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UNIVERSIDADE CEUMA Lucas Hernanes dos Santos RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO EM PEQUENAS OBRAS RESIDENCIAIS EM SÃO LUÍS – MA São Luís – MA 2019 Lucas Hernanes dos Santos RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO EM PEQUENAS OBRAS RESIDENCIAIS EM SÃO LUÍS – MA Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Ceuma, como requisito para a obtenção do grau de Engenheiro Civil Orientadora: Profª Msc Débora Cristina Coutinho Vilas Bôas São Luís – MA 2019 Ficha elaborada pela Biblioteca da Universidade Ceuma dd/mm/aa Ficha a ser cedida pela biblioteca que deverá ser impressa atrás da folha de rosto Monografia de autoria de Lucas Hernanes dos Santos, intitulada Resistência à compressão do concreto em pequenas obras residenciais em São Luís - Ma, apresentada como requisito para obtenção do grau de Engenheiro Civil, em 16/05/2019, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada ________________________________________________ Profª Msc Débora Cristina Coutinho Vilas Bôas Orientadora ________________________________________________ 1º Examinador ________________________________________________ 2º Examinador São Luís – MA 2019 Dedico esse trabalho a todas as pessoas que acordam cedo para trabalhar e a noite mesmo cansadas ainda encontram forças para dedicar aos estudos. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, sem Ele nada é possível. A minha esposa que adiou o início do curso superior para que eu iniciasse o meu. E ao meu filho, minha fonte de inspiração. Aos meus pais e irmãos que mesmo distante acreditaram no meu potencial. Aos meus colegas de curso, especialmente Ronald, Kaylla, Gleydson e Cláudia pela grande amizade construída. A minha orientadora Profª Msc Débora Vilas Bôas pelo auxilio na elaboração desse trabalho. Ao laboratorista Marcos pela contribuição e elaboração do traço. Ao Sr. Pelé que teve uma enorme contribuição para a realização desse trabalho. A dona Beth que me escalou nos horários que possibilitou meu estudo. A todos os professores da UNICEUMA. “Não devemos esperar pela inspiração para começar qualquer coisa. A ação sempre gera inspiração. A inspiração quase nunca gera ação”. (Frank Tibolt) RESUMO Grande parte da população reside em pequenas edificações construídas sem atender a normas técnicas e sem acompanhamento técnico-profissional que geram maiores custos na construção, patologias e insegurança. O concreto por desempenhar função de responsabilidade deve seguir métodos de controle tecnológico e de qualidade para garantir a conformidade e especificações da NBR 12655:2006. O ensaio de resistência à compressão costuma fornecer uma ideia geral da qualidade do concreto. Foram coletados corpos-de-prova e realizados ensaios de resistência à compressão de concretos de três obras residenciais de pequeno porte de acordo com as normas NBR 5738:2015 e NBR 5739:2018, além de um traço feito em laboratório para servir de referência. Analisando os dados de resistência das obras e do laboratório foi constatado que nas três obras o concreto apresentou resistência abaixo de 20 MPa, valor mínimo para concreto estrutural de acordo com a NBR 6118:2014. A forma de preparo do concreto foi fator principal para valores tão baixos constatado nos testes, entretanto não foi possível confirmar a qualidade geral da obra baseado somente nos dados de resistências do concreto, pois há vários fatores influenciáveis na qualidade do concreto e na estrutura como um todo. Para garantir uma estrutura segura, com qualidade e confiável, deve ser rígido o controle de materiais e serviços adotando medidas de controle tecnológico. Palavras-Chave: Concreto. Resistência. Ensaio. Qualidade. ABSTRACT A large part of the population resides in small buildings built without meeting technical norms and without technical-professional accompaniment that generate higher costs in construction, pathologies and insecurity. Concrete to perform accountability function must follow methods of technological control and quality to ensure compliance and specifications of NBR 12655: 2006. The compressive strength test usually gives a general idea of the quality of the concrete. Test specimens were collected and compressive strength tests were performed on three small residential projects in accordance with NBR 5738: 2015 and NBR 5739: 2018 standards, as well as a laboratory test to serve as a reference. Analyzing the resistance data of the works and the laboratory, it was verified that in the three works the concrete presented resistance below 20 MPa, minimum value for structural concrete according to NBR 6118: 2014. However, it was not possible to confirm the general quality of the work based only on the resistance data of the concrete, since there are several influential factors in the quality of the concrete and the structure as a everything. In order to guarantee a safe, reliable and quality structure, the control of materials and services must be strictly adhering to technological control measures. Keywords: Concrete. Resistance. Test. Quality. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Categorias dimensionais de brita ......................................................................... 22 Figura 2 – Significado da resistência à compressão do concreto obtida através do controle do concreto ............................................................................................................................ 26 Figura 3 – Diagrama de Controle estatístico do concreto ....................................................... 31 Figura 4 – Diagrama de blocos que esquematicamente situa o controle da Resistência à compressão do concreto dentro da problemática mais ampla de controle tecnológico das estruturas de concreto ............................................................................................................ 34 Figura 5 - Gráfico das curvas de Walz .................................................................................. 41 LISTA DE FOTOGRAFIAS Fotografia 1 – Moldagem de corpo-de-prova da obra A ........................................................ 37 Fotografia 2 – Moldagem de corpo-de-prova da obra B ........................................................ 38 Fotografia 3 – Moldagem de corpo-de-prova da obra C ........................................................ 39 Fotografia 4 – Traço no laboratório ........................................................................................ 40 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Porcentagens médias por volumes de um concreto comum ................................ 21 Gráfico 2 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra A ........... 49 Gráfico 3 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra B ........... 50 Gráfico 4 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concretoda obra C ........... 51 Gráfico 5 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto do laboratório .... 52 Gráfico 6 – Comparação das evoluções das resistências das obras e laboratório .................. 53 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Parâmetros da água a ser empregada na produção de concreto – Norma ABNT NM 137:97 ............................................................................................................................ 23 Quadro 2 – Designação normalizada, sigla e classe do cimento Portland ........................... 24 Quadro 3 – Valores de Ψ6 ..................................................................................................... 28 Quadro 4 – Desvio Padrão (𝜎) de acordo com a condição de preparo do concreto.............. 29 Quadro 5 – Número de camadas para moldagem dos corpos de prova ................................ 32 Quadro 6 – Dados das obras ................................................................................................. 36 Quadro 7 – Características dos materiais utilizados no traço ............................................. 40 Quadro 8 – Estimativa de consumo de água por metro cúbico de concreto em função do diâmetro máximo característico do agregado e do abatimento da mistura ........................... 42 Quadro 9 – Volume compactado seco (Vpc) de agregado graúdo por metro cúbico de concreto ................................................................................................................................. 43 Quadro 10 – Dados de resistência a compressão da obra A ................................................. 48 Quadro 11 – Dados de resistência a compressão da obra B ................................................. 49 Quadro 12 – Dados de resistência a compressão da obra C ................................................. 50 Quadro 13 - Dados de resistência a compressão do laboratório ........................................... 52 Quadro 14 – Comparação dos dados de resistências ............................................................ 53 LISTA DE SIGLAS ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ARI Alta resistência inicial BC Baixo calor de hidratação CP Cimento Portland CPB Cimento Portland Branco CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia NBR Norma Brasileira Regulamentadora NM Norma Mercosul RS Resistente à sulfatos SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SNIC Sindicado Nacional da Industria do Cimento LISTA DE SIMBOLOS E ABREVIATURAS a Areia a/c Relação água/cimento b Brita C Consumo de cimento no traço Ca Estimativa de consumo de agregado miúdo Cag Estimativa de consumo de água Cag.corrigido Consumo de água corrigido Cb Consumo de agregado graúdo Cc Consumo de cimento Cons.água Consumo em massa de água em um determinado volume de traço Cons.areia Consumo em massa de areia em um determinado volume de traço Cons.brita Consumo em massa de brita em um determinado volume de traço cp Número de corpos-de-prova CP Cimento Portland d Diâmetro do corpo-de-prova f1, f2, ..., fm Valores das resistências dos exemplares, em ordem crescente. fc28 Resistência à compressão do concreto na idade de 28 dias fc,betonada Valor da resistência à compressão do exemplar que representa o concreto da betonada. fck,est Resistência característica estimada do concreto à compressão h Altura do corpo-de-prova (na equação 18) h Umidade l Litros l/m³ Litros por metro cúbico m² Metro quadrado Ma Massa de água Mf Módulo de finura Mhareia Massa úmida da areia Msareia Massa seca da areia n Número de exemplares Va Volume de agregado miúdo por m³ de concreto Vpc Volume compactado seco de agregado graúdo por m³ de concreto Vcp Volume de um corpo-de-prova x Água γagreg.comp. Massa específica compactado do agregado graúdo por m³ de concreto γagreg.solto Massa específica do agregado solto γaparente Massa específica aparente γc Coeficiente de minoração de resistência γc, γb, γag Massa específica do cimento, agregado graúdo e da água, respectivamente. γreal Massa específica real φmáx. Diâmetro Máximo característico do agregado graúdo Ψ6 Coeficiente em função da condição de preparo 𝑓𝑐𝑘 Resistência característica à compressão do concreto 𝑓𝑐𝑚 Resistência média das amostras de concreto 𝜎 Desvio padrão das amostras do concreto. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ............................................................................. 18 2.1 CIMENTO PORTLAND ......................................................................................... 19 2.2 AGREGADOS ......................................................................................................... 20 2.2.1 Classificação dos agregados .................................................................................. 21 2.3 ÁGUA DE AMASSAMENTO ................................................................................ 23 2.4 TIPOS DE CIMENTOS PORTLAND ..................................................................... 23 2.5 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO ............................................ 25 2.5.1 Resistência característica ...................................................................................... 26 2.5.2 Tipos de controle de resistência ............................................................................ 27 2.5.2.1 Controle de amostragem parcial (e casos excepcionais) .......................................... 28 2.5.2.2 Controle de amostragem total (100%) ..................................................................... 30 2.6 MOLDAGEM E CURA DE CORPOS-DE-PROVA ............................................... 31 2.7 ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS-DE-PROVA CILÍNDRICOS ........... 32 2.8 CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO .................................................. 33 3 METODOLOGIA .................................................................................................. 35 3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ................................................ 35 3.2 OBRAS ANALISADAS .......................................................................................... 36 3.2.1 Obra A ..................................................................................................................... 36 3.2.2 Obra B ..................................................................................................................... 37 3.2.3 Obra C ..................................................................................................................... 38 3.2.4 Laboratório ............................................................................................................. 39 3.2.4.1 Cálculo de traço ....................................................................................................... 40 4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES ..................................... 48 4.1 OBRA A ................................................................................................................... 48 4.2 OBRA B ................................................................................................................... 49 4.3 OBRA C ................................................................................................................... 50 4.4 LABORATÓRIO .....................................................................................................51 4.5 COMPARAÇÕES DE RESULTADOS ................................................................... 53 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 54 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 57 16 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO EM PEQUENAS OBRAS RESIDENCIAIS EM SÃO LUÍS – MA Lucas Hernanes dos Santos 1 INTRODUÇÃO O controle tecnológico e de qualidade do concreto é comumente utilizado em médias e grandes obras, mas em pequenas obras a qualidade do concreto preocupa. Grande parte da população brasileira reside em pequenas edificações construídas sem projeto, sem atender as normas técnicas e sem acompanhamento de profissionais técnicos especializados, que podem gerar maiores custos na construção, patologias e insegurança. Obras da periferia de São Luís retrata com fidelidade essa realidade, devido principalmente pela falta de capacitação da mão-de-obra e falta de fiscalização pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Sem os devidos controles, o concreto em pequenas obras é amassado manualmente por pedreiros não qualificados, não dando a devida importância em atender o valor mínimo de resistência fixado pela NBR 6118:2014 de 20 MPa para estruturas de concreto armado. O objetivo geral deste trabalho é analisar as resistências à compressão do concreto de pequenas obras residenciais localizadas em São Luís – MA e comparar os resultados com o valor mínimo de resistência fixado pela NBR 6118:2014. Para atingir o objetivo, deve-se destacar os seguintes objetivos específicos: acompanhar o amassamento do concreto nas obras para conhecer a forma de preparo do traço; coletar amostras de concreto em 3 (três) obras de pequeno porte de acordo com a NBR 5738:2015; elaborar um traço de referência no laboratório; submeter todos os corpos-de-prova ao ensaio de compressão de acordo com a NBR 5739:2018 e analisar os dados de resistências à compressão do concreto comparando os resultados com o valor mínimo de resistência fixado pela NBR 6118:2014. Devido a sua importância, é fundamental o concreto ser submetido a um controle de qualidade por desempenhar função de responsabilidade, e deve atender normas especificas e controle tecnológico. Em obras residenciais de pequeno porte, em sua maioria, o concreto não passa por nenhum controle de qualidade o que provavelmente está em desacordo com as normas, podendo comprometer a integridade da obra e gerar transtornos como patologias e insegurança para a população. Há uma relação intima na qualidade final da obra e a qualidade do concreto. Concreto 17 produzido não atendendo os padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), podem comprometer as estruturas, a durabilidade, causar patologias e em casos extremos, podem levar a edificação ao colapso. Por outro lado, caso o concreto possua uma resistência bem maior à aquela realmente necessária, o custo final da obra será demasiadamente elevado. Há vários trabalhos acadêmicos voltados para estudo de dosagem e do traço do concreto, principalmente oriundas de centrais de concreto voltado para grandes volumes, como grandes empreendimentos, mas o presente trabalho tem a intenção de dar maior importância à pequenas obras, comuns nas periferias e ao concreto usado. Obras essas construídas sem um projeto, sem acompanhamento profissional técnico e sem controle de qualidade. O concreto quando é produzido sem atender critérios normativos pode causar vários problemas na obra. Este trabalho de conclusão de curso encontra-se divido em quatro capítulos. No primeiro capítulo intitulado Introdução é apresentado o tema do trabalho, os objetivos, a justificativa, e o problema de pesquisa. No segundo capítulo, é apresentado a fundamentação teórica do tema com o histórico do cimento no mundo e no Brasil, as definições de cimento Portland e dos constituintes do concreto, a resistência do concreto, moldagem e ensaio de corpos-de-prova e a importância do controle tecnológico. No terceiro capítulo é abordado a metodologia do trabalho e apresentado os dados coletados. No quarto capítulo é apresentado os resultados dos ensaios, analisando individualmente cada traço de concreto ensaiado e feito comparações de resultados e o último capítulo apresenta a conclusão do assunto abordado. 18 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA Historicamente, a utilização de materiais cimentícios é bastante antiga. Uma construção datada de +/- 4000 AC foi descoberta em uma escavação arqueológica no Iraque, em que parte da construção foram executadas com material cimentícios. Os Romanos e os Gregos foram os primeiros a utilizarem uma espécie de concreto, ao acrescentar fragmentos de telhas ou tijolos ou areia e pedra fragmentada ao calcário e água. O cimento pozolânico originou-se da mistura de cinza vulcânica ou telhas de barro cozida finamente moídas a cal que os Romanos usaram para construções submersas. A Pont du Gard e Coliseu, em Roma são exemplos de estruturas de alvenaria assentada em argamassa que resistem até os dias atuais, além de Panteão, também em Roma, que é uma estrutura de concreto mantém os materiais cimentícios ainda firme. Houve uma diminuição considerável no uso do cimento na Idade Média e somente a partir do início do século XVII ocorreram avanços no conhecimento do material. John Smeaton em 1756 misturou pozolana com calcário contendo considerada quantidade de material com característica argilosa, alcançando um material de alta resistência, utilizado na reconstrução do Farol de Eddystone. Outros cimentos hidráulicos foram desenvolvidos, pelo francês Vicat, considerado o inventor do cimento artificial, pelo James Parker, mas foi Joseph Aspdin, pedreiro e construtor, em 1824, patenteou o cimento Portland. Em 1845, Isaac Johnson ao calcinar uma mistura de giz e argila até a clinquerização inventou o protótipo do cimento moderno. Com a clinquerização ocorreram reações necessárias para a formação de compostos de alta capacidade cimentante. Na fazenda Santo Antônio, propriedade do comendador Antônio Proost Rodovalho, foi instalada uma pequena fábrica e em 1888 iniciou a produção de cimento no Brasil. Várias iniciativas dispersas de fabricação de cimento foram desenvolvidas na época, mas vários problemas na época culminaram em fracassos, como: produção em baixa escala, a grande distância dos mercados consumidores e baixo nível de qualidade comparados com os cimentos importados. Porém, em 1924 no Estado de São Paulo, precisamente na cidade de Perus, a Companhia Brasileira de Cimento Portland implantou uma fábrica tornando-se um marco da implantação da indústria brasileira de cimento. Em 1926 chegaram ao mercado as primeiras toneladas do cimento e gradativamente foram substituindo o cimento importado, que até então o país dependia exclusivamente, até praticamente desaparecer nos dias atuais. O concreto é o material de construção presente em praticamente quase todo tipo de obras, desde pequenas casas de alvenaria, obras de arte, peças de mobiliário urbano até grandes 19 empreendimentos de vários setores. Segundo a Sindicado Nacional da Industria do Cimento (SNIC), (SNIC, 2014) em 2012 o consumo aparente mundial foi de 3,809 bilhões de toneladas, um consumo per capta de 543 milhões de toneladas por habitante. No Brasil, em 2013 o consumo aparente foi de 71 milhões de toneladas, um consumo per capta de 353 Kg/hab. No Estado do Maranhão 1,564 milhões de toneladas foram consumidos no ano de 2013. O consumo mundial de cimento é somente inferior ao consumoda água. O concreto é um material de enorme importância na construção civil, seu uso frequente é devido suas características peculiares, como sua capacidade de suportar grandes pressões de compressão, moldabilidade, trabalhabilidade, resistência ao fogo, alta durabilidade e ser composto por matérias-primas encontradas em abundância em todo planeta. Define-se o concreto basicamente como uma pedra artificial, formado por uma mistura de cimento, agregados miúdos (areia), agregados graúdos (pedras) e água, quando no estado fresco, é composto plástico moldável em fôrmas de tamanho e formas variadas, e quando endurecido constitui um bloco monolítico de resistência similar às rochas naturais. O cimento é o elemento fundamental na composição do concreto, porém é o elemento mais fraco da composição, tem propriedades adesivas e coesiva que tem a função de ligar os agregados. Por ser a parte fraca da composição, o cimento determina a resistência final do concreto. De acordo com Bauer (2015), “o agregado é um material particulado, incoesivo, de atividade química praticamente nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa gama de tamanhos”, conhecido pelo nome específico: fíler, brita, bica-corrida, seixo, areia etc. Existem dois tipos de concreto: o estrutural e o não estrutural. O não estrutural apresenta baixa resistência e é utilizado em partes não estruturais, que não há grandes solicitações de esforços como exemplo, lastro para pisos. O concreto estrutural é usado na estrutura, como vigas, pilares, fundações e lajes, são partes do edifício que devem ter resistência suficientes para suportar grandes solicitações de esforços. O concreto armado consome menos energia e lança menos gases e partículas poluentes na atmosfera comparado a outros materiais de construção, com o alumínio, o vidro e o aço, ressalta Arnaldo Forti Battagin, chefe dos laboratórios da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) (PEDROSO, 2009). 2.1 CIMENTO PORTLAND “Cimento Portland é o produto obtido pela pulverização de clínquer constituído 20 essencialmente de silicatos hidráulicos de cálcio, com uma certa proporção de sulfato de cálcio natural, contendo, eventualmente, adições de certas substâncias que modificam suas propriedades ou facilitam seu emprego” (BAUER, 2015). O clínquer é um produto obtido com a calcinação de uma mistura desses materiais, tem formato granular que varia de 3 mm a 25 mm de diâmetro e é a matéria-prima básica do cimento. “O cimento Portland é um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob ação da água. Depois de endurecido, mesmo que seja novamente submetido à ação da água, o cimento Portland não se decompõe mais” (ABCP, 2002). Por definição, é um “aglomerante hidráulico resultante da mistura homogênea de clínquer Portland, gesso e adições normatizadas finamente moídas” (MARTINS et al., 2008). É um aglomerante porque tem a capacidade de ligar os outros materiais. Hidráulico porque reagem com a adição de água dando início ao processo de endurecimento, que após endurecido adquire característica semelhante a uma rocha artificial e mesmo imergido em água não perde suas propriedades 2.2 AGREGADOS De acordo com Bauer (2015), “o agregado é um material particulado, incoesivo, de atividade química praticamente nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa gama de tamanhos, ” conhecido pelo nome específico: fíler, brita, bica-corrida, seixo, areia etc. Vários autores classificam os agregados como materiais inertes. Entretanto, de acordo com Neville (2016) os agregados estão ligados a um todo coeso por estar envolto pela pasta de cimento. Ainda de acordo com o mesmo autor, os agregados não são verdadeiramente inertes, pois influenciam no desempenho do concreto, pelas características e propriedades físicas, térmicas, e algumas vezes, químicas. Os agregados têm grande valor na composição do concreto, sua qualidade afeta significantemente o desempenho estrutural e a durabilidade do concreto. Além de prover a economia do concreto, 55 a 70% do volume do concreto é composto por agregados, conforme o gráfico 1, diminuindo a quantidade de cimento fornecendo vantagens técnicas como maior durabilidade e estabilidade de volume do que a pasta de cimento hidratada. 21 Gráfico 1 – Porcentagens médias por volumes de um concreto comum Fonte: O autor (2019) Em concretos de fck da ordem de 15 MPa e em aditivos, os agregados representam cerca de 20% do custo e de 80% do peso de concreto estrutural (BAUER, 2015). Os agregados devem seguir algumas condições para satisfazer a qualidade final do concreto. Não devem ser reagentes perante o cimento, não devem ser provenientes de rochas macias, friáveis ou de baixa resistência à compressão, dever ser isentos de gesso, pirita, componentes ferrosos, argila e matéria orgânica, ou de qualquer material que prejudiquem sua aderência à argamassa ou afetem no endurecimento ou na pega. A resistência à compressão dos agregados deve ser obrigatoriamente superior a resistência desejada do concreto. Os agregados produzidos de rochas sã, como gnaisse, basalto, granito, barita, hematita e os de escória de alto-forno tem resistência à compressão muito superior aos concretos usuais de fck 20 a 30 MPa. Sendo assim, não há restrições ao uso em concretos de características comuns. 2.2.1 Classificação dos agregados Os agregados são classificados de acordo com a origem, as dimensões das partículas e o peso específico aparente. a) Segundo a origem Naturais: Encontrados na natureza já em forma particulada. Ex.: cascalho e areia. Industrializados: Forma particulada obtida através de processos industriais. A 22 matéria prima pode ser: argila, escória de alto-forno e rocha. b) Segundo as dimensões das partículas Miúdo: as areias. Graúdo: As britas, os seixos e os cascalhos. c) Segundo o peso específico aparente Leves: vermiculita, argila expandida e escória granulada. Médias: calcário, arenito, cascalho e areia. Pesados: barita, hematita e magnetita. Na produção de um concreto de boa qualidade, os agregados são divididos em dois grupos de dimensões: agregados miúdos, comumente denominados areia, com dimensão inferior a 2mm e os agregados graúdos, que são materiais com dimensão mínima de 5mm. A areia, agregado miúdo como material de construção, originam-se de rios e cavas e classificadas granulometricamente em fina, média e grossa, segundo a NBR 7211:2009. Areia fina: entre 0,06 mm e 0,2 mm; Areia média: entre 0,2 mm e 0,6 mm; Areia grossa: entre 0,6 mm e 2,0 mm. A pedra britada é o agregado graúdo obtido através de processo industrial da cominuição de rochas maciças. Os produtos finais da britagem são divididos em quatro categorias. Brita 0: produto de dimensões reduzidas em relação a brita 1: aplicada em lajes pré- moldadas, blocos, usinas de asfalto e de concreto. Brita 1: é o produto comumente utilizado na construção civil: aplicada em lajes, tubulões, pisos, pilar, vigas entre outros. Brita 2: utilizado em concreto mais grossos, drenos e estacionamentos. Brita 3: são utilizadas em lastro: aplicada em aterramentos e nivelamentos de áreas ferroviárias, reforço de pistas e drenos. Figura 1 – Categorias dimensionais de brita Fonte: Azevedo, (2015) 23 2.3 ÁGUA DE AMASSAMENTO A água é o constituinte fundamental para a produção de concreto. A água é necessária para a reação de hidratação e endurecimento do concreto e a mistura deve ser na proporção ideal para obter trabalhabilidade, consistência adequada para o transporte, lançamento e adensamentosem que haja segregação. De acordo com Neville (2016), a água, além de atuar na trabalhabilidade e na resistência, exerce importante influência nos seguintes aspectos: pega, hidratação, exsudação, retração, fluência, ingresso de sais, colmatação, ataque químico ao concreto, corrosão de armaduras, carbonatação. Normalmente, a água não causa preocupação quando é fornecida pela rede pública. Entretanto, pode afetar consideravelmente o concreto quando a água de amassamento não é tratada, e os parâmetros definidos na Norma ABNT NM 137:97 não são cumpridos. A água potável geralmente é aconselhada para o amassamento, com pH de 6,0 a 8,0, ou, possivelmente até 9,0, que não tenha sabor salobro. A água salobra contém teor excessivos de cloretos e sulfatos que tendem a gerar umidade constante, florescência e induz a corrosão da armadura. Porém, não devem ser estabelecidos restrições desnecessárias, afim de economicamente ser prejudiciais. Segue abaixo no Quadro 1, parâmetros da água de amassamento estabelecidos pela ABNT NM 137:97. Quadro 1 - Parâmetros da água a ser empregada na produção de concreto - Norma ABNT NM 137:97 pH 5,5 - 9,0 Sólidos Totais ≤ 5000 mg/l Sulfatos ≤ 2000 mg/l Cloretos concreto simples ≤ 2000 mg/l Cloretos concreto armado ≤ 700 mg/l Cloretos concreto protendido ≤ 500 mg/l Açúcar ≤ 5 mg/l Matéria Orgânica 3 mg/l Fonte: adaptado ABNT (1997) 2.4 TIPOS DE CIMENTOS PORTLAND Na década de 70, com o aumento significativo do custo da energia, e deve ser citado que a energia representa uma enorme parcela nos custos de produção do cimento, tornou necessário a introdução de materiais de natureza inorgânica nas misturas de concreto. 24 Esses materiais, de princípio, tinham o objetivo de baratear os custos da produção de cimento, já que eles costumavam ser bem mais baratos que o cimento Portland, pois existiam na forma de depósitos naturais, ou eram resíduos de processos industriais. Outro motivo, era a preocupação ambiental em destinar os resíduos industriais como a escória de alto-forno, a cinza volante e a sílica ativa. Esses materiais misturados ao cimento, além dos objetivos econômicos e ambientais, também agregam várias propriedades desejáveis ao concreto, no estado fresco e principalmente no estado endurecido. Nenhum cimento é o melhor em todos os sentidos, deve-se analisar qual cimento deve ser utilizado para um fim específico. A escolha dependerá da disponibilidade, do custo, das características específicas dos equipamentos, da qualidade da mão-de-obra, da velocidade de construção e, claro, das exigências da estrutura e do ambiente onde será construído (NEVILLE, 2016). No Brasil de acordo com a NBR 16697:2018 Cimento Portland – Requisitos, existem cinco tipos básicos de cimento e três especiais. Essa norma define os requisitos físicos, reológicos e mecânicos, representados pelos valores de resistência à compressão nas diferentes idades de controle, tempos de pega, finura e expansibilidade. É designado no quadro 2 os tipos de cimento Portland no Brasil. Quadro 2 - Designação normalizada, sigla e classe do cimento Portland Fonte: ABNT (2018) Designação normalizada (tipo) Subtipo Sigla Classe de resistência Sufixo Sem adição CP I Com adição CP I-S Com escória granulada de alto forno CP II-E Com material carbonático CP II-F Com material pozolânico CP II-Z CP III CP IV CP V ARI (d) Estrutural CPB 25,32 ou 40 (c) Não estrutural CPB - - (b) O sufixo BC significa baixo calor de hidratação e se aplica a qualquer tipo de cimento Portland que atenda aos requisitos estabelecidos em 5.4, além dos requisitos para seu tipo e classe originais. (c) As classes 25, 32 e 40 representam os mínimos de resistência à compressão aos 28 dias de idades, em megapascals (Mpa), conforme método de ensaio estabelecido pela ABNT NBR 7215. (d) Cimento Portland de alta resistência inicial, CP V, que apresenta a 1 dia de idade resistência igual ou maior que 14 MPa, quando ensaiado de acordo com a ABNT NBR 7215 e atende aos demais requisitos estabelecidos nesta Norma para esse tipo de cimento. 25,32 ou 40 (c) RS (a) ou BC (b) (a) O sufixo RS significa resistente a sultatos e se aplica a qualquer tipo de cimento Portland que atenda aos requisito estabelecidos em 5.3, além dos requisitos para seu tipo e classe originais. Cimento Portland comum Cimento Portland composto Cimento Portland de alto-forno Cimento Portland pozolânico Cimento Portland de alta resitência inicial Cimento Portland branco 25 2.5 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO CONCRETO Dentre as várias propriedades e características do concreto endurecido, que podem ser observados para analisar sua qualidade, considera-se que um dos indicadores mais valiosos de avaliação do material é a resistência (BOGGIO, 2000). Para o dimensionamento da estrutura adota-se geralmente a resistência à compressão do concreto como propriedade principal. Sendo assim, está estritamente relacionada com a segurança estrutural. O concreto deve ter resistência igual ou superior àquele adotado no projeto (HELENE, 1992). Por estar diretamente associada à estrutura da pasta de cimento hidratada, a resistência à compressão costuma fornecer uma ideia geral da qualidade do concreto (NEVILLE, 2016). Vários autores enfatizam a resistência à compressão do concreto como a propriedade mais importante na qualidade do concreto, mas também são unânimes em afirmar que a permeabilidade e durabilidade são características relevantes para determinar a qualidade do concreto endurecido. São diversos os aspectos que afetam a resistência à compressão do concreto, como a heterogeneidade dos materiais, o transporte, lançamento e cura do concreto na obra, porém os mais importantes são a relação água/cimento e o grau de adensamento. Toda estrutura de concreto armado pronta tem características que diferenciam do especificado em projeto. As armaduras não ficam exatamente centralizadas como no desenho técnico, os pilares não apresentam o prumo perfeito, as fôrmas não garantem exatamente as dimensões da seção do pilar especificados no projeto. Ter o controle da resistência à compressão do concreto não garante o nível de qualidade da obra, pois deve ser aliado a correta técnica de construção, o uso de métodos construtivos recomendados no projeto estrutural e materiais para garantir uma estrutura segura com qualidade e confiabilidade. Fazer o controle da resistência à compressão do concreto não caracteriza qualidade na estrutura como um todo, a diversidade de fatores e variáveis influenciam nas estruturas de concreto. São vários fatores que intervém na resistência à compressão do concreto na estrutura. Porém, no controle da resistência é feito os ensaios de corpo de provas limitando somente a resistência potencial do concreto, sendo o valor de segurança e dimensionamento da estrutura. Há uma diferença na resistência potencial de controle de concreto com a resistência real à compressão do concreto na obra, essa diferença deve-se pela diferença geométrica, de 26 adensamento e acabamento do corpo de prova, conforme mostrado na figura 2. Diante dessa diferença e pelas várias variáveis que interferem no concreto moldado e o efetivo é usado um coeficiente de minoração de resistência (γc). Sendo assim, pode-se dizer que a resistência à compressão do concreto na estrutura sempre será menor que a resistência à compressão nos corpos-de-prova para controle, como representado na figura 2. Figura 2 - Significado da resistência à compressão do concreto obtida através do controle do concreto ADITIVOS AGREGADOS ÁGUA CIMENTOFonte: Helene, 1992 2.5.1 Resistência característica Para o dimensionamento de estruturas, as normas baseiam em conceitos probabilísticos, onde as resistências são minoradas e as solicitações majoradas, com a finalidade de garantir confiabilidade. Os valores de ensaio de vários corpos-de-prova do mesmo concreto são dispersos, devido a fatores como a não-homogeneidade, a imprecisão da mistura e a variabilidade nas propriedades dos materiais que o constituem. O desvio-padrão ou o coeficiente de variação do processo de produção e ensaio são 27 medidas necessárias pelo motivo da dispersão de resultados. “O conceito de resistência característica do concreto à compressão é uma medida estatística que engloba a média e a dispersão dos resultados permitindo definir e qualificar um concreto através de apenas um único valor característico” (HELELE & TERZIAN, 1992). A resistência característica do concreto, é a probabilidade de apenas 5% dos resultados obtidos de ensaios dos corpos de prova estejam abaixo da resistência esperado. Ou seja, 95% do volume de concreto de uma estrutura deve ter resistência acima da resistência característica. Seu valor, considerando uma distribuição normal, é dado pela equação 01 (CHAVES, 2017): 𝑓 = 𝑓 − 1,65 σ Onde: 𝑓𝑐𝑘 = resistência característica do concreto 𝑓𝑐𝑚 = resistência média das amostras de concreto 𝜎 = desvio padrão das amostras do concreto. 2.5.2 Tipos de controle de resistência A aceitação do concreto é normalizada pela NBR 12655:2015 que trata do preparo, controle, recebimento e aceitação do concreto. A aceitação é dividida em duas etapas, uma preliminar e a outra definitiva. Na etapa preliminar a consistência do concreto é obtida durante o estado fresco com o ensaio de abatimento do tronco de cone (slump test) para concretos normais e espalhamento do tronco de cone para concreto autoadensáveis. Na etapa definitiva o ensaio é realizado no estado endurecido do concreto nos corpos- de-prova, para avaliação da resistência. Os resultados obtidos do ensaio à compressão dos corpos-de-prova servem para aceitar ou não os lotes representativos do concreto analisado. Lotes, de acordo com a NBR 12655, são porções do concreto a ser analisado, definido no item 6.2.1 da norma. São dois tipos de controle de resistência. O controle estatístico por amostragem parcial o valor da resistência característica é estimado através de cálculos matemáticos. O controle por amostragem total cada betonada é analisada e representa o concreto investigado. Para a aceitação do lote o fck,est deve ser igual ou maior que o fck. (01) 28 2.5.2.1 Controle de amostragem parcial (e casos excepcionais) Para os concretos do grupo I (classes até C50) devem ser retirados ao menos 6 exemplares para ensaio e para os concretos do grupo II (classes superiores a C50) devem ser retirados para ensaio 12 exemplares, para cada lote. O valor da resistência característica estimada do concreto à compressão (fck, est) será dado pelo maior valor encontrado entre as equações 02 e 03, caso o número de exemplares (n) esteja entre 6 e 20. 𝑓,௦௧ = 2 . 𝑓ଵ + 𝑓ଶ + ⋯ + 𝑓ିଵ 𝑚 − 1 − 𝑓 Onde: fck,est = resistência estimada do concreto m = n/2 (despreza-se o valor mais alto caso n seja ímpar); f1, f2, ..., fm = valores das resistências dos exemplares, em ordem crescente. 𝑓,௦௧ = Ψ. 𝑓ଵ Onde: Ψ = coeficiente dado pelo quadro 3 a ser utilizado em função da condição de preparo do concreto e do número de exemplares da amostra, possibilitando-se interpolação linear. Em casos excepcionais, onde o lote de concreto é de no máximo 10 m3 e número de amostras entre 2 e 5 o valor da resistência característica estimada é dado pela equação 03. Quadro 3 – Valores de Ψ6 Fonte: ABNT (2006) (02) (03) 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 ≥ 16 A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 0,97 0,99 1,00 1,02 B ou C 0,75 0,80 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 0,96 0,98 1,00 1,02 Número de exemplares (n)Condição de preparo NOTA - Os valores de n entre 2 e 5 são empregados para os casos excepcionias (ver 7.2.3.3). 29 Quando o número de exemplares (n) for superior a 20, entende-se que representa uma distribuição normal e a resistência característica estimada é dada pela equação 04. 𝑓,௦௧ = 𝑓 − 1,65 σ Sendo: σ = ඩ 1 𝑛 − 1 (𝑓𝑖 − 𝑓𝑐𝑚)ଶ ୀଵ O desvio padrão quando não é conhecido é definido pelas condições de preparo do concreto, de acordo com o quadro 4. Quadro 4 – Desvio Padrão (𝜎) de acordo com a condição de preparo do concreto Fonte: Autor (2019) 𝜎 Condição Classes de Resistência Cimento medido em Agregados medidos em Água medida em Umidade dos agregados Massa; Volume, com dispositivo dosador, corrigido em função da umidade dos agregados C10 - C25 Massa Massa combinada com volume Volume, com dispositivo dosador, corrigido em função da umidade dos agregados Determinada pelo menos 3 vezes durante o turno Volume; Volume de agregado miúdo corrigido em função da curva de inchamento 7,0 C C10 - C15 Massa Volume Volume, corrigido em função da estimativa da umidade dos agregados Estimada Massa Volume, com dispositivo dosador, corrigido em função da umidade dos agregados Determinada Determinada pelo menos 3 vezes durante o turno 4,0 MassaC10 - C20 A C10 - C80 Massa 5,5 B (04) 30 2.5.2.2 Controle de amostragem total (100%) Em todas as amassadas de concreto é retirado um exemplar para a realização de ensaio, sendo constituído um lote para cada um. De acordo com a NBR 12655:2015 o valor da resistência característica estimada nessa situação é dada por: 𝑓,௦௧ = 𝑓,௧ௗ Onde: 𝑓,௧ௗ = valor da resistência à compressão do exemplar que representa o concreto da betonada. Na versão de 2006 da NBR 12655, o controle de amostragem total era definido para duas situações: Número de exemplares (n) menor que 20: 𝑓,௦௧ = 𝑓ଵ Onde: f1 = menor resistência Número de exemplares (n) maior que 20: 𝑓,௦௧ = 𝑓. 𝑖 Onde: i = 0,005.n (adotasse o valor imediatamente superior quando o i for fracionário). A figura 3 demostra um diagrama para visualização dos tipos de controle da resistência do concreto e suas expressões matemáticas. (05) (06) (07) 31 Figura 3 – Diagrama de Controle estatístico do concreto Fonte: Pacheco & Helene (2013) 2.6 MOLDAGEM E CURA DE CORPOS-DE-PROVA Para garantir a representatividade da amostra, a moldagem e manuseio de corpos-de- prova devem ser executados de acordo com as recomendações e procedimentos da NBR 5738 – Moldagem e cura de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto. A norma estabelece que os corpos-de-prova devem ter formato cilíndrico ou prismático, de aço ou outro material não absorvente e não reagente com o cimento Portland. Para o cilíndrico, o diâmetro deve ser de 10 cm, 15 cm, 20 cm, 25 cm, 30 cm ou 45 cm e a altura o dobro do diâmetro. A tolerância no diâmetro é de 1% e na altura é de 2%. Internamente os corpos-de-prova devem ser revestidos com uma fina camada de óleo mineral ou outro lubrificante não reagente com o cimento. O concreto deve ser remisturado previamente para assegurar a sua uniformidade e colocado em camadas e feito os golpes adensamento com haste metálica de acordo com osrequisitos do quadro 5. Depois de devidamente moldados, os corpos-de-prova devem ficar por 24 horas em local protegido de intempéries e coberto com material não absorvente e não reagente para evitar perda de água, sendo a cura inicial. Após a cura inicial, os corpos-de-prova devidamente identificados devem ser armazenados em local com a umidade relativa do ar superior a 95% e temperatura controlada até a realização do ensaio ou conservados imersos em água até a idade de ensaio. 32 A umidade e a cura influenciam consideravelmente a resistência, por isso a cura hidráulica proporciona maior resistência do concreto (Pereira, 2008). Quadro 5 – Número de camadas para moldagem dos corpos de prova Fonte: ABNT (2015) 2.7 ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS-DE-PROVA CILÍNDRICOS A NBR 5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos estabelece os procedimentos e padroniza o ensaio de ruptura, como: o posicionamento do corpo- de-prova na prensa, controle geométrico e de planicidade dos pratos de aço da prensa, calibração e resolução do paquímetro, entre outros (CHAVES, 2017). Durante a execução do ensaio, a NBR 5739 estabelece que a carga deve ser aplicada continuamente, sem choques e velocidade constante de 0,45 MPa/s, com variação de 0,15 MPa/s, durante todo o ensaio até que se rompe o corpo-de-prova. A taxa de carregamento muito baixa pode reduzir a resistência ou muito elevada aumenta a resistência do corpo-de-prova, obtendo um resultado falso (PACHECO e HELENE, 2013). O atrito e a falta de planeza das superfícies, base e topo, dos corpos-de-prova influenciam consideravelmente a resistência do concreto. As superfícies devem ser planas, paralelas e lisas, de modo que o carregamento seja distribuído uniformemente. Mecânico Manual 100 1 2 12 150 2 3 25 200 2 4 50 250 3 5 75 300 3 6 100 450 5 - - 100 1 1 75 150 1 2 75 250 2 3 200 450 (b) 3 - - (b) (c) No caso de dimensão básica de 450 mm, somente é permetido adensamento mecânico. Para concretos com abatimento superior a 160 mm, a quantidade de camadas deve ser reduzida à metade da estabelecida nesta Tabela. Caso o número de camadas resulte fracionário, arredondar para o inteiro superior mais próximo. Cilíndrico Tipo de corpo de prova Prismático Dimensão básica (d) mm Número de camadas em função do tipo de adensamento Número de golpes para adensamento manual 33 A retificação é ideal para obter a planicidade das superfícies através da remoção, por meios mecânicos, de uma fina camada das bases proporcionando uma superfície lisa e livre de ondulações e abaulamentos. Por razões sustentáveis não é aconselhável o uso de pasta a base de enxofre e por dificuldades operacionais, o uso de argamassas ou pasta de cimento para o capeamento das bases. Também deve-se evitar uso de neoprene, escovas, ou outros artifícios não considerados na norma (PACHECO e HELENE, 2013). 2.8 CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO A grande variabilidade das propriedades dos materiais constituintes do concreto, a heterogeneidade dos materiais, a complexidade de seu comportamento, tanto no estado fresco quanto endurecido, a qualificação de mão-de-obra, a execução da concretagem e os aspectos inerentes da indústria da construção civil, são fatores que interferem na qualidade do concreto e da estrutura como um todo. A construção civil tem características que diferem das demais industrias, que a tornam menos ágil em que se refere nas técnicas de garantia e controle de qualidade. Uma das características é a grande dispersão e diversidade da produção (HELENE e TERZIAN, 1992). Devido esses fatos citados, há uma dificuldade no controle de qualidade e controle tecnológico dos materiais e serviços. Para o melhor entendimento Helene e Terzian (1992) define qualidade como sendo um produto, um processo ou serviço adequado com a finalidade de satisfazer o usuário. Ainda os mesmos autores definem controle de qualidade como conjunto de atividades técnicas e planejadas, através das quais se pode alcançar uma meta e assegurar um nível predeterminado de qualidade, controlando a qualidade. O controle tecnológico e de qualidade se constitui no acompanhamento e controle dos serviços que estão sendo executados e dos materiais utilizados através de ensaios para garantir a correta seleção, misturas ou aplicação desses materiais (FORTES e MERIGHI, 2004). Os serviços devem ser verificados a cada etapa observando se as especificações vigentes detalhadas em projeto e em normas estão sendo feitas de forma adequada. Dessa forma os possíveis erros ou distorções podem ser corrigidos em tempo hábil, garantindo o desempenho da edificação. Os agregados do concreto são heterogêneos, diferem até mesmo sendo da mesma jazida, o cimento tem características especificas de acordo com o tipo, o concreto da obra não é 34 uniforme, as armaduras não estão perfeitamente alinhadas conforme desenhadas, as fôrmas podem ter variadas dimensões ao longo do comprimento, o prumo dos pilares não é perfeito, a cura pode ser inadequada. Pacheco e Helene (2013) define o controle tecnológico e as várias variáveis durante a produção do concreto e execução propriamente dita da estrutura que afeta o resultado da resistência final do elemento estrutural. O controle tecnológico de uma estrutura engloba a conferência de posição e bitola das armaduras, a geometria, o alinhamento (excentricidade), o prumo, a estanqueidade e resistência das fôrmas, a qualidade dos materiais do traço, a eficiência da produção, as operações de transporte, lançamento e adensamento do concreto, o escoramento e a retirada do escoramento, o módulo de elasticidade, e outras variáveis de menor importância (PACHECO e HELENE, 2013). Como a figura 4 demostra, para garantir uma estrutura segura, com qualidade e confiável deve ser rígido o controle de materiais e serviços adotando medidas de controle tecnológico. Figura 4 – Diagrama de blocos que esquematicamente situa o controle da Resistência à compressão do concreto dentro da problemática mais ampla de controle tecnológico das estruturas de concreto. Fonte: Helene (1992) 35 3 METODOLOGIA Neste estudo, com o objetivo de fomentar a discussão acerca da qualidade do concreto em pequenas obras residenciais e consequentemente a qualidade da obra, foram analisados dados reais de resistência à compressão de concreto de obras localizadas na área metropolitana de São Luís – MA. Para a execução do estudo foram realizadas as seguintes atividades: Encontrar obra residencial e agendar o dia de concretagem; Coletar amostras em corpos-de-prova; Fazer um traço no laboratório e moldar corpos-de-prova referencial; Após cura inicial, identificar, pesar e colocar em cura hidráulica; Romper os corpos-de-prova em 14, 21 e 28 dias de idade. 3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Nas obras Corpo-de-prova cilíndrico de PVC com diâmetro de 10 cm e altura 20 cm; Haste de adensamento; Colher de pedreiro; Óleo mineral; Balde (18 l); Carro-de-mão. No laboratório Balança (Tomate SF – 400); Tanque d´água; Pincel atômico permanente; Prensa hidráulica (Solotest Ref.: 1504100); Corpo-de-prova cilíndrico de PVC com diâmetro de 10 cm e altura 20 cm; Colher de pedreiro; Óleo mineral; Peneira; Haste de adensamento; Água potável. 36 3.2 OBRAS ANALISADAS Foram analisadas três obras residenciais localizadas no Bairro Jardim Tropical, no Município de São José de Ribamar, área metropolitana de São Luís –MA. Todas as amostras foram coletadas no dia 29 de março de 2019. No dia 23 de abrilde 2019 foi calculado um traço no laboratório e amassado manualmente para servir de referência e comparação com os dados das obras. No quadro 6, contém os dados relevantes das obras e do laboratório. Quadro 6 – Dados das obras CARACTERÍSTICA OBRA A OBRA B OBRA C LABORATÓRIO VOLUME DE CONCRETO (m³) 0,96 0,85 3,36 0,016 ESTRUTURA viga viga laje corpo-de-prova TIPO DE CIMENTO CP IV 32 CP IV 32 CP II E 32 CP IV 32 AGREGADO MIÚDO areia média areia média areia média areia média AGREGADO GRAÚDO brita 1 brita 1 brita 1 brita 1 Fonte: Autor (2019) 3.2.1 Obra A Obra residencial em construção, térrea, terreno de 200 m², com 48 m² construído com as seguintes dependências: sala de estar, dois quartos, banheiro social e cozinha. Sistema construtivo de alvenaria convencional, fundação rasa tipo baldrame com pedra e argamassa de cimento. O concreto coletado é de viga que posteriormente receberá a laje. O pedreiro é também o proprietário da obra, trabalha nessa profissão a mais de 20 anos. Tem curso de pedreiro pelo SENAI, mas desconhece as normas que padronizam os serviços e produção de concreto. O traço foi medido em volume, amassado manualmente, sendo um saco de cimento para seis latas (18 litros) de areia média e para sete latas (18 litros) de brita tipo 1. Já a água é adicionada “no olho” (sic) até que fique com a consistência desejada de trabalhabilidade. A areia estava molhada, já que estava descoberta e recebeu água de chuva. O cimento utilizado foi o CP IV 32, e o pedreiro não soube diferenciar os tipos de cimentos. Foi moldado in loco três corpos-de-prova no dia 29 de março de 2019 e rompidos nos dias 12, 22 e 26 de abril de 2019, seguindo os procedimentos da NBR 5739:18 e da NBR 5738:2015. 37 Fotografia 1 – Moldagem de corpo-de-prova da obra A Fonte: Autor (2019) 3.2.2 Obra B Obra de ampliação, de alvenaria convencional, fundação rasa tipo baldrame de pedra e argamassa de cimento. Térrea, terreno de 200 m², área construída de 46 m² e 30 m² de ampliação. O concreto coletado é de viga de cintamento. O pedreiro é contratado pelo proprietário para fazer a ampliação de mais 2 quartos, 1 banheiro e 1 sala. Não tem nenhum curso técnico ou profissionalizante, trabalha como pedreiro a aproximadamente 10 anos e aprendeu o que sabe ainda quando era servente. A areia estava molhada com a chuva, o que foi levado em consideração quando adicionou-se a água no amassamento, porém não é medida, é acrescentada até que o pedreiro considere necessária, movimentando a massa de concreto com a colher. O traço é medido em volume usando latas de dezoito litros, sendo um saco de cimento para seis latas de areia média e para oito latas de brita 1. Foi moldado in loco três corpos-de-prova no dia 29 de março de 2019 e rompidos nos dias 12, 22 e 26 de abril de 2019, seguindo os procedimentos da NBR 5739:18 e da NBR 5738:2015. 38 Fotografia 2 – Moldagem de corpo-de-prova da obra B Fonte: Autor (2019) 3.2.3 Obra C Obra residencial em construção de um pavimento, sistema construtivo de alvenaria convencional, fundação rasa tipo baldrame com pedra e argamassa de cimento, laje pré- moldada treliçada com lajotas cerâmica (h8). Área do terreno é de 200 m² e área construída é de 42 m². O concreto coletado é da laje de 42 m² e espessura total de 12 cm (5 cm de cobertura), sendo 3,36 m³ de concreto. O cimento utilizado é o CP II E 32, areia média e brita 1. O pedreiro não possui qualquer curso na área de construção civil, aprendeu com outros pedreiros ainda quando era servente. Foi contratado para entregar a obra com sistemas elétricos, de esgoto e hidráulico prontos. O traço é medido em volume, amassado manualmente, sendo um saco de cimento para três carros-de-mão de areia média e para quatro carros-de-mão de brita 1. A água é acrescentada até que o pedreiro considere suficiente. Foi moldado in loco três corpos-de-prova no dia 29 de março de 2019 e rompidos nos dias 12, 22 e 26 de abril de 2019, seguindo os procedimentos da NBR 5739:18 e da NBR 5738:2015. 39 Fotografia 3 – Moldagem de corpo-de-prova da obra C Fonte: Autor (2019) 3.2.4 Laboratório Parar servir de referência foi dosado o traço de cimento no laboratório utilizando o Método da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Esse método de dosagem foi criado pela ABCP por meio de um estudo técnico de autoria do Engenheiro Públio Penna Firme Rodrigues por meio de experimentos (SILVA, 2017). É um método basicamente empírico, baseado em tabelas, quadros e gráfico de valores médios obtidos através de experimentações. Apesar de ser um método desatualizado, pois os materiais de construção mudaram com o passar do tempo, possibilita a obtenção de um traço-base de forma simples e direta para moldagem de corpos-de-prova e os devidos ajustes na dosagem podem ser feitos após os resultados dos ensaios. Foi realizado a análise granulométrica dos agregados para determinar a dimensão máxima característica do agregado graúdo e o módulo de finura do agregado miúdo e calculado as massas específicas, e umidade do agregado miúdo. O cimento utilizado foi o CP IV 32 e o desvio padrão de acordo com as condições de 40 preparo, baseado em massa dos materiais, foi de 4,0 MPa. Está demostrado na Fotografia 4 os materiais pesados. Fotografia 4 – Materiais para traço no laboratório Fonte: Autor (2019) 3.2.4.1 Cálculo de traço Seguem no quadro 7 as características dos materiais utilizados no traço. Quadro 7 - Características dos materiais utilizados no traço CIMENTO AREIA BRITA 1 Cimento CP IV - 32 Mf = 2,60 φmáx = 9,5 mm Res. Nominal = 32 MPa h = 7% γreal = 2700 Kg/m³ γreal = 3100 Kg/m³ γreal = 2630 Kg/m³ γagreg.solto = 1450 Kg/m³ γaparente 1460 Kg/m³ γagreg.comp. = 1500 Kg/m³ Fonte: Autor (2019) O concreto tem como características: Fck = 20 MPa, abatimento = 90 +/- 10 cm e condição de preparo A, com desvio padrão σ = 4,0 MPa. 41 a) Fixação da relação água/cimento (a/c): É recomendado o uso dos valores da relação água/cimento da tabela 7.1 da Norma 6118:2014, que tem como critérios a durabilidade e a resistência do concreto na idade requerida. A relação água/cimento é estimado com base na curva de Abrams, que tem como principal parâmetro a resistência à compressão e também em função do tipo de cimento. Quando não há restrições quanto à durabilidade, pode utilizar as Curvas de Walz, mostrado na figura 5. Figura 5 - Gráfico das curvas de Walz Fonte: Rodrigues (1998) apud Guerra (2017) Foi determinado a resistência de dosagem do concreto em função do desvio padrão aos 28 dias, no caso, os materiais foram medidos em função da massa e determinada a umidade dos agregados. Nessa condição de preparo o desvio padrão foi de 4,5 Mpa. Com o valor da resistência de dosagem, obtida com a equação 08, a relação a/c foi determinada usando a figura 5, em 0,54. 𝑓𝑐ଶ଼ = 𝑓 + 1,65. 𝜎 𝑓𝑐ଶ଼ = 20 + 1,65 . 4,0 𝑓𝑐ଶ଼ = 27 𝑀𝑃𝑎 (08) 42 Onde: 𝑓𝑐ଶ଼ = resistência à compressão do concreto na idade de 28 dias 𝑓 = resistência característica à compressão do concreto 𝜎 = desvio padrão b) Determinação do consumo estimado de água (Cag): A quantidade de água depende principalmente da granulometria, da textura e forma dos grãos, basicamente, da área do agregado total da mistura. A estimativa inicial de consumo de água é expressa no Quadro 8. Quadro 8 - Estimativa de consumo de água por metro cúbico de concreto em função do Diâmetro Máximo Característico do Agregado e do abatimento da mistura Fonte: Rodrigues(1998) apud Guerra (2017) Tendo como base o abatimento requerido de 80 – 100 mm e diâmetro do agregado de 9,5 mm, o consumo de água aproximado de acordo com o quadro 8 é de Ca = 230 l/m³. c) Consumo de cimento (Cc): A estimativa do consumo de cimento (Cc) é dada pela equação 09, dividindo a estimativa de consumo de água (Cag) pela relação água/cimento (a/c). 𝐶𝑐 = 𝐶𝑎𝑔 𝑎 𝑐⁄ 9,5 19,0 25,0 32,0 38,0 40 a 60 220 195 190 185 180 60 a 80 225 200 195 190 185 80 a 100 230 205 200 195 190 Observações: CONSUMO DE ÁGUA APROXIMADO (l/m³) 1 – Os valores acima são recomendados para concretos confeccionados com agregado graúdo britado (basalto), agregado miúdo (areia de rio), consumo de cimento por metro cúbico de concreto da ordem de 300 kg/m³ e abatimento, medido pelo tronco de cone, entre 4 mm a 100 mm; 2 – Quando usado seixo rolado como agregado graúdo, os valores do consumo de água podem ser reduzidos de 5% a 10%; 3 – As areias pertencentes à zona 1 da NBR 7211 (muito fina), podem gerar aumentos de até 10% no consumo de água por metro cúbico de concreto Abatimento (mm) Dmáx agregado graúdo (mm) (09) 43 𝐶𝑐 = 230 0,54 𝐶𝑐 = 426 𝐾𝑔/𝑚³ Onde: 𝐶𝑐 = consumo de cimento 𝐶𝑎𝑔 = estimativa do consumo de água 𝑎 𝑐⁄ = relação água/cimento d) Consumo de agregado graúdo (Cb): O método utilizado da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) usa a proporcionalidade adequada de relação agregado graúdo/agregado miúdo, colocando na mistura o máximo volume de agregado compactado seco por metro cúbico de concreto. O Quadro 9 apresenta os volumes compactados a seco de agregado graúdo, por metro cúbico de concreto, em função do Diâmetro Máximo característico do agregado graúdo (φmáx.) e do Módulo de Finura (MF) do agregado miúdo. Quadro 9 – Volume compactado seco (Vpc) de agregado graúdo por metro cúbico de concreto Fonte: Rodrigues (1998) apud Guerra (2017) 9,5 mm 19 mm 25 mm 32 mm 38 mm 1,8 0,645 0,77 0,795 0,82 0,845 2,0 0,625 0,75 0,775 0,8 0,825 2,2 0,605 0,73 0,755 0,78 0,805 2,4 0,585 0,71 0,735 0,76 0,785 2,6 0,565 0,69 0,715 0,74 0,765 2,8 0,545 0,67 0,695 0,72 0,745 3,0 0,525 0,65 0,675 0,7 0,725 3,3 0,505 0,63 0,655 0,68 0,705 3,4 0,485 0,61 0,635 0,66 0,685 3,6 0,465 0,59 615 0,64 0,665 MÓDULO DE FINURA DA AREIA (MF) DIMENSÃO MÁXIMA CARACTERÍSTICA DO AGREGADO OBSERVAÇÃO: Os valores acima foram obtidos experimentalmente na Associação Brasileira de Cimento Portland. 44 Através da equação 10, estima-se o consumo de agregado graúdo. 𝐶𝑏 = 𝑉𝑝𝑐 . 𝛾.. 𝐶𝑏 = 0,585 . 1500 𝐶𝑏 = 877,5 𝐾𝑔/𝑚³ Onde: 𝐶𝑏 = estimativa do consumo de agregado 𝑉𝑝𝑐 = volume compactado seco de agregado graúdo por m³ de concreto 𝛾.. = massa específica compactada do agregado graúdo por m³ de concreto e) Estimativa de consumo de agregado miúdo (Ca): O volume de concreto é a somatória dos volumes absolutos de todos os materiais constituintes, tendo os consumos de água, cimento e agregado graúdo, a estimativa do consumo de agregado miúdo (Ca) é imediata. O volume do agregado miúdo é dado pela equação 11. 𝑉𝑎 = 1 − ൬ 𝐶𝑐 𝛾 ൰ + ቆ 𝐶𝑏 𝛾 ቇ + ቆ 𝐶𝑎𝑔 𝛾 ቇ 𝑉𝑎 = 1 − ൬ 426 3100 ൰ + ൬ 877,5 2700 ൰ + ൬ 230 1000 ൰ 𝑉𝑎 = 0,308 𝑚³ Onde 𝑉𝑎 = volume de agregado miúdo por m³ de concreto 𝐶𝑐 = estimativa de consumo do concreto 𝐶𝑏 = consumo de brita 𝐶𝑎𝑔 = volume estimado da água 𝛾,𝛾,𝛾 = massa específica do cimento, agregado graúdo e da água, respectivamente. O consumo de areia por metro cúbico de concreto é obtido pela equação 12. (10) (11) (12) 45 𝐶𝑎 = 𝛾 . 𝑉𝑎 𝐶𝑎 = 2630 . 0,308 𝐶𝑎 = 810 𝐾𝑔/𝑚³ f) Apresentação do traço inicial: A expressão 13 é a representação do traço em relação ao unitário do cimento. 𝐶𝑐 𝐶𝑐 ∶ 𝐶𝑎 𝐶𝑐 ∶ 𝐶𝑏 𝐶𝑐 ∶ 𝐶𝑎𝑔 𝐶𝑐 426 426 ∶ 810 426 ∶ 877,5 426 ∶ 230 426 1 ∶ 1,9 ∶ 2,06 ∶ 0,54 g) Correção quanto a umidade da areia: Deve-se levar em consideração a umidade da areia, que nesse caso é de 7%. A massa úmida da areia (Mhareia) é encontrada com a equação 15. ℎ = ൬ 𝑀ℎ − 𝑀𝑠 𝑀ℎ ൰ . 100 𝑀ℎ = 𝑀𝑠. (1 + ℎ) 𝑀ℎ = 810 . (1 + 0,07) 𝑀ℎ = 866,70 𝐾𝑔 Onde: ℎ = umidade 𝑀ℎ = Massa úmida da areia Posteriormente subtraindo-o da massa seca da areia (Msareia) na equação 16, obtendo a massa da água (Ma). 𝑀𝑎 = 𝑀ℎ − 𝑀𝑠 𝑀𝑎 = 866,7 − 810 𝑀𝑎 = 56,7 𝐾𝑔 (13) (14) (15) (16) 46 Onde: 𝑀𝑎 = massa de água 𝑀ℎ = massa úmida da areia 𝑀𝑠 = massa seca da areia Retira-se o valor encontrado de massa de água (Ma) do consumo estimado de água apresentado no traço inicial (Cag), de acordo com a equação 17. 𝐶,ௗ = 𝐶 − 𝑀𝑎 𝐶,ௗ = 230 − 56,7 𝐶,ௗ = 173,3 𝐾𝑔 h) Traço corrigido 426 426 ∶ 866,7 426 ∶ 877,5 426 ∶ 173,3 426 1 ∶ 2,03 ∶ 2,06 ∶ 0,41 i) Dosagem para 6 corpos-de-prova A equação 18 calcula o volume do corpo-de-prova. 𝑉𝑐𝑝 = 𝜋. 𝑑ଶ 4 . ℎ 𝑉𝑐𝑝 = 𝜋. 10ଶ 4 . 20 𝑉𝑐𝑝 = 1570 𝑐𝑚ଷ = 1,57 𝑑𝑚³ Onde: 𝑉𝑐𝑝 = volume de um corpo-de-prova 𝑑 = diâmetro do corpo-de-prova ℎ = altura do corpo-de-prova O consumo de cimento do traço foi determinado através da equação 19. (17) (18) (19) 47 𝐶 = 𝑐𝑝 . 𝑉𝑐𝑝 1 𝛾𝑐 + 𝑎 𝛾𝑎 + 𝑏 𝛾𝑏 + 𝑥 𝐶 = 6 . 1,57 1 3,1 + 2,03 2,65 + 2,09 2,7 + 0,41 𝐶 = 4,15 𝐾𝑔 Onde: 𝐶 = Consumo de cimento no traço 𝑐𝑝 = número de corpos-de-prova 𝑎 = areia 𝑏 = brita 𝑥 = água Com o valor do consumo de cimento (C), multiplica-se por todo o traço para obter a quantidade de cada material na quantidade de volume de concreto desejado., apresentado nas equações 20, 21 e 22. 𝐶𝑜𝑛𝑠. 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = 4,15 . 2,03 = 8,425 𝐾𝑔 𝐶𝑜𝑛𝑠. 𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎 = 4,15 . 2,06 = 8,549 𝐾𝑔 𝐶𝑜𝑛𝑠. á𝑔𝑢𝑎 = 4,15 . 0,41 = 1,702 𝐾𝑔 Foram moldados 10 corpos-de-prova no dia 09 de abril de 2019 e rompidos nos dias 12, 16, 23, 30 de abril e 07 de maio de 2019, seguindo os procedimentos da NBR 5739:18 e da NBR 5738:2015. (20) (21) (22) 48 4 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES As analises foram realizadas com bases nos resultados das resistências à compressão obtidos através de ensaios na prensa hidráulica e posteriormente elaborados quadros e gráficos de evolução da resistência para cada obra e do laboratório. Os corpos-de-prova foram ensaiados de acordo com a NBR 5739:2018. Para cálculo da resistência a carga de carregamento foi dividida pela área (mm²) da seção do cilindro como demostra a equação 23 e o resultado em MPa. 𝜎 = 𝑓𝑐 = 𝐹 𝜋 . 𝑑ଶ 4 4.1 OBRA A No primeiro ensaio com idade de 14 dias já foi possível analisar que o concreto não alcançaria a resistência esperada de fck = 20 MPa, pois de acordo com a Norma 6118:2014, no item 12.3.3, aos 14 dias a resistência esperada deve ser de 85% do fck. Alcançando 21,2% aos 14 dias, 33,70% aos 21 dias e 56,15% aos 28 dias. Segue no quadro 10 as resistências dos cp´s. Quadro 10 – Dados de resistência a compressão da obra A LOCAL EXEMPLAR IDADE MASSA INICIAL (Kg) MASSA FINAL (Kg) CARGA (Kgf) RESISTÊNCIA (MPa) OBRA A 1 14 3,65 3,66 3.400 4,242 21 3,65 3,66 5.400 6,74 3 28 3,59 3,60 9.000 11,23 Fonte: Autor (2019) A amostra ensaiada representa 100% do concreto, ou seja, o exemplar define a resistência daquele concreto naquela betonada. Aplicando a equação 5 da Norma 12655:2015 para aceitação do concreto na obra, o fck,est = 11,23 MPa foi inferior ao fck = 20 MPa estabelecido, portanto não atende. O gráfico 2 representa a evolução da resistência à compressão do concreto da obra A, nota-se um maior crescimento na resistência aos 28 dias, pelo motivo do corpo-de-prova ter sido retificado. (23) 49 Fonte: Autor (2019) 4.2 OBRA B Os dados dos ensaios da obra B estão apresentados no quadro 11. De acordo com a NBR 6118:2014, no item 12.3.3, aos 14 dias a resistência esperada deve ser de 85% do fck, entretanto, na mesma idade a resistência de ensaio foi de apenas 24,95%, aos 21 dias 36,2% e aos 28 dias 39,95% da resistência fck esperada, um valor extremamente baixo. Quadro 11 – Dados de resistência a compressão da obra B LOCAL EXEMPLAR IDADE MASSA INICIAL (Kg) MASSA FINAL (Kg) FORÇA (Kgf) RESISTÊNCIA (MPa) OBRA B 1 14 3,70 3,70 4.000 4,99 2 21 3,69 3,70 5.800 7,24 3 28 3,69 3,71 6.400 7,99 Fonte: Autor (2019) A amostra coletada e ensaiada define a resistência à compressão do concreto e enquadra no item 6.2.3.1 da NBR 12655:2015, controle do concreto por amostragem total, portanto foi utilizado a equação 5 para definir o fck,est. O valor de fck,est = 7,99 MPa foi menor que o fck = 20 MPa estabelecido, portanto não atende. Gráfico 2 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra A 4,33 6,88 11,46 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 0 7 14 21 28 R es ist ên ci a (M Pa ) Idades (dias) OBRA A 50 O gráfico 3 representa a evolução da resistência à compressão do concreto da obra B, nota-se que foi pouco o crescimento da resistência de 21 para 28 dias Fonte: Autor (2019) 4.3 OBRA C O quadro 12 apresenta os dados de resistência à compressão dos cp’s ensaiados. As resistências ficaram inferiores as resistências previstas de acordo com a NBR 6118:2014 de 60% aos 3 dias, 78% aos 7 dias, 90% aos 14 dias, 96% aos 21 e 100% aos 28 dias para o tipo de cimento Portland CP II E 32. Portanto no primeiro ensaio, de 14 dias, ficou previsível que o concreto não alcançaria o fck = 20 MPa. Quadro 12 – Dados de resistência a compressão da obra C LOCAL EXEMPLAR IDADE MASSA INICIAL (Kg) MASSA FINAL (Kg) CARGA (Kgf) RESISTÊNCIA (MPa) OBRA C 1 14 3,67 3,68 4.100 5,12 2 21 3,69 3,71 8.800 10,98 3 28 3,65 3,68 9.100 11,35 Fonte: Autor (2019) 4,99 7,24 7,99 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 0 7 14 21 28 R es ist ên ci a (M Pa ) Idades (dias) OBRA B Gráfico 3 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra B 51 A amostra ensaiada representa 100% do concreto, ou seja, o exemplar define a resistência daquele concreto naquela betonada. Aplicando a equação 5 da Norma 12655:2015 para aceitação do concreto na obra, o fck,est = 8,51 MPa foi inferior ao fck = 20 MPa estabelecido, portanto não atende. O gráfico 4 representa a evolução da resistência à compressão do concreto da obra C. Houve um alto crescimento da resistência entre os dias 14 e 21, característica do cimento utilizado, com maiores resistências nos primeiros dias comparado com outros cimentos Portland comuns. Gráfico 4 – Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto da obra C Fonte: Autor (2019) 4.4 LABORATÓRIO O quadro 13 apresenta os dados de resistência à compressão dos 10 cp’s ensaiados no laboratório. As resistências em todas as idades foram superiores a evolução esperada de resistência à compressão previstas na Norma 6118:2014, no item 12.3.3. As resistências para 3, 7, 14, 21 e 28 dias foram respectivamente 49,9%, 82,3%, 99,8%, 107,3% e 114,8% da resistência fck = 20 MPa esperada. A maior resistência atingida foi de 22,96 MPa, ligeiramente superior ao fck estabelecido. 5,12 10,98 11,35 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 0 7 14 21 28 R es ist ên ci a (M Pa ) Idades (dias) OBRA C 52 Quadro 13 - Dados de resistência a compressão do laboratório LOCAL EXEMPLAR IDADE MASSA INICIAL (Kg) MASSA FINAL (Kg) CARGA (Kgf) RESISTÊNCIA (MPa) LABORATÓRIO 1 3 3,74 3,77 8.000 9,98 2 3 3,72 3,74 7.800 9,73 3 7 3,69 3,71 13.200 16,47 4 7 3,79 3,81 12.000 14,97 5 14 3,73 3,75 16.000 19,96 6 14 3,72 3,74 15.800 19,71 7 21 3,79 3,81 17.000 21,21 8 21 3,77 3,80 17.200 21,46 9 28 3,76 3,79 18.000 22,46 10 28 3,74 3,77 18.400 22,96 Fonte: Autor (2019) Para a construção do Gráfico 1 - Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto do laboratório foram considerados os maiores valores das resistências dos cp’s em cada idade. Fonte: Autor (2019) 9,98 16,47 19,96 21,46 22,96 0,00 2,50 5,00 7,50 10,00 12,50 15,00 17,50 20,00 22,50 25,00 0 7 14 21 28 R es ist ên ci a (M Pa ) Idades (dias) LABORATÓRIO Gráfico 5 - Gráfico de evolução da resistência à compressão do concreto do laboratório 53 4.5 COMPARAÇÕES DE RESULTADOS No quadro 14 são apresentadas todas as resistências dos ensaios dos cp’s em 28 dias. Nas três obras o concreto não alcançou o fck = 20 Mpa, valor mínimo de resistência à compressão do concreto estrutural de acordo com a NBR 6118:2014. Os valores ficaram próximos devido à proximidade das dosagens atribuídas na confecção dos traços. Quadro 14 – Comparação dos dados de resistências LOCAL fck (MPa) RESISTÊNCIA DE ENSAIO (MPa) RESISTÊNCIA ATINGIDA DO fck (%) OBRA A 20,00 11,23 56,15 OBRA B 20,00 7,99 39,93 OBRA C 20,00 11,35 56,77 LABORATÓRIO 20,00 22,96 114,81 Dados: Autor (2019) Observa-se no gráfico 7 a disparidade nas evoluções das resistências do laboratório e das obras. Fonte: Autor (2019) Gráfico 6 – Comparação das evoluções das resistências das obras e laboratório 4,24 6,74 11,23 4,99 7,24 7,99 5,12 10,98 11,35 9,98 16,47 19,96 21,46 22,96 0,00 2,50 5,00 7,50 10,00 12,50 15,00 17,50 20,00 22,50 25,00 0 7 14 21 28 R es ist ên ci a (M Pa ) Idades (dias) EVOLUÇÕES DAS RESISTÊNCIAS OBRA A OBRA B OBRA C LABORATÓRIO 54 5 CONCLUSÃO O cimento Portland como material de construção está presente em praticamente toda obra civil, sendo aquela pequena construção de uma casa no bairro ou grandes obras de infraestruturas. Seria redundante justificar a importância do concreto em uma edificação. Por desempenhar papel de responsabilidade, o concreto deve seguir métodos de controle tecnológico e de qualidade para garantir a conformidade e especificações da NBR 12655:2006. Um concreto não conforme que não atende as especificações da norma citada com fck,est menor que o fck, ou seja, com a resistência à compressão obtida em ensaio de laboratório e posteriormente estimado menor que a resistência de projeto, resulta em estruturas com nível de segurança duvidoso, patologias e consequentemente perda econômica. Em nenhuma das obras a resistência ensaiada e estimada pela NBR 12655:2006 alcançou 20 MPa, valor mínimo de resistência à compressão estabelecido pela NBR 6118:2018 para concretos estruturais, o que deixa claro a não
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