Buscar

Resistência a compressão em pequenas obras residenciais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CEUMA 
 
 
 
 
 
 
 
Lucas Hernanes dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO EM PEQUENAS OBRAS 
RESIDENCIAIS EM SÃO LUÍS – MA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís – MA 
2019
Lucas Hernanes dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO EM PEQUENAS OBRAS 
RESIDENCIAIS EM SÃO LUÍS – MA 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Engenharia Civil da Universidade Ceuma, 
como requisito para a obtenção do grau de 
Engenheiro Civil 
 
 
Orientadora: Profª Msc Débora Cristina 
Coutinho Vilas Bôas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís – MA 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha elaborada pela Biblioteca da Universidade Ceuma 
dd/mm/aa 
 
 
 
Ficha a ser cedida pela biblioteca que deverá ser impressa atrás da folha de 
rosto 
 
 
Monografia de autoria de Lucas Hernanes dos Santos, intitulada Resistência à 
compressão do concreto em pequenas obras residenciais em São Luís - Ma, apresentada como 
requisito para obtenção do grau de Engenheiro Civil, em 16/05/2019, defendida e aprovada pela 
banca examinadora abaixo assinada 
 
 
 
 
 
 
 
 
________________________________________________ 
Profª Msc Débora Cristina Coutinho Vilas Bôas 
Orientadora 
 
 
________________________________________________ 
1º Examinador 
 
 
 
________________________________________________ 
2º Examinador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís – MA 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esse trabalho a todas as pessoas que 
acordam cedo para trabalhar e a noite mesmo 
cansadas ainda encontram forças para dedicar 
aos estudos. 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus, sem Ele nada é possível. 
A minha esposa que adiou o início do curso superior para que eu iniciasse o meu. E ao meu 
filho, minha fonte de inspiração. 
Aos meus pais e irmãos que mesmo distante acreditaram no meu potencial. 
Aos meus colegas de curso, especialmente Ronald, Kaylla, Gleydson e Cláudia pela grande 
amizade construída. 
A minha orientadora Profª Msc Débora Vilas Bôas pelo auxilio na elaboração desse trabalho. 
Ao laboratorista Marcos pela contribuição e elaboração do traço. 
Ao Sr. Pelé que teve uma enorme contribuição para a realização desse trabalho. 
A dona Beth que me escalou nos horários que possibilitou meu estudo. 
A todos os professores da UNICEUMA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não devemos esperar pela inspiração para 
começar qualquer coisa. A ação sempre gera 
inspiração. A inspiração quase nunca gera 
ação”. 
(Frank Tibolt) 
RESUMO 
 
Grande parte da população reside em pequenas edificações construídas sem atender a normas 
técnicas e sem acompanhamento técnico-profissional que geram maiores custos na construção, 
patologias e insegurança. O concreto por desempenhar função de responsabilidade deve seguir 
métodos de controle tecnológico e de qualidade para garantir a conformidade e especificações 
da NBR 12655:2006. O ensaio de resistência à compressão costuma fornecer uma ideia geral 
da qualidade do concreto. Foram coletados corpos-de-prova e realizados ensaios de resistência 
à compressão de concretos de três obras residenciais de pequeno porte de acordo com as normas 
NBR 5738:2015 e NBR 5739:2018, além de um traço feito em laboratório para servir de 
referência. Analisando os dados de resistência das obras e do laboratório foi constatado que nas 
três obras o concreto apresentou resistência abaixo de 20 MPa, valor mínimo para concreto 
estrutural de acordo com a NBR 6118:2014. A forma de preparo do concreto foi fator principal 
para valores tão baixos constatado nos testes, entretanto não foi possível confirmar a qualidade 
geral da obra baseado somente nos dados de resistências do concreto, pois há vários fatores 
influenciáveis na qualidade do concreto e na estrutura como um todo. Para garantir uma 
estrutura segura, com qualidade e confiável, deve ser rígido o controle de materiais e serviços 
adotando medidas de controle tecnológico. 
 
Palavras-Chave: Concreto. Resistência. Ensaio. Qualidade. 
 
ABSTRACT 
 
A large part of the population resides in small buildings built without meeting technical norms 
and without technical-professional accompaniment that generate higher costs in construction, 
pathologies and insecurity. Concrete to perform accountability function must follow methods 
of technological control and quality to ensure compliance and specifications of NBR 12655: 
2006. The compressive strength test usually gives a general idea of the quality of the concrete. 
Test specimens were collected and compressive strength tests were performed on three small 
residential projects in accordance with NBR 5738: 2015 and NBR 5739: 2018 standards, as 
well as a laboratory test to serve as a reference. Analyzing the resistance data of the works and 
the laboratory, it was verified that in the three works the concrete presented resistance below 
20 MPa, minimum value for structural concrete according to NBR 6118: 2014. However, it was 
not possible to confirm the general quality of the work based only on the resistance data of the 
concrete, since there are several influential factors in the quality of the concrete and the structure 
as a everything. In order to guarantee a safe, reliable and quality structure, the control of 
materials and services must be strictly adhering to technological control measures. 
 
Keywords: Concrete. Resistance. Test. Quality. 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Categorias dimensionais de brita ......................................................................... 22
Figura 2 – Significado da resistência à compressão do concreto obtida através do controle 
do concreto ............................................................................................................................ 26
Figura 3 – Diagrama de Controle estatístico do concreto ....................................................... 31
Figura 4 – Diagrama de blocos que esquematicamente situa o controle da Resistência à 
compressão do concreto dentro da problemática mais ampla de controle tecnológico das 
estruturas de concreto ............................................................................................................ 34
Figura 5 - Gráfico das curvas de Walz .................................................................................. 41
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FOTOGRAFIAS 
 
Fotografia 1 – Moldagem de corpo-de-prova da obra A ........................................................ 37
Fotografia 2 – Moldagem de corpo-de-prova da obra B ........................................................ 38
Fotografia 3 – Moldagem de corpo-de-prova da obra C ........................................................ 39
Fotografia 4 – Traço no laboratório ........................................................................................ 40
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Porcentagens médias por volumes de um concreto comum ................................ 21
Gráfico 2 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra A ........... 49
Gráfico 3 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra B ........... 50
Gráfico 4 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concretoda obra C ........... 51
Gráfico 5 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto do laboratório .... 52
Gráfico 6 – Comparação das evoluções das resistências das obras e laboratório .................. 
 
53
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Parâmetros da água a ser empregada na produção de concreto – Norma ABNT 
NM 137:97 ............................................................................................................................ 23
Quadro 2 – Designação normalizada, sigla e classe do cimento Portland ........................... 24
Quadro 3 – Valores de Ψ6 ..................................................................................................... 28
Quadro 4 – Desvio Padrão (𝜎) de acordo com a condição de preparo do concreto.............. 29
Quadro 5 – Número de camadas para moldagem dos corpos de prova ................................ 32
Quadro 6 – Dados das obras ................................................................................................. 36
Quadro 7 – Características dos materiais utilizados no traço ............................................. 40
Quadro 8 – Estimativa de consumo de água por metro cúbico de concreto em função do 
diâmetro máximo característico do agregado e do abatimento da mistura ........................... 42
Quadro 9 – Volume compactado seco (Vpc) de agregado graúdo por metro cúbico de 
concreto ................................................................................................................................. 43
Quadro 10 – Dados de resistência a compressão da obra A ................................................. 48
Quadro 11 – Dados de resistência a compressão da obra B ................................................. 49
Quadro 12 – Dados de resistência a compressão da obra C ................................................. 50
Quadro 13 - Dados de resistência a compressão do laboratório ........................................... 52
Quadro 14 – Comparação dos dados de resistências ............................................................ 53
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ARI Alta resistência inicial 
BC Baixo calor de hidratação 
CP Cimento Portland 
CPB Cimento Portland Branco 
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
NBR Norma Brasileira Regulamentadora 
NM Norma Mercosul 
RS Resistente à sulfatos 
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
SNIC Sindicado Nacional da Industria do Cimento 
 
 
LISTA DE SIMBOLOS E ABREVIATURAS 
 
a Areia 
a/c Relação água/cimento 
b Brita 
C Consumo de cimento no traço 
Ca Estimativa de consumo de agregado miúdo 
Cag Estimativa de consumo de água 
Cag.corrigido Consumo de água corrigido 
Cb Consumo de agregado graúdo 
Cc Consumo de cimento 
Cons.água Consumo em massa de água em um determinado volume de traço 
Cons.areia Consumo em massa de areia em um determinado volume de traço 
Cons.brita Consumo em massa de brita em um determinado volume de traço 
cp Número de corpos-de-prova 
CP Cimento Portland 
d 
 
Diâmetro do corpo-de-prova 
f1, f2, ..., fm Valores das resistências dos exemplares, em ordem crescente. 
fc28 
 
Resistência à compressão do concreto na idade de 28 dias 
fc,betonada Valor da resistência à compressão do exemplar que representa o concreto da 
betonada. 
fck,est Resistência característica estimada do concreto à compressão 
h 
 
Altura do corpo-de-prova (na equação 18) 
h Umidade 
l Litros 
l/m³ Litros por metro cúbico 
m² Metro quadrado 
Ma Massa de água 
Mf Módulo de finura 
Mhareia 
 
Massa úmida da areia 
Msareia Massa seca da areia 
n Número de exemplares 
Va Volume de agregado miúdo por m³ de concreto 
Vpc 
 
Volume compactado seco de agregado graúdo por m³ de concreto 
Vcp 
 
Volume de um corpo-de-prova 
x Água 
γagreg.comp. Massa específica compactado do agregado graúdo por m³ de concreto 
γagreg.solto Massa específica do agregado solto 
γaparente Massa específica aparente 
γc Coeficiente de minoração de resistência 
γc, γb, γag 
 
Massa específica do cimento, agregado graúdo e da água, respectivamente. 
γreal Massa específica real 
φmáx. Diâmetro Máximo característico do agregado graúdo 
Ψ6 Coeficiente em função da condição de preparo 
𝑓𝑐𝑘 Resistência característica à compressão do concreto 
𝑓𝑐𝑚 Resistência média das amostras de concreto 
𝜎 Desvio padrão das amostras do concreto. 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16 
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ............................................................................. 18 
2.1 CIMENTO PORTLAND ......................................................................................... 19 
2.2 AGREGADOS ......................................................................................................... 20 
2.2.1 Classificação dos agregados .................................................................................. 21 
2.3 ÁGUA DE AMASSAMENTO ................................................................................ 23 
2.4 TIPOS DE CIMENTOS PORTLAND ..................................................................... 23 
2.5 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO ............................................ 25 
2.5.1 Resistência característica ...................................................................................... 26 
2.5.2 Tipos de controle de resistência ............................................................................ 27 
2.5.2.1 Controle de amostragem parcial (e casos excepcionais) .......................................... 28 
2.5.2.2 Controle de amostragem total (100%) ..................................................................... 30 
2.6 MOLDAGEM E CURA DE CORPOS-DE-PROVA ............................................... 31 
2.7 ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS-DE-PROVA CILÍNDRICOS ........... 32 
2.8 CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO .................................................. 33 
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 35 
3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ................................................ 35 
3.2 OBRAS ANALISADAS .......................................................................................... 36 
3.2.1 Obra A ..................................................................................................................... 36 
3.2.2 Obra B ..................................................................................................................... 37 
3.2.3 Obra C ..................................................................................................................... 38 
3.2.4 Laboratório ............................................................................................................. 39 
3.2.4.1 Cálculo de traço ....................................................................................................... 40 
4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES ..................................... 48 
4.1 OBRA A ................................................................................................................... 48 
4.2 OBRA B ................................................................................................................... 49 
4.3 OBRA C ................................................................................................................... 50 
4.4 LABORATÓRIO .....................................................................................................51 
4.5 COMPARAÇÕES DE RESULTADOS ................................................................... 53 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 54 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57 
 
16 
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO EM PEQUENAS OBRAS 
RESIDENCIAIS EM SÃO LUÍS – MA 
 
Lucas Hernanes dos Santos 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O controle tecnológico e de qualidade do concreto é comumente utilizado em médias e 
grandes obras, mas em pequenas obras a qualidade do concreto preocupa. Grande parte da 
população brasileira reside em pequenas edificações construídas sem projeto, sem atender as 
normas técnicas e sem acompanhamento de profissionais técnicos especializados, que podem 
gerar maiores custos na construção, patologias e insegurança. 
Obras da periferia de São Luís retrata com fidelidade essa realidade, devido 
principalmente pela falta de capacitação da mão-de-obra e falta de fiscalização pelo Conselho 
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Sem os devidos controles, o concreto em 
pequenas obras é amassado manualmente por pedreiros não qualificados, não dando a devida 
importância em atender o valor mínimo de resistência fixado pela NBR 6118:2014 de 20 MPa 
para estruturas de concreto armado. 
O objetivo geral deste trabalho é analisar as resistências à compressão do concreto de 
pequenas obras residenciais localizadas em São Luís – MA e comparar os resultados com o 
valor mínimo de resistência fixado pela NBR 6118:2014. Para atingir o objetivo, deve-se 
destacar os seguintes objetivos específicos: acompanhar o amassamento do concreto nas obras 
para conhecer a forma de preparo do traço; coletar amostras de concreto em 3 (três) obras de 
pequeno porte de acordo com a NBR 5738:2015; elaborar um traço de referência no laboratório; 
submeter todos os corpos-de-prova ao ensaio de compressão de acordo com a NBR 5739:2018 
e analisar os dados de resistências à compressão do concreto comparando os resultados com o 
valor mínimo de resistência fixado pela NBR 6118:2014. 
Devido a sua importância, é fundamental o concreto ser submetido a um controle de 
qualidade por desempenhar função de responsabilidade, e deve atender normas especificas e 
controle tecnológico. Em obras residenciais de pequeno porte, em sua maioria, o concreto não 
passa por nenhum controle de qualidade o que provavelmente está em desacordo com as 
normas, podendo comprometer a integridade da obra e gerar transtornos como patologias e 
insegurança para a população. 
Há uma relação intima na qualidade final da obra e a qualidade do concreto. Concreto 
17 
produzido não atendendo os padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT), podem comprometer as estruturas, a durabilidade, causar patologias e em 
casos extremos, podem levar a edificação ao colapso. Por outro lado, caso o concreto possua 
uma resistência bem maior à aquela realmente necessária, o custo final da obra será 
demasiadamente elevado. 
Há vários trabalhos acadêmicos voltados para estudo de dosagem e do traço do concreto, 
principalmente oriundas de centrais de concreto voltado para grandes volumes, como grandes 
empreendimentos, mas o presente trabalho tem a intenção de dar maior importância à pequenas 
obras, comuns nas periferias e ao concreto usado. Obras essas construídas sem um projeto, sem 
acompanhamento profissional técnico e sem controle de qualidade. O concreto quando é 
produzido sem atender critérios normativos pode causar vários problemas na obra. 
Este trabalho de conclusão de curso encontra-se divido em quatro capítulos. No primeiro 
capítulo intitulado Introdução é apresentado o tema do trabalho, os objetivos, a justificativa, e 
o problema de pesquisa. No segundo capítulo, é apresentado a fundamentação teórica do tema 
com o histórico do cimento no mundo e no Brasil, as definições de cimento Portland e dos 
constituintes do concreto, a resistência do concreto, moldagem e ensaio de corpos-de-prova e a 
importância do controle tecnológico. No terceiro capítulo é abordado a metodologia do trabalho 
e apresentado os dados coletados. No quarto capítulo é apresentado os resultados dos ensaios, 
analisando individualmente cada traço de concreto ensaiado e feito comparações de resultados 
e o último capítulo apresenta a conclusão do assunto abordado. 
 
18 
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA 
 
Historicamente, a utilização de materiais cimentícios é bastante antiga. Uma construção 
datada de +/- 4000 AC foi descoberta em uma escavação arqueológica no Iraque, em que parte 
da construção foram executadas com material cimentícios. Os Romanos e os Gregos foram os 
primeiros a utilizarem uma espécie de concreto, ao acrescentar fragmentos de telhas ou tijolos 
ou areia e pedra fragmentada ao calcário e água. 
O cimento pozolânico originou-se da mistura de cinza vulcânica ou telhas de barro 
cozida finamente moídas a cal que os Romanos usaram para construções submersas. A Pont du 
Gard e Coliseu, em Roma são exemplos de estruturas de alvenaria assentada em argamassa que 
resistem até os dias atuais, além de Panteão, também em Roma, que é uma estrutura de concreto 
mantém os materiais cimentícios ainda firme. 
Houve uma diminuição considerável no uso do cimento na Idade Média e somente a 
partir do início do século XVII ocorreram avanços no conhecimento do material. John Smeaton 
em 1756 misturou pozolana com calcário contendo considerada quantidade de material com 
característica argilosa, alcançando um material de alta resistência, utilizado na reconstrução do 
Farol de Eddystone. Outros cimentos hidráulicos foram desenvolvidos, pelo francês Vicat, 
considerado o inventor do cimento artificial, pelo James Parker, mas foi Joseph Aspdin, 
pedreiro e construtor, em 1824, patenteou o cimento Portland. Em 1845, Isaac Johnson ao 
calcinar uma mistura de giz e argila até a clinquerização inventou o protótipo do cimento 
moderno. Com a clinquerização ocorreram reações necessárias para a formação de compostos 
de alta capacidade cimentante. 
Na fazenda Santo Antônio, propriedade do comendador Antônio Proost Rodovalho, foi 
instalada uma pequena fábrica e em 1888 iniciou a produção de cimento no Brasil. Várias 
iniciativas dispersas de fabricação de cimento foram desenvolvidas na época, mas vários 
problemas na época culminaram em fracassos, como: produção em baixa escala, a grande 
distância dos mercados consumidores e baixo nível de qualidade comparados com os cimentos 
importados. Porém, em 1924 no Estado de São Paulo, precisamente na cidade de Perus, a 
Companhia Brasileira de Cimento Portland implantou uma fábrica tornando-se um marco da 
implantação da indústria brasileira de cimento. Em 1926 chegaram ao mercado as primeiras 
toneladas do cimento e gradativamente foram substituindo o cimento importado, que até então 
o país dependia exclusivamente, até praticamente desaparecer nos dias atuais. 
O concreto é o material de construção presente em praticamente quase todo tipo de 
obras, desde pequenas casas de alvenaria, obras de arte, peças de mobiliário urbano até grandes 
19 
empreendimentos de vários setores. Segundo a Sindicado Nacional da Industria do Cimento 
(SNIC), (SNIC, 2014) em 2012 o consumo aparente mundial foi de 3,809 bilhões de toneladas, 
um consumo per capta de 543 milhões de toneladas por habitante. No Brasil, em 2013 o 
consumo aparente foi de 71 milhões de toneladas, um consumo per capta de 353 Kg/hab. No 
Estado do Maranhão 1,564 milhões de toneladas foram consumidos no ano de 2013. O consumo 
mundial de cimento é somente inferior ao consumoda água. 
O concreto é um material de enorme importância na construção civil, seu uso frequente 
é devido suas características peculiares, como sua capacidade de suportar grandes pressões de 
compressão, moldabilidade, trabalhabilidade, resistência ao fogo, alta durabilidade e ser 
composto por matérias-primas encontradas em abundância em todo planeta. Define-se o 
concreto basicamente como uma pedra artificial, formado por uma mistura de cimento, 
agregados miúdos (areia), agregados graúdos (pedras) e água, quando no estado fresco, é 
composto plástico moldável em fôrmas de tamanho e formas variadas, e quando endurecido 
constitui um bloco monolítico de resistência similar às rochas naturais. 
O cimento é o elemento fundamental na composição do concreto, porém é o elemento 
mais fraco da composição, tem propriedades adesivas e coesiva que tem a função de ligar os 
agregados. Por ser a parte fraca da composição, o cimento determina a resistência final do 
concreto. 
De acordo com Bauer (2015), “o agregado é um material particulado, incoesivo, de 
atividade química praticamente nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa 
gama de tamanhos”, conhecido pelo nome específico: fíler, brita, bica-corrida, seixo, areia etc. 
Existem dois tipos de concreto: o estrutural e o não estrutural. O não estrutural apresenta 
baixa resistência e é utilizado em partes não estruturais, que não há grandes solicitações de 
esforços como exemplo, lastro para pisos. O concreto estrutural é usado na estrutura, como 
vigas, pilares, fundações e lajes, são partes do edifício que devem ter resistência suficientes 
para suportar grandes solicitações de esforços. 
O concreto armado consome menos energia e lança menos gases e partículas poluentes 
na atmosfera comparado a outros materiais de construção, com o alumínio, o vidro e o aço, 
ressalta Arnaldo Forti Battagin, chefe dos laboratórios da Associação Brasileira de Cimento 
Portland (ABCP) (PEDROSO, 2009). 
 
2.1 CIMENTO PORTLAND 
 
“Cimento Portland é o produto obtido pela pulverização de clínquer constituído 
20 
essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, com uma certa proporção de sulfato de cálcio 
natural, contendo, eventualmente, adições de certas substâncias que modificam suas 
propriedades ou facilitam seu emprego” (BAUER, 2015). O clínquer é um produto obtido com 
a calcinação de uma mistura desses materiais, tem formato granular que varia de 3 mm a 25 
mm de diâmetro e é a matéria-prima básica do cimento. 
“O cimento Portland é um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou 
ligantes, que endurece sob ação da água. Depois de endurecido, mesmo que seja novamente 
submetido à ação da água, o cimento Portland não se decompõe mais” (ABCP, 2002). 
Por definição, é um “aglomerante hidráulico resultante da mistura homogênea de 
clínquer Portland, gesso e adições normatizadas finamente moídas” (MARTINS et al., 2008). 
É um aglomerante porque tem a capacidade de ligar os outros materiais. Hidráulico porque 
reagem com a adição de água dando início ao processo de endurecimento, que após endurecido 
adquire característica semelhante a uma rocha artificial e mesmo imergido em água não perde 
suas propriedades 
 
2.2 AGREGADOS 
 
De acordo com Bauer (2015), “o agregado é um material particulado, incoesivo, de 
atividade química praticamente nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa 
gama de tamanhos, ” conhecido pelo nome específico: fíler, brita, bica-corrida, seixo, areia etc. 
Vários autores classificam os agregados como materiais inertes. Entretanto, de acordo 
com Neville (2016) os agregados estão ligados a um todo coeso por estar envolto pela pasta de 
cimento. Ainda de acordo com o mesmo autor, os agregados não são verdadeiramente inertes, 
pois influenciam no desempenho do concreto, pelas características e propriedades físicas, 
térmicas, e algumas vezes, químicas. 
Os agregados têm grande valor na composição do concreto, sua qualidade afeta 
significantemente o desempenho estrutural e a durabilidade do concreto. 
Além de prover a economia do concreto, 55 a 70% do volume do concreto é composto 
por agregados, conforme o gráfico 1, diminuindo a quantidade de cimento fornecendo 
vantagens técnicas como maior durabilidade e estabilidade de volume do que a pasta de cimento 
hidratada. 
21 
 Gráfico 1 – Porcentagens médias por volumes de um concreto comum 
 Fonte: O autor (2019) 
 
Em concretos de fck da ordem de 15 MPa e em aditivos, os agregados representam cerca 
de 20% do custo e de 80% do peso de concreto estrutural (BAUER, 2015). 
Os agregados devem seguir algumas condições para satisfazer a qualidade final do 
concreto. Não devem ser reagentes perante o cimento, não devem ser provenientes de rochas 
macias, friáveis ou de baixa resistência à compressão, dever ser isentos de gesso, pirita, 
componentes ferrosos, argila e matéria orgânica, ou de qualquer material que prejudiquem sua 
aderência à argamassa ou afetem no endurecimento ou na pega. 
A resistência à compressão dos agregados deve ser obrigatoriamente superior a 
resistência desejada do concreto. Os agregados produzidos de rochas sã, como gnaisse, basalto, 
granito, barita, hematita e os de escória de alto-forno tem resistência à compressão muito 
superior aos concretos usuais de fck 20 a 30 MPa. Sendo assim, não há restrições ao uso em 
concretos de características comuns. 
 
2.2.1 Classificação dos agregados 
 
Os agregados são classificados de acordo com a origem, as dimensões das partículas e 
o peso específico aparente. 
a) Segundo a origem 
 Naturais: Encontrados na natureza já em forma particulada. Ex.: cascalho e areia. 
 Industrializados: Forma particulada obtida através de processos industriais. A 
22 
matéria prima pode ser: argila, escória de alto-forno e rocha. 
b) Segundo as dimensões das partículas 
 Miúdo: as areias. 
 Graúdo: As britas, os seixos e os cascalhos. 
c) Segundo o peso específico aparente 
 Leves: vermiculita, argila expandida e escória granulada. 
 Médias: calcário, arenito, cascalho e areia. 
 Pesados: barita, hematita e magnetita. 
Na produção de um concreto de boa qualidade, os agregados são divididos em dois 
grupos de dimensões: agregados miúdos, comumente denominados areia, com dimensão 
inferior a 2mm e os agregados graúdos, que são materiais com dimensão mínima de 5mm. 
A areia, agregado miúdo como material de construção, originam-se de rios e cavas e 
classificadas granulometricamente em fina, média e grossa, segundo a NBR 7211:2009. 
 Areia fina: entre 0,06 mm e 0,2 mm; 
 Areia média: entre 0,2 mm e 0,6 mm; 
 Areia grossa: entre 0,6 mm e 2,0 mm. 
A pedra britada é o agregado graúdo obtido através de processo industrial da cominuição 
de rochas maciças. Os produtos finais da britagem são divididos em quatro categorias. 
 Brita 0: produto de dimensões reduzidas em relação a brita 1: aplicada em lajes pré-
moldadas, blocos, usinas de asfalto e de concreto. 
 Brita 1: é o produto comumente utilizado na construção civil: aplicada em lajes, 
tubulões, pisos, pilar, vigas entre outros. 
 Brita 2: utilizado em concreto mais grossos, drenos e estacionamentos. 
 Brita 3: são utilizadas em lastro: aplicada em aterramentos e nivelamentos de áreas 
ferroviárias, reforço de pistas e drenos. 
 
Figura 1 – Categorias dimensionais de brita 
Fonte: Azevedo, (2015) 
 
23 
2.3 ÁGUA DE AMASSAMENTO 
 
A água é o constituinte fundamental para a produção de concreto. A água é necessária 
para a reação de hidratação e endurecimento do concreto e a mistura deve ser na proporção 
ideal para obter trabalhabilidade, consistência adequada para o transporte, lançamento e 
adensamentosem que haja segregação. 
De acordo com Neville (2016), a água, além de atuar na trabalhabilidade e na resistência, 
exerce importante influência nos seguintes aspectos: pega, hidratação, exsudação, retração, 
fluência, ingresso de sais, colmatação, ataque químico ao concreto, corrosão de armaduras, 
carbonatação. 
Normalmente, a água não causa preocupação quando é fornecida pela rede pública. 
Entretanto, pode afetar consideravelmente o concreto quando a água de amassamento não é 
tratada, e os parâmetros definidos na Norma ABNT NM 137:97 não são cumpridos. 
A água potável geralmente é aconselhada para o amassamento, com pH de 6,0 a 8,0, ou, 
possivelmente até 9,0, que não tenha sabor salobro. A água salobra contém teor excessivos de 
cloretos e sulfatos que tendem a gerar umidade constante, florescência e induz a corrosão da 
armadura. Porém, não devem ser estabelecidos restrições desnecessárias, afim de 
economicamente ser prejudiciais. Segue abaixo no Quadro 1, parâmetros da água de 
amassamento estabelecidos pela ABNT NM 137:97. 
 
Quadro 1 - Parâmetros da água a ser empregada na produção de concreto - Norma ABNT NM 137:97 
pH 5,5 - 9,0 
Sólidos Totais ≤ 5000 mg/l 
Sulfatos ≤ 2000 mg/l 
Cloretos concreto simples ≤ 2000 mg/l 
Cloretos concreto armado ≤ 700 mg/l 
Cloretos concreto protendido ≤ 500 mg/l 
Açúcar ≤ 5 mg/l 
Matéria Orgânica 3 mg/l 
Fonte: adaptado ABNT (1997) 
 
2.4 TIPOS DE CIMENTOS PORTLAND 
 
Na década de 70, com o aumento significativo do custo da energia, e deve ser citado 
que a energia representa uma enorme parcela nos custos de produção do cimento, tornou 
necessário a introdução de materiais de natureza inorgânica nas misturas de concreto. 
24 
Esses materiais, de princípio, tinham o objetivo de baratear os custos da produção de 
cimento, já que eles costumavam ser bem mais baratos que o cimento Portland, pois existiam 
na forma de depósitos naturais, ou eram resíduos de processos industriais. 
Outro motivo, era a preocupação ambiental em destinar os resíduos industriais como a 
escória de alto-forno, a cinza volante e a sílica ativa. Esses materiais misturados ao cimento, 
além dos objetivos econômicos e ambientais, também agregam várias propriedades desejáveis 
ao concreto, no estado fresco e principalmente no estado endurecido. 
Nenhum cimento é o melhor em todos os sentidos, deve-se analisar qual cimento deve 
ser utilizado para um fim específico. 
A escolha dependerá da disponibilidade, do custo, das características específicas dos 
equipamentos, da qualidade da mão-de-obra, da velocidade de construção e, claro, das 
exigências da estrutura e do ambiente onde será construído (NEVILLE, 2016). 
No Brasil de acordo com a NBR 16697:2018 Cimento Portland – Requisitos, existem 
cinco tipos básicos de cimento e três especiais. Essa norma define os requisitos físicos, 
reológicos e mecânicos, representados pelos valores de resistência à compressão nas diferentes 
idades de controle, tempos de pega, finura e expansibilidade. É designado no quadro 2 os tipos 
de cimento Portland no Brasil. 
 
Quadro 2 - Designação normalizada, sigla e classe do cimento Portland 
Fonte: ABNT (2018) 
Designação 
normalizada (tipo) Subtipo Sigla
Classe de 
resistência Sufixo
Sem adição CP I
Com adição CP I-S
Com escória granulada de alto 
forno
CP II-E
Com material carbonático CP II-F
Com material pozolânico CP II-Z
CP III
CP IV
CP V ARI (d)
Estrutural CPB 25,32 ou 40 (c)
Não estrutural CPB - -
(b) O sufixo BC significa baixo calor de hidratação e se aplica a qualquer tipo de cimento Portland que atenda aos 
requisitos estabelecidos em 5.4, além dos requisitos para seu tipo e classe originais.
(c) As classes 25, 32 e 40 representam os mínimos de resistência à compressão aos 28 dias de idades, em megapascals 
(Mpa), conforme método de ensaio estabelecido pela ABNT NBR 7215.
(d) Cimento Portland de alta resistência inicial, CP V, que apresenta a 1 dia de idade resistência igual ou maior que 14 
MPa, quando ensaiado de acordo com a ABNT NBR 7215 e atende aos demais requisitos estabelecidos nesta Norma 
para esse tipo de cimento.
25,32 ou 40 (c)
RS (a) ou 
BC (b)
(a) O sufixo RS significa resistente a sultatos e se aplica a qualquer tipo de cimento Portland que atenda aos requisito 
estabelecidos em 5.3, além dos requisitos para seu tipo e classe originais.
Cimento Portland 
comum
Cimento Portland 
composto
Cimento Portland de alto-forno
Cimento Portland pozolânico
Cimento Portland de alta resitência inicial
Cimento Portland 
branco
25 
2.5 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO 
 
Dentre as várias propriedades e características do concreto endurecido, que podem ser 
observados para analisar sua qualidade, considera-se que um dos indicadores mais valiosos de 
avaliação do material é a resistência (BOGGIO, 2000). 
Para o dimensionamento da estrutura adota-se geralmente a resistência à compressão do 
concreto como propriedade principal. Sendo assim, está estritamente relacionada com a 
segurança estrutural. O concreto deve ter resistência igual ou superior àquele adotado no projeto 
(HELENE, 1992). 
Por estar diretamente associada à estrutura da pasta de cimento hidratada, a resistência 
à compressão costuma fornecer uma ideia geral da qualidade do concreto (NEVILLE, 2016). 
Vários autores enfatizam a resistência à compressão do concreto como a propriedade 
mais importante na qualidade do concreto, mas também são unânimes em afirmar que a 
permeabilidade e durabilidade são características relevantes para determinar a qualidade do 
concreto endurecido. 
São diversos os aspectos que afetam a resistência à compressão do concreto, como a 
heterogeneidade dos materiais, o transporte, lançamento e cura do concreto na obra, porém os 
mais importantes são a relação água/cimento e o grau de adensamento. 
Toda estrutura de concreto armado pronta tem características que diferenciam do 
especificado em projeto. As armaduras não ficam exatamente centralizadas como no desenho 
técnico, os pilares não apresentam o prumo perfeito, as fôrmas não garantem exatamente as 
dimensões da seção do pilar especificados no projeto. 
Ter o controle da resistência à compressão do concreto não garante o nível de qualidade 
da obra, pois deve ser aliado a correta técnica de construção, o uso de métodos construtivos 
recomendados no projeto estrutural e materiais para garantir uma estrutura segura com 
qualidade e confiabilidade. 
Fazer o controle da resistência à compressão do concreto não caracteriza qualidade na 
estrutura como um todo, a diversidade de fatores e variáveis influenciam nas estruturas de 
concreto. 
São vários fatores que intervém na resistência à compressão do concreto na estrutura. 
Porém, no controle da resistência é feito os ensaios de corpo de provas limitando somente a 
resistência potencial do concreto, sendo o valor de segurança e dimensionamento da estrutura. 
Há uma diferença na resistência potencial de controle de concreto com a resistência real 
à compressão do concreto na obra, essa diferença deve-se pela diferença geométrica, de 
26 
adensamento e acabamento do corpo de prova, conforme mostrado na figura 2. 
Diante dessa diferença e pelas várias variáveis que interferem no concreto moldado e o 
efetivo é usado um coeficiente de minoração de resistência (γc). Sendo assim, pode-se dizer que 
a resistência à compressão do concreto na estrutura sempre será menor que a resistência à 
compressão nos corpos-de-prova para controle, como representado na figura 2. 
 
Figura 2 - Significado da resistência à compressão do concreto obtida através do controle do concreto 
 
ADITIVOS AGREGADOS ÁGUA CIMENTOFonte: Helene, 1992 
 
2.5.1 Resistência característica 
 
Para o dimensionamento de estruturas, as normas baseiam em conceitos probabilísticos, 
onde as resistências são minoradas e as solicitações majoradas, com a finalidade de garantir 
confiabilidade. 
Os valores de ensaio de vários corpos-de-prova do mesmo concreto são dispersos, 
devido a fatores como a não-homogeneidade, a imprecisão da mistura e a variabilidade nas 
propriedades dos materiais que o constituem. 
O desvio-padrão ou o coeficiente de variação do processo de produção e ensaio são 
27 
medidas necessárias pelo motivo da dispersão de resultados. 
“O conceito de resistência característica do concreto à compressão é uma medida 
estatística que engloba a média e a dispersão dos resultados permitindo definir e qualificar um 
concreto através de apenas um único valor característico” (HELELE & TERZIAN, 1992). 
A resistência característica do concreto, é a probabilidade de apenas 5% dos resultados 
obtidos de ensaios dos corpos de prova estejam abaixo da resistência esperado. Ou seja, 95% 
do volume de concreto de uma estrutura deve ter resistência acima da resistência característica. 
Seu valor, considerando uma distribuição normal, é dado pela equação 01 (CHAVES, 2017): 
 
𝑓௖௞ = 𝑓௖௠ − 1,65 σ 
 
Onde: 
𝑓𝑐𝑘 = resistência característica do concreto 
𝑓𝑐𝑚 = resistência média das amostras de concreto 
𝜎 = desvio padrão das amostras do concreto. 
 
2.5.2 Tipos de controle de resistência 
 
A aceitação do concreto é normalizada pela NBR 12655:2015 que trata do preparo, 
controle, recebimento e aceitação do concreto. A aceitação é dividida em duas etapas, uma 
preliminar e a outra definitiva. 
Na etapa preliminar a consistência do concreto é obtida durante o estado fresco com o 
ensaio de abatimento do tronco de cone (slump test) para concretos normais e espalhamento do 
tronco de cone para concreto autoadensáveis. 
Na etapa definitiva o ensaio é realizado no estado endurecido do concreto nos corpos-
de-prova, para avaliação da resistência. Os resultados obtidos do ensaio à compressão dos 
corpos-de-prova servem para aceitar ou não os lotes representativos do concreto analisado. 
Lotes, de acordo com a NBR 12655, são porções do concreto a ser analisado, definido 
no item 6.2.1 da norma. 
São dois tipos de controle de resistência. O controle estatístico por amostragem parcial 
o valor da resistência característica é estimado através de cálculos matemáticos. O controle por 
amostragem total cada betonada é analisada e representa o concreto investigado. 
Para a aceitação do lote o fck,est deve ser igual ou maior que o fck. 
 (01)
28 
2.5.2.1 Controle de amostragem parcial (e casos excepcionais) 
 
 Para os concretos do grupo I (classes até C50) devem ser retirados ao menos 6 
exemplares para ensaio e para os concretos do grupo II (classes superiores a C50) devem ser 
retirados para ensaio 12 exemplares, para cada lote. 
O valor da resistência característica estimada do concreto à compressão (fck, est) será 
dado pelo maior valor encontrado entre as equações 02 e 03, caso o número de exemplares (n) 
esteja entre 6 e 20. 
 
𝑓௖௞,௘௦௧ = 2 .
𝑓ଵ + 𝑓ଶ + ⋯ + 𝑓௠ିଵ 
𝑚 − 1
− 𝑓௠ 
 
Onde: 
fck,est = resistência estimada do concreto 
m = n/2 (despreza-se o valor mais alto caso n seja ímpar); 
f1, f2, ..., fm = valores das resistências dos exemplares, em ordem crescente. 
 
𝑓௖௞,௘௦௧ = Ψ଺. 𝑓ଵ 
 
Onde: 
Ψ଺ = coeficiente dado pelo quadro 3 a ser utilizado em função da condição de preparo 
do concreto e do número de exemplares da amostra, possibilitando-se interpolação 
linear. 
Em casos excepcionais, onde o lote de concreto é de no máximo 10 m3 e número de 
amostras entre 2 e 5 o valor da resistência característica estimada é dado pela equação 03. 
 
Quadro 3 – Valores de Ψ6 
Fonte: ABNT (2006) 
 
 
(02)
(03)
2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 ≥ 16
A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 0,97 0,99 1,00 1,02
B ou C 0,75 0,80 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 0,96 0,98 1,00 1,02
Número de exemplares (n)Condição 
de 
preparo
NOTA - Os valores de n entre 2 e 5 são empregados para os casos excepcionias (ver 7.2.3.3).
29 
Quando o número de exemplares (n) for superior a 20, entende-se que representa uma 
distribuição normal e a resistência característica estimada é dada pela equação 04. 
 
𝑓௖௞,௘௦௧ = 𝑓௖௠ − 1,65 σ 
 
Sendo: 
σ = ඩ
1
𝑛 − 1
෍(𝑓𝑖 − 𝑓𝑐𝑚)ଶ
௡
௜ୀଵ
 
 
O desvio padrão quando não é conhecido é definido pelas condições de preparo do 
concreto, de acordo com o quadro 4. 
 
Quadro 4 – Desvio Padrão (𝜎) de acordo com a condição de preparo do concreto 
 
Fonte: Autor (2019) 
 
 
𝜎 Condição
Classes de 
Resistência
Cimento 
medido 
em
Agregados medidos 
em
Água medida em Umidade dos 
agregados
Massa;
Volume, com dispositivo 
dosador, corrigido em função 
da umidade dos agregados
C10 - C25 Massa Massa combinada 
com volume
Volume, com dispositivo 
dosador, corrigido em função 
da umidade dos agregados
Determinada 
pelo menos 3 
vezes durante 
o turno
Volume;
Volume de agregado 
miúdo corrigido em 
função da curva de 
inchamento
7,0 C C10 - C15 Massa Volume
Volume, corrigido em função 
da estimativa da umidade dos 
agregados
Estimada
Massa
Volume, com dispositivo 
dosador, corrigido em função 
da umidade dos agregados
Determinada
Determinada 
pelo menos 3 
vezes durante 
o turno
4,0
MassaC10 - C20
A C10 - C80 Massa
5,5 B
(04)
30 
2.5.2.2 Controle de amostragem total (100%) 
 
Em todas as amassadas de concreto é retirado um exemplar para a realização de ensaio, 
sendo constituído um lote para cada um. De acordo com a NBR 12655:2015 o valor da 
resistência característica estimada nessa situação é dada por: 
 
𝑓௖௞,௘௦௧ = 𝑓௖,௕௘௧௢௡௔ௗ௔ 
 
Onde: 
𝑓௖,௕௘௧௢௡௔ௗ௔ = valor da resistência à compressão do exemplar que representa o concreto 
da betonada. 
 
Na versão de 2006 da NBR 12655, o controle de amostragem total era definido para 
duas situações: 
 
 Número de exemplares (n) menor que 20: 
 
𝑓௖௞,௘௦௧ = 𝑓ଵ 
 
Onde: 
f1 = menor resistência 
 
 Número de exemplares (n) maior que 20: 
 
𝑓௖௞,௘௦௧ = 𝑓. 𝑖 
 
Onde: 
i = 0,005.n (adotasse o valor imediatamente superior quando o i for fracionário). 
 
A figura 3 demostra um diagrama para visualização dos tipos de controle da resistência 
do concreto e suas expressões matemáticas. 
 
 
(05)
(06)
(07)
31 
Figura 3 – Diagrama de Controle estatístico do concreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pacheco & Helene (2013) 
 
2.6 MOLDAGEM E CURA DE CORPOS-DE-PROVA 
 
Para garantir a representatividade da amostra, a moldagem e manuseio de corpos-de-
prova devem ser executados de acordo com as recomendações e procedimentos da NBR 5738 
– Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto. 
A norma estabelece que os corpos-de-prova devem ter formato cilíndrico ou prismático, 
de aço ou outro material não absorvente e não reagente com o cimento Portland. Para o 
cilíndrico, o diâmetro deve ser de 10 cm, 15 cm, 20 cm, 25 cm, 30 cm ou 45 cm e a altura o 
dobro do diâmetro. A tolerância no diâmetro é de 1% e na altura é de 2%. 
Internamente os corpos-de-prova devem ser revestidos com uma fina camada de óleo 
mineral ou outro lubrificante não reagente com o cimento. 
O concreto deve ser remisturado previamente para assegurar a sua uniformidade e 
colocado em camadas e feito os golpes adensamento com haste metálica de acordo com osrequisitos do quadro 5. 
Depois de devidamente moldados, os corpos-de-prova devem ficar por 24 horas em 
local protegido de intempéries e coberto com material não absorvente e não reagente para evitar 
perda de água, sendo a cura inicial. Após a cura inicial, os corpos-de-prova devidamente 
identificados devem ser armazenados em local com a umidade relativa do ar superior a 95% e 
temperatura controlada até a realização do ensaio ou conservados imersos em água até a idade 
de ensaio. 
32 
A umidade e a cura influenciam consideravelmente a resistência, por isso a cura 
hidráulica proporciona maior resistência do concreto (Pereira, 2008). 
 
Quadro 5 – Número de camadas para moldagem dos corpos de prova 
Fonte: ABNT (2015) 
 
2.7 ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS-DE-PROVA CILÍNDRICOS 
 
A NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos 
estabelece os procedimentos e padroniza o ensaio de ruptura, como: o posicionamento do corpo-
de-prova na prensa, controle geométrico e de planicidade dos pratos de aço da prensa, 
calibração e resolução do paquímetro, entre outros (CHAVES, 2017). 
Durante a execução do ensaio, a NBR 5739 estabelece que a carga deve ser aplicada 
continuamente, sem choques e velocidade constante de 0,45 MPa/s, com variação de 0,15 
MPa/s, durante todo o ensaio até que se rompe o corpo-de-prova. 
A taxa de carregamento muito baixa pode reduzir a resistência ou muito elevada 
aumenta a resistência do corpo-de-prova, obtendo um resultado falso (PACHECO e HELENE, 
2013). 
O atrito e a falta de planeza das superfícies, base e topo, dos corpos-de-prova 
influenciam consideravelmente a resistência do concreto. As superfícies devem ser planas, 
paralelas e lisas, de modo que o carregamento seja distribuído uniformemente. 
Mecânico Manual
100 1 2 12
150 2 3 25
200 2 4 50
250 3 5 75
300 3 6 100
450 5 - -
100 1 1 75
150 1 2 75
250 2 3 200
450 (b) 3 - -
(b)
(c) No caso de dimensão básica de 450 mm, somente é permetido adensamento mecânico.
Para concretos com abatimento superior a 160 mm, a quantidade de camadas deve ser 
reduzida à metade da estabelecida nesta Tabela. Caso o número de camadas resulte 
fracionário, arredondar para o inteiro superior mais próximo.
Cilíndrico
Tipo de 
corpo de 
prova
Prismático
Dimensão 
básica (d) 
mm
Número de camadas em função do 
tipo de adensamento Número de golpes para 
adensamento manual
33 
A retificação é ideal para obter a planicidade das superfícies através da remoção, por 
meios mecânicos, de uma fina camada das bases proporcionando uma superfície lisa e livre de 
ondulações e abaulamentos. 
Por razões sustentáveis não é aconselhável o uso de pasta a base de enxofre e por 
dificuldades operacionais, o uso de argamassas ou pasta de cimento para o capeamento das 
bases. Também deve-se evitar uso de neoprene, escovas, ou outros artifícios não considerados 
na norma (PACHECO e HELENE, 2013). 
 
2.8 CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO 
 
A grande variabilidade das propriedades dos materiais constituintes do concreto, a 
heterogeneidade dos materiais, a complexidade de seu comportamento, tanto no estado fresco 
quanto endurecido, a qualificação de mão-de-obra, a execução da concretagem e os aspectos 
inerentes da indústria da construção civil, são fatores que interferem na qualidade do concreto 
e da estrutura como um todo. 
A construção civil tem características que diferem das demais industrias, que a tornam 
menos ágil em que se refere nas técnicas de garantia e controle de qualidade. Uma das 
características é a grande dispersão e diversidade da produção (HELENE e TERZIAN, 1992). 
Devido esses fatos citados, há uma dificuldade no controle de qualidade e controle 
tecnológico dos materiais e serviços. 
 Para o melhor entendimento Helene e Terzian (1992) define qualidade como sendo um 
produto, um processo ou serviço adequado com a finalidade de satisfazer o usuário. Ainda os 
mesmos autores definem controle de qualidade como conjunto de atividades técnicas e 
planejadas, através das quais se pode alcançar uma meta e assegurar um nível predeterminado 
de qualidade, controlando a qualidade. 
O controle tecnológico e de qualidade se constitui no acompanhamento e controle dos 
serviços que estão sendo executados e dos materiais utilizados através de ensaios para garantir 
a correta seleção, misturas ou aplicação desses materiais (FORTES e MERIGHI, 2004). 
Os serviços devem ser verificados a cada etapa observando se as especificações vigentes 
detalhadas em projeto e em normas estão sendo feitas de forma adequada. Dessa forma os 
possíveis erros ou distorções podem ser corrigidos em tempo hábil, garantindo o desempenho 
da edificação. 
Os agregados do concreto são heterogêneos, diferem até mesmo sendo da mesma jazida, 
o cimento tem características especificas de acordo com o tipo, o concreto da obra não é 
34 
uniforme, as armaduras não estão perfeitamente alinhadas conforme desenhadas, as fôrmas 
podem ter variadas dimensões ao longo do comprimento, o prumo dos pilares não é perfeito, a 
cura pode ser inadequada. 
Pacheco e Helene (2013) define o controle tecnológico e as várias variáveis durante a 
produção do concreto e execução propriamente dita da estrutura que afeta o resultado da 
resistência final do elemento estrutural. 
 
O controle tecnológico de uma estrutura engloba a conferência de posição e bitola das 
armaduras, a geometria, o alinhamento (excentricidade), o prumo, a estanqueidade e 
resistência das fôrmas, a qualidade dos materiais do traço, a eficiência da produção, 
as operações de transporte, lançamento e adensamento do concreto, o escoramento e 
a retirada do escoramento, o módulo de elasticidade, e outras variáveis de menor 
importância (PACHECO e HELENE, 2013). 
 
Como a figura 4 demostra, para garantir uma estrutura segura, com qualidade e confiável 
deve ser rígido o controle de materiais e serviços adotando medidas de controle tecnológico. 
 
Figura 4 – Diagrama de blocos que esquematicamente situa o controle da Resistência à compressão do concreto 
dentro da problemática mais ampla de controle tecnológico das estruturas de concreto. 
 
Fonte: Helene (1992) 
35 
3 METODOLOGIA 
 
Neste estudo, com o objetivo de fomentar a discussão acerca da qualidade do concreto 
em pequenas obras residenciais e consequentemente a qualidade da obra, foram analisados 
dados reais de resistência à compressão de concreto de obras localizadas na área metropolitana 
de São Luís – MA. 
Para a execução do estudo foram realizadas as seguintes atividades: 
 Encontrar obra residencial e agendar o dia de concretagem; 
 Coletar amostras em corpos-de-prova; 
 Fazer um traço no laboratório e moldar corpos-de-prova referencial; 
 Após cura inicial, identificar, pesar e colocar em cura hidráulica; 
 Romper os corpos-de-prova em 14, 21 e 28 dias de idade. 
 
3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
 
 Nas obras 
 Corpo-de-prova cilíndrico de PVC com diâmetro de 10 cm e altura 20 cm; 
 Haste de adensamento; 
 Colher de pedreiro; 
 Óleo mineral; 
 Balde (18 l); 
 Carro-de-mão. 
 No laboratório 
 Balança (Tomate SF – 400); 
 Tanque d´água; 
 Pincel atômico permanente; 
 Prensa hidráulica (Solotest Ref.: 1504100); 
 Corpo-de-prova cilíndrico de PVC com diâmetro de 10 cm e altura 20 cm; 
 Colher de pedreiro; 
 Óleo mineral; 
 Peneira; 
 Haste de adensamento; 
 Água potável. 
36 
3.2 OBRAS ANALISADAS 
 
Foram analisadas três obras residenciais localizadas no Bairro Jardim Tropical, no 
Município de São José de Ribamar, área metropolitana de São Luís –MA. Todas as amostras 
foram coletadas no dia 29 de março de 2019. 
No dia 23 de abrilde 2019 foi calculado um traço no laboratório e amassado 
manualmente para servir de referência e comparação com os dados das obras. 
No quadro 6, contém os dados relevantes das obras e do laboratório. 
 
Quadro 6 – Dados das obras 
CARACTERÍSTICA OBRA A OBRA B OBRA C LABORATÓRIO 
VOLUME DE CONCRETO (m³) 0,96 0,85 3,36 0,016 
ESTRUTURA viga viga laje corpo-de-prova 
TIPO DE CIMENTO CP IV 32 CP IV 32 CP II E 32 CP IV 32 
AGREGADO MIÚDO areia média 
areia 
média 
areia 
média areia média 
AGREGADO GRAÚDO brita 1 brita 1 brita 1 brita 1 
Fonte: Autor (2019) 
 
3.2.1 Obra A 
 
Obra residencial em construção, térrea, terreno de 200 m², com 48 m² construído com 
as seguintes dependências: sala de estar, dois quartos, banheiro social e cozinha. Sistema 
construtivo de alvenaria convencional, fundação rasa tipo baldrame com pedra e argamassa de 
cimento. O concreto coletado é de viga que posteriormente receberá a laje. 
O pedreiro é também o proprietário da obra, trabalha nessa profissão a mais de 20 anos. 
Tem curso de pedreiro pelo SENAI, mas desconhece as normas que padronizam os serviços e 
produção de concreto. O traço foi medido em volume, amassado manualmente, sendo um saco 
de cimento para seis latas (18 litros) de areia média e para sete latas (18 litros) de brita tipo 1. 
Já a água é adicionada “no olho” (sic) até que fique com a consistência desejada de 
trabalhabilidade. A areia estava molhada, já que estava descoberta e recebeu água de chuva. O 
cimento utilizado foi o CP IV 32, e o pedreiro não soube diferenciar os tipos de cimentos. 
Foi moldado in loco três corpos-de-prova no dia 29 de março de 2019 e rompidos nos 
dias 12, 22 e 26 de abril de 2019, seguindo os procedimentos da NBR 5739:18 e da NBR 
5738:2015. 
37 
Fotografia 1 – Moldagem de corpo-de-prova da obra A 
 
Fonte: Autor (2019) 
 
3.2.2 Obra B 
 
Obra de ampliação, de alvenaria convencional, fundação rasa tipo baldrame de pedra e 
argamassa de cimento. Térrea, terreno de 200 m², área construída de 46 m² e 30 m² de 
ampliação. O concreto coletado é de viga de cintamento. 
O pedreiro é contratado pelo proprietário para fazer a ampliação de mais 2 quartos, 1 
banheiro e 1 sala. Não tem nenhum curso técnico ou profissionalizante, trabalha como pedreiro 
a aproximadamente 10 anos e aprendeu o que sabe ainda quando era servente. 
A areia estava molhada com a chuva, o que foi levado em consideração quando 
adicionou-se a água no amassamento, porém não é medida, é acrescentada até que o pedreiro 
considere necessária, movimentando a massa de concreto com a colher. 
O traço é medido em volume usando latas de dezoito litros, sendo um saco de cimento 
para seis latas de areia média e para oito latas de brita 1. 
Foi moldado in loco três corpos-de-prova no dia 29 de março de 2019 e rompidos nos 
dias 12, 22 e 26 de abril de 2019, seguindo os procedimentos da NBR 5739:18 e da NBR 
5738:2015. 
38 
Fotografia 2 – Moldagem de corpo-de-prova da obra B 
 
Fonte: Autor (2019) 
 
3.2.3 Obra C 
 
Obra residencial em construção de um pavimento, sistema construtivo de alvenaria 
convencional, fundação rasa tipo baldrame com pedra e argamassa de cimento, laje pré-
moldada treliçada com lajotas cerâmica (h8). Área do terreno é de 200 m² e área construída é 
de 42 m². O concreto coletado é da laje de 42 m² e espessura total de 12 cm (5 cm de cobertura), 
sendo 3,36 m³ de concreto. 
O cimento utilizado é o CP II E 32, areia média e brita 1. O pedreiro não possui qualquer 
curso na área de construção civil, aprendeu com outros pedreiros ainda quando era servente. 
Foi contratado para entregar a obra com sistemas elétricos, de esgoto e hidráulico prontos. 
O traço é medido em volume, amassado manualmente, sendo um saco de cimento para 
três carros-de-mão de areia média e para quatro carros-de-mão de brita 1. A água é acrescentada 
até que o pedreiro considere suficiente. 
Foi moldado in loco três corpos-de-prova no dia 29 de março de 2019 e rompidos nos 
dias 12, 22 e 26 de abril de 2019, seguindo os procedimentos da NBR 5739:18 e da NBR 
5738:2015. 
39 
Fotografia 3 – Moldagem de corpo-de-prova da obra C 
 
Fonte: Autor (2019) 
 
3.2.4 Laboratório 
 
Parar servir de referência foi dosado o traço de cimento no laboratório utilizando o 
Método da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). 
Esse método de dosagem foi criado pela ABCP por meio de um estudo técnico de autoria 
do Engenheiro Públio Penna Firme Rodrigues por meio de experimentos (SILVA, 2017). 
É um método basicamente empírico, baseado em tabelas, quadros e gráfico de valores 
médios obtidos através de experimentações. 
Apesar de ser um método desatualizado, pois os materiais de construção mudaram com 
o passar do tempo, possibilita a obtenção de um traço-base de forma simples e direta para 
moldagem de corpos-de-prova e os devidos ajustes na dosagem podem ser feitos após os 
resultados dos ensaios. 
Foi realizado a análise granulométrica dos agregados para determinar a dimensão 
máxima característica do agregado graúdo e o módulo de finura do agregado miúdo e calculado 
as massas específicas, e umidade do agregado miúdo. 
O cimento utilizado foi o CP IV 32 e o desvio padrão de acordo com as condições de 
40 
preparo, baseado em massa dos materiais, foi de 4,0 MPa. 
Está demostrado na Fotografia 4 os materiais pesados. 
 
Fotografia 4 – Materiais para traço no laboratório 
 
Fonte: Autor (2019) 
 
3.2.4.1 Cálculo de traço 
 
Seguem no quadro 7 as características dos materiais utilizados no traço. 
 
Quadro 7 - Características dos materiais utilizados no traço 
CIMENTO AREIA BRITA 1 
Cimento CP IV - 32 Mf = 2,60 φmáx = 9,5 mm 
Res. Nominal = 32 MPa h = 7% γreal = 2700 Kg/m³ 
γreal = 3100 Kg/m³ γreal = 2630 Kg/m³ γagreg.solto = 1450 Kg/m³ 
 
γaparente 1460 Kg/m³ γagreg.comp. = 1500 Kg/m³ 
Fonte: Autor (2019) 
 
O concreto tem como características: Fck = 20 MPa, abatimento = 90 +/- 10 cm e 
condição de preparo A, com desvio padrão σ = 4,0 MPa. 
41 
a) Fixação da relação água/cimento (a/c): 
 
É recomendado o uso dos valores da relação água/cimento da tabela 7.1 da Norma 
6118:2014, que tem como critérios a durabilidade e a resistência do concreto na idade requerida. 
A relação água/cimento é estimado com base na curva de Abrams, que tem como 
principal parâmetro a resistência à compressão e também em função do tipo de cimento. 
Quando não há restrições quanto à durabilidade, pode utilizar as Curvas de Walz, mostrado na 
figura 5. 
 
Figura 5 - Gráfico das curvas de Walz 
Fonte: Rodrigues (1998) apud Guerra (2017) 
 
Foi determinado a resistência de dosagem do concreto em função do desvio padrão aos 
28 dias, no caso, os materiais foram medidos em função da massa e determinada a umidade dos 
agregados. Nessa condição de preparo o desvio padrão foi de 4,5 Mpa. Com o valor da 
resistência de dosagem, obtida com a equação 08, a relação a/c foi determinada usando a figura 
5, em 0,54. 
 
𝑓𝑐ଶ଼ = 𝑓௖௞ + 1,65. 𝜎 
𝑓𝑐ଶ଼ = 20 + 1,65 . 4,0 
𝑓𝑐ଶ଼ = 27 𝑀𝑃𝑎 
 
(08)
42 
Onde: 
𝑓𝑐ଶ଼ = resistência à compressão do concreto na idade de 28 dias 
𝑓௖௞ = resistência característica à compressão do concreto 
𝜎 = desvio padrão 
 
b) Determinação do consumo estimado de água (Cag): 
 
A quantidade de água depende principalmente da granulometria, da textura e forma dos 
grãos, basicamente, da área do agregado total da mistura. 
A estimativa inicial de consumo de água é expressa no Quadro 8. 
 
Quadro 8 - Estimativa de consumo de água por metro cúbico de concreto em função do Diâmetro Máximo 
Característico do Agregado e do abatimento da mistura
 
Fonte: Rodrigues(1998) apud Guerra (2017) 
 
Tendo como base o abatimento requerido de 80 – 100 mm e diâmetro do agregado de 
9,5 mm, o consumo de água aproximado de acordo com o quadro 8 é de Ca = 230 l/m³. 
 
c) Consumo de cimento (Cc): 
 
A estimativa do consumo de cimento (Cc) é dada pela equação 09, dividindo a 
estimativa de consumo de água (Cag) pela relação água/cimento (a/c). 
 
𝐶𝑐 = 
𝐶𝑎𝑔
𝑎 𝑐⁄
 
9,5 19,0 25,0 32,0 38,0
40 a 60 220 195 190 185 180
60 a 80 225 200 195 190 185
80 a 100 230 205 200 195 190
Observações:
CONSUMO DE ÁGUA APROXIMADO (l/m³)
1 – Os valores acima são recomendados para concretos confeccionados com agregado graúdo britado (basalto), 
agregado miúdo (areia de rio), consumo de cimento por metro cúbico de concreto da ordem de 300 kg/m³ e 
abatimento, medido pelo tronco de cone, entre 4 mm a 100 mm;
2 – Quando usado seixo rolado como agregado graúdo, os valores do consumo de água podem ser reduzidos de 
5% a 10%;
3 – As areias pertencentes à zona 1 da NBR 7211 (muito fina), podem gerar aumentos de até 10% no consumo de 
água por metro cúbico de concreto
Abatimento (mm)
Dmáx agregado graúdo (mm)
(09)
43 
𝐶𝑐 = 
230
0,54
 
𝐶𝑐 = 426 𝐾𝑔/𝑚³ 
 
Onde: 
𝐶𝑐 = consumo de cimento 
𝐶𝑎𝑔 = estimativa do consumo de água 
𝑎 𝑐⁄ = relação água/cimento 
 
d) Consumo de agregado graúdo (Cb): 
 
O método utilizado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) usa a 
proporcionalidade adequada de relação agregado graúdo/agregado miúdo, colocando na 
mistura o máximo volume de agregado compactado seco por metro cúbico de concreto. 
O Quadro 9 apresenta os volumes compactados a seco de agregado graúdo, por metro 
cúbico de concreto, em função do Diâmetro Máximo característico do agregado graúdo (φmáx.) 
e do Módulo de Finura (MF) do agregado miúdo. 
 
Quadro 9 – Volume compactado seco (Vpc) de agregado graúdo por metro cúbico de concreto
 
Fonte: Rodrigues (1998) apud Guerra (2017) 
 
9,5 mm 19 mm 25 mm 32 mm 38 mm
1,8 0,645 0,77 0,795 0,82 0,845
2,0 0,625 0,75 0,775 0,8 0,825
2,2 0,605 0,73 0,755 0,78 0,805
2,4 0,585 0,71 0,735 0,76 0,785
2,6 0,565 0,69 0,715 0,74 0,765
2,8 0,545 0,67 0,695 0,72 0,745
3,0 0,525 0,65 0,675 0,7 0,725
3,3 0,505 0,63 0,655 0,68 0,705
3,4 0,485 0,61 0,635 0,66 0,685
3,6 0,465 0,59 615 0,64 0,665
MÓDULO DE 
FINURA DA AREIA 
(MF)
DIMENSÃO MÁXIMA 
CARACTERÍSTICA DO AGREGADO 
OBSERVAÇÃO: Os valores acima foram obtidos experimentalmente na 
Associação Brasileira de Cimento Portland.
44 
Através da equação 10, estima-se o consumo de agregado graúdo. 
 
𝐶𝑏 = 𝑉𝑝𝑐 . 𝛾௔.௖௢௠௣. 
𝐶𝑏 = 0,585 . 1500 
𝐶𝑏 = 877,5 𝐾𝑔/𝑚³ 
 
Onde: 
𝐶𝑏 = estimativa do consumo de agregado 
𝑉𝑝𝑐 = volume compactado seco de agregado graúdo por m³ de concreto 
 𝛾௔.௖௢௠௣. = massa específica compactada do agregado graúdo por m³ de concreto 
 
e) Estimativa de consumo de agregado miúdo (Ca): 
 
O volume de concreto é a somatória dos volumes absolutos de todos os materiais 
constituintes, tendo os consumos de água, cimento e agregado graúdo, a estimativa do consumo 
de agregado miúdo (Ca) é imediata. 
O volume do agregado miúdo é dado pela equação 11. 
 
𝑉𝑎 = 1 − ൬
𝐶𝑐
𝛾஼
൰ + ቆ
𝐶𝑏
𝛾௣
ቇ + ቆ
𝐶𝑎𝑔
𝛾௔௚
ቇ 
𝑉𝑎 = 1 − ൬
426
3100
൰ + ൬
877,5
2700
൰ + ൬
230
1000
൰ 
𝑉𝑎 = 0,308 𝑚³ 
 
Onde 
𝑉𝑎 = volume de agregado miúdo por m³ de concreto 
𝐶𝑐 = estimativa de consumo do concreto 
𝐶𝑏 = consumo de brita 
𝐶𝑎𝑔 = volume estimado da água 
𝛾஼,𝛾௣,𝛾௔௚ = massa específica do cimento, agregado graúdo e da água, respectivamente. 
 
O consumo de areia por metro cúbico de concreto é obtido pela equação 12. 
 
(10)
(11)
(12)
45 
𝐶𝑎 = 𝛾௔௚ . 𝑉𝑎 
𝐶𝑎 = 2630 . 0,308 
𝐶𝑎 = 810 𝐾𝑔/𝑚³ 
 
f) Apresentação do traço inicial: 
 
A expressão 13 é a representação do traço em relação ao unitário do cimento. 
 
𝐶𝑐
𝐶𝑐
∶ 
𝐶𝑎
𝐶𝑐
∶ 
𝐶𝑏
𝐶𝑐
∶ 
𝐶𝑎𝑔
𝐶𝑐
 
426
426
∶ 
810
426
∶ 
877,5
426
∶ 
230
426
 
1 ∶ 1,9 ∶ 2,06 ∶ 0,54 
 
g) Correção quanto a umidade da areia: 
 
Deve-se levar em consideração a umidade da areia, que nesse caso é de 7%. A massa 
úmida da areia (Mhareia) é encontrada com a equação 15. 
 
ℎ = ൬
𝑀ℎ − 𝑀𝑠
𝑀ℎ
൰ . 100 
𝑀ℎ௔௥௘௜௔ = 𝑀𝑠௔௥௘௜௔. (1 + ℎ) 
𝑀ℎ௔௥௘௜௔ = 810 . (1 + 0,07) 
𝑀ℎ௔௥௘௜௔ = 866,70 𝐾𝑔 
 
Onde: 
ℎ = umidade 
𝑀ℎ௔௥௘௜௔ = Massa úmida da areia 
 
Posteriormente subtraindo-o da massa seca da areia (Msareia) na equação 16, obtendo a 
massa da água (Ma). 
 
𝑀𝑎 = 𝑀ℎ௔௥௘௜௔ − 𝑀𝑠௔௥௘௜௔ 
𝑀𝑎 = 866,7 − 810 
𝑀𝑎 = 56,7 𝐾𝑔 
(13)
(14)
(15)
(16)
46 
Onde: 
𝑀𝑎 = massa de água 
𝑀ℎ௔௥௘௜௔ = massa úmida da areia 
𝑀𝑠௔௥௘௜௔ = massa seca da areia 
 
Retira-se o valor encontrado de massa de água (Ma) do consumo estimado de água 
apresentado no traço inicial (Cag), de acordo com a equação 17. 
 
𝐶௔௚,௖௢௥௥௜௚௜ௗ௢ = 𝐶௔௚ − 𝑀𝑎 
𝐶௔௚,௖௢௥௥௜௚௜ௗ௢ = 230 − 56,7 
𝐶௔௚,௖௢௥௥௜௚௜ௗ௢ = 173,3 𝐾𝑔 
 
h) Traço corrigido 
 
426
426
∶ 
866,7
426
∶ 
877,5
426
∶ 
173,3
426
 
1 ∶ 2,03 ∶ 2,06 ∶ 0,41 
 
i) Dosagem para 6 corpos-de-prova 
 
A equação 18 calcula o volume do corpo-de-prova. 
𝑉𝑐𝑝 = 
𝜋. 𝑑ଶ
4
. ℎ 
𝑉𝑐𝑝 = 
𝜋. 10ଶ
4
. 20 
𝑉𝑐𝑝 = 1570 𝑐𝑚ଷ = 1,57 𝑑𝑚³ 
 
Onde: 
𝑉𝑐𝑝 = volume de um corpo-de-prova 
𝑑 = diâmetro do corpo-de-prova 
ℎ = altura do corpo-de-prova 
 
O consumo de cimento do traço foi determinado através da equação 19. 
 
(17)
(18)
(19)
47 
𝐶 = 
𝑐𝑝 . 𝑉𝑐𝑝
1
𝛾𝑐 +
𝑎
𝛾𝑎 +
𝑏
𝛾𝑏 + 𝑥
 
𝐶 = 
6 . 1,57
1
3,1 +
2,03
2,65 +
2,09
2,7 + 0,41
 
𝐶 = 4,15 𝐾𝑔 
 
Onde: 
𝐶 = Consumo de cimento no traço 
𝑐𝑝 = número de corpos-de-prova 
𝑎 = areia 
𝑏 = brita 
𝑥 = água 
 
Com o valor do consumo de cimento (C), multiplica-se por todo o traço para obter a 
quantidade de cada material na quantidade de volume de concreto desejado., apresentado nas 
equações 20, 21 e 22. 
 
𝐶𝑜𝑛𝑠. 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = 4,15 . 2,03 = 8,425 𝐾𝑔 
𝐶𝑜𝑛𝑠. 𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎 = 4,15 . 2,06 = 8,549 𝐾𝑔 
𝐶𝑜𝑛𝑠. á𝑔𝑢𝑎 = 4,15 . 0,41 = 1,702 𝐾𝑔 
 
Foram moldados 10 corpos-de-prova no dia 09 de abril de 2019 e rompidos nos dias 12, 
16, 23, 30 de abril e 07 de maio de 2019, seguindo os procedimentos da NBR 5739:18 e da 
NBR 5738:2015. 
 
 
(20)
(21)
(22)
48 
4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES 
 
As analises foram realizadas com bases nos resultados das resistências à compressão 
obtidos através de ensaios na prensa hidráulica e posteriormente elaborados quadros e gráficos 
de evolução da resistência para cada obra e do laboratório. 
Os corpos-de-prova foram ensaiados de acordo com a NBR 5739:2018. 
Para cálculo da resistência a carga de carregamento foi dividida pela área (mm²) da 
seção do cilindro como demostra a equação 23 e o resultado em MPa. 
 
𝜎 = 𝑓𝑐 = 
𝐹 
𝜋 . 𝑑ଶ
4
 
 
4.1 OBRA A 
 
No primeiro ensaio com idade de 14 dias já foi possível analisar que o concreto não 
alcançaria a resistência esperada de fck = 20 MPa, pois de acordo com a Norma 6118:2014, no 
item 12.3.3, aos 14 dias a resistência esperada deve ser de 85% do fck. Alcançando 21,2% aos 
14 dias, 33,70% aos 21 dias e 56,15% aos 28 dias. Segue no quadro 10 as resistências dos cp´s. 
 
Quadro 10 – Dados de resistência a compressão da obra A 
LOCAL EXEMPLAR IDADE 
MASSA 
INICIAL 
(Kg) 
MASSA 
FINAL 
(Kg) 
CARGA 
(Kgf) 
RESISTÊNCIA (MPa) 
OBRA 
A 
1 14 3,65 3,66 3.400 4,242 21 3,65 3,66 5.400 6,74 
3 28 3,59 3,60 9.000 11,23 
Fonte: Autor (2019) 
 
A amostra ensaiada representa 100% do concreto, ou seja, o exemplar define a 
resistência daquele concreto naquela betonada. Aplicando a equação 5 da Norma 12655:2015 
para aceitação do concreto na obra, o fck,est = 11,23 MPa foi inferior ao fck = 20 MPa 
estabelecido, portanto não atende. 
O gráfico 2 representa a evolução da resistência à compressão do concreto da obra A, 
nota-se um maior crescimento na resistência aos 28 dias, pelo motivo do corpo-de-prova ter 
sido retificado. 
(23)
49 
Fonte: Autor (2019) 
 
4.2 OBRA B 
 
Os dados dos ensaios da obra B estão apresentados no quadro 11. 
De acordo com a NBR 6118:2014, no item 12.3.3, aos 14 dias a resistência esperada 
deve ser de 85% do fck, entretanto, na mesma idade a resistência de ensaio foi de apenas 
24,95%, aos 21 dias 36,2% e aos 28 dias 39,95% da resistência fck esperada, um valor 
extremamente baixo. 
 
Quadro 11 – Dados de resistência a compressão da obra B 
LOCAL EXEMPLAR IDADE 
MASSA 
INICIAL 
(Kg) 
MASSA 
FINAL 
(Kg) 
FORÇA 
(Kgf) 
RESISTÊNCIA (MPa) 
OBRA 
B 
1 14 3,70 3,70 4.000 4,99 
2 21 3,69 3,70 5.800 7,24 
3 28 3,69 3,71 6.400 7,99 
Fonte: Autor (2019) 
 
A amostra coletada e ensaiada define a resistência à compressão do concreto e enquadra 
no item 6.2.3.1 da NBR 12655:2015, controle do concreto por amostragem total, portanto foi 
utilizado a equação 5 para definir o fck,est. 
O valor de fck,est = 7,99 MPa foi menor que o fck = 20 MPa estabelecido, portanto não 
atende. 
Gráfico 2 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra A 
4,33
6,88
11,46
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
0 7 14 21 28
R
es
ist
ên
ci
a 
(M
Pa
)
Idades (dias)
OBRA A
50 
O gráfico 3 representa a evolução da resistência à compressão do concreto da obra B, 
nota-se que foi pouco o crescimento da resistência de 21 para 28 dias 
 
Fonte: Autor (2019) 
 
4.3 OBRA C 
 
O quadro 12 apresenta os dados de resistência à compressão dos cp’s ensaiados. 
As resistências ficaram inferiores as resistências previstas de acordo com a NBR 
6118:2014 de 60% aos 3 dias, 78% aos 7 dias, 90% aos 14 dias, 96% aos 21 e 100% aos 28 
dias para o tipo de cimento Portland CP II E 32. Portanto no primeiro ensaio, de 14 dias, ficou 
previsível que o concreto não alcançaria o fck = 20 MPa. 
 
Quadro 12 – Dados de resistência a compressão da obra C 
LOCAL EXEMPLAR IDADE 
MASSA 
INICIAL 
(Kg) 
MASSA 
FINAL 
(Kg) 
CARGA 
(Kgf) 
RESISTÊNCIA 
(MPa) 
OBRA 
C 
1 14 3,67 3,68 4.100 5,12 
2 21 3,69 3,71 8.800 10,98 
3 28 3,65 3,68 9.100 11,35 
Fonte: Autor (2019) 
 
4,99
7,24
7,99
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
0 7 14 21 28
R
es
ist
ên
ci
a 
(M
Pa
)
Idades (dias)
OBRA B
Gráfico 3 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra B 
51 
A amostra ensaiada representa 100% do concreto, ou seja, o exemplar define a 
resistência daquele concreto naquela betonada. Aplicando a equação 5 da Norma 12655:2015 
para aceitação do concreto na obra, o fck,est = 8,51 MPa foi inferior ao fck = 20 MPa 
estabelecido, portanto não atende. 
O gráfico 4 representa a evolução da resistência à compressão do concreto da obra C. 
Houve um alto crescimento da resistência entre os dias 14 e 21, característica do cimento 
utilizado, com maiores resistências nos primeiros dias comparado com outros cimentos 
Portland comuns. 
 
Gráfico 4 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra C 
Fonte: Autor (2019) 
 
4.4 LABORATÓRIO 
 
O quadro 13 apresenta os dados de resistência à compressão dos 10 cp’s ensaiados no 
laboratório. 
As resistências em todas as idades foram superiores a evolução esperada de resistência 
à compressão previstas na Norma 6118:2014, no item 12.3.3. As resistências para 3, 7, 14, 21 
e 28 dias foram respectivamente 49,9%, 82,3%, 99,8%, 107,3% e 114,8% da resistência fck = 
20 MPa esperada. 
A maior resistência atingida foi de 22,96 MPa, ligeiramente superior ao fck 
estabelecido. 
 
5,12
10,98 11,35
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
0 7 14 21 28
R
es
ist
ên
ci
a 
(M
Pa
)
Idades (dias)
OBRA C
52 
Quadro 13 - Dados de resistência a compressão do laboratório 
LOCAL EXEMPLAR IDADE 
MASSA 
INICIAL 
(Kg) 
MASSA 
FINAL 
(Kg) 
CARGA 
(Kgf) 
RESISTÊNCIA 
(MPa) 
LABORATÓRIO 
1 3 3,74 3,77 8.000 9,98 
2 3 3,72 3,74 7.800 9,73 
3 7 3,69 3,71 13.200 16,47 
4 7 3,79 3,81 12.000 14,97 
5 14 3,73 3,75 16.000 19,96 
6 14 3,72 3,74 15.800 19,71 
7 21 3,79 3,81 17.000 21,21 
8 21 3,77 3,80 17.200 21,46 
9 28 3,76 3,79 18.000 22,46 
10 28 3,74 3,77 18.400 22,96 
Fonte: Autor (2019) 
 
Para a construção do Gráfico 1 - Gráfico de evolução da resistência à compressão do 
concreto do laboratório foram considerados os maiores valores das resistências dos cp’s em 
cada idade. 
 
 
Fonte: Autor (2019) 
 
9,98
16,47
19,96
21,46
22,96
0,00
2,50
5,00
7,50
10,00
12,50
15,00
17,50
20,00
22,50
25,00
0 7 14 21 28
R
es
ist
ên
ci
a 
(M
Pa
)
Idades (dias)
LABORATÓRIO
Gráfico 5 - Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto do laboratório 
53 
4.5 COMPARAÇÕES DE RESULTADOS 
 
No quadro 14 são apresentadas todas as resistências dos ensaios dos cp’s em 28 dias. 
Nas três obras o concreto não alcançou o fck = 20 Mpa, valor mínimo de resistência à 
compressão do concreto estrutural de acordo com a NBR 6118:2014. Os valores ficaram 
próximos devido à proximidade das dosagens atribuídas na confecção dos traços. 
 
Quadro 14 – Comparação dos dados de resistências 
LOCAL fck (MPa) 
RESISTÊNCIA 
DE ENSAIO 
(MPa) 
RESISTÊNCIA 
ATINGIDA 
DO fck (%) 
OBRA A 20,00 11,23 56,15 
OBRA B 20,00 7,99 39,93 
OBRA C 20,00 11,35 56,77 
LABORATÓRIO 20,00 22,96 114,81 
Dados: Autor (2019) 
 
Observa-se no gráfico 7 a disparidade nas evoluções das resistências do laboratório e 
das obras. 
Fonte: Autor (2019) 
Gráfico 6 – Comparação das evoluções das resistências das obras e laboratório 
4,24
6,74
11,23
4,99 7,24
7,99
5,12
10,98
11,35
9,98
16,47
19,96
21,46 22,96
0,00
2,50
5,00
7,50
10,00
12,50
15,00
17,50
20,00
22,50
25,00
0 7 14 21 28
R
es
ist
ên
ci
a 
(M
Pa
)
Idades (dias)
EVOLUÇÕES DAS RESISTÊNCIAS
OBRA A OBRA B OBRA C LABORATÓRIO
54 
5 CONCLUSÃO 
 
O cimento Portland como material de construção está presente em praticamente toda 
obra civil, sendo aquela pequena construção de uma casa no bairro ou grandes obras de 
infraestruturas. Seria redundante justificar a importância do concreto em uma edificação. 
Por desempenhar papel de responsabilidade, o concreto deve seguir métodos de controle 
tecnológico e de qualidade para garantir a conformidade e especificações da NBR 12655:2006. 
Um concreto não conforme que não atende as especificações da norma citada com fck,est menor 
que o fck, ou seja, com a resistência à compressão obtida em ensaio de laboratório e 
posteriormente estimado menor que a resistência de projeto, resulta em estruturas com nível de 
segurança duvidoso, patologias e consequentemente perda econômica. 
Em nenhuma das obras a resistência ensaiada e estimada pela NBR 12655:2006 
alcançou 20 MPa, valor mínimo de resistência à compressão estabelecido pela NBR 6118:2018 
para concretos estruturais, o que deixa claro a não

Continue navegando