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RELACOES INTERPESSOAIS - UNIASSELVI

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RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Kelly Luana Molinari Corrêa
TEMA PEDAGÓGICO
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Pró-Reitor da Pós-Graduação EAD: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
 Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
 Prof. Ivan Tesck
 Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2015
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Sumário
1. Apresentação .......................................................................7
2 Desenvolvimento da Competência Social
 e Das Relações Interpessoais ............................................7
3 Contextos e Demandas de Habilidades Sociais ................8
3.0.1 Contexto Familiar ................................................9
3.0.2 Relações Conjugais...........................................10
3.0.3 Relações entre pais e filhos ...........................11
3.1 Contexto Escolar .......................................................12
3.2 Contexto de trabalho .................................................12
4 Habilidades Sociais Para Uma Nova Sociedade ...............14
4.1 Aprendendo a Aprender: a Automonitoria ................14
4.2 Habilidades Sociais de Comunicação ........................15
4.2.1 Fazer e Responder Perguntas ..........................15
4.2.2 Gratificar e Elogiar ...........................................17
4.2.3 Receber e Dar feedback ...................................17
4.2.4 Iniciar, manter e encerrar conversação ........18
5 Referências .........................................................................19
7
 tema pedagógico
1. Apresentação
Caro(a) pós-graduando(a), 
O conceito de relacionamento interpessoal deriva dos campos da Sociologia e 
da Psicologia e significa relação entre dois ou mais indivíduos. Essa relação ocorre 
em vários contextos em que o indivíduo está inserido: familiar, escolar, de trabalho. 
Dependendo do contexto em que se desenvolve esse processo de interação, 
as variáveis desse relacionamento são diferentes, podendo conter vários níveis e 
envolver diferentes sentimentos, como amor, amizade, solidariedade, entre outros. 
O relacionamento interpessoal pode ser marcado também por características e 
situações, como competência, transações comerciais, inimizade, etc. Conflitos 
podem surgir por uma divergência entre dois ou mais indivíduos, o que pode 
determinar e alterar o relacionamento. 
Nossa vida é repleta de relações interpessoais, estamos em constante 
interação com o outro e, muitas vezes, podem surgir dúvidas, como: Como vou agir 
em determinada situação? Como esperam que eu atue em situações específicas? 
Por que as pessoas interpretam de modo errôneo meus atos e palavras?
A convivência humana foi, desde sempre, muito complexa. Para que 
possamos melhorar nossos relacionamentos interpessoais, veremos neste 
material vários aspectos que o auxiliarão em seu desenvolvimento pessoal. 
2 Desenvolvimento da Competência 
Social e Das Relações Interpessoais
Na área do Treinamento de Habilidades Sociais, os estudos demonstram que 
os indivíduos “socialmente competentes tendem a apresentar relações pessoais 
e profissionais mais produtivas, satisfatórias e duradouras, além de melhor 
saúde física e mental e bom funcionamento psicológico” (DEL PRETTE; DEL 
PRETTE, 2008, p. 30). Em contrapartida, a insuficiência de habilidades sociais 
está frequentemente associada a dificuldades e conflitos na relação com outros 
indivíduos, à qualidade de vida inferior e a vários tipos de transtornos psicológicos. 
8
 tema pedagógico
Segundo Del Prette e Del Prette (2008, p. 31):
O termo habilidades sociais se diferencia tanto do termo 
desempenho social como de competência social. O 
desempenho social refere-se à emissão de um comportamento 
ou sequência de comportamentos em uma situação social 
qualquer. Já o termo habilidades sociais refere-se à existência 
de diferentes classes de comportamentos sociais no repertório 
do indivíduo para lidar de maneira adequada com as demandas 
das situações interpessoais. A competência social tem sentido 
avaliativo que remete aos efeitos do desempenho social nas 
situações vividas pelo indivíduo. 
Pode-se exemplificar do seguinte modo: um indivíduo possui as habilidades, no 
entanto, não as utiliza no desempenho social por várias razões, como ansiedade, 
crenças equivocadas e dificuldade de interpretação dos sinais do ambiente. Nas 
interações, as habilidades sociais pertencem aos fatores de um desempenho 
social competente. A competência social diz respeito à capacidade do indivíduo 
de sistematizar pensamentos, sentimentos e ações, em razão de seus objetivos e 
valores, associando-os às demandas imediatas e mediatas do ambiente.
3 Contextos e Demandas de 
Habilidades Sociais
Estamos inseridos em diferentes contextos, os quais contribuem, de alguma 
maneira, para a aquisição de desempenhos sociais que dependem de um conjunto 
de habilidades sociais. Pode-se citar como exemplos de habilidades sociais 
aprendidas a “decodificação dos sinais sociais, explícitos ou sutis, para determinados 
desempenhos, a capacidade de selecioná-los e aperfeiçoá-los e a decisão de emiti-
los ou não” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 46), elas nos auxiliam a lidar com 
as diversas demandas sociais a que somos diariamente expostos.
Segundo Del Prette e Del Prette (2008, p. 46 e 47):
As demandas são produtos da vida em sociedade regulada pela 
cultura de subgrupos. Quando algumas pessoas não conseguem 
adequar-se a elas (principalmente as mais importantes) são 
consideradas desadaptadas, provocando reações de vários 
tipos. [...] Quando, por alguma razão, um contexto provê 
aprendizagem de determinadas habilidades sociais, mas não 
cria oportunidade para que sejam exercidas, as necessidades 
afetivas a elas associadas podem não ser satisfeitas.
9
 tema pedagógico
Ao nos defrontarmos com as diversas demandas sociais, é necessário, em um 
primeiro momento, interpretá-las para, depois, optarmos por reagir ou não, avaliando 
nossa competência para isso. Segundo Del Prette e Del Prette (2008, p. 47): 
a) atenção aos sinais sociais do ambiente (observação 
e escuta); b) controle da emoção nas situações de maior 
complexidade; c) controle da impulsividade para responder 
de imediato; d) análise da relação entre os desempenhos 
(próprios e de outros) e as consequências que eles acarretam. 
A identificação dos sinais é algo complexo, pois, a cada momento, eles 
indicam demandas para desempenhos extremamente elaborados. Diferentes 
tipos de demandas interpessoais podem se apresentar sob combinações variadas. 
Algumas combinações, todavia, parecem específicas de determinados ambientes 
e requerem conjuntos de habilidades sociais que podem ser essenciais para a 
qualidade dos relacionamentos desenvolvidos naquele contexto (DEL PRETTE; 
DEL PRETTE, 2008). 
O contexto mais relevante da vida para a maioria dos indivíduos é o familiar, 
pois é nesse âmbito que iniciam as primeiras relações interpessoais. Podem-se 
destacar outros contextos, como o escolar, o do trabalho, o do lazer, o da religião 
e o do espaço usual do cotidiano (ruas, praças, lojas, etc.). 
Vamos analisar, a seguir, os contextos familiar, escolar e de trabalho, que 
abrangem muitas das habilidades sociais requisitadas nos demais âmbitos.
3.0.1 Contexto Familiar
A vivência familiar se constitui por diversos tipos de relações(marido-mulher, 
pais-filhos, entre irmãos, entre parentes) que solicitam uma ampla diversidade de 
demandas interpessoais. Para Del Prette e Del Prette (2008, p. 48) “o desempenho 
das habilidades sociais para lidar com essas demandas pode ser uma fonte de 
satisfação ou de conflitos no ambiente familiar”. Os conflitos no contexto familiar 
são inevitáveis, todavia, para que sejam solucionados de modo saudável, muitos 
deles dependem da maneira que serão abordados e resolvidos, o que se refere, 
em último caso, à competência social dos envolvidos.
10
 tema pedagógico
3.0.2 Relações Conjugais
Na sociedade atual, os indivíduos já possuem um conhecimento razoável 
de seu parceiro antes de escolher por uma vida em comum, no entanto, “com 
o passar do tempo, pode ocorrer a deterioração de alguns comportamentos 
mutuamente prazerosos (reforçadores) e o aparecimento ou maximização de 
outros de caráter aversivo” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 49). 
Ao iniciar um relacionamento novo, cada indivíduo procura expor ao outro 
o melhor de si mesmo, porém, ao longo do tempo, na rotina doméstica, esse 
repertório pode se alterar totalmente. Além disso, a maioria dos indivíduos, “ao 
se casarem, possuem algumas ideias românticas sobre o amor que, além de não 
se concretizarem, dificultam a identificação e o enfrentamento das dificuldades 
conjugais” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 49). A qualidade e a duração de 
um relacionamento conjugal dependem do quanto os cônjuges se dedicam ao seu 
desenvolvimento, ambos necessitam aprimorar suas habilidades sociais conjugais, 
dessa forma garantem, em parte, a qualidade e a continuação dessa relação. 
Gottman e Rusche (1995 apud DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p.49 e 50):
Em uma revisão da literatura de pesquisas sobre Terapia 
Conjugal, identificaram algumas habilidades essenciais para 
a qualidade do relacionamento conjugal, destacando aquelas 
associadas à aprendizagem e ao controle dos estados afetivos 
que desencadeiam conflitos e reduzem a capacidade de 
processamento de informações. Tais habilidades incluem: 
acalmar-se e identificar estados de descontrole emocional em 
si e no cônjuge, ouvir de forma não defensiva e com atenção, 
validar o sentimento do outro, reorganizar o esquema de 
interação do casal de modo a romper o ciclo queixa-crítica-
defensividade-desdém. As situações de conflito geralmente 
exigem outras habilidades como as de admitir o erro, desculpar-
se ou pedir mudan ças de comportamento. 
Além das habilidades sociais supracitadas, pedir e dar feedback favorece 
uma avaliação conjunta. Em situações em que o comportamento do outro se 
desenvolve favoravelmente à qualidade do relacionamento, é relevante que os 
cônjuges evidenciem de forma clara esses aspectos, através da habilidade de dar 
um feedback positivo.
Outro fator significante na manutenção de um relacionamento conjugal é 
o compartilhamento de decisões tomadas pelo casal. Esse partilhar produz um 
equilíbrio nas relações de poder, desse modo, ambos decidem e são, igualmente, 
responsáveis pelo êxito ou fracasso de todo o projeto. 
11
 tema pedagógico
Segundo Del Prette e Del Prette (2008, p. 51) existe ainda:
Um subgrupo particularmente relevante de habilidades 
sociais conjugais é representado pelas de relacionamento 
íntimo. Nesta categoria, os desempenhos sociais possuem 
características singulares, com o padrão não verbal tendo 
um peso considerável na interação. O conteúdo (o que se 
diz), a forma (como se diz) e a ocasião (quando se diz) são 
componentes importantes e precisam ser bem dosados e 
ajustados às preferências das pessoas envolvidas. 
Veremos, no tópico quatro, as características de cada uma das habilidades 
sociais mencionadas neste item. 
3.0.3 Relações entre pais e filhos 
Os relacionamentos entre pais e filhos apresentam um caráter afetivo, 
educativo e de cuidado, que originam diversas demandas de habilidades sociais. 
A prática dessas habilidades, frequentemente, é orientada para o equilíbrio entre 
os objetivos afetivos imediatos e os objetivos a médio e longo prazo de promover 
o desenvolvimento integral dos filhos e prepará-los para a vida. Os pais educam 
seus filhos utilizando três estratégias básicas, segundo Argyle (1967; 1994 apud 
DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 52): “a) por meio das consequências 
(recompensas e punições), b) pelo estabelecimento de normas, explicações, 
exortações e estímulos e c) por modelação”. 
Essas estratégias se fundamentam em ações educativas que presumem um 
conjunto composto e diversificado de habilidades sociais dos pais. Conforme os 
filhos crescem, acabam desenvolvendo interesses, ideias e hábitos que podem 
causar conflitos familiares. Pode ser complexo para os pais identificarem os sinais 
que direcionam para a iminência de um conflito entre eles e os filhos ou para 
o início de uma conduta não aceita no contexto dos valores familiares. Os pais 
também podem ter dificuldades em identificar o início de uma atitude desejável, 
que pode estar sendo mascarada pelo domínio de outros indesejáveis, pois, 
muitas vezes, observam-se mais os comportamentos que perturbam ou quebram 
normas estabelecidas. 
Segundo Del Prette e Del Prette (2008, p. 52):
[...] com frequência os pais buscam interromper esses 
comportamentos com medidas punitivas ou corretivas que 
produzem resultados pouco efetivos porque os suprimem apenas 
momentaneamente e, ainda, podem gerar vários sentimentos 
negativos, como a raiva, o abatimento, a revolta etc. 
12
 tema pedagógico
Em situações como essas, o exercício de um conjunto de ações educativas 
pode alterar totalmente a qualidade da relação e promover comportamentos 
mais adequados nos filhos. Enfatiza-se, ainda, a relevância de apresentar 
feedback positivo para os desempenhos considerados adequados assim que 
eles aconteçam. Elogiar e fornecer consequências positivas incentivam e 
fortalecem desempenhos iniciais que, em etapas posteriores, serão mantidos por 
consequências naturais (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008).
3.1 Contexto Escolar
A escola é um espaço em que ocorre um conjunto de interações sociais 
pretensamente educativas. Portanto, a qualidade das interações sociais 
presentes nesse contexto constitui um elemento significante na conquista de seus 
objetivos e no aprimoramento do processo educacional. Os objetivos e metas 
da institui ção escolar, contemplam a formação para a vida e para a cidadania, 
incluindo, naturalmente, o vínculo entre aprendizagem e desenvolvimento. O 
desenvolvimento socioemocional deve ser incluído nesse conjunto a partir das 
observações da atualidade, em que há uma elevação da violência atingindo 
crianças e jovens, manifestando-se, inclusive, no ambiente escolar. 
É relevante que todos os conjuntos de habilidades sociais sejam, igualmente, 
desenvolvidos no ambiente escolar. Segundo Del Prette e Del Prette (2008, 
p. 55) “habilidades como liderar, convencer, discordar, pedir mudança de 
comportamento, expressar sentimentos negativos, lidar com críticas, questionar, 
negociar decisões, resolver problemas, etc.”. A difusão competente dessas 
habilidades pode ser uma solução relevante para os comportamentos violentos, 
principalmente “se desenvolvidos paralelamente às habilidades de expressar 
sentimentos positivos, valorizar o outro, elogiar, expressar empatia e solidariedade 
e demonstrar boas maneiras” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 55). 
3.2 Contexto de trabalho
Para o exercício de qualquer profissão é necessário se relacionar com 
outros indivíduos, sendo essenciais diversas habilidades sociais que compõem a 
competência técnica e interpessoal indispensáveis para o envolvimento em várias 
fases de um processo produtivo. Segundo Del Prette e Del Prette (2008, p. 56):
13
 tema pedagógico
A competência técnica usualmente fazparte dos objetivos 
educacionais dos cursos profissionalizantes de segundo 
e terceiro graus e dos treinamentos que ocorrem no âmbito 
das organizações. No entanto, a competência interpessoal 
raramente é relacionada como objetivo de formação profissional 
ocorrendo, de forma assistemática, como um subproduto 
desejável do processo educativo, por vezes referido como 
currículo oculto. Tal processo pode ser de recepção de itens 
de tarefa, negociação de contrato, reuniões, supervisão de 
atividades, aperfeiçoamento por meio de cursos, etc. 
Pode-se perceber no dia a dia das organizações que praticamente nenhum 
trabalho acontece no isolamento social total e que existem, ainda, atividades em 
que a efetuação da tarefa ocorre quase que totalmente na relação com o outro, ou 
seja, elas são mediadas por interações sociais. Podem-se citar como exemplos as 
funções de vendedor, de secretária, de professor, de mé dico, de assistente social, 
de psicólogo, entre outras. 
Os novos modelos organizacionais têm priorizado os processos de trabalho 
que estão diretamente ligados com a qualidade das relações interpessoais. 
Além da especialização profissional, as organizações têm valorizado o trabalho 
em equipe, a intuição, a criatividade e a autonomia na tomada de decisões. 
Preocupam-se ainda com a qualidade de vida, com a autoestima e com o 
ambiente e cultura organizacionais. 
Essas mudanças nas demandas organizacionais exigem dos indivíduos 
habilidades como: 
[...] coordenação de grupo, liderança de equipes, manejo de 
estresse e de conflitos interpessoais e intergrupais, organização 
de tarefas, resolução de problemas e tomada de decisões, 
promoção da criatividade do grupo, etc. As inova ções constantes 
e o desenvolvimento organizacional no mundo do trabalho 
requerem, ainda, competência para falar em público, argumentar e 
convencer na exposição de ideias, planos e estratégias. O trabalho 
em pequenos grupos mostra a necessidade de habilidades de 
supervisão e monitoramento de tarefas e interações relacionadas 
ao processo produtivo que, para ocorrerem adequadamente, 
exigem competência em requisitos como os de observar, ouvir, 
dar feedback, descrever, pedir mudança de comportamento, 
perguntar e responder perguntas entre outras. (DEL PRETTE; 
DEL PRETTE, 2008, p. 57). 
O diverso repertório de habilidades sociais disponível não garante, 
necessariamente, um desempenho socialmente competente, no entanto, é uma 
das condições para que isso aconteça. É relevante considerar que algumas 
habilidades se complementam e podem garantir os resultados que caracterizam a 
competência social e a qualidade das relações interpessoais. 
14
 tema pedagógico
4 Habilidades Sociais Para 
Uma Nova Sociedade
Conforme estudamos até o momento, existem ambientes com demandas de 
desempenhos sociais específicos e também diferentes contextos com demandas 
para classes semelhantes de desempenho social. Vamos conhecer agora cada 
uma dessas habilidades sociais, que podem ser desenvolvidas em todos os 
contextos em que estamos inseridos. 
4.1 Aprendendo a Aprender: a 
Automonitoria
A automonitoria pode ser descrita como uma habilidade “metacognitiva 
e afetivo-comportamental pela qual a pessoa observa, descreve, interpreta e 
regula seus pensamentos, sentimentos e comportamentos em situações sociais” 
(DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 58). A partir das relações interpessoais, 
surgem oportunidades frequentes para a aprendizagem de habilidades sociais 
relevantes na adaptação do indivíduo. Nessas situações, quando monitora o seu 
desempenho, ele aumenta a possibilidade de atingir uma boa competência social. 
Pessoas com pouca habilidade na automonitoria de desempenhos sociais tendem 
a agir de modo automático aos estí mulos internos e externos, demonstram, ainda, 
serem incapazes de identificar e nomear seus sentimentos e pensamentos ou 
descrever suas ações. 
Podem-se citar, no mínimo, quatro requisitos para o desempenho da 
automonitoria: controle da impulsividade, observação do outro, introspecção 
e reflexão. Aqueles indivíduos que aprenderam automonitoramento têm 
conhecimento de suas emoções, pensamentos e comportamentos, além de 
conhecerem seus pontos fortes e fracos, planejam metas apropriadas aos seus 
recursos e modificam seu desempenho, quando isso se faz necessário.
Constata-se que a habilidade de automonitoria, segundo Del Prette e Del 
Prette (2008) é a melhoria da percepção das emoções próprias e do outro; 
vivência direta da relação emoção-pensamento-comportamento; maior chance 
de sucesso em situações difíceis; análise e entendimento dos relacionamentos; 
aumento da autoestima e da autoconfiança; auxílio a outros indivíduos na solução 
de problemas interpessoais. 
15
 tema pedagógico
4.2 Habilidades Sociais de 
Comunicação
A comunicação é uma habilidade de suma importância para a sociedade, 
pois ela é responsável pela formação de redes de troca social que preservam e 
modificam a cultura e, consequentemente, a realidade social. 
Podem-se classificar as habilidades de comunicação interpessoal como 
verbais e não verbais, ambas sempre presentes nos contatos face a face. 
Conforme Del Prette e Del Prette (2008, p. 64): 
A comunicação verbal é mais consciente, explícita e racional, 
dependendo, entre outros fatores, do domínio da língua e 
das normas sociais de seu uso. A comunicação não verbal 
complementa, ilustra, regula, substitui e algumas vezes se 
opõe à verbal. Grande parte da decodificação das mensagens 
ocorre no plano não verbal mais do que verbal. Posturas, 
gestos, expressões faciais e movimentos do corpo adquirem 
diferentes significados em função do contexto verbal e 
situacional em que ocorrem. 
Muitas vezes, nossa comunicação é falha, não conseguimos transmitir ao 
outro exatamente o que estamos pensando. Você pode estar se perguntando: 
mas como melhorar minha comunicação?
Entre outros aspectos, uma boa comunicação requer do indivíduo, segundo 
Minicucci (2013, p. 55): “a) aprender a melhorar sua transmissão; que palavras, 
ideias, sentimentos realmente são enviados aos outros indivíduos. b) aprender a 
aperfeiçoar sua própria recepção; o que nós percebemos das reações emitidas 
pelo outro”. 
Vamos conhecer, a seguir, algumas das principais habilidades de 
comunicação: como fazer e responder perguntas, gratificar e elogiar, dar e receber 
feedback e iniciar, manter e encerrar conversação.
4.2.1 Fazer e Responder Perguntas
A habilidade de formular perguntas é relevante em muitas situações e pode 
ser considerada fundamental em algumas atividades, como em uma entrevista, 
por exemplo. Apesar de parecer simples, essa habilidade envolve discernimento 
e flexibilidade, para que o indivíduo seja capaz de utilizar as perguntas com 
16
 tema pedagógico
diferentes formas, conteúdos e funções. Referente à forma, “aspectos não 
verbais e paralinguísticos, como entonação, volume da voz, expressão facial e 
gesticulação podem dar diferentes funções a uma pergunta, tais como pedido, 
sugestão, ordem e intimidação” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 65).
Podem-se classificar as perguntas em abertas ou fechadas, difusas (a 
qualquer indivíduo) ou dirigidas (a um indivíduo específico). Conforme Del Prette 
e Del Prette (2008, p. 65) 
As perguntas abertas tendem a gerar maior quantidade de 
informação; as fechadas podem gerar respostas mais objetivas 
e precisas, mas restringem-se à informação nelas indicada. 
As difusas estimulam apenas as pessoas que apresentam 
maior prontidão e agilidade verbal para responder; as dirigidas 
garantem a fonte de informação selecionada. 
Além desses aspectos, as alterações no conteúdo das perguntas podem 
atribuir-lhes diferentes funções, como: 
a) avaliativas: que buscam verificar o conhecimento ou 
compreensão do ouvinte; b) estimuladoras da verbalizaçãoou do pensamento crítico do outro que podem funcionar como 
um tipo de ajuda verbal mínima (maiêutica); c) retóricas, cujo 
objetivo é o de dar encaminhamento ao próprio discurso e 
manter a atenção ao ouvinte; d) esclarecedoras, de ampliação 
ou complementação da própria verbalização; e) confrontadoras, 
visando apontar contradições em uma exposi ção. As perguntas 
avaliativas podem ainda variar conforme a expectativa de maior 
ou menor elaboração da resposta requerida, respectivamente: 
a) análise, síntese, interpretação, avaliação ou exemplificação 
de algum aspecto ou b) apenas a reprodução ou repetição de 
um conteúdo já disponível a um ou a todos os interlocutores. 
(DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 65 e 66). 
A habilidade de responder perguntas está vinculada à interpretação de sua 
forma, conteúdo e função. O receptor necessita detectar, em seu repertório, a 
acessibilidade da resposta e decidir se: 
a) responde ao que foi explicitamente perguntado; b) responde 
ao que foi implicitamente colocado (no caso de funções mais 
sutis como a de confronto e provocação); c) ignora a pergunta, 
como um todo ou parte dela, em função das avaliações 
anteriores; d) expressa a pró pria dificuldade em responder. 
(DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 66). 
Desse modo, o receptor pode escolher o silêncio, recusando-se a responder, 
o humor, como forma de esquivar-se da pergunta, a devolução, que pode ser 
de desvio do assunto, entre outras possibilidades. A decisão sobre a alternativa 
mais competente irá depender dos objetivos, da interpretação do contexto e das 
demandas presentes.
17
 tema pedagógico
4.2.2 Gratificar e Elogiar
A competência para gratificar está frequentemente associada a indivíduos 
carismáticos, populares e líderes. Trata-se de um componente significativo nas 
relações sociais satisfatórias e equilibradas. Segundo Del Prette e Del Prette 
(2008, p. 67) “nas relações profissionais e educativas, a eficiência do instrutor, 
do professor, dos pais e dos agentes educativos em geral, enquanto modelos de 
condutas, cresce com essa habilidade”. 
O elogio é compreendido como qualquer comentário positivo direcionado a 
e sobre outro indivíduo ou a algo feito por ele. Em nossa sociedade, o elogio 
habitualmente é considerado positivo quando entendido como sincero e 
apropriado, no entanto, pode ter um caráter negativo quando tem o intuito de 
manipular ou adular. Consequentemente, a competência em fazer elogio envolve 
uma conexão entre o pensar, o sentir e o agir e depende de uma primorosa 
diferenciação sobre o que, a quem, como e quando elogiar. 
4.2.3 Receber e Dar feedback 
Receber e dar feedback são habilidades fundamentais para regularmos 
nossos desempenhos e os dos indivíduos com quem convivemos, objetivando 
relações saudáveis e satisfatórias. 
Nas relações sociais, o feedback pode ser compreendido como um instrumento 
de ajuste de desempenhos que geram determinados resultados, sendo “acionado 
em caso de desequilíbrio entre o processo (conjunto de desempenhos) e o produto 
(resultados)” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 68). Nesse caso, o feedback 
oportuniza a correção, continuidade e aperfeiçoamento da relação processo-produto. 
Segundo Moscovici (2012), no processo de desenvolvimento da competência 
interpessoal, o feedback auxilia nas mudanças de comportamento; na 
comunicação com um indivíduo ou grupo, com o intuito de fornecer informações 
sobre como sua atuação está afetando outros sujeitos. O feedback, para ser 
eficaz, deve auxiliar o indivíduo (ou grupo) a aperfeiçoar seu desempenho, 
alcançando seus objetivos.
O feedback é utilizado de modo intencional, podendo ser compreendido como 
uma descrição verbal ou escrita sobre o desempenho de um indivíduo. Como 
processo de ensino-aprendizagem, o feedback possibilita que o indivíduo que 
está em treinamento compreenda como se comporta e como esse comportamento 
afeta seu interlocutor. 
18
 tema pedagógico
É interessante considerar a substituição do feedback negativo pelo positivo, 
porque, segundo Del Prette e Del Prette (2008, p. 69): 
a) evita ressentimentos e reações defensivas, comumente 
associadas ao feedback negativo; b) dispõe a pessoa a ouvir 
com mais atenção as observa ções feitas pelo interlocutor, 
ampliando seu conhecimento sobre o próprio desempenho e/
ou os resultados dele decorrentes; c) motiva a pessoa a investir 
no aperfeiçoamento dos aspectos valorizados; d) aumenta a 
probabilidade dos desempenhos valorizados voltarem a ocorrer. 
A dificuldade em dar e receber feedback pode ocorrer devido a diversos 
elementos, inclusive a ausência de uma prática cultural. Pode-se citar como uma 
das maiores dificuldades em receber feedback o excesso de defesa do indivíduo, 
revelando o receio da perda da autoestima e do status adquiridos, além de admitir 
nossas ineficiências diante do outro. Devido a esse fato, reforça-se que o feedback 
não seja utilizado como recurso punitivo nem como comunicação unilateral. 
Entre as dificuldades para dar feedback, pode-se citar a “incapacidade de 
compreender as necessidades do outro, a falha em observar e/ou descrever o 
comportamento e a pretensão do uso do feedback como forma de exercício de 
poder” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 70). 
4.2.4 Iniciar, manter e encerrar 
conversação
Nem todos os indivíduos conseguem obter sucesso em suas tentativas 
de iniciar uma conversação. As dificuldades podem estar associadas a vários 
elementos: “a) da situação (o local onde o contato ocorre); b) do interlocutor 
(disponibilidade de tempo, estado de humor); c) da própria pessoa (excesso de 
ansiedade interpessoal)” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 70). 
O contato pode ser iniciado com um cumprimento, seguido da apresentação 
pessoal ou do esclarecimento do objetivo do encontro. A comunicação não 
verbal, nessa situação, é muito relevante. Del Prette e Del Prette (2008, p. 71) 
relatam que:
Entre as habilidades de iniciar conversação destacam-se 
as de aproximar-se da pessoa ou grupo no momento mais 
apropriado, apresentar-se, observar, ouvir o outro, discriminar 
seus interesses, fazer perguntas abertas e fechadas, 
parafrasear, demonstrar senso de humor, pedir e expressar 
opini ão, expressar sentimentos positivos, fazer pedidos ou 
propostas, apresentar feedback positivo e elogiar.
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 tema pedagógico
Diante de uma pergunta, o outro pode revelar informações livres, em que 
outras habilidades se tornam relevantes, como as de apresentar e reagir à informa-
ção livre, essas habilidades facilitam explorar os conteúdos de autorrevelação. Por 
exemplo, frente à pergunta: “Você mora aqui?”, o indivíduo, em vez de responder 
sim ou não, pode oferecer uma informação livre, do tipo: “Sim, no entanto conheço 
poucas pessoas e quase não saio de casa”. Desse modo, o interlocutor tem a 
possibilidade de explorar esse aspecto, elaborando novas perguntas, dando 
continuidade à conversação.
Para muitos indivíduos, encerrar a conversação é uma tarefa muito complexa, 
que frequentemente é deixada a cargo do interlocutor. Esse fato pode ocasionar 
diversos impasses e situações desconfortáveis quando o outro também exibe essa 
dificuldade ou não tem interesse em encerrar o encontro. Frequentemente, os 
indivíduos manifestam sinais verbais e não verbais que indicam sua necessidade 
de encerrar uma interação e sair de um grupo de conversação. Podem-se 
observar “gestos, mudança de postura, alterações na direção do olhar, redução do 
contato visual, verbalizações e entonação típica são indicadores reconhecidos na 
maioria das culturas” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2008, p. 72). As habilidades 
de percepção e interpretação desses sinais auxiliam para criar uma sincronia em 
que o encerramento da conversação ocorra espontaneamente. 
5 Referências
ARGYLE, 1967 In: DEL PRETTE, A; DEL PRETTE, Z. A. P.Psicologia das relações 
interpessoais: vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
DEL PRETTE, A; DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia das relações interpessoais: 
vivências para o trabalho em grupo. 7ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. 
GOTTMAN, J; RUSHE, R. Communication and social skills approaches to treating 
ailing marriages: A recommendation for a new marital therapy called “Minimal Marital 
Therapy”. In: DEL PRETTE, A; DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia das relações 
interpessoais: vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. 
MINICUCCI, A. Relações humanas: psicologia das relações interpessoais. 6ª 
ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
MOSCOVICI, F. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. 21ª ed. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 2012.

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