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Transformações de Fases Transformações de Fases 1) Transformações envolvendo difusão 1a) Transformações alotrópicas, solidificação de metal puro, crescimento de grãos: Não existem alterações no número ou na composição das fases presentes. 1b) Transformações com alguma alteração nas fases presentes. Ex. reação eutetóide. 2) Transformações sem difusão onde ocorre a formação de uma fase metaestável Cinética das Reações no Estado Sólido Como a maioria das reações dá origem à formação de novas fases via difusão, elas não ocorrem instantaneamente. As etapas de uma transformação são: 1) Nucleação = formação de partículas (ou núcleos) da nova fase. 2) Crescimento = aumento de tamanho dos núcleos até que as condições de equilíbrio sejam atingidas. Núcleos diminuem Núcleos crescem Va ri aç ão d a en er gi a liv re , G Energia de livre de superfície GS = 4r2 (necessita de energia para criar a interface, desestabiliza os núcleos) Energia livre volumétrica GV = 4/3 r3 G (libera energia) GT = GS + GV (energia livre total) r* = raio crítico = tensão superficial G = energia livre / unidade de volume Nucleação, crescimento e energia livre Cinética das Reações no Estado Sólido A cinética de uma reação (= dependência com relação ao tempo da taxa de transformação) é fundamental para o tratamento térmico de materiais. Cinética das Reações no Estado Sólido Nucleação Crescimento Logaritmo do tempo de aquecimento Fr aç ão d e tr an sf or m aç ão y = fração de transformação k, n = constantes t = tempo de aquecimento y = 1- e-ktn (Equação de Avrami) Cinética das Reações no Estado Sólido A taxa de transformação r é o inverso do tempo necessário para que metade da transformação ocorra: Nucleação Crescimento Logaritmo do tempo de aquecimento Fr aç ão d e tr an sf or m aç ão r = 1t0,5 Cinética das Reações no Estado Sólido Influência da temperatura sobre a taxa de transformação (Ex. recristalização do cobre) Fr aç ão R ec ri st al iz ad o (% ) Tempo (min) Influência da temperatura sobre a taxa de transformação De uma maneira geral, r = Ae -Q/RT A = constante independente de T Q = energia de ativação da reação R = constante universal dos gases = 8,31 J/mol-K T = temperatura absoluta (K)Processo termicamente ativado Temperatura Taxa Transformações multifásicas Transformações de fase podem ocorrer em função de variações de temperatura, pressão e composição. Os tratamentos térmicos (=cruzar um contorno entre fases no diagrama de fases) são a forma mais conveniente de induzir transformações de fases. O diagrama de fases não indica o tempo necessário para transformações em equilíbrio. Na prática, os tempos de resfriamento necessários para as transformações entre estados de equilíbrio são inviáveis. Transformações multifásicas Transformações fora das condições de equilíbrio ocorrem em temperaturas menores. Super-resfriamento Transformações multifásicas No aquecimento, o deslocamento se dá para temperaturas mais elevadas. Sobreaquecimento Diagramas de Transformações Isotérmicas + Fe3C resfriamento aquecimento perlitaresfriamento aquecimento Diagramas de Transformações Isotérmicas Po rc en ta ge m d e Pe rli ta Tempo (s) Temperatura Taxa de transformação Diagramas de Transformações Isotérmicas Uma maneira mais conveniente de representar a dependência de uma reação com o tempo e a temperatura é o diagrama de transformação isotérmica: Te m pe ra tu ra (° C) Temperatura eutetóide Tempo (s) Perlita Curva de 50% de conclusão Curva de conclusão (100% de perlita) Curva de início (0% de perlita) Austenita (instável) Austenita (estável) Menor temperatura maior taxa r = Ae -Q/RT ? Diagramas de Transformações Isotérmicas Taxa de Nucleação Taxa de Crescimento Temperatura de transformação em equilíbrio Taxa total de Transformação Te m pe ra tu ra Taxa (Difusão) (Solidificação) Diagramas de Transformações Isotérmicas Temperatura constante ao longo de toda a transformação Po rc en ta ge m d e au st en it a tr an sf or m ad a em p er lit a Tempo (s) Início da transformação Final da transformação Temperatura da transformação 675 °C Diagramas de Transformações Isotérmicas “Reais” Indica a ocorrência de uma transformação Transformação austenitaperlita Perlita grosseira Temperatura eutetóideAustenita Te m pe ra tu ra (° C) Tempo (s) Perlita fina Temperaturas altas difusão em maiores distâncias camadas mais espessas (Menor difusão = camadas mais finas) Perlita Grosseira Perlita Fina A perlita se torna mais fina com a redução da temperatura de transformação. Para temperaturas entre 300 e 540 °C ocorre a formação de agulhas de ferrita separadas por partículas alongadas de cementita. Esta estrutura é conhecida por bainita superior. Para temperaturas entre 200 e 300 °C ocorre a formação de placas finas de ferrita e partículas de cementita. Esta estrutura é conhecida por bainita inferior. Perlita = estrutura lamelar Bainita = agulhas ou placas A = austenita P = perlita B = bainita Diagramas de Transformações Isotérmicas Perlita Bainita Taxa máxima Transformações perlíticas e bainíticas são concorrentes. A taxa da transformação bainítica aumenta com o aumento da temperatura Cementita Globulizada Se uma liga perlítica ou bainítica for aquecida e mantida por um tempo suficientemente longo a uma temperatura abaixo da temperatura eutetóide (ex. 700 °C, 18 a 24 horas), tem-se a formação da Cementita Globulizada. Cementita Ferrita Partículas esféricas reduzem a área dos contornos entre as fases! Transformação martensítica Quando a austenita é resfriada rapidamente (temperada) até temperaturas próximas à ambiente tem-se a formação de uma estrutura monofásica fora de equilíbrio: a martensita. carbono ferro Estrutura Tetragonal de Corpo Centrado (TCC) Transformação martensítica Não envolve difusão transformação instantânea menos de 0,6%p C ripas mais de 0,6%p C lentículas Duas diferentes microestruturas: Transformação martensítica As linhas horizontais indicam que a transformação não depende do tempo. Ela é apenas uma função da temperatura de resfriamento! (transformação atérmica) Te m pe ra tu ra (° C) Tempo (s) Temperatura eutetóide M (início) Percentual de transformação de austenita em martensita Transformação martensítica Aço 4340 = 95,2% Fe, 0,4% C, 1,8% Ni, 0,8% Cr, 0,25% Mo, 0,7% Mn A presença de outros elementos além do carbono altera o diagrama de transformação isotérmica. A maioria dos tratamentos térmicos envolve o resfriamento contínuo até a temperatura ambiente diagrama de transformação isotérmica não é mais válido. Transformação por resfriamento contínuo Os tratamentos isotérmicos não são os mais práticos pois a liga tem de ser aquecida a uma temperatura maior que a temperatura eutetóide e então resfriada rapidamente e mantida a uma temperatura elevada! No resfriamento contínuo, as curvas isotérmicas são deslocadas para tempos maiores e temperaturas menores. Diagrama de transformação por resfriamento contínuo Transformação por resfriamento contínuo Te m pe ra tu ra (° C) Tempo (s) Temperatura eutetóide Diagrama de transformação por resfriamento contínuo Resfriamento moderadamenterápido e resfriamento lento Resfriamento moderadamente rápido (normalização) Resfriamento lento (recozimento total) Te m pe ra tu ra (° C) Tempo (s) transformação durante o resfriamento Indica uma Início da transformação Perlita fina Perlita grosseira Microestrutura Com a continuidade do resfriamento a austenita não convertida em perlita se transforma em martensita ao cruzar a linha M (início) M (início) Transformação por resfriamento contínuo: taxa crítica de resfriamento. Martensita Martensita + Perlita Perlita M (início) Taxa crítica de resfriamento = taxa mínima para produção de uma estrutura totalmente martensítica Te m pe ra tu ra (° C) Tempo (s) Transformação por resfriamento contínuo: taxa crítica de resfriamento para ligas. A presença de outros elementos diminuem a taxa de resfriamento crítica. Comportamento mecânico das ligas Fe-C A cementita é muito mais dura que a ferrita! %p Fe3C Limite de resistência à tração Dureza Brinell Limite de escoamento Ín di ce d e du re za B ri ne ll Composição (%p C) Li m ite d e es co am en to e r es is tê nc ia à t ra çã o (1 03 ps i) Comportamento mecânico das ligas Fe-C Limite de escoamento = tensão mínima para provocar deformação plástica (permanente). Limite de resistência à tração = tensão máxima suportada sob tração sem sofrer fratura. Ex. Esfera de 10 mm P D d Dureza Brinell HB = 2 2πD D- D -d 2P Comportamento mecânico das ligas Fe-C A cementita é muito mais frágil que a ferrita! Alongamento Redução de área En er gi a de im pa ct o Iz od (f t- lb f) Composição (%p C) Du ct ib ili da de (% ) %p Fe3C Comportamento mecânico das ligas Fe-C Perlita fina Perlita grosseira Composição (%p C) Ín di ce d e Du re za B ri ne ll A perlita fina é mais dura que a perlita grosseira! Existe forte aderência entre ferrita e cementita através dos contornos entre as fases e Fe3C. Quanto maior a área superficial, maior a dureza. Os contornos de grão restringem o movimento de discordâncias. Assim, maior área superficial, maior dureza. Comportamento mecânico das ligas Fe-C Menor área de contorno de grãos por unidade de volume = menor dureza e maior ductibilidade Cementita globulizada Composição (%p C) Ín di ce d e Du re za B ri ne ll Perlita fina Perlita grosseira Cementita globulizada Comportamento mecânico das ligas Fe-C Bainita Temperatura de transformaçao (°C) Ín di ce d e du re za B ri ne ll Li m ite d e re si st ên ci a à tr aç ão (M Pa )Bainita Perlita Partículas mais finas Maior resistência Maior dureza. Comportamento mecânico das ligas Fe-C Martensita A liga de aço mais dura, mais resistente e mais frágil! Ín di ce d e du re za B ri ne ll Composição (%p C) Martensita Perlita fina A dureza está associada à eficiência dos átomos de carbono em restringir o movimento das discordâncias. Como a austenita é mais densa que a martensita, ocorre aumento de volume durante a têmpera podendo causar trincas. Comportamento mecânico das ligas Fe-C Martensita Revenida Após a têmpera, a martensita é tão frágil que não pode ser usada na maioria das aplicações. Pode-se melhorar a ductibilidade e a tenacidade da martensita com um tratamento térmico, o revenido. Revenido = aquecimento a temperaturas abaixo da temperatura eutetóide durante algum tempo seguido por resfriamento lento até a temperatura ambiente. Comportamento mecânico das ligas Fe-C O revenido permite, através de processos de difusão, a formação da martensita revenida: Martensita (TCC, monofásica) Martensita revenida ( + Fe3C) Tratamento térmico Comportamento mecânico das ligas Fe-C Martensita Revenida (pequenas partículas de Fe3C em uma matriz de ferrita) CementitaFerrita Martensita Lenticular MartensitaAustenita Comportamento mecânico das ligas Fe-C Martensita Revenida Cementita Globulizada (9300X) (1000X) Comportamento mecânico das ligas Fe-C Martensita Revenida Martensita Martensita revenida a 371°CDu re za B ri ne ll Composição (%p C) A martensita revenida é quase tão dura quanto a martensita! A fase contínua de ferrita confere ductibilidade à martensita revenida Comportamento mecânico das ligas Fe-C Martensita Revenida Du re za R oc kw el l C Du re za B ri ne ll Tempo de tratamento (s) Como o revenido envolve difusão do carbono, quanto maior a temperatura e/ou o tempo de tratamento, maior será a taxa de crescimento (=diminuição da área de contato entre os grãos) das partículas de Fe3C e, portanto, do amolecimento da martensita. Austenita (ferrita CFC) Comportamento mecânico das ligas Fe-C Resumo Perlita ( + Fe3C) Bainita ( + partículas Fe3C Martensita (TCC) Resfriamento lento Resfriamento moderado Resfriamento rápido (têmpera) Martensita revenida Reaquecimento
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