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Segmentos Consonantais

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Português - Literatura 
 
 
 
 
 
 
SEGMENTOS CONSONANTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução ............................................................................................................................. 2 
 
Objetivos ............................................................................................................................... 2 
 
1. Segmentos consonantais............................................................................................. 2 
1.1. Articulação dos sons consonantais ..................................................................... 3 
1.2. Articuladores ......................................................................................................... 4 
 
Exercícios ............................................................................................................................... 5 
 
Gabarito ................................................................................................................................. 5 
 
Resumo .................................................................................................................................. 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Na aula “Processos de formação de novas palavras”, abordamos como as 
palavras se organizam para a formação de outras. 
Agora, vamos observar um tipo de fonema em particular, aquele associado 
aos sons consonantais. Vamos abordar o conceito dos segmentos consonantais, 
quais são e os seus articuladores. Aprenderemos diferenciar os fonemas oclusivos, 
vibrantes, fricativos e nasais. 
 
Objetivos 
• Apresentar o conceito de fonemas consonantais 
• Observar os segmentos do aparelho fonador responsáveis para criação 
de fonemas consonantais 
• Compreender os seus articuladores 
 
1. Segmentos consonantais 
Você deve lembrar que os sons que produzimos, conhecidos como fonemas, 
só possuem determinada sonoridade devido a uma questão anatômica: pulmão, 
boca, língua, laringe, glote... uma série de órgãos do corpo, com funções 
diferenciadas que se unem para formar o aparelho fonador. 
Não deve ser fácil produzir tantos sons, se considerarmos a linguagem 
humana e a variedade de línguas que existem com seus dialetos/variedades 
linguísticas. Ora, como funciona a produção de sons nos angolanos? Ou nos 
portugueses? Não precisamos ir muito longe: há variações nos aparelhos fonadores 
dentro do nosso próprio país, considerando o território enorme que possuímos. 
Isso já deve ter servido para te dar uma ideia da variedade de sons que somos 
capazes de produzir, e como elementos como formação cultural e geografia nos 
influenciam. 
 Um exemplo é a língua portuguesa falada em Florianópolis, capital de Santa 
Catarina: a cidade fora colonizada majoritariamente por portugueses do arquipélago 
de Açores, território português. Em suma, um português insular, ocupando outra 
ilha, formando uma variedade linguística com características únicas. 
Viu como é importante compreender os elementos do aparelho fonador, 
como ele produz sons pelos mais diferentes processos? Falamos de processos por 
um viés histórico. Vamos apontar alguns por um ponto de vista fisiológico. 
 
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Quando falamos de sons consonantais, estamos falando de 19 sons 
consonantais produzidos pelo nosso aparelho fonador. Esses são produzidos de 
acordo com a forma que são articulados. Ou seja, as maneiras como os órgãos do 
aparelho fonador se movimentam resultam em determinados sons consonantais - e 
vocálicos, mas isso é assunto para outra aula. 
 
1.1. Articulação dos sons consonantais 
Esses sons são chamados de consonantais devido à obstrução - parcial ou 
total - da corrente de ar produzida durante o choque com as cordas vocais. Esse som 
- essa corrente de ar - tem, então, seu efeito sonoro reduzido. 
Ora, então a forma como esses órgãos se comportam durante o "choque" 
determina um som. Sim, observe os diversos fonemas consonantais: 
Oclusivos - Quando o ar que sai dos pulmões encontra um determinado 
obstáculo, gera um efeito diferente. Observe como os fonemas /g/ (de "gol"), /p/ (de 
"pato"), /b/ (de "banho"), /t/ (de "torta"), /k/ (de "couve" e /d/ (de "ducha") são 
exemplos desse tipo de som. 
 
FIQUE ATENTO! 
 
 
Fricativos - Produzidos quando a passagem do ar é estreitada. Temos os 
seguintes fonemas produzidos dessa maneira: /f/ (de "feijão"), /v/ (de "vassoura", /s/ 
(de "sandália", /z/ (de "zebra"), /x/ (com som de "x", como em "abacaxi"), e /j/ (de 
"gesso"). 
Laterais - correm de maneira bem particular e por causa de um movimento 
específico: quando a língua se posiciona de tal forma que o ar só pode sair pelas 
laterais, como aponta o nome. Para isso, dois casos: /l/ (de "louça") e /lh/ (de "alho"). 
 
Observe que não se deve confundir alfabeto ortográfico 
com alfabeto fonético. Não necessariamente há uma 
equivalência, como veremos ao longo da aula. 
 
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CAI NA PROVA! 
 
 
 
Vibrantes - Durante a repercussão do ar, vibramos a língua para a produção 
do som, como em /r/ (de "joalheiro") e /rr/ (de "carroça"). 
Nasais - Diante de um obstáculo, o som sai pelo nariz, muito comum em /m/ 
(de "mamão"), /n/ (como em "ninguém") e, de maneira similar a outro exemplo, o 
dígrafo /nh/ (de "inhame") 
 
PRATIQUE! 
 
 
 
1.2. Articuladores 
Observe que cada som é produzido de acordo com a forma como se 
movimenta dentro do aparelho fonador. 
Esses articuladores são os dentes, língua, lábios, alvéolos, palato duro e 
palato mole, e velo garíngeo. Cada parte do corpo que participa dessa modificação 
do som é um articulador. 
Mas alguns são ativos, já que se movimentam em direção a outros 
articuladores passivos, movimentando a capacidade de produção sonora. Lábio 
inferior, língua e véu faríngeo são articuladores passivos. Os articuladores passivos 
são partes imóveis, como o lábio superior, os dentes superiores e parte superior da 
boca, e estes são manipulados em prol da criação de sons. 
Sons consonantais não se formam apenas com a presença 
do til, mas com a interação entre /m/ e /n/. 
 
Atenção: essa é a origem do dígrafo, quando temos dois 
sons que se unem para formar um só. Não se trata, 
portanto, de um encontro consonantal. 
 
 
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E, obviamente, as pregas vocais. Não achou que estariam de fora? Grandes 
cantores têm a habilidade de manipular diretamente suas pregas vocais para 
produzir determinados efeitos. Na verdade, quando cantamos ou gritamos estamos 
gerando sons para além da capacidade habitual, logo, estamos manipulando, em 
maior ou menor grau, nossas cordas. 
Lembra que falamos sobre termos 19 sons consonantais na língua 
portuguesa? Sim, essa conta parece não fechar, já que 19 consoantes + 5 vocais = 24 
letras. Mas, novamente, estamos falando do alfabeto fonético. Há, por exemplo, o 
som de /a/ e o som de /ã/. Isso ficará bem claro numa aula futura. Por hora, essa é a 
delimitação que apresentamos, e as demais serão apresentadas mais à frente. 
 
Exercícios 
1) O que separa a formação dos sons consonantais, em relação aos demais? 
 
2) Por que os obstáculos aos quais o ar está sujeito recebem o nome de 
"articulações"? 
 
3) Qual a relação entre alfabeto gramatical, e fonético? 
 
Gabarito 
1) (TRINDADE JR, 2018) Os sons consonantais recebem esse nome pois são gerados 
pelo choque do ar com obstáculos no aparelho fonador. É o oposto das vogais, 
que são geradas sem obstáculos, mas por outro mecanismo de diminuição do 
timbresonoro. 
 
2) (TRINDADE JR, 2018) Porque, em detrimento deles, o ar se articula para sair, 
gerando sons diferentes de acordo com suas opções de fruição. 
 
3) (TRINDADE JR, 2018) É uma relação simples, mas não necessariamente óbvia. O 
alfabeto fonético não se baseia em letras, mas em sons. Se não atentarmos para 
isso, ficará estranho imaginar que, foneticamente, a palavra "casa" se escreve 
com /k/. Há uma série de letras que apontam diferentes tipos de sons, com ou 
sem tonicidade, o que os diferencia do alfabeto gramatical. 
 
 
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Resumo 
Os fonemas possuem determinada sonoridade devido a uma questão 
anatômica dos órgãos do corpo, que formam o aparelho fonador. Assim como os 
sons são produzidos de acordo com sua interação com o aparelho fonador, 
interações diferenciadas produzem sons diferenciados, como as consoantes que 
surgem do contato do aparelho do ar com determinadas articulações dos órgãos do 
corpo. 
Questões históricas, geográficas e sociais podem influenciar a maneira como 
impulsionamos o ar pelo aparelho fonador na produção de sons. 
Os sons consonantais produzidos pelo nosso aparelho fonador dependem da 
forma com que são articulados e são obstruídos - parcial ou totalmente - pela 
corrente de ar produzida durante o choque com as cordas vocais. Cada som é 
produzido de acordo com a maneira pela qual se movimenta no aparelho fonador. 
São chamados de articuladores e podem ser ativos ou passivos, os dentes, a 
língua, os lábios, os alvéolos, o palato duro e o palato mole, e o velo garíngeo. Os 
ativos se movimentam em direção a outros articuladores; os passivos movimentam a 
capacidade de produção sonora. As pregas vocais são utilizadas para produzir 
determinados efeitos. Isso se deve à manipulação das nossas cordas vocais. 
Temos 19 sons consonantais, na Língua Portuguesa, relacionados ao alfabeto 
fonético, ou seja, o alfabeto dos sons da língua, que é diferente do alfabeto 
ortográfico. 
 
 
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Referências bibliográficas 
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramatica da Língua Portuguesa. Nova Fronteira: Rio de Janeiro, 2015. 
HENRIQUES, Claudio Cezar. Fonética, Fonologia e Ortografia. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2012. 
MOREIRA, C. M. Leitura e oralidade: caminhos que se cruzam. Revista Letras deHoje, Porto Alegre. v. 38, n. 
2, p. 171-195, jun. 2003. 
RIBEIRO, Manoel Pinto. Gramática aplicada da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Metáfora, 2016.

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