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AULA_02_ADM I

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD 
 Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP 
	
	Código e Nome da Disciplina J589– DIREITO ADMINISTRATIVO I
	Créditos Teórico / Prático 4,0
	
	
	Curso DIREITO
	Centro CCJ
	Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min
	Professor: João Marcelo Rego Magalhães
	Aula 02
	UNIDADE I – DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
Conceito
Codificação do Direito Administrativo
Relação com outras áreas da Ciência do Direito
Fontes do Direito Administrativo
Princípios do Direito Administrativo
5.1. Princípios Gerais do Direito Público
5.2. Princípios de Direito Administrativo expressos na Constituição (Princípios Constitucionais da Administração Pública)
5.3. Princípios de Direito Administrativo consagrados pela Doutrina
1. Conceito
O Direito Administrativo é, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o ramo do direito público que disciplina a função administrativa do Estado, bem como os órgãos que a exercem.
Conforme José dos Santos Carvalho Filho trata-se do conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado.
Para Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.
2. Codificação do Direito Administrativo
O Direito Administrativo não possui um “código” próprio, mas um amplo conjunto de normas esparsas que cuidam dos mais diversos temas. A seguir listamos as principais leis e decretos que tratam dos temas� de Direito Administrativo (em ordem cronológica):
Agentes Públicos: lei 8112/90, lei 9962/2000
Consórcios Públicos: lei 11107/2005, decreto 6017/2007
Controle da Administração Pública: lei 4898/65, lei 9868/99, lei 9882/99
Finanças Públicas: lei 4320/64, lei complementar 101/2000
Garantias Constitucionais: lei 1533/51, lei 4717/65, lei 7347/85, lei 9507/98
Improbidade Administrativa: lei 8429/92
Licitações e Contratos: lei 8666/93, lei 10520/02, decreto 5450/2005, decreto 5504/05
Processo Administrativo: lei 9784/99
Serviços Públicos: lei 8987/95, lei 9074/95
3. Relação com outras áreas da Ciência do Direito 
A relação de maior intimidade do Direito Administrativo é com o Direito Constitucional. É o Direito Constitucional que alinha as bases e os parâmetros do Direito Administrativo; este é, na verdade, o lado dinâmico daquele. Na Constituição de 1988 encontramos os princípios da Administração Pública (art. 37), as normas sobre servidores públicos (arts. 39 a 41), as competências do Poder Executivo (arts. 84 e 85), além das regras fundamentais sobre desapropriação (arts. 5º, XXIV, 182, 184 e 243), concessão de serviços públicos (art. 175), contratos e licitações (art. 37, XXI) e responsabilidade extracontratual do Estado (art. 37, § 6º).
Com o Direito Processual o Direito Administrativo se relaciona pela circunstância de haver em ambos os ramos a figura do processo; embora incidam alguns princípios próprios de cada disciplina, são muitos os pontos de contato entre os processos administrativos e os judiciais.
A relação com o Direito Penal se dá em virtude de várias leis administrativas tipificarem algumas condutas como crimes contra a Administração Pública�.
O poder de polícia é o elo de ligação entre o Direito Administrativo e o Direito Tributário, tendo em conta que o exercício do poder de polícia pela Administração Pública enseja a cobrança das chamadas “taxas de polícia” (art. 145 da Constituição e arts. 77 e 78 do CTN).
No que se refere ao Direito Civil anote-se que a teoria civilista dos atos e negócios jurídicos e a teoria geral dos contratos se aplica supletivamente aos atos e contratos administrativos.
O Direito Urbanístico contém normas típicas de Direito Administrativo, posto que disciplina a ocupação dos espaços urbanos.
A concessão de serviços públicos é um tema na qual convergem o Direito Administrativo, o Direito do Consumidor e o Direito Econômico.
4. Fontes do Direito Administrativo
A fonte primordial do Direito Administrativo é a lei. Quando discorrermos sobre o princípio da legalidade administrativa veremos que o administrador está rigorosamente adstrito à obediência da legislação, o que engloba desde os atos normativos de mais baixa hierarquia (portarias, resoluções, instruções normativas, regulamentos internos) até as leis ordinárias e complementares e ainda a Constituição Federal.
Inobstante a exigência do estrito cumprimento do princípio da legalidade administrativa, temos como fontes subsidiárias do Direito Administrativo os princípios gerais de Direito, os princípios de Direito Administrativo, a doutrina e a Jurisprudência�.
5. Princípios do Direito Administrativo
Devemos, antes de tudo, salientar que os princípios da supremacia e da indisponibilidade do interesse público são princípios gerais de direito público, e como tais, orientam também o Direito Administrativo.
Cabe ainda divisar os princípios administrativos em dois grupos: os que expressamente constam do capítulo constitucional acerca da Administração Pública e os plenamente reconhecidos pela doutrina e por algumas normas legais�.
Os princípios de Direito Administrativo que estão expressos na Constituição são:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
 Os princípios consagrados pela Doutrina (alguns já devidamente positivados pela Lei 9784/99) são:
Finalidade
Autotutela
Motivação
Razoabilidade 
Proporcionalidade 
Contraditório e Ampla Defesa 
Segurança jurídica 
Interesse público 
A seguir, passamos a analisar com maiores detalhes os princípios do Direito Administrativo.
� Nem todos os temas de Direito Administrativo estão contemplados na relação apresentada.
� Tais tipificações são diversas daquelas descritas na parte especial do Código Penal como crimes contra a Administração Pública.
� Os princípios de Direito Administrativo têm tido cada vez mais destaque em decisões do STF. A Súmula Vinculante nº 13, publicada no DJ em 29/08/2008, que trata dos casos de nepotismo, teve sua fundamentação inteiramente apoiada nos princípios da moralidade e da eficiência. Ressalte-se que o instituto da Súmula Vinculante é, em si mesmo, uma criação que fortalece consideravelmente o papel da Jurisprudência como fonte do Direito.
� Tal divisão é adotada de forma bastante didática na obra do professor José dos Santos Carvalho Filho.
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