
responsável por estudar as condições de trabalho. Ainda que o nascimento da 
Ergonomia tenha oficialmente ocorrido no século XX, considera-se que, desde a pré-
história, os homens buscam técnicas para adaptar o trabalho às condições humanas 
e não o contrário. 
Moraes e Mont’Alvão (2000) afirmam que desde as civilizações antigas o 
homem se preocupa em adequar a formadas pegas dos instrumentos a 
forma da mão humana buscando aperfeiçoar as ferramentas, instrumentos e 
utensílios que utiliza em suas atividades cotidianas de modo a proporcionar mais 
conforto na utilização. 
De tempos ‘mui’ remotos trazemos Leonardo Da Vinci com sua curiosidade 
científica acerca do homem e seu entorno. Em seus estudos e projetos, as máquinas 
e suas funções se ajustavam ao homem, facilitando a execução de diversas ações. 
De acordo com Martins (2008 apud Lima et al., 2010), o corpo humano é o 
ponto de partida para o projeto de produto. Dessa forma, os estudos minuciosos de 
Leonardo acerca da anatomia humana, principalmente seu estudo sobre “O Homem 
Vitruviano”, são precursores essenciais do estudo da Antropometria e da Ergonomia. 
O médico italiano Bernardino Ramazzini (1633-1714) foi o primeiro a escrever 
sobre doenças e lesões relacionadas ao trabalho, em sua publicação de 1700 "De 
Morbis Artificum" (Doenças ocupacionais). Ramazzini foi discriminado por seus 
colegas médicos por visitar os locais de trabalho de seus pacientes a fim de 
identificar as causas de seus problemas. 
Os estudos dos médicos e higienistas ganharam espaço e contribuíram para 
minimizar as doenças provenientes do trabalho. Entre os inúmeros abnegados e 
idealistas que contribuíram para melhorar a qualidade de vida dos homens do 
passado, destaca-se o médico francês Philibert Patissier. Ele recomenda aos 
27 
 
 
 
 
ourives levantar a cabeça de vez em quando e olhar para o infinito como modo de 
evitar a fadiga visual. Também preconiza proteção nos moinhos e concebe 
máquinas para diminuir o esforço físico, como as máquinas de lavar, e vai além, 
realizando as primeiras estatísticas sobre mortalidade e morbidade da população 
operária (SCARPIM et al., 2010). 
Atribui-se ao cientista polonês, Wojciech Jarstembowsky a primeira definição 
de Ergonomia, em 1857, época da Revolução Industrial na Europa. 
Esta primeira definição estabelecia que: 
 
A Ergonomia como uma ciência do trabalho requer que entendamos a 
atividade humana em termos de esforço, pensamento, relacionamento e 
dedicação (JASTRZEBOWSKI, 1857). 
 
Principalmente, durante a Revolução Industrial, ocorrida a partir do século 
XVIII, que a necessidade de adaptar as atividades ocupacionais às necessidades 
humanas se tornou um problema maior com a existência das primeiras fábricas que 
não ofereciam condições de salubridade aos trabalhadores (IIDA, 2005). 
 
Figura 8: Revolução Industrial. 
 
Fonte: WACHOWICZ (2016) 
 
No final do século XVIII o trabalho era bastante desgastante com jornadas 
excessivas, trabalhadores expostos a condições insalubres, mortes e trabalho 
semiescravo. Tal situação era devido ao contexto socioeconômico da época, onde 
as indústrias europeia e americana estavam se adequando e buscando elevar a 
28 
 
 
 
 
produção em frente a escassez de mão de obra qualificada e no limite da matéria 
prima (ABRAHÃO, 2009). 
 
2.2 ERGONOMIA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX 
 
Na primeira metade do século passado apresenta-se com dois movimentos 
diferentes: produtividade e satisfação do trabalhador. 
A origem e evolução da ergonomia são consequência das transformações 
socioeconômicas e, sobretudo, tecnológicas que ocorreram no mundo do trabalho a 
partir da segunda metade do século passado. Da produção artesanal, passando pela 
automação à robótica, a relação do homem com seu trabalho tem sofrido mudanças 
estruturais profundas. 
De acordo com Iida (2005, p. 05) “Ao contrário de muitas outras ciências cujas 
origens se perdem no tempo e no espaço, a ergonomia tem uma data oficial de 
nascimento: 12 de julho de 1949. Nesse dia, reuniu-se, pela primeira vez, na 
Inglaterra, um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e 
formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência”. 
O século XX foi demarcado pelo modelo fordista e taylorista na forma de 
organização e produção das mercadorias. Consistia na organização do processo 
produtivo de massas de produtos homogêneos, operando através de grandes linhas 
de montagem. Ou seja, o fordismo agrega ao processo produtivo a noção de 
produção em série. De outro lado, o controle do tempo e dos movimentos dos 
operários no processo produtivo são resultados das ideias e estudos de Taylor 
(OLIVEIRA, 2005). 
A Ergonomia com seu paradigma mecânico/termodinâmico do ser humano foi o 
desaguar de atividades milenares a partir de diversas disciplinas científicas, como 
mostra o quadro abaixo: 
Principais disciplinas formadoras do pensamento Ergonômico Clássico: 
 
 
 
29 
 
 
 
 
Tabelas 3 – Formadoras do Pensamento Ergonômico Clássico 
Disciplinas formadoras Autores 
Filosofia (cognição). Platão, Aristóteles 
Medicina. Ramazzini, Villermé, Tissot. 
Físico-química. Lavoisier, Coulomb. 
Fisiologia do Trabalho. Amar, Chaveau, Marey. 
Engenharia do Produto. Da Vinci, Vauban, Jacquart. 
Organização. Taylor Gilbreth, Ford. 
Fonte: VIDAL (2001, p. 9). 
 
2.3 A ERGONOMIA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
 
Quando a 2ª Guerra Mundial eclodiu, houve a necessidade de adaptar os 
instrumentos bélicos, para que o operador ficasse menos tenso, reduzindo, assim, o 
nível de tensão e de risco de acidentes. Depois da guerra, surge na Inglaterra o 
Ergonomics Research Society, uma sociedade de pesquisadores preocupados em 
estudar o ambiente laboral, o que contribui para a difusão da ergonomia em todo o 
mundo, colocando em prática, todo o conhecimento adquirido durante as duas 
guerras, melhorando, desta forma a produtividade e as condições de vida da 
população, particularmente, os trabalhadores (IIDA, 1998). 
Esclarece Abrantes (2011) que, em 1945 após a segunda guerra mundial, a 
produção passou a exigir uma interação cognitiva entre homem-máquina 
principalmente com o uso de painéis e mostradores, onde o trabalhador passa a 
visualizar um dado ou valor numa determinada velocidade e tem que tomar uma 
decisão, após o cérebro efetuar o processamento da informação. Nasce nesse 
momento a ergonomia cognitiva, representada pelo médico suíço Etienne Grandjean 
(1914-1991) e o engenheiro alemão Karl H. E. Kroemer nascido em 1933. 
Em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel, criou na Inglaterra, na 
Universidade de Oxford, a primeira Sociedade Nacional de Ergonomia, a 
30 
 
 
 
 
Ergonomics Research Society. Em 1959, foi organizada a Associação Internacional 
de Ergonomia, em Estocolmo. 
Já em 1959, a recomendação n.º 112, da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT) dedicava-se aos serviços de saúde ocupacional, com as seguintes 
finalidades: 
 Proteger o trabalhador contra qualquer risco à sua saúde e que decorra 
do trabalho ou das condições em que ele é cumprido; 
 Concorrer para o ajustamento físico e mental do trabalhador a suas 
atividades na empresa, através da adaptação do trabalho ao ser humano 
e pela colocação deste em setor que atenda às suas aptidões; 
 Contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais alto grau 
possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores. 
No ano de 1960, foi difundida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) 
a definição do estudo da ergonomia como sendo a "Aplicação das ciências 
biológicas conjuntamente com as ciências da engenharia para lograr o ótimo 
ajustamento do homem ao seu trabalho, e assegurar, simultaneamente, eficiência e 
bem-estar" (MIRANDA, 1980). 
O World Health Organization (1997) define a qualidade de vida como 
percepção do indivíduo de sua posição na vida, dentro dos contextos culturais e de 
valores nos quais vive, e também no que diz respeito aos seus objetivos, 
expectativas, padrões e preocupações. 
Podemos dizer então que a qualidade de vida em relação ao trabalho também 
é capaz de ser definida desta forma, porém mediante a percepção do indivíduo de 
sua posição no ambiente de trabalho Vieira e Hanashiro (1996, apud Blattman;Borges, 1998, p. 49) colocam a qualidade de vida no trabalho como a: 
 
[...] melhoria nas condições de trabalho, com extensão a todas as funções 
de qualquer natureza e nível hierárquico, nas variações comportamentais, 
ambientais e organizacionais que venham, juntamente com políticas de 
Recursos Humanos condizentes, humanizar o emprego, de forma a obter-se 
um resultado satisfatório, tanto para o empregado como para a organização. 
 
Um profissional que atua em um ambiente que atende suas distintas 
necessidades, provavelmente trabalha mais motivado, é mais participativo e, 
consequentemente, irá trazer benefícios para a empresa e também para si própria. 
31 
 
 
 
 
Para Conte (2003, apud Silva; Lucas, 2009, p. 388) “A meta principal do programa 
de QVT é a conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, 
ao melhorar a satisfação do trabalhador, melhora-se a produtividade da empresa”. 
 
Tabela 4 – Consequencias Diretas sobre o Resultado da Produção 
A qualidade de vida do homem no trabalho tem sido a tônica dos nossos estudos em 
Ergonomia até o momento e assim o será até o final do curso, portanto, frisaremos 
sempre que as influências das más condições de trabalho terão consequências 
diretas sobre o resultado da produção. Estas podem ser categorizadas em três 
diferentes níveis: 
A) Sobre o Homem: fadiga, envelhecimento, acidentes, doenças ocupacionais. 
B) Sobre a Produção: baixa de produtividade, da qualidade e da competitividade. 
C) Sobre o Plano Econômico: custos das más condições de trabalho para a empresa 
e para o país. 
Todas essas consequências podem ser evitadas, na medida em que estas 
condicionantes sejam evidenciadas e tratadas de forma sistemática, tentando reduzi-
las, minimizá-las e caso for possível, eliminá-las. 
Fonte: MERINO (2011). 
 
2.4 ERGONOMIA NA CONTEMPORANEIDADE 
 
No mundo do trabalho contemporâneo, complexo e heterogêneo, a automação 
e a nova organização produtiva estabeleceram novas formas de execução do 
trabalho, inclusive há um novo conceito, distinto da relação empregatícia ou mesmo 
de um emprego “flexível”, nos contratos de trabalho se adaptando ao contexto atual 
(OLIVEIRA, 2005). 
Os tempos modernos chamaram a Biometria, a Bioquímica, a Biomecânica, a 
Psicologia Social, a Sociologia e outras ciências a darem suas importantes 
contribuições para a Ergonomia, ou seja, elas davam bases científicas necessárias, 
mas exigências técnicas, econômicas e mesmo a pressão social dos trabalhadores 
somam-se na atualidade para que a Ergonomia tenha atenção para todo um 
contexto interdisciplinar que lhe exigido para atender as demandas. 
32 
 
 
 
 
Um exemplo de exigência técnica seria a concepção de máquinas complexas e 
sua utilização em situações extremas que exigem muito mais atuação do homem. 
Quanto às exigências econômicas, é evidente que o desenvolvimento dos 
meios técnicos de produção se faz acompanhar de um aumento da complexidade 
das máquinas. Essas precisam trabalhar mais e por mais tempo. Ao mesmo tempo é 
imputado ao trabalhador encargos decorrentes da má utilização ou incidente em sua 
manobra que os setores financeiros não permitem. 
Por fim, submetidos a condições de trabalho que põem em risco sua saúde, a 
um ritmo acelerado de produção, à fragmentação das tarefas, à agressão do meio 
ambiente ruído, poeira, vibrações, a alterações periódicas dos horários de trabalho, 
entre outros, os trabalhadores não toleram a diferença entre os imensos esforços 
exigidos por uma industrialização sempre mais aperfeiçoada e as raríssimas ações 
realizadas para mudar as condições de trabalho, salvo quando se trata de aumentar 
a produção. A noção de melhoria das condições de trabalho aparece muito cedo na 
história do movimento operário; mas, frequentemente, ela só se traduz em 
reivindicações de medidas de proteção limitação da jornada de trabalho, proteção 
contra o ruído, que são mais fáceis de serem alcançadas e generalizadas. 
Entretanto, a resistência para suportar condições de trabalho penosas aumenta 
nos países industrializados como se verifica pelo apelo à mão de obra estrangeira e 
por sua significativa presença em empregos nos quais as condições de trabalho é 
severo, trabalho em cadeia, construção civil, entre outros. 
Esses três tipos de pressão impulsionaram o desenvolvimento de pesquisas 
sobre o desempenho do homem em atividade, particularmente em atividade 
profissional, levando a que se reunissem os conhecimentos já adquiridos a fim de 
torná-los úteis à organização e à concepção dos meios de trabalho, sem, contudo, 
provocar aplicações idênticas, na prática. A utilização de conhecimentos 
ergonômicos liga-se aos objetivos das empresas, das populações que as compõem 
e da sociedade a que pertencem. 
Tais conhecimentos servem tanto para aumentar a eficácia de um sistema de 
produção como para diminuir a carga de trabalho do operador. Mas esses objetivos 
muitas vezes são contraditórios, constatando-se frequentemente que a melhoria de 
um posto de trabalho feita a partir de dados ergonômicos não se faz acompanhar 
33 
 
 
 
 
simultaneamente por uma atenuação da carga de trabalho para o operário: um 
dispositivo mais aperfeiçoado no comando de uma máquina fará com que um 
mesmo operador conduza duas delas; o rendimento aumenta, mas também 
aumenta simultaneamente o trabalho do operário. 
 
A Ergonomia se aplica dentro de um determinado quadro político. Assim, 
não se constitui num fator de melhoria das condições de trabalho. Na 
maioria dos casos, foi através de pressões sociais, feitas principalmente 
pelos sindicatos e pelos operários, que as mudanças mais significativas 
foram alcançadas (CASTRO, 2017, p.7-8). 
 
Cameron e Corkindale (1994) distinguem três fases históricas dos estudos e 
pesquisas relacionados as trabalho: 
 Adaptação do homem a máquina: os estudos se concentram sobre a 
máquina, procurando formar e selecionar os operadores de acordo com 
as exigências dela. 
 Erro humano, que pode levar a acidentes e a custos econômicos: surge a 
consciência de que os estudos devem concentrar-se no homem, a fim de 
respeitar e conhecer seus limites. 
 Sistema homem – máquina: as investigações se reconduzem aos 
sistemas determinados pelo homem e pela máquina, buscando sua mútua 
adaptação e operacionalidade. 
De acordo com Hendrick (1993 apud Vidal, 2001; Corrêa; Boletti, 2015), a 
evolução da Ergonomia pós Segunda Guerra Mundial pode ser organizada em 
quatro fases, segundo a tecnologia enfocada, detalhada no quadro abaixo. 
 
Tabela 5 - Fases da Ergonomia 
1ª Fase: Ergonomia de Hardware 
ou Tradicional 
Teve início durante a 2ª Guerra Mundial e 
concentrava-se no estudo das 
características físicas do ser humano 
(capacidades e limites), primeiramente na 
área militar e, em seguida, na área civil, 
com ênfase nas questões fisiológicas e 
biomecânicas do ambiente de trabalho e 
na interação dos sistemas homem-
máquina. 
2ª Fase: Ergonomia do Meio 
Ambiente 
Trata das questões ambientais naturais e 
artificiais (ruído, vibrações, temperatura, 
iluminação, aerodispersoides) que 
interferem no trabalho. Fortaleceu-se em 
34 
 
 
 
 
função do interesse em compreender 
melhor a relação do ser humano com o 
meio ambiente, atualmente muito em 
voga em função do conceito de 
sustentabilidade. 
3ª Fase: Ergonomia de Software 
ou Cognitiva 
Trata do processamento de informações, 
que eclodiu com o advento da informática 
a partir da década de 1980. Essa 
modalidade é focada na interface da 
interação entre o homem e a máquina, 
que deixa de ser como na fase tradicional 
(antropométrica, biomecânica e 
fisiológica): o operador não manuseia 
mais o produto, mas comanda uma 
máquina que opera sobre o produto. A 
tecnologia da informação passa a ser 
uma extensão do cérebro e as interfaces 
para a operação devem levar em conta 
fatores cognitivos para facilitar o 
comando.4ª fase: Macroergonomia Visão mais ampla da Ergonomia, que não 
mais se restringe ao operador e sua 
interação com a máquina, atividade e 
ambiente, mas também engloba o 
contexto organizacional, psicossocial e 
político de um sistema. Diferencia-se das 
anteriores por priorizar o processo 
participativo envolvendo administração 
de recursos, trabalho em equipe, jornada 
e projeto de trabalho, cooperação e 
rompimento de paradigmas, o que 
garante intervenções ergonômicas com 
melhores resultados, reduzindo o índice 
de erros e gerando maior aceitação e 
colaboração por parte dos envolvidos. 
Fonte: CORRÊA; BOLETTI (2015, p.7). 
 
2.5 A ERGONOMIA NO BRASIL - PARA REFLETIR 
 
A Ergonomia no Brasil viveu seu momento de destaque a partir da década de 
1980, quando vários pesquisadores brasileiros retornaram da França, após 
desenvolverem mestrado e doutorado, sob a orientação do professor Alain Wisner 
ou do professor Maurice de Montmollin, e ingressaram em universidades de vários 
Estados Brasileiros, criando ou contribuindo para a realização de cursos de 
especialização em Ergonomia. Sem dúvida, esse fato contribuiu para a divulgação 
35 
 
 
 
 
da Ergonomia no país, bem como para despertar o interesse de pesquisadores que 
se envolveram com essa área de pesquisa na formação de novos ergonomistas. 
Já os congressos de Ergonomia têm contribuído significativamente para fazer a 
divulgação das pesquisas já desenvolvidas e em desenvolvimento pelos grupos de 
pesquisa e estudiosos da área, especialmente aquelas realizadas em programas de 
pós-graduação. Todavia, os autores ressaltam que o primeiro congresso de 
Ergonomia ocorreu em setembro de 1974 – 1º Seminário Brasileiro de Ergonomia – 
e foi considerado um marco para a história da Ergonomia Brasileira. 
O tema certificação que vem sendo um dos pilares dos sistemas de gestão nas 
empresas brasileiras e mundiais tem tido alguma expressão no campo da ergonomia 
e dos fatores humanos de forma explicita ou implícita. 
Em agosto de 1983 ocorreu a criação da Associação Brasileira de Ergonomia 
(ABERGO), que passou a organizar congressos, uma forma de divulgar as 
pesquisas e de estabelecer um debate crítico sobre a produção científica entre 
pesquisadores nacionais e internacionais. 
O Sistema de Certificação do Ergonomista Brasileiro (SisCEB) foi originalmente 
aprovado na Assembleia Geral Ordinária da ABERGO, realizada durante o ABERGO 
2002 - XII Congresso Brasileiro de Ergonomia, ocorrido na cidade de Recife, 
Pernambuco, no dia 4 setembro de 2002. Em seguida, foi homologado e 
complementado no 1º. Fórum de Certificação do Ergonomista Brasileiro, ocorrido na 
cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, em 24 de outubro de 2003. 
Em agosto de 2000, segundo Campos (2019) a Associação Internacional de 
Ergonomia a (IEA) (www.iea.cc) adotou a definição oficial apresentada a seguir: 
 
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada 
ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros 
elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e 
métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho 
global do sistema. (n.p.) 
 
 Sobre o nível de difusão dos conhecimentos de Ergonomia, Iida e Guimarães 
(2018) explicam que a Associação Internacional de Ergonomia considera cinco 
níveis de difusão dos conhecimentos científicos e tecnológicos, em círculos cada vez 
mais abrangentes. 
36 
 
 
 
 
Nível 1 - o conhecimento é dominado apenas por um número restrito de 
pesquisadores e professores. 
Nível 2 - o conhecimento é aperfeiçoado através de conhecimento prévio 
adquirido através da culturalidade. 
Nível 3 - o conhecimento é dominado por estudantes universitários em geral. 
Nível 4 - o conhecimento é dominado por empresários, políticos e outras 
pessoas da sociedade, que tomam decisões de interesse geral. 
 Nível 5 - o conhecimento é incorporado ao processo produtivo e passa a ser 
“consumido” pela população em geral. 
Verifica-se que até o Nível 3, os conhecimentos circulam no âmbito restrito de 
pesquisadores e estudantes. A partir do Nível 4, passam ao domínio mais amplo dos 
não especialistas da área. A partir disso, os conhecimentos passam a gerar 
benefícios sociais e econômicos. No último Nível, costuma-se dizer que o 
conhecimento chegou às “prateleiras dos supermercados”, ou seja, foi incorporado 
aos produtos e serviços disponíveis no mercado. 
Os tempos que decorrem entre esses níveis podem ser muito diversos. No 
século XVIII, decorreram cerca de oitenta anos entre a invenção e a aplicação do 
alto-forno e das baterias elétricas. Já o telégrafo e rádio, inventados no século XIX, 
encontraram aplicações após quarenta anos. No século XX, para invenções como a 
televisão e a penicilina, esses tempos foram reduzidos para vinte anos. Para o nylon 
e o transistor, cerca de dez anos. Atualmente, algumas invenções encontram 
aplicações quase imediatas. Contudo, para um conjunto de conhecimentos 
interdisciplinares como a Ergonomia, o tempo necessário para difundir-se na 
sociedade pode ser maior. 
No Brasil, pode-se considerar que já foram ultrapassados os Níveis 1 a 3, 
descritos anteriormente, e se caminha para os Níveis 4 e 5, pois alguns 
conhecimentos de Ergonomia já foram incorporados em legislações e normas 
técnicas. A Norma Regulamentadora n.º 17 - Ergonomia, inserida na Portaria 
MTb/GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, com as alterações da Portaria nº. 3.751, 
de 23 de novembro de 1990, do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, foi o 
primeiro passo para a difusão da disciplina no Nível 4. 
37 
 
 
 
 
Conforme estabelece o Item 17.1, da NR-17, o principal objetivo é de 
estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às 
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um 
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Para isso, cabem às 
empresas realizarem a análise ergonômica do trabalho, abordando, no mínimo, as 
condições do local de atuação. 
 
FIQUE ATENTO 
Conhecida comumente como estudo científico da relação entre o homem e seus 
ambientes de trabalho, a Ergonomia tem alguns objetivos básicos que são: 
possibilitar o conforto ao indivíduo e proporcionar a prevenção de acidentes e do 
aparecimento de patologias específicas para determinado tipo de trabalho. 
Leia mais em: 
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI241198,71043-
Importancia+da+Ergonomia 
 
A NR-17 é de extrema relevância, eis que algumas doenças de trabalho são 
desenvolvidas a partir da exposição ao risco ergonômico que muitos trabalhadores 
estão sujeitos, como por exemplo: Lesão por Esforço Repetitivo (LER); trabalhos 
realizados em pé durante toda a jornada; levantamentos de cargas; monotonia, 
fadiga, dentre outros. 
Vale ressalta que essa Norma Regulamentadora possui caráter legal que 
permite punir empresas que não adequem os postos de trabalho de modo a manter 
a segurança dos seus colaboradores, o não cumprimento dos artigos cumpridos 
nessa norma variam de advertências à suspensão das atividades em casos mais 
graves. Dessa forma, é fundamental aplicar medidas corretivas para cumprir a lei, 
uma vez que o aumento da produtividade é superior em ambientes 
ergonomicamente adaptados. 
 
 
 
 
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI241198,71043-Importancia+da+Ergonomia
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI241198,71043-Importancia+da+Ergonomia
38 
 
 
 
 
Figura 9 – Postura Correta ao sentar em Frente ao Computador 
 
Fonte: WACHOWICZ (2016) 
 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tem realizado esforços 
para gerar normas sobre produtos e processos, incorporando os conhecimentos em 
Ergonomia. 
Para Refletir: 
 A qualidade de vida do ser humano quer no trabalho, no lazer, na sociedade 
de maneira geral, está bem deteriorada na atualidade, seja porque os recursos 
naturais estãocada vez mais escassos, seja porque a tensão nos centros urbanos 
está em níveis bem altos, então, todos temos que modificarmos nossos 
comportamentos, nossas relações com o trabalho, com a máquina, com as 
tecnologias, com nossos pares. 
A Ergonomia pode contribuir para solucionar um grande número de problemas 
sociais relacionados com a saúde, segurança, conforto e eficácia. A Ergonomia pode 
contribuir para a prevenção de erros, quando estes partem do ser humano em sua 
relação com as máquinas, melhorando o desempenho (MERINO 2011). 
 
 
 
39 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
 
Questão 1 
Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: TRT Prova: Psicologia Nível: Superior 
Estudos mostram que no Brasil o grupo das Lesões por Esforços Repetitivos 
(LER) persistiu ocupando o primeiro plano das atenções em saúde do trabalhador, 
que continuam voltadas para disfunções e incapacidades que atingem membros 
superiores, ombro e pescoço. Uma vertente acredita que para uma abordagem 
ergonômica se torne eficaz é essencial que sejam consideradas as características 
da organização do trabalho e os aspectos psicossociais e enfatiza-se uma 
ergonomia participativa, envolvendo uma equipe multidisciplinar, sendo que os 
esforços preventivos devem caminhar no sentido de uma detecção: 
a. Biossocial. 
b. Completa. 
c. Simbólica. 
d. Perfeita. 
e. Precoce. 
 
Questão 2 
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ Prova: Engenharia Mecânica Nível: Superior 
A Ergonomia, aliada ao movimento de Gestão de Qualidade, é uma base para 
a melhoria contínua dos processos produtivos. Porém, diferentemente da qualidade, 
que é uma exigência de mercado (Normas ISO), a Ergonomia tem, no Brasil, 
exigência de lei, pela Norma Regulamentadora 17 (NR-17), do Ministério do 
Trabalho e Emprego. Assim sendo, qualquer ergonomista tem como função: 
a. Atuar na área de saúde como médico do trabalho no âmbito da 
empresa. 
b. Avaliar tarefas e postos de trabalho de modo a buscar adaptar ao 
trabalhador. 
c. Projetar e executar projetos de produtos sob a ótica ergonômica. 
d. Integrar obrigatoriamente a CIPA da empresa da qual fazem parte. 
40 
 
 
 
 
e. Estabelecer os padrões de higiene necessários ao desenvolvimento das 
atividades na empresa. 
 
Questão 3 
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ Prova: Engenharia Mecânica Nível: Superior 
Para fins de Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), definido em 
resolução própria do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), os 
projetos de adequação ergonômica, dentro das atribuições profissionais dos 
arquitetos e urbanistas, serão representados no Sistema de Informação e 
Comunicação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (SICCAU) como: 
a. Arquitetura de interiores. 
b. Conforto ambiental. 
c. Instalação e equipamentos referentes à arquitetura. 
d. Urbanismo e desenho urbano. 
e. Arquitetura paisagística. 
 
Questão 4 
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ Prova: Engenharia Mecânica Nível: Superior 
Os Riscos Ocupacionais classificados em: físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e de acidentes estão presentes nos ambientes de trabalho. Eles são 
regulamentados no Brasil pela Portaria N.º 25, de 29 de dezembro de 1994, do 
Ministério de Trabalho e Emprego (MTE) (Anexo IV – NR5- CIPA). Sobre os Riscos 
Ocupacionais, assinale a alternativa correta. 
a. Riscos Ocupacionais Físicos compreendem o esforço físico intenso, 
monotonia e repetitividade. 
b. Riscos Ocupacionais Ergonômicos são representados pelas vibrações, 
radiações ionizantes e não ionizantes e eletricidade. 
c. Riscos Ocupacionais Químicos são representados pela probabilidade de 
incêndio e explosão. 
d. Riscos Ocupacionais Biológicos são representados pelas bactérias, 
vírus, protozoários. 
41 
 
 
 
 
e. Riscos Ocupacionais de Acidentes são representados por animais 
peçonhentos, fungos e parasitas. 
 
Questão 5 
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: TJ Prova: Engenharia Mecânica Nível: Superior 
Segurança do Trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que 
são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, 
bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. Marque 
V para as verdadeiras e F para as falsas e assinale a alternativa correta. 
(___) Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em 
Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, 
Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, 
O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de 
Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, 
Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia são disciplinas estudadas pela Segurança 
do Trabalho. 
(____) Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que tem como 
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a 
tornar incompatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a 
promoção da saúde do trabalhador. 
(____) A Segurança do Trabalho é definida por Normas e Leis. No Brasil, a 
Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, 
Leis Complementares, como Portarias e Decretos e também as Convenções do 
Ministério do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. 
(____) Acidente de Trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a 
serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo 
causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o 
trabalho. 
(____) O Acidente de Trabalho deve-se principalmente a duas causas: ato 
inseguro, praticado pelo homem, que está contra as normas de segurança e 
condição insegura, quando o ambiente de trabalho oferece perigo e ou risco ao 
trabalhador. 
42 
 
 
 
 
a. V – F – F – V – V. 
b. F – F – V – V – V. 
c. V – F – F – V – V. 
d. V – V – V – V – F. 
e. V – F – F – F – V. 
 
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE 
Os tempos modernos chamaram a Biometria, a Bioquímica, a Biomecânica, a 
Psicologia Social, a Sociologia e outras ciências a darem suas importantes 
contribuições para a Ergonomia, ou seja, elas davam bases científicas necessárias, 
mas exigências técnicas, econômicas e mesmo a pressão social dos trabalhadores 
somam-se na atualidade para que a Ergonomia tenha atenção para todo um 
contexto interdisciplinar que lhe exigido para atender as demandas. Nesse sentido, 
explique a importância da Ergonomia no ambiente de trabalho. 
 
TREINO INÉDITO 
Assunto: História da Ergonomia 
O estudo da Ergonomia remonta aos precedentes do século XVIII. Nesse 
sentido, assinale a alternativa que indica o período em que pesquisadores de várias 
universidades brasileiras passaram a introduzir a Ergonomia como objetivo de 
estudo de várias áreas do conhecimento. 
a. 1970. 
b. 2010. 
c. 2019. 
d. 1950. 
e. NDA. 
 
 
 
43 
 
 
 
 
NA MÍDIA 
OS ESTUDOS DE LEONARDO DA VINCI E SUA AÇÃO PRECURSORA NA 
ERGONOMIA 
O estudo da Ergonomia é fascinante e carrega consigo o poder de desvendar uma 
série de informações ainda pouca exploradas, entre elas destaca-se a investigação 
dos precursores dessa ciência, portanto estabelecer que ela seja uma ciência nova 
conduz a uma afirmação equivocada. No entanto, sua origem oficial é estabelecida 
quando da oficialização pelo engenheiro inglês Kenneth Frank Hywel Murrell da 
Primeira Sociedade de Ergonomia do Mundo, a Ergonomic Research Society, no 
ano de 1949. 
SILVA, JCP., and PASCHOARELLI, LC., orgs. A evolução histórica da Ergonomia no 
mundo e seus pioneiros [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura 
Acadêmica, 2010. 103 p. ISBN 978-85-7983-120-1. Available from SciELO Books. 
 
NA PRÁTICA 
A Ergonomia é a área que se aprofunda na relação entre o homem moderno e as 
atividades operacionais que ele executa. Essa ciência busca promover a perfeita 
integração entre as condições de trabalhoao contemplar as limitações físicas e 
psicológicas do indivíduo e do sistema produtivo. O objetivo da Ergonomia é 
aumentar a eficiência organizacional e a saúde, segurança e conforto do funcionário. 
Para isso, avalia questões como: 
A postura dos trabalhadores ao executar suas funções rotineiras. 
Os movimentos corporais realizados pelos funcionários durante suas atividades. 
Os fatores físico-ambientais que envolvem o trabalho. 
Os equipamentos utilizados durante a operação. 
Fonte: https://nucleohealthcare.com.br/blog/2019/05/01/quais-sao-os-tipos-de-
ergonomia-confira/ 
PARA SABER MAIS 
Filme sobre o assunto: Amor sem Escalas 
Peça de teatro: Mexa-se 2 
Acesse os links: https://youtu.be/akiSNL9H6FA 
https://youtu.be/VRSp49DJ73k 
44 
 
 
 
 
CAPÍTULO 3 - APLICAÇÕES DA ERGONOMIA 
 
O campo de intervenção da Ergonomia é amplo, podendo ser classificado de 
acordo com a abordagem, a perspectiva e a finalidade, ou ainda o âmbito e contexto 
da intervenção. 
Abaixo a classificação de Vidal (2001 p 28): 
 
Tabela 6 – Classificação da Ergonomia 
Segundo a abordagem: 
Ergonomia de Produto 
Ergonomia de Produção 
Segundo a perspectiva 
Ergonomia de Concepção 
Ergonomia de Intervenção 
 
Segundo a finalidade 
Ergonomia de Correção 
Ergonomia de Enquadramento 
Ergonomia de Remanejamento 
Ergonomia de Modernização 
Fonte: VIDAL (2001 p 28). 
 
No que respeita ao âmbito da intervenção, Rebelo (2017) diferencia em 
Ergonomia de Produção e Ergonomia do Produto. 
A Ergonomia do Produto é uma disciplina que disponibiliza metodologias que 
permitem guiar as escolhas estratégicas do desenvolvimento de um produto, numa 
perspectiva de Design Total. Situando-se assim numa área de estudos que abrange 
o conceito do produto, o projeto, o processo de produção, a comercialização, a 
utilização, acabando na reciclagem do produto. Normalmente está associada à 
concepção e deve surgir logo nas fases iniciais do desenvolvimento de um produto. 
Processo é uma série lógica de transações que transforma entradas em 
resultados ou saídas (Andersen, 1999). Segundo Jeston (2008) a ideia do trabalho 
ser visto através de processos é nova, datando a época de Frederick Taylor na 
virada do último século. Através da análise do processo, é possível propor um 
gerenciamento, no sentido de oferecer melhorias, mediante um prévio mapeamento. 
Referente à Ergonomia da Produção, está vocacionada para o estudo e 
adaptação das condições de trabalho às necessidades, caraterísticas e limitações 
dos trabalhadores, em termos organizacionais, físicos e ambientais. Geralmente, 
está associada à correção de problemas que ocorrem em sistemas de trabalho 
existentes. 
45 
 
 
 
 
Figura 10 – Funcionário de Montadora Utilizando EXOESQUELETO EM LINHA DE PRODUÇÃO 
 
Fonte: VIDAL (2001 p 28). 
 
Seja qual for o âmbito, a intervenção ergonômica nos desenvolve mais 
variados contextos, tais como: doméstico, industrial, hospitalar, escolar, agrícola, 
transportes e meio urbano. 
Dependendo do contexto e do âmbito de intervenção, existem aspectos 
fundamentais que a Ergonomia utiliza para estruturar a sua intervenção, que são: 
 As consequências para o sistema – traduzem na produtividade, 
nomeadamente no nível da quantidade e qualidade do produto final, ou 
erros que possam comprometer a segurança do sistema. 
 As consequências para o utilizador ou trabalhador – em termos de fadiga, 
problemas físicos, psicológicos ou sociais, decorrentes de condições 
inadequadas de interação (REBELO 2017, p.17-8). 
 O envolvimento ambiental – abrange a temperatura, o ruído, a iluminação, 
as vibrações, os gases, as poeiras, os vapores e outros, que estão 
presentes no momento da interação. 
O envolvimento comunicacional e/ou informacional – referente às informações 
apresentadas, comunicações existentes dentro do sistema, e consequências no 
decurso do processamento e tomada de decisão. 
46 
 
 
 
 
O envolvimento emocional – inclui as reações emocionais das pessoas antes, 
durante e após a interação, procurando compreender as situações que estão na 
origem de experiências de utilização positivas; 
O envolvimento físico – engloba as dimensões dos espaços, as caraterísticas, 
por exemplo, das máquinas, ferramentas, eletrodomésticos, veículos automóveis. 
O envolvimento organizacional – integram aspectos relacionados com horários, 
turnos de trabalho, equipes de trabalho, ritmos de trabalho, autonomia e 
responsabilização dos trabalhadores. 
O homem – nas suas caraterísticas físicas, cognitivas, sociais e na influência 
do sexo, idade, competências e motivação na interação com o meio. 
Os modos operatórios – traduzem nas estratégias colocadas em jogo pelo 
homem no decorrer da interação com os elementos do sistema. 
 
3.1 ERGONOMIA DE CONCEPÇÃO 
 
A Ergonomia de Concepção refere-se à aplicação que se faz durante o projeto 
do produto, da máquina, ambiente ou sistema. As decisões são tomadas com 
fundamento nas situações hipotéticas sobre um sistema que ainda não existe. 
O nível dessas decisões pode ser melhorado, buscando-se informações em 
situações semelhantes que já existam ou construindo-se modelos tridimensionais de 
postos de trabalho em madeira ou papelão, ou usando-se softwares de modelos 
virtuais, nos quais as situações de trabalho podem ser simuladas a custos 
relativamente baixos (IIDA; GUIMARÃES, 2018). 
Da união dos Conceitos de Design e da Ergonomia surgiu o Ergo Design, que 
de acordo com Mont’Alvão (2007), é uma abordagem sem barreiras, interativa e 
interdisciplinar, que garante uma transformação direta de dados ergonômicos no 
processo de projeto e estimula a suave interação da “teoria na prática”. 
Segundo Mendonça e Almeida Jr. (2007), o desenvolvimento de produtos, que 
atendem às questões ergonômicas necessita, do envolvimento de profissionais de 
diversas áreas de conhecimento para garantir um embasamento técnico-científico 
que excede a visão do designer de produto. 
 
47 
 
 
 
 
Figura 11 – Projetos de Concepção Ergonômica 
 
Fonte: WACHOWICZ (2016) 
 
3.2 ERGONOMIA DE CORREÇÃO, DE ENQUADRAMENTO OU DE 
REMANEJAMENTO 
 
A Ergonomia de Correção é aplicada em situações reais, já existentes, para 
resolver problemas que se refletem na segurança, fadiga excessiva, doenças do 
trabalhador ou quantidade e qualidade da produção. Atuar na correção é mais fácil 
do que na concepção porque já se sabe quais são os problemas a resolver. Há 
casos também como o recall de produtos defeituosos, que podem envolver custos 
elevados e prejuízos à reputação da empresa. 
Seguindo a classificação de Vidal (2001), podemos sintetizar as finalidades de 
ação da ergonomia, a saber: 
 Ergonomia de Correção: busca minimizar ou corrigir as rotinas de 
trabalho, adequando aos conceitos básicos de conforto, bem-estar e de 
saúde. 
 Ergonomia de Enquadramento: visa implementar um padrão a ser 
seguido, estabelecido internamente por estratégia de uma empresa ou 
imposta pela legislação ou sindicato. 
 Ergonomia de Remanejamento: realiza mudanças para aperfeiçoar 
processos, matéria-prima, logística e até mesmo pessoas. Aproveita as 
mudanças para corrigir erros antigos. 
 Ergonomia de Modernização: altera os processos de forma abrangente e 
profunda, envolvendo modernização de equipamentos (softwares e 
48 
 
 
 
 
hardwares) e melhoria da qualidade, capacitando e especializando a mão 
de obra. 
 
3.3 ERGONOMIA DE CONSCIENTIZAÇÃO 
 
 A Conscientização geralmente é feita por meio de cursos de treinamento e 
frequentes reciclagens, ensinando o trabalhador a operar de forma segura, 
reconhecendo os fatores de risco que podem surgir a qualquer momento no 
ambiente de trabalho. Nesse caso, ele deve saber qual deve ser a providência a ser 
tornada numa situação de emergência. Por exemplo, desligar a máquina e chamar a 
equipe de manutenção ou sair correndo. Essa conscientização 
dos trabalhadores nem sempre

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