Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Desafio • É possível que haja diferenças entre as células vegetais e as células animais? Quais são? • Fisiologicamente, o que uma célula vegetal é capaz de realizar que nenhuma célula animal é capaz? •Bioquimicamente, qual a principal diferença na constituição do corpo de um vegetal, em relação a um animal? CÉLULA VEGETAL CÉLULA – do latim “cella”. Significa cela ou câmara. 1665 - R. Hooke observa secções de cortiça. ≈ 1700 – observação de cloroplastos ≈ 1850 – todos os seres constituem-se de células 1883 – R. Brown observa núcleo 1950 –ultraestrutura do envoltório celular Teoria celular: • Constitui todos os organismos vivos; • Abriga o genoma; • É o centro das reações químicas de um organismo; • Origina-se de uma célula pré-existente. CÉLULA VEGETAL COMPOSIÇÃO MOLECULAR DAS CÉLULAS VEGETAIS Metabólitos primários e secundários C, H, O, N, S, P 99% de toda matéria viva H2O > 50% matéria viva 90% peso da maioria dos tecidos vegetais 4 tipos diferentes de moléculas orgânicas constituem a maior parte do peso seco dos organismos vivos: carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucléicos. Estas moléculas são designadas como metabólitos primários nos vegetais. CÉLULA VEGETAL: COMPOSIÇÃO MOLECULAR MONOSSACARÍDEOS – monômeros e fonte energia CARBOIDRATOS DISSACARÍDEOS – sacarose, transporte nas plantas POLISSACARÍDEOS reserva energia; estrutural AMIDO açúcares Oligossacarinas Hormônios vegetais CÉLULA VEGETAL: COMPOSIÇÃO MOLECULAR ÓLEOS E GORDURAS (triglicerídeos) FOSFOLIPÍDEOS (estrutura de membranas) LIPÍDIOS CERA, CUTINA E SUBERINA (impermeabilização) ESTERÓIDES (sitosteróis) fitoestrógeno Ácidos graxos CÉLULA VEGETAL: COMPOSIÇÃO MOLECULAR < 50% em plantas PROTEÍNAS Principalmente nas sementes (reserva) Enzimas catalisam reações químicas RNA síntese de proteínas ÁC. NUCLEICOS DNA código genético aminoácidos nucleotídeos CÉLULA VEGETAL: COMPOSIÇÃO MOLECULAR Não são encontrados em todas as plantas METABÓLITOS SECUNDÁRIOS, Resposta a pressões do ambiente ESPECIAIS ou FITOCOMPLEXOS Específicos de etapas do ciclo de vida PRINCIPAIS CLASSES: 10.000 ALCALÓIDES cafeína, morfina, cocaína, nicotina e atropina c. nitrogenados Morfina papoula cafeína café atropina beladona CÉLULA VEGETAL: COMPOSIÇÃO MOLECULAR Óleos essenciais (mono e sesquiterpenos) Taxol (contra câncer de ovários e mamas) TERPENOS Pigmentos e fitormônios Glicosídeos cardioativos venenos Digitalis purpurea; D. lanata digitoxina digoxina isopreno MONOTERPENOS TAXOL Taxus brevifolia Exemplos de Glicosídeos Cardíacos: Digoxina D. purpurea CÉLULA VEGETAL: COMPOSIÇÃO MOLECULAR FLAVONÓIDES (antocianinas + flavonas) COMPS. FENÓLICOS TANINOS (adstringentes = proteção) LIGNINAS (parede celular = rigidez) ÁC. SALICÍLICO (resistência sistêmica adquirida) flavona açaí taninos lignina Ácido salicílico -OH + anel aromático Salgueiro chorão CÉLULA VEGETAL: ESTRUTURA Núcleo Organização básica de uma célula vegetal Envoltório celular Protoplasma NÚCLEO PROTOPLASMA ENVOLTÓRIO CELULAR Núcleo Organização básica de uma célula vegetal Envoltório celular Protoplasma CÉLULA VEGETAL: ESTRUTURA crescimento celular NÚCLEO Genoma nuclear diferenciação celular carioteca regulação do metabolismo Lamela média camada mais externa PAREDE CELULAR Parede primária presente em todas as células Parede secundária apenas em algumas células Plasmodesmos comunicação célula – célula A parece celular é a principal estrutura de distinção entre célula vegetal e célula animal. CÉLULA VEGETAL: ESTRUTURA 7 2 3 4 5 6 1 LAMELA MÉDIA MEMBRANA PLASMÁTICA PAREDE PRIMÁRIA CÉLULA VEGETAL: PAREDE CELULAR Celulose COMPOSIÇÃO QUÍMICA Hemicelulose Pectina (polissacarídeo) Glicoproteínas LAMELA MÉDIA – Camada mais externa. Une células adjacentes. Constituída basicamente de pectina. PAREDE PRIMÁRIA CÉLULA VEGETAL: PAREDE CELULAR Rigidez Tamanho e forma da célula Proteção contra patógenos Absorção, transporte e secreção Atividade digestiva Sinalização na síntese de fitoalexinas FUNÇÕES Formação da parede primária: durante a divisão celular Impermeabilização da parede: cutina, suberina, cera Maior rigidez da parede: lignina Espessamento: homogêneo ou heterogêneo Campos de pontoações primários: regiões com menor espessamento da parede primária (ou ausência desta) formação de plasmodesmos. CÉLULA VEGETAL: Parede 1ª Parede celular 1ª delgada Parede celular 1ª espessa PLASMODESMOS: canais que conectam citoplasma de células vizinhas transporte simplástico x transporte apoplástico CÉLULA VEGETAL: Parede 1ª CÉLULA VEGETAL: Parede 1ª CÉLULA VEGETAL: Parede 2ª COMPOSIÇÃO QUÍMICA: celulose ↑, hemicelulose, pectina ↓, glicoproteínas FUNÇÃO: Maior rigidez e sustentação para a célula, portanto, para o tecido. ORIGEM: membrana plasmática, após término do crescimento celular. Fica entre a parede primária e a membrana plasmática. ESTRUTURA: 2 a 3 camadas, com as fibras de celulose em orientações distintas CÉLULA VEGETAL: PAREDE 2ª Pontoações: regiões sem formação de parede secundária, sobre os campos de pontoações primários. 2 tipos: simples ou areoladas Pontoações simples: poros simples, onde há comunicação da célula com outra célula ou entre a célula e o meio externo. Pontoação areolada: poro, cuja parede secundária se expande parcialmente sobre a abertura do poro. Pode haver a formação de toros. a) Célula com parede primária: presença de campos de pontoação primários e plasmodesmos; b) células com paredes secundárias apresentando pontoações; c) e d) detalhes das pontoaçes simples (c) e areolada (d). CÉLULA VEGETAL: PAREDE 2ª TOROS – Expansão da parede primária para dar resistência às células quando ficam túrgidas. Presentes principalmente em Gymnospermas. CÉLULA VEGETAL: PAREDE 2ª Maior rigidez da parede: lignina Impermeabilização da parede: suberina CÉLULA VEGETAL: ESTRUTURA PROTOPLASTO – Constitui-se em todo o conteúdo a partir da membrana, inclusive o núcleo. As organelas ficam em constante movimento: corrente citoplasmática ou ciclose. Estão presentes diversas organelas importantes no metabolismo celular, entre elas: Retículo endoplasmático liso – Sítio de síntese de lipídios; Retículo endoplasmático rugoso – Sítio de síntese de proteínas de membrana e de exportação ou para irem para o vacúolo. Dictiossomos (Estrutura de Golgi) – Sítio de síntese e secreção de polissacarídeos complexos e assimilação das cadeias laterais de oligossacarídeos. Há também no protoplasma microtúbulos, e pequenas organelas, como os peroxissomos, glioxissomos, mitocôndrias. As principais organelas do protoplasto que diferenciam células vegetais de células animais são os plastídios e o vacúolo. CÉLULA VEGETAL: ESTRUTURA CÉLULA VEGETAL: ESTRUTURA VACÚOLO – Organelagrande, ocupa até 80-90% do volume total da célula madura. Envoltório: uma membrana vacuolar ou tonoplasto. Origem: Retículo endoplasmático e Dictiossomo. Conteúdo: suco celular ou vacuolar água e íons inorgânicos (Ca2+, K+, Cl- , Na+), ácidos orgânicos, açúcares, aminoácidos enzimas e uma série de metabólitos secundários. armazenamento (açúcares, proteínas, ácidos orgânicos) FUNÇÕES remoção de substâncias tóxicas (taninos e nicotina) acúmulo de pigmentos (antocianinas) quebra de macromoléculas (característica digestiva) controle osmótico (manutenção do volume e turgidez) CÉLULA VEGETAL: VACÚOLO CÉLULA JOVEM Vários vacúolos pequenos CÉLULA ADULTA Vacúolo único grande CÉLULA VEGETAL: VACÚOLO VACÚOLO SUCO VACUOLAR OU CELULAR: pH = 5 TONOPLASTO CÉLULA VEGETAL: VACÚOLO célula vacúolo Vacúolos com suco em célula de laranja Vacúolo com antocianina CÉLULA VEGETAL: ESTRUTURA PLASTÍDIOS: Organelas com dupla membrana. FUNÇÕES: Fotossíntese e armazenamento ORIGEM: PROPLASTÍDIO CLOROPLASTO LEUCOPLASTO CROMOPLASTO ESTRUTURA: Envoltório de dupla membrana, sistema interno de membranas, denominado tilacóide, imerso num fluido chamado estroma. Tilacóide fase luminosa da fotossíntese Estroma fase escura da fotossíntese CÉLULA VEGETAL: PLASTÍDIOS CLOROPLASTOS – Responsáveis pela fotossíntese. São repletos de cloroplastos (coloração verde) aderidos às suas membranas tilacoides. CROMOPLASTOS – Armazenam pigmentos carotenóides (coloração amarela, alaranjada, vermelha). Podem ser aderidos a membranas tilacoides modificadas, ou dispersos dentro do cromoplasto. LEUCOPLASTOS – Têm um sistema tilacoides insipiente ou inexistente, sendo responsável por armazenamento (amido, óleos). TIPOS CÉLULA VEGETAL: PLASTÍDIOS CLOROPLASTO CÉLULA VEGETAL: PLASTÍDIOS CROMOPLASTO Céula contendo cromoplastos CÉLULA VEGETAL: PLASTÍDIOS CROMOPLASTO CÉLULA VEGETAL: PLASTÍDIOS LEUCOPLASTO Amiloplasto SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS ou INCLUSÕES CELULARES Produtos de reserva ou simples metabólitos resultantes das atividades celulares: reserva (alimentares) ou excreção, armazenados em vacúolos, plastídios ou em parede celular. Podem ser classificadas em orgânicas e inorgânicas. • ORGÂNICAS Amido – Polímero de glicose. É uma das substâncias ergásticas mais comuns; armazenados em forma de grãos nos plastídios (amiloplastos). Formatos variados Polimerização por lamelação concêntrica Podem ser simples ou compostos Hilo é o ponto de partida da lamelação central excêntrico SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS Substâncias Ergásticas: AMIDO Fontes de amido: caules, raízes, sementes Amidos simples: batata inglesa, milho, mandioca Amidos compostos: arroz e batata doce A lamelação ou formação de estrias podem estar relacionadas com fatores externos ou não, depende da espécie. Armazenamento tecidos parenquimáticos de reserva Substâncias Ergásticas: AMIDO Substâncias Ergásticas: AMIDO • Inulina – Polissacarídeo resultante da polimerização da frutose, dissolvida no suco vacuolar. • Ocorre principalmente nas famílias Asteraceae e Liliaceae. • Considerada como diurética, por aumentar a excreção de água e de sódio. SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS • Grãos de Aleurona – Proteína de reserva, com corpos definidos, ou combinam formas amorfas e cristalóides (encontrados em muitas sementes, no endosperma). • Aleurona da batata rico em lisina • Têm origem vacuolar. Podem ser encontrados em sementes de abóbora, linho, mostarda e em frutos de erva-doce e funcho. • A aleurona diminui a calciúria, usada nas hipercalciúrias e litíases renais. • Participação indireta na nutrição do embrião SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS Substâncias Ergásticas: PROTEÍNAS ptn globóide massa fundamental Ptn globóide Ptn cristalóide Massa fundamental • Óleos e Gorduras – Substâncias quimicamente semelhantes: gorduras são sólidas e óleos são líquidos. • Amplamente distribuídas nas células vegetais, mais comumente em sementes (como reserva). • Ceras, cutina e suberina são gorduras e ocorrem dentro e sobre a parede celular. • Gotículas líquidas encontram-se dispersas no citoplasma (esferossomos) ou elaioplastos. SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS • Óleos e gorduras • Óleos essenciais ou voláteis são, geralmente, formados por tecidos secretores especiais. • Os óleos fixos devem ser considerados como produtos de reserva. Utilizados na alimentação (amendoim, soja, oliva) ou na fabricação de cosméticos e medicamentos. SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS Substâncias Ergásticas: ÓLEOS E GORDURAS • INORGÂNICAS Encontrados na forma de cristais de sais de cálcio em células maiores: os idioblastos Mais comumente oxalato de cálcio, podendo haver de carbonato de cálcio (cistólito). Produtos de excreção Originam-se dentro dos vacúolos. Podem ocorrer de forma solitária ou agrupados. Cristais de carbonato de cálcio são chamados de cistólitos Na epiderme ficam depositados em células denominadas litocistos. SUBSTÂNCIAS ERGÁSTICAS Os cristais podem apresentar formas variadas, porém originados de um único cristal. Tipos comuns de cristais de oxalato de cálcio •Prisma– retangulares ou piramidais •Ráfides– cristais aciculares em feixes paralelos •Drusas– agregados esféricos de cristais prismáticos •Estilóides– cristais colunares alongados •Areias cristalinas–partículas finas Substâncias Ergásticas: CRISTAIS • Os cristais são mais comumente encontrados em células parenquimáticas, córtex e floema secundário. • Os cristais de carbonato de cálcio formam-se ao redor de invaginação (pino ou pedúnculo) da parede celular • Sílica Presente, principalmente em células epidérmicas de gramíneas. Têm caráter diagnóstico taxonômico. Substâncias Ergásticas: CRISTAIS Substâncias Ergásticas: CRISTAIS Ráfides Cistólitos Substâncias Ergásticas: CRISTAIS Cristal prismático Drusas REFERÊNCIAS Cutter, E.G. Anatomia Vegetal: Parte I – células e tecidos. 2 ed, São Paulo: Editora Rocca, 2002 Raven, P.H.; Evert, R.F.; Eichhorn, S.E. Biologia Vegetal. 6 ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001, p 16 – 73.
Compartilhar