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RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA

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RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA 
PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU, ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS DA 
GESTÃO TURÍSTICA EM AMBIENTES NATURAIS 
Robson Simões 
 
Segundo o ICMBIO o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, foi o segundo Parque 
Nacional brasileiro a ser criado. Atualmente sua área total é de 185.262,2 há. O 
parque representa um patrimônio genético riquíssimo, protegendo uma grande parte 
da Floresta Estacional Semidecidual, maior remanescente de floresta Atlântica da 
região sul do Brasil, sendo que nas porções altas, a mais de 800 metros do nível do 
mar, pode ser encontrada a Floresta Ombrófila Mista, ou Mata de Araucária. Quanto 
à biodiversidade de fauna, já foram feitos registros de 257 espécies de borboletas, 
porém estima-se que existam cerca de 800, além de 45 mamíferos catalogados, 12 
anfíbios, 41 serpentes, 8 lagartos, 18 peixes e 200 espécies de aves. Dentre estas 
pode-se citar algumas ameaçadas de extinção, como onça-pintada (Panthera onca), 
puma (Puma concolor), jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris), papagaio-de-
peito-roxo (Amazona vinacea), gavião-real (Harpia harpyja), peroba-rosa 
(Aspidosperma polyneutron), ariticum (Rollinia salicifolia), araucária (Araucaria 
augustifolia), além de muitas outras espécies de relevante valor e de interesse 
cientifico. 
Porém o Parque nacional do Iguaçu, assim como outros parques nacionais enfrenta 
algumas dificuldades, assim como oportunidades positivas quanto a sua gestão 
turística, sua conservação e seu manejo, a seguir será citados os que se pode 
observar durante a nossa visita técnica, considerando as informações do gestor do 
parque durante a palestra e da própria visita e caminhada nas passarelas e trilhas 
do parque. 
Algumas das desvantagens citadas e observadas foram: 
• Problemas com a proteção, 14 municípios, 185ha, 420 km de entorno, toda 
esta dimensão acaba dificultando uma fiscalização mais efetiva; 
• Algumas desavenças com populações locais acabam também cria 
dificuldades para a preservação; 
• Há muitos problemas com a caça, pesca e extração de madeira (uso furtivo), 
dentre os exemplos citados estão a Paca, considerada um alimento muito saboroso 
e que chega a custar R$ 400,00, assim como o Puma, o Palmito Jussara e o Bagre. 
Existe uma grande preocupação em manter estas espécies no parque, pois se 
extintas podem causar um grande impacto; 
• A grande impunidade para os crimes ambientais é um dos problemas mais 
sérios do parque, estes envolvem tanto as comunidades do entorno como também 
do turismo internacional de caça; 
• A estrada do colono tem gerado grande discórdia entre comunidades e os 
órgãos ambientais que gerem o parque já a alguns anos, lembrando que esta foi 
aberta ilegalmente, houve conflitos com a população, políticos reabriram a estrada, 
em 2003 foi fechada novamente com uma ação judicial e apoio da polícia federal. 
Para a conservação do parque o ideal é que se mantenha fechada, mas há muita 
pressão por parte da população e de políticos locais. Repasses econômicos para os 
municípios do entorno do parque não são centralizados quanto a estrada do colono; 
• Outro grande problema seria a montagem da sexta usina do Iguaçu, essa 
localizada a 500m do parque, além de sere visualmente péssimo, poderão ocorrer 
muitas oscilações não naturais que acabam impactando o terreno e o solo, 
tornando-o arenoso e facilatando a erosão. Durante a ultima cheia uma grande 
carga de terra da obra foi carregada para dentro do parque. A obra faz parte do 
Programa de Aceleração do Crescimento, visto com bons olhos pela população, pois 
gera empregos e movimenta o comércio local; 
• Ainda segundo o palestrante o setor de proteção do parque conta com 
apenas 3 fiscais, que encontram locais de difícil acesso, onde neste caso é 
necessário o apoio da polícia ambiental, de helicóptero, guarda parques, e só assim 
podem aumentar a proteção. Lembrando que se estiverem no rio tem força de 
polícia, mas se estiverem do lado argentino não; 
Para a ação conjunta entre os dois países também podemos citar vantagens e 
desvantagens, dentre elas observou-se: 
• os dois Parques são administrados por organismos nacionais, com os 
mesmos objetivos de conservação e manejo, além de obedecerem aos critérios 
estabelecidos pela Comissão de Parques da UICN. Essa perspectiva semelhante 
possibilita uma estratégia comum de manejo; 
• o ponto em comum mais marcante entre os dois sistemas mostra-se na 
elaboração de planos de manejo para cada Parque e no destino reservado para a 
classificação em zonas. Os organismos responsáveis elaboraram um zoneamento 
quase idêntico, apesar de obedecerem a legislações diferentes; 
• a acentuada disparidade na formação de guardas-parques, na Argentina, e de 
policiais florestais, no Brasil, explica atitudes diferentes em cada lado da fronteira e a 
dificuldade de se promover a fiscalização conjunta; 
• segundo o ICMBIO os instrumentos jurídicos de proteção ambiental ainda 
revelam problemas na elaboração de um plano de manejo conjunto, pois as 
categorias de áreas naturais protegidas na Argentina e no Brasil são diferentes; 
• outra disparidade a ser relevada diz respeito à questão orçamentária. Na 
Argentina, é previsto um fundo especial para parques nacionais, oriundo da venda 
de ingressos para visitação ao Parque, dos produtos de concessões a terceiros, de 
direitos de caça e pesca, de arrendamentos e outras formas de captações. Esses 
recursos são usados na administração dos próprios parques; 
• Outro assunto citado durante a palestra foi sobre os guarda parque 
argentinos, profissionais que não existem no lado brasileiro e que poderiam ser 
reivindicados de alguma forma para auxiliar os trabalhos do parque, este é em geral, 
altamente preparado, enquanto que no Brasil a maioria dos policiais florestais 
encarregados dessa função possui baixa qualificação, gerando, no encontro entre os 
dois, uma situação de intimidação ou imitação. O exemplo da pesca ilustra a 
diferença comportamental desses guardas. A lei argentina autoriza a pesca não-
comercial no interior dos parques nacionais, como também a captura de espécie da 
fauna de interesse biológico. Os guardas argentinos, portanto, podem efetuar 
pesquisas na área, coletar espécies e, frequentemente, chegam a pescar no rio 
Iguaçu, dentro das normas admissíveis. No Brasil, a pesca é estritamente proibida 
nos parques nacionais, seja a pesca esportiva ou comercial. Essa diferença gera 
problemas com a fiscalização, especialmente no rio Iguaçu, que constitui a fronteira 
entre os dois países, os instrumentos jurídicos de proteção ambiental revelam 
problemas na elaboração de um plano de manejo conjunto pois as categorias de 
áreas naturais protegidas na Argentina e no Brasil são diferentes; 
• Ainda conforme o ICMBIO No Brasil, a receita dos parques provém, em quase 
a sua totalidade, do orçamento geral da União. As UC têm direito a pelo menos 50% 
dos recursos arrecadados com o ingresso pago pelos visitantes (Lei No. 7875, de 
13/11/1989), mas, apesar da legislação, isso não tem funcionado adequadamente. 
Assim, subordinados ao sistema de planejamento nacional, o PNI e as demais UC 
brasileiras não possuem autonomia financeira. Na ausência da forma própria de 
captar e usar os recursos, o PNI não dispõe de uma grande margem de manobra 
para cobrir as despesas necessárias e implementar seus programas; 
Apesar de todas estas dificuldades encontradas também pudemos observar e tomar 
conhecimentos das vantagens e dos aspectos positivos da Gestão Turística de 
Ambientes Naturais, entre estas: 
• O parque apresenta algumas localidades onde a vegetação não é mais 
primária, pois trata-se de locais que eram fazendas, e que atualmenteestão em fase 
de recuperação; 
• A área do parque possui 1% dos 3,4% remanescentes de mata atlântica do 
estado do paraná, é o maior contínuo do estado, este contínuo garante o fluxo de 
espécies, como por exemplo a onça pintada, espécie de grande mobilidade, 
segundo o gestor da palestra, um mesmo indivíduo desta espécie já foi avistado em 
três municípios de três estados diferentes, entre eles rio grande do sul, paraná e são 
Paulo; 
• Uma das vantagens de se conservar paisagens é que não se conserva 
apenas uma espécie, mas todo um conjunto contínuo, o exemplo citado foi o Rio 
Floriano, que mantem muitas de suas características selvagens; 
• A incorporação de áreas de fazendas, o fechamento da estrada do colono, 
atividades de educação ambiental nas comunidades do entorno, a capacitação de 
funcionários, professores, brigadistas, a visita de escolas públicas, são alguns 
pontos vantajosos do parque; 
• O setor de pesquisa do parque é uma das vantagens observadas durante a 
visita, segundo o funcionário do parque, há 165 autorizações de pesquisa via 
SISBIO desde 2008, que geram um retorno positivo para a unidade como saúde 
pública (combatendo a malária e a leishmaniose), estudos sobre a reprodução de 
peixes, inúmeras parcerias com aproximadamente 30 universidades, com o instituto 
Butantã, considerando que todos estão de acordo com o plano de manejo do 
parque; 
• O uso público do parque tem tido uma visitação crescente no decorrer dos 
anos, e uma das vantagens apontadas quanto a gestão turística do parque é que 
estas funcionam através de concessões, que segundo o funcionário do parque 
funciona de forma diferente a uma terceirização, porque e na concessão o governo 
ainda é o responsável pelo parque, inclusive pela fiscalização. As empresas 
precisam possuir um termo de referência, e quando assumem são obrigadas a 
prestar contas a união, os contratos são de prazos determinados, dados mostrados 
durante a visita apontam que após as concessões a visitação só cresceu, e que 
estas foram necessárias para dar suporte segurança aos visitantes do parque 
(lembrando que para se conseguir a liberação de dinheiro público exige uma grande 
burocracia), logo esta foi uma escolha vantajosa; 
• Um exemplo positivo das concessões é a concessão da Macuco, onde foi 
desenvolvida uma nova rede elétrica, nove novos centros de recepção e um projeto 
de monotrilho para se descer para o parque com mais segurança já está aprovado; 
• Quanto ao turismo ainda deve-se considerar que o objetivo do parque é a 
preservação, turistas causam muito impacto, logo é uma obrigação diminuir este 
impacto ao mínimo possível; 
• O turismo acaba gerando um aumento na qualidade e na segurança do 
passeio; 
• O número de eventos no parque também foram apontados como positivos, 
desde que respeitando o plano de manejo, como exemplo foram citados a meia 
maratona, a corrida do SESC, o campeonato brasileiro de rafting, e recentemente 
uma etapa internacional dos X-GAMES, que é um evento internacional com 
transmissão para o mundo todo e com impacto mínimo possível, vale ressaltar que o 
papel dos gestores é justamente permitir estes eventos trazendo vantagens para o 
parque e procurar que o impacto seja 0 ou próximo de 0; 
• Uma vantagem também considerável é a arrecadação de 17 milhões que são 
repassados a união e depois aos municípios, assim como a geração de empregos 
que funcionam como políticas de ecoturismo para as cidades do entorno, como 
turismo rural que mostram a população local as vantagens de se ter o parque; 
• O ICMS ECOLÓGICO também foi apontado como uma grande vantagem 
para as populações e municípios da região do parque, a ideia é que em uma área de 
UC o governo pague um incentivo para que esta área seja mantida preservada 
(como não gera o ICMS, recebe o incentivo), como exemplo foi citado o município de 
Céu Azul que recebe cerca de 2 milhões, mais do que a arrecadação normal do 
município que é de 1,2 milhões, sem contar ainda as bem feitorias nas áreas de 
manejo como a proteção dos recursos hídricos, ou seja, muitas vantagens para os 
municípios, porem o que acontece é que a população não tem esse conhecimento, 
logo uma alternativa seria Valorar o Meio Ambiente! 
• Durante o passeio pela trilha pode-se também observar uma estrutura de boa 
para ótima, com infraestrutura adequada como paradas e pontos de observação, 
banheiros, locas de alimentação, disponibilidade de funcionários ao longo das 
passarelas, funcionários devidamente uniformizados e identificados, pudemos 
perceber funcionários guias com conhecimento de outros idiomas, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERENCIAS 
ICMBIO. Disponível em: < http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-
fazemos/visitacao/ucs-abertas-a-visitacao/205-parque-nacional-do-iguacu> 
Acessado em 11/10/2014. 
Parque Nacional do Iguaçu. Disponível em: < 
http://www.cataratasdoiguacu.com.br/portal/> . Acessado em 11/10/2014.

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