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Resumo Epidemiologia - Epidemiologia Descritiva, Indicadores de Morbidade e Mortalidade

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Mariana Cremonezzi Soares – Turma XXVII 
Universidade Nove de Julho – Medicina 
 
RESUMO DE SCAPS – EPIDEMIOLOGIA 
Tipos de Medida em Saúde (Indicadores: 
Razão , Proporção e Taxa) 
Epidemiologia e Medidas em Saúde 
Pelo raciocínio epidemiológico pode-se: 
 Descrever o agravo/doença na busca de padrões de 
distribuição no tempo, espaço e de acordo com 
determinadas características individuais ou coletivas 
Método epidemiológico: 
 Medidas matemáticas auxiliam na identificação de grupos 
que estejam sob maior risco 
 Indicam possíveis causas para que se consiga controlar as 
enfermidades nas populações 
 Permite avaliação de resultados de ações e serviços 
Medidas de Saúde: Indicadores 
Indicadores: auxiliam na descrição e na tomada de decisão para 
ações de saúde 
São medidas que descrevem as características de uma população. 
As medidas do estados de saúde da população representam uma 
atividade central em saúde pública. 
São as medidas-síntese que contêm informações relevantes sobre 
determinadas dimensões do estado de saúde, bem como no 
desempenho do sistema de saúde. 
Para que Servem os Indicadores? 
 Avaliar as condições de saúde em uma área geográfica e em 
períodos delimitados; 
 Facilitar a quantificação, a avaliações e o monitoramento de 
eventos relacionados à saúde e doença; 
 Produzir evidências sobre a situação de saúde e suas 
tendências, como base empírica para identificar grupos 
humanos com maiores necessidades de saúde; 
 Estratificar o risco epidemiológico e identificar áreas críticas 
Tipos de Medida 
Frequência absoluta: número total de casos; não tem 
denominador. Ex.: número de nascidos vivos, número de mulheres 
em idade fértil, número de óbitos, etc. 
Frequência relativa: quociente entre a frequência absoluta e o 
número total 
Mariana Cremonezzi Soares – Turma XXVII 
Universidade Nove de Julho – Medicina 
 
 Fornecem informações mais detalhadas da ocorrência de 
eventos 
 Quantificam ocorrências e prevalências que expressam 
eventos de nascimento, doenças e óbitos relativos á um 
respectivo grupos ou população 
Em conjunto descrevem o panorama epidemiológico: a situação de 
saúde e condições de vida 
Tipos de Medidas de Indicadores: Razão 
Relação entre duas medidas relacionadas entre si 
 O denominador não inclui o numerador 
São duas entidade separadas e distintas 
Medida de frequência de um grupo de eventos relativa à frequência 
de outro grupo de eventos 
Representa quantas vezes o fenômeno “a” da fração ocorre em 
relação ao “b” 
Ex.: a/b 
Tipos de Medidas de Indicadores: Proporção 
Relação entre duas medidas, estando o numerador incluído no 
denominador. Pode ser usada para estimar a probabilidade de um 
evento. 
Mede a frequência relativa de uma parte em relação ao conjunto 
As quantidades devem ser da mesma natureza 
Proporções sempre variam entre 0 e 1 
Porcentagem = proporção x 100 
Ex.: a/a+b 
Tipos de Medidas de Indicadores: Taxa ou Coeficiente 
Relaciona o evento à população, local e tempo 
São medidas aplicadas para cálculos de estimativas e projeções de 
incidência e prevalência em populações de interesse 
O denominador tem uma medida de tempo (pessoa-tempo) 
Expressam a intensidade dos riscos de ocorrência 
Ou seja taxa é definida como a intensidade de mudança em uma 
quantidade por unidade de mudança em outra quantidade, em 
geral o tempo 
 
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Taxa de Letalidade 
Proporção de indivíduos com a doença que morrem 
Taxa de letalidade = número de óbitos/Número de indivíduos com 
a doença 
Taxa de letalidade é: 
 I – Uma medida de incidência de óbito 
 II – Um indicador de prognóstico 
Exemplo de Taxas Usadas como Indicadores de Saúde 
 Taxa de incidência de doenças 
 Taca de mortalidade geral 
 Taxa de mortalidade por idade 
 Taxa de mortalidade por causa 
 Taxa de mortalidade por idade e causa 
Taxa de Mortalidade Geral 
(Em agregados populacionais) 
Taxa anual de mortalidade por todas as causas = Número de 
óbitos por todas as causas em um ano/Número de indivíduos na 
população no meio do ano x 1000/ano 
 
Importante Lembrar 
As razões são usadas como índices 
Ex.: medida de índice de massa corporal 
As proporções são frequências relativas e frequentemente 
estimam (ou são) probabilidades de certos eventos 
Ex.: mortalidade proporcional por suicídio 
As taxas descrevem a velocidade e a direção (padrões) de 
mudança em processo dinâmicos 
Enquanto que as taxas nos dizem quão rapidamente a doença 
ocorre na população, a proporção mede qual a fração da população 
afetada. 
Ex.: taxa de suicídio X mortalidade proporcional por suicídio 
 
 
 
 
 
Mariana Cremonezzi Soares – Turma XXVII 
Universidade Nove de Julho – Medicina 
 
RESUMO DE SCAPS – EPIDEMIOLOGIA 
Revisão Epidemiologia Descritiva 
Qual o conceito de epidemiologia descritiva? 
A epidemiologia, no seu processo descritivo, estuda a distribuição 
de frequência das doenças e dos agravos à saúde coletiva, em 
função de variáveis ligadas ao tempo, espaço e às pessoas, 
possibilitando o detalhamento do perfil epidemiológico, com 
vistas ao aprimoramento das ações de assistência e prevenção da 
doença, de promoção da saúde e também do refinamento das 
hipóteses causais. 
Aplicações Epidemiologia Descritiva 
 Descreve agravos gerais da distribuição de uma doença / 
agravo 
 Investiga como a incidência ou a prevalência de 
determinada doença/agravo varia de acordo com 
determinadas características: ex.: seco, idade, escolaridade, 
renda, etc. 
 Fornecem informações importantes para alocar recursos 
financeiros eficientemente e para planejar programas de 
intervenção ou educacionais 
 Também geram hipóteses sobre fatores determinantes de 
doenças: estas devem ser testadas em estudos analíticos. 
Variáveis Relacionadas a Pessoa 
Evidências sobre o padrão e possível etiologia da doença 
Ex.: Variáveis sócio demográficas – idade, gênero, estado civil, idade 
dos pais, dimensão da família, posição na ordem de nascimento, 
privação de pais, morbidade familiar, raça, cultura, religião, lugar de 
nascimento, grupo étnico. 
Ex.: Variáveis estilo de vida – tabagismo, alimentação, atividade 
física 
Variáveis Relacionadas a Lugar/Espaço 
Avaliar o grau de sobreposição entre o quadro de sobreposição 
entre o quadro da doença e os fatores variáveis no espaço 
Variáveis Relacionadas a Tempo 
Questões a serem respondidas através das variáveis relacionadas 
a tempo: 
 “Quando a doença ocorre, frequentemente ou raramente?” 
OU 
 “A frequência atual é diferente da passada?” 
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Intervalo de tempo: quantidade de tempo transcorrido entre dois 
eventos sucessivos 
Intervalo cronológico: intervalo de tempo datado e definido por 
marcos cronológicos do calendário oficial 
Período: partes de tempo delimitadas, marcadas cronologicamente 
e especificadas 
Estudo da distribuição cronológica: Relação entre um a sequência 
de marcos cronológicos (ex.: anos do calendário, meses, semanas) 
sucessivos e uma variável de frequência 
Tendência secular: estudo de tendências em grandes períodos 
(como a doença/problema se comportou ao longo de vários anos – 
por ex. 10 anos) 
Variáveis Relacionadas a Tempo: Tipos de Variação 
Variação cíclica: um dado padrão de variação é repetido de 
intervalo a intervalo 
 
Variação sazonal: Os máximos e os mínimos ocorrem sempre no 
mesmo período 
 
Variação atípica: Nãoé possível qualquer coerência ou alguma lei 
geral de variação 
 
Variáveis Relacionadas a Tempo: Variações Irregulares dos 
Agravos 
São alterações na frequência de agravos à saúde, em virtude de 
acontecimentos não previsíveis ou, pelo menos, não-enquadrados 
nas demais categorias 
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Exemplos de situações desencadeantes: catástrofes naturais, 
guerras, revoluções, consumo de alimentos estragados. 
Endemia: trata-se da situação quando o número de casos de um 
determinado agravo se mantém relativamente constante em 
espaço geográfico delimitado. 
Epidemia: trata-se da concentração de casos de uma mesma 
doença em determinado local e época, claramente em excesso ao 
que seria teoricamente esperado; devem ser removidas as 
possibilidades de sazonalidade, padrões cíclicos e tendência 
secular. 
Surto epidêmico: Ocorrência epidêmica restrita a um espaço 
extremamente delimitado: colégio, quartel, edifício de 
apartamentos, bairro, salão de festas, evento. 
Pandemia: Trata-se de uma epidemia de grandes proporções, 
envolvendo extensas áreas e um número elevado de pessoas 
(atravessa continentes). 
Algumas considerações: 
 Para uma doença permanecer endêmica numa comunidade 
há a necessidade de uma fonte da qual o agente tenha 
condições de disseminar 
 Essa fonte pode ser o homem, os animais, os vegetais ou o 
solo 
 É muito difícil erradicar uma doença que tiver como fonte os 
animais, os vegetais ou o solo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mariana Cremonezzi Soares – Turma XXVII 
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RESUMO DE SCAPS – EPIDEMIOLOGIA 
Medidas de Frequência de Morbidade – 
Incidência 
O Que são Medidas de Morbidade? 
Medidas criadas para descrever o comportamento de uma doença 
em uma comunidade, ou a probabilidade (risco) de sua 
ocorrência. 
O que é morbidade? Doenças, traumas e lesões, incapacidades. 
Como se mede a morbidade? Incidência e prevalência 
Medidas fundamentais para a construção de indicadores de saúde 
Mais difíceis de obter que as de mortalidade: 
 Morte é evento único e passível de registro obrigatório em 
uma declaração de óbito 
 Morbidade é constituída por múltiplos eventos em várias 
ocasiões da vida 
Porém, refletem melhor que a mortalidade o impacto das doenças 
na vida das pessoas 
Medidas de Frequência de Morbidade 
Expressa o número de casos novos de uma doença (ou agravo à 
saúde) que ocorrem durante um determinado período de tempo 
em uma população sob risco de desenvolver essa doença. 
O que são “casos novos” ou “casos incidentes”? São aqueles 
ocorridos entre indivíduos que não apresentavam a doença de 
interesse no início do período de observação e, portanto, estavam 
sob risco de adoecer. 
Incidência – O que Mede? 
 Incidência = risco absoluto 
 Medida de eventos: transição do estado de não doente para 
doente 
 Estimativa de risco de ocorrência de um evento em uma 
população exposta 
 Expressa mudanças no estado de saúde 
Incidência reflete a dinâmica com que os casos aparecem no grupo: 
“força da morbidade” 
Incidência = Nº de casos novos de uma doença em uma população 
durante um determinado período/Nº de pessoas expostas ao risco 
no mesmo período (sadias no início do seguimento) X constante 
(10n) 
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O que significa “pessoas expostas ao risco”? – Pessoas que podem 
ser acometidas pela doença ou agravo. 
Incidência – Problemas com o denominados 
 Definição da população exposta 
 Caracterização da população 
 Todos, no denominador, devem ter condições de pertencer 
ao numerador 
Incidência Acumulada (Cumulativa): Pessoas Sob Risco 
Probabilidade (risco) de um indivíduo da população vir a 
desenvolver uma doença durante um período específico do tempo 
(ano, mês, semana, vários anos, toda a vida, etc.) 
Utiliza-se o período de tempo em que todos os indivíduos na 
população são considerados sob risco pra o desfecho (doença ou 
agravo) 
Incidência acumulada = Nº de “casos novos” de uma doença em 
uma população durante determinado período/Nº de pessoas sob 
risco da doença no período e local considerados X constante (10n) 
Estimativas Populacionais: Denominador 
As “perdas” (óbitos, mudanças de endereço, abandono, etc.) devem 
ser levadas em conta na análise dos dados 
As perdas podem ser consideradas da seguinte forma: 
 Denominador: população na metade do período 
População na metade do período: 
 Convenção Internacional de Demógrafos 
 Valor já estabelecido nas bases de dados de estimativas 
populacionais (DATASUS) 
 Usada também para cálculos das taxas de mortalidade, 
natalidade e fecundidade 
Densidade de incidência: Pessoas-Tempo (pessoas-ano; pessoas-
mês) em Risco para o Evento 
Casos novos em um dado período de tempo, em relação à 
contribuição de tempo da população em risco para o seguimento 
Cálculo mais complexo e mais preciso da incidência: mede a taxa ou 
velocidade para o desenvolvimento do problema de saúde 
Quando se deseja medir o nº de casos novos em uma população 
que é possível acompanhar o tempo em que cada indivíduo está 
exposto 
 Ex.: Incidência de infecções hospitalares, em que o 
denominador varia de acordo com as novas internações, 
altas e óbitos. 
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Densidade de incidência = Nº de casos novos de uma doença na 
área X durante o período Y/Tempo que a população em risco da 
área X contribuiu para o período total de seguimento Y 
Depende do seguimento completo de cada indivíduo 
 Manejo mais eficiente dos dados: noção do tempo em risco 
para todos os participantes 
Ex.: Em uma classe de 10 alunos, 8 frequentaram a escola durante 
12 meses, 1 frequentou durante 3 meses e 1 durante 1 mês 
 Juntos frequentaram a classe durante [(8x12)+(1x3)+(1x1)] = 
100 pessoas-mês 
 Se 2 casos de meningite tivessem ocorrido nesse ano na 
classe, a densidade de incidência poderia ser expressa por: 
Densidade de incidência = 2/100 = 0,02 casos por pessoa-
mês de observação 
Qual a Diferença entre: “Casos Incidentes” e “Taxa de Incidência” 
Casos incidentes: frequência absoluta 
Taxa de incidência: frequência relativa 
 
 
Taxa de Ataque 
É utilizada quando se investiga um surto de uma determinada 
doença em um local onde há uma população bem definida 
 Residência, creche, escola, quartel, colônia de férias, 
pessoas que participaram de um determinado evento, como 
almoço, casamento, etc. 
Taxa de ataque = Nº de casos novos no local e período 
definidos/População exposta no local e período definidos X100 
Taxa de Ataque Secundário 
Casos novos entre os contatos de casos conhecidos 
Emprega o conceito de “caso-índice” (caso primário): 
 Primeiro caso notificado oficialmente 
Taxa de ataque secundário = Nº de casos surgidos a partir do 
contato com o caso-índice/Nº total de contatos (subtrair casos 
primários ou casos-índices) X100 
 
 
 
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RESUMO DE SCAPS – EPIDEMIOLOGIA 
Medidas de Frequência de Morbidade - 
Prevalência 
Prevalência – O que é? 
Medida de ocorrência (frequência) que mede a proporção de 
indivíduos de uma população que apresenta uma dado agravo à 
saúde 
Envolve, portanto, tanto casos novos quanto antigos 
Sempre varia entre 0 e 1 e pode ser expressa em % ou casos/1000, 
10000, 100000. 
O que influencia a prevalência: 
 Doentes novos(incidência) 
 Doentes que imigram 
 Curas 
 Óbitos 
 Doentes que emigram 
As condições de evolução aguda (ex.: gripe), ou as rapidamente 
fatais (Ex.: raiva), têm baixa prevalência na população 
As condições crônico degenerativas, ou com longo período de 
latência, tendem a aumentar a taxa de prevalência (Ex.: diabetes, 
asma, doença osteoarticular, etc) 
A prevalência está diretamente relacionada à duração do agravo 
Prevalência = Nº de casos de uma de doença existem em uma 
população em determinado momento/Nº de pessoas dessa 
população nesse momento X constante (10n) 
Numerador: O que são casos existentes/totais? 
Pessoas na população que têm/desenvolveram uma doença ou 
pacientes em ambientes clínicos com a doença que desenvolveram 
um desfecho, como recorrência, ou complicações do tratamento. 
Para que são Úteis as Taxas de Prevalência? 
Planejamento, administração e avaliação dos serviços, programas e 
ações de saúde. 
Melhor conhecimento da situação de saúde de uma população 
Não serve como medida de risco 
 
 
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Qual a Diferença entre Prevalência e Incidência? 
 
 
 
 
 
 
Relação entre Prevalência, Incidência e Duração da Doença 
A relação entre prevalência, incidência e duração da doença, em 
uma situação estável, em que nenhuma das variáveis se altera 
muito com o tempo por meio das expressões: 
 Prevalência = incidência X duração da doença 
 Duração da doença = prevalência/incidência 
Prevalência Pontual 
Prevalência sem especificação; prevalência instantânea; prevalência 
em um ponto 
É uma medida estática, relacionada um ponto do tempo (data 
exata: ex.: 28/05/2018) 
Refere-se, portanto, à fração da população que é portadora do 
evento X no momento considerado exato 
Prevalência pontual: Nº de casos de uma doença existentes em 
uma população em um momento exato do tempo/Nº de pessoas 
dessa população nesse exato momento do tempo X constante 
(10n) 
Prevalência no Período (Taxa de Prevalência) 
Refere-se à soma dos casos preexistentes em um determinado 
momento com os casos novos ocorridos no período considerado 
Refere-se, portanto, à fração da população que é portadora do 
evento X no período considerado 
Prevalência no período = Nº de casos existentes no início do 
período + casos novos no período/Nº de pessoas no mesmo 
período X constante (10n) 
 
 
 
 
 
Prevalência: 
Se quer saber: Qual a 
proporção de um grupo 
de pessoas que têm a 
condição clínica de 
interesse? 
É maior principalmente 
para doenças crônicas, 
com longo período de 
latência 
Incidência: 
Se quer saber: Qual a taxa 
de surgimento de novos 
casos com o passar do 
tempo em uma 
população definida 
É maior principalmente 
para doenças infecciosas 
agudas 
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RESUMO DE SCAPS – EPIDEMIOLOGIA 
Medidas de Frequência de Mortalidade 
(Parte 1) – Estatísticas Vitais, Sistemas de 
Informação, Indicadores de Mortalidade 
Estatísticas Vitais 
O que são: 
 Componentes essenciais dos sistemas de informação em 
saúde 
Produzidas a partir de: 
 Nascimento – deve ocorreu imediatamente após o 
nascimento e é um direito humano – confere identidade e 
facilita o acesso a serviços essenciais como saúde, 
educação e benefícios sociais 
 Óbitos – assegura à população o direito à herança, permite 
à sociedade conhecer o próprio perfil epidemiológico e 
oferece a possibilidade de adaptar as políticas públicas 
para evitar determinados tipos de mortes 
Servem para: 
 Tomada de decisão, distribuição de recursos, formulação de 
políticas e intervenções em benefício das diferentes 
populações 
 Descrição e acompanhamento das condições de saúde da 
população 
 Investigação epidemiológica 
 Monitoramento e avaliação de programas e políticas de 
saúde pública 
Sistemas de Informação 
Declaração de Óbito 
Fonte primária identificação do falecido e causas da morte 
1948 – Padronização internacional do modelo de atestado de óbito 
1969 – (OPAS): Definição de causa básica da morte – doença ou 
lesão que inicio a sucessão de eventos mórbidos que levo 
diretamente à morte, ou às circunstâncias do acidente ou à 
violência que produziram a lesão letal 
1976 – Ministério da saúde implantou modelo único de 
Declaração de Óbito (DO) para ser utilizado em todo o território 
nacional, como documento base do Sistema de Informações sobre 
Mortalidade – SIM 
 
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Objetivos Principais da Declaração de Óbito 
Ser o documento padrão para a coleta de informações sobre 
mortalidade – servem de base para o cálculo das estatísticas vitais e 
epidemiológicas do Brasil 
De caráter jurídico – ser o documento hábil, conforme a Lei dos 
Registros Públicos – Nº 6015/73, para lavratura, pelos Cartório de 
registro civil, da certidão de óbito, indispensável para as 
formalidades legais do sepultamento 
Por lei toda a morte deve ser registrada – Lei dos Registros 
públicos Nº 6.015/1973; Nova redação dada pela Lei Nº 
13.484/2017 
Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM 
Objetivo: 
 Captar dados sobre os óbitos ocorridos no Brasil, a fim de 
construir indicadores, processar análises e fornecer 
informações sobre mortalidade para todas as instâncias do 
sistema de saúde 
1975 – desenvolvido pelo ministério da saúde – produto da 
unificação de mais de 40 modelos de instrumentos utilizados no 
país 
1991 – início da fase de descentralização – dados informatizados a 
partir de 1979 
Deve considerar: 
 Qualidade dos dados 
 Cobertura alcançada 
 Agilidade na divulgação 
Possíveis problemas que afetam a qualidade da informação: 
 Erro no preenchimento da causa básica na DO 
 Erro de diagnostico por insuficiência de recursos 
tecnológicos por deficiência de pessoal 
 Desconhecimento do modo de preencher a DO 
Preenchimento da Declaração de Óbito para Causas Naturais: 
 
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Óbitos por Causas Externas 
Conceito CID-10 – causa básica da morte é a circunstância do 
acidente ou violência que produziu a lesão fatal 
Preenchimento da DO cabe ao médico legista – acesso apenas ao 
cadáver e com frequência desconhece as circunstâncias da morte 
Consulta a outras fontes de dados, como o Boletim de Ocorrência 
(BO), para esclarecer a verdadeira causa da morte 
Declaração de Óbito: Como Preencher? 
 
Indicadores de Mortalidade: Taxas e Proporção 
Taxas: representam o risco de determinado evento ocorrer numa 
determinada população 
Proporção: Representam a fatia da pizza do total de casos ou 
mortes, indicando a importância desses casos ou mortes no 
conjunto total 
Somente as taxas medem o risco 
A mortalidade proporcional não tem essa propriedade 
Taxa Bruta ou Taxa Global de Mortalidade 
Taxa global de mortalidade = Nº de óbitos, em determinado 
período/população total, na metade do período X1000 
Quantifica a intensidade do risco que uma população tem de 
morrer por viver em determinada área ou ano 
Não especifica as causas das mortes, sexo ou idade dos que 
morreram 
(Fontes usadas: sistema de informação sobre mortalidade (SIM) e censos ou 
estimativas populacionais) 
 
 
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Taxa de Mortalidade Específica – TME 
Utilizada para a avaliação e comparação das variações 
populacionais, geográficase temporais 
 Por sexo 
 Por causa 
 Por faixa etária = Nº de óbitos de uma faixa 
etária/população total dessa faixa etária X1000 
Taxa de Mortalidade Específica por Sexo / 1000 habitantes 
Taxa de mortalidade específica por sexo = Nº total de óbitos de 
um dado sexo, em determinado período/população total do 
mesmo sexo, na metade do período X1000 
*O padrão de maior mortalidade masculina é encontrado em 
praticamente todas as idades 
Taxa de Mortalidade Específicas por Causas 
Taxa de mortalidade específica por causas = Nº total de óbitos por 
determinada causa (ou grupo de causas), em determinado 
período/População total na metade do período (sob risco da causa 
estudada X1000 ou X100000 
 X1000 grande grupo de causas 
 X100000 causas específicas 
Permite conhecer “de que morreram” as pessoas 
Estima o riso de morte por uma determinada doença ou grupo de 
doenças e dimensiona sua magnitude como problema de saúde 
pública 
*Atenção: As estatísticas de mortalidade por causas NÃO abrangem 
todas as doenças que acometem a população 
Mortalidade Proporcional por Causas 
Mortalidade proporcional por causas = Nº total de óbitos por 
determinada causa (ou grupo de causas), em determinado 
período/Nº total de óbitos no mesmo período X100 
Mortalidade Proporcional de 50 anos ou mais – Índice de Swaroop 
& Uemura 
Quanto mais elevado este índice, melhores são as condições de 
saúde e outras condições sociais e econômicas 
Mortalidade proporcional de 50 anos ou mais = Nº total de óbitos 
de pessoas com 50 anos ou mais de idade, em determinado 
período/Nº total de óbitos no período X100 
 
 
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Índice de Swaroop & Uemura – classificação: 
 1º nível (RMP ≥ 75,0%): países ou regiões onde 75% ou mais 
da população morre com 50 anos ou mais de idade, típico 
de países desenvolvidos 
 2º nível (RMP entre 50,0% e 74,9%): países com certo 
desenvolvimento econômico e regular organização dos 
serviços de saúde 
 3º nível (RMP entre 25,0% e 49,9%) países em estágio 
atrasado de desenvolvimento das questões econômicas e de 
saúde 
 4º nível (RMP < 25,0%): países ou regiões onde 75% ou mais 
dos óbitos ocorrem em pessoas com menos de 50 anos, 
característico de alto grau de desenvolvimento. 
Curvas de Mortalidade Proporcional 
Curvas de Nelson Moraes: representação gráfica dos vários índices 
de mortalidade proporcional, segundo grupos etários definidos. 
Grupos etários: 
 Infantil: < 1 ano 
 Pré-escolar: entre 1 e 4 anos 
 Crianças e adolescentes: entre 5 e 19 anos 
 Adultos jovens: entre 20 e 49 anos 
 Pessoas de meia-idade e idosos: 50 anos ou mais 
Mortalidade proporcional = Nº total de óbitos em determinado 
grupo etário/Nº total de óbitos no período X100 
Evolução do nível de saúde avaliados pelas curvas de mortalidade 
proporcional por idades 
 
 Tipo I: Nível de saúde muito baixo – predomínio de adultos 
jovens (20 a 49 anos), embora a % de óbitos de menores de 
1 ano também seja elevada. 
 Tipo II: Nível de saúde baixo – predomínio de óbitos nas 
faixas infantil (< 1 ano) e pré-escolar (1 a 4 anos). 
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 Tipo III: Nível de saúde regular – Aumento da % de óbitos 
de indivíduos de 50 anos ou mais; Diminuição da % de 
óbitos infantis (< 1 ano). 
 Tipo IV: Nível de saúde elevado - Predomínio quase 
absoluto da % de óbitos de pessoas com idade avançada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE SCAPS – EPIDEMIOLOGIA 
Medidas de Frequência de Mortalidade 
(Parte 2) – Estatísticas Vitais, Sistemas de 
Informação, Indicadores de Mortalidade 
Taxa de Mortalidade por Idade 
A expressão do nº de óbitos por grupo etário é a mais utilizada 
Motivos: 
 Reconhecimento de que a probabilidade de morre está 
muito relacionada à idade 
 Informações sobre a distribuição da mortalidade por faixa 
etária estão habitualmente disponíveis para a análise 
 O deslocamento da concentração de óbitos para grupos 
etários mais elevados reflete a redução da mortalidade em 
idades jovens – sobretudo na infância – e o consequente 
aumento da expectativa de vida da população. 
Taxa de mortalidade por idade = Nº total de óbitos no grupo 
etário, em determinado período/população total do mesmo grupo 
etário, na metade do período X100000 
 
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Taxa de Mortalidade Infantil/ 1000 nascidos vivos 
De 0 meses a 12 meses 
Indicador mais empregado para medir o nível de saúde e de 
desenvolvimento social de uma região 
Estima o risco de um nascido vivo morrer no seu 1º ano de vida 
Taxa de mortalidade infantil = Nº total de óbitos de crianças 
menores de 1 ano, em determinado período/Nº total de nascidos 
vivos, no período X1000 
Classificação: Faixa de nº de óbitos/1000 nascidos vivos 
 Baixo: abaixo de 20 
 Médio: entre 20 e 49 
 Alto: acima de 50 
Taxa de Mortalidade Neonatal 
(infantil e precoce) 
Óbitos de crianças com até 27 dias de vida 
Fatores relacionados à assistência pré-natal, ao parto e ao recém-
nascido 
Predomina em áreas de alto nível de saúde (mortalidade infantil 
baixa) 
Subdividido nos componentes neonatal precoce (0 a 6 dias) e 
neonatal tardio (7 a 27 dias) 
*46% dos óbitos de crianças menores de 5 anos ocorrem no 
período neonatal 
Taxa de mortalidade neonatal = Nº total de óbitos de crianças com 
até 27 dias de vida, em determinado período/Nº total de nascidos 
vivos, no período X1000 
Taxa de mortalidade neonatal precoce = Nº total de óbitos de 
crianças com até 6 dias de vida, em determinado período/Nº total 
de nascidos vivos, no período X1000 
Taxa de mortalidade neonatal tardia = Nº total de óbitos de 
crianças entre 7 a 27 dias de vida, em determinado período/Nº total 
de nascidos vivos no período X1000 
Taxa de Mortalidade Pós-Neonatal 
Óbitos de crianças de 28 dias de vida até 1 ano incompleto 
Fatores relacionados ao ambiente (saneamento, agente infecciosos, 
desnutrição) 
Mariana Cremonezzi Soares – Turma XXVII 
Universidade Nove de Julho – Medicina 
 
Predomina em áreas de BAIXO NÍVEL DE SAÚDE (com mortalidade 
infantil alta) 
Taxa de mortalidade pós-neonatal = Nº total de óbitos de crianças 
de 28 dias de vida até 1 ano incompleto, em determinado 
período/Nº total de nascidos vivos, no período X1000 
Taxa de Mortalidade Perinatal 
Óbitos fetais com: idade igual ou superior a 22 semanas de 
gestação (154 dias) ou feto com peso corporal igual ou superior a 
500 gramas e/ou comprimento igual ou superior a 25 cm até 6 
dias incompletos de vida 
Taxa de mortalidade perinatal: Nº total de óbitos fetais a partir de 
22 semanas de gestação + óbitos de crianças de 0 a 6 dias 
incompletos de vida em determinado período/Nº total de 
nascimentos (nascidos vivos + óbitos fetais a partir de 22 semanas 
de gestação) X1000 
Algumas considerações: 
 Indica a probabilidade de um feto nascer sem qualquer sinal 
de vida (natimorto) ou, nascendo vivo, morrer na 1ª semana 
de vida. 
 Essa taxa é influenciada por: peso ao nascer; qualidade da 
assistência pré-natal; assistência ao parto; assistência ao 
recém nascido. 
 Nascidos vivos X perda fetal: semelhança de causas de 
morte 
Algumas limitações: 
 Dificuldade pra quantificar o numero de natimortos 
 A informação sobre a duração da gestação é 
frequentemente omitida na Declaração de Óbito 
 Antes do CID-10 (implementada no Brasil em 1996) era 
adotado como período perinatal a idadegestacional a partir 
de 28 semanas. 
Considerando a subnotificação de óbitos fetais e a precariedade 
da informação disponível sobre o tempo de gestação, recomenda-
se que, no cálculo do indicador, seja utilizado o Nº total de óbitos 
fetais informados, independente da duração da gestação 
Taxa de mortalidade na infância 
Em menores de 5 anos 
Representa uma boa aproximação da probabilidade de morrer 
entre o nascimento e os 5 anos de idade 
Mariana Cremonezzi Soares – Turma XXVII 
Universidade Nove de Julho – Medicina 
 
Seu uso é recomendado pelo Fundo das Nações Unidas para a 
Infância (UNICEF) 
É utilizado para medir os níveis e alterações relacionadas ao bem-
estar da criança 
Taxa de mortalidade em menores de 5 anos = Nº total de óbitos 
de crianças menores de 5 anos de idade, em determinado 
período/Nº total de nascidos vivos, no período X1000 
Indicadores de Mortalidade Materna 
Morte materna: Óbito de mulher em idade fértil devido a 
complicação da gestação, do parto e do puerpério (até 42 dias 
após o parto) 
 Causas obstétricas diretas: aquelas próprias ou específicas 
do ciclo gravídico-puerperal, como toxemia gravídica, rotura 
de útero, infecção puerperal e o descolamento prematuro 
de placenta 
 Causas obstétricas indiretas: não específicas da gravidez, 
parto ou puerpério, mas agravadas ou complicadas nesses 
períodos, como o diabetes ou doenças cardíacas 
*Segundo a OMS, a morte materna pode ser evitada em cerca de 
95% dos casos. 
 
Taxa de Mortalidade Materna 
Nº total de óbitos por causas ligadas à gravidez, parto e puerpério, 
em determinado período/Nº total de nascidos vivos, no período 
X100000 
Nº de óbitos maternos, por 100 mil nascidos vivos de mães 
residentes em determinado espaço geográfico, no ano considerado 
Mortalidade Proporcional de Menores de 1 Ano 
Nº total de óbitos de crianças menores de 1 ano, em determinado 
período/Nº total de óbitos no período X100 
Taxa de Letalidade (ou Fatalidade) 
Revela a “gravidade do agravo” 
Em geral, as taxas de letalidade calculadas com dados dos registros 
rotineiros de informações de saúde e tendem a ser mais elevadas 
do que as reais, por subestimativa do Nº total de doentes 
As taxas de letalidade (L), mortalidade (M) e incidência (I) estão 
relacionadas pela fórmula: L = M/I 
Taxa de letalidade = Nº total de óbitos por determinada doença, 
em determinado período/Nº total de casos da mesma doença 
X100

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