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Alegações Finais em Ação Penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA V AR A __ 
CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPOS, RJ. 
 
ALEGAÇÕES FINAIS N A FORMA DE MEMORIAIS 
 
AÇÃO PENAL N º: XXX XX 
 
AUTOR: Ministério Público 
 
DENUNCIADO: Lauro 
 
INFR AÇÃO: Art. 213, § º, do Código Penal. 
 
 
 LAURO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu 
advogado ao final subscrito (procuração anexa) , vem com o devido respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, nos termos do Ar t.403 , §3 º do Código de Processo Pena l apresentar ALEGAÇÕES FINAIS, SOB A FORMA DE MEMORIAIS pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
1. DOS FATOS 
 Excelência, o representante do Ministério Público ofereceu denúncia contra Lauro, aduzindo que , em 03 de outubro de 2016, na cidade de Campos, no Estado do Rio de Janeiro – RJ , o denunciado é obcecado por Maria, estagiária de uma empresa que está situada no mesmo prédio em que fica o seu local de trabalho do denunciado. 
 Não mais aceitando a rejeição dela, decidiu que a obrigaria a manter relações sexuais com ele, independente da sua concordância. Confiante em sua decisão, resolveu adquirir arma de fogo de uso permitido, tornando-a regular
Precisando que alguém o substituísse no local do trabalho no dia do crime, confidenciou sua intenção ao seu colega de trabalho José, seu melhor amigo, 
assegurando-lhe que comprou a arma exclusivamente para ameaçar Maria e manter com o denunciado conjunção carnal, violou domicílio da denunciante, ocasião em que entrou clandestinamente nas dependências de casa alheia, contra a vontade tá cita de que m d e direi to . Pedi u a co nd ena ção do ac usa do na s sa nções 
do arti go 150, cap ut, do C ódi go Pena l. 
 E vi denci e-se que , a de nú nci a foi recebi da e m audi ê nci a, na da ta de 2 de 
abril de 2015. Naq uela op ort uni dade , foi dec retada a re ve lia do ac usado e nomeado 
defenso r da ti vo q ue, no me smo ato, a prese nto u de fesa pre li mi nar . 
A vítima foi o uvi da em J uízo, a lega ndo q ue a casa i nva did a é de s ua 
propri edade, e q ue a utili za uma, o u d uas ve zes po r a no , se ndo q ue na data dos 
fatos, nã o a esta va oc upand o. 
O réu, q ue não é reinci de nte, fo i o uvi do e m J uízo , ha ve ndo nar rado q ue seus 
pai s p ossuem uma casa de prai a e xa tame nte i gua l à da vítima, e q ue está sit uada a 
pouco mai s de 10 met ros desta . 
O ac usa do na rro u que ao i ng ressar na casa da víti ma, acredi tou q ue e ra a 
casa de se us pai s e q ue, por nã o es tar co nseg ui ndo entrar uti li za ndo s ua c ha ve, 
deci di u pular o m uro . Infor mo u q ue o i nte ri or d as ca sas é, ta m bém, e xatame nte 
i dêntico . 
2. D A F UN D AMEN TAÇ ÃO JU RÍDICA 
2.1 D a N ulid ade abso lu ta e do devido Proces so 
No caso em comento, é de s uma i mportâ nci a de staca r q ue a d enúnci a foi 
recebi da em a udi ê nci a e q ue naq ue la mesma opo rt uni dade o ac usado foi decre tado 
reve l e foi no me ado se u defe nso r da tivo q ue ali aprese nto u de fesa preli mi nar. Em 
confor mida de com o desc ri to s upra é e vi dente q ue ta l p rocedi mento está pa irado 
em trê s víci os, cabe agora d escre vê- lo s. 
Ne sse se nti do, o A rt . 39 6 d o C ódi go d e P rocesso Pe nal – C P P menci o na 
que, recebi da a d e nú nci a cabe rá ao j ui z reje itá - la li mi nar me nte o u recebê - la, na 
hi pótese e m q ue receber , o jui z orde nará a ci tação do a c usado para ma ni festar -se 
em 10 di as, nesses te rmo s fi ca cla ro q ue me nci ona do di sposi ti vo foi 
desconsi derado. 
Art. 396 do C PP . Nos procedi me ntos ordiná ri o e sumário , o fereci da a 
denú nci a ou quei xa, o jui z, se não a rejei ta r li mi narme nte, re cebê -la -á e o rd e nará a 
ci taçã o do acusado pa ra respo nder à a c usação , po r escri to , no pra zo de 10 (de z) 
É importa nte di zer q ue mesmo q ue seja no ri to s umar íssi mo é nece ssária a 
devi da ci tação, tendo em vi sta q ue mesmo q ue a de núnci a se ja o fereci da em 
audi ênci a o ré u deve se r ci tad o, o u na p ró pria a udi ênci a p r elimi na r, se e s ti ver 
presente , o u at ra vés de ma nd ado de citação caso não comp areça com base na Lei 
nº 9099/95 . 
O seg u ndo víci o e nco nt rado no caso é com re la ção ao fa to de q ue o ac usad o 
foi co nsi derado re ve l. V ale ressal ta r q ue ao a na li sar mos o descrito , se ve ri fi ca q ue 
não ho uve nem ao me nos a fo rmação comple ta do processo , te nd o e m vi sta o 
acusado não ter si do ci tad o p ara ma ni festar -se, e vi denci e também q ue , a par te 
estará vi nc ulada ao p rocesso desde a s ua citação . In verbi s: 
Art. 363 do C PP : O processo te rá co mpletado a s ua fo rmação q ua ndo 
reali zada a citação do ac usado. 
Ne sse caso, é i mpor ta nte ressal ta r a i no bser vânci a ao de vi do processo leg al, 
bem como ao pri nc ípi o do co ntraditóri o e à amp la defesa , e co nseque nteme nte o 
Art. 5 º , LV da Co nstit ui ção Feder al que assegura tai s p rinc ípi os. 
C orrelato ao p ri nc ípi o do contra ditóri o este é notado no se g undo víci o 
menci o na do, a decretação de reve li a do ré u. Sobre esse aspecto é sabi do q ue tal 
princ íp io po ssibi lita a to do acusado o di reito de resposta co ntra as ac u sações q ue 
lhe s fora m po stas . 
O pri nc ípi o da amp la de fesa é a oportu ni dade que te m o de nunci ado tem de 
apresenta r todos os mei os de pro vas admi ti dos no di reito com a fi na lid ade d e 
defend er -se pera nte a Admi ni st ração. In verbi s: 
Art. 5 º Todos são i gua is per a nte a le i, se m di sti nção de q ualq ue r nat ure za, 
garanti ndo -se ao s brasileiros e aos estra nge iros resi dentes no P a ís a i nvi ola bilidad e 
do direi to à vi da, à li berdade, à ig ua ldade , à seg ura nça e à proprie dade, nos te r mo s 
segui ntes: 
LV - aos li ti gantes , e m processo jud ici al o u admi ni st rati vo, e aos ac usa dos em geral 
são a ssegurados o co ntra ditóri o e amp la defesa, co m os mei os e rec ursos a e la 
i nerentes. 
Em seu i nterro ga tóri o a víti ma foi ouvi da e alegou q ue a casa i nvadi da é de sua 
propri edade, e que a utili za uma , o u d uas, ve ze s p or a no , se ndo q u e na data dos 
fatos, não a esta va oc upa ndo. 
O Art . 5 , X I d a C F precei t ua q ue: 
Art. 5 º Todos são i guai s pera nte a le i, se m di sti nção d e q ua lq uer nat ure za , 
garanti ndo -se ao s brasileiros e aos estra nge iros resi dentes no P a ís a i nvi ola bilidad e 
do direi to à vi da, à li berdade , à i gua ldade, à seg ura nça e à propried ade, no s ter mos 
segui ntes: 
XI - a casa é asi lo i nvi olá ve l d o i ndi víd uo , ni ng ué m nela p odendo pe netrar sem 
conse nti me nto do morador , sal vo em caso de fla gra n te de li to o u desast re, o u pa ra 
presta r socor ro, ou, d ura nte o di a, p or d ete rmina ção jud ici al; 
No caso em come nto o ac usa do fo i de n unci ado como i nc urso no crime pre vi sto no 
Art. 150 do CP P, que deter mi na:Art. 150 - E ntrar o u p e rma ne cer, cla nde sti na o u ast uci osame nte, o u co ntra a 
vo ntade e xpressa ou tác ita de q uem de di reito, em casa a l hei a o u em s uas 
depe ndê nci as: 
Pe na - dete nção, de um a três meses, o u m ulta . 
Po r oport uno , é necessári o d esta car q ue e m co nso nânci a co m a do ut rina brasi lei ra 
a casa desabi tada ou va zi a não se co nfig ura c rime, vez q ue nã o há a p ossib ili dade 
de agressão do bem j ur ídi co me nci onad o, em fa ce da s ua i ne xi stê nci a.
2.3 D O E R RO D O T IP O 
E seu i nter rogatório, o ac usado nar rou q ue a o i ng ressar na casa da vítima, 
acredi tou q ue e ra a casa de seus pai s e q ue , por não es tar co nseg ui nd o e ntrar 
utili za ndo s ua c ha ve , d ecidi u p ular o m uro . Informo u que o i nteri or d as ca sas é, 
também, e xatame nte id ênti co. 
O Art. 20 do cód igo P enal ad uz sobre a Teoria Ge ral do Erro, na q ua l é menci o na do 
o Erro do Ti po, d escrito como o erro q ue recai so bre q ua lq uer e leme nto pre vi sto em 
le i, pa ra o reco nheci me nto da cond uta deli tuo sa, i nc l ui ndo os d ados se c undá ri os da 
norma pe na l. 
É i mportante ressalta r que se trata de uma co nseq uê nci a d o Pri nc íp io da 
Excep ciona li dade do crime c u lposo , pre vi sto no Art . 18 , pa rá gr a fo úni co d o Códi go 
Pe nal – C P, q ue precei t ua o do lo co mo regra de p uni ção, e a c ulpa ap li cada de 
forma e xcepci ona l, só se ndo admitida q ua nd o a lei pre vê. 
Art. 18 CP . D i z-se o crime: 
Pa rá grafo úni co - Sal vo os caso s e xpressos em lei , ni ngué m pode ser p uni d o p or 
fato pre vi sto como c ri me , se não q ua nd o o pratica do losa mente. 
Po rtanto, tendo e m vi sta q ue o cri me de vi olação de domic íli o não ad mite 
modalida de culposa e tã o some n te do losa, req uer a abso l vi ção do de n unci ado, com 
base no A r t. 386, II I do C PP . 
 
2.3 D A SU B ST IT UIÇÃO D A P EN A P RIVAT IVA D E L IB E RD AD E PE LA 
R ES TR ITIVA D E D IR EITO OU MULT A 
Te ndo e m vi sta q ue a p ena má xi ma do crime em come nto é de apena s d ete nçã o de 
três meses, req uer que em co nfo rmi dade com o a rtig o 44 do C P, a p e na p riva tiva de 
li berdad e seja s ubstit uída por alg uma das pe nas res tri ti vas de di reito pre vi stas no 
arti go 43 do C P, q ua is seja m:
3. D OS PE DIDOS 
Não res tam d ú vi das q uan to à crista li ni dade do di rei to requerid o, d esde e n tão requer 
a: 
a) D eclaração de Nuli dade A bsol uta do P rocesso p ela não ci tação d o ac usado , com 
base no A r t. 564, II I, do C PP ; 
b) A bsol ve r o den unci ado, por e xi stirem ci rc unstâ nci as q ue e xcl ua m o c ri me , com 
base no A r t. 386, II I C PP ; 
c) C aso ai nda nã o se ja esse o e nte nd ime nto, req uer q ue absol va o réu, poi s o caso 
funda-se em er ro do tip o, e este e xcl ui a modalida de dolosa, resta ndo ap enas a 
modalida de culposa e , tal de li to nã o admi te esta modali dade, f und a ndo -se o fa to em 
ati pici dad e d e co nduta , e m co nsonâ nci a com o Ar t. 386, III C PP ; 
d) S ubs ti t ui ção da pe na po r restri ti va d e di rei to pre vi stas no A r t. 43 do C ódi go P enal, 
com ba se no ar t. 44 do referi do D iploma L egal . 
 
Ne sses te rmos, pede e esp era de feri me nto. 
 
Pe de e espera deferime nto . 
 
C ampos/RJ , XX, XXXXX, XXXX. 
 
 A dvogad o 
 
 OAB /RJ nº XX.XX X

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