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IDPP - AD1 - 2019.1 - GABARITO

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
 
AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA 1 – AD 1 – PERÍODO – 2019/1º 
 
Disciplina: Instituições de Direito Público e Privado 
Coordenador: Prof. Afranio Faustino de Paula Filho 
 
Conteúdo: Aulas 1 a 4 
Data-limite para entrega: 03/03/2019 (até 23:55h) 
Total de Pontos: 10,0 (Dez) 
GABARITO: 
 
Após estudar as aulas 1 a 4 desta disciplina, escreva um texto on-line, respondendo às ques-
tões que se seguem: 
 
1. Considerando os estudos realizados no caderno didático, devidamente atualizado pelas erratas 
e complementado pelo material postado na plataforma ao longo das diversas aulas, mostre a 
diferença entre o Direito Positivo, o Direito Objetivo e o Direito Subjetivo. (2,5 pontos) 
 
Expectativa de Resposta: 
 
Como foi visto no material complementar ao caderno didático, o conceito de Direito Po-
sitivo é bastante amplo pois abrange não só o direito em vigor (direito vigente também denomi-
nado direito objetivo) como o já fora de vigor (direito histórico), o direito escrito (direito codifi-
cado e legislado) como o direito não-escrito (direito costumeiro ou consuetudinário). 
 
Do exposto, podemos concluir que o Direito Objetivo é o direito vigente, e que ele é parte 
do Direito Positivo. 
 
Em outras palavras, o Direito Objetivo é a parte em vigor do Direito Positivo, isto é, 
quando em condições de ser aplicado, de alicerçar nossa pretensão jurídica. O Direito Objetivo 
se refere ao que é determinado pela lei, a algo que se deve fazer para se estar de acordo com a 
lei, como, por exemplo, “não fumar em elevadores”. 
 
Acrescente-se a isto o fato de que o Direito Subjetivo e o Direito Objetivo são indissoci-
áveis, visto que aquele só existe com base neste. Os romanos denominavam facultas agendi 
(faculdade de ação) ao direito subjetivo e norma agendi (norma de ação) ao direito objetivo. 
 
Portanto, o DIREITO SUBJETIVO significa a possibilidade, a faculdade de alguém exer-
citar um direito contido em norma do ordenamento jurídico vigente, ou seja, do DIREITO OBJE-
TIVO. 
 
Não devemos, portanto, confundir Direito Objetivo e Direito Positivo. 
 
Como dizem MAX & ÉDIS (in “Manual de Direito Público e Privado”. São Paulo: RT, 2002, 
pp. 28-29): 
 
“O direito objetivo designa o Direito enquanto regra de ação (norma agendi), isto é, o 
conjunto de regras vigentes num determinado momento, para reger as relações humanas, e que 
são impostas, coativamente, à obediência de todos. Assim, quando eu me reporto ao Código 
Penal, ao Código Civil, à Lei do Inquilinato, ao Estatuto da Cidade etc., bem como a qualquer 
uma de suas regras, estou me referindo ao direito objetivo. 
 
O direito subjetivo encerra o poder de ação derivado da norma (facultas agendi), isto é, 
a faculdade ou prerrogativa de o indivíduo invocar a lei na defesa de seu interesse. Assim, ao 
direito subjetivo de uma pessoa corresponde sempre o dever de outra, que, se não o cumprir, 
poderá ser compelida a observá-lo através de medidas judiciais. 
 
Melhor explicitando: a Constituição Federal garante o direito de propriedade, ao dispor 
no art. 5.°, XXII, que "é garantido o direito de propriedade". Essa regra é de direito objetivo, pois 
se alguém violar a minha propriedade, poderei acionar o Poder Judiciário para que a irregulari-
dade seja sanada e o meu direito objetivo prevaleça. 
 
Essa faculdade que tenho de movimentar a máquina judiciária para o reconhecimento 
de um direito que a lei me garante é que constitui o direito subjetivo. Disso resulta que o direito 
objetivo é o conjunto de leis dirigidas a todos, ao passo que o direito subjetivo é a faculdade 
que tem cada um de invocar essas leis a seu favor sempre que houver violação de um direito 
por elas resguardado”. 
 
 
2. Como aprendemos na aula 2, as fontes SUPLETIVAS do Direito são a DOUTRINA e a JU-
RISPRUDÊNCIA. Assim sendo, explique cada uma delas e esclareça ainda o que são as SÚ-
MULAS DE JURISPRUDÊNCIA. (2,5 pontos) 
 
Expectativa de Resposta: 
 
 Por DOUTRINA se entende a atividade de interpretação e comentários feitos pelos es-
tudiosos do Direito, genericamente denominados JURISTAS, aos diversos textos jurídicos: a 
Constituição, as leis, os decretos, etc. É o conjunto de opiniões dos professores de Direito, ad-
vogados ou outros profissionais da área jurídica. 
 
 Já a JURISPRUDÊNCIA é entendida como o conjunto de decisões dos integrantes dos 
tribunais do Poder Judiciário, sejam eles ministros [do STF e dos Tribunais Superiores], desem-
bargadores [integrantes dos demais tribunais] ou juízes. 
 
 Quando uma determinada jurisprudência é adotada em razão de uma decisão tomada 
reiteradas vezes por um Tribunal, ela pode ser condensada, por iniciativa do próprio tribunal, 
em súmulas de jurisprudência, documentos cuja existência serve de orientação, embora sem 
caráter obrigatório, no momento em que outros juízes tenham que decidir sobre uma situação 
análoga. 
 
Há, no entanto, situações em que as súmulas de jurisprudência passam a ter caráter de 
obrigatório. Neste caso, a súmula terá que ser votada e aprovada pelo Supremo Tribunal Fede-
ral, por pelo menos 2/3 do plenário, que tem 11 Ministros, tornando-se um entendimento obriga-
tório para todos os outros tribunais e juízes, bem como toda a Administração Pública. Cumprida 
esta formalidade, a súmula será VINCULANTE. 
 
A Súmula Vinculante, na prática, adquire força de lei, criando uma obrigatoriedade para 
todos (erga omnes). 
 
A súmula vinculante foi criada em 30 de dezembro de 2004, com a Emenda Constitucio-
nal n° 45, que adicionou o artigo 103-A à Constituição Federal, que tem a seguinte redação: 
 
“O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, medi-
ante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre 
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na im-
prensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Ju-
diciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual 
e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma esta-
belecida em lei”. 
 
Tanto a doutrina quanto a jurisprudência servem, portanto, para fortalecer, sustentar, 
enfatizar os argumentos do advogado em favor de seu cliente. 
 
3. Por que a sociedade necessitou evoluir para a criação do Estado? Por que dizemos que ele é 
um ente jurídico? (2,5 pontos) 
 
Expectativa de Resposta: 
 
 A sociedade, para garantir o cumprimento das leis criadas por ela e a satisfação das 
necessidades da coletividade, evoluiu no sentido de criar por lei um ente com a finalidade de 
satisfazer as necessidades sociais. Esse ente é o Estado. 
 
 Podemos dizer que ele é um ente jurídico porque não podemos registrá-lo pelos nos-
sos sentidos (visão, tato etc.). Mas podemos registrar as repercussões dele em nossa vida ma-
terial, como por exemplo: o carro do Estado, o funcionário do Estado, o equipamento do Estado 
etc. 
 
4. Por que os Estados do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e todos os outros 
são denominados Estados Autônomos? De modo sintético, mostre as principais diferenças en-
tre um Estado que tenha autonomia e outro que tenha soberania. (2,5 pontos) 
 
Expectativa de Resposta: 
 
• Porque todos os Estados do Brasil têm limites estabelecidos pela Constituição da Re-
pública Federativa do Brasil, que é o Estado Soberano. 
 
• As diferenças entre o Estado que tem autonomia e o que tem soberania, podem ser sin-
tetizadas da seguinte forma: 
 
 
ESTADO SOBERANO 
 
 
ESTADO AUTÔNOMO 
• Tem Autodeterminação (não sujeição). 
Tem o exercício efetivo de todos os 
poderes ligados à personalidade jurí-dica do Estado e ao exercício da auto-
ridade, impondo seu ordenamento jurí-
dico sobre todo o território 
Tem: 
• Autogoverno; 
• Autoadministração; e 
• Auto-organização. 
Todos de acordo com os limites conferi-
dos pela soberania, que se expressa, no 
caso brasileiro, através do texto da Cons-
tituição Federal (Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias [ADCT] – art. 
11). 
• Seu titular é o Estado Federal (Brasil). 
 
• Seus titulares são a União, os Estados-
Membros (ou Federados), o Distrito Fe-
deral e os Municípios (CF 18) 
 
 
Boa atividade! 
 
Em caso de dúvida, procure preferencialmente o seu mediador pedagógico presencial, 
pois a correção da AD é de responsabilidade dele. 
 
As regras das ADs estão discriminadas no Guia da Disciplina.

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