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UNIVERSIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO – UEMASUL ALUNA: FLÁVIA BARBOSA GOMES Quando sentir pouco é pouco demais. O “socorro” dá ao leitor o conhecimento de que o eu poético se encontra em uma condição sentimental que é desfavorável a ele, condição essa, desconfortável em um nível tão extremo, a ponto de fazê-lo pedir ajuda. ‘Nada’, no contexto, denota a falta que o eu poético sente de algumas sensações, mas o próprio termo “não sinto nada” refuta a ideia de que isso realmente seja verdade, porque demonstra que algo ele sente: falta. O ‘medo’ é citado como um sentimento que se perdeu. Esse sentimento não é dos mais gostosos, contudo, é um sentimento muito intenso. Isso revela que o que o eu poético quer de verdade não é sentir medo, mas algo que seja intenso. Isso é comprovado através de “calor” e “fogo”. O “calor” como uma representação daquilo que provoca inquietude, que faz suar, que provoca agito. E “fogo” é citado porque é o elemento mais intenso, além de ser o mais perigoso, ou seja, capaz de provocar o primeiro sentimento citado, o “medo”. O termo ‘alma’ mostra que o eu poético pede socorro, não importa a quem, seja homem, mulher, criança ou velho, qualquer um que possua alma e o ajude a sentir mais do que a “falta” é aceitável, desde que o provoque algum sentimento, independente de qual emoção seja. ______________________________________ Nos versos que seguem, um coração é pedido. Metaforicamente, significa o anseio por alguém que dê-lhe amor, ou a confiança de ser amado pelo personagem, para que através do coração do outro, volte a sentir emoções. ‘Tem tantos sentimentos, Deve ter algum que sirva.’. Esta parte do texto revela, de forma metafórica, o seu anseio em ser alvo de algum sentimento, independente de qual seja. Os termos ‘cruzamento, rua e encruzilhada’ remetem ao acaso, ao encontro desconhecido, à esperança de sua própria cura no encontro com alguém que ainda não se encontrou, mas que talvez encontre durante o trajeto, ou seja, a vida. Porque uma vez encontrado, o ‘nada’ que deixou de ser sentido, talvez possa se converter em tudo. Mas o poema termina em ‘Socorro, eu não sinto nada’, porque existem formas de voltar a sentir, mas por enquanto, o que se sente, ainda é nada.
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