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tecidos humanos

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UNIVERSIDADE DE VASSOURAS
CURSO DE ODONTOLOGIA
Natália da Glória Francisco Pereira
Vassouras
2019
UNIVERSIDADE DE VASSOURAS
CURSO DE ODONTOLOGIA
Natália da Glória Francisco Pereira
Diferentes tipos de celulas e suas respectivas características 
Trabalho apresentado como requisito parcial da
P2, nota da disciplina de Biologia Celular
na Universidade Severino Sombra, para a Prof.
Cátia Maria Diogo
Vassouras
2019
RESUMO
	Será exposto as peculiaridades dos diferentes tipos de células, que fazem parte do corpo humano. Dentre elas: células musculares cardíacas, células musculares lisas, células endoteliais, hemácias e plaquetas, células glandulares do trato gastro intestinal, hepatócitos e células do pâncreas. Suas respectivas funções e características morfológicas.
Palavras – chave: endoteliais, células, musculares, hemácias, plaquetas, pâncreas, hepatócitos .
Celulas musculares lisas
	O músculo liso é formado por células longas e fusiformes com um único núcleo central. Estas fibras musculares estão dispostas em camadas na parede do tubo digestivo, vasos sanguíneos, útero, etc, sendo revestidas e unidas por uma rede delicada de fibras reticulares. Apresenta externamente uma camada de glicocalix. Seu sarcolema tem um grande número de vesículas de pnocitose, enquanto que no sarcoplasma encontram-se mitocondrias, retículo endoplasmático rugoso, grânulos de glicogênio e Aparelho de golgi pouco desenvolvido, além da presença de miofilamentos de acitna e miosina, dispostos em uma trama tridimensional e não organizados como nas fibras musculares estriadas. 
	O músculo liso pode ser dividido em dois grandes tipos: Músculo Liso Multiunitário: é composto por fibras musculares separadas e discretas, que se contraem independentemente das outras, alguns exemplos desses músculos são o músculo ciliar do olho, o músculo da íris e o músculo piloeretores que causam a ereção dos pêlos quando estimulados pelo sistema nervoso simpático. Músculo Liso Unitário: milhares de fibras musculares lisas que se contraem juntas, que são ligadas por muitas junções comunicantes, das quais os ions, fluem livremente de uma célula para outra, de forma que os potenciais de ação, ou o simples fluxo de íons, podem passar de uma fibra para a seguinte e fazer com que se contraiam em conjunto, esse tipo de músculo pode ser encontrado nas paredes da maioria das vísceras do corpo, incluindo o intestino, os ductos biliares, os ureteres, o útero e muitos vasos sanguíneos.
	O mecanismo de contração muscular lisa se dá através de deslizamentos dos miofilamentos. Sem túbulos T e com o retículo sarcoplasmático (RS) extremamente reduzido, essas fibras têm as numerosas vesículas de pinocitose desempenhando um papel importante na entrada e saída do íon cálcio.
	A fibra muscular lisa, além da capacidade contrátil, pode sintetizar fibras colágenas, elásticas e proteoglicanas, neste caso seu reticulo endoplasmático rugoso é bastante desenvolvido.
	O músculo liso recebe terminações nervosas do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático, e não possui placas motoras. Frequentemente, os axônios terminam formando dilatações no tecido conjuntivo localizado entre as fibras musculares lisas.O músculo liso é responsável por movimentos peristálticos que são contrações lentas e involuntárias em ondas que deslocam o alimento pelo sistema digestório.No indivíduo adulto, as células musculares lisas mantém a capacidade de se dividir o que permite a regeneração do músculo lesionado.
	
Figura 1. Músculo liso.
	
Células Musculares Cardíacas 	
	.As células que integram o tecido muscular cardíaco têm aspecto cilíndrico, são ramificadas e apresentam extremidades irregulares. Essas células são conhecidas como fibras musculares cardíacas, células do miocárdio, miócitos, cardiócitos ou cardiomiócitos. Seu tamanho varia de 10-20 µm de diâmetro e 85-100 µm de comprimento. Normalmente, apresentam um núcleo central e o citoesqueleto forma estriações transversais no citoplasma – como observado, também, no estriado esquelético. Em corte transversal, as células se apresentam justapostas, com contornos irregulares e perfis em vários tamanhos.
.........Nas extremidades dos cardiócitos, observam-se discos intercalares – que são junções intercelulares complexas, que atuam tanto na adesão, como na comunicação, possibilitando o funcionamento coordenado do tecido (contração em sincronia). Os discos intercalares aparecem como linhas retas ou exibem um aspecto em escada (escalariforme). No citoplasma, o reticulo sarcoplasmático mostra-se menos desenvolvido que na musculatura estriada esquelética e a demanda de cálcio – essencial para a contração – é suprida, principalmente, pelo íon oriundo do meio extracelular. Diferentemente do músculo liso, apresentam túbulos T.
.........Na análise histológica, nota-se, ainda, uma delicada bainha de tecido conjuntivo, equivalente ao endomísio do músculo esquelético, que circunda as células cardíacas. A lâmina basal também está presente..No organismo, o tecido muscular cardíaco é encontrado no músculo do coração (miocárdio).O controle nervoso é involuntário, com contração rítmica e espontânea. Essas características são essenciais na fisiologia cardíaca, visto que é o que possibilita os batimentos do coração, o que impulsiona o sangue na circulação...Finalmente, é importante ressaltar que as células musculares cardíacas têm vida longa e não se dividem. Ou seja, o tecido não apresenta capacidade de regeneração.
	Apresenta miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais. Esse tecido ocorre apenas no coração e apresenta contração independente da vontade do indivíduo (contração involuntária).No músculo cardíaco essa contração é vigorosa e rítmica.Essas células musculares são menores e ramificadas, intimamente unidas entre si por estruturas especializadas e típicas da musculatura cardíaca: os discos intercalares, que fazem a conexão elétrica entre todas as células do coração. Assim, se uma célula receber um estímulo suficientemente forte, ele é transmitido a todas as outras células e o coração como um todo se contrai.Essa transmissão do estímulo é feita por canais de passagem de água e íons entre as células, que facilita a difusão do sinal iônico entre uma célula e outra, determinando a onda rítmica de contração das células. Os discos intercalares possuem estruturas de adesão entre células que as mantêm unidas mesmo durante o vigoroso processo de contração da musculatura cardíaca.
	As células musculares cardíacas são capazes de auto-estimulação, não dependendo de um estímulo nervoso para iniciar a contração. As contrações rítmicas do coração são geradas e conduzidas por uma rede de células musculares cardíacas modificadas que se localizam logo abaixo do endocárdio, tecido que reveste internamente o coração.Existem numerosas terminações nervosas no coração, mas o sistema nervoso atua apenas regulando o ritmo cardíaco às necessidades do organismo.
	
Figura 2. Celulas musculares Cardíacas 
Células Endoteliais 
	Célula endotelial é um tipo de célula achatada de espessura variável que recobre o interior dos vasos sanguíneos, especialmente os capilares sanguíneos, formando assim parte da sua parede. O núcleo das células endoteliais é achatado e aparenta uma forma elíptica em cortes visualizados no microscópio. A região nuclear e mais compacta da célula evidencia-se à luz. A região periférica e mais delgada da célula é muito fina e as membranas de um lado e de outro da célula estão separadas por uma camada de citoplasma com uma grossura de 0,3 a 0,5 microns.
	Existe na região próxima ao núcleo um aparelho de Golgi e algumas mitocôndrias. Na região delgada e periférica do citoplasma existem elementos tubulares do retículo endoplasmático.
Os lisossomas são raros. Mas frequentes são outros corpos multi vesiculares.Uma característica chamativa das células endoteliares é a presença de uma numerosa população de vesículas do plasmalema, com cerca de 70 nanómetros de diâmetro, que estão presentes em ambas as superfícies celulares.
	A superfície do lúmen das células é normalmente de perfil liso, mas por vezes as bordas das células vizinhas podem sobrepor-se. Faltam os desmossomas e zonas de aderência mas existe uma zonula occludens de pequeno tamanho.Na superfície externa, as células endoteliais estão em contacto com a membrana basal e com substâncias como o colagénio, proteoglicanos e integrinas; na superfície oposta possuem mucopolissacarídios, glicoproteínas, fibrinogénio e alguma fibrina.No corpo humano, o conjunto do endotélio vascular pode pesar cerca de 1,5 quilogramas e compreender uma área com cerca de 600 metros quadrados.
	As células endoteliais formam o endotélio vascular, que é um epitélio simples e plano (de uma só camada de células) que recobre a face interna dos vasos sanguíneos e o coração. As células endoteliais possuem várias funções na homeostasia, entre as quais as seguintes: formam uma superficie lisa que facilita o fluxo laminar do sangue e previne a aderência das células sanguíneas, formam uma barreira de permeabilidade ao intercâmbio de nutrientes entre o plasma e o interstício celular, regulando ao mesmo tempo o transporte de substâncias entre ambos, regulam a angiogênese, contribuem para a formação e manutenção da matriz extracelular produzem factores de crescimento em resposta ao dano vascular, influenciando especialmente na proliferação do músculo vascular liso, produzem substâncias que regulam a agregação das plaquetas, coagulação e fibrinólise sintetizam e degradam diversas hormonas, Participam na resposta imune, gerando citocinas que modulam a actividade dos lifócitos e libertam agentes que actuam de forma parácrina sobre as células musculares lisas adjacentes, regulando a sua contração.
Figura 3. Células Endoteliais
Hemácias
	As hemácias, também conhecidas como glóbulos vermelhos ou eritrócitos, são as células presentes no sangue dos vertebrados responsáveis por transportar oxigênio para todos os tecidos corporais. Elas se movem através dos vasos da corrente sanguínea e podem ser quantificadas através de um, eritograma parte especifica do hemograma que informa o tamanho e quantidade das células da série vermelha do sangue. Elas foram descritas pela primeira vez em 1658 pelo biólogo Jan Swammerdam, graças a criação dos primeiros microscópios óticos. 
	A função de transporte gasoso das hemácias ocorre graças a presença, em seu citoplasma, de uma molécula chamada hemoglobina. Esta proteína, em humanos, é formada por 4 subunidades formadas por uma cadeia proteica associada a um grupo heme, que possui ferro em sua estrutura. É devido a isso que o sangue possui a coloração vermelha. As hemácias não possuem núcleo nem DNA em seu interior. 
	O oxigênio proveniente da respiração, nos pulmões, se difunde no sangue através dos capilares sanguíneos dos alvéolos. A hemoglobina possui alta afinidade por O2, se ligando rapidamente a esta molécula de maneira reversível. As hemácias possuem uma membrana celular maleável, repleta de lipídios e proteinas, o que as faz suscetíveis a deformações. Essa característica é essencial, uma vez que as hemácias possuem um diâmetro maior que o dos capilares do corpo. Conforme elas se movem na corrente sanguínea o oxigênio é liberado para os tecidos, o que ocorre nos capilares, carregando consigo o gás carbonico que será liberado no pulmão.
	As hemácias são constantemente produzidas pela medula ossea dos maiores ossos do corpo. O processo que gera novas hemácias se chama eritopoese e ele dura 7 dias. Neste período, células tronco multipotentes se convertem em glóbulos vermelhos maduros, que tem uma sobrevivência média de 120 dias no sangue. Depois deste período, as hemácias sofrem uma morte celular programada, sinalizando em sua membrana moléculas de morte que são reconhecidas por macrófagos presentes no fígado, baço e linfonodos. A taxa de morte e produção costuma ser constante e similar em indivíduos saudáveis. Nota-se, ainda, que populações vivendo em grandes altitudes possuem uma maior quantidade de hemácias no sangue, uma vez que nestes locais o ar é mais rarefeito, contendo menos moléculas de oxigênio por volume. Essa adaptação pode ocorrer temporariamente em pessoas que morem no nível do mar e que viajem para locais altos.
Figura 4. Hemácias 
Plaquetas
	As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos de megacariócitos produzidos na medula óssea. Por serem fragmentos, essas células não apresentam núcleo, sendo, portanto, anucleadas. Possuem um formato discoide com cerca de 2-4 μm de diâmetro e uma estrutura interna muito complexa dividida em quatro zonas: zona periférica, zona sol-gel, zona de organelas e sistema membranar. O interior da plaqueta consegue comunicar-se com o meio externo em virtude da presença de um sistema de canais conhecido como sistema canalicular aberto. Essa comunicação é importante, pois garante a liberação de moléculas armazenadas nas plaquetas.As plaquetas apresentam tempo de circulação no sangue bastante reduzido, demorando, em média, 10 dias para serem removidas. Esses fragmentos celulares são retirados da circulação pelas células reticuloendoteliais do fígado e baço.
	As plaquetas apresentam importantes funções para a manutenção do nosso organismo. Quando ocorre, por exemplo, alguma lesão em um vaso sanguíneo, elas se aglutinam, formando um tampão, e liberam substâncias que garantem que mais plaquetas movam-se para o local. Além disso, participam da cascata de coagulação, liberando substâncias importantes que garantem a formação de um coágulo. Vale frisar que as plaquetas também possuem enzimas que contribuem para a remoção do coágulo. 
Figura 5. Plaquetas
Células glandulares do trato gastro intestinal
	O epitélio glandular está constituído por células isoladas ou grupamentos de células formando estruturas individualizadas, denominadas de glândulas, cuja função é a secreção. Entende-se por secreção a produção e a liberação pelas células de um fluido contendo substâncias como muco, enzimas ou um hormônio.Os epitélios que constituem as glândulas do corpo podem ser classificados de acordo com vários critérios. Glândulas unicelulares consistem em células glandulares isoladas, e glândulas multicelulares são compostas de agrupamentos de células. Em exemplo de glândula unicelular é a célula caliciforme, presente no revestimento do intestino delgado, ou do trato respiratório. O termo “glândula”, porém é normalmente mais usado para designar agregados maiores e mais complexos de células.
	As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente, após sofrem diferenciação adicional durante a vida fetal. Existem dois tipos principais de glândulas:Glândulas exócrinas: mantêm a sua conexão com o epitélio do qual se originaram, possuem ductos tubulares formados por células que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou para o interior (lúmen) de um órgão cavitário. Ex: glândulas sudoríparas, salivares e intestinais.Glândulas endócrinas: não possuem ductos, a sua conexão com o epitélio foi obliterada durante o desenvolvimento e sua secreção é liberada diretamente na corrente sangüínea e transportada para o seu local de ação, o seu “tecido alvo”. A secreção das glândulas endócrinas contém hormônios. De acordo com a organização de suas células, podem ser diferenciados dois tipos de glândulas endócrinas.Glândula endócrina cordonal: as células formam cordões anastomosados, entremeados por capilares sanguíneos. Ex:  glândula adrenal, paratireóide, lobo anterior da hipófise).Glândula endócrina folicular: as células formam vesículas ou folículos preenchidos por material secretado. Ex: a glândula tireóide.
	As glândulas exócrinas
têm uma porção secretora constituída pelas células responsáveis pelo processo secretório. E ductos que transportam a secreção eliminada das células. As glândulas simples têm apenas um ducto não ramificado, exemplo a glândula sudorípara, enquanto as glândulas compostas têm ductos ramificados, que nas grandes glândulas podem atingir altos níveis de complexidade, exemplo o pâncreas. A organização celular da porção secretora representa um segundo critério para a  classificação das glândulas. Dependendo da forma de sua porção secretora, as glândulas simples podem ser tubulares; cuja porção secretora tem formato de um tubo, tubulares enoveladas, tubulares ramificadas ou acinosas; cuja porção secretora é esférica ou arredondada. As glândulas compostas podem ser tubulares, acinosas ou túbulo-acinosas. 
	Alguns órgãos têm funções, tanto exócrina quanto endócrina e um só tipo de células pode funcionar de ambas as maneiras, por exemplo: o fígado, onde as células que secretam bile através de ductos também secretam produtos na circulação sanguínea. Em outros órgãos, algumas células são especializadas em secreção exócrina e outras em secreção endócrina; no pâncreas, por exemplo, as células acinosas secretam enzimas digestivas na cavidade intestinal, enquanto as células das ilhotas secretam insulina e glucagon no sangue.As glândulas exócrinas podem ser classificadas, de acordo com o modo de liberação da sua secreção,como merócrinas, holócrinas e apócrinas. Nas glândulas merócrinas, como o pâncreas, a secreção é liberada por exocitose, sem perda de outro material celular. Nas glândulas holócrinas, como as glândulas sebáceas, o produto de secreção é eliminado juntamente com toda a célula, processo que envolve a destruição das células repletas de secreção. Um tipo intermediário é o apócrino, encontrado na glândula mamária, em que o produto de secreção, é secretado junto com porções do citoplasma apical das células. 
	As glândulas serosas são aquelas que secretam um fluído aquoso. As células serosas possuem um formato poliédrico ou piramidal, tem núcleos centrais arredondados e polaridade bem definida. As células acinosas do pâncreas e das glândulas salivares parótidas são exemplos de células serosas. A região basal dessas células exibe uma intensa basofilia que resulta do grande acúmulo de reticulo endoplasmático rugoso, associadas a abundantes polirribossomos. Na região apical encontra-se um complexo de Golgi bem desenvolvido e muitas vesículas arredondadas, envolvidas por membrana e com conteúdo rico em proteínas, chamadas de grânulos de secreção. Quando as células liberam seus produtos de secreção, a membrana dos grânulos se fundem com a membrana plasmática e o conteúdo do grânulo é colocado para fora da célula por exocitose.
As glândulas mucosas são aquelas que secretam um fluido espesso e viscoso, glicoproteico, denominado muco. As células mucosas possuem geralmente um formato cubóide ou colunar, seu núcleo é oval e encontra-se pressionado junto à base da célula. A célula mucosa melhor estudada é a célula caliciforme dos intestinos e trato respiratório. Esta célula possui numerosos grânulos de secreção, que se coram fracamente e contém muco. Esses grânulos preenchem a região apical da célula, e o núcleo fica situado na região basal, que por sua vez, é rica em retículo endoplasmático rugoso. O complexo de Golgi é muito desenvolvido, localizado logo acima do núcleo, indicando seu importante papel nesta célula. As células caliciformes é somente um dos vários tipos de células que sintetizam muco. Outros tipos estão presentes no estômago,
glândulas salivares, trato respiratório e trato genital. Estas células mucosas mostram grande variabilidade nas suas características morfológicas e natureza química das suas secreções. Por exemplo, a estrutura das células secretoras de muco das células caliciformes é diferente das glândulas salivares. Nesta última freqüentemente podemos observar células secretoras serosas e mucosas, no mesmo ácino. Nas glândulas salivares, os capilares que circundam as terminações secretoras são muito importantes para a secreção da saliva, após o estímulo pelo sistema nervoso autônomo. O estímulo parassimpático, geralmente iniciado pelo gosto ou cheiro dos alimentos, provoca uma secreção abundante de saliva aquosa, enquanto que o estímulo simpático produz uma pequena quantidade de saliva viscosa, rica em material orgânico. Esta secreção está freqüentemente associada à sensação de boca seca.
	Células mioepiteliaisSão células cuja função é contrair-se em volta da porção secretora ou dos ductos das glândulas e assim ajudar a expelir os seus produtos de secreção para o exterior. São encontradas em glândulas exócrinas, como as sudoríparas, lacrimais, salivares e mamárias, apresentando um formato fusiforme ou de forma estrelado. Estas células abraçam as unidades secretoras da glândula. Elas se organizam longitudinalmente entre a lâmina basal e o pólo basal das células secretoras ou das células dos ductos, e estão conectadas umas as outras por junções comunicantes.HormôniosSão moléculas que funcionam no organismo como sinais químicos. Eles são liberados pelas células especializadas chamadas células endócrinas, que se unem formando glândulas endócrinas. As células endócrinas estão sempre muito próximas de capilares sanguíneos, que recebem os hormônios secretados e os distribuem pelo organismo para tecidos e órgãos chamados tecidos-alvo ou órgão-alvo. Estes reagem aos hormônios porque suas células têm receptores que reconhecem especificamente determinados hormônios e só a eles respondem. Por causa disso os hormônios podem circular no sangue sem influenciar indiscriminadamente todas as células do corpo.
Hepatócitos
	Os hepatócitos são as células que constituem o parênquima do fígado correspondendo a 80% de sua população celular. O fígado é um órgão indispensável para o bom funcionamento do corpo humano e exerce diversas funções dentre elas a síntese proteínas como a albumina, proteína responsável pelo transporte e manutenção do controle osmótico, protrombina e fibrinogênio, responsáveis pelo processo de coagulação sanguínea, lipoproteínas e outras proteínas utilizadas na manutenção celular do próprio hepatócito. As hepáticas também são responsáveis pela secreção da bile e armazenam diversos metabólitos tais como gorduras neutras, vitamina A e glicogênio. Por serem ricos em retículo endoplasmático liso, os hepatócitos têm um papel ativo na desintoxicação e neutralização de toxinas através de processos de acetilação, conjugação, metilação e oxidação.
Os hepatócitos são células poligonais com aproximadamente 30μm de comprimento por 20μm de largura e se organizam em placas que se anastomosam e formam unidades morfológicas chamadas de lóbulos hepáticos. Estas placas são formadas por uma única camada de células que se orienta radialmente formando figuras poliédricas de cerca de 0,7 por 2mm de área. Em sua maioria estes lóbulos hepáticos possuem suas laterais intimamente associadas umas às outras, porém em determinadas regiões, entre os lóbulos, há a presença de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos, estas regiões localizam-se nos vértices das figuras poliédricas e recebem o nome de espaço-porta. Cada espaço-porta é recoberto por uma capa de tecido conjuntivo e contém em seu interior uma arteríola, uma vênula, um ducto biliar, nervos e vasos linfáticos.
	Entre cada placa formada pelos hepatócitos há um espaço chamado espaço de Disse onde é possível observar capilares sinusóides. Além do espaço de Disse, outra estrutura que fica entre os hepatócitos é o canalículo biliar formado pelo contato entre dois hepatócitos adjacentes.Os hepatócitos, quando observados com microscopia de luz, apresentam citoplasma granular devido a presença de grumos basófilos que representam as mitocôndrias e o retículo endoplasmático rugoso. Devido a sua função de desintoxicação do corpo, possuem em seu interior uma grande quantidade de lisossomos e peroxissomos, além de complexo de Golgi bem desenvolvido. O núcleo do hepatócito
é grande e central apresentando forma arredondada ou oval apresentando um ou mais nucléolos. Podem ser observados células que possuem dois ou mais núcleos. As células binucleadas representam cerca de 25%.
	Neste tipo celular é comum a presença de uma condição genética onde, no núcleo celular, são encontrados mais de dois conjuntos de cromossomos homólogos chamada de poliploidia. A poliploidia nos hepatócitos pode ocorrer em até 80% das células. Por ser um tipo celular muito ativo, o citoplasma das células do fígado é rico em organelas, são encontradas cerca de 2 mil mitocôndrias, 300 lisossomos e o retículo endoplasmático ocupa cerca de 15% do volume celular. Ainda no citoplasma, é encontrada uma grande quantidade de glicogênio geralmente associado ao retículo endoplasmático liso, este glicogênio serve como reserva de glicose para o organismo. 
Células do Pancreas 
	lhotas pancreáticas (ou Ilhotas de Langerhans) são um grupo especial de células do pâncreas que produzem insulina e glucagon, substâncias que agem como importantes reguladores do metabolismo de açúcar. No pâncreas humano existem entre 1 e 2 milhões de ilhotas de langerhans, com cerca de 0,3 mm de diâmetro organizadas ao redor de pequenos capilares.[1]Nomeadas em homenagem a Paul Langerhans, o cientista alemão que as descobriu em 1869, essas células se dispõem em aglomerados (clusters) no pâncreas. Elas fazem e secretam estes hormônios que ajudam o corpo a quebrar e usar o alimento.São as ilhotas pancreáticas que compõem o pâncreas endócrino (parte endócrina do pâncreas).
	Como os ilhéus de Langerhans são destruídas na diabetes tipo I, pesquisadores estão buscando ativamente uma tecnologia de transplante de ilhotas como um meio de curar essa doença, em substituição ao transplante de pâncreas. O procedimento é relativamente simples, tem poucas complicações e exige uma hospitalização de curta duração. O grande problema é a obtenção das células, que são originárias de cadáveres. São necessários em média três doadores para se conseguir um número razoável de células.No Brasil, o primeiro transplante de ilhotas de Langerhans para curar diabetes do tipo I ocorreu em 2004, no Hospital Albert Einstein de São Paulo.
Figura 6. Ilhotas pancreáticas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Levada, Miriam M. O., Fieri, Walcir J. e Pivesso, Mara Sandra G.. Apontamentos Teóricos de Citologia, Histologia e Embriologia, São Paulo: Catálise Editora, 1996.
Guyton, Arthur C. e Hall, John E.. Tratado de Fisiologia Médica, Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
BRANCALHÃO, R.M.C.; RIBEIRO, L.F.C.; LIMA, B.; KUNZ, R.I.; CAVÉQUIA, M.C. Tecido muscular, 2016
Steck, T. L. (1974). The organization of proteins in the human red blood cell membrane: a review. The Journal of cell biology, 62(1), 1.
Storz, J. F., & Moriyama, H. (2008). Mechanisms of hemoglobin adaptation to high altitude hypoxia. High altitude medicine & biology, 9(2), 148-157.

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