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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE - FURG INSTITUTO DE MATEMA´TICA, ESTATI´STICA E FI´SICA - IMEF FABI´OLA AIUB SPEROTTO DAIANE SILVA DE FREITAS NOTAS DE AULA DE GEOMETRIA ANALI´TICA: VETORES 1◦ Edic¸a˜o Rio Grande 2017 Universidade Federal do Rio Grande - FURG NOTAS DE AULA DE GEOMETRIA ANALI´TICA: VETORES Instituto de Matema´tica, Estat´ıstica e F´ısica - IMEF Fab´ıola Aiub Sperotto Daiane Silva de Freitas site: www.lemas.furg.br/index.php/material-didatico i Suma´rio 1 Vetores 1 1.1 Vetores e Escalares: Noc¸a˜o Intuitiva . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Vetor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.3 Operac¸o˜es entre Vetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.3.1 Me´todos Geome´tricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1.3.2 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.3.3 Propriedades da Adic¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.3.4 Propriedades da multiplicac¸a˜o de um escalar por um vetor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.3.5 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 1.4 Vetores no Plano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1.4.1 Expressa˜o Anal´ıtica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 1.4.2 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 1.4.3 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 1.5 Vetores no Espac¸o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1.5.1 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 1.6 Lista 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2 Produtos de Vetores 30 2.1 Produto Escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 2.1.1 Definic¸a˜o do Produto Escalar . . . . . . . . . . . . . . 30 2.1.2 Propriedades do Produto Escalar . . . . . . . . . . . . 31 2.1.3 Interpretac¸a˜o Geome´trica do Produto Escalar . . . . . 32 2.1.4 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 2.1.5 Vetor Projec¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.1.6 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 2.2 Produto Vetorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 2.2.1 Definic¸a˜o do Produto Vetorial . . . . . . . . . . . . . . 42 2.2.2 Propriedades do Produto Vetorial . . . . . . . . . . . 43 2.2.3 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 2.2.4 Interpretac¸a˜o Geome´trica do Produto Vetorial . . . . 46 2.2.5 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 2.3 Produto Misto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 ii 2.3.1 Definic¸a˜o do Produto Misto . . . . . . . . . . . . . . . 49 2.3.2 Propriedades do Produto Misto . . . . . . . . . . . . . 50 2.3.3 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 2.3.4 Interpretac¸a˜o Geome´trica do Produto Misto . . . . . . 51 2.3.5 Agora tente resolver! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 2.4 Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3 Gabaritos 59 3.1 Gabarito - Lista 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 3.2 Gabarito - Lista 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 A Estudo da Reta 63 A.1 Conceito de Produto Cartesiano . . . . . . . . . . . . . . . . 63 A.1.1 Coordenadas Cartesianas na reta . . . . . . . . . . . . 64 A.1.2 A Equac¸a˜o da Reta no plano . . . . . . . . . . . . . . 66 B Geometria 72 B.1 Geometria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 B.1.1 A´rea de um paralelogramo . . . . . . . . . . . . . . . . 72 B.1.2 A´rea de um triaˆngulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 B.1.3 Tetraedro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 C Fo´rmulas Trigonome´tricas 74 C.1 Fo´rmulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 C.1.1 Definic¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 iii Cap´ıtulo 1 Vetores 1.1 Vetores e Escalares: Noc¸a˜o Intuitiva As grandezas vetoriais, ou simplesmente vetores, sa˜o entes abstratos que possuem mo´dulo (tambe´m chamado de comprimento ou magnitude), direc¸a˜o e sentido. Alguns exemplos dessas grandezas sa˜o deslocamento, velocidade, acelerac¸a˜o, forc¸a entre outros. Sendo assim, essas grandezas sa˜o usadas por matema´ticos e cientistas para lidar com quantidades que na˜o podem ser descritas ou representadas por um u´nico nu´mero. As grandezas escalares sa˜o representadas apenas por um nu´mero e uma unidade, na˜o precisando ser especificado um sentido e uma direc¸a˜o. Tempe- ratura, massa, trabalho sa˜o alguns exemplos destas grandezas. Os vetores sa˜o representados, geometricamente, por segmentos de reta orientados (seg- mentos de reta com um sentido de percurso), que podem ser representados tanto no plano como no espac¸o. Pela Figura 1.1, observamos o sentido do percurso do segmento orien- tado, onde o ponto A e´ chamado de ponto inicial ou origem e a seta localizada no outro extremo do segmento e´ o ponto final ou extremidade que nomeamos de B. Desta forma, podemos representar o vetor como −−→ AB e usamos uma seta acima das letras para indicar o sentido do percurso. Assim, temos a ideia de deslocamento, ao lanc¸ar uma part´ıcula do ponto A para o ponto B, o seu deslocamento pode ser representado por um vetor ligando os pontos inicial e final. E para determinarmos o deslocamento de tal part´ıcula precisamos conhecer o quanto ela se deslocou e tambe´m em que direc¸a˜o ela se deslocou. Para isso precisamos ter uma ideia do conceito de direc¸a˜o, como veremos a seguir. 1 1.1. VETORES E ESCALARES: NOC¸A˜O INTUITIVA Figura 1.1: Segmento orientado. Direc¸a˜o: A direc¸a˜o de um segmento e´ da origem para a extremidade. Dois segmentos orientados na˜o nulos teˆm a mesma direc¸a˜o se as retas supor- tes desses segmentos sa˜o paralelas ou se sa˜o coincidentes, conforme Figuras 1.2 e 1.3: Figura 1.2: Segmentos orientados paralelos com mesma direc¸a˜o. 2 IMEF - FURG 1.2. VETOR Figura 1.3: Segmentos paralelos de sentidos opostos e mesma direc¸a˜o. Segmentos equipolentes: Dois segmentos orientados sa˜o equipolentes quando teˆm a mesma direc¸a˜o, mesmo sentido e mesmo comprimento. Conforme Fi- gura 1.4. Figura 1.4: Segmentos Equipolentes. 1.2 Vetor Por definic¸a˜o, um vetor e´ um segmento de reta orientado, que em lin- guagem habitual chamamos de seta. Cada vetor tem uma origem (tambe´m denominada ponto inicial) e uma extremidade (tambe´m denominada ponto terminal), sua direc¸a˜o e´ da origem para a extremidade. Invertendo a seta obtemos um vetor com direc¸a˜o contra´ria. Observe a Figura 1.5: 3 IMEF - FURG 1.2. VETOR Figura 1.5: Definic¸a˜o de vetor. Notac¸a˜o: −→ AB. O vetor tambe´m costuma ser indicado por letras minu´sculas ~v ou em negrito v, enta˜o ~v = B−A. Ou algumas vezes por letras maiu´sculas em negrito, por exemplo, F, para denotar forc¸a. Quando escrevemos ~v = −→ AB, significa que o vetor ~v e´ determinado pelo segmento de reta orientado AB. Um mesmo vetor −→ AB e´ determinado por uma infinidade de segmentos orientados, chamados representantes desse ve- tor. Assim, um segmento determina um conjunto que e´ o vetor, e qualquer um destes representantes determina o mesmo vetor. As caracter´ısticas de um vetor ~v sa˜o as mesmas de qualquer um de seus representantes, isto e´: o mo´dulo, a direc¸a˜o e o sentido do vetor sa˜o o mo´dulo, direc¸a˜o e o sentido de qualquer um de seus representantes. Conforme a Figura 1.6. Figura 1.6: Representantes do vetor ~u. Vetores iguais: Dois vetores −→ AB e −→ CD sa˜o iguais se, e somente se, −→ AB= −→ CD. Ou se, ~u = −→ AB e ~v = −→ CD, enta˜o ~u = ~v. 4 IMEF - FURG 1.2. VETOR Vetor Nulo: Qualquer ponto do espac¸o e´ representante do vetor zero ou vetor nulo, e e´ indicado por ~0ou −→ AA isto e´, a origem coincide com a extre- midade. Este vetor na˜o possui direc¸a˜o e sentidos definidos. Vetores Opostos: Pela Figura 1.7 observamos que o vetor −→ A1B1, e´ o ve- tor oposto de −→ AB e, podemos indicar por - −→ A1B1. Figura 1.7: Vetores opostos. Vetor Unita´rio: Um vetor ~v e´ unita´rio se, seu mo´dulo (ou comprimento) for igual a 1, isto e´, |~v| = 1. Por exemplo, os vetores da base canoˆnica padra˜o no espac¸o (R3) dados por: ~i=(1,0,0), ~j=(0,1,0) e ~k=(0,0,1) sa˜o ve- tores unita´rios. Versor: Versor de um vetor na˜o nulo ~v e´ o vetor unita´rio de mesma direc¸a˜o e mesmo sentido de ~v. Sempre que ~v 6= 0, seu comprimento na˜o e´ zero. ~u = ∣∣∣∣ 1|~v| ∣∣∣∣ = 1|~v|~v = 1 Conclui-se que ~u = ~v |~v| , e´ um vetor unita´rio na direc¸a˜o de ~v chamado versor do vetor na˜o-nulo ~v. Por exemplo, tomemos um vetor ~v de mo´dulo 3, ~|v| = 3. ~v -| | - ~u ff −~u 5 IMEF - FURG 1.3. OPERAC¸O˜ES ENTRE VETORES O vetor ~u que tem o mesmo sentido de ~v e´ chamado versor de ~v. Vetores Colineares: Dois vetores ~u e ~v sa˜o colineares se tiverem a mesma direc¸a˜o. Sendo assim, ~u e ~v sa˜o colineares se tiverem representantes AB e CD pertencentes a uma mesma reta ou a retas paralelas. Figura 1.8: Vetores colineares. Vetores Coplanares: Se os vetores na˜o nulos ~u, ~v e ~w (na˜o importa o nu´mero de vetores) possuem representantes EF , HG e IJ pertencentes a um mesmo plano pi, diz-se que eles sa˜o coplanares. Figura 1.9: Vetores coplanares. Dois vetores ~u e ~v quaisquer sa˜o sempre coplanares, pois podemos sempre tomar um ponto no espac¸o e, com origem nele, imaginar os dois represen- tantes de ~u e ~v pertencendo a um plano pi que passa por este ponto. Ja´ no caso de treˆs vetores, esses podera˜o ou na˜o ser coplanares. 1.3 Operac¸o˜es entre Vetores Duas operac¸o˜es que envolvem vetores sa˜o a adic¸a˜o de vetores e a multi- plicac¸a˜o por escalar. Como ainda na˜o estamos trabalhando com a expressa˜o 6 IMEF - FURG 1.3. OPERAC¸O˜ES ENTRE VETORES anal´ıtica de um vetor, vamos aprender dois me´todos geome´tricos para rea- lizar as operac¸o˜es entre vetores. 1.3.1 Me´todos Geome´tricos - Me´todo da Triangulac¸a˜o: Consiste em colocar a origem do segundo ve- tor coincidente com a extremidade do primeiro vetor e o vetor soma (resul- tante) e´ o que fecha o triaˆngulo (origem coincide com a origem do primeiro, extremidade coincide com a extremidade do segundo). Figura 1.10: Me´todo da Triangulac¸a˜o. - Me´todo do Paralelogramo: Consiste em colocar a origem dos dois ve- tores coincidentes e construir o paralelogramo. O vetor soma e´ a diagonal cuja origem coincide com a origem dos dois vetores. A outra diagonal e´ a diferenc¸a entre os vetores. Figura 1.11: Me´todo do paralelogramo. 7 IMEF - FURG 1.3. OPERAC¸O˜ES ENTRE VETORES 1.3.2 Agora tente resolver! 1. Usando os me´todos anteriores, copie os vetores ~u, ~v, ~w o que for ne- cessa´rio para esboc¸ar os vetores resultantes abaixo: a) ~u+ ~v + ~t b) ~u− ~t+ ~w c) ~u+ ~v + ~w d) ~u− ~w + ~t 2. Dados os vetores ~u, ~v, ~w, de acordo com a figura, construir o vetor ~t = 3~u− 2~w + 1 2 ~v. 8 IMEF - FURG 1.3. OPERAC¸O˜ES ENTRE VETORES Observac¸a˜o: 1. Quando os vetores tem o mesmo sentido: 2. Quando os vetores tem sentidos opostos: 1.3.3 Propriedades da Adic¸a˜o Sendo ~u, ~v e ~w vetores quaisquer, a adic¸a˜o, admite as seguintes propri- edades: • Comutativa: ~u+ ~v = ~v + ~u 9 IMEF - FURG 1.3. OPERAC¸O˜ES ENTRE VETORES Figura 1.12: Propriedade Comutativa. • Associativa: (~u+ ~v) + ~w = ~u+ (~v + ~w) Figura 1.13: Propriedade Associativa. • Elemento neutro: ~u+~0 = ~u • Elemento oposto (ou sime´trico): ~u+ (−~u) = 0 se ~u = −→ AB, o seu sime´trico e´ −→ BA e escrevemos −→ AB= − −→ BA ou ~u = −~u A diferenc¸a entre os vetores ~u e ~v, e´ definida como soma de ~u com o oposto de ~v, ~u+ (−~v) = ~u− ~v. Multiplicac¸a˜o de um nu´mero real por um vetor: Dado um vetor na˜o nulo ~v e um nu´mero real a 6= 0 chama-se produto do nu´mero real a pelo vetor ~v, o vetor a~v tal que: 10 IMEF - FURG 1.3. OPERAC¸O˜ES ENTRE VETORES • Mo´dulo: |a~v| = |a||~v|. -O vetor tem comprimento a vezes o comprimento de ~v. • Direc¸a˜o: a~v e´ paralelo a ~v. -Isto e´, tem a mesma direc¸a˜o de ~v. • Sentido: a~v e ~v tem o mesmo sentido se a > 0, e contra´rio se a < 0. -Se a = 0 ou ~v = 0 enta˜o a~v = 0, ou se a > 1 podemos dizer que dilata o vetor, ou se 0 < a < 1 podemos dizer que contrai o vetor. Observe que se o escalar a percorrer todo o conjunto R dos nu´meros reais, podemos obter todos os infinitos vetores colineares a um dado vetor ~u. Enta˜o, significa que qualquer um deles e´ mu´ltiplo escalar (real) do outro, neste caso ~u = a~v. 1.3.4 Propriedades da multiplicac¸a˜o de um escalar por um vetor Considere ~v e ~u vetores e a, b ∈ R, temos: i. a(b~v)=(ab)~v - Associativa ii. (a+b)~v=a~v+b~v - Distributiva em relac¸a˜o a adic¸a˜o de escalares. iii. a(~u+~v)=a~u+a~v - Distributiva em relac¸a˜o a adic¸a˜o de vetores. iv. 1~v=~v - Identidade. Por exemplo: Para a=2, temos, pela propriedade iii: 11 IMEF - FURG 1.3. OPERAC¸O˜ES ENTRE VETORES � � �� ~u -~v �� �� �� ���1 ~u+ ~v� � � � � �� 2~u -2~v �� �� �� �� �� �� �� �� ��1 2~u+ 2~v Aˆngulo entre vetores: E´ o aˆngulo formado por duas semi-retas OA e OB de mesma origem O, este aˆngulo e´ indicado por θ. 1. Se ~u ‖ ~v e teˆm mesmo sentido e direc¸a˜o, enta˜o θ = 0. -~u -~v 2. Se eles teˆm sentidos contra´rios, enta˜o θ = pi. ff ~u -~v 3. Se θ = pi/2, os vetores sa˜o ortogonais. 6 ~v - ~u Observac¸a˜o:O vetor nulo e´ considerado ortogonal a qualquer vetor. Exemplo 1. 12 IMEF - FURG 1.3. OPERAC¸O˜ES ENTRE VETORES Figura 1.14: Exemplos de aˆngulos entre vetores. 1.3.5 Agora tente resolver! 1. Dados os vetores ~u,~v e ~w, da figura abaixo, construir os vetores: a) ~x = 2~u− 13~v b) ~r = 12~v − w + 23~u 2. Dada a figura a seguir, onde M,N e P sa˜o os pontos me´dios de AB, BC, CA, respectivamente, represente os vetores −−→ BP, −−→ AN e −−→ CM em func¸a˜o de −−→ AB e −→ AC. 13 IMEF - FURG 1.4. VETORES NO PLANO 1.4 Vetores no Plano 1.4.1 Expressa˜o Anal´ıtica De modo geral, dados dois vetores ~v1 e ~v2 quaisquer na˜o colineares, partindo de um mesmo ponto de origem, um vetor ~v, representado no mesmo plano, e dados uma dupla de nu´meros reais a1 e a2, podemos representar o vetor como ~v = a1~v1 + a2~v2. Quando isto acontece, podemos dizer que o vetor ~v pode ser escrito como combinac¸a˜o linear de ~v1 e ~v2. E o conjunto B formado pelos vetores {~v1, ~v2} e´ chamado de base do plano. Os nu´meros a1 e a2 sa˜o chamados de componentes ou coordenadas do vetor ~v na base B. As bases mais utilizadas sa˜o as bases ortonormais. Uma base representada por {e1, e2} e´ ortonormal, se seus vetores e1 e e2 sa˜o perpendiculares e unita´rios, isto e´, |~e1| = |~e2| = 1. Em um sistema de coordenadas cartesianas ortogonais os vetores do plano sempre podera˜o ser escritos como uma combinac¸a˜o linear de vetores {~i,~j} que formam uma base ortonormal no plano xOy. A base {~i,~j} tambe´m e´ conhecida como base canoˆnica. A direc¸a˜o do vetor ~i indica o sentido positivo do eixo Ox e a direc¸a˜o do vetor ~j a direc¸a˜o do sentido positivo do eixo Oy, ja´ que suas coordenadas sa˜o respectivamente ~i = (1,0) e ~j = (0,1). Observac¸a˜o: Qualquer vetor ~v = (a1,a2) pode ser escrito como uma combinac¸a˜o linear dos vetores da base em R2: ~v = (a1,a2) = (a1,0) + (0,a2) = a1(1,0) + a2(0,1) = a1~i+ a2~j Desta forma, o par (x,y) e´ chamado de expressa˜o anal´ıtica do vetor ~v. E, fixada a base {~i,~j}, fica estabelecida uma correspondeˆncia biun´ıvoca entre 14 IMEF- FURG 1.4. VETORES NO PLANO os vetores do plano e os pares ordenados (x,y) de nu´meros reais. Assim, a cada vetor ~v do plano associamos um par (x,y) de nu´meros reais que sa˜o suas componentes na base dada. Figura 1.15: Vetores da base canoˆnica do plano cartesiano. Um vetor no plano e´ um par ordenado (x,y) de nu´meros reais onde: x e´ a primeira componente, e e´ chamada abscissa de ~v, y e´ a segunda componente, e e´ chamada ordenada de ~v. Para as operac¸o˜es alge´bricas de adic¸a˜o e multiplicac¸a˜o de um vetor por um escalar sa˜o va´lidas as propriedades vistas anteriormente (comutativa, associativa, elemento neutro, elemento oposto, distributivas em relac¸a˜o a adic¸a˜o de vetores e a adic¸a˜o de escalares). Igualdade de vetores: ~v = (x1,y1), e ~j = (x2,y2), sa˜o iguais se x1 = x2, y1 = y2 (coordenadas correspondentes iguais). Vetor definido por dois pontos: Dado o vetor −→ AB onde a origem e´ o ponto A(x1,y1) e extremidade B(x2,y2), onde −→ OA= (x1,y1), e −→ OB= (x2,y2), enta˜o: −→ AB= −→ OB − −→ OA= (x2,y2)− (x1,y1) = (x2 − x1,y2 − y1) Exemplo 2. Dados os pontos A(5,3) e B(2,7) determine o vetor −→v = −−→AB. Soluc¸a˜o: −→ AB=B −A = (2,7)− (5,3) = (−3,4). 15 IMEF - FURG 1.4. VETORES NO PLANO Figura 1.16: Vetor dados dois pontos. Observac¸a˜o: lembre-se que um vetor tem infinitos representantes que sa˜o os segmentos orientados de mesmo comprimento, mesma direc¸a˜o e mesmo sentido. Dentre os infinitos representantes do vetor −→ AB , o que melhor repre- senta e´ aquele que tem origem emO(0,0) e extremidade em P (x2−x1,y2−y1). O vetor ~v = −→ AB e´ o vetor posic¸a˜o ou representante natural de −→ AB . Operac¸o˜es: • Adic¸a˜o: ~u+ ~v = (x1 + x2,y1 + y2) = (x2 + x1,y2 + y1) = ~v + ~u Exemplo 3. Se ~u = (1,2) e ~v = (−2,2), enta˜o: ~u+ ~v = (1,2) + (−2,2) = (1 + (−2),2 + 2) = (−1,4) 16 IMEF - FURG 1.4. VETORES NO PLANO Figura 1.17: Adic¸a˜o de vetores. • Multiplicac¸a˜o de um vetor por um escalar: α~u = (αx1,αy1) Exemplo 4. Se α = 2, enta˜o: α~u = 2(1,2) = (2,4) • −~u = (−1)~u = (−x1,− y1) Exemplo 5. −~u = −(1,2) = (−1,− 2) • ~u− ~v = (x1 − x2,y1 − y2) Exemplo 6. ~u− ~v = (1,2)− (−2,3) = (1− (−2),2− 3) = (3,− 1) Mo´dulo de um vetor: O mo´dulo ou comprimento do vetor ~v = (a,b) e´ um nu´mero real na˜o negativo, definido por: |~u| = √a2 + b2 Isso e´ facilmente demonstrado pelo Teorema de Pita´goras. Pela Figura 1.18, percebemos que aplicando o teorema de Pita´goras: |~u|2 = a2 + b2, onde os catetos a e b do triaˆngulo sa˜o as coordenadas do vetor no plano e a hipotenusa c e´ exatamente a medida do vetor ~u. Logo, |~u| = √a2 + b2. 17 IMEF - FURG 1.4. VETORES NO PLANO Figura 1.18: Comprimento de um vetor. Exemplo 7. Encontre as componentes e o mo´dulo (ou comprimento) do vetor de origem A(−3,4) e extremidade B(−5,2). Soluc¸a˜o: ~v = −→ AB= B −A = (−5,2)− (−3,4) = (−2,− 2) | −→ AB | = √(−2)2 + (−2)2 = √8 = 2√2u.c. 1.4.2 Agora tente resolver! 1. Sejam ~u = (3,− 2) e ~v = (−2,5) encontre as componentes dos vetores: a) 3~u b) ~u+ ~v c) 2~u− 3~v d) 35~u+ 4 5~v 2. Sendo A(1, − 2), B(2,1), C(3,2), D(−2,3) decompor os vetores −−→BD e−−→ AD + −−→ DC tomando como base os vetores −−→ AB e −→ AC. Condic¸a˜o de Paralelismo de dois vetores: Dois vetores ~u = (x1,y1), e ~v = (x2,y2), sa˜o paralelos se, ~u = α~v, ou seja o vetor ~u e´ mu´ltiplo escalar de ~v. Portanto, (x1,y1) = α(x2,y2), que pela condic¸a˜o de igualdade x1 = αx2, e y1 = αy2, temos x1 x2 = y1 y2 (= α) Assim, dois vetores sa˜o paralelos quando suas componentes forem pro- porcionais. 18 IMEF - FURG 1.4. VETORES NO PLANO Exemplo 8. Os vetores ~u = (12,8) e ~v = (6,4) sa˜o paralelos pois, 12 6 = 8 4 = 2 = α. ~u = 2~v. Exemplo 9. Dados ~u = (3,2), ~v = (−1,4). Encontre ~w na igualdade: 4~w − (~u+ 2~v) = 3(~w − 2~u) Soluc¸a˜o: 4~w − (~u+ 2~v) = 3(~w − 2~u) 4~w − ~u− 2~v = 3~w − 6~u 4~w − 3~w = −6~u+ ~u+ 2~v ~w = −5~u+ 2~v ~w = −5(3,2) + 2(−1,4) ~w = (−15,− 10) + (−2,8) ~w = (−17,− 2) 1.4.3 Agora tente resolver! 1. Dados os vetores ~u = (2,− 4), ~v = (−5,1) e ~w = (−12,6). Determinar a1, a2 tais que ~w = a1~u+ a2~v. 2. Marcar os seguintes pontos no plano cartesianoA(6,2), B(8,6), C(4,8), D(2,4) e responder as seguintes questo˜es: a) O vetor −−→ AB e´ ortogonal ao vetor −−→ CD? Justifique. b) O vetor −−→ DA e´ paralelo ao vetor −−→ BC? 3. Determine o ponto C tal que −→ AC = 3 −−→ AB sendo A(0,− 4) e B(1,2). 4. Verdadeiro ou Falso: a) Se ~u = ~v enta˜o |~u| = |~v|. b) Se |~u| = |~v| enta˜o ~u = ~v. c) Se ~u ‖ ~v enta˜o ~u = ~v. 5. Dados os vetores −→u = (4,5) e −→v = (3,4), calcular −→u + −→v , 2−→u e 2−→v . Fac¸a a representac¸a˜o geome´trica dos vetores resultantes no plano. 19 IMEF - FURG 1.4. VETORES NO PLANO 6. Para resolver o pro´ximo exerc´ıcio, lembrar das seguintes notac¸o˜es: - (⊥) - Condic¸a˜o de perpendicularismo - aˆngulo e´ igual a 90◦. - (‖) - Condic¸a˜o de paralelismo. A figura abaixo representa um retaˆngulo. Decidir se e´ verdadeira ou falsa cada uma das afirmac¸o˜es: a) −→ AF⊥ −→ CB b) −→ BA‖ −→ CA c) −→ AD⊥ −→ DF d) −→ AF= −→ EC Aplicac¸o˜es Exemplo 10. Considere o vetor ~v = ~i + 2~j, um vetor velocidade, vamos escrever a velocidade como uma multiplicac¸a˜o do escalar |~v| por um vetor unita´rio na direc¸a˜o e no sentido do movimento. Soluc¸a˜o: O mo´dulo do vetor ~v e´ o seu comprimento, enta˜o |~v| = √ 12 + 22 = √ 5. O vetor ~v |~v| (versor de ~v) tem a mesma direc¸a˜o do vetor velocidade, e ale´m disso, e´ um vetor unita´rio, portanto ~v |~v| = ~i+ 2~j√ 12 + 22 = 1~i√ 5 + 2~j√ 5 ~v =~i+ 2~j = √ 5 ( 1~i√ 5 , 2~j√ 5 ) . 20 IMEF - FURG 1.4. VETORES NO PLANO Observe que √ 5 e´ o comprimento do vetor e ( 1~i√ 5 , 2~j√ 5 ) e´ a direc¸a˜o do movimento. Sendo assim, mostramos que e´ poss´ıvel expressar qualquer vetor na˜o nulo em termos de suas caracter´ısticas: mo´dulo e direc¸a˜o escrevendo: ~v = |~v| ~v|~v| . Exemplo 11. Suponha que uma pessoa esta´ puxando uma caixa por uma alc¸a cuja forc¸a de magnitude e´ de |~F | = 8lb, que forma um aˆngulo de 45◦ com a superf´ıcie horizontal. Encontre as componentes do vetor ~F = (a,b). Soluc¸a˜o: |~F | = (8cos(45◦),8sen(45◦)) |~F | = (8 √ 2 2 ,8 √ 2 2 ) |~F | = (4 √ 2,4 √ 2). Exemplo 12. Uma pessoa puxa um carrinho ao longo de uma superf´ıcie horizontal lisa com uma forc¸a |~F | de 30lb que forma um aˆngulo de 30◦ com a superf´ıcie. Qual e´ a forc¸a efetiva que move o carrinho para frente? Soluc¸a˜o: Observe que neste caso a forc¸a efetiva e´ a componente horizontal de |~F | = (a,b). Assim, a = |~F |cos(30◦) = 30 √ 3 2 = 15 √ 3 ' 25,98lb. 21 IMEF - FURG 1.5. VETORES NO ESPAC¸O 1.5 Vetores no Espac¸o O produto cartesiano R× R× R ou R3 e´ o conjunto R3 = {(x,y,z)/x,y,z ∈ R} e sua representac¸a˜o geome´trica e´ o espac¸o cartesiano determinado pelos treˆs eixos cartesianos Ox,Oy e Oz, ortogonais dois a dois. Portanto, x, y, z formam o sistema cartesiano ortogonal Oxyz. Um vetor −→v pode ser escrito como combinac¸a˜o linear dos vetores da base or- tonormal representados por {~i,~j,~k}, onde, ~i = (1,0,0), ~j = (0,1,0) e ~k = (0,0,1), estes vetores sa˜o representados com a origem no mesmo ponto O. Assim, temos: • O eixo dos x ou eixo das abscissas corresponde a reta com direc¸a˜o do vetor ~i. • O eixo dos y ou eixo da ordenadas corresponde a reta com direc¸a˜o do vetor ~j. • O eixo dos z ou eixo das cotas corresponde a reta com direc¸a˜o do vetor ~k Figura 1.19: Representac¸a˜o do Espac¸o Tridimensional. Observac¸a˜o 1: Representac¸a˜o da base e´ no sentido positivo.Esta base obedece a` regra da Ma˜o direita. A base canoˆnica representada pelo conjunto B = {~i,~j,~k} e´ formada por 22 IMEF - FURG 1.5. VETORES NO ESPAC¸O Figura 1.20: Base Ortonormal. vetores unita´rios, portanto |~i| = |~j| = |~k| = 1, e dois a dois ortogonais com origem em O. O vetor ~v = x~i+ y~j + z~k tambe´m pode ser expresso por ~v = (x,y,z) que e´ a expressa˜o anal´ıtica de ~v. Exemplo 13. ~v = 2~i− 3~j + ~k=(2,-3,1) Figura 1.21: Vetor. 23 IMEF - FURG 1.5. VETORES NO ESPAC¸O Observac¸a˜o 2: Nos eixos coordenados em R3 cada dupla de eixos de- termina um plano: a) o plano xOy ou simplesmente xy; b) o plano xOz ou xz; c) o plano yOz ou yz. Figura 1.22: Planos coordenados. Estes treˆs planos dividem o espac¸o em oito partes, chamadas de octantes: 1. Primeiro octante: (x,y,z) 2. Segundo octante: (−x,y,z) 3. Terceiro octante: (−x,− y,z) 4. Quarto octante: (x,− y,z) 5. Quinto octante: (x,y,− z) 6. Sexto octante: (−x,y,− z) 7. Se´timo octante: (−x,− y,− z) 8. Oitavo octante: (x,− y,− z) Observac¸a˜o 3: Para marcar um ponto no espac¸o tridimensional, trac¸amos pelo ponto P planos paralelos aos planos coordenados formando um para- lelip´ıpedo retaˆngulo, a intersec¸a˜o destes planos forma a terna (a,b,c) de nu´meros reais, chamadas coordenadas de P . 24 IMEF - FURG 1.5. VETORES NO ESPAC¸O Na pra´tica, tambe´m podemos marcar um ponto P ′(x,y,0) no plano xy e deslocamos este ponto paralelamente ao eixo z tantas unidades para cima se z for positivo ou para baixo caso seja negativo. No gra´fico a seguir, por exemplo, A1(3,5,0) e A(3,5,4), marcamos A1 no plano xy e deslocamos 4 unidades para cima no sentido do eixo z positivo. Figura 1.23: Pontos no espac¸o tridimensional. Observem que as operac¸o˜es entre vetores, definic¸a˜o de vetor dados dois pontos, definic¸a˜o de ponto me´dio, mo´dulo sa˜o ana´logas a`s vistas no plano. Exemplo 14. Dados os pontos P = (2,−3,4) e Q = (4,5,2), calcule o ponto me´dio. Soluc¸a˜o: M e´ o ponto me´dio entre P e Q, enta˜o M = (2+42 , −3+5 2 , 4+2 2 ) = (3,1,3) Exemplo 15. Calcule o mo´dulo do vetor −→ PQ, onde P e Q sa˜o os pontos do exemplo anterior. Soluc¸a˜o: −→ PQ= Q− P = (4,5,2)− (2,− 3,4) = (2,8,− 2) |−−→PQ| = √ 22 + 82 + (−2)2 = √4 + 64 + 4 = √ 72 = 6 √ 2 Exemplo 16. Dados os vetores ~u = (1,0,3), ~v = (2,2, − 2) e ~w = (−4,0,4) verificar se existem nu´meros a1, a2, a3 tais que: 25 IMEF - FURG 1.5. VETORES NO ESPAC¸O (−4,− 10,6) = a1~u+ a2~v + a3 ~w Soluc¸a˜o: (−4,− 10,6) = a1(1,0,3) + a2(2,2,− 2) + a3(−4,0,4) (−4,− 10,6) = (a1,0,3a1) + (2a2,2a2,− 2a2) + (−4a3,0,4a3) (−4,− 10,6) = (a1 + 2a2 − 4a3,2a2,3a1 − 2a2 + 4a3) a1 + 2a2 − 4a3 = −4 2a2 = −10 3a1 − 2a2 + 4a3 = 6 Resolvendo o sistema chegamos em: a1 = 1 2 , a2 = −5 e a3 = −11 8 . Condic¸a˜o de Paralelismo: Dois vetores ~u = (x1,y1,z1) e ~v = (x2,y2,z2) sa˜o paralelos se ~u = k~v, onde k ∈ R, e (x1,y1,z1) = k(x2,y2,z2) (x1,y1,z1) = (kx2,ky2,kz2) Mas, pela definic¸a˜o de igualdade: x1 = kx2, y1 = ky2, z1 = kz2, ou: x1 x2 = y1 y2 = z1 z2 = k Sendo assim, se suas componentes forem proporcionais enta˜o os vetores sa˜o paralelos. Exemplo 17. Dados os vetores ~u = (−2,3, − 4), ~v = (−4,6, − 8) sa˜o paralelos? Soluc¸a˜o: −2 −4 = 3 6 = −4 −8 = 1 2 ~u = 1 2 ~v. Logo, eles sa˜o paralelos. 26 IMEF - FURG 1.6. LISTA 1 1.5.1 Agora tente resolver! 1. Sendo ~u = 2~i− 3~j + 6~k, determinar |~u|. 2. Determinar z tal que o vetor ~v = (1,− 2,z) tenha mo´dulo igual a 3. 3. Se ~w = (k,k,k) e´ um vetor unita´rio, determinar k. 4. Se ~c = (2,1, − 3) e ~d = (m,n, − 9), determinar m e n tal que ~c seja paralelo a ~d. 5. Trac¸ar os triaˆngulos de ve´rtices: (a) A(3,5,5), B(5,7,0), C(0,7,3). (b) A(6,− 5,4), B(2,− 2,5), C(5,− 4,0). 1.6 Lista 1 1. Determine o vetor −→w , sabendo que 2(−→u + 3−→w ) +−→v = 2−→v −−→w , onde−→u = (6,4) e −→v = (3,− 2). 2. Sabendo que 2−→u + −→v = (13,4, − 1), determinar a, b e c, sendo −→u = (2,− 1,c),−→v = (a,b− 2,3). 3. Nos itens abaixo encontre os seguintes vetores e represente os vetores resultantes no gra´fico: (a) Dados os pontos O(0,0), A(3,6), B(4, − 8), C(−1,3), determine−→ OA, −−→ AB, −−→ CB, −→ OA+ −−→ CB, −−→ AB −−→OA. (b) Dados os pontosO(0,0,0), A(2,3,4), B(−1,1,3), C(3,2,1), determine−→ OA, −−→ BC, −→ OA+ −−→ CB. 4. Dados os vetores −→u = (1, − 1,5),−→v = (2,4, − 1),−→w = (3, − 2),−→t = (5,7), determine os seguintes mo´dulos: a. |−→u | b. |−→v | c. |−→w | d. |−→t | e. E´ poss´ıvel calcular |−→u +−→w |? 5. Dados os vetores −→u = (0,1,2),−→v = (−2,4,− 6), calcule: a. |−→u +−→v | b. |−→u − 3−→v | 27 IMEF - FURG 1.6. LISTA 1 6. Sabendo que −→u = (2,a − 1,6),−→v = (c,2,4b), determinar a, b e c, tal que 3−→u +−→v = −→O. 7. Representar no gra´fico os vetores: (a) No R2: represente os vetores −−→ AB correspondentesA(6,−10), B(4,5); A(10,3), B(−2,− 1); A(3,3), B(6,− 2). (b) No R3: represente: −−→ AB = (3,4,5), −−→ CD = (−4,6,− 9),−−→EF = (3,− 4,7), −−→ GH = (4,4,− 6). 8. Apresentar o vetor gene´rico que satisfaz a condic¸a˜o: (a) Representado no eixo dos y. (b) Paralelo ao plano xz. (c) Ortogonal ao eixo dos x. (d) Ortogonal ao plano yz. 9. Suponha que A,B e C sejam os ve´rtices de um placa triangular onde A(4,2,0), B(1,3,0) e C(1,1,3) enta˜o: (a) fac¸a um esboc¸o da placa triangular. (b) encontre o vetor com origem no ve´rtice C e extremidade no ponto me´dio do lado AB. (c) encontre o vetor com origem no ve´rtice C cujo comprimento e´ dois terc¸os do vetor do item anterior. 10. Uma reta no plano tem equac¸a˜o r : y = 6x + 2. Determine um vetor paralelo a reta r. 11. Encontre as coordenadas da extremidade de um segmento orientado que representa o vetor ~u = (4,5,− 2), sabendo que a origem e´ o ponto A(3,6,9). 12. Uma part´ıcula foi lanc¸ada do ponto inicial A(4, − 3,6), no espac¸o e tem como ponto final B(6,8,5). Encontre o vetor que representa o deslocamento da part´ıcula e determine seu mo´dulo. 13. Encontre as coordenadas do ponto A′ sime´trico ao ponto A(4,3,2) em relac¸a˜o ao ponto P (2,1,− 1). 14. Encontre o vetor ~u, tal que 6~u = 2~v + 4~w, sendo ~v = (1, − 1,3) e ~w = (0,− 4,2). 15. Encontre os escalares a,b e c que satisfac¸am a expressa˜o a~u+b~v+c~w = (0,1,4). Sabendo que ~u = (1,4,0), ~v = (0,− 1,2) e ~w = (3,1,4). 28 IMEF - FURG 1.6. LISTA 1 16. Determine b, sabendo que os vetores ~u = (2,6,5) e ~w = (6,b,15) sa˜o paralelos. 17. Obter um ponto P do eixo das ordenadas cuja distaˆncia ao ponto A(2,4,6) e´ √ 44. 18. No espac¸o cartesiano os vetores diretores indicam a direc¸a˜o de uma reta. Se o vetor ~u = (3,2,− 1) indica a inclinac¸a˜o da reta r, encontre as componentes do vetor ~v = (a,18,c) da reta s, sabendo que as retas sa˜o paralelas. 29 IMEF - FURG Cap´ıtulo 2 Produtos de Vetores 2.1 Produto Escalar Neste cap´ıtulo vamos desenvolver algumas ideias e conceitos relacionados a aˆngulos e ortogonalidade entre vetores tanto no plano como no espac¸o. Para ilustrar a ideia desta grandeza escalar, podemos usar uma aplicac¸a˜o da F´ısica: imagine um objeto se deslocando em uma trajeto´ria retil´ınea e que esta´ sujeita a uma forc¸a ~F constante, na direc¸a˜o e sentido do deslocamento. Dados dois pontos e considerando o sentido do deslocamento de A para B, podemos considerar que o vetor |−−→AB| e´ a distaˆncia do deslocamento. Sendo ~F um vetor paralelo ao deslocamento com intensidade constante |~F |, o trabalho realizado pelo vetor ~F no deslocamento e´ dado por ±|~F ||−−→AB|. O sinal negativo significa que a forc¸a esta´ atuando no sentido oposto ao deslocamento. Mas se a forc¸a ~F na˜o tiver direc¸a˜o paralela ao deslocamento, θ e´ o aˆngulo que a forc¸a ~F faz com o deslocamento−−→ AB, enta˜o o trabalho realizado por essa forc¸a sera´ dado ~F · −−→AB = |~F ||−−→AB|cosθ. Neste caso, quando a forc¸a e´ medida em N (Newton) e a distaˆncia em metros, o trabalho e´ uma grandeza escalar medida em J (Joules)=N×m. Conhecendo as componentes dos vetores, facilmente podemos calcular o aˆngulo entre eles como veremos na sec¸a˜o 2.1.3. 2.1.1 Definic¸a˜o do Produto Escalar O produto escalar (ou produto interno) entre dois vetores, como o pro´prio nome diz, resulta em um escalar. Considere os seguintes vetores ~u = x1~i+ y1~j+ z1~k e ~v = x2~i+ y2~j+ z2~k, representamos ~u · ~v, ao nu´mero real ~u · ~v = x1x2 + y1y2 + z1z2. Esta operac¸a˜o entre vetores gera como resultado sempre um nu´mero real e o produto escalar vale tanto no R2 (no plano) como no R3 (no espac¸o). 30 2.1. PRODUTO ESCALAR Exemplo 18. ~u·~v = (1,−2,−1).(−6,2,−3) = 1(−6)+(−2)(2)+(−1)(−3) = −6−4+3 = −7 Representamos o produto escalar por ~u · ~v, leˆ-se ~u escalar ~v. 2.1.2 Propriedades do Produto Escalar Dados treˆs vetores, ~u = (x1,y1,z1), ~v = (x2,y2,z2) e ~w = (x3,y3,z3) ∈ R3 e um escalar m ∈ R, temos: 1. ~u · ~u ≥ 0, sera´ nulo se ~u for nulo. Observe que ~u·~u ≥ 0, sera´ positivo porque a soma de quadrados sempre resulta em valores positivos e sera´ igual a zero somente se ~u = 0. −→u · −→u = (a,b,c) · (a,b,c) = a2 + b2 + c2 ≥ 0 −→u · −→u = 0⇐⇒ a2 + b2 + c2 = 0⇐⇒ a = b = c = 0 ⇐⇒ −→u = (0,0,0) = −→0 . 2. ~u · ~v = ~v · ~u (O produto escalar e´ comutativo). E´ fa´cil mostrar que, ~u · ~v = (x1,y1,z1) · (x2,y2,z2) = x1x2 + y1y2 + z1z2 = x2x1 + y2y1 + z2z1 = ~v · ~u. 3. ~u · (~v + ~w) = ~u · ~v + ~u · ~w (Distributiva em relac¸a˜o a adic¸a˜o). ~u · (~v + ~w) = (x1,y1,z1) · (x2 + x3,y2 + y3,z2 + z3) = (x1x2 + x1x3) + (y1y2 + y1y3) + (z1z2 + z1z3) = (x1x2 + y1y2 + z1z2) + (x1x3 + y1y3 + z1z3) = ~u · ~v + ~u · ~w. 4. m(~u ·~v) = (m~u)~v (Associativa da multiplicac¸a˜o de um escalar por um vetor). m(~u · ~v) = m(x1x2 + y1y2 + z1z2) = (mx1)x2 + (my1)y2 + (mz1)z2 = (m~u)~v. 5. ~u · ~u = |~u|2 Note que ~u ·~u = (x, y, z) · (x, y, z) = x2 +y2 +z2 e |~u| = √ x2 + y2 + z2 enta˜o, |~u|2 = x2 + y2 + z2 = ~u · ~u 31 IMEF - FURG 2.1. PRODUTO ESCALAR 2.1.3 Interpretac¸a˜o Geome´trica do Produto Escalar Quando os vetores sa˜o apresentados em func¸a˜o de suas componentes na˜o sabemos diretamente o aˆngulo entre eles. Por definic¸a˜o podemos representar o produto escalar entre os vetores ~u e ~v como: ~u · ~v = |~u| · |~v|cosθ, onde θ e´ o aˆngulo formado entre ~u e ~v. Dados dois vetores na˜o nulos, o aˆngulo procurado e´ o menor aˆngulo formado por dois representantes destes vetores, com origem em um mesmo ponto, observe a Figura 2.1. Figura 2.1: Aˆngulo entre dois vetores. Desta forma, podemos obter o aˆngulo θ entre dois vetores gene´ricos ~u e ~v partindo desta definic¸a˜o. Assim, ~u · ~v = { 0 se ~u ou ~v for nulo |~u| · |~v|cosθ 0◦ ≤ θ ≤ 180◦ (2.1) enta˜o, cos(θ) = ~u · ~v |~u| · |~v| , desde que nenhum deles seja nulo. Demonstrac¸a˜o: Sabendo que a lei dos cossenos da geometria plana, es- tabelece c2 = a2 + b2−2 ·a · b · cos(θ) e ale´m disso, se o triaˆngulo e´ retaˆngulo com os catetos a e b e a hipotenusa c, a lei acima se reduz ao Teorema de Pita´goras c2 = a2 + b2, enta˜o pela Figura 2.2: 32 IMEF - FURG 2.1. PRODUTO ESCALAR Figura 2.2: Lei dos cossenos. se c = ~w, b = ~u e a = ~v, temos: em notac¸a˜o vetorial |~w|2 = |~u|2 + |~v|2 − 2|~u||~v|cos(θ) 2|~u||~v|cos(θ) = |~u|2 + |~v|2 − |~w|2 Uma vez que ~w = ~u− ~v, a forma de ~w e´ (u1 − v1,u2 − v2,u3 − v3) Assim, |~u|2 = ( √ u21 + u 2 2 + u 2 3) 2 = u21 + u 2 2 + u 2 3 |~v|2 = ( √ v21 + v 2 2 + v 2 3) 2 = v21 + v 2 2 + v 2 3 |~w|2 = ( √ (u1 − v1)2 + (u2 − v2)2 + (u3 − v2)2)2 = (u1 − v1)2 + (u2 − v2)2 + (u3 − v3)2 e |~u|2 + |~v|2 − |~w|2 = 2(u1v1 + u2v2 + u3v3) portanto, 2|~u||~v|cos(θ) = |~u|2 + |~v|2 − |~w|2 = 2(u1v1 + u2v2 + u3v3) ⇒ |~u||~v|cos(θ) = (u1v1 + u2v2 + u3v3) ⇒ cos(θ) = (u1v1 + u2v2 + u3v3)|~u||~v| = ~u · ~v |~u||~v| 33 IMEF - FURG 2.1. PRODUTO ESCALAR assim, θ = arccos ( ~u · ~v |~u||~v| ) . (2.2) Observac¸a˜o 1: Em relac¸a˜o ao aˆngulo θ: θ e´ agudo se (0 ≤ θ < 90◦), se e somente se, ~u · ~v > 0. θ e´ reto (θ = 90◦), se e somente se, ~u · ~v = 0. θ e´ obtuso (90◦ < θ ≤ 180◦), se e somente se, ~u · ~v < 0. Observac¸a˜o 2: |~u+ ~v|2 = (~u+ ~v)(~u+ ~v) = ~u · ~u+ ~u · ~v + ~v · ~u+ ~v · ~v = |~u|2 + 2~u~v + |~v|2. Se θ = 90◦, os vetores ~u e ~v sa˜o ortogonais =⇒ |~u+ ~v|2 = |~u|2 + |~v|2. Do mesmo modo |~u− ~v|2 = |~u|2 − 2~u~v + |~v|2 e |~u+ ~v||~u− ~v| = |~u|2 − |~v|2 Exemplo 19. Encontre o aˆngulo entre ~u = −2~i−~j + ~k e ~v =~i+~j. Soluc¸a˜o: cos(θ) = ~u · ~v |~u| · |~v| cos(θ) = (−2,− 1,1) · (1,1,0)√ (−2)2 + (−1)2 + 12 · √12 + 12 cos(θ) = −3√ 12 = −√3 2 θ = 120◦ Exemplo 20. Encontre o aˆngulo θ entre ~u =~i− 2~j− 2~k e ~v = 6~i+ 3~j+ 2~k. 34 IMEF - FURG 2.1. PRODUTO ESCALAR Soluc¸a˜o: cos(θ) = ~u · ~v |~u| · |~v| cos(θ) = (1,− 2,− 2) · (6,3,2)√ (1)2 + (−2)2 + (−2)2 · √62 + 32 + 22 cos(θ) = −4 21 =⇒ θ ' 100,95◦ Vetores Ortogonais: Dois vetores ~u e ~v sa˜o ortogonais se, o produto escalar deles e´ nulo: ~u · ~v = 0. Exemplo 21. ~u = 3~i − 2~j + ~k e´ ortogonal a ~v = 2~j + 4~k pois ~u · ~v = (3)(0) + (−2)(2) + (1)(4) = 0. Observac¸a˜o: O vetor nulo ~0 e´ ortogonal a todo vetor ~u, pois ~0 · ~u = (0,0,0) · (3,− 2,1) = 0. 2.1.4 Agora tente resolver! 1. Encontre as coordenadas do vetor ~v = (a,b,c), resolvendo o seguinte sistema: { ~v · (~i− ~k) = 3 ~v ·~j = 5 2. Determinar o vetor −→v , ortogonal ao eixo Oy que satisfaz as condic¸o˜es: −→v · −→a = 12 e −→v · −→b = 6, onde −→a = (1,2,− 4) e −→b = (−1,2,6). 3. Determine z tal que ~u = (1,− 3,2) e ~v = (5,− 3,z) sejam ortogonais. 4. Encontrar o vetor ~m ortogonal aos vetores ~u = (3,2,− 2) e ~v = (−1,− 3,− 4), de mo´dulo igual a 6. 5. Calcule o aˆngulo entre os vetores ~u = (3,2,1) e ~v = (4,5,− 3). 6. Sabendo que |~u| = 4, |~v| = 6 e 30◦ o aˆngulo entre eles, calcule ~u · ~v. 35 IMEF - FURG 2.1. PRODUTO ESCALAR Figura 2.3: Aˆngulos diretores. Aˆngulos Diretores e Cossenos Diretores de um vetor: Considere o vetor ~v = x1~i + y1~j + z1~k. Chamamos de aˆngulos diretores de ~v os aˆngulos α, β e γ que ~v forma com os vetores ~i, ~j, ~k como podemos observar pela figura 2.3. Cossenos diretores de ~v sa˜o os cossenos de seus aˆngulos diretores, isto e´, cos(α), cos(β), cos(γ). Assim, por exemplo, cos(α) = ~v ·~i |~v||~i| = x |~v| os demais seguem de mesma forma. Exemplo 22. Dados A(2,2,-3), B(3,1,-3) calcular os aˆngulos diretores ~v = −→ AB. Soluc¸a˜o: −→ AB= B −A = (3,1,− 3)− (2,2,− 3) = (1,− 1,0) Ou seja −→ AB= 1~i− 1~j + 0~k Agora vamos calcular seus aˆngulos diretores: cos(α) = −→ AB ·~i | −→ AB ||~i| = x | −→ AB | = 1√ 12 + (−1)2 + 02 = 1√ 2 = √ 2 2 Enta˜o α = 45◦ 36 IMEF - FURG 2.1. PRODUTO ESCALAR cos(β) = y | −→ AB | = −1√ 12 + (−1)2 + 02 = −1√ 2 = −√2 2 Enta˜o β = 135◦ cos(γ) = z | −→ AB | = 0√ 12 + (−1)2 + 02 = 0 Enta˜o γ = 90◦. 2.1.5 Vetor Projec¸a˜o Dados dois vetores ~u e ~v, com ~u 6= 0 e ~v 6= 0, queremos determinar um vetor que e´ a projec¸a˜o do vetor ~u sobre o vetor ~v. As figuras ilustram duas situac¸o˜es, Figura 2.4: Vetor projec¸a˜o. Observando a Figura 2.5, trac¸ando uma reta r paralela ao vetor −→u e con- siderando um vetor ortogonal a reta r, com origem no ponto C, percebe-se que vetor −→a , e´ a projec¸a˜o ortogonal de −→v sobre −→u . Note que −→b = −→v −−→a , e´ ortogonal a −→u e a −→a . Com a ideia geome´trica em mente, vamos enunciar a seguinte propriedade: Dados doisvetores −→u 6= −→O e −→v , existe um u´nico vetor −→a que verifica: 1. −→a ‖−→u 2. −→v −−→a ⊥−→u ⇒ (−→v −−→a ) · −→u = 0. 37 IMEF - FURG 2.1. PRODUTO ESCALAR Figura 2.5: Vetor projec¸a˜o 2. O vetor −→a e´ chamado de projec¸a˜o ortogonal de −→v sobre −→u , e indicamos: −→a = proj~u~v. Pela condic¸a˜o (1): −→a = α−→u , e, pela condic¸a˜o (2) (−→v − −→a ) · −→u = 0, se−→a = α−→u , temos −→v · −→u − α−→u · −→u = 0, enta˜o α = ~v · ~u |~u|2 proj~u~v = ( ~v · ~u |~u|2 ) · ~u Exemplo 23. Encontre a projec¸a˜o ortogonal de ~u = 6~i + 3~j + 2~k em ~v = ~i− 2~j − 2~k. Soluc¸a˜o: ~a = proj~v~u = ( ~u · ~v |~v|2 ) · ~v = ( (6,3,2) · (1,− 2,− 2) 12 + (−2)2 + (−2)2 ) · (1,− 2,− 2) =( 6− 6− 4 1 + 4 + 4 ) · (1,− 2,− 2) =(−4 9 ) · (1,− 2,− 2) = (−4 9 , 8 9 , 8 9 ) 38 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL Exemplo 24. Encontre a projec¸a˜o ortogonal de uma forc¸a ~F = 5~i+ 2~j em ~v =~i− 3~j. Soluc¸a˜o: ~w = proj~v ~F = ( ~u · ~v |~v|2 ) · ~v = ( (5,2) · (1,− 3) 12 + (−3)2 ) · (1,− 3) =(−1 10 ) · (1,− 3) = (−1 10 , 3 10 ) . 2.1.6 Agora tente resolver! 1. Dados os vetores ~u = (4,7,3),~v = (2,2,1) e ~w = (0,− 5,2) calcule: a) (~u+ ~v) · ~w b) proj~u~v c) ~u · (~v − 2~w) d) proj~u ~w e) proj~w~v f) proj~v ~w g) proj~v~u 2. Dados os vetores ~m = (1,− 3,4),~n = (3,− 4,2) e ~o = (−1,1,4), calcular a projec¸a˜o do vetor ~m na direc¸a˜o do vetor ~n+ ~o. 2.2 Produto Vetorial Dados dois vetores ~u e ~v, estamos em busca de um novo vetor, simulta- neamente ortogonal aos vetores ~u e ~v, denotado por ~u×~v que denominamos de produto vetorial de ~u e ~v. Para definirmos o produto vetorial, devemos lembrar da orientac¸a˜o de base positiva no espac¸o. Considere treˆs vetores ~u, ~v e ~w, como mostra a Figura 2.6. 39 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL Figura 2.6: Orientac¸a˜o. O conjunto {~u,~v, ~w} nesta situac¸a˜o geome´trica forma uma base de veto- res do espac¸o, pois os vetores sa˜o na˜o coplanares. Considere a rotac¸a˜o em torno do menor aˆngulo, em torno de O, assim o vetor ~u e´ o primeiro vetor da base, que tera´ o mesmo sentido do vetor ~v, que sera´ definido como o segundo vetor da base. Se a rotac¸a˜o for no sentido anti-hora´rio a base e´ positiva. Sendo assim {~u,~v, ~w}, e´ positiva. Vale lembrar que a base canoˆnica e´ representada no sentido positivo, assim {~i,~j,~k} nessa ordem e´ positiva. Observac¸a˜o 1: Usando um dispositivo pra´tico da figura 2.7 , observa- mos a ordem circular dos vetores da base canoˆnica. Pelo dispositivo temos: 40 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL Figura 2.7: Sentido Positivo. ~i×~j = ~k, de maneira ana´loga, temos que: ~j × ~k =~i e ~k ×~i = ~j. Ja´ no sentido hora´rio, pela figura 2.8, observamos a ordem circular no sentido negativo. Figura 2.8: Sentido Negativo. ~j ×~i = −~k, de maneira ana´loga, temos que: ~i× ~k = −~j e ~k ×~j = −~i . Pelo sentido anti-hora´rio temos o sentido positivo da base: {~i,~j,~k}, {~j,~k,~i} e {~k,~i,~j}. No sentido hora´rio {~j,~i,~k}, {~i,~k,~j} e {~k,~j,~i} o sentido da base e´ nega- tivo. 41 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL 2.2.1 Definic¸a˜o do Produto Vetorial Ao contra´rio do produto escalar, que resulta em um escalar, e pode ser definido tanto como vetores do espac¸o como vetores do plano, o produto vetorial so´ pode ser definido em vetores do espac¸o ja´ que esta´ ligado essen- cialmente ao conceito de orientac¸a˜o no espac¸o. Representamos o produto vetorial por ~u× ~v, leˆ-se ~u vetorial ~v. Observac¸a˜o 2: • −→u ×−→v = ~0 Se o produto vetorial resultar em um vetor nulo ~0 significa que um dos vetores e´ nulo ou os vetores sa˜o colineares. • o vetor resultante tem: i. mo´dulo |~w| = |~u× ~v| = |~u||~v|sen(θ). ii. a direc¸a˜o do vetor resultante ~w e´ simultaneamente ortogonal a ~u e ~v. iii. o sentido e´ tal que {~u,~v, ~w} e´ dado pela base positiva orientada do espac¸o. Ca´lculo do Produto Vetorial Considere a base canoˆnica de R3, {~i,~j,~k}. Usando a definic¸a˜o de produto vetorial, a observac¸a˜o 1 e sabendo que: ~i×~i = 0 ~j ×~j = 0 ~k × ~k = 0 O produto vetorial entre ~u = x1~i + y1~j + z1~k e ~v = x2~i + y2~j + z2~k, representado por (~u × ~v) sera´ expresso em coordenadas. Vamos obter as coordenadas, estendendo por linearidade, assim: ~u× ~v = (x1~i+ y1~j + z1~k)× (x2~i+ y2~j + z2~k) = (x1x2)(~i×~i) + (x1y2)(~i×~j) + (x1z2)(~i× ~k) + (y1x2)(~j ×~i) + (y1y2)(~j ×~j) + (y1z2)(~j × ~k) + (z1x2)(~k ×~i) + (z1y2)(~k ×~j) + (z1z2)(~k × ~k) = (x1x2)(0) + (x1y2)(~k) + (x1z2)(−~j) + (y1x2)(−~k) + (y1y2)(0) + (y1z2)(~i) + (z1x2)(~j) + (z1y2)(−~i) + (z1z2)(0) 42 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL Portanto, ~u× ~v = (y1z2 − z1y2)~i− (x1z2 − z1x2)~j + (x1y2 − y1x2)~k, que corresponde ao determinante ~u× ~v = ~i ~j ~kx1 y1 z1 x2 y2 z2 = [y1 z1 y2 z2 ] ~i− [ x1 z1 x2 z2 ] ~j + [ x1 y1 x2 y2 ] ~k O s´ımbolo que utilizamos acima na˜o e´ um determinante, pois a primeira linha conte´m vetores e na˜o escalares. No entanto, e´ uma forma de cal- cular semelhante ao desenvolvimento do determinante. Esta representac¸a˜o simbo´lica auxilia apenas o ca´lculo de ~u× ~v em coordenadas. Exemplo 25. Determine o produto vetorial entre ~u = (2,3,1) e ~v = (1,4,− 1), da seguinte forma ~u× ~v e ~v × ~u. Soluc¸a˜o: ~u× ~v = ~i ~j ~k2 3 1 1 4 −1 = [3 1 4 −1 ] ~i− [ 2 1 1 −1 ] ~j + [ 2 3 1 4 ] ~k ~u× ~v = (−7,3,5) E, ~v × ~u = (7,− 3,− 5). Observe que o produto vetorial na˜o e´ comutativo. 2.2.2 Propriedades do Produto Vetorial Algumas propriedades do produto vetorial esta˜o relacionadas com as propriedades dos determinantes. i. ~u× ~u = ~0 Pela definic¸a˜o de produto vetorial, temos que |~u × ~v| = |~u||~v|sen(θ) enta˜o |~u× ~u| = |~u||~u|sen(0◦) = 0. ii. ~u× ~v = −(~v × ~u) Observe que aqui a ordem dos fatores e´ importante, significa que o produto vetorial na˜o e´ comutativo. Os vetores resultantes sera˜o opos- tos. iii. ~u× (~v + ~w) = ~u× ~v + ~u× ~w. Sendo ~u = (x1,y1,z1), ~v = (x2,y2,z2) e ~w = (x3,y3,z3): 43 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL ~u× (~v + ~w) = (x1,y1,z1)× (x2 + x3,y2 + y3,z2 + z3) = (y1(z2 + z3)− z1(y2 + y3),z1(x2 + x3)− x1(z2 + z3), x1(y2 + y3)− y1(x2 + x3)) = (y1z2 − z1y2 + y1z3 − z1y3,− x1z2 + z1x2 − x1z3 + z1x3, x1y2 − y1x2 + x1y3 − y1x3) = (y1z2 − z1y2,−x1z2 + z1x2,x1y2 − y1x2) + (y1z3 − z1y3,− x1z3 + z1x3,x1y3 − y1x3) = ~u× ~v + ~u× ~w Comparando com as propriedades dos determinantes, observamos que se cada elemento de uma linha e´ uma soma de parcelas, o determinante pode ser expresso sob a forma de uma soma de determinantes. iv. (m~u)× ~v = m(~u× ~v) (m~u)× ~v = (m(x1,y1,z1))× (x2,y2,z2) = (mx1,my1,mz1)× (x2,y2,z2) = (my1z2 −mz1y2,−mx1z2 + x2mz1,mx1y2 −my1x2) = m(y1z2 − z1y2,− x1z2 + x2z1,x1y2 − y1x2) = m(~u× ~v) Se multiplicarmos uma linha por um nu´mero real, o resultado final fica multiplicado por esse nu´mero. v. ~u × ~v = ~0 se, e somente se, um dos vetores e´ nulo ou se ~u e ~v sa˜o colineares. Se um dos vetores e´ nulo, teremos no produto vetorial uma linha nula, enta˜o o vetor resultante e´ nulo. De mesma forma, se os vetores sa˜o colineares temos duas linhas mu´ltiplas, logo o vetor resultante tambe´m e´ nulo. vi. ~u × ~v e´ ortogonal simultaneamente aos vetores ~u e ~v. Pelo produto escalar: −→u · (−→u ×−→v ) = −→v · (−→u ×−→v ) = 0. Veja pela base canoˆnica {~i,~j,~k} como o resultado do produto vetorial de cada par de vetores, resulta sempre no terceiro de tal maneira que este e´ ortogonal aos outros dois. 44 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL vii. |~u× ~v|2 = |~u|2|~v|2 − (~u~v)2 Identidade de Lagrange. viii. se ~u 6= 0 e ~v 6= 0 e se θ e´ o aˆngulo entre os vetores ~u e ~v, de fato: |~u×~v|2 = |~u|2|~v|2 − (~u~v)2 = |~u|2|~v|2 − (|~u||~v|cosθ)2 = ~u|2|~v|2(1− cos2(θ)) = |~u|2|~v|2sen2(θ) Portanto, o comprimento ou norma e´ |~u× ~v| = |~u||~v|sen(θ). ix. ~u× (~v × ~w) 6= (~u× ~v)× ~w x. Sentido de −→u ×−→v : regra da ma˜o direita: Figura 2.9: Regra da Ma˜o Direita. 2.2.3 Agora tente resolver! 1. Dados os vetores abaixo, esboce os eixos coordenados e represente os vetores ~u, ~v e ~u× ~v: (a) ~u = (3,4,3), ~v = (0,0,6) (b) ~u = (2,6,0), ~v = (0,4,3) (c) ~u = (2,− 3,4), ~v = (1,4,0) 2. Para cada item, determine ~u× ~v e ~v × ~u: (a) ~u = (2,3,0), ~v = (4,1,− 1) 45 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL (b) ~u = (0,1,2), ~v = (2,0,3) (c) ~u = (1,− 1,1), ~v = (3,1,2) 3. Sabendo que ~u = (1,2,3), ~v = (2,1,− 1) e ~w = (3,1,0), calcule: (a) 3~u× (~v + 2~w) (b) (~u× ~v)× (~v × ~u) (c) ~u · (~v × ~w) (d) (~u× ~v)× ~w (e) ~u× (~v × ~w) (f) (~u× ~v) · ~w 2.2.4 Interpretac¸a˜o Geome´trica do Produto Vetorial A a´rea de um paralelogramo determinado pelos vetores ~u e ~v e´ numeri- camente igual ao mo´dulo do produto vetorial |~u×~v| como podemos observar pela figura. Ca´lculo da a´rea do paralelogramo: A´rea(ABCD) =(AB)h, onde (AB) =| −→ AB | = |~u|. Temos que h=(AD)sen(θ), em que (AD) = | −→ AD | = |~v|. Logo, A´rea(ABCD)=|~u||~v|senθ = |~u× ~v|. Exemplo 26. Dados os vetores ~u = (2,1,−1), ~v = (−1,1,3), calcular a a´rea do paralelogramo formado por ~u e ~v. Soluc¸a˜o: 46 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL |~u× ~v| = ∣∣∣∣∣∣ ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k 2 1 −1 −1 1 3 ∣∣∣∣∣∣ ∣∣∣∣∣∣ = |~i(3− (−1))−~j(6− (1)) + ~k(2− (−1))| = |4~i− 5~j + 3~k| = |(4,− 5,3)| = √ 42 + (−5)2 + 32 = √ 16 + 25 + 9 = √ 50 = 5 √ 2 u.a. Exemplo 27. Calcular a a´rea do triaˆngulo formado pelos pontos A(-1,1,0), B(2,1,-1), C(-1,1,2). Soluc¸a˜o: Primeiramente, calcularemos os vetores −→ AB e −→ AC. −→ AB= B −A = (2,1,− 1)− (−1,1,0) = (3,0,− 1) −→ AC= C −A = (−1,1,2)− (−1,1,0) = (0,0,2) Agora vamos calcular a a´rea do paralelogramo formado por estes vetores: | −→ AB × −→ AC | = ∣∣∣∣∣∣ ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k 3 0 −1 0 0 2 ∣∣∣∣∣∣ ∣∣∣∣∣∣ = |~i(0− 0)−~j(6− 0) + ~k(0− 0)| = |0~i− 6~j + 0~k| = |(0,− 6,0)| Portanto, a a´rea do paralelogramo e´ | −→ AB × −→ AC | = √(−6)2 = √36 = 6u.a. Mas, o exerc´ıcio pergunta qual o valor da a´rea do triaˆngulo formado pelo pontos A, B e C. Conforme a figura a seguir, a a´rea do triaˆngulo e´ exata- mente a metade da a´rea do paralelogramo, ou seja 3 u.a. 47 IMEF - FURG 2.2. PRODUTO VETORIAL 2.2.5 Agora tente resolver! 1. Obtenha o vetor −→x tal que −→x ·(−→i −−→j ) = 0 e −→x ×(−→i +2−→k ) = −→i −1 2 −→ k . 2. Dados os vetores ~u = 3~i− 2~j + 4~k e ~v =~i− 3~j − 2~k. Calcule ~u× ~v e |~u× ~v|. 3. Nos itens abaixo, encontre ~u×~v , o mo´dulo (comprimento) e a direc¸a˜o do vetor unita´rio resultante de : a) ~u = 2~i− 2~j − ~k,~v =~i− ~k. b) ~u = 2~i+ 3~j,~v = −~i+~j. c) ~u = 2~i− 2~j + 4~k,~v = −~i+~j − 2~k. 4. Determine o vetor ~w, simultaneamente ortogonal aos vetores ~u = (2,1,1) e ~v = (5,3,− 1). 5. Encontre o vetor ortogonal ao plano dos vetores ~u = (3,1, − 1) e ~v = (4,2,3). 6. Considerando os vetores ~a = (1,2,3),~b = (−1,1,2),~c = (2, − 4,3) e ~d = (2,− 1,0), calcular (~a×~b) · (~c× ~d). Uma Aplicac¸a˜o na F´ısica O Torque e´ o produto entre a intensidade da forc¸a pela distaˆncia d de um ponto P . Nesta situac¸a˜o, quando giramos, por exemplo, um parafuso aplicamos uma forc¸a F sobre a chave para apertarmos o parafuso, assim, o torque que estamos produzindo age ao longo do eixo do parafuso para gira´-lo. A magnitude do torque depende da distaˆncia entre o eixo do parafuso e o ponto sobre a chave no qual estamos aplicando a forc¸a e quanto da forc¸a e´ perpendicular a` chave no ponto de aplicac¸a˜o. O nu´mero que usamos para medir o torque e´ a magnitude do vetor |~d||~F |senθ ou ~d × ~F , onde ~d e´ o comprimento do brac¸o da alavanca. Exemplo 28. Calcular o mo´dulo do torque sobre uma barra −−→ PQ, onde−−→ PQ = 4~j(em metros) e ~F = 15~i (em newtons) e o eixo de rotac¸a˜o e´ o eixo z. 48 IMEF - FURG 2.3. PRODUTO MISTO Soluc¸a˜o: Torque = −−→ PQ× ~F = −60~k. Assim, o mo´dulo pode ser calculado como |Torque| = √(−60)2 = 60mN . 2.3 Produto Misto 2.3.1 Definic¸a˜o do Produto Misto Dados treˆs vetores ~u = x1~i + y1~j + z1~k, ~v = x2~i + y2~j + z2~k e ~w = x3~i + y3~j + z3~k, o produto misto tomado nesta ordem, e´ o nu´mero real ~u · (~v × ~w). Observe que o produto vetorial ~v × ~w e´ um vetor, e portanto, e´ poss´ıvel formar seu produto escalar ~u · (~v × ~w). Estes treˆs vetores formam treˆs ares- tas adjacentes de um paralelep´ıpedo. Por isso, o produto misto representa o volume do paralelep´ıpedo gerado por estes vetores. Representamos o produto misto de ~u, ~v e ~w por (~u,~v, ~w). Ca´lculo do Produto Misto Do resultado do produto vetorial: ~v × ~w = (y2z3 − z2y3)~i− (x2z3 − z2x3)~j + (x2y3 − y2x3)~k Temos que: ~u·(~v× ~w) = (x1~i+y1~j+z1~k)·[(y2z3−z2y3)~i−(x2z3−z2x3)~j+(x2y3−y2x3)~k]. Sabendo que o produto escalar de dois vetores ortogonais e´ nulo, so´ tere- mos resultados quando houver produto escalar entre o mesmo vetor unita´rio 49 IMEF - FURG 2.3. PRODUTO MISTO da base canoˆnica. ~u · (~v × ~w) = x1(y2z3 − z2y3)~i ·~i+ y1(x2z3 − z2x3)~j ·~j + z1(x2y3 − y2x3)~k · ~k = x1y2z3 − x1z2y3 + y1x2z3 − y1z2x3 + z1x2y3 − z1y2x3 = x1y2z3 + y1x2z3 + z1x2y3 − (x1z2y3 + y1z2x3 + z1y2x3) Logo, o que temos e´: ~u · (~v × ~w) = ∣∣∣∣∣∣ x1 y1 z1 x2 y2 z2 x3 y3 z3 ∣∣∣∣∣∣ 2.3.2 Propriedades do Produto Misto As propriedades do produto misto decorrem das propriedades dos deter- minantes. i. (~u,~v, ~w) = 0 Se um dos vetores e´ nulo, teremos uma linha nula no determinante, portanto, seu resultado e´ nulo. Se dois deles sa˜o colineares, temos linhas proporcionais, gerando um resultado nulo. E considerando que ~u · (~v× ~w) = 0, significa que ~u e ~v× ~w sa˜o vetores ortogonais e sabendo que ~v × ~w e´ ortogonal a ~v e ~w, enta˜o ~v × ~w e´ ortogonal a ~u,~v, ~w. Portanto, ~u,~v, ~w sa˜o coplanares. ii. O produto misto independe da ordem circular dos vetores: (~u,~v, ~w) = (~v, ~w, ~u) = (~w, ~u,~v). Mas troca de sinal se trocarmos as posic¸o˜es de dois vetores consecuti- vos: (~u,~v, ~w) = −(~v, ~u, ~w). iii. (~u,~v, ~w + ~r) = (~u,~v, ~w) + (~u,~v, ~r) Comparando com as propriedades dos determinantes, observamos que se cada elemento de uma linha e´ uma soma de parcelas, o determinante pode ser expresso sob a forma de uma soma de determinantes. iv. (~u,~v,m~w)=(~u,m~v, ~w)=(m~u,~v, ~w)=m(~u,~v, ~w) Se multiplicarmos uma linha por um nu´mero real, o resultado final fica multiplicado por esse nu´mero. 50 IMEF - FURG 2.3. PRODUTO MISTO v. (~u× ~v) · ~w = ~u · (~v × ~w) O produto misto e´ comutativo, pois o produto escalar tambe´m e´ co- mutativo. Exemplo 29. Encontre o produto misto (~u,~v, ~w), onde ~u = (3,2,1), ~v = (1,1,1), ~w = (2,1,1). Soluc¸a˜o: ~u · (~v × ~w) = 3 + 4 + 1− (2 + 3 + 2) = 8− 7 = 1. 2.3.3 Agora tente resolver! 1. Calcule o produto misto dos vetores a seguir, na ordem que eles apa- recem: (a) ~u = (1,2,3), ~v = (2,1,0), ~w = (3,0,− 1) (b) ~u = (0,0,2), ~v = (2,− 1,0), ~w = (1,1,− 1) (c) Verificar se os vetores abaixo sa˜o coplanares: i. ~u = (1,2,3), ~v = (0,0,2), ~w = (−1,0,3) ii. ~u = (2,4,6), ~v = (1,1,3), ~w = (6,12,18) 2.3.4 Interpretac¸a˜o Geome´trica do Produto Misto O volume de um paralelep´ıpedo e´ definido como a´rea da base pela sua altura (Ab · h). Observando a figura 2.10 a a´rea da base do paralelep´ıpedo e´ |~u× ~v|. Seja θ o aˆngulo entre os vetores e ~u× ~v e ~w. Sendo ~u× ~v um ve- tor ortogonal a` base, a altura sera´ paralela a ele, e , portanto, h = |~w||cos(θ)|. Assim, V = |~u× ~v||~w||cos(θ)| Fazendo ~u× ~v = ~n, V = |~n| · |~w||cos(θ)|Sabendo que ~n · ~w = |~n||~w|cos(θ). O volume do paralelep´ıpedo e´ definido pelo mo´dulo do produto misto deter- minado pelos vetores ~u, ~v e ~w. V = |~n · ~w| = |(~u× ~v) · ~w| Exemplo 30. Encontre o volume da caixa determinada por ~u = (1,2,− 1), ~v = (−2,0,3), ~w = (0,7,− 4). 51 IMEF - FURG 2.3. PRODUTO MISTO Figura 2.10: Interpretac¸a˜o Geome´trica do Produto Misto. Soluc¸a˜o: V = |(~u,~v, ~w)| = ∣∣∣∣∣∣ 1 2 −1 −2 0 3 0 7 −4 ∣∣∣∣∣∣ = |0 + 0 + 14− (0 + 21 + 16)| = |14− 37| = | − 23| = 23 u.v. Observac¸a˜o 3: O Tetraedro e´ uma figura geome´trica espacial. Um Tetraedro Regular e´ formado por quatro triaˆngulos equila´teros. O volume do tetraedro ABCD e´ 16 do volume do paralelep´ıpedo. Pois, VT = 1 3 AbThT . Sabendo que a a´rea da base e´ AbT = 1 2 AbP e a altura do tetraedro e´ igual a altura do paralelep´ıpedo hT = hP . Enta˜o, VT = 1 3 1 2 AbPhP = 1 6 AbPhP = 1 6 VP . Exemplo 31. Calcule o volume do tetraedro sabendo que as arestas sa˜o determinadas pelos vetores ~u = (−1,1,0), ~v = (−1,0,1) e ~w = (3,2,7). Soluc¸a˜o: V = |(~u,~v, ~w)| = 16 ∣∣∣∣∣∣ −1 1 0 −1 0 1 3 2 7 ∣∣∣∣∣∣ = 16 |12| = 2u.v. Exemplo 32. Verificar se os pontos A(0,1,1), B(1,0,2), C(1,−2,0) e D(−2,2,− 2) sa˜o coplanares. 52 IMEF - FURG 2.3. PRODUTO MISTO Figura 2.11: Tetraedro. Soluc¸a˜o: Os pontos pertencem ao mesmo plano se os vetores −−→ AB = (1, − 1,1),−→AC = (1, − 3, − 1) e −−→AD = (−2,1, − 3) sa˜o coplanares, isto acontece se o produto misto entre eles e´ zero. Assim, det ∣∣∣∣∣∣ 1 −1 1 1 −3 −1 −2 1 −3 ∣∣∣∣∣∣ = 0. Duplo Produto Vetorial: Dados os vetores ~u = x1~i + y1~j + z1~k, ~v = x2~i+ y2~j + z2~k e ~w = x3~i+ y3~j + z3~k, chama-se duplo produto vetorial dos vetores ~u, ~v e ~w ao vetor ~u× (~v × ~w). Observac¸a˜o: O produto vetorial na˜o e´ associativo: ~u × (~v × ~w) 6= (~u× ~v)× ~w. Decomposic¸a˜o do Duplo Produto Vetorial: E´ poss´ıvel decompor o duplo produto vetorial na diferenc¸a de dois vetores com coeficientes escalares: ~u× (~v × ~w) = (~u · ~w)~v − (~u · ~v)~w Esta fo´rmula pode ser escrita sob a forma de determinantes: ~u× (~v × ~w) = ∣∣∣∣ ~v ~w~u · ~v ~u · ~w ∣∣∣∣ 2.3.5 Agora tente resolver! 1. Dados os vetores ~a = (3, − 1,1),~b = (1,2,2) e ~c = (2,0, − 3), calcule (~a,~b,~c). 53 IMEF - FURG 2.4. LISTA 2 2. Qual deve ser o valor de m para que os vetores ~u = (2,m,0), ~v = (1,− 1,2) e ~w = (−1,3,− 1) sejam coplanares? 3. Determine o volume do paralelep´ıpedo determinado pelos vetores ~u = (0,− 1,2), ~v = (−4,2,− 1) e ~w = (3,4,− 2). 2.4 Lista 2 1. Encontre as coordenadas do vetor ~v = (a,b,c), resolvendo os seguintes sistemas: (a) ~v · (−~i+~j) = 2 ~v · (~i+ 2~k) = 4 ~v · (−~i) = 3 (b) ~v · (2~i+~j + ~k) = 2 ~v · (~i− ~k) = 0 ~v · (3~j) = 9 (c) ~v · (3~i+ 2j − ~k) = 3 ~v · (−~j − ~k) = 2 ~v · (3~i− ~k) = 1 2. Dados os vetores ~u = (2,3, − 1),~v = (4, − 2, − 3), determinar −→x de modo que 4−→x − 2−→v = −→x + (−→u · −→v )−→u . 3. Dados os vetores ~u = (3,− 2,4), ~v = (1,2,− 4), calcular (a) (3~u− ~v) · (~v − 4~u) (b) (~u+ 3~v) · (~u− ~v) 4. Sabendo que |~u| = 2, |~v| = 3 e ~u · ~v = −1, calcular: (a) (2~u− 3~v) · ~u (b) (~u+ ~v) · (~v − 4~u) 5. Qual o comprimento do vetor projec¸a˜o de ~u = (2,4,5) sobre o eixo x? 6. Qual o comprimento do vetor projec¸a˜o de ~a = (4,5, − 3) sobre o eixo y? 7. Determinar o vetor −→v paralelo ao vetor −→u = (1,3,−1) tal que −→v ·−→u = 44. 8. Determine x para que os vetores sejam ortogonais: (a) ~u = (x+ 2,2,1) e ~w = (4,− x,2) 54 IMEF - FURG 2.4. LISTA 2 (b) ~u = (4,x+ 1,3) e ~w = (x,3,− 2x) 9. Encontre o vetor projv~u: (a) ~u = (2,2,− 3) e ~v = (5,3,0) (b) ~u = 7~i+ 8~j + 9~k e ~v =~i+ 2~j + 3~k (c) ~u = (3,− 6,7) e ~v = (0,1,1) (d) ~u = 2~i+ 7~j − 6~k e ~v = 3~i+ 2~j (e) ~u = (2,3,4) e ~v = (1,− 1,0) 10. Encontre os aˆngulos entre os vetores: (a) ~u = (2,7,− 6) e ~v = (3,2,0) (b) ~u = 2~i+ 4~j + 6~k e ~v = 6~j (c) ~u = (1,2,− 8) e ~v = (3,1,0) (d) ~u = (5,− 6,4) e ~v = (0,0,7) 11. Encontre a medida dos aˆngulos do triaˆngulo cujos ve´rtices sa˜o A(-1,0), B(2,1), C(1,-2). 12. Marque os pontos A(4,5,3), B(6,2,0) e C(0,6,2) no espac¸o tridimensi- onal, desenhe a placa triangular e calcule o aˆngulo interno ao ve´rtice A. 13. Usando a definic¸a˜o de trabalho (W ) realizado por uma forc¸a constante W = ~F · −−→AB = |~F ||−−→AB|cosθ. Encontre o trabalho realizado por uma forc¸a que atua no deslocamento de um objeto de A para B, sabendo que |~F | = 30N (newtons) e |−−→AB| = 2m e θ = 30◦. 14. Encontre o trabalho realizado por uma forc¸a que atua no deslocamento de um objeto de A para B, sabendo que |~F | = 25N (newtons) e |−−→AB| = 4m e θ = 60◦. 15. Encontre as coordenadas do vetor ~w de mo´dulo 27 que e´ ortogonal ao vetor ~u = (3,2,− 2) e ao vetor ~v = (1,− 2,− 6). 16. Determine o vetor ~u = (a,b,c) sabendo que ~u · ~v = 1 e ~u · ~w = 1 e que |~u| = √22, onde ~v = (1,1,0) e ~w = (2,1,− 1). 17. Dados os vetores ~u = (2,3,1) e ~v = (1,2,3), encontre: (a) ~w = 2~u× ~v (b) ~w = (3~u+ 2~v)× ~v (c) ~w = ~u× (~v − ~u) 18. Se ~u = 2~i−~j + 4~k, ~v = 2~i+ 6~j − 2~k e ~w = −2~i+ 2~k, determinar: 55 IMEF - FURG 2.4. LISTA 2 (a) |~u× ~w| (b) (2~v)× (3~u) (c) (~u× ~w) + (~w × ~v) 19. Dados os pontos P (3,2,1), Q(3,0,5) e R(2,−1,−1), determinar o ponto S tal que ( −→ PS) = ( −→ QR)× ( −→ PR). 20. Dados os vetores ~u = (6,− 2,1) e ~v = (2,− 2,0): (a) Desenhe o paralelogramo e determine sua a´rea. (b) Encontre a altura do paralelogramo relativa a` base definida pelo vetor ~v. 21. Calcule a a´rea do paralelogramo ABCD, sendo −→ AB= (1, − 1,3) e −→ AD= (3,− 3,2). 22. Marque os pontos a seguir no espac¸o cartesiano, encontre a a´rea dos triaˆngulos formados pelos vetores −→ AB e −→ AC e o comprimento das al- turas baixadas pelo ve´rtice B: (a) A(2,6,0), B(4,4,6), C(5,2,− 1) (b) A(4,− 3,4), B(4,4,4), C(5,3,− 4) (c) A(4,− 3,0), B(5,6,4), C(5,5,− 2) 23. Dados os vetores ~u = (2,3,0) e ~v = (3,4,4), encontre a a´rea do parale- logramo sabendo que ele e´ formado por 2~u e ~v. 24. Encontre um vetor perpendicular ao plano dos pontos A(4,6,1), B(5,− 3,4) e C(5,5,− 2). 25. Conhecendo as coordenadas dos vetores ~v = (1,1,3) e ~w = (1,2, − 1). Encontre as coordenadas do vetor ~u sabendo que ele e´ ortogonal ao eixo x e ~v = ~u× ~w. 26. Determinar a distaˆncia do ponto A(−4, − 3,5) a` reta que passa pelos pontos P (2,7,0) e Q(5,− 4,− 2). 27. Encontre o vetor ~u tal que ~u× (~i−~j) = 2(~i+~j−~k), tal que o mo´dulo de −→u seja √6. 28. Sabendo que os pontos A(4,0,2), B(6,2,5), C(5,5,3) e D(3,3,0) sa˜o ve´rtice de uma placa, marque os pontos no espac¸o cartesiano, deter- mine a a´rea e o aˆngulo interno ao ve´rtice C. 29. Determine o vetor ~v, ortogonal ao eixo Oy, sabendo que ~v · (0,3,2) = 8 e |~v × (1,2,0)| = √180. 56 IMEF - FURG 2.4. LISTA 2 30. Dados os vetores ~u = (2,−1,3) e ~v = (2,3,3) e ~w = (2,0,−4), calcular: (a) (~u,~v,~w) (b) (~w,~u,~v) (c) (~v,~u,~w) 31. Determinar o valor de k para que sejam coplanares os vetores: (a) ~u = (2,2,k) e ~v = (2,0,1) e ~w = (k,4,k). (b) ~u = (2,k,2) e ~v = (1,0,k) e ~w = (3,− 1,1)). 32. Um paralelep´ıpedo e´ determinado pelos vetores ~u = (3,1,0),~v = (2,1,0) e ~w = (2,1,5). Calcular seu volume e a altura relativa a` base definida pelos vetores ~u e ~v. 33. Sejam A(2,4,0), B(2, − 2,0), C(−4,0,0) e D(0,0,6) ve´rtices de um te- traedro. Calcular o volume deste tetraedro. 34. Sejam A(2,1,6), B(4,1,3), C(1,16,2) e D(3,1,1) ve´rtices de um tetrae- dro. Calcular o volume deste tetraedro. 35. Represente no espac¸o cartesiano o tetraedro dos itens abaixo e calcule seu volume: (a) A(7,6,− 3), B(5,− 1,1), C(0,6,0), D(5,5,5) (b) A(−3,4,0), B(4,0,1), C(4,8,0), D(−1,0,3) 36.Sejam os vetores ~u = (2,1,0), ~v = (1,0,2) e ~w1 = 2~u−~v, ~w2 = 3~v− 2~u, e ~w3 = ~i + ~j + 2~k. Determinar o volume do paralelep´ıpedo definido por ~w1, ~w2, ~w3. 37. Quatro ve´rtices de um paralelep´ıpedo sa˜o A(1, 4, 12), B(6,−8, 14), C(−5, 12, 6) e D(9, 18, 15). Calcule o volume desse paralelep´ıpedo. 38. Do tetraedro de arestas OA, OB e OC, sabe-se: −→ OA = (x,3,4), −−→ OB = (0,4,2), −−→ OC = (1,3,2). Calcule x para que o volume desse tetraedro seja igual a 2u.v. 39. Dados os pontos A(3,4,0), B(0,− 2,0) e C(1,2,4), determinar o ponto D do eixo Oy, tal que o volume do tetraedro determinado por −−→ AB, −→ AC e −−→ AD seja 12u.v. 40. Determine o valor de a para que os vetores sejam coplanares ~u = (2,4,0), ~v = (3,2,− 1) e ~w = (a,0,1). 41. Sendo os vetores ~u = (4,4,0), ~v = (−3,5,0) e ~w = (1,3,z) ve´rtices de um paralelep´ıpedo de volume 192u.v., determinar o valor de z. 57 IMEF - FURG 2.4. LISTA 2 42. Determinar o vetor ~m = (a,b,c), tal que: ~m · (2,3,4) = 9 ~m× (−1,1,− 1) = (−2,0,2) 43. Determinar o vetor ~u = (a,b,c), tal que: ~u · (2,0,4) = 4 ~u× (3,− 1,0) = (0,0,3) 44. Encontre os valores de b e c de modo que (2,b,c)·((1,2,3)×(1,0,−1)) = 8. 45. Encontre os valores de b e c de modo que (2,b,c)× (1,−2,2)) = (2,2,1). 58 IMEF - FURG Cap´ıtulo 3 Gabaritos 3.1 Gabarito - Lista 1 1. −→w = (−9 7 , −10 7 ) 2. a = 9, b = 8, c = −2 3. a. −→ OA = (3,6), −−→ AB = (1, − 14),−−→CB = (5, − 11),−→OA + −−→CB = (8, − 5), −−→ AB −−→OA = (−2,− 20) 4. |−→u | = √27, |−→v | = √21,|−→w | = √13,|−→t | = √74,|−→u +−→w |@ 5. |−→u +−→v | = √45, |−→u − 3−→v | = √557 6. a = 1 3 , b = −18 4 ,c = −6 7. gra´ficos. 8. (0,y,0), (x,0,z), (0,y,z), (x,0,0) 9. −−−→ CPm = ( 3 2 , 3 2 ,− 3),−→u = 2 3 −−−→ CPm = (1,1,− 2) 10. ~v = (1,6) 11. B(7,11,7) 12. ~v = (2,11,− 1) 13. A′(0,− 1,− 4) 14. ~u = ( 1 3 ,− 9 3 , 7 3 ) 15. a = 1, b = 8 3 , c = −1 3 16. b = 18 59 3.2. GABARITO - LISTA 2 3.2 Gabarito - Lista 2 1. a)~v = (−3,− 1,7 2 ); b)~v = (−1 3 ,3,− 1 3 ); c)~v = (−2 3 ,1,− 3). 2. −→x = (18 3 , 11 3 ,− 11 3 ) 3. −488,−68 4. 11,−4 5. 2u.c. 6. 5u.c. 7. −→v = (4,12,− 4) 8. x = −5; x = −3 9. a)( 40 17 , 24 17 ,0), b)( 25 7 , 50 7 , 75 7 ), c)(0, 1 2 , 1 2 ), d)( 60 13 , 40 13 ,0); e)(−1 2 , 1 2 ,0) 10. θ = arcos( 20√ 13 √ 89 ); θ = arcos( 2√ 14 ); θ = arcos( 5√ 10 √ 69 ); θ = arcos( 4√ 77 ) 11. 12. θ = arcos( −8√ 396 ) 13. W = 30 √ 3J 14. W = 50J 15. ~w = (18,− 18,9) ou ~w = (−18,18,− 9) 16. ~u = (3,− 2,3), ~u = (−16 6 , 20 6 ,− 14 6 ) 17. ~w = (14,− 10,2); ~w = (21,− 15,3); ~w = (7,− 5,1) 18. √ 152; (132,− 72,− 84); (−14,− 12,− 14) 19. (−13,6,3) 20. √ 72u.a.; 3u.c. 21. √ 98 = 7 √ 2u.a. 22. 23. 2 √ 209u.a. 24. 60 IMEF - FURG 3.2. GABARITO - LISTA 2 25. (0,− 3,1) 26. 27. (1,1,2) 28. 29. a = 5 ou a = −5, b = 0 e c = 4 30. −56,− 56,56 31. a) k = 4 3 ; b) k = 2 3 ou k = −1 32. V = 5u.v. 33. 34. 105 6 u.v. 35. 328 6 u.v.; 22u.v. 36. 16u.v. 37. 604u.v. 38. 11,− 1 39. −1,− 3 40. a = −2 41. z = 6, z = −6 42. (1,1,1) 43. (2,− 5 3 ,0) 44. b = 6 + 1 2 c 45. b = −5, c = 6 61 IMEF - FURG 3.2. GABARITO - LISTA 2 Bibliografia 1. Steinbruch, A.; Winterle, P. Geometria Anal´ıtica, Sa˜o Paulo: Pearson Makron Books, 1987. 2. Winterle, P. Vetores e Geometria Anal´ıtica, Sa˜o Paulo: Makron Books, 2 ed., 2014. 3. Boulos, P. Geometria Anal´ıtica: um tratamento vetorial, Sa˜o Paulo: McGraw-Hill, 1987. 4. Weir, Maurice D. Ca´lculo (George B. Thomas), Volume II, Sa˜o Paulo: Addison Wesley, 2009. 62 IMEF - FURG Apeˆndice A Estudo da Reta A.1 Conceito de Produto Cartesiano Dados dois conjuntos A e B, o produto cartesiano de A por B, (A×B) e´ o conjunto formado por todos os pares ordenados (a,b), em que a ∈ A e b ∈ B: A×B = {(a,b)|∀a ∈ A;∀b ∈ B} Exemplo 33. Considere os seguintes conjuntos: A = {1,3,5} e B = {2,3}. A×B = {(1,2),(1,3),(3,2),(3,3),(5,2),(5,3)} Produtos cartesianos importantes: Sendo R - conjunto dos reais. Indica-se por R2 o conjunto formado pelos pares ordenados (x,y), em que x e y sa˜o nu´meros reais. O produto cartesiano: R× R = R2 = {(x,y)|∀x ∈ R; ∀y ∈ R}. O nu´mero x e´ a primeira coordenada (abscissa) e o nu´mero y a segunda coordenada (ordenada) do par (x,y). Indica-se por R3 o conjunto formado pelos ternos ordenados (x,y,z), em que x,y e z sa˜o nu´meros reais. O produto cartesiano: R× R× R = R3 = {(x,y,z)|∀x ∈ R,∀y ∈ R,∀z ∈ R}. O nu´mero x e´ a primeira coordenada (abscissa) e o nu´mero y a segunda coordenada (ordenada) e z e´ a terceira coordenada (cota) do terno (x,y,z). 63 A.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO A.1.1 Coordenadas Cartesianas na reta Uma reta orientada e´ uma reta na qual tomamos um sentido positivo de percurso (flecha). Figura A.1: Reta Orientada. Como vimos, cada ponto no plano (R2) possui uma abscissa e uma or- denada, portanto, o ponto P e´ um par ordenado (x,y). Note que o plano cartesiano e´ formado a partir de duas retas mutuamente perpendiculares. O eixo x e´ perpendicular ao eixo y. Figura A.2: Plano cartesiano. Exemplo 34. Pontos no plano cartesiano. Suponha que deseja-se marcar o ponto A(1, − 3) no plano cartesiano. Para isso, imagine uma reta vertical passando pelo ponto 1 do eixo x e uma 64 IMEF - FURG A.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Figura A.3: Ponto no plano cartesiano. reta horizontal passando pelo ponto −3 do eixo y. A intersec¸a˜o dessas duas retas e´ o ponto A. Distaˆncia entre dois pontos Para falar em distaˆncia entre dois pontos devemos lembrar do Teorema de Pita´goras, que relaciona as medidas dos lados de um triaˆngulo retaˆngulo. Os lados que formam um aˆngulo reto sa˜o denominados catetos e o lado oposto ao aˆngulo reto e´ chamado de hipotenusa. Assim, temos a2 = b2 + c2. Pela figura abaixo, considere os pontos P (x1,y1) e Q(x2,y2) Figura A.4: Distaˆncia entre dois pontos. |−−→PQ|2 = |x2 − x1|2 + |y2 − y1|2 = (x2 − x1)2 + (y2 − y1)2 65 IMEF - FURG A.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO |−−→PQ| = √ (x2 − x1)2 + (y2 − y1)2 Ponto Me´dio Considere treˆs pontos sobre uma reta A(x1,y1), B(x2,y2), P (x,y), onde P e´ o ponto me´dio entre A e B, enta˜o AP = PB. Portanto, x = (x1 + x2) 2 , y = (y1 + y2) 2 P = ( x1 + x2 2 , y1 + y2 2 ) Figura A.5: Ponto me´dio. A.1.2 A Equac¸a˜o da Reta no plano E´ fa´cil perceber que dois pontos distintos definem uma u´nica reta. Con- sidere a reta definida por A(x0,y0) e B(x1,y1). Um ponto P (x,y) esta´ sobre a reta desde que A,B e P sejam colineares, como podemos observar pela figura abaixo. Tal condic¸a˜o de alinhamento e´ satisfeita se os triaˆngulos ABM e APN forem semelhantes, PN AN = BM AM Portanto, y − y0 x− x0 = y1 − y0 x1 − x0 . Onde, x0,y0,x1,y1 sa˜o nu´meros conhecidos. Tal constante e´ o coefici- ente angular da reta a e pode ser calculado dividindo-se a variac¸a˜o 4y das ordenadas dos pontos conhecidos da reta pela variac¸a˜o4x de suas abscissas. 66 IMEF - FURG A.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Figura A.6: Definic¸a˜o da equac¸a˜o da reta. a = 4y 4x = y1 − y0 x1 − x0 . Enta˜o, y1 − y0 x1 − x0 = a ou y − y0 = a(x − x0) e´ a equac¸a˜o na forma ponto coeficiente angular. Isolando y, temos y = ax− ax0 + y0, onde ax0 + y0 = b, enta˜o a forma da equac¸a˜o reduzida da reta e´ dada por y = ax+ b. Sendo assim, a e´ o coeficiente angular da reta e b o coeficiente linear. Di- zer que y = ax+b e´ uma equac¸a˜o de uma dada reta significa que todo ponto dareta tem coordenadas que satisfazem sua equac¸a˜o. Reciprocamente, todo par ordenado que satisfaz sua equac¸a˜o e´ um ponto da reta. Declividade ou coeficiente angular Considere uma reta r na˜o paralela ao eixo Oy e α sua inclinac¸a˜o, o coeficiente angular a e´ o nu´mero real que expressa a tangente trigonome´trica de sua inclinac¸a˜o α. a = tgα Observe a seguir os casos com 0◦ ≤ α < 180◦ : A equac¸a˜o da reta horizontal e´ y = b. 67 IMEF - FURG A.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Figura A.7: Reta horizontal. Figura A.8: Reta com coeficiente angular negativo. Figura A.9: Reta com coeficiente angular positivo. 68 IMEF - FURG A.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Figura A.10: Reta vertical. A equac¸a˜o da reta vertical e´ x = c. Observamos que uma reta com coeficiente angular positivo dirige-se para cima e para direita, e, uma reta com coeficiente angular negativo dirige-se para baixo e para direita. Exemplo 35. Como calcular o coeficiente angular: Dados dois pontos da reta, por exemplo, A(2,3) e B(4,7), enta˜o: a = 7− 3 4− 2 = 4 2 = 2 Equac¸a˜o da reta conhecidos um ponto e a declividade: Considere P (x,y) um ponto gene´rico sobre a reta e a a declividade (co- eficiente angular), temos tgα = a = y − y1 x− x1 ⇒ y − y1 = a(x− x1) Exemplo 36. Se o ponto A(3,2) pertence a reta r e o coeficiente angular da reta e´ 2, usando a equac¸a˜o (y − y1) = a(x− x1), temos: (y − 2) = 2(x− 3)⇒ (y − 2) = 2x− 6⇒ y = 2x− 4. Equac¸a˜o Geral da reta: Toda reta possui uma equac¸a˜o na forma ax+ by + c = 0 na qual a,b e c sa˜o constantes e a e b na˜o sa˜o simultaneamente nulos, chamada de equac¸a˜o geral da reta. Retas paralelas 69 IMEF - FURG A.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Duas retas sa˜o paralelas quando na˜o existe um ponto comum a elas. Por- tanto, duas retas sa˜o paralelas se, e somente se, possuem a mesma inclinac¸a˜o a e cortam o eixo Oy em pontos diferentes. Figura A.11: Retas paralelas. Retas concorrentes Figura A.12: Retas concorrentes. Exemplo 37. Dadas as retas r : 3x + 2y − 7 = 0 e s : x − 2y − 9 = 0, determinar o ponto P de intersec¸a˜o das retas r e s. Soluc¸a˜o: Resolver o seguinte sistema:{ 3x+ 2y − 7 = 0 x− 2y − 9 = 0 70 IMEF - FURG A.1. CONCEITO DE PRODUTO CARTESIANO Temos: 4x − 16 = 0 ⇒ 4x = 16 ⇒ x = 4, substituindo na segunda equac¸a˜o, y = −5 2 . Portanto, P (4, −5 2 ). Retas perpendiculares Duas retas sa˜o perpendiculares quando o aˆngulo entre elas e´ 90◦. Sejam, r : y = ax+ b e s : y = mx+ n, r e s sa˜o perpendiculares se ma = −1. Figura A.13: Retas perpendiculares. 71 IMEF - FURG Apeˆndice B Geometria B.1 Geometria B.1.1 A´rea de um paralelogramo A a´rea de um paralelogramo e´ igual ao produto do comprimento de um lado pelo comprimento da altura, relativa a`quele lado. B.1.2 A´rea de um triaˆngulo A a´rea de um triaˆngulo e´ igual a metade do produto do comprimento de um lado pelo comprimento da altura, relativa a`quele lado. 72 B.1. GEOMETRIA B.1.3 Tetraedro O tetraedro regular e´ um so´lido platoˆnico, figura geome´trica espacial formada por quatro triaˆngulos equila´teros (triaˆngulos que possuem lados com medidas iguais); possui 4 ve´rtices , 4 faces e 6 arestas. E´ um caso particular de piraˆmide regular de base triangular. 73 IMEF - FURG Apeˆndice C Fo´rmulas Trigonome´tricas C.1 Fo´rmulas C.1.1 Definic¸a˜o Seno: sin θ = y r = 1 csc θ Cosseno: cos θ = x r = 1 sec θ Tangente: tan θ = y x = 1 cotgθ 74
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