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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___
VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA, ESTADO DE GOIÁS. 
JOÃO MARCELO CAMPOS CORRÊA, brasileiro, solteiro, profissão
(ignorado), inscrito no CPF sob o nº xxx.xxx.xxx-xx, RG nº xxxxxxx, residente e domiciliada
na Rua xxxx, nº xxx, bairro xxxx, CEP xxxx, cidade de Goiânia - GO; por seu (a) advogado
(a) que a esta subscreve regularmente inscrito na OAB nº xxxx, conforme procuração anexa a
este instrumento, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer: 
 
 
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
 
com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição Federal, e art. 310, I, do Código de
Processo Penal, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos: 
 
I) DOS FATOS: 
 
Na data xx/xx/xxxx, por volta das 22 horas, João Marcelo Campos Corrêa
encontrava-se no interior de sua residência quando ouviu um barulho no quintal. Munido de
um revólver, abriu a janela de sua casa e percebeu que uma pessoa, que não pôde identificar
devido à escuridão, caminhava dentro dos limites de sua propriedade. Acreditando tratar-se de
um ladrão, desferiu três tiros que acabaram atingindo a vítima em região letal, causando-lhe a
morte. Ao sair do interior de sua residência, João constatou que havia matado um adolescente
que lá havia entrado por motivos que fogem ao seu conhecimento. Assim, João dirigiu-se à
Delegacia de polícia mais próxima onde comunicou o ocorrido. O Delegado Plantonista, após
ouvir os fatos, prendeu-o em flagrante pelo crime de homicídio. 
 
II) DO DIREITO
 
A prisão em flagrante possui requisitos listados que, quando não observados,
podem caracterizá-la como ilegal. Com efeito, a prisão em flagrante imposta ao Requerente
não atendeu às exigências legais. Sabe-se que referida modalidade de prisão só pode ser
imposta diante das hipóteses previstas no art. 302 do Código de Processo Penal: 
 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I) está cometendo a infração penal; 
II) acaba de cometê-la; 
III) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo
ofendido, ou por qualquer pessoa, em qualquer situação
que faça presumir ser o autor da infração; 
IV) é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis, que façam presumir ser ele o autor da
infração. 
 
Todavia, nenhuma das modalidades acima expostas ocorreu no caso em tela,
tendo em vista que não é possível a prisão em flagrante de quem se apresenta
espontaneamente à autoridade policial. Na apresentação espontânea, hipótese em que o
criminoso, não capturado, procura a autoridade policial para entregar-se, não há
correspondência com qualquer das situações previstas no art. 302 do CPP.
 
No mesmo sentido, antigo acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo dizia
que a principal finalidade da prisão em flagrante é a de evitar a fuga do criminoso. Ora, se este
se apresenta, espontaneamente, à autoridade policial, óbvio é que não há lugar para flagrante. 
 
Assim se tem manifestado a jurisprudência:
 
Apresentação espontânea do acusado - Notícia de crime
levada à polícia pelo próprio autor - Ordem de habeas
corpus concedida (Bol. de Jurisprudência da Biblioteca do
TJSP, v. 2/44).
Não há como falar-se em flagrante delito quando o agente,
depois de haver cometido um crime, apresenta-se
espontaneamente à polícia, confessando a prática do
mesmo. (Revista dos Tribunais, v. 415, p. 54).
A principal finalidade de prisão em flagrante é a de evitar
a fuga do criminoso. Ora, se este se apresenta,
espontaneamente, à autoridade policial, óbvio é que não há
lugar para flagrante. (Revista dos Tribunais, v. 274, p.
105).
Habeas corpus. Processual penal. Prisão preventiva.
Garantia da ordem pública, conveniência da instrução
criminal e efetividade da aplicação da lei penal. Ausência
de elementos concretos. Constrangimento ilegal. 1. A
prisão preventiva não se sustenta quando decretada para
garantia da ordem pública fundada no clamor social e na
repercussão do crime. Também não a justifica, por
conveniência da instrução criminal, a presunção judicial de
constrangimento a testemunhas. 2. Fuga e posterior
apresentação espontânea. Comportamento expressivo de
que a aplicação da lei penal não está ameaçada. Ordem
concedida. (STF, HC 91741, Relatora: Min. ELLEN
GRACIE, Relator p/ Acórdão: Min. EROS GRAU,
Segunda Turma, julgado em 03/06/2008, DJe-167
DIVULG 04-09- 2008 
PUBLIC 05-09-2008 EMENT VOL-02331-01 PP-00148).
 
Prisão em flagrante. Não tem cabimento prender em
flagrante o agente que, horas depois do delito, entrega-se a
polícia, que o não perseguia, e confessa o crime.
Ressalvada a hipótese de decretação da custódia
preventiva, se presentes os seus pressupostos, concede- -se
a ordem de habeas corpus, para invalidar o flagrante. (STF,
RHC 61442, Relator: Min. FRANCISCO REZEK,
Segunda Turma, julgado em 29/11/1983, DJ 10-02-1984
PP-11016 EMENT VOL-01323-02 PP-00224 RTJ VOL-
00108-03 PP-01065). 
O relaxamento de prisão ilegal é previsto na Constituição Federal em seu
artigo 5º, devendo ocorrer quando houver vícios na prisão, devendo seu efeito ser o de soltura
imediata, através do alvará de soltura. Trata-se então de um direito do Requerente
fundamentado pelo artigo 310 do Código de Processo Penal e Artigo 5 LXV da Constituição
federal/88: 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz
deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011). 
I - relaxar a prisão ilegal; 
 
 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguinte: 
[…] 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária. 
Por conseguinte, diante dos ensinamentos da doutrina, da jurisprudência dos
tribunais e dos argumentos ora colacionados, não é possível a prisão em flagrante de quem se
apresenta espontaneamente, uma vez que não se caracterizou a situação de flagrância nos
termos do artigo 302, incisos I, II, III e IV, do Código de Processo Penal. 
III) DO PEDIDO 
 
Por todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência o RELAXAMENTO DA
PRISÃO EM FLAGRANTE imposta ao Requerente, com expedição de ALVARÁ DE
SOLTURA em favor do mesmo, como medida da mais lídima justiça. 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
 
Goiânia/GO, xx de xxxx de xxxx. 
 
(PRENOME E SOBRENOME DO ADVOGADO) 
ASSINATURA OAB/UF (Nº XXX) 
 
Aluna: Bruna Victória Costa de Moura. 
	RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
	ASSINATURA OAB/UF (Nº XXX)

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