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FACULDADE ESTÁCIO DE CURITIBA 
Curso de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO BRASIL NO ACOLHIMENTO DOS REFUGIADOS NO TERRITÓRIO 
NACIONAL 
ABNER AUGUSTO MEIRELLES DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2019.1 
ABNER AUGUSTO MEIRELLES DOS SANTOS 
 
 
O PAPEL DO BRASIL NO ACOLHIMENTO DOS REFUGIADOS NO TERRITÓRIO 
NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
Artigo Científico Jurídico apresentado à 
Faculdade Estácio de Curitiba, Curso de Direito, 
como requisito parcial para conclusão da 
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. 
 
 
Orientador: Prof. Fernando de Alvarenga Barbosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2019.1
 
 
1 
 
TÍTULO DO TRABALHO 
Abner Augusto Meirelles dos Santos1 
 
RESUMO 
Com os diversos conflitos ocorridos entre as nações, principalmente durante e após 
a 2ª grande guerra mundial e com as disputas internas em determinados países 
entorno do planeta, sejam elas motivadas por interesses religiosos, raciais, políticos, 
sociais ou econômicos, surge a problemática dos refugiados que, em virtude de 
legítimos temores de intolerância e em busca da preservação da própria vida, são 
obrigados a deixarem seu próprio país, constituindo assim uma massa populacional 
em situação de extrema vulnerabilidade vagando pelo mundo. Este artigo pretende 
descrever o desafio da ONU e dos seus Estados membros, incluindo o Brasil, em 
dar acolhimento aos refugiados no seu território com dignidade e respeito aos 
direitos fundamentais inerentes a pessoa humana, respeitando na prática o que 
encontra-se positivado nos tratados internacionais e nos ordenamentos jurídicos 
internos das nações. Para isto, seguirá por uma metodologia qualitativa de pesquisa, 
baseados em bibliografias e documentos disponíveis sobre o tema. Especialmente o 
Brasil vive uma severa onda migratória de refugiados venezuelanos que obrigam o 
Estado brasileiro a tratar da problemática de maneira responsável e urgente, 
garantindo também os interesses do seu próprio povo. Sendo assim, a hipótese de 
que o amparo humanitário a estrangeiros deve se dar por meio de uma fronteira 
permanentemente “aberta”, necessita de uma análise argumentativa uma vez que, 
do outro lado, está a defesa exclusiva dos interesses dos cidadãos do país mediante 
o “fechamento” incondicional do território nacional. 
 
Palavras-chave: Refugiados, Brasil, direitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Graduando do Curso de Direito da Faculdade Estácio de Curitiba 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................03 
 
2. DESEVOLVIMENTO..................................................................................05 
 
2.1 ONU E SUAS DIRETRIZES PARA O ACOLHIMENTO DOS REFUGIADOS 
.........................................................................................................................05 
 
2.2. O ACOLHIMENTO DOS REFUGIADOS EM TERRITÓRIO BRASILEIRO 
.........................................................................................................................07 
 
2.3. OS MOTIVOS QUE LEVAM PESSOAS DEIXAREM SEUS PAÍSES DE 
ORIGEM E VIREM ATÉ O BRASIL ................................................................09 
 
2.4. OS IMPACTOS NA ECONOMIA BRASILEIRA DECORRENTES DO FLUXO 
MIGRATÓRIO .................................................................................................10 
 
2.5. O QUE ESPERAR DO FUTURO DO NOSSO PAÍS COM A INTEGRAÇÃO 
DOS REFUGIADOS EM NOSSA SOCIEDADE .............................................12 
 
3. CONCLUSÃO ............................................................................................13 
 
 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
 O pós-guerra é definido por sensíveis transformações no cenário 
geopolítico mundial. Além das marcas irreparáveis deixadas na humanidade pelos 
dois maiores conflitos que já comprometeram a existência humana no planeta até 
então, a partir do ano de 1945, além da polarização política evidente, continuaram 
a surgir conflitos regionais armados na Ásia, Oriente Médio e África por disputa 
territorial, tomada de poder e outras questões perdurando até os dias atuais e, 
passando inclusive pela América do Sul, no caso recente da Venezuela. 
Este cenário mundial de incertezas fez surgir uma população de seres 
humanos marginalizados e em extrema vulnerabilidade social, com a restrição do 
principal direito fundamental dos indivíduos, qual seja o direito a vida. Esta 
condição de exposição da pessoa humana a evidente perigo, dentro e fora do seu 
país de origem, incitou a comunidade internacional, através da ONU, a adotar 
medidas de acolhimento aos chamados refugiados com direitos humanos violados. 
Tais medidas foram assimiladas pela maioria dos países os quais passaram a ser 
signatários dos tratados internacionais sobre o tema, incluindo soluções a 
problemática nos seus ordenamentos jurídicos internos, a exemplo do Brasil. 
Assim, como ensina Flavia Piovesan (2007, p. 54), 
 
A problemática dos refugiados seja enfrentada sob a 
perspectiva dos direitos humanos, respeitados três momentos 
distintos: i) anterior ao refúgio, em que a ameaça de violação ou 
efetiva violação a direitos fundamentais resultam na busca de 
asilo; ii) quando o refugiado vê-se obrigado a abandonar o seu 
país de origem, devido a fundados temores de perseguição por 
motivos de raça, religião, nacionalidade, por pertencer a um 
determinado grupo social ou mesmo por opiniões políticas e iii) 
 
 
4 
 
o período do refúgio, no qual os direitos dos refugiados devem 
ser protegidos pelo país que os acolheu. 
 
O desafio da comunidade internacional quanto ao acolhimento dos 
refugiados concentra-se na aplicação de políticas públicas de inclusão social, 
resguardando sobre tudo o respeito a dignidade da pessoa humana destes 
indivíduos. 
Embora os direitos dos refugiados estejam positivados externa e 
internamente nos tratados internacionais e ordenamentos jurídicos dos Estados, na 
prática, os países esbarram em suas próprias questões socioeconômicas, 
principalmente de geração de emprego e renda aos seus cidadãos naturais, para a 
plena execução de um acolhimento verdadeiro e digno aos refugiados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1 A ONU E SUAS DIRETRIZES PARA O ACOLHIMENTO DOS 
REFUGIADOS 
 
A partir da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 a qual 
baseia-se nas liberdades fundamentais sem qualquer distinção, a condição de 
refugiado passou a ser considerada como a clara violação dos direitos 
humanos de um indivíduo, no tocante a perseguição deste por motivo de 
raça, religião, nacionalidade e/ou opinião, culminando na criação do Alto 
Comissariado da ONU (ACNUR) em 1951 e de onde se originou o Estatuto do 
Refugiado, considerado a Carta Magna do instituto ao conceituar de forma 
universal o termo refugiado, seus direitos e deveres da seguinte maneira, 
 
Temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, 
grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua 
nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer 
valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e 
se encontra forado país no qual tinha sua residência habitual em 
consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao 
referido temor, não quer voltar a ele. 
 
O Estatuto de 1951 é temporal e geográfico ao considerar como refugiado 
aquela pessoa em condição de vulnerabilidade advinda de situações anteriores a 
1º de janeiro de 1951, ocorridas na Europa e principalmente por meio da 2ª grande 
guerra mundial. 
Com o surgimento de novos grupos de refugiados ao longo dos anos que 
se seguiram e que também careciam de acolhimento, os quais a convenção de 
1951 não os incluía, no ano de 1967 a ONU passa a adotar o chamado Protocolo 
de 67, no qual procura remover as reservas geográficas e temporais, ampliando o 
alcance de uma proteção mais generalizada a outros indivíduos, principalmente, 
naquele momento, oriundos da África e Ásia. 
Observa-se a evolução constante do Direito, acompanhando a 
transformação dos momentos históricos da humanidade e buscando sempre 
regular e ordenar o convívio social, estabelecendo fundamentos para a solução de 
conflitos. Assim, o Direito dos Refugiados assume atualmente uma personalidade 
autônoma e firme, com o objetivo de provocar na sociedade internacional e nos 
 
 
6 
 
Estados, o dever de acolhimento aos povos e indivíduos ameaçados, 
resguardando os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana. O parágrafo 
primeiro, do artigo 2, do Protocolo de 67 convoca o seguinte, 
 
 
Os Estados Membros no presente Protocolo, comprometem-se a 
cooperar com o Alto Comissário das Nações Unidas para os 
Refugiados ou qualquer outra instituição das Nações Unidas que lhe 
suceder, no exercício de suas funções e, especialmente, a 
facilitar seu trabalho de observar a aplicação das disposições do 
presente Protocolo. 
 
 Assim, o processo de contemporaneidade do Direito se observou uma 
vez mais quando, por conta do cenário latino-americano dos anos 1970 a 1980 
marcado por governos ditatoriais e conflitos armados por motivações políticas, o 
que provocou um deslocamento de mais de 2 milhões de pessoas, nestas 
circunstâncias, no ano de 1984 surge a Declaração de Cartagena que passa a 
olhar para a fragilidade dos indivíduos da América Central, conforme o texto do 
terceiro parágrafo, do item II do referido documento, que diz: 
 
Reiterar que, face à experiência adquirida pela afluência em massa de 
refugiados na América Central, se toma necessário encarar a extensão do conceito 
de refugiado tendo em conta, no que é pertinente, e de acordo com as 
características da situação existente na região, o previsto na Convenção da OUA 
(artigo 1., parágrafo 2) e a doutrina utilizada nos relatórios da Comissão 
Interamericana dos Direitos Humanos. Deste modo, a definição ou o conceito de 
refugiado recomendável para sua utilização na região é o que, além de conter os 
elementos da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1967, considere também como 
refugiados as pessoas que tenham fugido dos seus países porque a sua vida, 
segurança ou liberdade tenham sido ameaçadas pela violência generalizada, a 
agressão estrangeira, os conflitos internos, a violação maciça dos direitos humanos 
ou outras circunstâncias que tenham perturbado gravemente a ordem pública. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
2.2 O ACOLHIMENTO DOS REFUGIADOS EM TERRITÓRIO BRASILEIRO 
O governo brasileiro não fora signatário da Declaração de Cartagena, o 
que não o impediu de alinhar-se a definição ampliada do tema refugiados por este 
documento, reforçando o país como um referencial no mundo quanto a acolhida e 
o respeito aos direitos humanos das pessoas em situação de vulnerabilidade. 
A despeito de correntes de pensamento defendidas por alguns países 
onde o refúgio é considerado um problema de ordem pública, condicionando a este 
o acolhimento ou não, e a restrição da entrada de estrangeiros pelo Estado, a 
exemplo do que atualmente se observa em alguns países europeus e nos Estados 
Unidos, o Brasil tem procurado manter-se altruísta quanto ao assunto mesmo 
frente as suas próprias mazelas internas não resolvidas, de ordem social, política e 
econômica. 
Isto se observa quando verifica-se o ordenamento jurídico brasileiro que 
conta com duas bases legais, que são a Constituição da República de 1988 e a Lei 
9.474/97 que, positiva dentre outras questões, a criação do Comitê Nacional para 
os Refugiados (CONARE) e, no seu artigo 7, o seguinte, 
 
 
O estrangeiro que chegar ao território nacional poderá 
expressar sua vontade de solicitar reconhecimento como refugiado a 
qualquer autoridade migratória que se encontre na fronteira, a qual 
lhe proporcionará as informações necessárias quanto ao 
procedimento cabível. 
 
Como comentam Carlet e Milesi (2006, p. 134), 
 
[...] A Lei 9.474/97, além de ser um avanço na internalização 
do Direito Internacional dos Refugiados, constituiu-se também numa 
política pública de amplo significado nesta causa. Com o 
amadurecimento da temática e o debate sobre a importância do 
acesso dos refugiados à educação, ao trabalho, à saúde, à moradia, 
 
 
8 
 
ao lazer, o Brasil vem reconhecendo, em termos legais e teóricos, a 
necessidade de implementação de políticas públicas específicas e a 
possibilidade de acesso dos refugiados às políticas existentes, ao 
amparo, como já dissemos, da disposição constitucional de 
tratamento paritário entre nacionais e estrangeiros residentes no país 
[...]. 
 
Historicamente, traçando uma linha do tempo com os principais 
acontecimentos verifica-se que, entre os anos de 1992 e 1994, por volta de 1.200 
angolanos foram acolhidos como refugiados pelo Centro de Acolhida para 
Refugiados (CASP). De lá para cá, deram entrada no Brasil indivíduos de diversas 
nacionalidades, dentre elas haitianos, moçambicanos, congoleses, colombianos, 
sérvios e, atualmente, sírios e venezuelanos, sendo que estes últimos merecem 
especial destaque. 
A Venezuela passa por uma crítica crise institucional, social e econômica, 
forçando seus cidadãos a abandonarem o país em busca de condições mínimas de 
sobrevivência, de respeito aos direitos humanos e de suas liberdades individuais. 
Assim, países com fronteira seca são os principais alvos de migração desta 
população fragilizada. 
Naturalmente, o estado brasileiro de Roraima se vê as voltas com a 
problemática de acolher com dignidade, sob a égide dos tratados internacionais 
dos quais o Brasil faz parte e da própria legislação para refugiados do país, cerca 
de 800 venezuelanos que diariamente atravessam a fronteira para o lado brasileiro. 
Segundo dados do governo federal, mais de 40.000 venezuelanos encontram-se 
abrigados em território brasileiro. 
Inicialmente, os refugiados têm sido recebidos na fronteira por uma junta 
composta de militares brasileiros, funcionários do CONARE e de representantes da 
ACNUR no Brasil, os quais distribuem alimentação, assistência médica e abrigo as 
pessoas e suas famílias. Não obstante aos esforços do Estado ao acolhimento, o 
aumento substancial desta população, em particular nas ruas da capital Boa Vista, 
tem gerado de certa forma um desequilíbrio social enquanto vários venezuelanos 
saem a perambular pedindo comida, a procura de emprego e de qualquer ajuda. 
 
 
 
9 
 
2.3 OS MOTIVOS QUE LEVAM PESSOAS DEIXAREM SEUS PAÍSES 
DE ORIGEM E VIREM ATÉ O BRASIL 
Os motivos que levam um cidadão deixar o seu país de origem para 
suplicar um lugar no Brasil podem ser diversos, assim como em qualquer outro 
país do Mundo. Em nosso país o maior número de refugiados vem ou veio de 
países como Venezuela, Haiti e Síria, locais com uma crise política ou social 
extremamente grave. 
São inúmeroscasos de pessoas que deixam sua terra, apesar de terem 
bens, serem graduados, mas que pela insegurança e até mesmo risco de vida 
preferem recomeçar aqui no Brasil. 
É interessante analisar o porquê da escolha do nosso país por esses 
cidadãos para se abrigar, os venezuelanos por exemplo são vizinhos do nosso 
território o que torna a vinda para o estado brasileiro mais cômoda e uma opção 
teoricamente mais segura. Haitianos e Sírios já percorrem um pouco mais até 
chegar aqui, mas por termos fama de uma nação acolhedora e de um bom lugar 
para se viver, eles então buscam em nosso território a paz que em seus países 
não existe. 
Nenhum refugiado deixa sua terra porque quer, ele é obrigado a deixá-la 
tendo em vista todos os riscos para sua própria vida, e como é definido pelo 
dicionário em uma de suas definições, o refugiado só quer abrigo. 
O assunto é extremamente delicado, os sírios por exemplo viram uma 
guerra estourar em meados de 2011, aonde mais de 240 mil pessoas morreram, 
sendo que aqueles que ficaram na Síria mais de 60% vive em situação de pobreza, 
fato que levou mais de 7 milhões de sírios deixarem seus lares, sua vida para atrás 
em busca de abrigo, paz, um lugar aonde pudesse viver normalmente. 
Esses milhões de refugiados sírios causaram uma onda migratória para o 
continente europeu, países asiáticos e até lugares mais longes como o Brasil, 
ocasionando a esses países acolhedores um aumento no seu número 
populacional, bem como um impacto na economia. 
 
 
 
10 
 
2.4 OS IMPACTOS NA ECONOMIA BRASILEIRA DECORRENTES DO 
FLUXO MIGRATÓRIO 
Devido ao fluxo migratório dos refugiados em busca de um lugar para se 
abrigar, os países que os recebem, neste caso o Brasil, sofrem um impacto 
econômico que não pode ser evitado e ao mesmo tempo não é previsto, tendo em 
vista que as causas de migração fogem do controle do estado brasileiro. 
Receber essas pessoas é um dever da nação, mas é algo que não é de 
graça, no momento em que chegam esses cidadãos, necessitam de alimentação, 
moradia, auxílio médico e em um curto espaço de tempo um emprego para 
conseguir sustentar suas famílias, estando elas aqui no Brasil ou mesmo enviando 
recursos para aqueles que ficaram em situações de risco em seu país de origem. 
É informação notória para todos que o Brasil vive uma situação em que há 
em torno de mais de 10 milhões de desempregados, então a primeira vista 
recepcionar mais pessoas para inflar ainda mais o mercado não parece ser boa 
ideia, e em certo ponto essa informação é correta. 
Porém se analisarmos mais fundo essa situação e esse impacto veremos 
que o país pode lucrar com essa situação, afinal como mencionado antes existem 
pessoas graduadas, médicos, advogados, engenheiros, que por ter uma cultura 
diferente podem agregar com suas ideias e inovações que podemos não ter, e isso 
foge da questão desses cidadãos talvez não puderem exercer suas profissões 
aqui, afinal nosso mercado é inflado, mas essas pessoas vem com o intuito de 
seguir sua vida e garantido os direitos de cada um, eles podem ser uteis em nossa 
sociedade. 
Vimos anteriormente nesse mesmo trabalho, que a situação de diversos 
venezuelanos que cruzam a fronteira ainda é caótica mesmo no nosso país, isso é 
uma vergonha diante do ordenamento jurídico sólido que temos e que prevê o 
acolhimento dessas pessoas, quando mais tempo demorarmos para ajudar e 
auxiliar essas pessoas, pior é para nosso país, que ao invés de ser exemplo no 
papel do acolhimento se torna manchete pelas situações erradas. Essas pessoas 
só querem uma oportunidade e uma vida melhor para suas famílias, cabe a nós 
auxiliar e garantir esse direito de cada um. 
 
 
11 
 
Infelizmente muitos dos cidadãos em nosso país possuem uma certa 
resistência a esse grupo de pessoas, julgando-os de aproveitadores, acomodados, 
porém isso é errado, claro que dentro de um grupo teremos exemplos bons e ruins, 
assim como em nossa sociedade como um todo, temos a grande parcela de 
trabalhadores honestos e que querem prover o sustento das suas famílias e uma 
pequena parcela que é ruim, que é aproveitadora. Esse preconceito criado não 
pode existir, não pode ser levado à frente, devemos apoiá-los e ajuda-los em sua 
integração, para que os mesmos possam nos auxiliar em busca de uma sociedade 
cada vez melhor para nós mesmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2.5. O QUE ESPERAR DO FUTURO DO NOSSO PAÍS COM A 
INTEGRAÇÃO DOS REFUGIADOS EM NOSSA SOCIEDADE 
É notório após adentrar mais o assunto que o o nosso país poderia se 
utilizar da vinda dessas pessoas para benefício próprio, gerando mais mão-de-
obra, adquirindo novos pensamentos, novas ideias e ao mesmo tempo 
assegurando à essas pessoas seus direitos fundamentais como a vida, educação, 
algo que os mesmos já haviam perdido em seu país de origem. 
Conforme estudamos anteriormente nesse mesmo artigo, a Lei 9.474/97 
protege esse grupo da sociedade em nosso país, e ainda fortalecido pelos direitos 
fundamentais previstos em nossa Constituição Federal, se torna um dever do 
Brasil de garantir e prover esses direitos para que os refugiados consigam viver 
normalmente, produzindo e se mantendo em nosso território. 
Um país que garanta a seus novos integrantes os direitos necessários e 
ainda dê o suporte para que os mesmos possam recomeçar as suas vidas de 
maneira digna e honesta, fortalece a si próprio. Melhorando a economia e a 
sociedade em si, deixando para trás preconceitos e desconfianças. Vivemos em 
um mundo extremamente globalizado, aonde ignorar e não utilizar uma nova mão 
de obra com qualidades diferentes das que já se tem no território chega a ser tolice 
e um atraso para o Brasil. 
Creio que nosso futuro seja cada mais junto com novas culturas e novos 
cidadãos de outros países, que o Brasil possa ser exemplo de como receber os 
refugiados e de como garantir a eles uma vida digna, para que assim outros 
refugiados venham agregar e somar ao nosso país, junto de imigrantes, todos 
caminhando para a direção que torne o Brasil grande e forte. 
É uma questão que impacta diretamente, fortalecendo a economia, dando 
fluxo ao mercado de trabalho, solidificando o direito no sentido de garantir a essas 
pessoas o melhor tratamento possível em nosso país e também educando nós 
mesmos a ser um povo receptivo e aberto para ajuda de outros povos. Não basta 
um discurso bonito, é algo que deve ser exercido em nosso dia-a-dia para que se 
torne então algo comum em nosso país. 
 
 
 
 
13 
 
3. CONCLUSÃO 
 
A problemática mundial dos refugiados tem aumentado nos últimos anos 
de maneira significativa por diversos fatores. Essas pessoas são levadas a deixar 
seus países, sua residências, suas profissões, suas famílias, raízes, cultura e 
costumes para preservarem seu bem maior, a vida. 
Além de uma preocupação da ONU com esses indivíduos e os seus 
direitos fundamentais, de uma maneira geral, Estados do mundo todo, como 
signatários de tratados internacionais em defesa dos direitos humanos, fomentam 
maneiras de acolhimento e proteção para esta população. No Brasil, contamos 
com uma lei específica para tratar desta problemática. 
A Lei 9.474/97 regula o processo para a concessão de refúgio no Brasil. 
Em nosso país contamos ainda com diversas organizações não governamentais 
que trabalham com a acolhida humanitária destes refugiados, se esforçando para 
tornar este processo menos traumático e doloroso para esta população. 
A despeito das adversidades econômicas do seu povo, a hipótese de um 
fechamento das fronteiras brasileiras para qualquer refugiado deveser de pronto 
refutada, sob pena do Estado brasileiro subverter as próprias leis que versam 
sobre a problemática, além de se expor a possíveis sanções internacionais. 
Verifica-se que o país procurou ambientar o seu ordenamento jurídico as 
questões humanitárias e de refúgio internacionais. Espera-se que o acolhimento 
aos refugiados, na prática, em solo brasileiro, possa ser realmente baseado nos 
princípios de solidariedade e fraternidade entre os povos, alcançando o respeito a 
dignidade humana, porém não esquecendo da sua população nativa. 
Que essa união e esse acolhimento possa ser benéfico para ambos os 
lados, como abordado no corpo do trabalho, essas pessoas não querem nada mais 
que abrigo e uma oportunidade de começar suas vidas novamente, deixando para 
trás todo o sofrimento que um dia lhe foram causados em seus países de origem. 
Devemos dar o exemplo, para que possamos crescer como nação e para ser uma 
referência no assunto de acolhimento de povos de lugares em guerra, com 
perseguição. 
 
 
14 
 
Somos um país formado pela união de diversos povos, indígenas, 
africanos, europeus, asiáticos, está em nosso sangue essa união, não se pode 
deixar que a desconfiança e o medo de agregar os refugiados em nosso meio nos 
atrase e nos faça ir contra nossos próprios valores. 
Fica claro com o presente estudo que o Brasil tem condições jurídicas de 
prover os direitos para cada refugiado que venha pedir acolhimento em nosso país, 
bem como temos totais condições de estar auxiliando e ajudando em uma 
recomeço para cada um desses cidadãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 ACNUR. Manual de procedimentos e critérios a aplicar para determinar o 
Estatuto de Refugiado – de acordo com a Convenção de 1951 e o Protocolo de 
1967 relativos ao Estatuto dos Refugiados. Genebra, 1992. Disponível em: 
<http:// www.acnur.org/biblioteca/pdf/5480.pdf> Acesso em maio 2018. 
 
AHLERT, Mara. ALMEIDA, Alcione de. A inclusão social das pessoas na 
condição de refugiado no Brasil à luz dos direitos humanos. Revista Barbarói, 
Santa Cruz do Sul, n47, p9-21, 2016. Disponível em: 
<http://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/article/view/9574> Acesso em: maio 
de 2018. 
 
BRASIL. Lei n. 9.474, de 22 de julho de 1997. Estatuto do refugiado. 
Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9474.htm> Acesso em 
maio 2018. 
 
Declaração de Cartagena de 1984. Disponível em: 
<http://www.acnur.org/fileadmin/scripts/doc.php?file=fileadmin/Documentos/portugu
es/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Declaracao_de_Cartagena > Acesso em 
maio 2018. 
 
GUERRA, Sidney. O instituto jurídico do refugiado à luz dos direitos 
humanos. Ius Gentium. Curitiba, vol 7, n.1, p12, jan/jun. 2016. Disponível em:< 
http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/article/view/2026> Acesso em maio 
2018. 
 
MARTINS, Tiago do Carmo. ANDRASCHKO, Luciano. Direito à igualdade 
dos refugiados no plano internacional. Saberes da Amazônia Revista de Ciência 
Jurídicas, Sociais e humanas, Porto Velho, v1, n2, maio/agosto 2016. Disponível em: 
<http://www.fcr.edu.br/revista/index.php/saberesamazonia/article/view/27> Acesso 
em: maio de 2018. 
 
 
 
16 
 
MILESI, R. e CARLET, F. Refugiados e Políticas Públicas: Pela 
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