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Prova 2 Economia Política II

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A acumulação primitiva – Alonso 
‘Dados esses limites, o processo de acumulação de capital da manufatura 
é um processo de acumulação primitiva, pelo fato de se constituir na 
gênese do capitalismo e por exercer poder pela violência.’ 
Há um limite para manufatura delimitado pelo trabalhador e sua natureza, 
isso impossibilita a aumento da produtividade do trabalho, pois o tempo de 
trabalho necessário para produção depende de algum grau de destreza e 
habilidade do trabalhador, dando poder de resistência do trabalhador 
frente ao capital, pois há dificuldade em formar um mercado de trabalho 
de grandes proporções. Sendo assim, para aumentar a produção é 
necessário mais trabalhadores, porem praticamente inviável pois será 
despendido alto valor com o pagamento da força de trabalho, como esse 
valor determina os meios de subsistência do trabalhador, os salários 
aparecem como variáveis independentes e com incapacidade de redução, 
isso fara que o processo de acumulação pela manufatura tropece em 
barreiras. Por isso a manufatura aparece como meio de extração de mais 
valia absoluta. ‘Em outras palavras, dada a limitada capacidade da 
manufatura de incrementar a produtividade do trabalho, os 
prolongamentos da jornada de trabalho caracterizarão o período 
manufatureiro’. 
A outra face da limitação da manufatura, está em relação ao crescimento 
do capital constante da demanda de força de trabalho. O capital constante 
está relacionado ao capital investido no processo de produção, esse 
capital crescerá lentamente em relação ao capital variável, valor 
despendido nos salários. Isso significa que a demanda de força de trabalho 
no mercado cresce em mesma proporções que a acumulação de capital. 
O processo de acumulação de capital manufatureiro não possui meio de 
regular o próprio mercado de trabalho que será controlado apenas pela 
legislação. Essa por sua vez será usada como ferramenta da burguesia 
para sujeitar os trabalhadores conforme fosse mais conveniente aos 
capitalistas mantendo o trabalhador sob subordinação. Sendo assim, o 
fato de a limitação do trabalhador ser uma barreira a produtividade, a 
subordinação e a ampliação das jornadas de trabalhos legalizadas pelo 
Estado tornaram primitivo o processo de acumulação capitalista desse 
período. 
A manufatura se mostrará incapaz de gerar seus próprios mercados, 
diferente do modo de produção capitalista plenamente constituído que ao 
transformar mais-valia em capital resulta na expansão de seus mercados. 
Nesse momento teremos ainda a produção dos instrumentos da 
manufatura ainda de forma artesanal, propagando a inexistência de um 
departamento produtor me meios de produção, impondo barreiras técnicas 
ao desenvolvimento da manufatura e de seus mercados. Será apenas o 
desenvolvimento do capital mercantil que irá regular o ritmo de 
acumulação do capital manufatureiro, pois esse com a ajuda do Estado irá 
interferir nas políticas. O protecionismo criado pelo Estado possibilitara a 
reserva dos mercados coloniais para a produção manufatureira 
metropolitana, garantindo mercados na metrópole e nas colônias, 
relevando o caráter primitivo do processo de acumulação de capital. 
Todo esse processo indica que se conformava uma estrutura heterogênea, 
pois compreendia várias formas de organização da produção que era 
realizada pelo capital comercial. Esse capital manipulara expressivos 
volumes de patrimônio dinheiro e conhece mercados compradores e 
vendedores, por isso será o comerciante quem pode lucrar com a compra 
e venda de mercadorias. O capital comercial atuara sobre a estrutura de 
pequenos produtores independentes que resultou da crise do sistema 
feudal, e, nessas condições, o aumento da produção de mercadorias 
poderá ser realizado de suas maneiras, transformando a economia natural 
em produtora de valores e alterando as formas de organização da 
produção, de maneira a incrementar a produtividade. 
Com isso, nenhuma forma de organização é capaz de incrementar 
constantemente a produtividade de trabalho. Ou seja, a acumulação de 
capital irá depender do apoio do governo e da violências extra econômica. 
O capital mercantil cumprira o papel progressivo promovendo a 
mercantilização da produção e impulsionando as transformações na 
esfera produtiva. Mas em dados momento esse capital irá se apegar as 
suas bases impossibilitando a revolução e bloqueando o desenvolvimento 
capitalista. 
A manufatura para Marx apesar de tudo terá um caráter capitalista, pois 
será realizado o tanto de produção que houver de força de trabalho 
havendo aumento do número de trabalhadores empregados. Se emprega 
mais gente há a necessidade de mais capital constante, 
consequentemente há o aumento das condições de trabalho comum, há o 
uso de mais matéria prima, aumentando o volume de capital mínimo para 
produzir. E por outro lado há também o aumento da transformação da força 
de trabalho em capital, sendo esse um caráter capitalista da manufatura. 
Como as ferramentas vão ficando mais cara, há uma divisão com o 
aumento das forças de produção social a custo de redução da força 
produtiva individual. 
A acumulação primitiva irá se basear em violência dando origem ao 
capitalismo e a uma classe social que nada faz. A manufatura imprime 
limitações em cima da origem do capitalismo, pois essa é incapaz de 
aumentar a produtividade do trabalho constante pois esbarra na 
incapacidade manual, limitando a extração da mais valia relativa. Além 
disso, limita o nível de subsistência diminuindo o salário e junto com os 
outros fatores, leva a limitação e redução da orça de trabalho. Isso irá 
implicar depois de certo tempo na extração de mais-valia absoluta na 
prolongação das jornadas de trabalho. Como não há ainda a 
maquinofatura, a composição orgânica do capital cresce lentamente, 
sendo obrigado a contratar mais trabalhadores, assim, aumento da 
acumulação irá aumentar a demanda por força de trabalho, ainda em uma 
sociedade com pouca especialização, isso resulta em aumento de 
salários, frisando a necessidade de consolidação de mercado de trabalho. 
O Capital, Marx – Capítulo 21, Reprodução Simples 
O processo social de reprodução é simultaneamente um processo de 
reprodução, pois é impossível uma sociedade continuar o processo de 
produção sem converter uma parte de seus produtos em meios de 
produção. Assim, como uma sociedade não deixa de produzir ou 
consumir, o processo de produção será contínuo ou percorrerá sempre os 
mesmos estágios. 
‘O processo de produção é introduzido com a compra da força de trabalho 
por um tempo indeterminado e essa introdução é constantemente 
renovada, porem o trabalhador só é pago depois de sua força de trabalho 
ter atuado e realizado tanto o próprio valor, o salário, como o mais-valor 
em mercadorias. O capitalista lhe paga em dinheiro o valor das 
mercadorias, mas o dinheiro não á mais do que a forma transformada do 
trabalho.’ 
Ou seja, enquanto o trabalhador converte um pouco do meio de produção 
em produto, uma parte de seu produto anterior se reconverte em dinheiro. 
A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria disfarçam 
a transação. Sendo assim, o capital variável ou o valor despedido nos 
salários, é uma forma histórica da manifestação do meio de subsistência 
que o trabalhador necessita para sobreviver. Marx diz que o capitalismo 
entende como consumo produtivo o consumo individual de cada 
trabalhador para a sua sobrevivência, todo consumo além disso é 
chamado de consumo improdutivo. Porem, de fato, o consumo individual 
é improdutivo para o mesmo e produtivo para somente o capitalista, isso 
porque é a produção da força produtora de riqueza.O processo de produção é introduzido com a compra da força de trabalho 
por um tempo determinado, e essa introdução e constantemente 
renovada. Mas, o trabalhador só é pago depois de sua força de trabalho 
ter atuado e realizado tanto seu próprio valor como o mais-valor em 
mercadorias. Podemos dizer que a produção é circular e sempre se renova 
pois na própria produção o trabalhador consome, por meio do seu trabalho, 
os meios de produção transformando-os em produtos de valor maior que 
o do capital adiantado. Ao mesmo tempo há o consumo da força de 
trabalho que o capitalista comprou. Então, o trabalhador irá gastar em 
meios de subsistência o dinheiro pago na compra da força de trabalho, 
esse será seu consumo individual. 
O consumo produtivo e o consumo individual do trabalho atuam como 
força motriz do capital e pertence ao capitalista. O trabalhador irá se 
abastecer de meios de subsistência para manter sua força de trabalho em 
funcionamento. Do ponto de vista do capital, a classe trabalhadora é um 
acessório do capital e seu consumo individual é um momento do processo 
de reprodução do capital. Portanto, em seu desenrolar, o processo 
capitalista de produção reproduz uma divisão entre a força de trabalho e 
as condições de trabalho. Com isso ele força continuamente o trabalhador 
a vender sua força de trabalho para viver e capacita continuamente o 
capitalista a compra-la para se enriquecer. 
Assim, o processo capitalista de produção, produz não somente a 
mercadoria e o mais-valor, como também produz e reproduz a própria 
relação capitalista: de um lado o capitalista e de outro o trabalhador 
assalariado. 
‘Mesmo seu consumo individual, dentro de certos limites, não é mais do 
que um momento do processo de reprodução do capital.’ Ele cuidara de 
seu constante ressurgimento. 
 
Capítulo 22, Transformação de mais-valor em capital 
1 – O PROCESSO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA EM ESCALA 
ALARGADA. CONVERSÃO DAS LEIS DE PROPRIEDADE DA 
PRODUÇÃO DE MERCADORIAS EM LEIS DA APROPRIAÇÃO 
CAPITALISTA. 
Acumulação de capital é a aplicação de mais-valia como capital ou e 
retransformação de mais-valia em capital. 
O “valor do capital” é o adiantamento em forma de dinheiro. A “mais-valia” 
é uma forma de valor determinada a partir do produto bruto, é uma parte 
determinada desse produto. Quando o produto é vendido transformado em 
dinheiro, o valor do capital readquire sua forma produtiva e a mais-valia 
surge. A partir disso o valor de capital e a mais-valia em forma de dinheiro 
são aplicados pelo capitalista na aquisição de mercadoria, para que 
capacite o recomeço da produção do seu artigo numa escala ampliada. 
A produção anual tem que fornecer todas as ferramentas necessárias para 
repor os componentes materiais do capital consumidos no decorrer do 
ano. Retirando o valor desses objetos resta o produto liquido ou mias-
produto, nesse por sua vez estará inserido a mais-valia. Quando esse valor 
é gasto por inteiro voltamos a uma reprodução simples, mas aqui, esse 
valor será destinado a reprodução da produção, e com isso temos a 
acumulação de capital. 
2 – CONCEPÇÃO ERRÔNEA, POR PARTE DA ECONOMIA POLÍTICA, 
DA REPRODUÇÃO EM ESCALA AMPLIADA. 
Para remover o pensamento do equívoco na Economia Clássica, a 
burguesia anunciava incansavelmente que para ter a acumulação de 
capital é necessário que não se consuma todo o existente, e sim, que se 
dispenda boa parte desse valor em contratação de trabalhadores que 
rendem mais do que custam. Adam Smith criou o pensamento de 
acumulação como consumo do mais-produto, ou seja, quanto mais 
produtivo o trabalhador mais acumulador de riquezas ele é. 
4 – CIRSUNSTÂNCIAS QUE DETERMINAM O VOLUME DA 
ACUMULAÇÃO 
A taxa de mais-valor depende, em primeiro momento, do grau de 
exploração da força de trabalho. Logo, se um capitalista deseja aumentar 
sua produtividade é necessário contratar mais trabalhadores, porém com 
isso terá que adiantar um novo valor de capital referente a esses novos 
trabalhadores. No entanto ele pode fazer com que os trabalhadores atuais 
trabalhem mais o horário padrão, ocorrendo apenas a depreciação dos 
meios de produção e da força de trabalho do trabalhador mais rápido. 
Desse modo, o trabalho adicional, produzido por uma maior distinção da 
força de trabalho, pode aumentar o mais-produto e o mais-valor, a 
substancia da acumulação, sem um aumento proporcional da parte 
constante do capital. Na indústria extrativa, como o objeto principal vem 
da natureza, o capital constante se compõe aqui dos meios de trabalho 
que podem suportar uma jornada a mais de trabalho. Na agricultura, é 
impossível ampliar sem um adiantamento dos recursos, desse modo, um 
maior volume de trabalho executado pelo número atual de trabalhadores 
eleva a fertilidade sem exigir um novo adiantamento de meios de trabalho. 
Por fim na indústria propriamente dita, todo gasto adicional de trabalho 
pressupõe o correspondente gasto adicional de matérias-primas, mas não 
necessariamente de meios de trabalho, então esta irá se beneficiar 
também do acréscimo de produtos que as outras produzirem sem 
acréscimo de capital. 
Outro fator importante na cumulação de capital é o grau de 
produtividade do trabalho social. Com a força produtiva do trabalho 
cresce a massa de produtos na qual resultara o mais-valor. Se a taxa 
de mais-valor se mantem constante ou decresce do que a força 
produtiva, cresce a massa do mais-produto.? 
O capital, ao incorporar os dois formadores originais de riquezas, força de 
trabalho e a terra, adquire uma força expansiva que lhes permite estender 
os elementos da sua acumulação além dos limites aparentemente fixados 
por sua própria grandeza, limites esses estabelecidos pelo valor e pela 
massa dos meios de produção já produzidos, nos quais o capital tem sua 
existência. 
 
 
 
CAPÍTULO 23 – A LEI GERAL DA ACUMULAÇÃO CAPITALISTA 
3. Produção progressiva de uma superpopulação relativa ou exército 
industrial de reserva 
(…) Se, por exemplo, em decorrência de uma conjuntura favorável, a 
acumulação é especialmente intensa numa determinada esfera da 
produção, fazendo com que os lucros sejam aí maiores do que os lucros 
médios e atraindo para ela o capital adicional, então ocorre, naturalmente, 
um aumento da demanda de trabalho e do salário. O salário mais alto atrai 
uma parte maior da população trabalhadora para a esfera favorecida, até 
que ela esteja saturada de força de trabalho e o salário caia novamente 
para o nível médio anterior ou, caso o afluxo tenha sido grande demais, 
para um nível abaixo dele. (…) 
(…) A superpopulação relativa é, assim, o pano de fundo sobre o qual se 
move a lei da oferta e da demanda de trabalho. (…) 
[pg. 714] 
(…) Isso significa, portanto, que o mecanismo da produção capitalista vela 
para que o aumento absoluto de capital não seja acompanhado de um 
aumento correspondente da demanda geral de trabalho. E a isso o 
apologista chama de uma compensação pela miséria, sofrimentos e 
possível morte dos trabalhadores deslocados durante o período de 
transição, que os expulsa para as fileiras do exército industrial de reserva! 
A demanda de trabalho não é idêntica ao crescimento do capital, e a oferta 
de trabalho não é idêntica ao crescimento da classe trabalhadora, os 
dados estão viciados. O capital age sobre os dois lados ao mesmo tempo. 
Se, por um lado, sua acumulação aumenta a demanda de trabalho, por 
outro, sua “liberação” aumenta a oferta de trabalhadores. O movimento da 
lei da demanda e oferta de trabalho completa, sobre essa base, o 
despotismo do capital. Tão logo os trabalhadores desvendam, portanto, o 
mistério de como é possívelque, na mesma medida em que trabalham 
mais, produzem mais riqueza alheia, de como a força produtiva de seu 
trabalho pode aumentar ao mesmo tempo que sua função como meio de 
valorização do capital se torna cada vez mais precária para eles; tão logo 
descobrem que o grau de intensidade da concorrência entre eles mesmos 
depende inteiramente da pressão exercida pela superpopulação relativa; 
tão logo, portanto, procuram organizar, mediante trade’s unions etc., uma 
cooperação planificada entre empregados e os desempregados com o 
objetivo de eliminar ou amenizar as consequências ruinosas que aquela 
lei natural da produção capitalista acarreta para sua classe, o capital e seu 
sicofanta, o economista político, clamam contra a violação da “eterna” e, 
por assim dizer, “sagrada” lei da oferta e demanda. Toda solidariedade 
entre os ocupados e os desocupados perturba, com efeito, a ação livre 
daquela lei. Por outro lado, assim que, nas colônias, por exemplo, surgem 
circunstâncias adversas que impedem a criação do exército industrial de 
reserva e, com ele, a dependência absoluta da classe trabalhadora em 
relação à classe capitalista, o capital, juntamente com seu Sancho Pança 
dos lugares-comuns, rebela-se contra a lei “sagrada” da oferta e demanda 
e tenta dominá-la por meios coercivos. 
[pg. 715 e 716] 
 
4. Diferentes formas de existência da superpopulação relativa. A lei geral 
da acumulação capitalista 
O sedimento mais baixo da superpopulação relativa habita, por fim, a 
esfera do pauperismo. Abstraindo dos vagabundos, delinquentes, 
prostitutas, em suma, do lumpemproletariado propriamente dito, essa 
camada social é formada por três categorias. Em primeiro lugar, os aptos 
ao trabalho. (…) Em segundo lugar, os órfãos e os filhos de indigentes. 
(…) Em terceiro lugar, os degradados, maltrapilhos, incapacitados para o 
trabalho. Trata-se especialmente de indivíduos que sucumbem por sua 
imobilidade, causada pela divisão do trabalho, daqueles que ultrapassam 
a idade normal de um trabalhador e, finalmente, das vítimas da indústria – 
aleijados, doentes, viúvas, etc.(…) O pauperismo pertence aos custos 
mortos da produção capitalista, gastos cuja maior parte, no entanto, o 
capital sabe transferir de si mesmo para os ombros da classe trabalhadora 
e da pequena classe média. 
(…) Por fim, quanto maior forem as camadas lazarentas da classe 
trabalhadora e o exército industrial de reserva, tanto maior será o 
pauperismo oficial. Essa é a lei geral absoluta da acumulação capitalista. 
(…) 
É compreensível a insensatez da sabedoria econômica, que prega aos 
trabalhadores que ajustem seu número às necessidades de valorização 
do capital. 
A lei segundo a qual uma massa cada vez maior de meios de produção, 
graças ao progresso da produtividade do trabalho social, pode ser posta 
em movimento com um dispêndio progressivamente decrescente da força 
humana, é expressa no terreno capitalista – onde não é o trabalhador 
quem emprega os meios de trabalho, mas estes o trabalhador – da 
seguinte maneira: quanto maior a força produtiva do trabalho, tanto maior 
a pressão dos trabalhadores sobre seus meios de ocupação, e tanto mais 
precária, portanto, a condição de existência do assalariado, que consiste 
na venda da própria força com vistas ao aumento da riqueza alheia ou à 
autovalorização do capital. (…) 
[pg. 719 e 720] 
(…) a acumulação de riqueza num polo é, ao mesmo tempo, a acumulação 
de degradação moral no polo oposto, isto é, do lado da classe que produz 
seu próprio produto como capital. 
[pg. 721] 
Nas seções sobre a jornada de trabalho e a maquinaria foram 
desvendadas as circunstâncias sob as quais a classe trabalhadora 
britânica criou um “aumento inebriante de riqueza e poder” para as classes 
possuidoras.(…) Para o pleno esclarecimento das leis da acumulação, é 
preciso atentar também para sua situação fora da oficina, para suas 
condições de alimentação e moradia.(…) 
(…) Na análise da estatística dos indigentes, devem-se ressaltar dois 
pontos. Por um lado, o movimento de alta e baixa da massa de indigentes 
reflete as variações periódicas do ciclo industrial. Por outro lado, a 
estatística oficial engana cada vez mais sobre o verdadeiro volume do 
pauperismo, à medida que, com a acumulação do capital, desenvolve-se 
a luta de classes e, por conseguinte, a consciência de si dos trabalhadores. 
Por exemplo, a barbárie no tratamento dado ao indigente, que motivou 
protestos tão ruidosos da imprensa inglesa nos últimos dois anos, vem de 
longa data. (…) Mas o terrível aumento das mortes por inanição em 
Londres, durante o último decênio, é a prova incontestável do horror dos 
trabalhadores ante a escravidão da workhouse, essa penitenciária da 
miséria. 
[pg. 728 e 729

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