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Diabetes Mellitus Fisiopatologia e Dietoterapia Profa. Raylane Figueira Curso de Nutrição Disciplina: Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia II • Patologia associada a deficiência de insulina total ou parcial; • Apresenta alta morbimortalidade, com perda importante na qualidade de vida. É uma das principais causas de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular. Diabetes Mellitus Definição • É um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. • Faz parte das DCNT ( doença crônica não transmissíveis) • Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, como, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. Epidemiologia • O Diabetes está entre as doenças que mais matam no mundo, e no Brasil não é muito diferente. • Segundo a Organização Mundial da Saúde, por volta de 2005 havia cerca de 170 milhões de pessoas com diabetes no mundo. • A OMS prevê que em 2030 metade da população mundial possuirá diabetes. • Estimativa do total de portadores de diabetes no Brasil – 12.054.827 • Este número de portadores de diabetes é bem aproximado aos 6% da população brasileira que mostra o site da International Diabetes Federation. Epidemiologia no Brasil Metabolismo da Glicose Principais consequências metabólicas na ausência da ação insulínica Deficiência Insulínica Metabolismo Lipídico Lipólise Aumento de AGL e Corpos Cetônicos Metabolismo Protéico Proteólise Aminoacidemia Metabolismo Glicídico Hiperglicemia Diurese Osmótica ↓ utilização periférica de Glicose Acidose Metabólica Classificação • Diabetes Tipo I • Diabetes Tipo II • Diabetes Gestacional • Diabetes Secundário Diabetes Mellitus Tipo I • Há destruição da célula beta que leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina. • CAUSA: processo auto-imune, detectado por auto-anticorpos circulantes (anti-descarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas e anti-insulina) podendo estar associado a outras doenças auto-imunes como a tireoidite de Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1 idiopático). • Requer administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte. • Pode ocorrer de: – Forma rápida e progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), – Forma lentamente progressiva em adultos, (LADA, latent autoimmune diabetes in adults; doença auto-imune latente em adultos). Esse último tipo de diabetes, embora assemelhando-se clinicamente ao diabetes tipo I auto-imune, muitas vezes é erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Estima-se que 5-10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo diabetes tipo 2 . Fisiopatologia do Diabetes Tipo I DIABETES TIPO I Deficiência absoluta de INSULINA Sintomas Cetoacidose Doenças Macrovasculares Dç arterial coronariana Dç vasc. Periférica Dç cerobrovascular Doenças Microvasculares Retinopatia Nefropatia Neuropatia Idiopático Autoanticorpos Infecção viral, agentes químicos e tóxicos Deficiência ABSOLUTA de insulina Secreção de Gh e Glucagon hrs. Contra- reguladores Produção hepática de glicose HIPERGLICEMIA Mobilização das reservas de lipídio AGL ↑utilização do lipídeo como fonte de energia celular ↑ conversão de AGL em Corpos Cetônicos (CC) CC CETOACIDOSE diabética Defeitos Metabólicos no DM Tipo I Cetoacidose A insulina está em extrema falta na corrente sanguínea (diabéticos tipo 1 ) Glicose não consegue 'entrar' nas células e fornecer energia Os hormônios cortisol, adrenalina e glucagon entram em ação e promovem a formação de mais glicose pelo fígado através da utilização do tecido adiposo (ac graxos). Nesse processo de quebra da AG, são produzidos alguns compostos chamados corpos cetônicos que também fornecem energia, juntamente com os ácidos B- hidroxibutírico e o ácido acetoacético. Nessa condição o paciente vai apresentar uma glicemia muito alta podendo alcançar até 600mg/dL. Os sintomas iniciais são: poliúria (urinar demais), muita sede e fome. Posteriormente o paciente irá evoluir com desidratação, ritmo cardíaco acelerado (sensação de 'batedeira'), pressão baixa, náuseas, vômitos, dor na barriga, fraqueza, confusão mental e o famoso hálito cetônico que é justamente o cheiro de cetonas proveniente desses ácidos que estão aumentados no sangue. Tratamento: O tratamento é feito com reposição de líquidos através do soro fisiológico, insulina na dose correta e potássio que se encontra diminuído no sangue devido à grande quantidade de urina eliminada. A falta de potássio pode levar a sérias arritmias cardíacas que geralmente levam ao óbito. • O termo tipo 2 é usado para designar deficiência relativa de insulina. • A administração de insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas alcançar controle do quadro hiperglicêmico. • A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou estresse muito grave. • CAUSA: A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Evidências sugerem que a resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifestam-se pela incapacidade de compensar essa resistência. Em alguns indivíduos, no entanto, a ação da insulina é normal, e o defeito secretor mais intenso Diabetes Mellitus Tipo II Fisiopatologia do Diabetes Tipo II Fisiopatologia do Diabetes Tipo II DIABETES TIPO II Deficiência parcial e Resistência à INSULINA Sintomas variáveis Secreção e ação de insulina anormal Redução da captação celular de glicose pós- prandial Aumento da gliconeogênese Fatores Genéticos Fatores ambientais DCNT Consumo alimentar excessivo Há deficiência PARCIAL e RESISTENCIA da AÇÃO DA INSULINA Hiperglicemia em jejum Produção hepática de glicose AGL mesmo na presença de insulina, indica resistência à sua ação NÃO CONSEGUE INIBIR A LIPÓLISE A insulina ainda secretada evita conversão de AGL em corpos cetônicos (CC) no fígado NÃO ocorre cetoacidose diabética Exceto se já tiver evoluído para dependência total de insulina (Tipo 2 passar para Tipo 1) Defeitos Metabólicos no DM Tipo II Rastreamento do Diabetes Tipo II Fatores de risco • Idade >45 anos. • Sobrepeso (Índice de Massa Corporal IMC >25). • Obesidade central (cintura abdominal >102 cm para homens e >88 cm para mulheres, medida na altura das cristas ilíacas). • Antecedente familiar (mãe ou pai) de diabetes. • Hipertensão arterial (> 140/90 mmHg). • Colesterol HDL < 35 mg/dL e/ou triglicerídeos e > 150 mg/dL. • História de macrossomia ou diabetes gestacional. • Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos. • Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida. RESPONSÁVEL PELA FOSFORILAÇÃO DE INSULINA Gordura sintetizada pelo capn-10 IRS – fosforila insulina e transporta na célula ENPP-1 tranporta insulina para dentro da célula Entrada de glicose Insulina Diabetes Gestacional • É a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada, geralmente se resolvendo no períodopós- parto, mas retornando anos depois em grande parte dos casos. • dos níveis de glicose durante a gestação; • Aparece geralmente no 2º ou 3º trimestre; • Deve-se a elevação dos hrs. antagonistas à insulina associados a gravidez; • CONSEQUÊNCIAS: – Macrossomia – abortos de repetição ou mortalidade perinatal Diabetes Secundário • Decorre de outras comorbidades; • CAUSAS: – Hiperglicemia devido à secreção de hrs. antagonistas da insulina: • como ocorrem em condições graves (traumatismos, sepse, queimaduras); – Síndromes diabéticas podem ser atribuídas por: • Doença pancreática; • Doença endócrina; • Fármacos; • Síndromes genéticas; • Anormalidades de receptores de insulina; • Desnutrição; Diagnóstico Critérios diagnóstico para Diabetes Normal Glicemia de jejum < 100mg/dL (jejum mínimo de 8h) Glicemia plasmática 2h pós teste de tolerância oral à glicose < 140mg/dL Diabetes Glicemia de jejum ≥ 126mg/dL (2 vezes em momentos diferentes) (jejum mínimo de 8h) Glicemia plasmática casual ≥ 200mg/dL (jejum mínimo de 8h) associada a sintomas clássicos de diabetes. Glicemia plasmática 2h pós teste de tolerância oral à glicose ≥ 200mg/dL Hemoglobina glicada (AIC): ≥ 6,5 Diagnóstico para Pré-diabetes Glicemia de jejum prejudicada Glicemia de jejum ≥ 100mg/dL e ≤ 125 mg/dL Intolerância à glicose Glicemia plasmática 2h pós Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG) (75g de dextrose): 140 – 199 mg/dL Hemoglobina glicada (AIC): 5,7 a 6,4% Diagnóstico para Diabetes Gestacional • Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG) (75g de dextrose): – 1 e 2 horas – Na 24 a 28 semana gestacional • Pela manhã após jejum mínimo de 8h • Diagnóstico: – Jejum = ≥ 92 mg/dL – 1h = ≥ 180 mg/dL – 2h = ≥ 153 mg/dL Principais sintomas do Diabetes • Os sintomas clássicos de diabetes são: – Poliúria ( urina ), polidipsia ( sede), polifagia( fome) e perda involuntária de peso (os “4 Ps”). • Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: – fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar e infecções de repetição. • Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas como: – neuropatia, retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica. • Entretanto, o diabetes é assintomático na maioria dos casos, a suspeita clínica ocorre a partir de fatores de risco para o diabetes. Principais sintomas do Diabetes Complicações Metabólicas Agudas • Descompensação metabólica • Hiperglicemia grave • Com ou sem cetoacidose Hiperglicemia • Hiperosmolaridade sangüínea: > 320 mOsm/L; • Hiperglicemia (600 a 2000mg/dL) ; Desidratação; SEM CETONAS (sem Cetoacidose) • Somente em Diabetes Tipo II Síndrome Hiperosmolar Hiperglicêmica não cetótica • CONSEQUÊNCIAS: Hiperglicemia > 300 mg/dL; Acidose: pH < 7,35; Diurese osmótica e Desidratação; Cetose: odor doce e repulsivo da respiração; Coma e morte • Somente em Diabetes Tipo I Cetoacidose Diabética • CAUSAS: insulinoterapia intensificada; abstinência alimentar associada a insulinoterapia correta; • SINTOMAS: sudorese, tremor, palpitações, neuroglicopenia (fraqueza ou fadiga); • EFEITO SOMOGYI: Hipoglicemia seguida por hiperglicemia de “rebote”; Acontece durante a hipoglicemia com a secreção de hrs contrarreguladores (glucagon, epinefrina, hr. do crescimento e cortisol). Hipoglicemia Hipoglicemia X Hiperglicemia Matinal Hiperglicemia Matinal Efeito Somogyi Fenômeno do Amanhecer (Dawn) Efeito Somogyi Dose EXCESSIVA de insulina de ação intermediária antes do jantar Hipoglicemia durante a madrugada ↑ Hormônios hiperglicemiantes contra-reguladores HIPERGLICEMIA MATINAL Fenômeno do Amanhecer (Dawn) Dose INSUFICIENTE de insulina antes de dormir Não consegue suprir o período do amanhecer (4 às 8h da manhã) ↑ Hrs hiperglicemiantes (Gh pelo Ciclo Circadiano e contra-reguladores) HIPERGLICEMIA MATINAL Complicações Orgânicas Crônicas (Tardias) Doenças Macrovasculares Doença arterial coronariana • Hipertensão Arterial Sistêmica • Doença Aterosclerótica (Dislipidemia) Doença vascular periférica • Insuficiência venosa Doenças cerebrovasculares • Acidente Vascular Cerebral Doenças Microvasculares Retinopatia diabética Descompensação diabética Microlesões vasculares e Cegueira Nefropatia diabética: Disfunção renal lenta e progressiva → pode evoluir para IRC (hemodiálise) Neuropatia diabética: Isquemia, dormência e formigamento das extremidades; Ulceração do pé (Pé diabético) Alterações do TGI: Hipermotilidade (diarréia) ou Hipomotilidade ( crescimento bacteriano); Gastroparesia→ distensão e saciedade precoce; Disfunção vesical: função da micção, esvaziamento incompleto da bexiga; Tratamento do Diabetes Mellitus • Doença crônica = requer conjunto de medidas Monitoração da Glicemia Terapia Nutricional Terapia Medicamentosa Exercício Físico Terapia medicamentosa no Diabetes Tipo I “Insulinoterapia” – “Insulinização” Tipo de Insulina Início da Ação Pico da ação Duração efetiva usual Monitorar o efeito em Ação ULTRARRÁPIDA ▪ Insulina Lispro (Humalog®) ▪ Insulina Asparte (Novolog®) ▪ Insulina Glulisina (Apidra®) < 15 min 1 – 2h 3 – 4h 2h Ação RÁPIDA ▪ Regular 0,5 – 1h 2 – 3h 3 – 6h ~4h Ação INTERMEDIÁRIA ▪ NPH 2 – 4h 4 – 10h 10 – 16h 8 – 12h Ação PROLONGADA ▪ Insulina Glargina (Lantus®) 2 – 4h Sem pico 20 – 24h 10 -12h ▪ Insulina detemir (Levemir®) 2 – 4h Sem pico 18 – 24h 10 – 12h PRÉ-MISTURAS ▪ 70/30 (70% NPH, 30% regular) ▪ 75/25 (75% lispro protamina neutro [NPL], 25% lispro) ▪ 70/30 (70% asparte protamina neutro [NPA], 30% asparte) 0,5 – 1h Duplo 10 – 16h - Terapia Medicamentosa no Diabetes Tipo II “Hipoglicemiantes Orais” Classe Nomes Genéricos Ação principal Sulfonilureias (2ª Geração) Glipizida (Glucotrol®, Glucotrol XL®) Estimula a secreção de insulina pelas células betaGliburida (Glynase Prestabs®) Glimepirida (Amaryl®) Megltinida Repaglinida (Prandin®) Estimula a secreção de insulina pelas células beta Nateglinida (Starlix®) Biguanida Metformina (Glifage®) Diminui a produção hepática de glicoseMetformina de liberação prolongada (Glifage XR®) Tiazolidinedionas Pioglitazona (Actos®) Melhora a sensibilidade periférica de insulina Rosiglitazona (Avandia®) Inibidores da Glicosidase Alta Arcabose (Precose®) Retarda a absorção de carboidratos Miglitol (Glyset®) Miméticos de Incretina Exenatide (Buetta®) Aumenta a secreção de insulina dependente de glicose e inibe a secreção pós-prandial de glucagon Amilinomimético Pramlintide (Smylin®) Diminui a produção de glucagon, que diminui a liberação hepática de glicose durante a refeição e evita a hiperglicemia pós-prandial. Combinação de medicamentos 1. Gliburida/metformina (Glucovance®); Glipizida/metformina (Metaglip®) 2. Rosiglitazona/metformina (Avandamet®) 3. Rosiglitazona/glimepirida (Avandaryl®) Combina a ação de cada substância: 1. Estimula a secreção da insulina pelas células beta + diminui a produção hepática de glicose. 2. Melhora a sensibilidade da insulina + diminui a produção hepática de glicose. 3. Melhora a sensibilidade da insulina + Estimula a secreção da insulina pelas células beta Atividade Física no DM • Deverá dar um espaço de tempo entre a dose (hipoglicemiante) e a atividade física, sendo este intervalo variável em função do tipo do hipoglicemiante. • Suplementação de vitaminas E e C, selênio, zinco e caroteno (antioxidantes). • Vantagens: – No diabético tipo I a prática de exercício físico aumenta a sensibilidade dos receptores de insulina, diminuindo a necessidadede insulina exógena; – No tipo II aumenta a sensibilidade dos receptores. • Cuidados a serem tomados: – Ocasionalmente pode haver uma queda brusca nos níveis glicêmicos, provocando uma hipoglicemia. – Para evitá-la, o diabético jamais deve praticar esportes mal alimentado e, por precaução, deve ter um alimento rico em carboidratos simples à disposição. – É importante checar as condições cardio-respiratórias, o estado dos pés, pressão arterial e a saúde dos olhos. – Não exercitar o local onde a insulina é injetada. – Durante o pico de ação de insulina, deve ser evitada atividade física. • NPH : 4 a 12 horas • Lenta: 7 a 15 horas Metas do Controle Glicêmico • Glicemia pré-prandial ≤ 95mg/dL • Glicemia 1h pós-prandial ≤ 40mg/dL • Glicemia 2h pós-prandial ≤ 120mg/dL • Diabetes pré-existente: • Glicemia pré-prandial 60 a 99 mg/dL • Glicemia pós-prandial 100 a 129mg/dL • A1C < 6,0% Diabetes Gestacional • A1C : 7.0% • Glicemia pré-prandial: 70–130 mg/dL • Glicemia pós-prandial: < 180mg/dL Diabetes • Manter a glicemia entre 100 mg/dL e 180mg/dL Pacientes Hospitalizados ADA, 2012. Estratégias da Terapia Nutricional DM Tipo I • Manter o controle glicêmico ideal, integrando a terapia insulínica com exercícios; • Ajustar dose de insulina à quantidade de alimentos (Junto ao Endocrinologista) • Ensinar o paciente administrar insulina para lanches que não façam parte do seu plano habitual • Controlar o peso corporal pelo risco de ganho de peso com a insulinização DM Tipo II • Manter o controle glicêmico, lipídeos séricos e pressão arterial ideais • Aumentar fracionamento da dieta • Restringir o consumo de gorduras • Estimulo para mudança de hábitos • Perda de peso (5 a 7% ou 4,5 a 9kg) por melhorar a sensibilidade insulínica • Restrição calórica entre 250 a 500kcal • Aumentar o consumo de fibras dietéticas • Restringir sal Recomendações Nutricionais segundo Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2009): MACRONUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA VET Considerar as necessidades individuais Utilizar parâmetros semelhantes aos da população geral em todas as faixas etárias Carboidratos (CHOs) Carboidratos totais (45% a 60%) Sacarose Até 10% do VET Frutose Não se recomenda adição nos alimentes, ou seja, não usar como adoçante Fibra dietética Mínimo de 20g/dia ou 14g/1000kcal Gordura Total Até 30% do VET Gordura Saturada (AGSs) < 7% do VET Gordura Poli-insaturada (AGPIs) Até 10% do VET Gordura Monoinsaturada (AGMIs) Completar de forma individualizada Colesterol < 200mg/dL Proteína 15% a 20% do VET Recomendações de Proteínas no DM • Sem nefropatia: – Recomendação diária: 10 a 20% do VET • Com nefropatia: – Controlar o consumo de proteína – Efeito positivo da taxa de filtração glomerular – Microalbuminúria e TFG > 70ml/min = 0,8g a 1,0/kg/dia – TFG entre 70 a 30ml/min = 0,6g/kg/dia • Doenças catabólicas (Hospitalização): – 1 a 1,5g/kg/dia Recomendações de Lipídeos no DM • A distribuição do % dependerá do: – Perfil lipídico – Objetivo do tratamento em relação a glicemia, lipídeos séricos e peso corporal. • Restringir Gordura Saturada e Colesterol é medida fundamental para prevenir DCV • Recomendação Geral - Gordura: – SATURADA: < 10% do VET diário – POLIINSATURADA: ≤ 10% do VET diário – MONOINSATURADA: restante do VET + carboidrato e proteína – Colesterol: < 300mg/dia • Em caso de HIPERCOLESTEROLEMIA: – SATURADA: < 7% do VET diário – Colesterol ≤ 200mg – Estimular consumo de alimentos fontes em ômega 3 (peixes, óleos vegetais, sementes...) • Em caso de HIPERTRIGLICERIDEMIA e VLDL elevado: – ↑ Gordura monoinsaturada – Gordura SATURADA: < 10% do VET diário – Hipertrigliceridemia > 1000mg/dL: • Restrição TOTAL de gordura < 10% do VET total • Em caso de Excesso de peso: – Dieta Hipolipídica – Restrita em gorduras saturadas Recomendações de Fibras Dietéticas • 25 a 30g/dia (Chemin et al, 2007; Cuppari et al, 2005) • Mínimo 20g/dia ou 14g/1000Kcal/dia (SBD, 2009) Índice Glicêmico (IG) • Respostas glicêmicas dependem de: – Quantidade de CHO – Estrutura do açúcar – Natureza do amido – Métodos de cocção – Processamento – Teor de fibras – Demais macronutrientes nos alimentos • As evidências científicas são controversas quanto ao uso do IG no tratamento de diabéticos PÃO alimento referência GLICOSE alimento referência Alimentos IG Alimentos IG Alto IG > 95 Alto IG > 70 Moderado IG 76 a 94 Moderado IG 56 a 69 Baixo IG < 75 Baixo IG < 55 Contagem de Carboidratos Contagem de Carboidratos: • Estratégia para individualizar e flexibilizar a ingestão alimentar para obter o controle glicêmico. • Prioriza o total de CHO por refeição, considerando que sua quantidade determina a resposta glicêmica pós- prandial. Relação de Insulina X g de CHO: • ADULTOS: 1 unidade de insulina cobre 15g de CHO. • CRIANÇAS E ADOLESCENTES: 1 unidade de insulina para 20- 30g de CHO. Contagem de Carboidratos: 1. Definir as necessidades nutricionais (valor energético total [VET]), 2. Calcula-se a quantidade de carboidratos em gramas ou por número de substituições por refeição. Contagem de Carboidratos: Em diabetes melito tipo 2 (DM2) • Exemplo de como poderia acontecer: – calcula-se o VET de 1.800kcal; – consideram-se 60% de CHO – isto se traduz em 270g de CHO a serem distribuídos no dia todo; – de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidrato/refeição Em diabetes melito tipo 1 (DM1) • Exemplo de como poderia acontecer: – um adulto com diabetes tipo 1; – calcula-se o VET de 2.500kcal; – consideram-se 60% de CHO – isto se traduz em 375g de CHO a serem distribuídos no dia todo; – de acordo com a anamnese, define-se a quantidade de carboidratos/refeição Contagem de Carboidratos Exemplo Alimento Carboidratos (g) 1 copo (240ml) de leite 12 1 colher de sopa de achocolatado 13 1 pão francês 28 1 fatia média de queijo 0 1/2 unidade média de manga 12 Total 65 • Se o paciente estiver em terapia intensiva com duas aplicações de insulina NPH, utilizando a razão de 1:15, a dose para 65g de carboidrato nesta refeição, precisará de 4,3UI de insulina, • Aproximando-se de 4UI (rápida ou ultra-rápida). Contagem de Carboidratos Exemplo • Utilizando a razão de 1:15, a dose para 45g de carboidrato nesta refeição, precisará de 3UI de insulina, rápida ou ultra-rápida. Vitaminas e Minerais no DM • Deficiência de Cromo, Zinco, Magnésio e Potássio: – Pode agravar intolerância à glicose • ADA não enfatiza suplementação de Cromo por não terem sido claramente demonstrado eficácia. • Praticantes de atividade física: – Adequar ou suplementar nutrientes antioxidantes Recomendação de Sódio no DM • Sódio = 2400mg/dia • Sal de cozinha (NaCl) = 6000mg/dia Recomendações de Álcool no DM • O álcool reduz a capacidade do fígado em liberar glicose para a corrente sanguínea. • Risco de descompensar o equilíbrio entre a insulina e a glicose nos pacientes diabéticos. • Risco de hipoglicemia até 16h após ingestão • 1 dose: – 360ml de cerveja – 150ml de vinho – 45ml de destilada • COM Insulina: – Limitar 2 doses/dia – Consumir apenas mediante ingestão concomitante de alimentos – Consumir CHO antes e/ou durante e/ou após ingestão de álcool • SEM Insulina: – Restringir para promover perda ou controle do peso corporal – Limitar na hipertrigliceridemia – Substituir por grupos de lipídeos: • 1 dose = 30g de álcool = 2 grupos de lipídeos Orientações para Crianças com DM • Plano alimentar individualizado • Regimes intensivosde insulina • Recomendações de acordo com a faixa etária, e mesmas características apresentadas • OBJETIVOS: – Manter o crescimento e desenvolvimento adequados – Adequar o controle glicêmico • Recomenda-se o método de contagem de carboidratos Recomendações Nutricionais na Gestação e Lactação com DM • Adequar o aporte energético • CHO = 50 a 55% do VET • Ptn = 20% do VET • Lip = 25 a 30% do VET • Estimular o aumento na ingestão de: – Fibras – Água Adoçantes Adoçantes Tipos de adoçantes Dosagens máximas diárias Neotame 2mg/kg/dia Sorbitol Máximo 10g/dia Sucralose 5mg/kg/dia Acesulfame-K 15mg/kg/dia Sacarina 5mg/kg/dia Aspartame 40mg/kg/dia Esteviosídio ADA não recomenda seu uso como edulcorante Frutose ADA não recomenda seu uso como edulcorante Adoçantes: Adoçantes dietéticos calóricos Aspartame (4Kcal/g) Frutose (4Kcal/g) Xylitol, Sorbitol e Manitol (4Kcal/g) Adoçantes dietéticos não-calóricos Sacarina Acessulfame-k Ciclamato de sódio Sucralose Estévia Sendo produtos artificiais, podem trazer uma ação tóxica para o organismo. Existem vários tipos de substâncias que compõem os adoçantes, entre elas a sacarina e o aspartame. A sacarina é um dos mais conhecidos entre os tipos de adoçantes é composta por enxofre e nitrogênio. Já o aspartame pode estar associado ao surgimento de doenças como Mal de Alzheimer e doenças de Parkinson. Ainda pode-se relacionar o uso de adoçantes ao surgimento de câncer.
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