Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
423 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Unidade V – Técnicas de Integração 5.1- Integração por Substituição - Integração por Substituição Nesta técnica, chamaremos de u uma parte do integrando e escreveremos toda a integral em termos de u. - Roteiro do Método de Integração por Substituição 1. Defina u como uma função de x (geralmente parte do integrando). 2. Determine x e dx em função de u e du. 3. Expresse todo o integrando com uma função de u multiplicada por du e tente aplicar uma das equações básicas de integração. Se isso não for possível, experimente usar uma substituição diferente. 4. Depois de integrar, expresse o resultado como uma função de x. 424 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 1 Determine a integral indefinida ∫ 𝑥 (𝑥+1)2 𝑑𝑥 . Solução - Definindo u como função de x. Se 𝑢 = 𝑥 + 1, - Determinando x e dx como função de u. então 𝑥 = 𝑢 − 1 𝑒 𝑑𝑥 = 𝑑𝑢 - Substituindo no integrando ∫ 𝑥 (𝑥 + 1)2 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢 − 1 𝑢2 𝑑𝑢 ∫ 𝑥 (𝑥 + 1)2 𝑑𝑥 = ∫ ( 1 𝑢 − 1 𝑢2 ) 𝑑𝑢 ∫ 𝑥 (𝑥 + 1)2 𝑑𝑥 = ln|𝑢| + 1 𝑢 + 𝐶 ∫ 𝑥 (𝑥 + 1)2 𝑑𝑥 = ln|𝑥 + 1| + 1 𝑥 + 1 + 𝐶 425 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 2 Determine ∫ 𝑥 √𝑥2 − 1 𝑑𝑥 . Solução - Definindo u como função de x. 𝑢 = 𝑥2 − 1 - Determinando x e dx como função de u. 𝑑𝑢 = 2 𝑥 𝑑𝑥 → 𝑥𝑑𝑥 = 𝑑𝑢 2 - Substituindo no integrando ∫ 𝑥 √𝑥2 − 1 𝑑𝑥 = 1 2 ∫ 𝑢1/2 𝑑𝑢 ∫ 𝑥 √𝑥2 − 1 𝑑𝑥 = 1 2 𝑢3/2 3/2 + 𝐶 ∫ 𝑥 √𝑥2 − 1 𝑑𝑥 = 1 3 𝑢3/2 + 𝐶 ∫ 𝑥 √𝑥2 − 1 𝑑𝑥 = 1 3 (𝑥2 − 1)3/2 + 𝐶 426 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 3 Determine ∫ 𝑒3𝑥 1+𝑒3𝑥 𝑑𝑥 . Solução - Definindo u como função de x. 𝑢 = 1 + 𝑒3𝑥 - Determinando x e dx como função de u. 𝑑𝑢 = 3 𝑒3𝑥 𝑑𝑥 → 𝑒3𝑥 𝑑𝑥 = 𝑑𝑢 3 - Substituindo no integrando ∫ 𝑒3𝑥 1 + 𝑒3𝑥 𝑑𝑥 = 1 3 ∫ 1 𝑢 𝑑𝑢 ∫ 𝑒3𝑥 1 + 𝑒3𝑥 𝑑𝑥 = 1 3 ln|𝑢| + 𝐶 ∫ 𝑒3𝑥 1 + 𝑒3𝑥 𝑑𝑥 = 1 3 ln(1 + 𝑒3𝑥) + 𝐶 427 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 4 Determine a integral indefinida ∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 Solução - Definindo u como função de x. 𝑢 = 𝑥 − 1 - Determinando x e dx como função de u. 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 → 𝑥 = 𝑢 + 1 - Substituindo no integrando ∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = ∫(𝑢 + 1) (𝑢1/2) 𝑑𝑢 ∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = ∫(𝑢3/2 + 𝑢1/2) 𝑑𝑢 ∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = 2 5 𝑢5/2 + 2 3 𝑢3/2 + 𝐶 ∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = 2 5 (𝑥 − 1)5/2 + 2 3 (𝑥 − 1)3/2 + 𝐶 428 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Substituição e Integrais Definidas O quarto passo do roteiro para integração por substituição fala em escrever novamente a antiderivada com função da variável x. Para integrais definidas, muitas vezes, é mais conveniente determinar os limites de integração para a variável u. Frequentemente, é mais fácil fazer isso do que converter o resultado novamente para a variável x e usar os limites de integração originais. 429 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 5 Determine ∫ 𝑥 √2𝑥−1 5 1 𝑑𝑥 Solução - Definindo u como função de x. 𝑢 = √2𝑥 − 1 → 𝑢2 = 2𝑥 − 1 - Determinando x e dx como função de u. 𝑥 = (𝑢2 + 1) 2 ⁄ , 𝑑𝑥 = 𝑢 𝑑𝑢 - Determinando os novos limites de integração 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟: 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 1 , 𝑢 = √2(1) − 1 = 1 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟: 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 5 , 𝑢 = √2(5) − 1 = 3 430 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Substituindo no integrando ∫ 𝑥 √2𝑥 − 1 5 1 𝑑𝑥 = 1 2 ∫ 1 𝑢 (𝑢2 + 1) 𝑢 𝑑𝑢 3 1 ∫ 𝑥 √2𝑥 − 1 5 1 𝑑𝑥 = 1 2 ∫ (𝑢2 + 1) 𝑑𝑢 3 1 ∫ 𝑥 √2𝑥 − 1 5 1 𝑑𝑥 = 1 2 [ 𝑢3 3 + 𝑢] 1 3 ∫ 𝑥 √2𝑥 − 1 5 1 𝑑𝑥 = 1 2 ( 33 3 + 3) − ( 13 3 + 1) ∫ 𝑥 √2𝑥 − 1 5 1 𝑑𝑥 = 16 3 431 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 5.2- Integração por Partes - Integração por Partes Esta técnica é particularmente útil no caso de integrandos que envolvem produtos de funções algébricas e funções exponenciais ou logarítmicas, como, por exemplo: ∫ 𝑥2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 e ∫ 𝑥 ln 𝑥 𝑑𝑥 A integração por partes se baseia na Regra do Produto da derivação. 432 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Integração por Partes Sejam u e v funções deriváveis de x. ∫ 𝑢 𝑑𝑣 = 𝑢 𝑣 − ∫ 𝑣 𝑑𝑢 A expressão da integração por partes expressa o integrando original em termos de outra integral. Dependendo das escolhas de u e dv, a nova integral pode ser mais fácil ou mais difícil de calcular que a integral original. - Roteiro do Método de Integração por Partes 1. Escolha para dv a parte mais complicada do integrando cuja antiderivada pode ser obtida usando uma regra básica de integração. Escolha para u a parte restante do integrando. 2. Escolha para u a parte do integrando cuja derivada é uma função mais simples do que a u escolhida. Escolha para dv a parte restante do integrando. 433 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 1 Determine ∫ 𝑥 𝑒𝑥 𝑑𝑥 . Solução Para aplicar o método da integração por partes, precisamos escrever a equação original na forma ∫ 𝑢 𝑑𝑣. Isso significa que é necessário dividir 𝑥 𝑒𝑥 𝑑𝑥 em dois fatores: - uma parte representando u e outra parte representando dv. Existem várias possibilidades diferentes de realizar essa divisão: Em acordo ao roteiro, devemos escolher a primeira opção, já que 𝑑𝑣 = 𝑒𝑥 𝑑𝑥 é a parte mais complicada do integrando para a qual existe uma equação básica de integração e a derivada de 𝑢 = 𝑥 é mais simples. Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes. 434 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 2 Determine ∫ 𝑥2 ln 𝑥 𝑑𝑥 . Solução No caso dessa integral, é mais fácil integrar 𝑥2 do que ln 𝑥. Além disso, a derivada de ln 𝑥 é mais simples. Logo, escolhendo 𝑑𝑣 = 𝑥2 𝑑𝑥. Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes. 435 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 3 Determine ∫ ln 𝑥 𝑑𝑥 . Solução Essa integral é diferente das anteriores por que possui apenas um fator. Em casos como esse, escolhemos 𝑑𝑣 = 𝑑𝑥 e fazemos u igual ao fator único. Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes. 436 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 4 Determine ∫ 𝑥2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 . Solução Ao seguir o roteiro, observamos que a derivada de 𝑥2 se torna mais simples, mas o mesmo não acontece com a derivada de 𝑒𝑥. Assim, fazemos 𝑢 = 𝑥2 e 𝑑𝑣 = 𝑒𝑥 𝑑𝑥. Com essas substituições, podemos aplicar a expressão da integração por partes. Para calcular a nova integral do lado direito da equação resultante, aplicamos a integração por partes uma segunda vez, usando as substituições abaixo: 437 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Com essas substituições, podemosaplicar a expressão da integração por partes. OBS: Ao usar a integração por partes mais de uma vez, é preciso cuidado para não inverter as substituições em aplicações sucessivas do método. No Exemplo 4, as primeiras substituições foram 𝑑𝑣 = 𝑒𝑥 𝑑𝑥 e 𝑢 = 𝑥2. Se na segunda aplicação do método fosse usada a substituição 𝑑𝑣 = 2𝑥 𝑑𝑥 e 𝑢 = 𝑒𝑥, o efeito da primeira integração seria anulado e estaríamos de volta à integral original. 438 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 5 Determine ∫ ln 𝑥 𝑒 1 𝑑𝑥. A integração por partes foi usada para determinar a antiderivada de ln 𝑥 no Exemplo 3. Usando esse resultado, podemos calcular o valor da integral definida: A Figura 6.1 mostra a área representada por essa integral definida. 439 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte OBS: Lembre-se de que não basta saber como usar as várias técnicas de integração; é preciso também saber quando usá-las. A integração é, antes de tudo, um problema de avaliação: avaliar que expressão ou técnica é mais promissora para resolver o problema proposto. Frequentemente, basta uma pequena modificação do integrando para que a técnica de integração tenha que ser substituída por outra. Exs: No método da integração por partes, nem sempre é óbvio quais são as expressões mais adequadas de u e dv. O quadro abaixo mostra as escolhas corretas para dois casos muito frequentes. 440 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 5.3- Frações Parciais - Frações Parciais Esse método envolve a decomposição de uma função racional na soma de duas ou mais funções racionais mais simples. Para usar esse método, é preciso fatorar o denominador da função racional dada e decompor a função em frações parciais. - Frações Parciais - Para determinar a decomposição em frações parciais de uma função racional própria 𝑝(𝑥) 𝑞(𝑥)⁄ , fatore q(x) e escreva uma equação da forma: 𝑝(𝑥) 𝑞(𝑥) = (𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑟𝑎çõ𝑒𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠). - Para cada fator linear diferente da forma a x + b, o lado direito da equação deve incluir um termo da forma: 𝐴 𝑎𝑥+𝑏 - Para cada fator linear repetido, da forma (𝑎𝑥 + 𝑏)𝑛, o lado direito da equação deve incluir n termos da forma: 𝐴1 𝑎𝑥+𝑏 + 𝐴2 (𝑎𝑥+𝑏)2 + ⋯ + 𝐴𝑛 (𝑎𝑥+𝑏)𝑛 441 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Resumindo: 442 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 1 – Fatores distintos Escreva a decomposição em frações parciais da função 𝑥+7 𝑥2−𝑥−6 . Solução Começamos por fatorar o denominador, fazendo 𝑥2 − 𝑥 − 6 = (𝑥 − 3) (𝑥 + 2). Em seguida, escrevemos a decomposição em frações parciais como: 𝑥 + 7 𝑥2 − 𝑥 − 6 = 𝐴 𝑥 − 3 + 𝐵 𝑥 + 2 Para determinar os valores de A e B, multiplicamos ambos os membros da equação pelo mínimo denominador comum (𝑥 − 3) (𝑥 + 2). O resultado é a chamada equação básica, como: 𝑥 + 7 = 𝐴 (𝑥 + 2) + 𝐵 (𝑥 − 3) Como esta equação deve ser válida para qualquer valor de x, podemos substituir x por qualquer valor que seja conveniente. Em geral, os valores mais convenientes são as raízes do denominador comum. 443 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Fazendo x = -2 𝑥 + 7 = 𝐴 (𝑥 + 2) + 𝐵 (𝑥 − 3) −2 + 7 = 𝐴 (−2 + 2) + 𝐵 (−2 − 3) 5 = 𝐴 (0) + 𝐵 (−5) 𝐵 = −1 Fazendo x = 3 𝑥 + 7 = 𝐴 (𝑥 + 2) + 𝐵 (𝑥 − 3) 3 + 7 = 𝐴 (3 + 2) + 𝐵 (3 − 3) 10 = 𝐴 (5) + 𝐵 (0) 𝐴 = 2 Podemos escrever a decomposição em frações parciais: 𝑥 + 7 𝑥2 − 𝑥 − 6 = 2 𝑥 − 3 − 1 𝑥 + 2 Assim, a solução da integral será mais fácil de ser obtida... 444 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 2 – Fatores repetidos Determine ∫ 5𝑥2+20𝑥+6 𝑥3+2𝑥2+𝑥 𝑑𝑥. Solução Começamos por fatorar o denominador, fazendo 𝑥3 + 2𝑥2 + 𝑥 = 𝑥 (𝑥 + 1)2. Em seguida, escrevemos a decomposição em funções parciais como: 5𝑥2 + 20𝑥 + 6 𝑥 (𝑥 + 1)2 = 𝐴 𝑥 + 𝐵 𝑥 + 1 + 𝐶 (𝑥 + 1)2 Multiplicando ambos os membros da equação pelo mínimo denominador comum 𝑥 (𝑥 + 1)2 5𝑥2 + 20𝑥 + 6 = 𝐴 (𝑥 + 1)2 + 𝐵 𝑥 (𝑥 + 1) + 𝐶 𝑥 Em seguida, determinamos os valores de A e C fazendo x = -1 e x = 0 na equação básica 445 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Fazendo x = -1 5(−1)2 + 20(−1) + 6 = 𝐴 (−1 + 1)2 + 𝐵 (−1) (−1 + 1) + 𝐶 (−1) 5 − 20 + 6 = 𝐴 (0) − 𝐵 (0) − 𝐶 𝐶 = 9 Fazendo x = 0 5(0)2 + 20(0) + 6 = 𝐴 (0 + 1)2 + 𝐵 (0) (0 + 1) + 𝐶 (0) 6 = 𝐴 (1) 𝐴 = 6 Arbitrando um valor para x : Fazendo x = 1 5(1)2 + 20(1) + 6 = 6 (1 + 1)2 + 𝐵 (1) (1 + 1) + 9 (1) 31 = 24 + 𝐵 (2) + 9 𝐵 = −1 446 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Resolvendo a integral ∫ 5𝑥2 + 20𝑥 + 6 𝑥3 + 2𝑥2 + 𝑥 𝑑𝑥 = ∫ ( 6 𝑥 − 1 𝑥 + 1 + 9 (𝑥 + 1)2 ) 𝑑𝑥 ∫ 5𝑥2 + 20𝑥 + 6 𝑥3 + 2𝑥2 + 𝑥 𝑑𝑥 = 6 ln|𝑥| − ln|𝑥 + 1| + 9 (𝑥 + 1)−1 −1 + 𝐶 ∫ 5𝑥2 + 20𝑥 + 6 𝑥3 + 2𝑥2 + 𝑥 𝑑𝑥 = ln | 𝑥6 𝑥 + 1 | − 9 𝑥 + 1 + 𝐶 OBS: O método da decomposição em frações parciais, ilustrado nos Exemplos 1 e 2, só pode ser aplicado a funções racionais próprias, isto é, funções racionais em que o grau do numerador é menor que o grau do denominador. Se o grau do numerador é igual ou maior que o grau do denominador, é preciso efetuar a divisão antes de aplicar o método das frações parciais. Assim, por exemplo, a função racional 𝑥3 𝑥2+1 é imprópria. Portanto, dividimos o numerador pelo denominador para obter 𝑥3 𝑥2+1 = 𝑥 − 𝑥 𝑥2+1 . 447 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 3 – Grau do numerador maior que o do denominador Determine ∫ 𝑥5+𝑥−1 𝑥4−𝑥3 𝑑𝑥 . Solução Essa função racional é imprópria. Assim, dividimos o numerador pelo denominador: 𝑥5 + 𝑥 − 1 𝑥4 − 𝑥3 = 𝑥 + 1 + 𝑥3 + 𝑥 − 1 𝑥4 − 𝑥3 Aplicando o método de decomposição em frações parciais, temos: 𝑥3 + 𝑥 − 1 𝑥3 (𝑥 − 1) = 𝐴 𝑥 + 𝐵 𝑥2 + 𝐶 𝑥3 + 𝐷 𝑥 − 1 Multiplicando os membros pelo mínimo denominador comum 𝑥3 (𝑥 − 1), obtemos a equação básica. 𝑥3 + 𝑥 − 1 = 𝐴 𝑥2 (𝑥 − 1) + 𝐵 𝑥 (𝑥 − 1) + 𝐶 (𝑥 − 1) + 𝐷 𝑥3 Usando técnicas similares às apresentadas nos Exemplos 1 e 2, obtemos os seguintes valores: 𝐴 = 0 , 𝐵 = 0 , 𝐶 = 1 𝑒 𝐷 = 1 448 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Logo, o resultado da integral é o seguinte: ∫ 𝑥5 + 𝑥 − 1 𝑥4 − 𝑥3 𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 + 1 + 𝑥3 + 𝑥 − 1 𝑥4 − 𝑥3 ) 𝑑𝑥 ∫ 𝑥5 + 𝑥 − 1 𝑥4 − 𝑥3 𝑑𝑥 = ∫ (𝑥 + 1 + 1 𝑥3 + 1 𝑥 − 1 ) 𝑑𝑥 ∫ 𝑥5 + 𝑥 − 1 𝑥4 − 𝑥3 𝑑𝑥 = 𝑥2 2 + 𝑥 − 1 2 𝑥2 + ln|𝑥 − 1| + 𝐶 449 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 4 – Fatores quadráticos e lineares distintos Encontre ∫ 2 𝑥3 − 4 𝑥 − 8 (𝑥2 − 𝑥)(𝑥2 + 4) 𝑑𝑥 450 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 451 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 5 – Fatores quadráticos repetidos Encontre ∫ 8 𝑥3+ 13 𝑥 (𝑥2 + 2)2 𝑑𝑥 452 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 453 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 5.4- Tabelas deIntegração - Tabelas de Integração Até agora estudamos três técnicas de integração que podem ser usadas para complementar as equações básicas de integração. Essas técnicas e equações não esgotam os métodos possíveis para obter uma antiderivada, mas cobrem a maioria dos casos importantes. O processo de integrar por meio de uma longa lista de equações é conhecido como integração por tabelas de integrais. Na tabela de integrais a seguir, as equações foram divididas grupos, de acordo com a forma do integrando. Teremos, por exemplo, formas envolvendo: 𝑢𝑛 ; 𝑎 + 𝑏𝑢 ; √𝑎 + 𝑏𝑢 ; √𝑢2 ± 𝑎2 ; 𝑢2 − 𝑎2 ; √𝑢2 − 𝑎2 ; 𝑒𝑢 ; ln 𝑢 . 454 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 455 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 456 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 457 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 458 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 459 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 460 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 461 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 462 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 463 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 1 Determine ∫ 𝑥 √𝑥−1 𝑑𝑥 Solução Como o integrando tem uma forma idêntica àquela da equação 21, teremos: ∫ 𝑢 √𝑎 + 𝑏𝑢 𝑑𝑢 = −2(2𝑎 − 𝑏𝑢) 3𝑏2 √𝑎 + 𝑏𝑢 + 𝐶 Para usar essa equação, fazemos 𝑎 = −1 ; 𝑏 = 1 ; 𝑒 𝑢 = 𝑥 𝑒 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥. ∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = − 2(−2 − 𝑥) 3 √𝑥 − 1 + 𝐶 ∫ 𝑥 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 = 2 3 (2 + 𝑥) √𝑥 − 1 + 𝐶 464 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 2 Determine ∫ 𝑥 √𝑥4 − 9 𝑑𝑥 . Solução Não está clara qual equação deve ser usada. Porém, ao fazermos 𝑢 = 𝑥2 e 𝑑𝑢 = 2𝑥𝑑𝑥 e substituirmos na integral original teremos: ∫ 𝑥 √𝑥4 − 9 𝑑𝑥 = 1 2 ∫ √(𝑥2)2 − 9 (2𝑥) 𝑑𝑥 ∫ 𝑥 √𝑥4 − 9 𝑑𝑥 = 1 2 ∫ √(𝑢)2 − 9 𝑑𝑢 Agora identificamos a equação 26. ∫ √𝑢2 ± 𝑎2 𝑑𝑢 = 1 2 (𝑢 √𝑢2 ± 𝑎2 ± 𝑎2 ln |𝑢 + √𝑢2 ± 𝑎2|) + 𝐶 465 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Fazendo a = 3, obtemos ∫ 𝑥 √𝑥4 − 9 𝑑𝑥 = 1 2 ∫ √𝑢2 − 𝑎2 𝑑𝑢 ∫ 𝑥 √𝑥4 − 9 𝑑𝑥 = 1 2 [ 1 2 (𝑢 √𝑢2 − 𝑎2 − 𝑎2 ln |𝑢 + √𝑢2 − 𝑎2|)] + 𝐶 ∫ 𝑥 √𝑥4 − 9 𝑑𝑥 = 1 4 (𝑥2 √𝑥4 − 9 − 9 ln |𝑥2 + √𝑥4 − 9|) + 𝐶 466 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 3 Determine ∫ 1 𝑥 √𝑥+1 𝑑𝑥. Solução O integrando tem forma análoga àquela da equação 17, onde a = 1 , b = 1 , u = x e du = dx. ∫ 1 𝑢 √𝑎 + 𝑏𝑢 𝑑𝑢 = 1 √𝑎 ln | √𝑎 + 𝑏𝑢 − √𝑎 √𝑎 + 𝑏𝑢 + √𝑎 | + 𝐶 , 𝑎 > 0 Assim, ∫ 1 𝑥 √𝑥 + 1 𝑑𝑥 = ∫ 1 𝑢 √𝑎 + 𝑏𝑢 𝑑𝑢 = 1 √𝑎 ln | √𝑎 + 𝑏𝑢 − √𝑎 √𝑎 + 𝑏𝑢 + √𝑎 | + 𝐶 ∫ 1 𝑥 √𝑥 + 1 𝑑𝑥 = ln | √𝑥 + 1 − 1 √𝑥 + 1 + 1 | + 𝐶 467 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 4 Determine ∫ 𝑥 1+𝑒−𝑥 2 2 0 𝑑𝑥 Solução Das equações que envolvem 𝑒𝑢, a de número 84 parece ser a mais apropriada. ∫ 1 1 + 𝑒𝑢 𝑑𝑢 = 𝑢 − ln(1 + 𝑒𝑢) + 𝐶 Para usar essa equação, fazemos 𝑢 = −𝑥2 e portanto 𝑑𝑢 = −2𝑥𝑑𝑥. ∫ 𝑥 1 + 𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 = − 1 2 ∫ 1 1 + 𝑒−𝑥 2 (−2𝑥) 𝑑𝑥 = − 1 2 ∫ 1 1 + 𝑒𝑢 𝑑𝑢 ∫ 𝑥 1 + 𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 = − 1 2 [𝑢 − ln(1 + 𝑒𝑢)] + 𝐶 ∫ 𝑥 1 + 𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 = 1 2 [𝑥2 + ln(1 + 𝑒−𝑥 2 )] + 𝐶 Assim, o valor da integral definida é ∫ 𝑥 1 + 𝑒−𝑥 2 2 0 𝑑𝑥 = 1 2 [𝑥2 − ln(1 + 𝑒−𝑥 2 )] 0 2 ≈ 1,66 Como mostra a Figura 6.7. 468 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Equações de Redução Muitas equações da tabela de integrais têm a forma ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝑔(𝑥) + ∫ ℎ(𝑥) 𝑑𝑥 , onde o lado direito contém uma integral. As equações desse tipo recebem o nome de Equações de Redução por que reduzem a integral dada à soma de uma função com uma integral mais simples, como pode ser visto no Exemplo 5. - Completando o Quadrado Muitas equações de integração envolvem a soma ou diferença de dois quadrados. É possível aumentar o campo de aplicação dessas equações usando um método conhecido como Completando o Quadrado. Esse método está ilustrado no Exemplo 6. 469 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 5 Determine ∫ 𝑥2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 Solução Em acordo com a equação 83 ∫ 𝑢𝑛 𝑒𝑢 𝑑𝑢 = 𝑢𝑛𝑒𝑢 − 𝑛 ∫ 𝑢𝑛−1 𝑒𝑢 𝑑𝑢 Fazendo 𝑢 = 𝑥 ; 𝑛 = 2 ; 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 , então ∫ 𝑥2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥2 𝑒𝑥 − 2 ∫ 𝑥 𝑒𝑥 𝑑𝑥 Em acordo com a equação 82 ∫ 𝑢 𝑒𝑢 𝑑𝑢 = (𝑢 − 1) 𝑒𝑢 + 𝐶 portanto, 470 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte ∫ 𝑥2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥2 𝑒𝑥 − 2 ∫ 𝑥 𝑒𝑥 𝑑𝑥 ∫ 𝑥2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥2 𝑒𝑥 − 2 (𝑥 − 1) 𝑒𝑥 + 𝐶 ∫ 𝑥2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥2 𝑒𝑥 − 2𝑥 𝑒𝑥 + 2 𝑒𝑥 + 𝐶 ∫ 𝑥2 𝑒𝑥 𝑑𝑥 = 𝑒𝑥 (𝑥2 − 2𝑥 + 2) + 𝐶 471 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 6 Determine a integral indefinida ∫ 1 𝑥2−4𝑥+1 𝑑𝑥 Solução Começamos por escrever o denominador com a diferença de dois quadrados 𝑥2 − 4𝑥 + 1 = (𝑥2 − 4𝑥 + 4) − 4 + 1 𝑥2 − 4𝑥 + 1 = (𝑥 − 2)2 − 3 Assim, a integral dada pode ser escrita na forma ∫ 1 𝑥2 − 4𝑥 + 1 𝑑𝑥 = ∫ 1 (𝑥 − 2)2 − 3 𝑑𝑥 Fazendo 𝑢 = 𝑥 − 2 ; 𝑎 = √3 ; 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥 , podemos aplicar a equação 24 ∫ 1 𝑢2 − 𝑎2 𝑑𝑢 = 1 2𝑎 ln | 𝑢 − 𝑎 𝑢 + 𝑎 | + 𝐶 para concluir que 472 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte ∫ 1 𝑥2 − 4𝑥 + 1 𝑑𝑥 = ∫ 1 (𝑥 − 2)2 − 3 𝑑𝑥 ∫ 1 𝑥2 − 4𝑥 + 1 𝑑𝑥 = ∫ 1 𝑢2 − 𝑎2 𝑑𝑢 ∫ 1 𝑥2 − 4𝑥 + 1 𝑑𝑥 = 1 2𝑎 ln | 𝑢 − 𝑎 𝑢 + 𝑎 | + 𝐶 ∫ 1 𝑥2 − 4𝑥 + 1 𝑑𝑥 = 1 2 √3 ln | 𝑥 − 2 − √3 𝑥 − 2 + √3 | + 𝐶 473 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 5.5- Integrações Trigonométricas - Integrais Envolvendo Potências de Seno e Cosseno Vejamos as técnicas para se determinar integrais da forma: ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑚 (𝑥) 𝑐𝑜𝑠𝑛(𝑥) 𝑑𝑥 e ∫ 𝑠𝑒𝑐𝑚 (𝑥) 𝑡𝑎𝑛𝑛(𝑥) 𝑑𝑥 onde m ou n é um inteiro positivo. Para encontrar antiderivadas a partir dessas formas devemos reorganizá-las em combinações de integrais trigonométricas nas quais poderemos aplicar a Regra da Potência. Por exemplo, podemos determinar ∫ 𝑠𝑒𝑛5 (𝑥) 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) 𝑑𝑥 por meio da Regra da Potência fazendo 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥). Logo, 𝑑𝑢 = cos(𝑥) 𝑑𝑥 e teremos: ∫ 𝑠𝑒𝑛5 (𝑥) 𝑐𝑜𝑠 (𝑥) 𝑑𝑥 = ∫ 𝑢5 𝑑𝑢 = 𝑢6 6 + 𝐶 = 𝑠𝑒𝑛6(𝑥) 6 + 𝐶 474 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Para organizarmos a integral ∫ 𝑠𝑒𝑛𝑚 (𝑥) 𝑐𝑜𝑠𝑛(𝑥) 𝑑𝑥 de forma a utilizar a Regra da Potência, utilizamos as seguintes identidades: - Pitagóricas: 𝑠𝑒𝑛2(𝑥) + 𝑐𝑜𝑠2(𝑥) = 1 ⇔ 𝑐𝑜𝑠2(𝜃) = 1 − 𝑠𝑒𝑛2(𝜃) 𝑠𝑒𝑐2(𝜃) = 1 + 𝑡𝑎𝑛2(𝜃) ⇔ 𝑡𝑎𝑛2(𝜃) = 𝑠𝑒𝑐2(𝜃) − 1 𝑐𝑜𝑠𝑒𝑐2(𝜃) = 1 + 𝑐𝑜𝑡2(𝜃) - Ângulo Metade 𝑠𝑒𝑛2(𝑥) = 1 − 𝑐𝑜𝑠(2 𝑥) 2 𝑐𝑜𝑠2(𝑥) = 1 + 𝑐𝑜𝑠(2𝑥) 2 475 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Generalizando, 476 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 1 - A potência do seno é ímpar e positiva Encontre ∫ 𝑠𝑒𝑛3 (𝑥) 𝑐𝑜𝑠4(𝑥) 𝑑𝑥 477 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 2 - A potência do cosseno é ímpar e positiva Encontre ∫ 𝑐𝑜𝑠3(𝑥) √𝑠𝑒𝑛(𝑥) 𝑑𝑥 𝜋 3⁄ 𝜋 6⁄ . 478 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 3 - A potência do seno e cosseno é par e positiva Encontre ∫ 𝑐𝑜𝑠4 (𝑥) 𝑑𝑥 479 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Integrais Envolvendo Potências de Secante e Tangente Os procedimentos seguintes são úteis para se determinar integrais do tipo ∫ 𝑠𝑒𝑐𝑚 (𝑥) 𝑡𝑎𝑛𝑛(𝑥) 𝑑𝑥. 480 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 4 - A potência da tangente é impar e positiva Encontre ∫ 𝑡𝑎𝑛3(𝑥) √sec (𝑥) 𝑑𝑥 481 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 5 - A potência da Secante é par e positiva Encontre ∫ 𝑠𝑒𝑐4 (3 𝑥) 𝑡𝑎𝑛3(3 𝑥) 𝑑𝑥 482 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 6 - A potência da Tangente é par e positiva Encontre ∫ 𝑡𝑎𝑛4(𝑥) 𝑑𝑥 𝜋 4⁄ 0 483 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 7 - Convertendo parcelas para Senos e Cossenos Encontre ∫ sec (𝑥) 𝑡𝑎𝑛2(𝑥) 𝑑𝑥 484 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Integrais Envolvendo Produtos de Senos por Cossenos com Argumentos Diferentes Integrais envolvendo o produto de senos e cossenos, com argumentos diferentes, ocorrem em muitas aplicações. Em tais situações utilizam-se as seguintes identidades: 𝑠𝑒𝑛 (𝑚𝑥) 𝑠𝑒𝑛 (𝑛𝑥) = 1 2 {cos[(𝑚 − 𝑛)𝑥] − cos[(𝑚 + 𝑛)𝑥]} 𝑠𝑒𝑛 (𝑚𝑥) 𝑐𝑜𝑠 (𝑛𝑥) = 1 2 {sen[(𝑚 − 𝑛)𝑥] + sen[(𝑚 + 𝑛)𝑥]} 𝑐𝑜𝑠 (𝑚𝑥) 𝑐𝑜𝑠 (𝑛𝑥) = 1 2 {cos[(𝑚 − 𝑛)𝑥] + cos[(𝑚 + 𝑛)𝑥]} 485 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 8 - Utilizando identidades com relação Produto-Soma Encontre ∫ 𝑠𝑒𝑛(5𝑥) cos(4𝑥) 𝑑𝑥 486 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 5.6- Método das Substituições Trigonométricas - Substituição Trigonométrica Podemos determinar integrais envolvendo funções com potências de funções trigonométricas. Nós podemos utilizar a técnica da substituição trigonométrica para resolver integrais que contêm os radicais: √𝑎2 − 𝑢2 ; √𝑎2 + 𝑢2 e √𝑢2 − 𝑎2 . O objetivo do método das substituições trigonométricas é eliminar os radicais no integrando. Para tal, utilizaremos as seguintes identidades pitagóricas: 𝑐𝑜𝑠2(𝜃) = 1 − 𝑠𝑒𝑛2(𝜃) ; 𝑠𝑒𝑐2(𝜃) = 1 + 𝑡𝑎𝑛2(𝜃) e 𝑡𝑎𝑛2(𝜃) = 𝑠𝑒𝑐2(𝜃) − 1 Por exemplo, façamos 𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜃), onde − 𝜋 2⁄ ≤ 𝜃 ≤ 𝜋 2⁄ , se 𝑎 > 0, então: √𝑎2 − 𝑢2 = √𝑎2 − 𝑎2𝑠𝑒𝑛2(𝜃) √𝑎2 − 𝑢2 = √𝑎2[1 − 𝑠𝑒𝑛2(𝜃)] √𝑎2 − 𝑢2 = √𝑎2𝑐𝑜𝑠2(𝜃) √𝑎2 − 𝑢2 = 𝑎 cos(𝜃) Observe que cos(𝜃) ≥ 0, por que − 𝜋 2⁄ ≤ 𝜃 ≤ 𝜋 2⁄ 487 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Resumindo os procedimentos: 488 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 1 - Substituição Trigonométrica: 𝑢 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜃) Encontre ∫ 𝑑𝑥 𝑥2 √9−𝑥2 489 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 2 - Substituição Trigonométrica: 𝑢 = 𝑎 𝑡𝑎𝑛(𝜃) Encontre ∫ 𝑑𝑥 √4 𝑥2+1 490 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 3 - Substituição Trigonométrica: Razão de Potências Encontre ∫ 𝑑𝑥 (𝑥2+1) 3 2⁄ 491 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 4 - Substituição Trigonométrica: Mudando os limites de Integração Encontre ∫ √𝑥2−3 𝑥 𝑑𝑥 2 √3 492 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 493 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte 5.7- Integrais Impróprias - Integrais Impróprias A definição de integral definida ∫ 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 𝑏 𝑎 inclui as restrições de que o intervalo [a , b] seja finito e a função f(x) seja finita no intervalo [a , b]. Existem integrais que não se enquadram nessa definição devido a uma ou mais das situações abaixo: 1. Pelo menos um dos limites de integração é infinito. 2. A função f(x) possui pelo menos uma descontinuidade infinita no intervalo [a , b]. As integrais que apresentam alguma dessas características são chamadas de integrais impróprias. Assim, por exemplo, as integrais: ∫ 𝑒−𝑥 𝑑𝑥 ∞ 0 𝑒 ∫ 1 𝑥2 + 1 ∞ −∞ 𝑑𝑥 são impróprias por que pelo menos um dos limites de integração é infinito, como mostra a Figura 6.17. 494 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Por outro lado, as integrais: ∫ 1 √𝑥 − 1 𝑑𝑥 5 1 𝑒 ∫ 1 (𝑥 + 1)2 2 −2 𝑑𝑥 são impróprias por que os integrandos apresentam uma descontinuidade infinita, ou seja, tendem para infinito em um ponto situado no interior do intervalo de integração, como mostra a Figura 6.18. 495 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Integrais com Limites Infinitos de Integração Para compreender como é possível calcular o valor de uma integral imprópria, considere a integral da Figura 6.19. Se b é um número real maior que 1, o valor da integral é dado por: ∫ 1 𝑥2 𝑑𝑥 𝑏 1 = [− 1 𝑥 ] 1 𝑏 ∫ 1 𝑥2 𝑑𝑥 𝑏 1 = − 1 𝑏 + 1 ∫ 1 𝑥2 𝑑𝑥 𝑏 1 = 1 − 1 𝑏 496 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte A tabela mostra os valores dessa integral para vários valores de b. Observando a tabela, vemos que o valor da integral tende para certo valor quando b aumenta sem limite. Esse valor é considerado como o valor da integral imprópria obtida fazendo o limite superior b igual a infinito. ∫ 1 𝑥2 𝑑𝑥 ∞ 1 = lim 𝑏→∞ ∫ 1 𝑥2 𝑑𝑥 𝑏 1 ∫ 1 𝑥2 𝑑𝑥 ∞ 1 = lim 𝑏→∞ (1 − 1 𝑏 ) ∫ 1 𝑥2 𝑑𝑥 ∞ 1 = 1 497 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Integrais Impróprias (Limites de Integração Infinitos) 1. Se f(x) é contínua no intervalo [𝑎 , ∞), ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ∞ 𝑎 = lim 𝑏→∞ ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 2. Se f(x) é contínua no intervalo (−∞ , 𝑏], ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑏 −∞ = lim 𝑎→−∞ ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 3. Se f(x) é contínua no intervalo (−∞ , ∞), ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ∞ −∞ = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑐 −∞ + ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 ∞ 𝑐 onde c é qualquer número real. Nos primeiros dois casos, se o limite existe, dizemos que a integral imprópria converge. Se o limite não existe, dizemos que a integral imprópria diverge. No terceiro caso, a integral da esquerda diverge se pelo menos uma das integrais da direita divergir. 498 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 1 Determine o valor de ∫ 1 𝑥 ∞ 1 𝑑𝑥 , caso seja possível. Solução Aplicando a definição de integral imprópria. ∫ 1 𝑥 𝑑𝑥∞ 1 = lim 𝑏→∞ ∫ 1 𝑥 𝑑𝑥 𝑏 1 ∫ 1 𝑥 𝑑𝑥 ∞ 1 = lim 𝑏→∞ [ln 𝑥]1 𝑏 ∫ 1 𝑥 𝑑𝑥 ∞ 1 = lim 𝑏→∞ (ln 𝑏 − ln 1) ∫ 1 𝑥 𝑑𝑥 ∞ 1 = ∞ Como o limite é infinito, a integral imprópria diverge e, portanto, não possui um valor definido. 499 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 2 Determine o valor da integral imprópria ∫ 1 (1−2𝑥)3/2 0 −∞ 𝑑𝑥 Solução Aplicando a definição de integral imprópria. ∫ 1 (1 − 2𝑥)3/2 0 −∞ 𝑑𝑥 = lim 𝑎→−∞ ∫ 1 (1 − 2𝑥)3/2 0 𝑎 𝑑𝑥 ∫ 1 (1 − 2𝑥)3/2 0 −∞ 𝑑𝑥 = lim 𝑎→−∞ [ 1 √1 − 2𝑥 ] 𝑎 0 ∫ 1 (1 − 2𝑥)3/2 0 −∞ 𝑑𝑥 = lim 𝑎→−∞ (1 − 1 √1 − 2𝑎 ) ∫ 1 (1 − 2𝑥)3/2 0 −∞ 𝑑𝑥 = 1 − 0 = 1 500 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Assim, a integral imprópria converge para o valor 1. Como mostra a Figura 6.21, isso significa que a região compreendida entre a curva da função 𝑦 = 1 (1−2𝑥)3/2 e o eixo x (para 𝑥 ≤ 0) tem uma área de 1 unidade quadrada. 501 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 3 Determine o valor da integral imprópria ∫ 2𝑥𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 ∞ 0 Solução Aplicando a definição de integral imprópria. ∫ 2𝑥𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 ∞ 0 = lim 𝑏→∞ ∫ 2𝑥𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 𝑏 0 ∫ 2𝑥𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 ∞ 0 = lim 𝑏→∞ [−𝑒−𝑥 2 ] 0 𝑏 ∫ 2𝑥𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 ∞ 0 = lim𝑏→∞(𝑒 −𝑏2 + 1) ∫ 2𝑥𝑒−𝑥 2 𝑑𝑥 ∞ 0 = 0 + 1 = 1 Assim, a integral imprópria converge para o valor 1. Como mostra a Figura 6.22, isso significa que a região compreendida entre a curva da função 𝑦 = 2𝑥𝑒−𝑥 2 e o eixo x (para 𝑥 ≥ 0) tem uma área de 1 u. a. 502 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte - Integrais com Integrandos Infinitos - Integrais Impróprias (Integrandos Infinitos) 1. Se f(x) é contínua no intervalo [𝑎 , 𝑏) e tende a infinito no ponto b, ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 = lim 𝑐→𝑏− ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑐 𝑎 2. Se f(x) é contínua no intervalo (𝑎 , 𝑏] e tende a infinito no ponto a, ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 = lim 𝑐→𝑎+ ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑏 𝑐 3. Se f(x) é contínua no intervalo [𝑎 , 𝑏] , exceto por um ponto c no intervalo (𝑎 , 𝑏) , no qual f(x) tende a infinito, ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑏 𝑎 = ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑐 𝑎 + ∫ 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 𝑏 𝑐 Nos primeiros dois casos, se o limite existe, nós dizemos que a integral imprópria converge. Se o limite não existe, dizemos que a integral imprópria diverge. No terceiro caso, a integral da esquerda diverge se pelo menos uma das integrais da direita divergir. 503 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 4 Determine ∫ 1 √𝑥−1 3 𝑑𝑥 2 1 Solução Aplicando a definição de integral imprópria. ∫ 1 √𝑥 − 1 3 𝑑𝑥 2 1 = lim 𝑐→1+ ∫ 1 √𝑥 − 1 3 𝑑𝑥 2 𝑐 ∫ 1 √𝑥 − 1 3 𝑑𝑥 2 1 = lim 𝑐→1+ [ 3 2 (𝑥 − 1)2/3] 𝑐 2 ∫ 1 √𝑥−1 3 𝑑𝑥 2 1 = lim𝑐→1+ [ 3 2 − 3 2 (𝑐 − 1)2/3] ∫ 1 √𝑥 − 1 3 𝑑𝑥 2 1 = 3 2 − 0 = 3 2 Assim, a integral imprópria converge para o valor 3/2. Como mostra a Figura 6.23, isso significa que a região mostrada tem uma área de 3/2 unidade quadrada. 504 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 5 Determine ∫ 2 𝑥2−2𝑥 𝑑𝑥 2 1 . Solução Decompondo equação original em frações parciais: ∫ 2 𝑥2−2𝑥 𝑑𝑥 2 1 = ∫ ( 1 𝑥−2 − 1 𝑥 ) 𝑑𝑥 2 1 ∫ 2 𝑥2 − 2𝑥 𝑑𝑥 2 1 = lim 𝑐→2− ∫ ( 1 𝑥 − 2 − 1 𝑥 ) 𝑑𝑥 𝑐 1 ∫ 2 𝑥2 − 2𝑥 𝑑𝑥 2 1 = lim 𝑐→2− [ln|𝑥 − 2| − ln|𝑥|] | 𝑐 1 = lim 𝑐→2− [ln|𝑐 − 2| − ln|𝑐|] ∫ 2 𝑥2 − 2𝑥 𝑑𝑥 2 1 = −∞ Concluímos que a integral diverge. Isso significa que a região mostrada na Figura 6.24 possui uma área infinita. 505 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte Exemplo 6 Determine ∫ 1 𝑥3 𝑑𝑥 2 −1 Solução Essa integral é imprópria por que o integrando possui uma descontinuidade infinita em x = 0, como mostra a Figura 6.25. Logo, podemos escrever: ∫ 1 𝑥3 𝑑𝑥 2 −1 = lim 𝑐→0− ∫ 1 𝑥3 𝑑𝑥 𝑐 −1 + lim 𝑐→0+ ∫ 1 𝑥3 𝑑𝑥 2 𝑐 Aplicando a definição de integral imprópria, vemos que as duas integrais do lado direito divergem. Isso significa que a integral dada também diverge. Obs: Se não fosse indicado que a integral do Exemplo 6 era imprópria, poderíamos ter chegado a um resultado equivocado para o cálculo... ∫ 1 𝑥3 𝑑𝑥 2 −1 = [− 1 2𝑥2 ] −1 2 = − 1 8 + 1 2 = 3 8 → 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑒𝑟𝑟𝑎𝑑𝑜! 506 Cálculo Diferencial e Integral I Prof. Mário Duarte REFERÊNCIAS Conteúdo deste capítulo foi compilado de: LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; com a assistência de FALVO, D. C., Cálculo com Aplicações, 6 ed., Rio de Janeiro – RJ, LTC, 2008. LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; Brief Calculus: an applied approach, 8 ed., Boston - USA, Houghton Mifflin Company, 2009. LARSON, R. & EDWARDS, B. H.; Calculus, 9 ed., Belmont - CA - USA, Books/Cole, 2010. LEITHOLD, L; O Cálculo com Geometria Analítica, São Paulo – SP, Harbra Editora Harper & Row do Brasil Ltda., 1977.
Compartilhar