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Resumo Étnico Racial

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A imagem demonstra de maneira ímpar o lugar que as elites brasileiras desejam que o negro ocupe! Vamos saber o porquê?
É evidente que diversas pessoas estão inseridas no mundo do trabalho dentro dos limites e possibilidades do capital, entretanto percebe-se que, mesmo em um estado brasileiro que tem por maioria da população os negros, dentro da universidade o acesso aos cursos mais elitizados, como Medicina e Direito, é restrito.
Os espaços que a sociedade capitalista considera de menor prestígio estão separados para serem ocupados pela população negra.
O que está em pauta não é a dignidade da profissão, mas o prestígio que a sociedade dá ao trabalho. É nos lugares com menor reconhecimento das elites que se pretende condenar o negro.
Não se pretende que a população negra ocupe lugares de gestão; o que se deseja é que essa população se contente com menores salários em cargos de execução. 
Entendendo os conceitos
 SER SOCIAL
Segundo Marx (2017), o ser social é formado a partir do trabalho.
Para o autor, as relações sociais se dão como resultado das relações de produção. Sendo assim, é por consequência da execução do trabalho que os indivíduos se relacionam.
É, grosso modo, a materialização na vida social dos conflitos:
Capital x Trabalho – Burguesia x Proletariado.
Considerada uma das variadas expressões da “questão social”. 
É um dos muitos resultados da relação antagônica entre trabalhadores e donos dos meios de produção.
Compreensão dos principais autores que influenciam o Serviço Social no debate racial
A proposta é mostrar que a questão 
O racial é uma das múltiplas expressões da questão social. 
QUE POR SUA VEZ É RESULTADO DA RELAÇÃO CAPITALXTRABALHO
A partir disso, o que é demandado do trabalhador?
É demandado que se posicione contrário a todas as formas em que se apresenta a questão racial.
Ainda hoje, a produção do Serviço Social no que tange à questão racial é bem reduzida.
Conheça a definição do Conselho Regional de Serviço Social/CRESS da 7ª Região – Rio de Janeiro. O Serviço Social:
O assistente social é profissional comprometido em combater essas expressões e tem a “questão social” como seu objetivo.
(...) é uma profissão de caráter sociopolítico, crítico e interventivo, que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da “questão social”. Isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Assistentes sociais se inserem nas mais diversas áreas: saúde, previdência, educação, habitação, lazer, assistência social, justiça etc. Com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, atuam nas relações entre os seres humanos no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho socioeducativo e de prestação de serviços.
CRESS, 2018
Partindo do pressuposto definido pelo CRESS/RJ, entende-se que:
Dois dos principais autores da profissão consideram que a “questão social” é fruto da relação CAPITAL x TRABALHO, conforme defendem:
A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu conhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre proletariado e burguesia, a qual passa a exigir outros tipos intervenção, mais além da caridade e da repressão.
CARVALHO e IAMAMOTO, 2014
As expressões da “questão social” são as mazelas produzidas na vida social pelo conflito capital versus trabalho, proletariado versus burguesia.
Elas são resultado do modo de produção tipicamente capitalista, em que a força de trabalho é expropriada do homem.
Importante!
Nesse sentido, é necessário pensar a questão racial como um dos variados elementos que oferecem bases para a continuação desse sistema social e econômico.
E o que significa pensar a “questão social”?
1.OBSERVAR SOBREMANEIRA SUAS EXPRESSÕES
2.PERCEBER QUE CADA UMA DE SUAS APRESENTAÇÕES TEM UM MOTIVO PRINCIPAL E UM OBJETIVO.
O capitalismo é essencialmente produtor de miséria, por ocasião da tendência decrescente da taxa de lucros. É o dono dos meios de produção. 
Ou seja, o burguês necessita de meios que lhe permitam aumentar sua lucratividade, já que:
é onde o sonho do capitalista se torna realidade concreta;
é no momento do lucro que o burguês percebe, materialmente, se seus investimentos obtiveram resultado positivo ou não.
Dessa maneira, entende-se que as expressões da “questão social” são resultado:
Da necessidade de atender a lógica capitalista de acumulação e valorização de capital por meio da produção de mais-valia, e por este principal motivo o capitalismo tem em sua essência essa geração de desigualdades, já que é um sistema pautado na divisão de classes em que determinada classe social detém os meios de produzir a mercadoria, e a outra classe detém a força de trabalho que, ao ser vendida, subsidiará a sua subsistência.
Com base no que foi informado, observa-se com clareza que já está posto neste tipo de divisão o grande abismo entre essas duas classes apresentadas por Marx (2017).
MARX, 2017
Há uma desigualdade basilar nessa estrutura que demonstra o caráter estruturalmente desigual desse sistema. Sendo assim, é importante
pensar que no capitalismo a não igualdade de classe é elemento fundamental para sua continuação. Sem a expropriação de uma classe pela outra não há possibilidade de continuação desse sistema.
Entretanto, o que se coloca como particular ao capitalismo não é a divisão classista desse tipo de sociedade ou a exploração de uma classe pela outra, mas sim a produção de mercadorias para a troca.
Ou seja, a grande diferença da sociedade capitalista para as outras sociedades é a centralidade da produção de mercadorias para a venda de excedente.
Para que seja possível entender e problematizar a questão racial, é imprescindível ter clareza sobre a “questão social”, pois a primeira é uma expressão da segunda.
O racismo, dentre seus muitos significados, é tambémideologia necessária para subalternizar determinada parcela da sociedade para manutenção desse sistema.
E o que tudo isso significou?
Significou um processo necessário à consolidação do capitalismo na Europa, portanto as ideologias racistas criadas estão claramente direcionadas à:
solidificação;
manutenção;
perpetuação da ordem do capital.
A escravidão negra africana foi um mecanismo para acumulação primitiva nos países da América Latina.
Antes de ser discutida a questão racial, é preciso uma aproximação dos pilares dessa sociedade de mercado, para fazer uma abordagem buscando trazer alguma clareza sobre pontos fundamentais.
Os pilares da economia de mercado envolvem o entrelaçamento das seguintes categorias: exército industrial de reserva, capital, lucro,mercadoria, trabalho e valor.
Serão evidenciados os antagonismos e a dependência dialética entre elas.
Veja a seguir uma síntese do que será tratado.
Será situado o trabalho como fundante do ser social e, posteriormente, será abordada sua especificidade no capitalismo em razão da lógica de valorização de capital.
Na sequência, será identificado que, nesta sociedade de mercado, as relações dos seres estão subjugadas à produção dessas mercadorias e à sua circulação.
Posteriormente, será tratado o imperativo do lucro e do exército industrial de reserva, já que esse contingente excedente de trabalhadores significa forte mecanismo de controle da força de trabalho e salários, condição fundamental para a lucratividade. O primeiro é o objetivo do capitalista e o objetivo final de todo esse processo de produção e circulação de mercadorias, pois o lucro resulta do capital valorizado. Quanto aos salários, estes são a parte da força de trabalho vendida pelo proletário.
Por fim, o racismoe a subalternização da população negra e de sua cultura serão apresentados como a forma adotada pelo capital para que a classe trabalhadora, incluso o exército industrial de reserva, tivesse cor, raça e etnia na particularidade brasileira.
O trabalho como fundante do ser social
Dando continuidade, vamos entender o que Marx fala sobre trabalho.
(...) o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. Defronta-se com a natureza como uma de suas forças. Põe em movimento as forças naturais de seu corpo – braços e pernas, cabeça e mãos –, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza externa, e, modificando-a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza. (...) Pressupomos o trabalho sob forma exclusivamente humana.
MARX, 2017, p. 211
Partindo desse pressuposto de Marx, podemos ter bem clara a ideia de que:
O A transformação da natureza para reprodução social da existência ocorre desde os primeiros momentos de registro de vida no planeta. Entretanto, o que diferencia a execução dessa modificação da natureza realizada por um homem da execução realizada por uma abelha é:capitalismo é essencialmente pro ta capacidade teleológica que o ser humano possui.e decrescente da taxa de lucrO humano esquematiza, pensa e avalia em sua mente o que será feito antes de fazer, e isso não se refere à qualidade do resultado, mas ao que diferencia o indivíduo dos animais.p
É a possibilidade de criar a ação-objeto no imaginário antes da execução, diferentemente dos outros animais, movidos pelo instinto.
Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao construir sua colméia. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na sua mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do trabalhador.
MARX, 2017, p. 21-212
Ao
À luz dos escritos de Marx, identifica-se que o trabalho em si, por diversas características, é inerente ao indivíduo humano, e somente esta classe dentre os animais da natureza é capaz de executá-lo por sua habilidade teleológica. Porém, mais do que transformação da natureza, o trabalho realiza também a modificação do ser que o executa, considerando que:
O que distingue as diferentes épocas econômicas não é o que se faz, mas como, com que meios de trabalho se faz. (...) Os meios de trabalho servem para medir o desenvolvimento da força humana de trabalho e, além disso, indicam as condições sociais em que se realiza o trabalho.
MARX, 2017, p. 214
. O autor deixa evidente que o desenvolvimento das capacidades produtivas dos seres humanos está diretamente ligado ao surgimento do ser social, à sociabilidade dos indivíduos, ou seja:
com a evolução da capacidade de trabalho, os seres humanos desenvolveram a relação e a interação com os demais indivíduos.
Dizer que os meios de trabalho também servem para indicar condições sociais em que esse trabalho é executado significa dizer que, a partir das possibilidades em que o trabalho se executa, poderá ser observado o nível de interação dos seres.
Para simplificar o pensamento, podemos considerar que os homens das cavernas possuíam um nível de interação muito menor que o homem moderno, e isso, segundo a ideia de Marx, se deu por ocasião da evolução do trabalho.
A partir dessa necessidade de execução do trabalho e do aprimoramento deste processo, as ferramentas como machado, martelo e até mesmo a fala foram gradualmente desenvolvidas, significando a transformação da natureza e do ser humano.
No primeiro momento, os homens não tinham uma linguagem estruturada ou objetos de trabalho bem desenvolvidos.
Entenda como Marx (2017) define ser social:
É aquele que interage socialmente com os demais indivíduos de sua espécie, evidenciando a importância do trabalho na formação da sociedade, posto que as relações entre os seres se dão justamente pela execução do trabalho. Este, por sua vez, não é individual, mas, de certa maneira, coletivo, já que seu resultado trará impactos para a coletividade.
Veja o exemplo do impacto da produção do primeiro machado e seus desdobramentos:
Considerando que a produção do primeiro machado foi uma atividade individual, que, porém, revolucionou as formas de cortar determinadas matérias-primas, essa ação, que, a princípio, parecia particular, transformou o coletivo, posto que variados indivíduos passaram a se beneficiar daquele meio de trabalho.
Do resultado deste, identifica-se a coletividade do trabalho executado na construção do martelo a partir da lenha, que passa a alimentar o fogo de uma fogueira criada para aquecer toda a aldeia.
O machado utilizado para cortar a árvore que deu origem àquela lenha passa a integrar o trabalho coletivo, já que sua construção beneficiou um grupo de pessoas e ofereceu possibilidades de outros trabalhos a serem executados por outros indivíduos, como a construção da fogueira.
Este é apenas um dos variados exemplos pelos quais se percebe que as atividades laborais ligam de alguma forma todos os indivíduos que vivem na sociedade, o que, na forma social sustentada na expropriação dos meios de produção da maioria, limitará a própria modificação da natureza para reprodução social, restringindo o ser genético humano.
Ao descobrir o fogo ou ao construir uma cabana, o homem modifica a natureza, e o impacto dessas mudanças o afeta, ou seja, com o fogo ele passa a cozinhar seus alimentos, o que o leva a ter uma transformação em sua estrutura corporal, como na dentição e/ou na musculatura.
A partir da transformação do meio ambiente, impactos biológicos acontecem e modificam o ecossistema.
Dando continuidade, confira pontos relacionados ao processo de valorização do capital.
Topico 1:O incrível da trajetória de Marx foi sua capacidade de observar que a força de trabalho, além de fundar o ser social e permitir que o homem crie meios necessários para sua subsistência, em uma sociedade capitalista, possui o caráter de agente valorizador de capital, quando o tempo de trabalho da força de trabalho ganhou proeminência.
Tópico 2. Nisso consiste a teoria do valor de Marx: o processo de valorização do capital se dá na sociedade mercantil pela execução do trabalho na produção de dada mercadoria. Mas, para melhor esclarecimento, é importante definir alguns pontos.
Tópico 3. A mercadoria é todo produto criado com o objetivo da troca, ou seja, a partir do momento em que se define que determinada produção será utilizada para troca, temos uma mercadoria. Sendo assim, toda mercadoria tem seu valor de uso e seu valor de troca, e, em uma sociedade de mercado, o valor de uso das coisas só tem importância na medida em que seja suporte do seu valor de troca, posto que a permuta é o que domina uma sociedade de mercado.importância na medida em que seja suporte do seu valor de troca, posto que a permuta é o que domina uma sociedade de mercado.
Topico 4.Segundo Sweezy (1973), “(...) mercadoria é tudo aquilo que se produz para troca”(p.51).
A “propensão por barganhar” (p. 52) nasce da interação dos indivíduos, porém não é a única maneira possível de relação econômica; entretanto, segue como dominante há alguns séculos.
Tópico
TTópico 5. O valor e a produção de mercadorias estão diretamente ligados às relações sociais, pois o produtor de determinada mercadoria está sempre produzindo tendo em vista o outro produtor, já que o objetivo final de sua produção é realizar a troca com o terceiro. “Na produção mercantil, é o processo de produção que governa os homens, e ainda não o inverso” (JAPPE, 2013, p. 32).
Tópico 6. Assim, um produtor está sempre trabalhando para alguém, para o consumidor, aquele que adquire o produto, e o valor de sua mercadoria está diretamente ligado à execução do trabalho para sua criação, conjugado com o valor de uso dela, pois, para o produtor,o burguês na sociedade capitalista, o que importa é o valor de troca para quem ele produz. Para quem a consome, o que interessa é o valor de uso, já que sem serventia não teria lógica adquirir o produto. Então, o valor de troca das mercadorias é constituído pela quantidade de trabalho empregada na sua produção.
Tópico 7.Sendo a sociedade capitalista uma sociedade de mercado extremamente complexa, o trabalho é tema principal na análise desta sociedade. Se a sociedade de mercado é aquela em que a troca de mercadorias é o meio pelo qual acontece a dinâmica da economia, e que o valor da mercadoria está diretamente ligado à execução do trabalho, é evidente que, para falar sobre a sociedade capitalista, pela ótica marxista, é extremamente necessário desvendar como o trabalho está inserido nesse modelo de produção.
O processo de produção das mercadorias
É importante ressaltar que, nesse momento, considera-se a sociedade capitalista já consolidada, em que o trabalho é o assalariado, e não o escravo.
Desta maneira, será abordada a centralidade do trabalho assalariado no capitalismo, pois somente a partir do assalariamento é possível pensar em capitalismo consolidado.
Marx, ao elucidar a sociedade capitalista, realizou um primeiro movimento de esclarecer as mercadorias e o caráter fetichista assumido por elas em nossa sociedade. O autor desvelou que é o processo produtivo que determina as relações vivenciadas na sociedade, e é exatamente nisto que consiste o fetiche da mercadoria: em as relações sociais dos indivíduos estarem direcionadas para sua produção e comercialização, ou seja, a sociedade realiza suas ações em busca da compra e da produtividade de mercadorias.
Pôster da Industrial Workers of the World (1911) sobre a Pirâmide do Sistema Capitalista
(...) fetichismo reside desde logo no próprio facto de a actividade social tomar uma aparência de objecto na mercadoria, no valor e no dinheiro.
Avani Sadana
Na sociedade de mercado, as relações entre os indivíduos são determinadas pelos seguintes fatores:
  processo de produção;
  circulação de mercadorias.
Tópico 1.Para o teórico alemão, o fetiche da mercadoria consiste em que, nesta sociedade, a sociedade de mercado, as relações sociais, as relações entre as pessoas, na medida em que a sociedade se apresenta com um imenso acúmulo de mercadorias, aparecem como relações entre coisas, e, neste sentido, homens tornam-se coisas, e coisas, deuses..
Topico 2.Em uma sociedade capitalista desenvolvida, as ações dos seres sociais estão diretamente articuladas a tal processo, e “(...) os homens não têm consciência dessa aparência; produzem-na, sem o saber, com os seus actos de troca, nos quais se impõe constantemente, como se fora uma lei natural (...)” (JAPPE, 2013, p. 33).
Tópico 3. Naturalizar a sociedade de mercado é uma apologética difundida e estruturada pelos homens, alienados sobre a dinâmica do funcionamento da sociedade capitalista, que não percebem que suas ações estão vinculadas à manutenção dessa sociedade mercantil, posto que a ideologia burguesa determina ser o capitalismo o único formato eficaz, eficiente e possível de sociedade, que também esconde o real objetivo dos processos de valorização de capital, que são prioritariamente a extração de mais-valia e a acumulação de capital.
Tópico 4. Ditados populares como “o trabalho dignifica o homem” ou “Deus ajuda a quem cedo madruga” são pequenos exemplos de difusão ideológica dos agentes do capital que fazem os indivíduos acreditarem que as possibilidades de ascensão social estão ligadas à quantidade de trabalho que cada um executa. Entretanto, a quantidade de força de trabalho expropriada de cada trabalhador está diretamente ligada à ascensão econômica de quem compra essa força de trabalho.
Topico 5. Assim, por mais que as frases deem a entender que, quanto mais tempo o indivíduo se dedicar ao trabalho, maiores serão suas possibilidades de ascensão social e econômica, o que se desvela por trás dessa ideologia é que, quanto mais força de trabalho o burguês conseguir expropriar do trabalhador, maiores serão as condições de valorizar seu capital.
Tópico 6. Destaca-se que “o fetichismo só começa na relação entre duas mercadorias” (JAPPE, 2013, p. 35). Desta forma, para que a sociedade de mercado se mantenha, é necessário que o processo de circulação seja desencadeado e a troca das mercadorias aconteça. Se assim não fosse, a sociedade capitalista não seria possível, já que é na troca que a valorização de capital é concluída, atendendo à lógica da acumulação de capital.
Antes de expor o esquema definido por Marx para explicar o processo produtivo, cabe dizer que o imperativo das relações de troca na sociedade capitalista conta com uma mercadoria particular como equivalente universal. O mesmo serve para viabilizar as transações generalizadas no mercado, mas o dinheiro assume um caráter além desse, pois,
(...) se todas as mercadorias devem ser trocáveis entre si, o trabalho contido nas mercadorias deve igualmente ser imediatamente trocável. Só o pode ser se for igual em todas as mercadorias, ou seja, se se tratar sempre do mesmo trabalho. O trabalho contido numa mercadoria deverá ser igual ao trabalho contido em todas as outras mercadorias. Na medida em que se representam no valor, todos os trabalhos valem somente enquanto dispêndios da força humana de trabalho. O respectivo conteúdo concreto é apagado; os trabalhos equivalem-se todos entre si. Não se trata aqui de uma operação puramente mental: de fato, o valor dos diferentes trabalhos representa-se numa forma material, o valor de troca, que nas condições mais evoluídas toma forma de uma quantidade determinada de dinheiro. O dinheiro representa algo de abstrato – o valor -, e representa-o enquanto algo de abstrato.
JAPPE, 2013, p. 39
Com base na interpretação do texto supracitado conjugado aos elementos anteriormente abordados, entende-se que o trabalho imprime valor à mercadoria no seu processo de produção, e é este valor que determinará o quantum de dinheiro valerá a mercadoria.
O dinheiro nada mais é do que a forma monetária desse valor, de modo que pode ser considerado a personificação ou o formato concreto da quantidade de trabalho abstrato imprimido na mercadoria, e é nisto que consiste a característica principal do dinheiro.
Em sociedades anteriores ele possuía caráter secundário, porem no capitalismo.
Em sociedades anteriores, ele possuía caráter secundário, porém no capitalismo ele é central, posto que expressa o valor do tempo de trabalho gasto na produção de cada mercadoria no processo produtivo.

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