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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES CAROLINE DE ARRUDA SANTOS REFÚGIO – A PROTEÇÃO BRASILEIRA DOS REFUGIADOS VENEZUELANOS E SEUS IMPACTOS NO PAÍS A LUZ DA NOVA LEI DE MIGRAÇÃO Mogi das Cruzes – São Paulo 2019 UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES CAROLINE DE ARRUDA SANTOS 11151104037 REFÚGIO – A PROTEÇÃO BRASILEIRA DOS REFUGIADOS VENEZUELANOS E SEUS IMPACTOS NO PAÍS A LUZ DA NOVA LEI DE MIGRAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Mogi das Cruzes – Curso de Direito, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito. Prof. Orientador: Edison Yague Salgado Mogi das Cruzes – São Paulo 2019 REFÚGIO – A PROTEÇÃO BRASILEIRA DOS REFUGIADOS VENEZUELANOS E SEUS IMPACTOS NO PÁIS A LUZ DA NOVA LEI DE MIGRAÇÃO RESUMO: Estuda-se a questão do refugiado venezuelano em território nacional a luz da Nova Lei da Imigração, Lei 13.445/2017 através do contexto do recente e descontrolado fluxo de migrantes venezuelanos que cruzam a fronteira buscando por melhores condições de vida no Brasil, que passa a receber um grande número de imigrantes venezuelanos de forma a acarretar uma crise migratória e humanitária. O presente trabalho busca analisar os desdobramentos da migração venezuelana para o Brasil, contextualizando sua origem e consequências percebidas até o presente momento, e fazer uma análise acerca das medidas que vem sendo adotas, tanto em caráter provisório, quanto permanente, pelo país na recepção desses imigrantes que estão visivelmente vulneráveis e carecem de cuidados, visto que, são pessoas que se viram forçadas a se deslocarem para outro país por conta da instabilidade social, política e econômica, e consequentemente, humanitária na qual a Venezuela se encontra atualmente. Analisa-se a condição precária na qual esses imigrantes se submetem, como a falta de emprego, alimentos, abrigo, distanciamento do seio familiar e a xenofobia que enfrentam pela população brasileira. Em seguida verifica-se o progresso que governo brasileiro tem feito para receber esses imigrantes ao passo que, na pratica é tentando aplicar e instituir a Lei 13.445/2017 e as dificuldades que pode haver para a sua aplicabilidade, visto ser uma legislação recente, que teve um curto período entre o seu início de vigência e a real necessidade de implementação de modo que a percepção de sua eficácia tornou-se necessária e urgente, o que nem sempre ocorre com tamanha rapidez e perceptibilidade Palavras-chave: Refugio, Lei do Imigrante, Crise na Venezuela, Impactos da Imigração, Crise Migratória. De 3 a 5 palavras chave 1. INTRODUÇÃO A atual realidade da migração venezuelana para o Brasil, principalmente nas zonas fronteiriças de ambos os países, vêm preocupando o governo brasileiro e a população brasileira, visto que há uma aparente falta de preparo dos órgãos públicos brasileiros para receber tal quantidade de imigrantes, principalmente quando estes estão se alocando em áreas que já possuem deficiência de serviços básicos, como é a realidade das cidades fronteiriças dos estado de Roraima, no norte do país. Diante desse contexto, e com base avanços trazidos pela Lei de Migração (13.445/2017), que garante aos migrantes os mesmos direitos dos cidadãos brasileiros, o trabalho terá como objeto de pesquisa o refugiado (trazendo o seu conceito, o seu histórico e sua atual realidade no mundo globalizado, através de dados), o refugiado no Brasil, com maior ênfase para o refugiado venezuelano, buscando entender o que tem levado milhares de venezuelanos a deixar seu país de origem, em busca de um destino com mais incertezas do que certezas, visto que esses destinos tem sido países que sofrem com grandes problemas em suas políticas internas e alguns com recessos econômicos alarmantes, como é o caso do Brasil, e também, a Lei de Migração (13.455/2017), que será o objeto de pesquisa que permitirá a aprofundação legal e jurídica dos direitos e deveres de ambos os lados – o refugiado, e o Estado Brasileiro. Ocorre que estamos diante do maior fluxo migratório dos últimos tempos, com números maiores do que o que estamos vendo já alguns anos nos países do Oriente Médio, o que vem alarmado a comunidade internacional, e preocupado a ONU (Organização das Nações Unidas) que vem se mobilizado através do seu principal órgão de Refugiados, a ACNUR, e pedindo ajuda ao maior número de países possíveis, para que estes recebam os refugiados de modo que respeitem os Direitos Humanos e cumpram os tratados internacionais que tratam do refugiado, dos quais são signatários. Ao mesmo tempo em que temos uma Lei, consideravelmente nova, que tenta tratar o imigrante, e principalmente o refugiado, com a maior responsabilidade possível, de modo que os direitos destes se igualem ao direito de qualquer outro brasileiro, prezando pela igualdade, sobretudo tendo como eixo central a proteção dos direitos humanos. 2. CONCEITO DE REFUGIADOS O conceito de refugiado é amplo e dinâmico, pois se trata de uma definição que vem sendo construída desde o primórdio da humanidade, dos mais antigos relatos que se tem acesso, até os dias de hoje, e por se tratar de algo que volátil, será sempre um termo em construção, a depender do contexto vivido pela humanidade no momento de sua conceitualização. Nas pesquisas históricas, é possível encontrar, que desde a antiguidade, o refúgio é marcado por questões sociais, culturais, de gênero, políticas e religiosas, razões estas que propiciaram para que milhares de pessoas ao longo da história abandonassem suas nações, países e territórios, de forma voluntária ou involuntária, para buscar proteção internacional. Sendo assim, podemos conceituar o refúgio como o sendo quando ocorre migração pelas razões de perseguição por religião, raça, política ou nacionalidade, levando o indivíduo a abandonar o seu país de origem, a sua casa e a sua família na busca de asilo em outro país, tem-se a figura do refugiado” (SOARES, 2012, p. 36). Entretanto, foi a partir dos desdobramentos das Grandes Guerras que o conceito de refugiado foi melhor consolidado, visto que foi um momento de grande marco para o Direitos Humanos em todos os sentidos, sendo assim, olhando para o refugiado e suas condições e reforçando a necessidade de atenção para essas pessoas, que cresciam cada vez mais em número e passaram a chamar a atenção do Estado. Foi através desse contexto surgiu o instituto jurídico do refúgio. Para Barreto (2006), o instituto jurídico do refúgio está diretamente vinculado a uma ampla perseguição que proporciona um êxodo em massa das pessoas que a vem sofrendo, de forma que estas, buscando por melhores alternativas e qualidade de vida, cruzem fronteiras internacional, tendo como princípio à proteção às vítimas de perseguição e o combate a violação de direitos humanos fundamentais: Todo refugiado tem direito à proteção internacional e os Estados têm o dever jurídico de respeitar a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951, sendo que muitos dos direitos relevantes à proteção dos refugiados são direitos fundamentais assegurados pela Declaração Universal (PIOVESAN, 2015, p. 132). 3. HISTÓRICO DO REFUGIADO Os princípios internacionais que tratam sobre o refúgio têm como premissa e amparo a Convenção de Genebra de 1951, que traz garantias e direitos aos refugiados. Após a Primeira Guerra Mundial, e com o aumento de refugiados, principalmente na região da guerra, foi criada a Liga das Nações visando a proteção do refugiado. Entretanto, nesse período, a questão do refugiado foi tratada com algo passageiro, e concluiu-se que com o findar da guerra, encerraria essa intensificação na questão do refúgio. Nesse período, foram desenvolvidos órgãoscom o intuito de tratar da de forma especifica a temática do refugiado, tendo como principal órgão internacional o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Na época, através de assembleias internacionais, foi acordado o princípio de que esses órgãos internacionais cuidariam do futuro dos refugiados de forma a auxilia-los no regresso aos seus países, quando o motivo de perseguição for cessado. O ACNUR foi criado em 1950, com o objetivo de auxiliar a todos que sofrem violação dos Direitos Humanos básicos, através de perseguição. Foi através da ACNUR que foi definido o conceito de refugiado e sua definição, através de normativas, o refugiado teve sua situação jurídica regulamentada “em caráter universal a condição de refugiado, estabelecendo seus direitos e deveres, bem como instituindo obrigações aos Estados Membros de respeitar o Estatuto dos Refugiados e internalizarem em seus ordenamentos essas normas de proteção” (SOARES, 2012, p. 47). Trazendo a Convenção Relativa Ao Estatuto Dos Refugiados: Art. 1º Definição do termo “refugiado” A. Para fins da presente Convenção, o termo “refugiado” se aplicará a qualquer pessoa: 2) Que, em consequência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele. B. 1). Para fins da presente Convenção, as palavras “acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951”, do artigo 1º, seção A, poderão ser compreendidos no sentido de ou, a) “Acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 na Europa”; ou b) “Acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 na Europa ou alhures;” (ONU, 1951). Como retratado anteriormente, o tema do refúgio era tratado como sendo passageiro e com previsão a se acabar, o que acabou por ser uma falha em sua conceitualização, pois estava voltado especificamente para aquela região geográfica, e com aquela delimitação temporal (somente para casos anteriores a 1951). Essas falhas apontadas dificultaram a aplicabilidade da Convenção em diversos países, devido sua limitação e, portanto, com a alteração ad Convenção através do Protocolo sobre o Estatuto do Refugiado, que ocorreu em 1967, houve a exclusão do da parte que trata do limite temporal. Finda a Segunda Guerra Mundial, o direito internacional dos refugiados começa a se institucionalizar, deixando o seu caráter de instrumento temporário de lado, e apresentando-se como importante vertente de proteção internacionais dos indivíduos. Os fatos ocorreram na Europa, contudo, não repercutiram apenas na proteção dos refugiados, mas em todo o direito internacional, implicando em profunda reestruturação de todos os mecanismos existentes de proteção dos indivíduos, visando evitar a repetição das graves violações registradas durante a Segunda Guerra. Celso Mello (2004), analisando a evolução histórica da personalidade internacional do indivíduo, afirmou que, no século XIX, em razão da necessidade de se afirmar a soberania absoluta do Estado, foi negada a subjetividade do indivíduo. As atrocidades cometidas durante a primeira metade do século XX tornaram imprescindível a reconfiguração da ordem internacional, levando à realocação do homem como sujeito de direito internacional, isto é, como titular de direitos e deveres no plano internacional. Neste contexto, consolidam-se três grandes vertentes da proteção internacional da pessoa humana, tratadas isoladamente pela doutrina, sobretudo por suas origens históricas, mas que interagem entre si e, portanto, não devem ser consideradas absolutamente independentes: o direito internacional dos direitos humanos, o direito internacional dos refugiados e o direito internacional humanitário (CANÇADO TRINDADE, 2003). Esses três institutos têm como origem de seus contornos atuais os grandes conflitos internos e internacionais que marcaram o final do século XIX e o início do século XX. O que os diferencia é a faceta de tais conflitos levada em consideração. O direito internacional humanitário contemporâneo originou-se da necessidade de minorar o sofrimento da população não engajada em hostilidades durante conflitos armados; o direito internacional dos refugiados, da necessidade de proteger o grupo populacional que, por sofrer perseguições em seu Estado de origem, em regra durante quadro de conflito interno generalizado, foge e aporta em um novo Estado; e o direito internacional dos direitos humanos contemporâneo, da necessidade de limitar-se a atuação de todas as esferas de poder do Estado especialmente em conflitos armados, mas também em situações ditas de normalidade, pois, constatou-se que, em regra, este é o principal violador dos direitos humanos (CANÇADO TRINDADE, 2003). Waldely (2014, p.49) afirma que “os refugiados são vistos como seres humanos em suspenso, pois seus direitos humanos não foram ideologicamente perdidos nem recebidos, mas é como se estivessem sido suspensos”. Dessa forma percebe-se que os direitos humanos parecem ter sido concebidos para funcionar na relação entre os indivíduos e suas nações e nesse contexto, não existe espaço para os refugiados. Então, o que se observa é que os refugiados têm seus direitos humanos frustrados duplamente: primeiro por seu próprio Estado, que não foi capaz de lhe dar proteção; e depois pelo Estado no qual buscou refúgio, que o coloca em um limpo e não lhe assegura o direito de recomeçar a vida com dignidade em outra nação (WALDELY, 2014). Haddad (2008, p.3) afirma que: “os refugiados são como indicadores humanos da falência da sociedade internacional”, pois, os Estados não se sentem obrigados a assistir os refugiados e quando o fazem, mesmo que minimamente, o fazem com ações de cunho caritativo, mas não com o entendimento de que o indivíduo sem pátria é um indivíduo internacional e, portanto, merece a proteção da comunidade internacional, tal como preceituam os tratados internacionais, conforme será visto a seguir 3.1 Histórico do Refúgio no Brasil Houve a adesão por parte do Brasil ao a Convenção de 1951 apenas em 1960, porem, somente duas décadas depois que se começou a pensar em políticas de desenvolvimentos a proteção internacional do refugiado Porém, foi nesse período, marcado por governos ditatórias em grande parte dos países da América, inclusive o Brasil, causaram saída em massa da população Brasileira para outros países, momento em que, novamente, não foi preciso reforçar a política de refugiados no país, ao ver das autoridades. Em 1997, foi promulgada a Lei Federal 9.474 que tratou de acolher os princípios da Convenção de 1951. Assim, o art. 1º da Lei 9.474/97 estabelece a definição de refugiado adotada pelo Estado Brasileiro: Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - Devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país II - Não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III - Devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. (BRASIL, 1997) Através da Lei nº 9474/97 foi estabelecido a forma para implementar o Estatuto dos Refugiados. Sendo considerada pela ONU como uma dasleis mais inovadoras e modernas, pois trata do refugiado zelando sua proteção de forma generosa. De acordo com o Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), em seus dados de 2016, e graças a política inovadora e acolhedora na qual o Brasil vem implantado para tratar o Refúgio, hoje vivem aproximadamente 8.863 refugiados de um total de 79 nacionalidades distintas: Fonte: CONARE, 2016 Importante ressaltar, no atual cenário geopolítico, o número de Sírios aumentou expressivamente, devido aos desdobramentos que vem ocorrendo na região e causam um dos maiores êxodos da história, superando em menos de 6 anos a quantidade de refugiados provenientes da angola, como trata o gráfico a seguir, de julho de 2010, vejamos: Fonte: ACNUR, 2010 4. CONTEXTO HISTÓRICO DA CRISE NA VENEZUELA A atual situação de crise na Venezuela se da por decorrência de instabilidade política, grande nível de recesso econômico, governo autoritário que caminha cada vez mais para uma ditadura, níveis alarmantes de violência, e escassez de recursos. Todos esses fatores contribuíram para uma dramática crise humanitária vivenciada pelos venezuelanos, que sob o comando de Nicolas Maduro, que deu continuidade a política Chavista de Hugo Chaves, em um governo que desde o seu início está em uma crescente crise sem precedente. Importante ressaltarmos que a República Bolivariana da Venezuela, situada na América do Sul, é um pais conhecido por suas grandes reservas de petróleo, que representa 96% da movimentação das exportações do país. Desde o início da exploração do petróleo no país, no governo de Juan Vicente Gómez, a Venezuela tinha como principal comprador os estados Unidos, o que tornou o país dependente financeiramente dos EUA. O país viveu décadas de crescimento, que vez ou outra era interrompida por crises petrolíferas, o que levou a população a fazer questionamentos a respeito dessa dependência, e os efeitos nocivos que ela poderia ter, em um possível rompimento com os EUA. Neste contexto de instabilidade decorrente, surgiu uma nova figura: Hugo Chaves. Eleito presidente da Venezuela por 3 mandatos seguidos, Chavez possuía um perfil político e presidência antagônico aos seus sucessores, visto ter fundamentos em uma política socialista e anti-imperialista, voltadas a ideologias de esquerda. Hugo Chavez manteve por alguns anos a economia em alta, devido as exportações com base no petróleo, porém, não favoreceu ou tratou de investir em qualquer outro setor de produtos para a diversificação da fonte da economia no país, que por ser totalmente dependente do petróleo, quando este estava com seus preços de barris em alta, a Venezuela lucrava em larga escala, mas quando não, sofria economicamente. Entretanto, com o passar do tempo, essa priorização no setor petrolífero, nacionalização de setores estratégicos e aproximação com Cube, distanciaram a Venezuela dos EUA, o que foi visto de forma muito negativa pela população, gerando brechas para a oposição, que aumentava cada vez mais. Com a morte de Chaves, Nicolas Maduro deu continuidade na “Era Chaves” em 2012. Em 2014, o preço do barril começou a cair drasticamente o que afetou diretamente a economia do país, e levou a crise financeira, e consequentemente, crise política. Cada vez mais, o país foi afundando-se em dividas públicas. 5. CAUSAS DA IMIGRAÇÃO VENEZUELA PARA O BRASIL Devido os rumos das políticas governamentais da Venezuela terem caminhado para um crescente antagonismo entre o governo do atual Presidente, Nicolás Maduro e a oposição, que se vê cada vez mais representada, a instabilidade no país vem aumentando cada vez mais. O principal produto exportado pelo país, e consequentemente sua principal fonte movimentadora da economia sofre elevados custos de produção, controles cambiais e políticas de preços. Levando o país a um cenário cada vez mais alarmante, onde não é possível ver uma solução para esse atual andamento. Diante de todo esse contexto vivido pela Venezuela, sua população se vê obrigada a abandonar seus lares, e atravessar fronteiras em busca de melhores condições de vida, visto que se encontra em situação de total desamparo por parte do Estado, materializado na ausência das estruturas fundamentais como segurança, educação e saúde. Assim sendo, o contexto do aos que vive a Venezuela, leva países que tem recebido seus refugiados, como o Brasil a adotarem políticas publicas que garantam a assistência necessária a esses milhares de refugiados que necessitam de proteção internacional. 6. REFÚGIADOS VENEZUELANOS NO BRASIL 6.1 Impactos e desdobramentos da Imigração Venezuelana para o Brasil A velocidade e a escala dos movimentos populacionais da Venezuela são sem precedentes. A título de comparação, o número de venezuelanos que fugiram do país nos últimos anos é maior do que o número de solicitantes de asilo sírios e outros refugiados do Oriente Médio e do Norte da África que buscaram refúgio na Europa durante o auge da crise do Mediterrâneo entre 2014 e 2016 (RELIEF WEB, 2018). As Nações Unidas estimam que o número de pessoas que deixaram e deixarão a Venezuela possa chegar a 5,3 milhões até o final de 2019, cerca de 16% da população do país (RELIEF WEB, 2018). Em meio a essa tensão, os políticos aumentaram sua retórica, exigindo medidas drásticas, como limitar a imigração da Venezuela, falando-se até em fechar a fronteira. Quando o então governo Michel Temer recusou-se a adotar medidas mais severas contra os venezuelanos, um senador de Roraima renunciou ao cargo de líder do governo no Senado. No entanto, há várias razões pelas quais essa crise dificilmente se transformará em uma crise regional genuína entre os governos brasileiro e venezuelano. Isto porque Roraima é o único estado brasileiro não conectado à rede energética nacional e depende da energia da Venezuela (RELIEF WEB, 2018). Vulnerável a apagões, uma disputa com o governo venezuelano pode ser devastadora para Roraima. Apesar de sua proximidade, o Brasil não é o primeiro destino para os venezuelanos em movimento, abrigando cerca de 85.000 imigrantes e refugiados venezuelanos, número muito inferior aos da Colômbia, Peru, Equador, Argentina ou Chile. Parte da razão pela qual o Brasil não é a primeira opção dos venezuelanos apesar da proximidade territorial é a improvável recepção calorosa (RELIEF WEB, 2018). Para acolher os refugiados, o Governo do país que está concedendo refúgio precisa dispor de recursos públicos para dar-lhes abrigo, alimentação e atendimento médico e tendo em vista que o número de refugiados está cada vez maior, esses passam a ser um problema para as nações que o recebem (SILVA, BÓGUS e SILVA, 2017). Exemplo disso é a situação recente que tem sido vivenciada pelo Brasil com a chegada de refugiados venezuelanos ao país. Os venezuelanos chegam por Roraima e a maioria deles se instala nesse estado, o que tem gerado um grande problema social em razão da falta de postos de trabalho para estas pessoas, o que faz com que a maioria deles dependa de auxílio governamental e da sociedade civil para subsistir. A entrada em massa de venezuelanos em Roraima suscita também preocupação com a segurança pública, já que o índice de criminalidade aumentou em razão do grande número de refugiados em situação de miséria neste estado (SILVA, BÓGUS e SILVA, 2017). Da conjunção de tais fatores, resultam ações ambíguas: de um lado políticas públicas que têm como objetivo a repulsão de migrantes e a proteção das fronteiras, violando as obrigações contraídas internacionalmente; de outro, a mobilização de organizações sociais, como é o caso da Cáritas Brasileira que busca dar a essas pessoas o mínimo de dignidade. No entanto, encontram grandes dificuldades, pois no Sistema Internacional, os refugiados são considerados uma anomalia(LIMA et al., 2017). Arendt (1989) alerta sobre a distância entre o indivíduo e o Estado-nação, enfatizando a ausência de garantia de direitos aos refugiados. A relação entre Estado, cidadania e Direitos Humanos, veementemente proclamadas nas declarações de direito aderidas pela maioria dos países, mostra que a possibilidade de se exercer direitos não se estende a todos os indivíduos e os refugiados encontram-se neste grupo de excluídos. Na maioria das vezes os refugiados emigram porque o seu Estado não foi capaz de garantir seus direitos fundamentais, segurança e dignidade e quando buscam refúgio em outro país, esperam ter acolhimento e seus direitos resguardados, no entanto, veem suas expectativas frustradas, pois, a ordem internacional baseia-se em Estados-Nação soberanos e com isso as relações internacionais são relegadas a um segundo plano (BETTS, COSTELLO, ZAUN, 2017). Arendt (1989) chega a dizer que a relação entre Estado e refugiados é paradoxal, pois, os refugiados por tudo que passam parecem perder características de “ser humano” e, consequentemente, perdem também seus direitos. No mesmo sentido, Waldely (2014) afirma que ao tornar-se refugiado passa a viver em um limbo de direitos. Segundo Lima et al. (2017), a proteção aos refugiados está fora – ou ao menos deveria estar – do plano político, isto é, não pode deixar de ser conferida, em hipótese alguma, em razão de interesses políticos do Estado receptor. Uma vez caracterizada a condição de refugiado, deve ser o indivíduo protegido. Enquanto isto a grande maioria dos refugiados vive perambulando pelas ruas das cidades que ficam na fronteira Brasil/Venezuela, sem abrigo, expostos a todo tipo de sofrimento: fome, violência, doenças, proliferação de escabiose e desemprego. A grande maioria dos que conseguem trabalho, aceita receber abaixo do salário mínimo. Há indícios também de trabalho escravo no meio rural. Sem cartão do SUS estas pessoas só têm acesso a serviços de saúde voluntários ou quando sobram vagas (CORREA, 2018). Em março de 2018, uma multidão expulsou os venezuelanos de um abrigo improvisado em Roraima e queimou seus pertences; em agosto de 2018, após outro ataque, uma turba empurrou cerca de 1.200 venezuelanos para o outro lado da fronteira enquanto a polícia assistia inerte; e em setembro de 2018, vários brasileiros lincharam um venezuelano sob a acusação de que se tratava de um assassino (CORREA, 2018). Entre esses migrantes, as mulheres são particularmente vulneráveis. Muitas recorrem ao trabalho sexual ou se tornam vítimas de tráfico sexual, estupro e sequestro. Enquanto alguns podem reconhecer essa vulnerabilidade, é fácil para os brasileiros nos Estados de fronteira ver algo diferente: os venezuelanos que chegam para levar seus empregos e alimentos, e trazer o crime em seu rastro. Ainda, ocorrem confrontos significativos entre brasileiros e venezuelanos e a grande maioria dos venezuelanos sofre com a xenofobia (VENEZUELANALYSIS, 2019). Outras mulheres e homens assumem trabalhos como limpar as janelas dos carros nos semáforos, pegar latas nas ruas para reciclagem ou outro trabalho informal que os deixa bem abaixo do que precisam para sobreviver. Embora a situação dos imigrantes venezuelanos continue delicada, houve alguns desenvolvimentos promissores. Em 2 de março de 2017, o Conselho Nacional de Migração do Brasil emitiu uma medida temporária permitindo que os imigrantes recebessem uma autorização de residência de dois anos. A agência federal de refugiados do Brasil (CONARE) trabalha para implementar esta nova lei, enquanto o Ministério da Justiça está estudando como tornar as permissões de residência mais acessíveis para os venezuelanos. Enquanto isso, a Justiça Federal em Roraima suspendeu as taxas de inscrição de R$ 311,22 para autorizações de residência de dois anos que eram proibitivamente caras para muitos dos imigrantes venezuelanos (GLOBO.COM, 2017). Em julho de 2017, o governo federal anunciou que alocaria R$ 480 mil para um abrigo em Boa Vista. Ao visitar outro abrigo em Manaus, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim garantiu que os migrantes venezuelanos teriam todo o apoio humanitário necessário por parte do governo brasileiro. No entanto, ele ressaltou que qualquer ajuda seria temporária. Esta declaração suscitou ainda mais dúvidas: se os venezuelanos são classificados como migrantes econômicos temporários, eles seriam obrigados a voltar depois de dois anos? O acesso mais fácil à residência temporária incentivará mais migração para o Brasil? (GLOBO.COM, 2017). 6.2 Refugiados em Roraima – Resposta do Estado e ACO 3121 Em Abril de 2018 o Estado de Roraima interpôs ao STF a Ação Civil Ordinária (ACO 3121) em face da União Federal, tendo como pedido principal, dentre outros pontos, a adoção de providencias da União para com problema da imigração, através do fechamento temporário da fronteira Brasil-Venezuela ou da limitação ao ingresso de imigrantes venezuelanos no Brasil. Na Ação Civil Originária, o Estado de Roraima alega que a desordem e descontrole nas fronteiras estariam lhe trazendo grandes prejuízos, ao mesmo tempo em que não houve repasse de recursos complementares da União para o auxílio dessa demanda no aumento significativo do número de refugiados vindos da Venezuela. A ACO interposta pelo Estado de Roraima em face da União, trouxe a tona mais destaques aos graves problemas provocados em várias cidades do Estados provenientes do descontrolado e intenso fluxo de pessoas oriundas da Venezuela. Como argumentos para a causa de pedir, descreve que os milhares de venezuelanos que chegam por terra ocupam praças e imóveis abandonados em diversas cidades proporcionando o aumento de doenças (muitas delas já erradicadas no Brasil), crescimento significativo na criminalidade e principalmente, a grande dificuldade que o Estado estava tendo para a promoção das necessidades básicas, tanto para a sua população original, quanto para os novos habitantes provindos da fronteira. O pedido foi indeferido pela ministra relatora Rosa Weber, que fundamentou sua decisão com base no princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no artigo 4º, II, da Constituição Federal de 1988. A ministra trouxe a tona a vulnerabilidade desses imigrantes, alegando que a eles são conferidos a proteção dos direitos humanos que devem ser aplicados a toda e qualquer situação de fluxo de migração irregular. A ministra também alegou, em sua sentença, que além de o ACO além de possuir ausência de pressupostos legais para o seu provimento, a causa de pedir do governo de Roraima contraria “os fundamentos da constituição Federal, ás leis brasileiras e os tratados ratificados pelo Brasil”. 7. A CONDIÇÃO DO REFUGIADO VENEZUELANO – A NOVA LEI DA IMIGRAÇÃO A nova Lei de Migração (LEI N. 13.445 de 24 de maio de 2017) de certa forma veio inovar do âmbito do Direito internacional e Direitos Humanos, visto que passa a tratar os migrantes como pessoas que realmente necessitam de proteção sob o prospecto da Dignidade Humana, sendo assim, a Lei possui grande destaque e visibilidade por parte dos órgãos internacionais, e outros países, justamente por fazer do Brasil um pioneiro nesse quesito, que é o tratamento de forma mais humana e aprimorada ao estrangeiro. Importante ressaltar, que grande parte dos venezuelanos que atravessam a fronteira e permeiam o território brasileiro não preenchem determinadas condições previamente e formalmente estabelecidas para que possam ser considerados imigrantes, tanto no Estatuto do Estrangeiro, quanto na nova Lei da Migração. Entretanto, a nova lei traz um importante ponto, de forma a abranger a porcentagem que não preenchem tais requisitos. Trata-se da expedição de um visto temporário para tais imigrantes que encontram-se em situação de acolhidahumanitária. A acolhida humanitária está prevista no artigo 14, que estabelece: Art.14. O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o intuito de estabelecer residência por tempo determinado e que se enquadre em pelo menos uma das seguintes hipóteses: I - o visto temporário tenha como finalidade: [...] c) acolhida humanitária; [...] § 3o O visto temporário para acolhida humanitária poderá ser concedido ao apátrida ou ao nacional de qualquer país em situação de grave ou iminente instabilidade institucional, de conflito armado, de calamidade de grande proporção, de desastre ambiental ou de grave violação de direitos humanos ou de direito internacional humanitário, ou em outras hipóteses, na forma de regulamento. Sendo assim, a Lei da Migração, através deste artigo, traz a possibilidade de enquadrar grande parte dos Venezuelanos no território nacional, mesmo que estejam sob a condição temporária proveniente da acolhida humanitária. O que está sendo, de certa forma, uma solução momentânea para os venezuelanos que querem legalizar sua estadia no Brasil, visto que os pedidos de refúgio possuem um tramite mais demorado, ainda que devido ao seu aumento significativo. 8. CONSEQUÊNCIAS DA NOVA LEI DE IMIGRAÇÃO – SOBERANIA NACIONAL É importante ressaltarmos no presente Artigo as consequências que a Nova Lei da imigração traz para o país em se tratando de soberania, em seu aspecto jurídico, visto que temos alguns pontos trazidos na Lei que podem ser interpretados como falhos nesse quesito. Podemos citar, por exemplo, o Art 3º, inciso III que trata da não criminalização, visto que se considerarmos o princípio básico da segurança e da proteção a soberania nacional, podemos entender que a entrada de pessoas no país sem a devida documentação, e sua permanência sem autorização pré-estabelecida violaria lei federal. Temos, também, o inciso XXI – “repúdio a práticas de expulsão ou de deportação coletivas”, nesse caso temos que levar em consideração, até mesmo para o futuro, a capacidade de absorção e acolhida do Estado brasileiro no que tange aos imigrantes, visto que o texto veda a autonomia do estado de não aceitar um grande número de pessoas vindo de um mesmo lugar, o que pode ser muito prejudicial aos brasileiros, principalmente em regiões que carecem de recursos, como é o caso da maior parte das regiões fronteiriças que podem se vir obrigadas a acolher imigrantes, de forma que não possam absorver tal demanda, e nem destinar recursos tanto aos brasileiros, quanto aos imigrantes em questão. Essa questão pode ser muito perigosa, pois pode criar conflitos entre a população brasileira que já habita a região e os imigrantes, que já veem acompanhados de um histórico delicado, tanto emocional, física e financeiramente. 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de pouco debatida nos meios acadêmicos, a questão dos refugiados não pode ser considerada como assunto novo no campo das Ciências Políticas e Sociais, bem como das organizações voltadas para a proteção e efetivação dos direitos humanos. É possível percebermos que o conceito de refugiado ainda é amplamente abrangente ao longo da história, e que o Brasil, através de suas leis que tratam o assunto, é um grande destaque na comunidade Internacional, visto que trata do refugiado e do imigrante a luz dos Direitos Humanos e sua dignidade, tentando através destas leis, iguala-lo ao seu cidadão. A crise na Venezuela é urgente e um nítido reflexo e consequência da má gestão e política que se atenuou com a morte do ex-presidente Hugo Chavez. Não se trata mais de um problema interno, visto sua expansão e consequências, como o fluxo de imigrantes e a crescente onda migratória para os países vizinhos, como é o caso do Brasil. A nova lei da migração, lei nº 13.445/2017 veio num momento oportuno, pois logo após entrar em vigor, sua eficácia foi testada, tendo em vista os desdobramentos da imigração venezuelana e seus impactos com seu alto fluxo migratório para o Brasil. A Lei traz garantias e possibilidades aos venezuelanos que fogem de uma onda de violência, escassez de alimentos e direitos fundamentais e seu pais e têm se instalado no norte no Brasil, mais precisamente nas cidades fronteiriças do estado de Roraima e que buscam por estabilidade e ainda possuem esperança de uma vida um pouco mais digna, o que nitidamente não é fácil, visto que abrem mão de toda uma história para adentram em um novo país, com outra cultura, idioma, forte preconceito e perseguição, para terem ao menos suas necessidades atendidas. O Brasil se mostra amplamente humanitário e mais aberto a receber pessoas em situações extremas e caóticas, através dessa nova Lei que de modo geral visa as garantias fundamentais de todos. A chegada diária desse grande número de pessoas, que a partir de então possuem os mesmo direitos e garantias fundamentais dos nacionais, precisa de atenção aos problemas sociais em Roraima, e ações sociais do Estado brasileiro, que tenta responder aos desdobramentos de forma a amenizar os conflitos entre os povos. A ajuda humanitária, a proteção aos Direitos Humanos e a cooperação são fundamentais ao cuidado de milhões de refugiados ao redor do globo. Diante da existência de vários conflitos, exige-se dos Estados cooperação a buscar soluções. Quanto ao Brasil, o país tem demonstrado papel importante nas relações internacionais, seja no âmbito econômico, seja no âmbito político. Podemos citar como resposta do Estado Brasileiro a Operação Acolhida que se trata de um instrumento do Exército Brasileiro para apoiar, através de atenção as necessidades básicas, como alimentação e saúde ao imigrante e instalação de abrigos nas cidades de Boa Vista e Pacaraima. A Operação tem sido um sucesso, e amenizado os impactos negativos que os imigrantes poderiam passar, visto que não se encontram desamparados e o Exército Brasileiro tem voltado grande parte de seus recursos e pessoas em prol desses imigrantes venezuelanos, o que o que é uma visível manifestação da aplicabilidade da Nova Lei da Migração. O constante fluxo migratório dos refugiados da Venezuela só pode ser resolvido com o apoio da sociedade civil das grandes metrópoles do Brasil, para assim, acelerarmos os processos de interiorização e dar suporte tanto aos imigrantes, quanto a população da Venezuela, visto que ambos carecem de recursos e atenção. 10. REFERÊNCIAS ACNUR. Refúgio no Brasil: A proteção brasileira aos refugiados e seu impacto nas Américas. Disponível em <https://www.acnur.org/portugues/wp- content/uploads/2018/02/Ref%C3%BAgio-no-Brasil_A-prote%C3%A7%C3%A3o- brasileira-aos-refugiados-e-seu-impacto-nas-Am%C3%A9ricas-2010.pdf>. Acesso em 17 out, 2018. BALLÃO, ANDERSEN. 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