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RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS: HISTOLOGIA – aula 2 TEMA DE AULA: TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO RELATÓRIO: 1. Identificar e caracterizar epitélios simples e estratificados pavimentosos, cúbicos e cilíndricos, pseudoestratificado e de transição. Os epitélios simples são definidos como epitélios superficiais constituídos de uma única camada de células. São quase sempre encontrados em superfícies absorventes ou secretoras e fornecem pequena proteção contra abrasão mecânica. As células que compreendem os epitélios simples variam na forma, desde achatadas até cilíndricas altas, e disto depende sua função. Os epitélios simples podem apresentar microvilosidades e cílios, que facilitam suas funções superficiais específicas. O epitélio pavimentoso simples é composto por células achatadas, de forma irregular, que constituem uma superfície contínua, geralmente comparada a um pavimento. Encontrado revestindo superfícies envolvidas no transporte passivo de gases e líquidos como a superfície pulmonar (pleura), os capilares sanguíneos (endotélio), o coração (pericárdio) e as vísceras (peritôneo). Tradicionalmente conhecido como mesotélio, quando reveste as vísceras. O epitélio cúbico simples é identificado num corte perpendicular à membrana basal, onde as células epiteliais parecem quadradas. Geralmente reveste ductos e túbulos que podem ter função excretora, secretora ou absorvente, como os túbulos coletores do rim, glândulas salivares e pâncreas. Os núcleos das células são esféricos. O epitélio cilíndrico simples é formado por células altas com núcleos elípticos, alongados, podendo se localizar na base, no centro e ocasionalmente no ápice do citoplasma. É encontrado geralmente em superfícies intensamente absorventes, como o intestino delgado e superfícies secretoras, como o esôfago. O epitélio pseudoestratificado simples são células cilíndricas altas, também ciliadas. O termo pseudo-estratificado se deve a aparência de que existe mais de uma camada de células, quando observado em cortes. Entretanto, é um epitélio simples porque todas as células repousam sobre a membrana basal. Estão presentes nas vias aéreas, traquéia e brônquios, dos mamíferos. O epitélio pavimentoso estratificado consiste em um número variável de camadas celulares que sofre transição morfológica e funcional desde as células cúbicas da base para as células superficiais achatadas. As células basais sofrem divisões mitóticas regulares dando origem a uma sucessão de células que são progressivamente empurradas para a superfície livre. Durante a migração, as células passam por um processo de maturação e depois de degeneração, na proporção em que se distanciam dos nutrientes, fornecidos pelo tecido conjuntivo subjacente. As células superficiais degeneradas são continuamente descamadas e substituídas pelas camadas mais profundas. Este epitélio constitui o revestimento da cavidade oral, faringe, esôfago, canal anal e vagina, lugares sujeitos à abrasão mecânica moderada e mantidos úmidos por secreções glandulares locais. O epitélio cúbico estratificado é delgado, consistindo somente de 2 ou 3 camadas de células cúbicas ou cilíndricas. Presente no revestimento de canais excretores de glândulas exócrinas, como as glândulas salivares, o pâncreas e as glândulas sudoríparas. O epitélio de transição é um epitélio estratificado quase que unicamente presente nas vias urinárias de mamíferos. É especializado para sofrer distensões e a resistir à toxidez da urina. No órgão distendido o epitélio de transição aparece com uma ou três camadas celulares, como no epitélio cúbico estratificado no órgão vazio parece ter quatro ou cinco camadas, como no epitélio pavimentoso estratificado. O epitélio cilíndrico estratificado contém várias camadas de células cilíndricas, encontra-se revestindo a conjuntiva do olho e sua função é de proteção. 2. Relatar a interação do tecido epitelial de revestimento com o tecido conjuntivo propriamente dito. Como o tecido epitelial de revestimento são formados por células justapostas que se mantêm coesas pelas junções celulares, apresentam pouca matriz extracelular e por não possuírem um suprimento sanguíneo e linfático, sua nutrição ocorre por difusão a partir do tecido conjuntivo. TEMA DE AULA: TECIDO EPITELIAL GLANDULAR RELATÓRIO: 1. Identificar e diferenciar os tipos de epitélios glandulares (ácinos serosos, mucosos e mistos, ductos e glândulas mistas). As glândulas exócrinas mantêm a sua conexão com o epitélio do qual se originaram, possuem ductos tubulares formados por células que transportam a secreção glandular para a superfície do corpo ou para o interior (lúmen) de um órgão cavitário. Glândulas sudoríparas, salivares e intestinais são exemplos de glândulas exócrinas. As glândulas endócrinas não possuem ductos, a sua conexão com o epitélio foi obliterada durante o desenvolvimento e sua secreção é liberada diretamente na corrente sangüínea e transportada para o seu local de ação, o seu “tecido alvo”. A secreção das glândulas endócrinas contém hormônios. As glândulas serosas são aquelas que secretam um fluído aquoso. As células serosas possuem um formato poliédrico ou piramidal, tem núcleos centrais arredondados e polaridade bem definida. As células acinosas do pâncreas e das glândulas salivares parótidas são exemplos de células serosas. A região basal dessas células exibe uma intensa basofilia que resulta do grande acúmulo de reticulo endoplasmático rugoso, associadas a abundantes polirribossomos. Na região apical encontra-se um complexo de Golgi bem desenvolvido e muitas vesículas arredondadas, envolvidas por membrana e com conteúdo rico em proteínas, chamadas de grânulos de secreção. Quando as células liberam seus produtos de secreção, a membrana dos grânulos se fundem com a membrana plasmática e o conteúdo do grânulo é colocado para fora da célula por exocitose. As glândulas mucosas são aquelas que secretam um fluido espesso e viscoso, glicoproteico, denominado muco. As células mucosas possuem geralmente um formato cubóide ou colunar, seu núcleo é oval e encontra-se pressionado junto à base da célula. A célula mucosa melhor estudada é a célula caliciforme dos intestinos e trato respiratório. Esta célula possui numerosos grânulos de secreção, que se coram fracamente e contém muco. Esses grânulos preenchem a região apical da célula, e o núcleo fica situado na região basal, que por sua vez, é rica em retículo endoplasmático rugoso. O complexo de Golgi é muito desenvolvido, localizado logo acima do núcleo, indicando seu importante papel nesta célula. As células caliciformes é somente um dos vários tipos de células que sintetizam muco. Outros tipos estão presentes no estômago, glândulas salivares, trato respiratório e trato genital. Estas células mucosas mostram grande variabilidade nas suas características morfológicas e natureza química das suas secreções. Por exemplo, a estrutura das células secretoras de muco das células caliciformes é diferente das glândulas salivares. Nesta última frequentemente podemos observar células secretoras serosas e mucosas, no mesmo ácino. Nas glândulas salivares, os capilares que circundam as terminações secretoras são muito importantes para a secreção da saliva, após o estímulo pelo sistema nervoso autônomo. O estímulo parassimpático, geralmente iniciado pelo gosto ou cheiro dos alimentos, provoca uma secreção abundante de saliva aquosa, enquanto que o estímulo simpático produz uma pequena quantidade de saliva viscosa, rica em material orgânico. Esta secreção está frequentemente associada à sensação de boca seca. As glândula mistas é um tipo de tecido epitelial glandular e que atua simultaneamente como glândula endócrina e glândula exócrina. Como a Glândula endócrina secreta substância na corrente sanguínea e como glândula exócrina produz secreção. TEMA DE AULA: TECIDO MUSCULAR RELATÓRIO: 1. Identificar e diferenciar os tipos muscularesde acordo com as características morfológicas e funcionais dos seus componentes (esquelético, cardíaco e liso). O músculo estriado esquelético é constituído por células alongadas, com 10 µm a 100 µm de diâmetro e 30 cm de comprimento. Essas células são formadas pela fusão de células precursoras denominadas miócitos, sendo, por isso, multinucleadas. Os núcleos ocupam as porções mais periféricas da célula. O tecido muscular estriado esquelético é responsável pela contração voluntária do organismo. Ligado aos ossos, esse tecido é o responsável pela locomoção. As células desse tecido são ricas em filamentos de actina e miosina. Esses filamentos estão envoltos em invaginações da membrana, cisternas de retículo endoplasmático e mitocôndrias, formando as miofibrilas. A disposição dos filamentos de actina e miosina na célula faz com que ela apresente uma aparência estriada quando vista ao microscópio, apresentando faixas claras e escuras. A faixa ou banda clara é constituída por filamentos finos (actina), sendo chamada também de banda I. A faixa ou banda escura possui filamentos finos e espessos (miosina), sendo chamada também de banda A. No centro da banda I, é encontrada a banda Z, que delimita as unidades repetidas de miofibrilas, denominadas sarcômeros. As células do músculo estriado esquelético não se multiplicam no indivíduo adulto, no entanto, podem surgir novas células após lesão ou hipertrofia decorrente de exercício físico. Contudo, essas células são diferentes das demais, apresentando-se fusiformes (alongadas com as extremidades mais estreitas que o seu centro) e com um núcleo único, escuro e menor que os das demais células. O músculo liso apresenta células fusiformes, espessas no centro e afiladas nas pontas, com cerca de 3 µm a 10 µm de diâmetro e comprimento variado, dependendo de sua localização – em vasos sanguíneos, por exemplo, podem apresentar cerca de 20 µm, já no útero, durante a gestação, cerca de 500 µm. Além disso, seus núcleos são centrais. Essas células têm aparência não estriada, com contrações lentas e involuntárias, sendo responsáveis pelos movimentos involuntários do corpo. Atuam, por exemplo, nas contrações uterinas durante o parto. Esse tecido é encontrado em diversas estruturas do corpo, como a bexiga, útero, trato digestório e artérias. As células do músculo liso são revestidas pela lâmina basal e mantêm-se unidas por uma rede de fibras musculares, o que permite que a contração de apenas algumas células contraia o músculo por inteiro. Diferentemente das células do músculo estriado, as células do músculo liso podem dividir- se no indivíduo adulto, aumentando o tamanho dos órgãos ou reparando lesões nesses tecidos. No útero, durante o processo de gestação, pode ser observado um aumento tanto no número dessas células quanto em seu tamanho. O músculo estriado cardíaco ou, simplesmente, músculo cardíaco está presente no coração. Ele atua na contração desse órgão, permitindo, assim, o bombeamento de sangue para todo o organismo. Esse tecido apresenta características semelhantes ao do músculo estriado, no entanto, suas células são alongadas e cilíndricas, ramificadas, com cerca de 15 µm de diâmetro e 80 a 100 µm de comprimento, com um ou dois núcleos centrais. As fibras desse tecido são envoltas por uma bainha de tecido conjuntivo rica em capilares sanguíneos. Uma característica desse tecido é também a presença de linhas transversais, denominadas discos intercalares, que são complexos constituídos por três tipos de especializações juncionais: zônula de adesão, desmossomos e junções comunicantes. Essas especializações permitem a conexão elétrica entre as células desse tecido, sincronizando a contração cardíaca, além de evitar a separação dessas células durante o processo de contração. As contrações das células no tecido cardíaco são fortes, rápidas, contínuas e involuntárias. TEMA DE AULA: TECIDO NERVOSO RELATÓRIO: 1. Identificar os constituintes do tecido nervoso e sua relação com outros tecidos. As células do sistema nervoso dividem-se em neurônios – os quais são responsáveis pelas funções receptivas. E as células da Glia ou Neuróglia – as quais são responsáveis pela sustentação e pela proteção dos neurónios. Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a excitabilidade e a condutibilidade. Excitabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, excitabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação – chamada de impulso nervoso – por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade. As células da glia possuem a função de envolver e nutrir os neurônios, mantendo- os unidos. Os principais tipos de células desta natureza são os astrócitos, oligodendrócitos, micróglias e células de Schwann. Astrócitos: têm a forma de estrela, com inúmeros prolongamentos; em grande quantidade, apresentam-se sob duas formas: astrócitos protoplasmáticos, localizados na substância cinzenta; e astrócitos fibrosos localizados na substância branca. Têm como funções sustentação, participam da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. Alguns astrócitos apresentam prolongamentos chamados pés vasculares, que se expandem sobre os capilares sanguíneos. Admite-se que esses prolongamentos transferem moléculas e íons do sangue para os neurônios. Oligodendrócitos: produzem as bainhas de mielina que servem de isolantes elétricos para os neurônios do SNC. Os oligodendrócitos têm prolongamentos que se enrolam em volta dos axônios, produzindo a bainha de mielina. Micróglia: células pequenas com poucos prolongamentos, presentes tanto na substância branca, como na substância cinzenta. São células fagocitárias e derivam de precursores trazidos da medula óssea pelo sangue, representando o sistema mononuclear fagocitário no sistema nervoso central. Células de Schwann: as células de Schwann têm a mesma função dos oligodendrócitos, porém se localizam em volta do sistema nervoso periférico. Cada célula de Schwann forma uma bainha de mielina em torno de um segmento de um único axônio. Ao contrário, os oligodendrócitos têm prolongamentos por intermédio dos quais envolvem diversos axônio. Essa bainha de mielina atua como isolante elétrico e contribui para o aumento da velocidade de propagação do impulso nervoso ao longo do axônio, porém, não é contínua, entre uma célula de Schwann e outra existe uma região de descontinuidade da bainha, o quacarreta a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. 2. Diferenciar os componentes do tecido nervoso central e periférico. O sistema nervoso central é constituído pelo cérebro, cerebelo e medula espinhal. Como não contém um estroma de tecido conjuntivo, o sistema nervoso central tem a consistência de uma massa mole. Quando corados, o cérebro, o cerebelo e a medula espinhal mostram regiões brancas (substância branca) e regiões acizentadas (substância cinzenta). A distribuição da mielina é responsável por essa diferença de cor, que é visível a fresco. Os principais constituintes da substância branca são axônio mielinizados, oligodendrócitos produtores de mielina. Ela possui também outras células da glia. A substância branca não contém corposde neurônios. A substância cinzenta é formada de corpos de neurônios, dendritos, a porção inicial não mielinizada dos axônios e células da glia. Na substância cinzenta têm lugar as sinapses do sistema nervoso central. A substância cinzenta predomina na superfície do cerebro e do cerebelo, constituindo o córtex cerebral e o córtex cerebelar, enquanto que a substância branca predomina nas partes mais centrais. O sistema nervoso periférico é a parte do sistema nervoso formada pelos nervos e gânglios. Sua função primordial é levar informações dos órgãos periféricos até o SNC e trazer as respostas desse sistema novamente para os órgãos. Sendo assim, esse sistema é responsável por conduzir informações. TEMA DE AULA: TECIDO ÓSSEO RELATÓRIO: 1. Identificar e classificar os processos de ossificação. Existem dois tipos de ossificação: Intramembranosa e endocondral. A ossificação intramembranosa dá-se nos ossos chatos da cavidade craniana, a partir de células mesenquimatosas. Estas diferenciam-se em osteoblastos que vão começar a formar o centro de ossificação primário, isto é o blastema ósseo (conjuntos de células que retraem os prolongamentos, de modo a que fiquem mais curtos e que se vão dividindo para começarem a produzir matriz óssea. Esta vai originar trabéculas de osso com os osteócitos no seu interior e osteoblastos à periferia. A ossificação endocondral ocorre nos ossos longos. Aparece o molde de cartilagem hialina onde surgem o centro de ossificação primário, que são invadidos por vasos sanguíneos que trazem células osteoprogenitoras consigo. Estas começam a formar matriz óssea, e os condrócitos da cartilagem hialina vão sofrendo modificações morfológicas até morrerem por apoptose, diminuindo a cartilagem. Á medida que se forma a matriz óssea, que inicialmente é na diáfise do osso através do colar periostal e do centro de ossificação primário, ele vai progredindo para a extremidade do osso. Posteriormente, centro de ossificação secundários são formados nas epifises do osso, permitindo a substituição da cartilagem hialina por tecido ósseo. Toda a cartilagem hialina é substituída por tecido ósseo, exceto a superfície articular e a placa epifisária. 2. Caracterizar os componentes do tecido ósseo (osteoblastos, osteócitos, canais de Havers e Volkman, periósteo e endósteo) Os osteoblastos são células jovens com intensa atividade metabólica e responsáveis pela produção da parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. São cúbicas ou cilíndricas e são encontradas na superfície do osso periósteo (membrana fina que reveste o osso). Fazem a regeneração óssea após fraturas. Os osteoblastos existem também no endósteo (membrana de tecido conjuntivo que reveste o canal medular da diáfise e as cavidades menores do osso esponjoso e compacto). Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam- se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo. Os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos, onde no seu interior os prolongamentos dos osteócitos fazem contatos por meio de junções comunicantes, podendo passar poucas moléculas e íons de um osteócito para o outro. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea. Os canais de Havers são uma série de tubos estreitos dentro dos ossos por onde passam vasos sanguíneos e células nervosas. São formados por lamelas concêntricas de fibras colágenas. São encontrados na região mais compacta do osso da diáfise óssea (meio de ossos longos). Podem ser vistos no centro de ósteons em cortes histológicos dos ossos. Existem comunicações menores e mais transversais entre os canais de Havers chamadas de Canais de Volkmann com a mesma função de nutrir, mineralizar e enervar o osso. As superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por células osteogênicas e tecido conjuntivo que, constituem o endósteo e o periósteo, respectivamente. A camada mais superficial do periósteo contém principalmente fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de sharpey são feixes de fibras colágenas do periósteo que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. Na sua porção profunda, o periósteo é mais celular e apresenta células osteoprogenitoras, morfologicamente parecidas com fibroblastos. As células osteoprogenitoras se multiplicam por mitose e se diferenciam em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos e na reparação de fraturas. O endósteo é geralmente constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Harvers e os de Volkamnn. As principais funções do endósteo e do periósteo são a nutrição do tecido ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos, para o crescimento e a recuperação do osso. 3. Identificar os constituintes da ossificação endocondral e intramembranosa. Na ossificação intramembranosa são formados os ossos chatos do crânio, contribuindo também para o crescimento em espessura dos ossos longos. Ocorre na membrana conjuntiva de revestimento e tem início pela diferenciação de células osteoprogenitoras (células indiferenciadas) em grupos de osteoblastos. Os osteblastos sintetizam a matriz óssea que logo se calcifica, os aprisionando, sendo chamados agora de osteócitos, formando assim lâminas ósseas irregulares que gradativamente crescem e se fundem. A ossificação endocondral é responsável pela formação dos ossos curtos e longos. Ocorre sobre uma peça de cartilagem hialina, se assemelhando ao osso que será formado, porém menor. TEMA DE AULA: TECIDO SANGUÍNEO RELATÓRIO: 1. Identificar e caracterizar os corpúsculos e tipos celulares do esfregaço (glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos). Os eritrócitos são células anucleadas em forma de disco bicôncavo. Apresentam uma coloração rósea-clara, quando corados pela hematoxilina-Eosina, com um halo central mais claro em conseqüência da biconcavidade. Este halo central nos eritrócitos normais corresponde a 1/3 do diâmetro da célula. Durante sua maturação na medula óssea, o eritrócito perde o núcleo e as outras organelas, não tendo, portanto, a possibilidade de renovar os sistemas enzimáticos, proteínas estruturais, lipídios e polissacarídeos, essências para a vida do corpúsculo, possuindo um tempo de vida limitado de cerca de 120 dias. Após esse período, sua membrana torna-se mais rígida, sendo incorporada pelo sistema retículo-endotelial, baço, fígado, e tendo seus componentes reaproveitados, inclusive o componente proteico da membrana, como a hemoglobina, para a formação de novas hemácias. A quantidade de hemácias presente no sangue de um indivíduo normal é na ordem de 3 a 4 milhões por decilitro de sangue. Se for analisada a quantidade de leucócitos (células brancas), outro grupo células presente, é observada uma quantidade muito inferior, sendo de 5 mil a 8 mil leucócitos por decilitro de sangue. Por isso, considera-se, na prática, que quase todo o hematócrito é constituído de células vermelhas. As plaquetas são corpúsculos anucleados e apresentam forma irregular. São estruturas resultantes da fragmentação do citoplasma dos megacariócitos da medula óssea. Sua vida média é de nove dias. O número de plaqueta no sangue periférico varia de 150.000 a 400.000 plaquetas/μL de sangue. Elas participam do processo de formação do coágulo quando há uma lesão, não deixando que ocorra uma hemorragia. Normalmente, existem de 150 mila 450 mil plaquetas por microlitro de sangue. Os leucócitos são células que participam das defesas celulares e imunocelulares do organismo. Constantemente os leucócitos deixam os capilares por diapedese e migram para o local da inflamação. São produzidos na medula óssea vermelha, permanecendo temporariamente no sangue. Possuem 2 classificações, os granulócitos e os agranulócitos. Os granulócitos, também conhecidos por polimorfonucleares, são assim chamados por apresentarem granulações específicas no citoplasma e núcleo multilobulados, dispondo seu núcleo de forma irregular. Eles distinguem-se em três tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os agranulócitos, dispõem seu núcleo sem lobulações, possuindo uma forma mais regular, e seu citoplasma não apresenta granulações especificas sendo chamados de mononucleares. Há dois tipos de agranulócitos: os linfócitos e os monócitos. Os neutrófilos são os leucócitos mais presentes no sangue, representando cerca de 60 a 65% dos leucócitos do sangue circulante normal. Os neutrófilos contêm grânulos específicos muito pequenos e grânulos azurófilos. Os grânulos azurófilos contêm fosfatase ácida e outras enzimas lisosômicas. Os grânulos específicos contêm enzimas que matam as bactérias fagocitadas. São células arredondadas, e apresenta seus núcleos formados por 2 a 5 lóbulos, ligados entre si por finas pontes de cromatina. Dependendo da quantidade de lóbulos nucleares, os neutrófilos dividem-se em bi, tri, tetra e pentalobulado. Com mais de 5 lóbulos são chamadas ‘hipersegmentadas’, sendo essas células muito velhas. A célula muito jovem não apresenta seu núcleo em lóbulos, e sim em um segmento, sendo então chamado de neutrófilo bastonete. Eles estão relacionados a infecções do tipo bacteriana. Constituem a primeira linha de defesa celular contra a invasão de microorganismos, sendo fagócitos ativos de partículas de pequenas dimensões. Os eosinófilos representam cerca de 2-4% dos leucócitos. Essas células tem aproximadamente o mesmo tamanho dos neutrófilos. O núcleo é segmentado apresentando geralmente 2 lóbulos (bilobulado). Apresentam granulações azurófilas e específicas acidófilas que se coram pela eosina. Os grânulos específicos contém a proteína básica principal, a proteína catiônica do eosinófilo e a neurotoxina derivada dos eosinófilos, as duas primeiras das quais são agentes altamente eficientes no combate aos parasitos. Os grânulos azurófílos inespecíficos são lisossomos contendo enzimas hidrolíticas semelhantes às encontradas nos neutrófilos. Estas funcionam na destruição de vermes parasitários e na hidrólise de complexos antígeno-anticorpos internalizados pelos eosinófilos. Em algumas parasitoses e nas doenças alérgicas o número de eosinófilos aumenta. No eosinófilo o retículo endoplasmático, as mitocôndrias e o aparelho de Golgi são pouco desenvolvidos. Os basófilos são os leucócitos circulantes mais raros, correspondem menos de 1% dos leucócitos. Apresentam núcleo volumoso, geralmente com aspecto de letra S. O citoplasma é carregado de grânulos maiores do que os outros granulócitos contendo histamina, heparina, fatores quimiotáticos para eosinófilos e neutrófilos. Essas granulações quando coradas pelos corantes panóticos apresentam-se de cor violeta. Seus grânulos são metacromáticos. Participam dos processos alérgicos e possuem receptores para imunoglobulinas E. Eles liberam seus grânulos e as substâncias ativas neles contidas para o meio extracelular, sob a ação dos mesmos estímulos que promovem a expulsão dos grânulos dos mastócitos. Os basófilos e os mastócitos são células diferentes, pois apresentam diferenças em sua origem e morfologia. Os basófilos têm um papel na hipersensibilidade imediata (asma brônquica) e tardia (reação alérgica cutânea) e na propagação da resposta imunológica. Os linfócitos são responsáveis pela defesa imunológica do organismo. Essas células reconhecem moléculas estranhas existentes em diferentes agentes infecciosos. Combatendo por meio de resposta humoral (produção de imunoglobulinas) e resposta citotóxica mediada por células. Eles representam de 20 a 30% dos leucócitos na circulação. Podendo ser encontrados nos mais variados tamanhos, com diâmetro variável entre 6 e 8 μ.m, conhecidos como linfócitos pequenos; e uma pequena porcentagem de linfócitos maiores, que podem alcançar 18 μm de diâmetro. Apresentam núcleo arredondado e excêntrico com cromatina densa. Seu citoplasma é muito escasso com basofilia discreta e granulações azurófilas. Os linfócitos podem ser divididos em 2 tipos, T e B. A célula precursora dos linfócitos se origina na medula óssea. Os linfócitos B estão envolvidos na defesa humoral do organismo, pois se diferenciam-se em plasmócitos, que por sua vez, produzem os anticorpos. Os linfócitos T são os mais numerosos no sangue. Estes são fundamentais pelas respostas imunitárias de base celular, que não dependem dos anticorpos circulantes. A função dos linfócitos T é facilitar a produção de anticorpos pelos linfócitos B. Graças a estas células, quando um antígeno invade o organismo pela segunda vez, a resposta imunitária em geral é muito mais intensa e mais rápida. Apesar de, morfologicamente, eles serem indistinguíveis uns dos outros, eles podem ser reconhecidos imunocitoquimicamente pelas diferenças em seus marcadores de superfície. Aproximadamente 80% dos linfócitos circulantes são células T, e o restante são células B. Os monócitos são os maiores leucócitos circulantes, e representam de 4 a 8% dos leucócitos na circulação sanguínea, possuem diâmetro entre 15 e 22 μm. O núcleo é grande ovóide, em forma de rim ou ferradura. Devido ao arranjo pouco denso de sua cromatina, o núcleo dos monócitos é mais claro do que o dos linfócitos, possuindo de dois ou três nucléolos, que algumas vezes podem ser vistos nos esfregaços comuns. O citoplasma dos monócitos possui uma pequena quantidade de polirribossomos e retículo endoplasmático granuloso (pouco desenvolvido). Encontram-se muitas mitocôndrias pequenas, e complexo de Golgi grande, participando da formação dos grânulos azurófilos. A superfície celular mostra muitas microvilosidades e vesículas de pinocitose. .
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