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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEAD CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Atividade presencial (AP) Curso: Licenciatura em Ciências Biológicas Disciplina: Histologia Equipe docente: Karim Hahn Lüchmann e Francisco Dubiela Semestre: 2021.2 Nome(s): Jéssica da Soler Polo: Laguna Descrição da atividade: 1. As imagens abaixo representam cortes histológicos de diferentes tecidos do corpo humano. Para cada uma das imagens, especifique qual o tecido está representado. Também faça uma descrição do tecido enfatizando as características das suas células. a) Imagem da superfície da mucosa do intestino delgado. (1,0 ponto) O tecido representado é o epitélio de revestimento. As células do folheto epitelial são altas e seus núcleos são alongados e dispostos no sentido do eixo maior da célula. Há somente uma camada de núcleos, logo, o epitélio é simples prismático (ou colunar) que reveste internamente o intestino delgado. É possível observar alguns núcleos esféricos em cor purpura, presentes na camada epitelial são células de defesa, linfócitos, que migram para o epitélio e estão entre as células epiteliais. A superfície apical das células epiteliais possui grande quantidade de microvilosidade, aparecendo como uma delgada faixa de coloração mais escura abaixo da superfície apical denominada bordadura estriada. O tecido conjuntivo subjacente está abaixo das células do folheto epitelial, onde apresenta um aglomerado de núcleos. b) Imagem de um duto excretor de uma glândula salivar. (1,0 ponto) O tecido representado é o epitélio de revestimento. O epitélio estratificado (cúbico/colunar) são formados por duas ou mais camadas de células. No interior do duto, no seu lúmen, há uma substância acidófila homogênea corada em rosa claro – é a secreção da glândula transportada ao longo do duto. Trata-se de um duto calibroso formado pela junção de vários outros dutos excretores mais delgados. A parede dos dutos é constituída de uma só camada de células, um epitélio simples cúbico que depois, quando o duto se torna mais calibroso, é substituído por um epitélio simples colunar. Nos dutos mais calibroso, como o da figura, o epitélio da parede pode ser tornar estratificado. A parede do duto é formada por duas camadas de células. A camada mais interna, mais próxima da membrana basal, é formada de células cúbicas cujos núcleos são os círculos menores. Na camada superficial do epitélio é formado pelas células colunares cujos núcleos são os círculos maiores a frente dos menores. c) Imagem da mucosa oral. (1,0 ponto) O tecido representado é o epitélio de revestimento. O epitélio estratificado pavimentoso da imagem, apresenta: a camada basal na posição mais inferior da camada epitelial, apoiada no tecido conjuntivo. Os núcleos de suas células estão muito próximos entre si, o que significa que as células têm pouco citoplasma. Um pouco mais acima os núcleos estão mais afastados entre si. Significa que as células aumentaram de volume. Sua forma parece que ainda é poliédrica. A partir de certa altura pode ser observado núcleos alongados. Isso demonstra que as células ficaram achatadas pavimentosas. Observa-se na superfície do epitélio os núcleos estão mais corados e bastante achatados. As células superficiais são bastante delgadas, assemelhando-se a pequenas escamas. São as células que estão passando por alterações previas a sua descamação. d) Imagem da pele. (1,0 ponto) O tecido representado é o epitélio de revestimento. A pele é revestida por uma camada epitelial denominada epiderme. A epiderme é constituída de um epitélio estratificado pavimentoso corneificado. Diferente de todos os epitélios visualizados anteriormente, a epiderme esta exposta ao ar, constituindo uma superfície seca. No caso de epitélios expostos ao ar, as células mais superficiais tendem a sofrer um processo de corneificação. As medidas que as células migram e chegam às camadas superficiais elas morrem e se transformam em delgadas placas de proteínas que protegem as outras camadas celulares. As células mortas da camada córnea descamam continuamente. A camada córnea é a primeira camada na imagem abaixo, observe que não há núcleos nessa camada, pois as células estão mortas. Algumas células pavimentosas, em processo de corneificação, aparecem logo abaixo em tons rosas mais escuros, com núcleo em tom roxo e branco. e) Imagem de cartilagem hialina. (1,0 ponto) As células cartilaginosas também são chamadas de condrócitos. Os pontos em coloração mais escuras na imagem são os condrócitos. Entre os condrócitos ou entre os grupos de condrócitos existe a matriz extracelular em coloração lilás. Ao invés de ser acidófila (cor rosa, corada pela eosina) como no caso da matriz de colágeno, a matriz da cartilagem se cora em azul-roxo pela hematoxilina e é, portanto, basófila. Isto acontece porque a matriz deste tipo de cartilagem contém muitas moléculas com grupamentos ácidos. E possuem afinidade com a hematoxilina. Em torno deste pequeno fragmento de cartilagem (próximo a borda esquerda e direta da figura) há matriz extracelular rica em colágeno o qual, como o colágeno de outros locais do organismo, se cora em vermelho ou rosa pela eosina e é acidófilo. 2. O sangue pode ser considerado como uma variedade de tecido conjuntivo em que o material intercelular é substituído por um líquido de composição bastante específica. Também é formado por células que podem ser divididas em dois grupos: células da série branca e células da série vermelha. Descreva as principais células de cada um dos dois grandes grupos citados acima. (2,0 pontos) Células brancas: Esses glóbulos brancos também são conhecidos por leucócitos. Estes são componentes da serie branca do sangue que aparecem em um numero muito menor que as células vermelhas. Uma pessoa adulta apresenta normalmente níveis de 6.500 a 10.000 leucócitos por mm³ de sangue. Os leucócitos fazem parte do sistema de defesa do organismo, implicados nas defesas celulares e imunocelulares do organismo, não agem no sangue, mas nos tecidos adjacentes, usando o sangue como um meio de transporte. Para poderem realizar as suas funções, os leucócitos migram para o tecido conjuntivo por entra as células do endotélio dos vasos sanguíneos, através do mecanismo de diapedese. Quando os tecidos são invadidos por microrganismos leucócitos são atraídos por quimiotaxia, ou seja, substancias originadas dos tecidos, do plasma sanguíneo e dos próprios microrganismos provocam uma resposta migratória, para o local onde está a maior concentração desses agentes quimiotáticos. Os leucócitos podem ser divididos em granulócitos e agranulócitos. Os granulócitos apresentam grânulos em seus citoplasmas, sendo eles os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os agranulócitos não apresentam granulações citoplasmáticas visíveis a microscopia de luz, são os linfócitos e monócitos. Os neutrófilos são células que representam o maior número dos leucócitos, chegando a 70% do total de células brancas. Em caso de infecção bacteriana aguda, estas são as primeiras células a serem identificadas. Os eosinófilos correspondem a menos de 4% do total de glóbulos brancos do sangue. Em casos de alergias, os eosinófilos fagocitam e eliminam complexo de antígeno com anticorpos. Essa célula geralmente não faz fagocitose isolada do antígeno ou do anticorpo, ou de microorganismos. Elas são atraídas para as áreas de inflamação alérgica pela histamina, produzida principalmente por basófilos e mastócitos. Quando ocorrem infestações parasitárias no organismo, os eosinófilos aumentam em número, assim como em estados alérgicos, na asma e em reaçõesadversas a drogas. Os corticosteróides (hormônios da camada cortical da adrenal) induzem uma queda imediata da concentração dos eosinófilos do sangue e nos locais da inflamação. Os basófilos constituem menos de 1% dos leucócitos do sangue. Caracterizam-se por possuírem grânulos citoplasmáticos grandes, maiores que os outros granulócitos. Analises bioquímicas mostraram que os basófilos possuem (em seus grânulos) substancias envolvidas nos processos alérgicos (heparina, sulfato de condroitina e histamina), portanto participam dos processos alérgicos, assim como os mastócitos. Eles liberam seus grânulos para o meio extracelular, sob ação dos mesmos estímulos que promovem a expulsão dos grânulos dos mastócitos. Porém, não são precursores dos mastócitos, que são encontrados nos tecidos que são encontrados nos tecidos, como se acreditava, e têm origem em precursores diferentes. Ambos possuem receptores de membrana específicos para imunoglobulinas do tipo IgE, produzidas em resposta a reações alérgicas. Os monócitos são células grandes, apresentando em sua superfície celular muitas microvilosidades e vesículas de pinocitose. Este apresenta ainda, forma ovóide, de rim ou ferradura, o que caracteriza o monócito diante de outros leucócitos. Os monócitos formam o sistema monócito–macrófago. Quando ocorre a presença de material necrótico ou de microorganismos invasores, os monócitos deixam o sangue e entram nos tecidos adjacentes com movimentos amebóides, a partir de uma resposta química de percepção, chamando–se então de macrófagos. Assim o monócito faz parte do sistema mononuclear fagocitário. Os linfócitos são células pequenas, possuem de 6 a 9 µm. São as menores células da série branca. São células responsáveis por gerar respostas imunes específicas aos vírus, que aparecem em grande número, especialmente em adultos e crianças mais velhas. Da série de leucócitos, os linfócitos são as células mais numerosas em crianças pequenas. Cerca de 3% dos linfócitos apresenta um tamanho grande. Estes linfócitos grandes são normalmente encontrados no sangue e são considerados linfócitos em trânsito para os tecidos. Têm em torno de 9 a 15 µm de diâmetro, apresentam núcleo ovalado e cromatina bastante densa, o que caracteriza uma célula com pouca atividade de síntese. Imunologicamente podem ser reconhecidos dois tipos de linfócitos: os linfócitos B e os linfócitos T, ambos envolvidos em respostas imunes específicas, porém diferentes. Existem células formadas a partir da ativação dos linfócitos B, responsáveis pela síntese de imunoglobulinas, que são os plasmócitos. São geralmente encontrados em tecidos de sustentação, como tecido conjuntivo e em órgãos linfoides especializados, não sendo encontrados no sangue. Células vermelhas: Os glóbulos vermelhos também são conhecidos por eritrócitos ou hemácias. Esses glóbulos são anucleados. As células percussoras das hemácias são formadas na medula óssea e fazem parte da série vermelha do sangue. As hemácias possuem um tempo de vida limitado, após cerca de 120 dias, essas células anucleadas e envelhecidas, são destruídas por macrófagos no baço, fígado e medula óssea. Quando na corrente circulatória, as hemácias compõem o maior volume celular do sangue, apresentando formato bicôncavo, com tamanho de 7,5 µm de diâmetro e não mais de 2,0 µm de espessura, com 1,0 µm de diâmetro na parte mais estreita da célula. Esta conformação permite um aumento de superfície de membrana, aumentando também a sua capacidade de transporte de gases, sua função primordial. A hemácia possui a presença de hemoglobina, uma proteína constituída por quatro cadeias de polipeptídios, cada uma delas ligada a um grupo heme (proteína do tipo ferroporfirina) que contem ferro. A hemoglobina que transporta o oxigênio é denominada oxi- hemoglobina e, quando ela transporta o gás carbônico, chamamos de carboxi-hemoglobina. 3. A principal característica do tecido nervoso é a presença de células denominadas neurônios, que quando estimuladas por substâncias químicas ou estímulos elétricos originados em outras células geram um potencial de ação ou “impulso nervoso”. Este impulso nervoso é transmitido em locais chamados sinapses. Faça um desenho e descreva brevemente uma sinapse. (1,5 ponto) As estruturas de comunicação entre as células nervosas são chamadas de sinapses, que são especialidades de junções celulares, capazes de captar estímulos químicos, de substâncias específicas, gerando respostas específicas. Cada sinapse possui substâncias químicas especificas, chamadas de neurotransmissores, contidos nas vesículas sinápticas. Além de vesículas, os botões sinápticos possuem muitos neurofilamentos. A membrana da célula que contém o botão e as vesículas sinápticas é chamada de membrana pré–sináptica. O espaço entre as membranas de duas células que se comunicam por sinapse é chamado de fenda sináptica e a membrana da célula que recebe o estímulo da sinapse é chamada de membrana pós–sináptica 4. De acordo com as características morfológicas e funcionais, quais são os tipos de tecidos musculares? Explique. (1,5 ponto) Há 3 tipos de tecido muscular: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso. Músculo estriado esquelético: As células musculares, ou fibras musculares ficam dispostas paralelamente em feixes, tendo em seus espaços intercelulares o tecido conjuntivo, onde encontramos conjuntos também paralelos de capilares contínuos. O diâmetro de cada fibra varia de 10 a 100 µm, podendo ser ainda maiores nas fibras hipertrofiadas. As células que formam a musculatura estriada esquelética são capazes de se contrair voluntariamente, de forma rápida e vigorosa, atendendo às necessidades de movimentação do corpo ou de partes dele. Elas são alongadas, cilíndricas e multinucleadas (os núcleos ficam arranjados perifericamente, junto à membrana celular) com aspecto fusiforme, dentro das quais estão estruturas chamadas de miofibrilas. No interior da miofibrilas estão arranjados os filamentos musculares (actina e miosina), cujo arranjo interno, em sarcômeros, determina o aspecto de estriações transversais. A fibra muscular é formada por uma sequência de sarcômeros alinhados, atingindo comprimentos diversos, de acordo com o tamanho da célula. Os músculos esqueléticos possuem envoltórios em suas células ou feixes de células, de natureza conjuntiva, chamados endomísio, perimísio e epimísio. O endomísio é composto por fibras reticulares e por uma lâmina basal, ou lâmina externa que envolve cada célula muscular. O perimísio é formado por um tecido conjuntivo denso, que envolve os feixes, ou fascículos de fibras musculares e, o epimísio é formado por uma membrana de tecido conjuntivo não modelado mais denso que aquele que forma o perimísio. Músculo estriado cardíaco: Este tipo de músculo apresenta estriações transversais, sendo formado por células alongadas, mas diferentemente das células da musculatura estriada esquelética, apresenta ramificações nestas células, que as unem umas às outras através de discos intercalares. Sua contração é rítmica e involuntária. Este tipo de musculatura é restrito ao coração e às partes próximas das veias pulmonares, nos locais de junção ao coração. Também chamado de miocárdio, o arranjo celular é de uma rede de células dispostas em lâminas, ou camadas, separadas por delicadas lâminas de tecido conjuntivo que carregam consigo os vasos sanguíneos e inervação ao sistema de condução do coração. O comprimento das células cardíacas varia de 15 a 80 µm quando em repouso, sendo que todas elas possuem apenas um núcleo grande oval e central, podendo ocasionalmente ser verificada a presença de dois núcleos. As células musculares cardíacas formam junções ponta a ponta, denominadas discos intercalares, que são locais onde as células unem mais fortemente as suas membranas celulares, aproximandoo espaço intercelular a menos de 20 nm. Além dos desmossomas e junções de adesão, as junções comunicantes, presentes nos discos intercalares, permitem a contração sincrônica do miocárdio. Músculo liso: As células musculares lisas possuem um arranjo no sistema de proteínas contráteis bem menos elaborado, se comparado com a musculatura estriada. O músculo liso está presente na maioria das vísceras ocas, como intestino, bexiga urinária e útero, bem como nos elementos contráteis de paredes de vasos sanguíneos e dutos secretores de glândulas. A musculatura lisa é formada por conjuntos de células fusiformes, alongadas, com cerca de 0,2 mm comprimento e 5 a 6 µm de diâmetro, afiladas com a porção central apresentando um núcleo com dois ou mais nucléolos. São células que não apresentam estriações transversais, e o processo de contração ocorre de maneira lenta, rítmica e involuntária cuja modulação na contração se deve a fatores hormonais e neurais. Cada célula muscular lisa é envolvida por uma lâmina externa que separa o sarcolema das células musculares ao redor. Dentro desta lâmina externa existem várias fibras reticulares, que aparentemente envolvem individualmente as células musculares lisas, capturando a força de contração. Além da função contrátil, as células musculares lisas também possuem a função de sustentação, dependendo da localização, como no processo de ancoragem do próprio músculo liso. As células musculares lisas são capazes de secretar elementos de sua matriz extracelular, produzindo colágeno, elastina e outros componentes da matriz. BIBLIOGRAFIA ABRAHAMSOHN, P. FREITAS, V. Histologia: Tecido epitelial de revestimento. Disponível em: <2-21 Tecido epitelial de revestimento - HISTOLOGIA (usp.br)>. Acesso em: 18 nov. 2021. ABRAHAMSOHN, P. FREITAS, V. Histologia: conceitos básicos. Disponível em: <https://mol.icb.usp.br/index.php/1-26-conceitos-basicos/>. Acesso em: 18 nov. 2021. WOEHL, V. M.; WOEHL, O. M. Histologia. 2 ed. Florianópolis : Biologia/EAD/UFSC, 2010. 224p. https://mol.icb.usp.br/index.php/2-24-tecido-epitelial-de-revestimento/
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