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Processo Seletivo Programa de Aprimoramento Profissional na Área da Saúde – 2018 013. Prova objetiva PSicologiA � Você recebeu sua folha de respostas e este caderno contendo 50 questões objetivas. � confira seus dados impressos na capa deste caderno e na folha de respostas. � Quando for permitido abrir o caderno, verifique se está completo ou se apresenta imperfeições. caso haja algum problema, informe ao fiscal da sala. � leia cuidadosamente todas as questões e escolha a resposta que você considera correta. � Marque, na folha de respostas, com caneta de tinta azul ou preta, a letra correspondente à alternativa que você escolheu. � A duração da prova é de 4 horas, já incluído o tempo para o preenchimento da folha de respostas. � Só será permitida a saída definitiva da sala e do prédio após transcorridas 3 horas do início da prova. � Ao sair, você entregará ao fiscal a folha de respostas e este caderno, podendo levar apenas o rascunho de gabarito, localizado em sua carteira, para futura conferência. � Até que você saia do prédio, todas as proibições e orientações continuam válidas. aguarde a ordem do fiScal Para abrir eSte caderno de queStõeS. 29.10.2017 Nome do candidato Prédio Sala carteirainscriçãoRg 3 fmhc1701/013-Psicologia conhecimentoS eSPecíficoS 01. Em relação à entrevista psicanalítica e diagnóstica no hospital, segundo Moretto (In: Oliveira e De Lucia, 2016) é correto afirmar que (A) o diagnóstico psicanalítico serve primeiramente ao paciente, no sentido de identificar uma categoria. (B) a objetividade metodológica não se apresenta como um aspecto importante do trabalho do psicanalista na vertente clínica. (C) a vertente clínica e a vertente institucional são articu- lações necessárias e relacionadas com a função do diagnóstico psicanalítico no hospital. (D) sobre a solicitação de avaliação no hospital, cabe ao psicanalista analisar criteriosamente o caso antes de realizar a entrevista com o paciente. (E) dificuldades associadas ao manejo da subjetividade no hospital são prioridade como trabalho da equipe multidisciplinar. 02. Com o significativo aumento da população idosa e da consequente procura por atenção em serviços de saúde, cada vez mais o psicólogo é chamado a atender essa demanda que se apresenta de forma heterogênea. No que diz respeito ao trabalho do psicólogo com idosos, segundo Aranha (In: Oliveira e De Lucia, 2016), é correto afirmar: (A) o foco principal no trabalho com idosos é ajudá-los a lidar com o adoecimento gerado pelas perdas, lutos e limitações advindas do processo de envelhecimento. (B) considerar características de base da personalidade e possíveis alterações advindas de questões asso- ciadas à percepção da passagem do tempo é tarefa primeira da avaliação psicológica. (C) a prática com idosos objetiva identificar queixas físicas e déficits cognitivos relacionados ao processo de degeneração física própria do processo de enve- lhecimento. (D) nessa população, torna-se secundário considerar a influência da subjetividade na percepção das condi- ções que envolvem bem-estar e satisfação, essen- ciais para a qualidade de vida, e consequente pro- moção e manutenção de saúde. (E) psicopatologias e distúrbios afetivos não podem ser avaliados adequadamente por meio de entrevista clínica, sendo necessária a aplicação de técnicas projetivas que permitam o acesso a conteúdos in- conscientes. 03. No que diz respeito às características dos pacientes psicossomáticos descrito por Ikiz (In: Oliveira e De Lucia, 2016), assinale a alternativa correta. (A) Na entrevista com os doentes psicossomáticos, o sujeito apega-se exclusivamente aos sintomas, descrevendo-os carregados de emoção. (B) Seus problemas somáticos e sua biografia são vividos como parte integrada dos seus sintomas, o que permite a elaboração psíquica. (C) Os doentes têm pensamentos operacionais, isso quer dizer, incapacidade de colocar as emoções em palavras e discurso desprovido de emoções. (D) O analista percebe, no contato com o seu paciente, predomínio de discurso manipulador e postura agressiva. (E) O entrevistador representa, aparentemente, para o paciente, alguém a quem ele pode remeter seus sintomas, utilizando-se de envolvimento afetivo. 04. Segundo Porcelli (In: Oliveira e De Lucia, 2016), é correto afirmar sobre a avaliação psicológica em Medicina: (A) a avaliação psicológica visa identificar os mecanis- mos de defesa do paciente e se esses estão adequa- dos ao momento de adoecimento em que ele está vivendo. (B) para fazer o diagnóstico situacional, é necessário identificar os sintomas físicos do paciente e classi- ficá-lo em uma ou mais categoria diagnóstica, a fim de compreender a natureza de sua queixa. (C) o objetivo da avaliação é identificar a causa psíquica de determinada doença, para que se possam esta- belecer os critérios para um perfil de personalidade, utilizando-se de medidas validadas empiricamente. (D) a finalidade da avaliação psicológica no contexto hospitalar é analisar os pacientes desde os sin- tomas e sua cognição, com ênfase nos aspectos patológicos de sua personalidade. (E) o sentido da avaliação é dado pelo propósito da intervenção. A avaliação deve ser ajustada ao seu contexto, à disposição do paciente, à percepção subjetiva do indivíduo e às opções de tratamento planejadas. 4fmhc1701/013-Psicologia 07. Segundo Santos e Mancini (In: Oliveira e De Lucia, 2016), a avaliação psiquiátrica de pacientes com quadro álgico é indicada para (A) pacientes poliqueixosos, considerando que esse com- portamento é indicador de simulação. (B) classificar a personalidade, considerando que exis- tem personalidades específicas associadas aos dife- rentes quadros dolorosos. (C) pacientes com dor não justificada pela lesão tecidual, considerando esse sintoma como indicador de Sín- drome de Münchausen. (D) mensurar a presença de sintomas ansiosos e depres- sivos, considerando que esses sintomas interferem no comportamento e nas queixas do paciente. (E) identificar o risco de suicídio, considerando que a frequência de suicídio é cinco vezes maior em pacientes com dor do que na população em geral. 08. Segundo Vorcaro e Lambert (In: Polanczyk e Lambert, 2012), por volta dos 3 a 5 anos de idade, ocorrem ope- rações determinantes da constituição subjetiva. Conside- rando esse momento, é correto afirmar que (A) o pai imaginário porta uma interdição ao desejo materno que possibilitará a segunda simbolização da perda para a criança, sendo a primeira a separação ao nascimento. (B) o ponto extremo da psicopatologia desse período se apresenta nas fobias, como resposta ao horror de encarnar o objeto de desejo materno. (C) nesse momento não é comum aparecerem queixas em torno da agressividade, visto que essa compõe os fenômenos constituintes da conhecida idade escolar. (D) é nesse momento da constituição subjetiva que a pulsão sexual ganha sua representação psíquica e, assim, o campo da simbolização estabelece-se e se torna fundamental. (E) a operação de frustração diante da impossibilidade de corresponder ao desejo materno permite à criança uma saída do Complexo de Édipo. 05. Segundo Fiorini (2013), a respeito da estrutura de foco é verdade que (A) é determinada por uma situação que condensa o motivo da consulta, o conflito central subjacente e a situação grupal na qual o sujeito está inserido. (B) o importante é respeitar o caráter de estrutura da situação de maneira fragmentada, de modo que o trabalho analítico se faça por delimitação parcial dessa situação. (C) a técnica prioriza a escolha de apenas uma defesa, ou ainda, determina uma etapa não resolvida do desenvolvimento infantil. (D) o conceito de situação diverge das perspectivas dialética,materialista e existencial e fornece um mo- delo abstrato do indivíduo ou do grupo em estudo. (E) o modelo de foco contém uma série de componentes espalhados em situações que são pouco estrutura- das, abarcando a totalidade dos componentes da situação. 06. Semer & Abela (In: Oliveira e De Lucia, 2016) relatam a experiência em um centro clínico inserido em um com- plexo universitário e de saúde. Nesse contexto, é correto afirmar: (A) a patologia peculiar da dor diz respeito à facilidade dos pacientes em lidar com a dor psíquica, bem como com as emoções em geral. (B) o acolhimento presente na relação psicanalítica auxilia o paciente a estabelecer vínculos mais con- sistentes consigo mesmo e com a vida, tornando possível a construção do sujeito simbólico. (C) pacientes com queixas somáticas podem se be- neficiar de um acompanhamento psicanalítico, e apresentam involução em seu desenvolvimento psíquico a partir da consolidação do vínculo com o psicanalista. (D) o processo terapêutico prioriza a simbolização, que é um conceito restrito cuja ênfase é mais o conteúdo do que a função. (E) a função do terapeuta é deixar que o paciente por si só nomeie, perceba e vivencie as experiências de angústia de dor psíquica. 5 fmhc1701/013-Psicologia 11. Ao mencionar os eixos do processo terapêutico, Fiorini (2013) destaca que esses eixos podem ser abordados nos seguintes termos: (A) a ativação das funções egoicas do paciente e do terapeuta; o foco numa problemática inserida em uma situação vital específica; o vínculo vivido na relação de trabalho personificada com o terapeuta. (B) a ênfase na transferência e contratransferência; a interpretação desses mecanismos a partir do vínculo vivido na relação de trabalho; o foco numa proble- mática inconsciente do paciente detectada pelo terapeuta. (C) a realização de entrevistas preliminares; o diagnós- tico estrutural do paciente; o início do processo tera- pêutico. (D) aplicação de testes projetivos; devolutiva para o paciente; apresentação e aplicação do projeto terapêutico. (E) a demanda do paciente; o desejo do terapeuta; a associação livre e a transferência. 12. Segundo Lambert, Pereira e Jerusalinsky (In: Polanczyk e Lambert, 2012), para a instalação das formações psí- quicas fundamentais, é necessário que os que são res- ponsáveis pelo bebê cumpram determinadas funções. Uma delas é a função do reconhecimento, sobre a qual é correto afirmar: (A) é uma função que permite ao bebê não ficar enla- çado a um único objeto, o que tornaria toda perda irreparável, conduzindo à depressão e à melancolia. (B) a presença dessa função se reconhece quando os intercâmbios com a mãe estão referidos a uma outra ordem, ou seja, a uma ordem de leis que definem posições, lugares variados e valores simbólicos. (C) para a estruturação do estádio do espelho, é neces- sário que previamente tenham se produzido marcas mnésicas, que permitem um reconhecimento recí- proco, ainda que fragmentado e fixado em determi- nadas ações e gestos. (D) é na dialética entre o que o desejo do outro lhe impõe (garantia de ter um significado) e ser ele mesmo (ao risco de não significar nada), que o sujeito se constitui. (E) as zonas erógenas oferecem originariamente a chance de enriquecer a sensibilidade do bebê, em- bora o surgimento dessa sensibilidade dependa do estímulo que sobre elas se exerça. 09. Lambert e Tavares (In: Polanczyk e Lambert, 2012) levantam alguns aspectos sobre a condição subjetiva na adolescência. Assinale a alternativa correta. (A) Esse período inicia-se pelo marco puberal, e se encerra junto à completa maturação biológica. (B) O luto vivenciado pelo adolescente nessa fase tem um caráter psicopatológico. (C) A adolescência é o período no qual se dá uma rup- tura com a situação subjetiva da infância. (D) As manifestações dos conflitos vividos na adoles- cência podem ser entendidas por meio da fisiologia hormonal. (E) A sociedade atual preserva os rituais de passagem tradicionais que ajudam os jovens a se situar nessa nova posição sexual. 10. Ao abordar o desenvolvimento da criança e a constituição da subjetividade, Degenszajn e Ranna (In: Polanczyk e Lambert, 2012) afirmam que (A) a relação da criança com seus cuidadores e seu lugar na cultura são pouco importantes, pois prevalecem os aspectos neurológicos. (B) são importantes tanto os processos maturativos, com sua organização biológica, quanto os processos singulares e históricos, influenciados pelo ambiente. (C) atualmente as teorias do desenvolvimento não incor- poram a complexidade dialética entre os aspectos biológicos e históricos. (D) a diferença entre adulto e criança foi estabelecida antes do século XVII, por religiosos e educadores. (E) a principal fonte do conhecimento em relação à criança deu-se na psicologia, migrando, posteriormente, para a pedagogia. 6fmhc1701/013-Psicologia 15. De acordo com Papalia e Feldman (2013), em relação à vida adulta tardia, é correto afirmar que (A) ao se avaliar a estabilidade de traços de persona- lidade, a maior parte dos estudos recentes reforça a ideia de que, quando idosas, as pessoas tendem a apresentar maior rigidez e menor flexibilidade em relação a hábitos arraigados. (B) Vailant, em seus estudos prospectivos, afirma que o fator de provisão e o uso de defesas adaptativas maduras, no enfrentamento de problemas em fases anteriores da vida, contribui para a acentuação de traços de personalidade neurótica. (C) partindo do pressuposto do modelo de avaliação cognitiva, proposto por Lazarus e Folkman, as pes- soas idosas tendem a adotar a estratégia de enfren- tamento focalizada no problema e não na emoção, sendo essa escolha mais adaptativa. (D) existem três componentes principais implicados no envelhecimento bem-sucedido: enfrentamento de eventuais incapacidades relacionadas a doenças; manutenção elevada das funções psicológica e cognitiva; engajamento constante e ativo em ativi- dades sociais e produtivas. (E) a teoria da atividade, criada por Cumming e Henry, foi uma das primeiras teorias influentes na geronto- logia e propunha o desengajamento das atividades como uma condição universal do envelhecimento. 13. Segundo Bleger (2007), a psicologia institucional, aplicada aos hospitais, torna-se, a rigor, uma arma terapêutica muito eficaz. Quanto a essa afirmação, é correto afirmar que (A) a psicologia institucional restringe sua atuação a atendimentos ao paciente, com foco na assistência hospitalar. (B) nos hospitais normalmente ocorrem situações pouco ansiogênicas, facilitando a prática da psicologia insti- tucional. (C) a psicologia institucional compartilha dos mesmos conflitos de ideologia e objetivos que os outros pro- fissionais em um hospital. (D) todo hospital transforma-se em um agente psicoterá- pico de grande eficiência. (E) no hospital, a psicoterapia grupal é usada com mais frequência que a psicoterapia individual. 14. Referente às mudanças psicossociais na vida adulta in- termediária, Papalia e Feldman (2013) citam diferentes teóricos, sendo correto afirmar que (A) Erik Erikson descreveu a vida adulta intermediária como um movimento voltado para o exterior, através do estágio de generatividade X estagnação. (B) segundo Freud, a realização plena do potencial humano, que ele chamava de autorrealização, pode vir apenas com a maturidade. (C) de acordo com Maslow, o funcionamento humano pleno exige um processo constante, por toda a vida, para conduzir o Self em harmonia com a experiência. (D) Jung acreditava que a personalidade estaria perma- nentemente bem formada antes da fase adulta inter- mediária. (E) Rogers afirmava que o desenvolvimento saudável dessa idade requer a individuação, a emergência do Self verdadeiropor meio do equilíbrio ou integração das partes conflitantes da personalidade, incluindo as partes até então negligenciadas. 7 fmhc1701/013-Psicologia 17. Os grupos podem ser classificados de acordo com as finalidades a que se propõem. Segundo esse critério, Zimermam (2000) descreve dois grandes grupos gené- ricos: operativos e terapêuticos. Em relação à classifica- ção dos grupos, é correto afirmar que (A) os grupos de autoajuda, compostos por pessoas portadoras de uma mesma necessidade, não pos- suem uma comprovação de eficácia segura, apesar de uma ampla difusão, pois são empregados em situações muito diversas e de difícil controle e pa- dronização. (B) o grupo de reflexão não possui alcance psicoterá- pico e atinge seus objetivos somente quando se torna possível que os integrantes estejam focados na tarefa única de reprodução e replicação de con- ceitos e conteúdos didáticos aprendidos. (C) os grupos comunitários são utilizados na prestação de cuidados primários, secundários e terciários à saúde. Técnicos de distintas áreas de especializa- ção podem ser bem treinados para essa importante tarefa de integração e incentivo às capacidades po- sitivas, mantendo-se centrados na tarefa reconhe- cendo seus limites. (D) os grupos operativos descritos como: ensino-apren- dizagem, institucionais e de autoajuda possuem características muito abrangentes e se aplicam a diversas situações sociais, atendendo ao objetivo de aprendizagem, instrumentação técnica e desen- volvimento profissional, e distinguem-se dos demais grupos por não possuírem alcance ou resultado terapêutico no campo psicológico. (E) o papel do grupoterapeuta, nos grupos classificados como operativos, é o de identificar e realizar inter- venções de ordem interpretativa dos fatores incons- cientes inter-relacionais que se manifestam ao longo do processo grupal. 16. De acordo com Zimerman (2000), todo grupo cria um sis- tema de papeis, num jogo de adjudicação e de assunção permanente. É correto afirmar: (A) é um dever do grupoterapeuta ficar atento à possi- bilidade desses papeis oscilarem patologicamente ao longo da dinâmica dos encontros, pois, busca-se que cada um possa se identificar e se desenvolver em um papel saudável que componha e fortaleça a totalidade do grupo, sem a necessidade de adjudi- car desse papel ao longo do processo terapêutico. (B) é muito comum e até mesmo saudável que o grupo tenha um de seus componentes identificado com o papel de Vestal, pois esse membro será o respon- sável por compartilhar e favorecer o surgimento de ideias inovadoras e criativas no âmbito grupal. (C) o papel de Radar caberá a indivíduos que se respon- sabilizariam por zelar pela manutenção de conceitos morais e ideológicos vigentes no grupo social. (D) o papel de líder jamais poderá ser ocupado pela figura do grupoterapeuta, que deve se manter de maneira neutra para estimular o surgimento de uma liderança do tipo autocrática entre os membros do grupo e que garanta a liberdade dos demais. (E) um forte indicador de evolução exitosa do grupo é a constatação de que esteja havendo uma alternân- cia e modificação nos papéis desempenhados por seus membros, especialmente no que se refere à liderança. 8fmhc1701/013-Psicologia 19. Zimerman (2000) destaca as ansiedades, as defesas e as identificações como três aspectos que constituem a coluna-mestra na formação dos processos inconscientes que gravitam no campo grupal. No que diz repeito a esses processos, é correto afirmar que (A) a ansiedade pode ser considerada como inevitável ao longo do processo grupal e merece especial atenção do grupoterapeuta. Esse deve sempre combatê-la ou evitá-la, já que representa uma das maiores ameaças de ataque e evasão por parte dos membros do grupo. (B) os processos identificatórios costumam ocorrer de forma pouco frequente, mas intensa e imutável, podendo ser denominados de identificações múlti- plas cruzadas. (C) o campo grupal pode ser comparado com uma gale- ria de espelhos, em que cada um reflete e é refletido pelos demais. Cabe ao grupoterapeuta assumir uma neutralidade que impossibilite a identificação dos indivíduos com ele próprio, já que não é natural que ele sirva de modelo. (D) as identificações processam-se em quatro planos ao longo de um processo de grupo terapêutico: no plano da voz ativa; no plano da voz passiva; na voz reflexiva; e no plano da voz narcísica. (E) no campo grupal, a ansiedade se faz presente e até certo ponto pode ser considerada útil terapeutica- mente. É fundamental que o grupoterapeuta reco- nheça qual ansiedade está sendo comum ao grupo para exercer a função interpretativa adequada. 20. Segundo Romano (2017), a tarefa do psicólogo clínico hospitalar é (A) fornecer atenção direta ao paciente e sua família. (B) intervir institucionalmente nos conflitos internos da equipe de saúde. (C) realizar, junto à equipe, intervenções que visem ao seu treinamento pessoal. (D) realizar orientações no sentido de ampliar o acesso da população ao hospital. (E) focar na atenção aos cuidados clínicos do paciente e da equipe de saúde. 18. Em relação à formação de um grupo terapêutico de base analítica, é correto afirmar de acordo com Zimerman (2000) que (A) a grupoterapia não possui contraindicações ou efei- tos iatrogênicos, desde que amparada e conduzida por um profissional de Psicologia bem capacitado e formado para a condução dessa proposta tera- pêutica. (B) grupos terapêuticos homogêneos de formação ana- lítica são contraindicados a pacientes com caracte- rísticas paranoides, narcisistas ou excessivamente deprimidos. Para esses, a forte identificação deverá contribuir para o agravamento de um funcionamento patológico, a partir de um espelhamento patológico. (C) a composição de um grupo com características hete- rogêneas é inferior em relação aos grupos denomina- dos homogêneos, no que diz respeito aos alcances terapêuticos, pois sua diversificação dificulta a identifi- cação e estabelecimento de vínculos entre membros. Sendo exceção apenas no caso de pacientes extre- mamente regressivos. (D) são critérios de contraindicação para a grupotera- pia: indivíduos excessivamente regredidos; que in- diquem graves riscos relacionados ao suicídio; que sejam muito tímidos ou silenciosos; que estejam em meio a uma forte situação de crise aguda; ou que tenham uma diferença de idade superior ou inferior a 10 anos, em relação aos demais membros. (E) a conceituação de grupos heterogêneos e homogê- neos é muito relativa, porque nunca haverá uma de- limitação nítida entre ambos. Um aspecto valorizado é que haja uma certa heterogeneidade de estilos de comunicação e de desempenho de papeis, para que se propicie maior integração e complementaridade de funções. 9 fmhc1701/013-Psicologia 24. Segundo Romano (2017), em relação aos grupos de apoio aos familiares no hospital, é correto afirmar que (A) essa modalidade de intervenção psicológica é prio- ritária, visto a indisponibilidade do psicólogo para o atendimento individual. (B) por serem grupos de familiares, seguem estratégias de condução distintas de outros pequenos grupos. (C) a participação de outros profissionais na coordena- ção do grupo não seria desejável, visto que pode inibir a participação dos familiares. (D) os grupos tendem a aumentar a ansiedade positiva dos participantes diante do compartilhamento de sentimentos. (E) para estimular a discussão, o coordenador pode propor um tema ou pedir a apresentação de cada participante. 25. A prevenção em psicologia, de acordo com Romano (2017), dar-se-á em três níveis. Em relação a eles, é correto afirmar que a prevenção (A) primária objetiva prevenir que uma doença já exis- tente se torne aguda ou prolongada do ponto de vista psíquico.(B) secundária procura prevenir as consequências da doença e do distúrbio mental, oferecendo acompa- nhamento aos familiares de pacientes internados. (C) terciária tem como objetivo intervir em grupos espe- cialmente vulneráveis e em situações de alto risco. (D) primária procura prevenir o desenvolvimento de doenças psíquicas, melhorando a qualidade de vida em um sentido mais amplo. (E) terciária tem como objetivo cuidar de pessoas que já estão com problemas psíquicos. 21. Ao discutir sobre as reações apresentadas pelo paciente no hospital, Romano (2017) cita quatro categorias, são elas: (A) normal, patológico, adaptativo e inadequado. (B) reativo, adaptativo, esperado e patológico. (C) normal, patológico, reativo e esperado. (D) normal, reativo, esperado e inadequado. (E) esperado, adaptativo, inadequado e reativo. 22. Em relação à atuação do psicólogo clínico hospitalar numa unidade ambulatorial, segundo Romano (2017), é correto afirmar que (A) tem como objetivo atender o maior número de pa- cientes possível, incluindo aqueles que não terão continuidade do tratamento médico no ambulatório. (B) o acompanhamento psicológico dar-se-á diante de qualquer demanda apresentada pelo paciente, rela- cionada ou não à patologia clínica. (C) o trabalho com Programas Multiprofissionais é interes- sante, porém se deve focar e priorizar o atendimento psicológico individual para melhores resultados. (D) se orienta trabalhar preferencialmente com a procura espontânea do paciente, uma vez que o seguimento psicológico só é possível quando esse paciente pro- cura ajuda. (E) o psicólogo deve encaminhar para os recursos da comunidade demandas psicológicas que não tenham relação com a patologia orgânica. 23. Segundo Romano (2017), a definição operacional e prática de normalidade psíquica associada à doença orgânica deve incluir (A) ausência total de psicopatologias leves e quadros reativos. (B) domínio de faculdades previamente adquiridas, mesmo com retrocessos importantes. (C) aptidão para experimentar reações afetivas com flexibilidade para elaborar inevitáveis conflitos, e chegar até soluções aceitáveis. (D) sentir-se parte de uma configuração social, mas não precisa necessariamente ter consciência de suas normas e valores. (E) ausência total de psicopatologias leves e anomalias psicológicas e físicas. 10fmhc1701/013-Psicologia 29. “A família caracteriza-se fundamentalmente pelo estabe- lecimento de uma simbiose e que nela intervém, se con- centra, a parte psicótica da personalidade de todos seus integrantes” (Bleger, 2007). Nesse contexto, entende-se por parte psicótica da per- sonalidade a (A) internalização de sintomas negativos e desintegração do eu. (B) profunda dissociação do processo de individualização, resultando em sofrimento psíquico intenso para o sujeito. (C) falta de discriminação entre eu e não-eu, entre objeto interno e depositário, caracterizando o sincretismo primitivo. (D) oscilação entre períodos de adaptação e identificação projetiva massiva. (E) parte que ficou nos níveis mais maduros e integrativos, possibilitando a personificação do sujeito. 30. Segundo Bleger (2007), a técnica e o método utilizados na investigação e assistência do grupo familiar possuem determinados objetivos, dentre eles: (A) confrontar os mecanismos de interação no sentido de reduzir o interjogo de papéis dos membros do grupo. (B) contribuir para a formação da identidade dos sujeitos envolvidos, fortalecendo a dinâmica do grupo esqui- zoide e estereotipada. (C) auxiliar na construção de relações dependentes para que o mecanismo da simbiose continue atuando como protetor familiar. (D) promover a aglutinação dos membros, evitando assim o surgimento de mecanismos neuróticos: obsessivos, fóbicos, paranoides ou histéricos. (E) transformar a participação em interação, introduzindo o conflito em lugar da confusão. 31. Segundo Gabbard (2016), os sintomas negativos são uma das sintomatologias descritas na esquizofrenia. Suas características principais são: (A) depressão, afeto inapropriado, agressividade e pen- samento pessimista. (B) afeto restrito, pobreza de pensamento, apatia e ane- donia. (C) depressão, afeto embotado, pensamento pessimista e dificuldade interpessoal. (D) afeto restrito, pensamento pessimista, agressividade e exigências excessivas. (E) depressão, pobreza de pensamento, apatia e exigên- cias excessivas. 26. Considerando a análise do campo das psicoterapias e suas práticas atuais, Fiorini (2013) afirma que (A) os problemas sociais gerados pela era do capitalismo global introduzem novos impactos para a saúde mental de indivíduos, grupos e comunidades. (B) o papel da linguagem verbal na experiência terapêutica é contestável, genérico e facilita o acesso pleno aos conteúdos internos do indivíduo. (C) as psicoterapias grupais são os métodos de conceitua- ção e aplicação clínica mais consolidados, já que o sujeito desde o seu nascimento pertence a um grupo. (D) o terapeuta deve definir, estudar e aplicar uma técnica de psicoterapia em detrimento de outras para evitar con- fusões na sua abordagem epistemiológica. (E) a criatividade potencial do campo é intolerável, pois pos- sibilita a configuração de novas teorias, conceitos e mo- delos de processos. 27. Segundo Papalia e Feldman (2013), o estudo científico do desenvolvimento humano (A) procura descrever, explicar, prever e modificar o com- portamento. (B) recebe pouca ou nenhuma influência externa, isto é, depende basicamente da estrutura singular do sujeito. (C) tem ocorrido de modo formal desde a Antiguidade quando ocorreram os primeiros registros de crianças com déficit cognitivo. (D) constitui-se como vitalício, já que cada período do tempo de vida sofre influência exclusivamente do passado. (E) caracteriza-se por ser unidimensional e unidirecional. 28. Papalia e Feldman (2013) propõem algumas caracterís- ticas distintivas da meia-idade. Nesse contexto, é correto afirmar: (A) a maioria das pessoas de meia-idade sofre declínios importantes e irreversíveis das condições físicas e cognitivas. (B) os papéis sociais e as responsabilidades diminuem em comparação a períodos anteriores. (C) as mudanças fisiológicas são independentes do estilo de vida e comportamento, já que estão a serviço da constituição genética. (D) o conceito de meia-idade é socialmente construído à medida que o prolongamento do ciclo de vida trouxe novas funções para essa população. (E) geralmente os adultos de meia-idade sentem-se in- competentes e desestimulados para lidar com seus deveres. 11 fmhc1701/013-Psicologia 34. Em 1997, o Conselho Federal de Psicologia criou a Câmara Interinstitucional de Avaliação Psicológica, com o objetivo de fazer um diagnóstico das condições de en- sino na área, e, posteriormente, implantou um Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos usados no Brasil. Isso ocorreu, pois (A) muitos profissionais de outras áreas, como médicos, assistentes sociais, nutricionistas, terapeutas ocupa- cionais, ou seja, não psicólogos, estavam fazendo uso desses instrumentos de modo irregular. (B) passaram a existir crescentes críticas dirigidas aos testes psicológicos - falta de respaldo científico, mau uso dos instrumentos e elaboração de laudos psico- lógicos sem fundamentação teórica. (C) era necessário fiscalizar e cobrar taxas sobre a pro- dução e venda dos testes psicológicos para que essa verba subsidiasse pesquisas de novos instrumentos, para que os antigos, já obsoletos, pudessem ser substituídos. (D) muitos cursos de psicologia estavam reduzindo a oferta de disciplinas de testes psicológicos e técnicas projetivas, e era necessário que uma função exclusiva do psicólogo não se perdesse.(E) técnicas de entrevistas, observações clínicas, jogos, desenhos, o contar estórias e o brincar são ativida- des que podem ser facilmente manipuladas pelo ava- liando, portanto, sendo necessária a validação de um Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos. 35. Segundo Araújo (2007), o psicodiagnóstico proposto por Ocampo e Arzeno é (A) uma prática clínica bem delimitada, com objetivo, tempo e papéis definidos, diferenciada do processo analítico. (B) uma aplicação de instrumentos validados pelo Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos, segundo o refe- rencial da psicometria. (C) uma prática interventiva: diagnóstico e intervenção são processos simultâneos e complementares. (D) um processo de curta duração, muito parecido com a terapia focal, no qual o psicólogo elege um aspecto a ser avaliado (cognição ou personalidade). (E) um modo de se rotular os pacientes, em que se repe- tem jargões psicológicos sem fundamentação teórica. 32. Gabbard (2016) refere que são inúmeras as pesquisas que abordam as intervenções psicossociais familiares, sendo as Emoções Expressas (EE) o fator mais estudado. De modo geral, os estudos apontam que (A) as famílias contribuem de forma significativa para o desencadeamento da psicose de seu familiar por apresentarem EE alta, bem como contribuem para o aumento das taxas de recaída. (B) as famílias são afetadas pela doença e elas podem se tornar contribuintes secundárias para a recaída por meio de uma intensificação de suas interações com o paciente. (C) as famílias, quando treinadas para identificarem os sintomas prodrômicos da recaída, conseguem reduzir a crítica e o envolvimento excessivo, mas não reco- nhecem a necessidade da manutenção do tratamento medicamentoso. (D) as famílias que passam por intervenções de longo prazo apresentam diminuição das taxas de recaída, mas não apresentam redução da EE. (E) as famílias que sofreram intervenções psicoeducacio- nais voltadas ao aconselhamento, informações sobre a doença e apoio não apresentaram resultados rele- vantes, comparados às intervenções da EE. 33. Persicano (2000), ao falar do “método psicodiagnóstico de pensamento”, destaca que o psicodiagnóstico (A) é uma área já muito estudada restando muito pouco a ser desenvolvida, pois os métodos atuais, quando seguidos de forma rigorosa, garantem a compreensão plena do sujeito humano. (B) é predeterminado na sua forma e estrutura de pensa- mento e só deve ser utilizado na área da psicologia clínica, sendo um erro aplicar seus princípios nas di- ferentes áreas de atuação: escolar, empresarial, insti- tucional e grupal. (C) considera o pensamento humanístico, definindo o su- jeito e colocando-o em referência a si mesmo, desta- cando a sua subjetividade em detrimento de qualquer tipo de norma, quer objetivo-estatística, quer teórico- -filosófica. (D) por ter dificuldade em capturar o sujeito em sua cons- tante mutabilidade, apresenta déficits no esquema de cognição afetivo-intelectiva, sendo questionado quanto a sua capacidade de previsibilidade. (E) é uma forma de pensamento a ser desenvolvida, que exercita análise e síntese, indução e dedução, no pró- prio processo de formação do psicólogo, até que se organize um esquema rico de pensamento que possa funcionar cada vez mais com maior fluidez e agilidade. 12fmhc1701/013-Psicologia 38. Dentre as fobias incluídas na classificação do DSM-5 para transtornos de ansiedade, têm-se as fobias espe- cíficas e o transtorno de ansiedade social ou a fobia social (Gabbard, 2016). Em relação a esses transtornos, é correto afirmar que (A) a compreensão psicodinâmica das fobias ilustra um mecanismo psicótico de formação de sintomas, com defesas predominantemente paranoides. (B) a fobia social pode ser definida por um padrão interpessoal geral de timidez e de evitação do sexo oposto por conta do medo de rejeição. (C) tanto a terapia cognitiva comportamental quanto a terapia psicodinâmica costumam ser eficazes no tratamento do transtorno de ansiedade social, com diferenças significativas em favor da terapia psico- dinâmica. (D) a fobia social é uma condição com alto nível de comorbidade, com destaque para os transtornos dissociativos e conversivos. (E) o estilo parental específico também tem sido vin- culado ao desenvolvimento de fobia social na juventude, particularmente, o estilo percebido de superproteção e rejeição. 39. Ansiedade é um afeto que foi fundamental no nascimento da psicanálise e da psiquiatria psicodinâmica (Gabbard, 2016). No que diz respeito a esse tema, é correto afirmar: (A) Freud criou a expressão neurose de ansiedade para identificar uma forma de ansiedade caracterizada por sensação difusa de preocupação ou de pavor que se originava a partir de um pensamento ou um desejo reprimido, e era curável por meio da interven- ção psicoterapêutica. (B) outra forma de ansiedade era caracterizada por uma sensação avassaladora de pânico, acompanhada por manifestações de descarga autonômica, in- cluindo sudorese profunda, frequências respiratória e cardíaca aumentadas, diarreia e uma sensação subjetiva de terror, forma essa que Freud chamou de neurose residual. (C) a partir de 1926, Freud refina sua compreensão da ansiedade, que passa a ser vista como o resultado do acúmulo fisiológico da libido relacionado à falta de atividade sexual. (D) no nível mais maduro, a ansiedade que se origina no superego pode ser compreendida como sentimentos de culpa ou sofrimentos agudos do inconsciente por não conseguir viver de acordo com padrões externos de comportamento moral. (E) as formas mais primitivas de ansiedade sempre persistem no inconsciente de todos os indivíduos, e podem ser facilmente desencadeadas e percebidas pela consciência em situações de grande estresse ou enlutamento. 36. Em relação à entrevista devolutiva, Ocampo e et al (2009) afirmam que (A) deve ser feita no decorrer do processo diagnóstico, pois, assim, o paciente sai de cada sessão com um parecer sobre seu desempenho. (B) não deve ser realizada para o paciente, pois ele não dispõe de recursos egoicos para compreender a complexidade das informações. (C) é de responsabilidade de quem solicitou o psicodiag- nóstico (médico, professor etc), pois o profissional solicitante saberá quais informações são relevantes. (D) funciona como prova de realidade de que o psicó- logo saiu ileso do depósito dos aspectos mais da- ninhos do paciente, que os aceitou junto com os aspectos bons. (E) é uma etapa do processo psicodiagnóstico que pode ser suprimida, pois não acrescenta novas informa- ções para o psicólogo e se torna cansativa para o paciente. 37. Ocampo e et al (2009) afirmam que a hora do jogo diag- nóstica é (A) um recurso técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo psicodiagnóstico com a finalidade de conhecer a realidade da criança que foi trazida à consulta. (B) um teste psicológico, padronizado e normatizado para a população brasileira, que tem como base as neurociências, sendo aprovado pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos. (C) uma outra nomenclatura para a hora do jogo tera- pêutica, no qual novos aspectos e modificações estruturais surgem pela intervenção do terapeuta. (D) realizada como a primeira etapa da avaliação de crianças, precedendo as entrevistas com os pais, para que o psicólogo não se contamine com a visão que esses têm do filho. (E) uma experiência nova para a criança, mas não para o psicólogo, pois é um procedimento comum e padronizado que o profissional treinado realiza em seu cotidiano. 13 fmhc1701/013-Psicologia 42. Muitos transtornos psiquiátricos diferentes podem culmi- nar no resultado trágico do suicídio, relacionado de forma mais proeminente aos transtornos afetivos maiores(Gabbard, 2016). Em relação aos fatores de risco para o suicídio, assinale a alternativa correta. (A) Os determinantes do comportamento suicida são nor- malmente psicológicos, sendo os fatores biológicos considerados secundários. (B) A perda do objeto raramente está por trás do compor- tamento suicida, embora muitos pacientes suicidas revelem fortes anseios de dependência em relação ao objeto perdido. (C) Para as mulheres, o abuso sexual está fortemente associado a uma história de tentativas de suicídio, assim como de intenção suicida. (D) Para os homens, os transtornos de pânico amplifi- cam claramente o risco de suicídio, principalmente naqueles em que predomina atitude inibitória da agressividade. (E) Não há utilidade em diferenciar fatores de risco de curto prazo e longo prazo ao se tentar predizer o suicídio. 43. A Resolução do CFP no 007/2003 institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica. No que diz respeito à emissão de DECLARAÇÃO, é correto afirmar que (A) deve incluir um breve registro dos sintomas e/ou estados psicológicos dos pacientes atendidos pelo psicólogo que emite a declaração. (B) é um documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do campo psicológico cujo resul- tado pode ser indicativo ou conclusivo. (C) os registros deverão estar transcritos de forma corrida, ou seja, separados apenas pela pontuação, sem parágrafos, evitando, com isso, riscos de adul- terações. (D) é um documento que visa informar sobre a ocorrên- cia de fatos e/ou situações objetivas relacionados ao atendimento psicológico. (E) é um documento que visa justificar faltas e/ou impe- dimentos do solicitante. 40. “Além de experienciar sintomas fisiológicos alarmantes, como asfixia, tontura, sudorese, tremores e taquicardia, os pacientes muitas vezes têm a sensação de morte iminente. A maioria dos pacientes também tem medo de estar em um local ou em uma situação em que a fuga seria difícil ou ex- tremamente embaraçosa. E visto que são recorrentes, os pacientes com frequência desenvolvem uma forma secun- dária de ansiedade antecipatória.” (Gabbard, 2016). Com relação ao diagnóstico correspondente aos sintomas descritos, assinale a alternativa correta. (A) Agorafobia. (B) Transtorno de pânico. (C) Transtorno de ansiedade generalizada. (D) Fobia social. (E) Transtorno de ajustamento. 41. De acordo com o art. 7o do Código de Ética Profissional, o psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outro profissional, na seguinte situação: (A) somente a pedido do próprio usuário do serviço. (B) quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada. (C) quando informado expressamente, por ambas as partes, profissional e usuário do serviço, da interrup- ção voluntária e definitiva do serviço. (D) em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, sem necessidade, nesse caso, de ciência ao profissional. (E) em caso de atendimento realizado em instituição, a pedido do responsável ou dirigente da instituição. 14fmhc1701/013-Psicologia 46. Bleger (2011) faz um ensaio de categorização da entre- vista psicológica selecionando alguns parâmetros ou in- dicadores que estariam relacionados a partes neuróticas ou a partes psicóticas da personalidade. Quanto a isso, é correto afirmar: (A) maior presença de psicotismo e de rigidez aponta para a indicação de psicoterapia breve, pois pacien- tes com essas características tendem a se beneficiar mais nessa modalidade de atendimento. (B) são indicadores de neurotismo: conservação dos objetos de identificação; ciúmes, rivalidade; falta de insight e dependência. (C) são indicadores de psicotismo: inveja; dispersão da personalidade; independência; defesas obsessivas. (D) são indicadores de psicotismo: doença orgânica atual; defesas hipocondríacas; defesas perversas; inveja; restrição do ego. (E) são indicadores de neurotismo: doença orgânica atual; defesas hipocondríacas; comunicação sim- bólica; presença de insight. 47. Ao discorrer sobre a entrevista psicológica, Bleger (2011) afirma que (A) o psicólogo entrevistador pode oscilar entre a ansie- dade e o bloqueio durante a entrevista sem que isso necessariamente a perturbe. (B) o entrevistador deve ser absolutamente neutro, evi- tando qualquer movimento introjetivo ou projetivo próprio. (C) diferentes pacientes suscitam diferentes reações no entrevistador, e esse deve aprender a silenciá-las de forma que não interfiram no decorrer da entrevista. (D) o aumento da ansiedade do entrevistador é um indi- cativo de que se está lidando com conflitos do entre- vistado de natureza psicótica. (E) quanto mais neurótico o entrevistado, maior o risco de que o entrevistador assuma e passe a representar, sem se dar conta, o papel que lhe é conferido pelo paciente. 44. Em relação aos modelos psicodinâmicos de depressão/ distimia apresentados por Gabbard (2016), assinale a alternativa correta. (A) Quase todas as visões psicanalíticas enfatizam uma vulnerabilidade narcisista fundamental ou uma auto- estima frágil em pacientes deprimidos. (B) A mania e a agressividade também estão implicadas na maioria das teorias, particularmente em conexão com a culpa e com o autodenegrimento que elas produzem. (C) Um superego frouxo parece desempenhar um papel central e pode se tornar um tormento por causa de suas demandas sobre o indivíduo. (D) Um indivíduo deprimido é incapaz de idealizar a si mesmo ou um outro significativo, o que aumenta a probabilidade de desapontamento consigo e desva- lorização do self. (E) Um modelo psicodinâmico contemporâneo coloca em segundo plano as experiências precoces de trauma, em detrimento das experiências atuais. 45. A respeito da entrevista psicológica, Bleger (2011) afirma que (A) pode ser dirigida, semidirigida ou espontânea. (B) tem como função obter-se o máximo de informações a respeito da história do paciente. (C) tem como regra obter dados completos do com- portamento do entrevistado no decorrer da própria entrevista. (D) cabe ao entrevistador estabelecer o campo da rela- ção interpessoal que se configura na entrevista. (E) é um instrumento exclusivo do método clínico. 15 fmhc1701/013-Psicologia 48. A respeito da primeira entrevista em psicoterapia, Fiorini (2013) afirma que (A) se destina à aplicação de técnicas projetivas com o objetivo de ampliar a acuidade do diagnóstico. (B) tem como função essencial estabelecer o vínculo e esclarecê-lo em seu significado e alcance. (C) é o momento em que o terapeuta deve se focar em obter o máximo de dados sobre a história do paciente. (D) nesse momento, o terapeuta deve evitar transmitir ao paciente suas impressões diagnósticas, buscan- do uma atitude neutra. (E) não tem, em si, efeito terapêutico algum, posto se tratar de um momento de elaboração de contrato e não de terapia. 49. Fiorini (2013) considera que a psicoterapia dinâmica breve tem maior efeito em pacientes (A) que apresentem distúrbio psiquiátrico crônico para- noide. (B) com perversões sexuais e/ou hábitos perniciosos. (C) em quadros agudos, de crise e/ou descompensação. (D) que apresentem quadros de dependências e/ou adições. (E) em que se verifiquem caracteropatias graves e/ou sociopatias. 50. Fiorini (2013) descreve três modalidades de atendimento: Psicoterapia de apoio, Psicoterapia de esclarecimento e Psicanálise. De acordo com esse autor, é correto afirmar: (A) a Psicoterapia de esclarecimento propõe a mais ampla reestruturação da personalidade. (B) na Psicoterapia de apoio, busca-se, basicamente, favorecer o retorno à homeostase anteriorà crise. (C) na Psicanálise, devem ser evitadas interpretações referentes à interação do paciente com o psicotera- peuta. (D) a Psicoterapia de apoio tem como principal instru- mento as interpretações das fantasias inconscientes. (E) na Psicoterapia de esclarecimento, devem ocorrer o desenvolvimento e a elaboração sistemática da regressão transferencial.