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02_Conhecimentos_Gerais_em_Defesa

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADAGRO-PE 
Fiscal Estadual Agropecuário 
Especialidade Agronomia 
 
 
1. Fitossanidade: Fitopatologia e Entomologia. ................................................................................... 1 
2. Controle de plantas daninhas. ....................................................................................................... 13 
3. Pragas Quarentenárias ausentes A1, pragas quarentenárias presentes A2 e Não Quarentenárias 
Regulamentadas. .................................................................................................................................. 20 
4. Manejo integrado de pragas. Quarentena vegetal. Área Livre de Praga - ALP, Local Livre de Praga- 
LLP, Sistema de Mitigação de Riscos de Praga - SMRP ou Área de Baixa Prevalência de Praga – 
ABPP.............. ........................................................................................................................................ 22 
5. Certificação fitossanitária de origem. ............................................................................................ 34 
6. Pragas de importância quarentenária e econômica para as culturas do mamão, manga, banana, 
família das cucurbitáceas, uva, citrus e palma. ...................................................................................... 41 
7. Permissão de Trânsito Vegetal - PTV. .......................................................................................... 72 
8. Agrotóxicos: Tecnologia de aplicação. Receituário Agronômico. Uso correto e seguro de agrotóxicos 
e afins. Destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos. 9. Equipamentos de Proteção Individual 
para o uso de agrotóxicos. 10. Toxicologia, classificação e tipos de agrotóxicos. 11. Transporte de 
agrotóxicos. 12. Armazenamento de agrotóxicos.13. Resíduos de agrotóxicos em alimentos. .............. 73 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
Fitopatologia 
 
O termo fitopatologia é originário de três palavras gregas (Phyton = planta, vegetal), (Pathos = doença) 
e (Logos = estudo, tratado), podendo ser definida como a ciência que estuda a interação entre planta, 
doença e meio ambiente, estabelecendo deste modo os métodos de prevenção e controle. 
Portanto, Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças de plantas, abrangendo todos os seus 
aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle. 
 
Doença em planta consiste de uma atividade fisiológica injuriosa, causada pela irritação contínua 
provocada por fator causal primário, exibida através de atividade celular anormal e expressa através de 
condições patológicas características, chamadas sintomas. Portanto é um processo dinâmico no qual o 
hospedeiro (planta) e o agente causal, denominado de patógeno (fungos, bactérias, vírus, etc.), em íntima 
relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, resultando modificações morfológicas e fisiológicas. 
No novo texto da Convenção Internacional para Proteção de Plantas (CIPP 2006) pragas e doenças 
devem ser consideradas, conjuntamente, como pragas. 
O conceito oficial de praga então estabelecido fica sendo: “qualquer espécie, raça ou biótipo de 
vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos aos vegetais ou produtos vegetais”, compreendendo 
animais (insetos, ácaros e nematoides) e doenças (causadas por fungos, bactérias, vírus e viroides). 
 
Sintomatologia 
 
É a parte da fitopatologia que estuda os sintomas e sinais que caracterizam uma determinada doença 
na planta. 
Sintomas são reações da planta (hospedeiro) ante qualquer manifestação de agentes nocivos. 
Sinais são estruturas do patógeno quando exteriorizadas no tecido doente. 
 
Sintomas mais comuns associados às doenças de plantas 
 
- Anasarca – extravasamento de conteúdo celular, que resulta em áreas de aspecto encharcado; 
- Cancro – lesões necróticas, formando depressões nos tecidos corticais dos caules, tubérculos e 
raízes; 
- Clorose – ausência parcial ou total da coloração verde normal. Os órgãos afetados podem se tornar 
verde-amarelado, amarelados ou mesmo esbranquiçados; 
- Galha – desenvolvimento anormal de tecidos resultantes da hipertrofia (supercrescimento de células) 
e, ou, hiperplasia (multiplicação excessiva de células); 
- Gomose – exsudação de goma a partir de lesões, principalmente em caules ou frutos; 
- Mancha – as manchas são mais comuns em folhas, mas também podem ocorrer em flores, frutos ou 
ramos. O sintoma resulta da morte dos tecidos que se tornam secos e pardos. Dependendo da doença, 
as manchas foliares têm formas variadas, podendo ser irregulares, angulares, circulares, etc.; 
- Mosaico – áreas cloróticas intercaladas com áreas de verde mais escuro, observadas principalmente 
em folhas; 
- Murcha – perda de turgescência de folhas, pecíolos e hastes suculentas, decorrente da obstrução do 
sistema vascular ou destruição do sistema radicular; 
- Necrose – escurecimento de tecido resultante da morte/ desintegração de células; 
- Podridão – morte e desintegração de tecidos, decorrente da atividade enzimática de fitopatógenos; 
as podridões podem ser adjetivadas como: úmidas, secas, firmes, brancas, marrons, etc.; 
- Pústula – pequena mancha necrótica (geralmente menor do que 1,0 cm), com elevação da epiderme, 
que se rompe por força da produção e exposição de esporos fúngicos; 
1. Fitossanidade: Fitopatologia e Entomologia. 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 2 
- Requeima ou crestamento – necrose repentina de órgãos aéreos (folhas, flores e brotações); 
- Tombamento (ou damping-off) – tombamento ou morte de mudas, resultante da podridão dos tecidos 
tenros da base de seu caulículo. Se a podridão ocorrer antes da emergência da planta, havendo redução 
no estande de semeadura, diz-se que houve “tombamento em pré-emergência”; 
- Verrugose – crescimento excessivo de tecidos epidérmicos e corticais, geralmente modificados pela 
ruptura e suberificação das paredes celulares, originando lesões salientes e ásperas, em frutos, 
tubérculos e folhas. 
 
A interação dos fatores patógeno, hospedeiro e ambiente é essencial para a ocorrência de doenças 
em plantas. Entretanto, a severidade das doenças infecciosas pode ser maior ou menor, dependendo 
de outros fatores que compõem os vértices do triângulo, representados na Figura 1 A. 
Na agricultura moderna o homem é um fator tão importante no manejo das doenças que os autores 
propõem a figura de um tetraedro, ao invés de um triângulo, para melhor representar as interações entre 
fatores predisponentesà ocorrência de uma doença (Figura 1 B). 
 
 
 
Tipologia de danos em plantas 
 
Os danos causados pelos patógenos às plantas podem gerar efeitos dos mais diversos e significativos. 
A tipologia de danos ajuda a identificar e delimitar os tipos e variedades de plantas que podem 
desenvolver doenças em determinada área geográfica, minimizar o impacto agronômico imediato e não 
comprometer a capacidade futura de produção. A tipologia de danos causados por patógenos inclui danos 
potenciais e danos reais (Figura 2). 
 
 
 
Dano Potencial 
 
Dano que pode ocorrer na ausência de medidas de controle 
 
Dano Real 
 
É o dano que já ocorreu ou que ainda está ocorrendo. 
O Dano Real divide-se em dois grupos: Dano real direto e Dano real indireto: 
 
Dano Real Direto 
Afeta a quantidade ou qualidade do produto ou ainda a capacidade futura de produção. Divide-se em 
dois grupos: dano real direto primário e dano real direto secundário. 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 3 
Dano real direto primário – É o dano causado na pré-colheita e pós-colheita de produtos vegetais 
devidos às doenças de plantas. Eles ocorrem desde a estocagem das sementes, passando pela 
germinação, crescimento da planta, colheita, manuseio e estocagem do produto colhido. 
Dano real direto secundário – É o dano cuja causa é o patógeno veiculado pelo solo ou disseminado 
por órgãos de propagação vegetativa (sementes, tubérculos, ext.) de seu hospedeiro. Incluem-se aqui 
também os patógenos que debilitam, usualmente, pela desfolha prematura de seus hospedeiros. 
A tipologia de danos entre o causador do dano (patógeno) e quem sofreu o dano (planta) envolve um 
efeito direto que afeta o produtor e o consumidor do produto. É de extrema relevância, avaliar o efeito dos 
possíveis danos para gerar produtos em quantidades desejáveis e com qualidade. 
 
Dano Real Indireto 
 Compreende os efeitos econômicos e sociais das doenças de plantas que estão além do impacto 
agronômico imediato, podendo ocasionar danos no âmbito do produtor, da comunidade rural, do 
consumidor, do Estado e do ambiente. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
Carollo, Eliane Mazzoni. Manual básico de técnicas fitopatológicas / Eliane Mazzoni Carollo, Hermes Peixoto Santos Filho. – Cruz das Almas: Embrapa 
Mandioca e Fruticultura BA, 2016. 
 
Classificação de doenças de plantas1 
 
Doença é resultante da interação entre hospedeiro, agente causal e ambiente. Diversos critérios, 
baseados no hospedeiro e/ou no agente causal, têm sido usados para classificar doenças de plantas. 
Quando o hospedeiro é tomado como referência, a classificação reúne as doenças que ocorrem numa 
determinada espécie botânica. 
Desta forma tem-se, por exemplo, as doenças do feijoeiro, do tomateiro, da cana-de-açúcar, etc. Esse 
tipo de classificação tem um caráter eminentemente prático, pois é de interesse dos técnicos envolvidos 
com cada cultura específica. Outra possibilidade, ainda ligada ao hospedeiro, é classificar doenças de 
acordo com a parte ou idade da planta atacada. Assim, as doenças podem ser agrupadas, por exemplo, 
em doenças de raiz, de colo, de parte aérea, etc. 
A classificação de doenças tomando por base a natureza dos patógenos define os grupos de doenças 
causadas por fungos, por bactérias, por vírus, etc. Este sistema de classificação tem como ponto 
desfavorável agregar, num mesmo grupo, patógenos que, apesar da proximidade taxonômica, atuam de 
forma diferente em relação à planta. 
Como evidência, pode-se mencionar o contraste entre uma bactéria que provoca murcha (Ralstonia 
solanacearum, por exemplo), cujo controle estaria mais próximo de uma murcha causada por fungo 
(Fusarium oxysporum, por exemplo), e outra bactéria que causa podridão em órgãos de armazenamento 
(Erwinia carotovora, por exemplo). 
Esta última teria, do ponto de vista do controle, maior similaridade com um fungo causador de podridão, 
como Rhizopus, por exemplo. O processo doença envolve alterações na fisiologia do hospedeiro. Com 
base neste aspecto se propôs uma classificação para as doenças de plantas baseada nos processos 
fisiológicos vitais da planta interferidos pelos patógenos. Os processos fisiológicos vitais de uma planta, 
em ordem cronológica, podem ser resumidos nos seguintes: 
I - Acúmulo de nutrientes em órgãos de armazenamento para o desenvolvimento de tecidos 
embrionários. 
II - Desenvolvimento de tecidos jovens às custas dos nutrientes armazenados. 
III - Absorção de água e elementos minerais a partir de um substrato. 
IV - Transporte de água e elementos minerais através do sistema vascular. 
V - Fotossíntese. 
VI - Utilização, pela planta, das substâncias elaboradas através da fotossíntese. 
 
Assim, o desenvolvimento de uma planta a partir de uma semente contida num fruto envolveria várias 
etapas sequenciais, como o apodrecimento do fruto para a liberação da semente; o desenvolvimento dos 
tecidos embrionários da semente a partir das reservas da mesma; a formação dos tecidos jovens, como 
radícula e caulículo, ainda a partir das reservas nutricionais da semente; a absorção de água e minerais 
pelas raízes; o transporte de água e nutrientes minerais através dos vasos condutores; o desenvolvimento 
das folhas, que passam a realizar fotossíntese, tornando a planta independente das reservas da semente; 
 
1 http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/14-39-41-apostilafitopatologia.pdf. 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 4 
o desenvolvimento completo da planta, tanto vegetativa como reprodutivamente, graças aos materiais 
sintetizados por ela. 
Considerando que estes processos vitais podem sofrer interferências provocadas por diferentes 
patógenos, propôs-se grupos de doenças correspondentes: 
- Grupo I - Doenças que destroem os órgãos de armazenamento 
- Grupo II - Doenças que causam danos em plântulas 
- Grupo III - Doenças que danificam as raízes 
- Grupo IV - Doenças que atacam o sistema vascular 
- •Grupo V - Doenças que interferem com a fotossíntese 
- Grupo VI - Doenças que alteram o aproveitamento das substâncias fotossintetizadas 
 
Esta classificação é conveniente pois, apesar de diferentes patógenos atuarem sobre um mesmo 
processo vital, o modo de ação dos mesmos em relação ao hospedeiro envolve procedimentos 
semelhantes (Tabela 1). Assim, diversos fungos e diversas bactérias podem causar lesões em folhas; a 
doença provocada por estes patógenos, porém, interfere no mesmo processo fisiológico vital, ou seja, a 
fotossíntese. 
Em adição, doenças pertencentes a um mesmo grupo apresentam características semelhantes quanto 
às diversas fases do ciclo de relações patógeno-hospedeiro, não raro apresentando idênticas medidas 
para seu controle. 
 
 
 
 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 5 
 
 
 
 
 
 
Finalmente, este sistema de classificação permite, também, uma ordenação dos agentes causais de 
doença segundo os graus de agressividade, parasitismo e especificidade (Fig. 1). Assim, de um modo 
geral, à medida que se caminha do grupo I para o grupo VI, constata-se menor grau de agressividade no 
patógeno, maior grau de evolução no parasitismo e maior especificidade do patógeno em relação ao 
hospedeiro. 
Em relação à agressividade, os patógenos dos grupos I e II apresentam alta capacidade destrutiva, 
pois em curto espaço de tempo provocam a morte do órgão ou da planta atacada; são organismos 
saprofíticos que, através de toxinas, levam, antes, o tecido à morte para, depois, colonizá-lo. 
Quanto à evolução do parasitismo, os patógenos encontrados nos grupos V e VI são considerados 
mais evoluídos, pois convivem com o hospedeiro, não provocando sua rápida destruição; ao invés de 
toxinas, estes patógenos, geralmente,produzem estruturas especializadas em retirar nutrientes 
diretamente da célula sem, no entanto, provocar sua morte imediata. 
A especificidade dos patógenos em relação ao hospedeiro também aumenta do grupo I para o VI. Nos 
primeiros grupos é comum a ocorrência de patógenos capazes de atacar indistintamente uma grama de 
diferentes hospedeiros; por outro lado, nos últimos grupos estão presentes patógenos que causam 
doença apenas em determinadas espécies vegetais. A ocorrência de raças patogênicas, com 
especificidade a nível de cultivar, são de comum ocorrência nesses grupos superiores. 
 
 
 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 6 
Princípios gerais de controle de doenças de plantas 
 
O controle de doenças de plantas é o mais importante objetivo prático da Fitopatologia, uma vez que 
sem controle podem ocorrer enormes prejuízos. A eficiência produtiva tem sido a meta insistentemente 
procurada pelo homem na sua luta pela sobrevivência. 
Dessa busca incessante decorrem, paradoxalmente, muitos dos atuais problemas fitopatológicos. 
Variedades de plantas continuamente selecionadas para atender às exigências de produção, comércio e 
consumo aliam, muitas vezes, grande vulnerabilidade aos agentes fitopatogênicos. 
Técnicas culturais, como densidade de plantio, monocultura baseada em uniformidade genética, 
adubação, mecanização, irrigação, etc., necessárias para garantir alta produtividade, freqüentemente 
favorecem a ocorrência de doenças. Contudo, nem essas variedades, nem essas atividades podem ser 
drasticamente modificadas sem risco de diminuir a eficiência produtiva. Esta é a razão porque o controle 
de doenças assume importância fundamental. 
 
Conceitos de controle 
 
Desde seus primórdios, a Fitopatologia preocupou-se em enfatizar a conotação econômica do controle 
das doenças. Assim, o controle foi definido como a “prevenção dos prejuízos de uma doença" sendo 
admitido em graus variáveis (parcial, lucrativo, completo, absoluto, etc.) mas “aceito como válido, para 
fins práticos, somente quando lucrativo”. Este ponto de vista é aceito e compartilhado generalizadamente 
pelos fitopatologistas. 
Na prevenção e no tratamento de doenças deviam ser sempre considerados a eficiência dos métodos 
e o custo dos tratamentos, sendo óbvio que os métodos empregados deveriam custar menos que os 
prejuízos ocasionados. Entretanto, o controle de doenças de plantas só passou a ser racionalmente 
cogitado a partir dos conhecimentos gerados pelo desenvolvimento da Fitopatologia como ciência 
biológica. 
Portanto, numa concepção biológica, controle pode ser definido como a “redução na incidência ou 
severidade da doença”. Essa conotação biológica é de fundamental importância, pois dificilmente as 
doenças podem ser controladas com eficiência sem o conhecimento adequado de sua etiologia, das 
condições climáticas e culturais que as favorecem e das características do ciclo das relações patógeno- 
hospedeiro, além da eficiência dos métodos de controle disponíveis. 
As conceituações econômica e biológica estão intimamente relacionadas, pois a prevenção da doença 
leva à diminuição dos danos (reduções do retorno e/ou qualidade da produção) e, eventualmente, das 
perdas (reduções do retorno financeiro por unidade de área cultivada). Em vista disso e pelo fato do dano 
ser uma função epidemiológica, embora doenças possam ser controladas em hospedeiros individuais, o 
controle de doenças de plantas é um problema essencialmente populacional. 
 
Os princípios de gerais de controle e o triângulo da doença 
 
Os métodos de controle foram agrupados em quatro princípios biológicos gerais: exclusão - prevenção 
da entrada de um patógeno numa área ainda não infestada; erradicação - eliminação do patógeno de 
uma área em que foi introduzido; proteção - interposição de uma barreira protetora entre as partes 
suscetíveis da planta e o inoculo do patógeno, antes de ocorrer a deposição; imunização - 
desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes ou, ainda, desenvolvimento, por meios naturais ou 
artificiais, de uma população de plantas imunes ou altamente resistentes, em uma área infestada com o 
patógeno. 
Com o tempo, a esses princípios foi acrescentado o da terapia, que visa restabelecer a sanidade de 
uma planta com a qual o patógeno já estabelecera uma íntima relação parasítica. 
Esses princípios podem ser enunciados como passos sequenciais lógicos no controle de doenças de 
plantas, levando em consideração o ciclo das relações patógeno-hospedeiro em uma determinada área 
geográfica. Assim, a exclusão interfere na fase de disseminação, a erradicação na fonte de inoculo e na 
sobrevivência, a proteção na inoculação e na germinação, a imunização, na penetração e colonização e 
a terapia, na colonização e na reprodução (Fig. 1) 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 7 
 
 
 
 
Os princípios abordando os problemas de controle numa visão bidimensional do ciclo das relações 
patógeno-hospedeiro, não poderiam abranger adequadamente todas as medidas de controle. A ação do 
homem sobre o patógeno (exclusão e erradicação) e sobre o hospedeiro (proteção, imunização e terapia) 
estava bem clara. 
Entretanto, o fator ambiente, um dos vértices do triângulo da doença, foi deixado de lado. Em vista 
disto, sugere-se que medidas de controle baseadas em modificações do ambiente obedecem ao princípio 
da regulação. De fato, modificações da umidade, temperatura e luminosidade do ambiente, de reação e 
propriedades do solo e da composição do ar, não se encaixam adequadamente dentro do princípio de 
proteção, onde usualmente são colocadas, em livros textos de Fitopatologia. 
Outras medidas de controle, também não satisfatoriamente ajustáveis aos princípios, são aquelas 
referentes à escolha da área geográfica, local e época de plantio, profundidade de semeadura, 
precocidade das variedades, etc. Tais medidas são atualmente agrupadas no princípio da evasão, que 
pode ser definida como a prevenção da doença pelo plantio em épocas ou áreas quando ou onde o 
inoculo é ineficiente, raro ou ausente. A evasão baseia-se, portanto, em táticas de fuga dirigidas contra o 
patógeno e/ou contra o ambiente favorável ao desenvolvimento da doença. 
A regulação e a evasão tornam os princípios de controle mais abrangentes, permitindo uma visão mais 
global da natureza da doença e melhorando a compreensão de que qualquer alteração nos componentes 
do triângulo da doença, isoladamente ou em conjunto, modifica o seu livre curso (Fig. 2). 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 8 
 
 
Os princípios de controle e a abordagem epidemiológica 
 
Os princípios de controle fundamentam-se, essencialmente, em conhecimentos epidemiológicos, pois 
atuam no triângulo hospedeiro-patógeno-ambiente, impedindo ou retardando o desenvolvimento 
sequencial dos eventos do ciclo das relações patógeno hospedeiro. 
Entretanto, o fator tempo, essencial para a compreensão de epidemias, só foi explicitamente 
considerado a partir de 1963, pelas análises epidemiológicas baseadas na taxa de infecção e na 
quantidade de inoculo inicial. Essa relação aparece simplificada na equação: 
 
 
 
onde a proporção y de doença em um tempo t qualquer é determinada pelo inóculo inicial y0, pela taxa 
média de infecção r e pelo tempo t durante o qual o hospedeiro esteve exposto ao patógeno. Baseado 
nessa abordagem, três estratégias epidemiológicas podem ser utilizadas para minimizar os prejuízos de 
uma doença: 
 
a) Eliminar ou reduzir o inóculo (y0) ou atrasar o seu aparecimento 
b) Diminuir a taxa de desenvolvimento da doença (r) 
c) Encurtar o período de exposição (t) da cultura ao patógeno. 
 
Essa abordagem matemática de como crescem as doenças infecciosas torna a epidemiologia uma 
ciência quantitativa, permitindouma melhor compreensão do desempenho das medidas de controle 
adotadas (Fig. 3). Os princípios de controle sob os pontos de vista biológico e epidemiológico, atuando 
nos mesmos fatores que compõem a doença, estão intimamente relacionados (Tabela 1). 
 
 
 
Figura 3. Princípios de controle de doenças de plantas e modo de atuação de cada princípio [adaptado de Roberts & Boothroyd (1984)] 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 9 
Tabela 1. Relação entre métodos e princípios de controle e seus efeitos predominantes sobre os 
componentes epidemiológicos [inóculo inicial (y0), taxa de infecção (r) e tempo de exposição do 
hospedeiro ao patógeno (t)]. 
 
 
 
 
Questões 
 
01. (SC/CE - Analista de Desenvolvimento Urbano - FUNCAB) Na disciplina de fitopatologia, “o 
dano que pode ocorrer na ausência de medidas de controle” é definido como dano: 
(A) potencial. 
(B) primário 
(C) secundário. 
(D) indireto. 
(E) real. 
 
02. (Polícia Federal - Perito Criminal Federal - CESPE) Acerca da fitopatologia, julgue o item a 
seguir. 
Toda injuria apresentada é sinal de uma ação momentânea de um fator físico-mecânico ou químico 
sobre o vegetal. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.certo 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 10 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
 
Vejamos os dois tipos de danos e a justificativa para assinalarmos a alternativa A 
 
Dano Potencial: o que pode ocorrer na ausência de medidas de controle 
Dano Real: é o dano que já ocorreu ou que ainda está ocorrendo. 
 
02. Resposta: certo 
Doença em planta consiste de uma atividade fisiológica injuriosa, causada pela irritação contínua 
provocada por fator causal primário, exibida através de atividade celular anormal e expressa através de 
condições patológicas características, chamadas sintomas. Portanto é um processo dinâmico no qual o 
hospedeiro (planta) e o agente causal, denominado de patógeno (fungos, bactérias, vírus, etc.), em íntima 
relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, resultando modificações morfológicas e fisiológicas. 
 
Entomologia2 
 
Entomologia é a parte da Zoologia que se dedica ao estudo dos insetos. 
Essa palavra é derivada do grego (entomon= segmentado e logos= tratado), podendo ser 
etimologicamente definida como a “ciência que estuda os animais segmentados”. 
O termo “inseto”, de uso geral, vem da palavra latina intersectum, significando entrecortado. 
Tanto um termo como outro fazem alusão à presença da segmentação ou metameria somática. 
Desde Aristóteles (350 AC) os insetos são referidos como animais articulados; a entomologia abrangia 
então, não só os hexápodes, mas todos os invertebrados articulados, inclusive os vermes superiores. 
O termo “Articulata” já foi usado por Cuvier para reunir os anelídeos e artrópodes. Desde Lamarck, 
porém, o campo da entomologia limita-se ao estudo dos artrópodes cujas formas adultas possuem 3 
pares de pernas, constituindo a classe Insecta, nome dado por Linneu (1758), tendo por muito tempo 
Hexapoda, de Blainville (1816) e Latreille (1825), como sinônimo. 
Atualmente, alguns hexápodes mais primitivos, que vinham sendo tratados como insetos, passaram a 
integrar grupos distintos. 
Dessa forma a classe Insecta, agora, abriga apenas os artrópodes dotados de 3 pares de pernas, 
díceros, ectognatos e com desenvolvimento epimórfico. 
 
Divisões 
 
A entomologia é comumente dividida em básica ou pura, ocupando-se do estudo dos hexápodes, sem 
preocupações de ordem econômica ou importância para o homem, e, aplicada ou econômica, que estuda 
os insetos sob o ponto de vista de sua utilidade ou nocividade. Comportam, como principais subdivisões, 
as referidas a seguir: 
 
 
Entomologia geral - estuda os insetos procurando conhecer tanto sua organização anatômica externa 
e interna, como também sua biologia, ecologia e fisiologia. 
 
 
2 https://bit.ly/2Q4eldm 
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Entomologia sistemática - tomando por base as semelhanças e diferenças que ocorrem entre os 
insetos, procura classificá-los por similaridade, formando grupos naturais, fundamentados, atualmente, 
em bases filogenéticas. 
 
Entomologia agrícola - estuda os insetos, tanto nocivos como úteis à agricultura. Também referida 
como Entomologia Econômica, é a que reúne maior número de pesquisadores e de publicações no 
mundo. 
Os insetos nocivos são os que proporcionam, direta ou indiretamente, algum prejuízo; no primeiro caso 
- danos diretos - atacando os vegetais, tanto na lavoura como armazenados, servindo como exemplos a 
lagarta-do-trigo Pseudaletia sequax Franc., 1951 e a lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818 
(LEPI., Noctuidae), o maranduvá-da-mandioca Erinnyis ello (L., 1758) (LEPI., Sphingidae) e vários 
besouros, como a “vaquinha” Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (COLE., Chrysomelidae) e os 
“burrinhos” Epicauta spp. (COLE., Meloidae); no segundo - dano indireto – introduzindo nas plantas 
princípios tóxicos ou outros agentes que podem provocar distúrbios os mais diversos, como manchas e 
deformações; os insetos cecidógenos representam um exemplo típico, pelas galhas ou cecídeas 
produzidas por atrofia, hipertrofia ou hiperplasia dos tecidos vegetais; outros provocam a disseminação 
de várias doenças de plantas, causadas especialmente por vírus, que são levados de uma planta para 
outra, pelos chamados “insetos vetores”. 
Os insetos úteis podem ser assim referidos tanto pela utilidade direta como indireta. No primeiro caso, 
incluindo espécies que contribuem para a polinização de vegetais, como por exemplo a abelha-comum, 
doméstica ou europeia Apis mellifera (L., 1758) (HYME., Apidae) de grande importância especialmente 
em pomares, e, Blastophagus psenes (L., 1758) (HYME., Agaonidae), imprescindível para a frutificação 
da figueira (Ficus carica), introduzida em vários países. 
No segundo, incluindo espécies, referidas como insetos auxiliares, que são usadas para minimizar os 
danos causados por diversas pragas da agricultura, pelo método do “controle biológico”; os agentes 
usados para esse fim são chamados de um modo geral de “inimigos naturais” das diferentes pragas e 
abrangem tanto predadores como parasitoides: 
Predador - alimenta-se diretamente de suas vítimas, chamadas “presas”, devorando-as em seguida, 
sendo exemplos o louva-a-deus (MANT.) e a maioria das “joaninhas” (COLE., Coccinellidae), destacando-
se Cycloneda sanguinea (L., 1763) e Eriopis connexa (Germar, 1824) comumente encontradas junto a 
colônias de pulgões. 
Parasitóide - deposita o ovo junto ou no interior do corpo de sua vítima, chamada de “hospedeiro”, 
que servirá de alimento quando a larva eclodir; são exemplos diversas espécies de vespinhas ou 
microhimenópteros, como as do gênero Aphidius (Braconidae), que parasitam grande número de pulgões, 
as de Aphytis (Aphelinidae) em cochonilhas e Trissolcus (Scelionidae) em ovos de percevejos. 
Também é comum o parasitismo de lagartas tanto por vespinhas, destacando-se as do gênero Cotesia 
(Braconidae), como por dípteros Tachinidae. 
 
Entomologia ambiental - estuda os insetos de interesse como indicadores de poluição, especialmente 
hídrica, e, ainda, para estimar os níveis da degradação de florestas. O estudo e criação de espécies de 
borboletas para ornamentação de parques e jardins está sendo atualmente objeto de grande atenção. 
 
Entomologia farmacêutica - estuda os insetos que proporcionam matérias primas para a fabricação 
de medicamentos. A geleia real produzida pela abelha é um exemplo dos mais expressivos; a cantaridina, 
que apesar de ter propriedades vesicatórias atua também como afrodisíaco, presente em meloídeos, com 
maior proporção na espécie europeia Lyttavesicatoria (L.,1758) (COLE., Meloidae) é outro exemplo. 
Relacionam-se ainda com este ramo da Entomologia a busca da substância existente no besouro-do-
amendoim Ulomoides dermestoides (Fairmaire,1893) (COLE., Tenebrionidae) responsável por sua ação 
medicinal, com propriedades anti-inflamatórias, bem como o estudo dos efeitos antirreumáticos do veneno 
produzido por algumas abelhas e vespas. 
 
Entomologia florestal - estuda os insetos associados às plantas florestais, tanto nativas como 
cultivadas. 
Relaciona-se intimamente à entomologia agrícola. Destacam-se pela importância vários coleópteros 
cerambicídeos, como o “serrador-da-acácia-negra” [Oncideres impluviata (Germar, 1824)], a “broca-da-
erva-mate” (Hedypathes betulinus Klug, 1825), a “broca-do-eucalipto” [Phoracantha semipunctata (Fabr., 
1775)] e a “broca-do-pinheiro” [Parandra glabra (De Geer, 1774)], além de outros coleópteros e também 
várias lagartas e cochonilhas. 
 
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Entomologia forense - estuda os insetos que de alguma forma possam contribuir para o 
esclarecimento de aspectos discutidos em âmbito judicial. São exemplos as formas necrófagas, 
destacando-se espécies de Nicrophorus e Silpha (COLE., Silphidae), que podem indicar o tempo 
decorrido na execução de homicídios. 
 
Entomologia habitacional - estuda os insetos que ocorrem nas habitações, os quais podem molestar 
pela simples presença ou picada, como danificar alimentos, objetos e outros bens humanos. A crescente 
ocorrência de insetos em residências, hotéis, restaurantes, cinemas, bibliotecas etc, vem aumentando de 
forma apreciável a importância deste ramo da entomologia aplicada. 
Como exemplos mais expressivos podem ser lembradas as baratas Periplaneta americana (L., 1758) 
(BLAT., Blattidae) e Blatella germanica (L., 1767) (BLAT., Blatellidae); o mosquito Culex quinquefasciatus 
Say,1823 (DIPT., Culicidae) e a pulga Pulex irritans (L., 1758) (SIPH., Pulicidae), insetos hematófagos 
causando desassossego; os cupins ou térmitas Kalotermes spp. (ISOP., Kalotermitidae) que vivem em 
madeiras, prejudicando móveis e mesmo caibros, assoalhos e paredes; a traça Tineola uterella (Wals., 
1897) (LEPI., Tineidae) e a punilha Dermestes maculatus (DeGeer, 1774) (COLE., Dermestidae), 
responsáveis por prejuízos em roupas, peles e tapetes; a falsa traça Lepisma saccharina (L., 1758) 
(THNU., Lepistamidae) danificando quadros e papéis em geral; os piolhos-dos-livros Liposcelis spp. 
(PSOC., Liposcelidae) comum em bibliotecas, produtos armazenados, herbários e coleções 
entomológicas. 
 
Entomologia industrial - estuda os insetos sob o ponto de vista da utilização industrial de seus 
produtos. São exemplos a abelha, já citada, de grande importância na produção de mel e cera; o bicho-
da-seda Bombyx mori (L., 1758) (LEPI., Bombycidae), espécie de ampla utilização na sericicultura; as 
cochonilhas Laccifer lacca (Kerr, 1782) (HEMI., Sternorrhyncha, Kerriidae) e Dactylopius coccus(Costa, 
1835) (HEMI., Sternorrhyncha, Dactylopiidae), produtoras da verdadeira laca animal e do carmim de 
melhor qualidade, respectivamente. 
 
Entomologia médica - estuda os insetos que, de qualquer forma, podem afetar a saúde humana. 
Como exemplos podem ser lembrados os “barbeiros” Triatoma infestans (Klug., 1834) e Panstrongylus 
megistus (Burm., 1835) (HEMI., Heteroptera, Reduviidae) transmissores de Trypanosoma cruzi causador 
da doença de Chagas; os mosquitos Aedes aegypti (L., 1762) transmissor dos vírus causadores da febre 
amarela e da “dengue” e Anopheles spp. (DIPT., Culicidae) vetores do esporozoário Plasmodium vivax 
causador da malária; o piolho Pediculus humanus (L., 1758) (PHTH., Anoplura, Pediculidae) transmissor 
de Rickettsia, vírus causador do tifo exantemático; as lagartas urticantes de vários lepidópteros, como as 
de Automeris spp. e Hylesia spp. (LEPI., Saturniidae), as “taturanas” ou “lagartas-de-fogo” Megalopyge 
spp. (LEPI., Megalopygidae) e especialmente a “lagarta-assassina” [Lonomia obliqua Walker, 1855 
(LEPI., Saturniidae)] capaz de causar hemorragias e óbitos. 
 
Entomologia química ou toxicológica - preocupa-se com a procura e fabricação de substâncias 
destinadas ao controle de insetos. Abrange os aspectos toxicológicos, incluindo os testes de eficiência e 
seletividade de produtos. 
 
Entomologia veterinária - estuda os insetos relacionados com a saúde dos animais. Como exemplos 
destacam-se Dermatobia hominis (L., 1781) (DIPT., Cuterebridae) cujas larvas são conhecidas como 
“bichoberne”; Gasterophilus nasalis (L., 1761) (DIPT., Gasterophilidae) causador da “gasterofilose” dos 
eqüinos; Cochliomyia spp. (DIPT., Calliphoridae) moscas varejeiras responsáveis por miíases tanto em 
animais como no homem; Melophagus ovinus (L., 1761) (DIPT., Hippoboscidae), ectoparasito 
permanente de ovelhas; os piolhos das aves, como Menopon gallinae (L., 1758) (PHTH., Amblycera, 
Menoponidae) entre outros, e os dos mamíferos, como Trichodectes spp. (PHTH., Ischnocera, 
Trichodectidae) que se alimentam da base dos pelos e Haematopinus spp. (PHTH., Anoplura, 
Haematopinidae) que são hematófagos, associados principalmente a bovinos e suínos. 
 
Posição sistemática 
 
Existe grande divergência entre os autores no tocante à hierarquia dos grupos que integram os 
invertebrados que possuem pernas articuladas, incluídos em Insecta por Linneu e em Arthropoda por 
Sieboldt & Stannius. Apesar do termo Hexapoda ter sido usado como sinônimo de Insecta por muito 
tempo, e ainda sem diferenciação por BARNES, CALOW & OLIVE (1995), que elevam a hierarquia da 
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. 13 
maioria dos grupos, os mesmos são mantidos como táxons distintos na proposta de KRISTENSEN 
(1991). 
O quadro que segue dá uma visão geral da posição sistemática dos insetos desde filo: 
 
 
 
A classe Ellipura reune as ordens Collembola e Protura, consideradas anteriormente por KRISTENSEN 
(1981) como classes independentes, que juntamente com Diplura, formava o grupo “Entognatha”. 
 
Questão 
 
01. (DPF - Perito Criminal Federal - CESPE) A entomologia forense aplica conhecimentos sobre a 
biologia dos insetos e outros artrópodes a processos criminais. Com a ajuda desses conhecimentos, é 
possível, por exemplo, determinar o local e o tempo da ocorrência de incidentes, de acordo com a fauna 
encontrada no cadáver. Acerca desse assunto, julgue o item subsecutivo. 
 
A entomologia forense urbana é um estudo específico sobre infestação de pragas provocada por 
artrópodes, aplicado a litígios que envolvam prestação de serviços entre contratantes e contratados para 
limpeza em geral, como em shopping centers. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.errado 
 
Comentário 
 
01. Resposta: errado 
Entomologia química ou toxicológica - preocupa-se com a procura e fabricação de substâncias 
destinadas ao controle de insetos. Abrange os aspectos toxicológicos, incluindo os testes de eficiência e 
seletividade de produtos. 
 
 
 
Planta daninha é qualquer espécie vegetal que, de alguma forma, interfere negativamente em alguma 
atividade humana. Essa definição é simples, mas considera a ação entre indivíduos. Tudo o que será 
discutido a seguir contribuirá para traçar estratégias de manejo visando reduzir ou eliminar os efeitos 
prejudiciais e decorrentes da ocorrência de plantas daninhas em áreas agrícolas. 
A ciência que trata das plantas daninhas envolve outras áreas do conhecimento, como fitopatologia, 
fisiologia vegetal, economia, sociologia para desenvolver um programa de manejo o mais eficiente 
possível. Deve-se atentar para o fato de que a melhor alternativa de controle não deve basear apenas na 
eficácia, mas no impacto sobre o ambiente e a economia de recursos. 
 
Características 
 
Uma planta daninha, aparentemente,não difere de uma planta cultivada. 
Tomemos como exemplos duas espécies bem conhecidas: o picão-preto (Bidens pilosa) e a soja 
(Glycine max). Ambas são plantas que se originam de sementes, germinam, crescem, florescem, 
frutificam, produzem sementes e morrem. 
2. Controle de plantas daninhas. 
 
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Entretanto, algumas características das plantas daninhas tornam-nas muito temidas pelos produtores, 
como segue: 
• as sementes ou as estruturas de reprodução vegetativa apresentam capacidade de germinação em 
estádios iniciais de desenvolvimento; 
• capacidade de germinação em qualquer tipo de ambiente; 
• grande longevidade dos propágulos e dormência (o que garante germinação descontínua no tempo 
e no espaço); 
• crescimento inicial rápido e vigoroso, principalmente, se a reprodução ocorre por meios vegetativos; 
• rápida passagem da fase vegetativa para a reprodutiva; 
• produção de grande número de propágulos (principalmente sementes); 
• produção contínua de propágulos quando as condições são favoráveis; 
• produção de propágulos mesmo quando as condições não são favoráveis; 
• autopolinização, polinização cruzada, ou ambas; e 
• os propágulos apresentam as mais variadas adaptações físicas e estruturais para dispersão a curta 
ou longa distância. 
 
Classificação 
 
Todo indivíduo, animal ou vegetal, pode ser classificado de acordo com uma série de características, 
com o objetivo reunir os assemelhados em grupos para facilitar seu estudo. 
A classificação e a divisão das plantas daninhas em grupos podem facilitar a escolha de método(s) de 
controle mais efetivo(s); com base em vários parâmetros: ciclo de vida, hábito de crescimento, mecanismo 
de reprodução, meio de dispersão de propágulos e taxonomia. 
 
Métodos de controle de plantas daninhas 
 
Para discutir o manejo integrado de plantas daninhas em áreas agrícolas, é necessário que se 
conheçam os métodos de controle, apresentados a seguir. 
 
Prevenção 
 
Desde que não ocorra infestação de uma ou mais espécies de plantas daninhas na área essa é a 
melhor opção. Para prevenir sua entrada e disseminação em áreas nas quais elas não ocorrem é 
fundamental que alguns cuidados sejam tomados: 
• uso de sementes e mudas isentas de propágulos (sementes, rizomas, tubérculos e estolões) de 
plantas daninhas; 
• utilização de esterco animal e vegetal isento de propágulos (esterco fermentado); 
• limpeza rigorosa de máquinas e implementos após a utilização em áreas infestadas; 
• limpeza de margens de estradas, de cercas e de canais de irrigação; e 
• isolamento de áreas; 
 
• quarentena de animais trazidos de outras áreas para evitar que sementes e plantas daninhas possam 
ser disseminadas por meio de suas fezes. 
 
Em algumas situações, a prevenção é uma ação que depende de medidas governamentais, definidas 
em legislação específica, sobre o comércio de sementes e mudas, tanto em nível nacional quanto 
internacional (importação). 
 
Controle cultural 
 
As práticas culturais possibilitam vantagens competitivas para as plantas cultivadas em detrimento das 
plantas daninhas. Nesse método de controle, são aproveitadas características da própria planta cultivada 
ou do seu processo de cultivo. 
Devem ser utilizadas cultivares de rápido crescimento e que sombreiem a superfície do solo antes da 
emergência das plantas daninhas. Para isso devem ser usadas sementes e mudas de alto vigor, realizar 
o plantio na época recomendada, nos espaçamentos e nas densidades adequados, realizar adubações 
equilibradas, manejar corretamente a irrigação (se for o caso), adotar também o manejo integrado de 
pragas e doenças, a rotação de culturas e o plantio direto. 
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Em algumas situações, o controle cultural pode ser tão eficiente que dispense outros métodos de 
controle para determinada espécie. Como exemplo, têm-se a alteração do arranjo espacial na cultura do 
milho, com redução do espaçamento entre fileiras e o aumento do espaçamento entre plantas (para uma 
mesma população). 
O sombreamento da superfície do solo, provocado pela melhor distribuição das plantas, pode impedir 
a germinação de sementes e o crescimento de espécies altamente exigentes em radiação solar, como a 
tiririca e o capim marmelada. 
Outra técnica bastante eficaz no controle de plantas daninhas é a rotação de culturas. Ela possibilita 
manter a superfície do solo sempre coberta, inibindo o crescimento de plantas daninhas. Essa estratégia 
tem sido a base do manejo integrado de plantas daninhas desde a antiguidade. 
Resultados de alguns trabalhos tem-se mostrado promissores quando se alia a rotação ao plantio 
direto, principalmente, para controle de espécies exigentes em luz e cujo mecanismo de reprodução é o 
assexuado. 
 
Controle mecânico 
 
Realizado por meio de ferramentas ou implementos, sendo feito antes ou depois da semeadura das 
culturas. As operações de preparo do solo como a aração e a gradagem eliminam a população infestante 
com grande eficácia. O único inconveniente é a falta de persistência da ação de controle no solo, com 
germinação e emergência de plantas daninhas logo em seguida. 
Uma estratégia pode ser aração ou gradagem leves do solo (dependendo do nível de infestação) 
alguns dias antes da semeadura para eliminar a vegetação existente e estimular a germinação e a 
emergência de novas plantas a serem eliminadas com o preparo para a semeadura. 
A capina com enxada, muito comum na agricultura familiar, ou com cultivadores de tração animal ou 
trator são os métodos de controle mecânico mais utilizados. 
A vantagem do uso da enxada é a grande eficácia de controle, a desvantagem, seu baixo rendimento 
operacional. Os cultivadores, por sua vez apresentam rendimento operacional bem maior, mas a eficácia 
de controle é menor, não controlando as plantas daninhas localizadas na linha de plantio. 
A cobertura morta é também considerada uma forma eficaz de controle mecânico, atuando como 
barreira física contra a entrada de luz, essencial ao processo de germinação. Muitas espécies são 
fotoblásticas positivas, ou seja, necessitam de luz para iniciar a germinação. 
Ademais, a quantidade de reserva nas sementes pode ser insuficiente para que a plântula em 
emergência consiga atravessar a barreira imposta pela cobertura morta. 
Além de evitar a passagem de luz e bloquear a emergência de plântulas, a cobertura morta reduz a 
variação de temperatura (alta amplitude térmica) na camada superficial do solo onde se concentra grande 
quantidade de sementes. 
As variações têm influência na quebra de dormência das sementes de grande número de espécies 
daninhas. Estudos mostraram que as sementes de picão preto, localizadas na superfície do solo, em 
áreas em plantio direto, apresentaram germinação muito maior do que aquelas que se encontravam em 
profundidade. 
Portanto, em área sob plantio direto, pode haver maior infestação de plantas daninhas, principalmente, 
nos primeiros anos. Com o esgotamento do banco de sementes do solo, reduz-se a intensidade de 
infestação, se o manejo for bem realizado nas fases de pré semedura, de condução da lavoura e de pós-
colheita. 
 
Controle físico 
 
As plantas daninhas podem ser controladas por agentes como o fogo, a solarização e a alelopatia, 
considerados os principais meios de controle físico. 
O fogo, como indicado aqui, não se refere à queimada, que foi e ainda é muito utilizada na limpeza de 
áreas de produção agrícola, principalmente, em terrenos recém-desbravados. O fogo deve ser 
empregado para a produção de calor que causa a destruição das estruturas celulares da planta, levando-
a à morte. A principal forma é o uso de lança-chamas, portáteis ou tracionadas por trator. No controle 
total, não são necessários maiorescuidados, porém, a aplicação de fogo em culturas já instaladas deve 
ser feita dirigindo as chamas apenas para as plantas daninhas. 
A solarização consiste em cobrir o solo úmido com um filme plástico transparente. A luz solar, formada 
por ondas curtas de alta energia, atravessa o plástico e aquece o solo. 
O calor produzido, na forma de ondas longas, não consegue atravessar o plástico, ficando acumulado 
abaixo dele. Com o tempo, o solo se aquece e o calor é transmitido com grande eficiência pela água a 
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uma profundidade maior. Esse aquecimento é suficiente para atingir temperaturas elevadas que causam 
a morte de sementes de plantas daninhas. 
A alelopatia é a ação de substâncias químicas com função biológica importante em plantas que 
causam algum tipo de prejuízo em outras. Com a liberação desses compostos por decomposição de 
tecidos vegetais, lixiviação, exsudação radicular e volatilização, pode ocorrer inibição da germinação e do 
crescimento de plantas daninhas. Espécies utilizadas na cobertura do solo e na adubação verde podem 
ter importância para o controle alelopático, além das próprias espécies cultivadas. 
 
Controle biológico 
 
O controle biológico de plantas daninhas é realizado por organismos vivos ou por produtos de seu 
metabolismo, ainda é pouco aplicado, mas com grande interesse de pesquisadores. Os principais estudos 
têm sido conduzidos com fungos e insetos. Os fungos provocam doenças nas plantas que paralisam seu 
crescimento e podem acarretar sua morte. 
Os insetos nas fases jovem ou adulta podem atacar plantas daninhas, provocando seu 
enfraquecimento ou mesmo a morte. 
O controle biológico é altamente específico, ou seja, um agente de controle ataca apenas uma espécie 
ou poucas espécies dentro de um mesmo gênero de plantas. 
Ele deve ser altamente seletivo para que os agentes de controle não provoquem danos às plantas 
cultivadas. 
 
Controle químico 
 
Consiste no uso de herbicidas, produtos que podem ser aplicados antes ou depois da semeadura. Em 
pré-plantio, tem finalidade de promover a dessecação das plantas daninhas em áreas de plantio direto. 
A aplicação em pré-plantio incorporado é realizada no caso dos herbicidas que precisam ser 
posicionados a certa profundidade por falta de movimentação no solo ou para evitar volatilização 
(transformação em gases) e fotodecomposição (degradação pela luz). 
A aplicação em pré-emergência é feita quando os herbicidas têm ação apenas sobre as sementes ou 
em plantas em fase inicial de crescimento. A aplicação em pós emergência, tanto da cultura quanto da 
planta daninha, têm ação de contato, quando atuam próximo ao local de absorção, ou sistêmica, quando 
ele se distribui por outras partes da planta, como raízes, por exemplo. As principais vantagens do seu uso 
são eficiência de controle, seletividade e melhor relação custo/benefício em algumas situações. 
Os herbicidas podem ser classificados de acordo com seu mecanismo de ação, processo que 
efetivamente causa a morte das plantas daninhas. Esse processo pode ser, por exemplo, a inibição da 
atividade de alguma enzima que catalisa a síntese de substâncias na planta. 
A seguir, serão apresentados os principais grupos de herbicidas, de acordo com os seus mecanismos 
de ação, com alguns exemplos. 
 
Inibidores da enzima Acetil Coenzima-A Carboxilase (ACCase) 
 
Estes herbicidas têm efeito sobre espécies da família Poaceae (gramíneas) e seletivos para várias 
espécies dicotiledôneas. 
A ACCase é uma enzima-chave na síntese de lipídios, componentes importantes de estruturas como 
a membrana celular. Logo após a aplicação, percebe-se paralisação do crescimento, descoloração dos 
pontos de crescimento e clorose das folhas novas. Folhas mais velhas podem ficar arroxeadas, 
alaranjadas ou vermelhas. 
 
Os principais herbicidas inibidores da ACCase são: 
• Arilfenoxipropionatos: diclofop, fenoxaprop, fluazifop, haloxyfop, propaquizafop, quizalofop; e 
• Ciclohezanodionas: butroxydim, clethodim, sethoxydim, tepraloxydim. 
 
Inibidores da enzima Aceto Lactatosintase (ALS) 
 
Estes herbicidas têm efeito, principalmente, sobre espécies dicotiledôneas. 
Algumas imidazolinonas têm efeito sobre gramíneas e algumas sulfoniluréias sobre ciperáceas. 
A ALS é uma enzima importante na síntese de alguns aminoácidos (valina, leucina e isoleucina). 
Alguns dias após a aplicação percebe-se a paralisação do crescimento, descoloração das folhas jovens, 
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necrose de nervuras e de pecíolos e queda de folhas. As raízes das plantas crescem pouco e as raízes 
secundárias são curtas. 
 
Os principais herbicidas inibidores da ALS são: 
• Imidazolinonas: imazamox, imazapyr, imazapic, imazaquin, imazethapyr; 
• Sulfoniluréias: azinsulfuron, chlorimuron, flazasulfuron, halosulfuron, metsulfuron, nicosulfuron, 
oxasulfuron, pyrazosulfuron; 
• Sulfoanilidas: cloransulam, diclosulam, flumetsulam; e 
• Outros: pyrithiobac, bispyribac. 
 
Inibidores da enzima 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfatosintase (EPSPs) 
 
Os herbicidas pertencentes a esse grupo têm efeito sobre espécies monocotiledôneas e dicotiledôneas 
e não são seletivos para culturas, exceção feita à soja tolerante ao glyphosate. 
A EPSPs é uma enzima importante na síntese de alguns aminoácidos (fenilalanina, tirosina e 
triptofano). A aplicação desses herbicidas tem efeito rápido, paralisando o crescimento da planta. 
Os principais sintomas são clorose de pontos de crescimento e de folhas jovens. Entre duas e três 
semanas as plantas tornam-se totalmente necrosadas (secas). 
Os principais herbicidas desse grupo são o glyphosate e o sulfosate. 
 
Hormônios ou reguladores de crescimento 
 
Os herbicidas pertencentes a esse grupo têm efeito sobre espécies dicotiledôneas e são seletivos para 
gramíneas. 
Eles provocam um desbalanço na atividade hormonal da planta sensível causando crescimento 
desordenado dos tecidos vegetais. Os sintomas mais característicos são a epinastia (curvatura e 
enrolamento) do ápice das plantas, espessamento do caule e do pecíolo e encarquilhamento das folhas. 
A morte da planta ocorre por volta de quatro a cinco semanas após aplicação. 
 
Os principais herbicidas hormonais são: 
• Derivado do ácido benzóico: dicamba; 
• Derivado do ácido fenoxiacético: 2,4-D; 
• Derivados do ácido picolínico: fluroxipyr, picloran, triclopyr; e 
• Outros: quinclorac. 
 
Inibidores do Fotossistema I 
 
Os herbicidas inibidores do fotossistema I controlam espécies mono e dicotiledôneas e são não 
seletivos. Interrompem o transporte de elétrons no processo fotossintético e impedem a produção de 
energia aos processos metabólicos da planta. 
Os herbicidas, ao captarem os elétrons, tornam-se radicais livres com alto poder de oxidação. Isso 
leva à formação de peróxido de hidrogênio, responsável pela peroxidação de lipídios e desnaturação de 
membranas celulares. Os principais sintomas são murchamento e necrose das plantas, horas após a 
aplicação. Em poucos dias, a planta já se encontra completamente necrótica. 
Os herbicidas inibidores do fotossistema I são o diquat e o paraquat. 
 
Inibidores do fotossistema II 
 
Os inibidores do fotossistema II controlam espécies daninhas dicotiledôneas e são seletivos para 
culturas mono e dicotiledôneas. 
Estes herbicidas interrompem o fluxo normal de elétrons durante o processo fotossintético provocando 
uma espécie de “sobrecarga” nas moléculas de clorofila. Essa condição pode causar a destruição direta 
das membranas celulares ou a formação de radicais livres que atuam como no grupo anterior. Os 
sintomas são: descoloração das folhas, surgimento de manchas aquosas e posterior necrose. O intervalo 
entre a aplicação e a morte da planta pode ser de até cinco dias. 
 
Os principaisherbicidas inibidores do fotossistema II são: 
• Triazinas: amtetryn, atrazine, cyanazine, hexazinone, metribuzin, prometryne, simazine; 
• Uréias substituídas: diuron, isouron, linuron, tebuthiuron; 
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• Uracilas: bromacil; e 
• Outros: bentazon, ioxynil, propanil. 
 
Inibidores da protoporfirinogênio oxidase (PROTOX) 
 
Estes herbicidas controlam espécies daninhas dicotiledôneas em várias culturas, com destaque para 
feijão e soja. 
A enzima protorfirinogênio oxidase está envolvida na síntese de clorofila. A inibição dessa enzima leva 
ao acúmulo de uma substância, protoforfirinogênio, que em níveis elevados passa a interagir com o 
oxigênio formando radicais livres que causam a peroxidação de lipídios de membranas celulares. Os 
sintomas são: descoloração das folhas com posterior necrose. A morte das plantas ocorre em poucos 
dias. 
 
Os herbicidas inibidores da PROTOX são: 
• Difeniléteres: acifluorfen, fomesafen, lactofen, oxyfluorfen; 
• Ftalimidas: flumiclorac, flumioxazin; 
• Triazolinonas: carfentrazone, sulfentrazone; e 
• Outro: oxadiazon. 
 
Inibidores da síntese de caroteno 
 
Estes herbicidas controlam espécies monocotiledôneas e dicotiledôneas anuais e algumas perenes. 
Eles atuam interferindo na rota metabólica de terpenóides, essenciais na síntese de vários outros 
compostos, entre eles os carotenos. Estes têm importante função protetora das clorofilas contra o excesso 
de energia. As espécies sensíveis apresentam branqueamento quando emergem do solo e, 
posteriormente, necrose e morte. 
Os herbicidas inibidores da síntese de caroteno são clomazone, isoxaflutole e norflurazon. 
 
Inibidores de divisão celular 
 
Inibidores de crescimento da parte aérea 
 
Estes herbicidas controlam gramíneas e algumas dicotiledôneas. O efeito negativo no crescimento das 
plantas é devido a uma série de eventos: inibição da síntese de lipídios; elongação celular; síntese de 
alguns hormônios, flavonóides e proteínas. As sementes das espécies sensíveis germinam, mas grande 
parte das plântulas não emerge. 
Caso a emergência ocorra, as folhas aprecem retorcidas com coloração verde-escura intensa. Nas 
gramíneas, estas não emergem dos coleóptilos ou ficam comprimidas nos cartuchos. Nas dicotiledôneas, 
as folhas apresentam-se encarquilhadas, com encurtamento da nervura central e depressão na ponta das 
folhas. 
Os principais herbicidas são: 
• Amidas: acetochlor, alachlor, butachlor, metolachor, dimethenamid, napropamid; 
• Carbamotioatos: molinate, thiobencarb. 
 
Inibidores do crescimento de raízes 
 
A exemplo dos últimos herbicidas citados, os inibidores do crescimento de raízes controlam 
basicamente espécies gramíneas e poucas dicotiledôneas. 
O mecanismo de ação desses herbicidas é a inibição da síntese de tubulina, proteína importante no 
processo de divisão das células. A tubulina é um dos componentes do microtúbulo, responsável pela 
separação dos cromossomos durante a divisão celular. 
Os sintomas são inchaço do meristema radical, encurtamento e espessamento da raiz principal, sem 
a formação de raízes secundárias. Em consequência, a parte aérea fica atrofiada e avermelhada. Nas 
dicotiledôneas, pode ocorrer formação de calos nos caules das plantas próximos à superfície do solo. 
Os herbicidas inibidores de síntese de tubulina são o oryzalin, o trifluralin, o pendimethalin e o 
thiazopyr. 
 
 
 
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. 19 
Inibidores da enzima glutamina sintetase (GS) 
 
A glutamina sintetase é uma enzima-chave no processo de incorporação de amônia nos tecidos 
vegetais. Ela promove a união da amônia e do glutamato formando a glutamina, composto precursor de 
vários aminoácidos. 
Os sintomas nas plantas sensíveis são murchamento e clorose das folhas, levando à necrose intensa 
e posterior morte. O herbicida pertencente a esse grupo é o amônio-glufosinato ou glufosinate. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
Fontes, José Roberto Antoniol. Manejo integrado de plantas daninhas / José Roberto Antoniol Fontes, Jonas Lopes Neves – Planaltina, DF : Embrapa 
Cerrados, 2003. 
 
Questões 
 
01. (UFSBA - Engenheiro Agrônomo – UFMT/2017) Sobre plantas daninhas, assinale a afirmativa 
INCORRETA. 
(A) São responsáveis pela não certificação das sementes e mudas de culturas, quando estas são 
colhidas com sementes de determinadas espécies de plantas daninhas proibidas. 
(B) Possuem a habilidade de produzir pouca quantidade de sementes, sendo facilmente perpetuadas 
em função da dormência e germinação desuniforme. 
(C) Podem ser hospedeiras alternativas de organismos nocivos a espécies vegetais, podendo causar 
doenças como viroses e nematoses em plantas cultivadas. 
(D) Apresentam mecanismos alternativos de reprodução, capacidade de germinar e emergir a 
grandes profundidades, além da elevada capacidade de produção de dissemínulos. 
 
02. (Prefeitura de Teresina/PI - Técnico de Nível Superior - FCC/2016) Sobre pragas e plantas 
daninhas, considere: 
I. Quando possível, escolher áreas de cultivo com baixa infestação por plantas daninhas. 
II. Emprego de sementes isentas de propágulos de plantas daninhas. 
III. Limpeza rigorosa de veículos, máquinas, implementos e ferramentas após utilização em áreas 
infestadas, pois podem atuar como meios de dispersão de propágulos de espécies daninhas. 
IV. Eliminação de plantas indesejadas em margens de estradas, de cercas e de canais de irrigação 
antes que produzam propágulos. 
 
Essas ações são 
(A) as principais medidas de controle preventivo. 
(B) de controle preventivo e visam impedir a introdução e o estabelecimento de espécies daninhas em 
áreas de cultivo onde sabidamente elas não estão presentes. 
(C) de manejo difícil (por exemplo, espécies com mais de um mecanismo de reprodução). 
(D) medidas de erradicação por controle biológico e químico. 
(E) medidas de erradicação, para controle econômico da produção 
 
03. (EMATER/PR - Engenheiro Agrônomo - UEL/COPS) O controle de plantas daninhas consiste na 
adoção de certas práticas que resultam na redução da infestação, mas não necessariamente na sua 
completa eliminação. 
 
Em relação ao controle de plantas daninhas, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. 
( ) A alelopatia é a inibição química exercida por uma planta sobre a germinação ou desenvolvimento 
de outras plantas, sendo, portanto, um tipo de controle biológico. 
( ) Devido ao alto custo, o controle cultural de plantas daninhas só é praticado em pequenas áreas, 
como em viveiros de plantas frutíferas e ornamentais. 
( ) O controle biológico de plantas daninhas consiste no uso de práticas que visam prevenir a 
introdução, o estabelecimento e/ou a disseminação de espécies de plantas daninhas em áreas ainda não 
infestadas. 
( ) A erradicação de plantas daninhas consiste no uso de práticas comuns ao bom manejo da água e 
do solo, como a rotação de cultura, a variação do espaçamento da cultura e o uso de coberturas verdes. 
( ) O controle mecânico consiste no uso de práticas de eliminação de plantas daninhas através do 
efeito físico-mecânico, como arranco manual, capina, roçada e cobertura morta. 
 
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. 20 
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. 
(A) V, F, V, F, F. 
(B) V, F, F, F, V. 
(C) F, V, V, V, F. 
(D) F, V, F, F, V. 
(E) F, F, V, V, V 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.A / 03.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
Uma planta daninha, aparentemente, não difere de uma planta cultivada. 
Algumas características das plantas daninhas tornam-nas muito temidas pelos produtores, como 
segue: 
• as sementes ou as estruturas de reprodução vegetativa apresentam capacidade de germinação emestádios iniciais de desenvolvimento; 
• capacidade de germinação em qualquer tipo de ambiente; 
• produção de grande número de propágulos (principalmente sementes); 
 
02. Resposta: A 
Desde que não ocorra infestação de uma ou mais espécies de plantas daninhas na área essa é a 
melhor opção. Para prevenir sua entrada e disseminação em áreas nas quais elas não ocorrem é 
fundamental que alguns cuidados sejam tomados: 
• uso de sementes e mudas isentas de propágulos (sementes, rizomas, tubérculos e estolões) de 
plantas daninhas; 
• utilização de esterco animal e vegetal isento de propágulos (esterco fermentado); 
• limpeza rigorosa de máquinas e implementos após a utilização em áreas infestadas; 
• limpeza de margens de estradas, de cercas e de canais de irrigação; e 
• isolamento de áreas; 
 
• quarentena de animais trazidos de outras áreas para evitar que sementes e plantas daninhas 
possam ser disseminadas por meio de suas fezes. 
 
03. B 
 
 
 
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 45, DE 22 DE AGOSTO DE 20183 
 
O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da 
atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto 
no art. 30, XIV, da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, nos arts. 1º e 2º, ambos do Decreto nº 24.114, 
de 12 de abril de 1934, no art. VII, do Decreto nº 5.759, de 17 de abril de 2006, e o que consta no Processo 
nº 21000.026355/2018-36, resolve: 
 
Art. 1º Ficam estabelecidos regras e procedimentos para elaboração, atualização e divulgação das 
listas de Pragas Quarentenárias Ausentes, Pragas Quarentenárias Presentes e Pragas Não 
Quarentenárias Regulamentadas. 
 
Art. 2º Para efeito desta Instrução Normativa, entende-se por: 
 
3 http://www.imprensanacional.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/39115283/do1-2018-08-31-instrucao-normativa-n-45-de-22-de-
agosto-de-2018-39115003 
3. Pragas Quarentenárias ausentes A1, pragas quarentenárias presentes A2 e 
Não Quarentenárias Regulamentadas. 
 
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. 21 
I - Praga Quarentenária Ausente - PQA: praga de importância econômica potencial para uma área em 
perigo, que não esteja presente no território nacional; 
II - Praga Quarentenária Presente - PQP: praga de importância econômica potencial para uma área 
em perigo, presente no país, porém não amplamente distribuída e que se encontra sob controle oficial; 
III - Praga Não Quarentenária Regulamentada - PNQR: praga não quarentenária cuja presença em 
plantas para plantar afeta o uso proposto dessas plantas, com impacto econômico inaceitável e que esteja 
regulamentada dentro do território da parte contratante importadora. 
Parágrafo único. O reconhecimento de um registro de ocorrência de uma praga no Brasil se dará com 
base nos critérios estabelecidos na Norma Internacional de Medidas Fitossanitárias - NIMF Nº 8 ou outra 
que a venha substituir. 
 
Art. 3º A categorização de um organismo como praga quarentenária deve se dar com base em um 
procedimento de Análise de Risco de Pragas - ARP, observadas as orientações contidas nas NIMF Nº 2 
e Nº 11 ou outras que as venham substituir. 
 
Art. 4º A elaboração, atualização e divulgação das listas de pragas de que trata o art. 1º serão 
realizadas pelo Departamento de Sanidade Vegetal - DSV da Secretaria de Defesa Agropecuária - SDA, 
na condição de Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do Brasil - ONPF junto à Convenção 
Internacional de Proteção dos Vegetais - CIPV observadas as orientações contidas na NIMF Nº 19 ou 
outra que a venha substituir. 
§1º As listas de Pragas Quarentenárias Ausentes, Presentes e Não Quarentenárias Regulamentadas 
serão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) por meio de ato normativo da SDA e disponibilizadas 
de forma periódica no portal institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, 
no endereço www.agricultura.gov.br. 
§2º A atualização das listas de Pragas Quarentenárias Ausentes, Presentes e Não Quarentenárias 
Regulamentadas será realizada a partir de informações resultantes de levantamentos fitossanitários 
oficiais realizados pelo MAPA, notificações de ocorrência, alteração no status ou na taxonomia das 
pragas, de estudos de ARP ou sempre que se impuser o interesse de preservação da sanidade vegetal 
no País. 
 
Art. 5º A notificação da suspeita ou da ocorrência de Praga Quarentenária Ausente no território 
nacional ou de Praga Quarentenária Presente fora de sua área de ocorrência é obrigatória para todas as 
entidades públicas ou privadas que realizem pesquisa científica e pelas categorias profissionais 
diretamente vinculadas à área de defesa sanitária vegetal de qualquer órgão ou entidade envolvidos nas 
ações de defesa agropecuária. 
Parágrafo único. Os procedimentos, prazos, fluxo, periodicidade de informações e outras disposições 
necessárias para cumprimento do disposto no caput deste artigo serão definidos em normas próprias da 
SDA propostas pelo DSV. 
 
Art. 6º A detecção no território nacional de um surto de Praga Quarentenária Ausente ou Praga 
Quarentenária Presente não implica na alteração imediata do seu status, sempre que a praga estiver sob 
controle oficial de erradicação ou quando a praga for detectada em áreas geográfica ou 
epidemiologicamente isoladas, nas quais um controle de contenção eficiente pode ser estabelecido. 
Parágrafo único. Nos casos de suspeita de detecção das pragas previstas no caput deverão ser 
aplicados os procedimentos previstos nos planos de contingência respectivos ou em protocolo geral de 
atendimento a suspeitas fitossanitárias definido pelo DSV. 
 
Art. 7º Ficam revogadas a Portaria MAA nº 364, de 3 de julho de 1996, Portaria MAARA nº 180, de 21 
de março de 1996, Portaria MAA nº 127, de 16 de abril de 1997, Instrução Normativa MAPA nº 52, de 20 
de novembro de 2007, a Instrução Normativa MAPA nº 41, de 01 de julho de 2008, a Instrução Normativa 
MAPA nº 59, de 18 de dezembro de 2013, a Instrução Normativa MAPA nº 12, de 23 de maio de 2014, 
Instrução Normativa MAPA nº 32, de 3 de setembro de 2014, Instrução Normativa MAPA nº 42, de 9 de 
dezembro de 2014, Instrução Normativa MAPA nº 21, de 03 de julho de 2015, Instrução Normativa MAPA 
nº 26, de 14 de setembro de 2015 e a Instrução Normativa MAPA nº 39, de 17 de novembro de 2016. 
Art. 8º Esta Instrução Normativa entra em vigor 30 (trinta) dias após a sua publicação. 
 
BLAIRO MAGGI 
 
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. 22 
 
 
Manejo Integrado de Pragas (MIP) e os Métodos Agroecológicos 
 
O que é melhor curar? A febre ou a doença que a provoca? Responder a essa pergunta significa optar 
pelo tratamento do efeito (a febre) ou da causa (doença) de um determinado problema. Assim como no 
corpo humano habita uma série de microrganismos que coexistem pacificamente conosco, na lavoura 
esses organismos também se encontram no solo, nas plantas e nos organismos dos animais. Só quando 
o corpo e a agricultura se tornam fracos e desequilibrados em seu metabolismo, é que esses organismos 
oportunistas atacam, tornando-se um problema. Isso significa que a origem do problema não é a 
existência desses organismos, mas o desequilíbrio presente ou no corpo humano ou no ambiente 
agrícola.4 
Na agricultura convencional, as práticas de campo se direcionam para o efeito do desequilíbrio 
ecológico existente. Este desequilíbrio gera a reprodução exagerada de insetos, fungos, ácaros e 
bactérias, que acabam se tornando “pragas e doenças” das lavouras e das criações de animais. Aplicam-
se agrotóxicos nas culturas, injetam-se antibióticos e outros remédios nos animais buscando exterminar 
esses organismos. Contudo, o desequilíbrio quer seja no metabolismo de plantase animais, quer seja na 
constituição físico-química e biológica do solo permanece. 
E permanecendo a causa, os efeitos (pragas e doenças) cedo ou tarde reaparecerão, exigindo maiores 
frequências de aplicação ou maiores doses de agrotóxicos num verdadeiro “círculo vicioso”. 
 
Na agricultura orgânica, por sua vez, trabalha-se no sentido de estabelecer o equilíbrio ecológico em 
todo o sistema. Parte-se da melhoria das condições do solo, que é a base da boa nutrição das plantas 
que, bem nutridas, não adoecerão com facilidade, podendo resistir melhor a algum ataque eventual de 
um organismo prejudicial. Cabe destacar o termo “eventual” porque num sistema equilibrado, não é 
comum a reprodução exagerada de organismos prejudiciais, visto que existem no ambiente inimigos 
naturais, que naturalmente irão controlar a população de pragas e doenças. 
Desta forma, partindo da prevenção e do ataque às causas geradoras de desequilíbrio metabólico em 
plantas e animais, os métodos agroecológicos de manejo de tais organismos se tornam bem sucedidos 
à medida em que encaram uma propriedade do mesmo modo que um médico deveria olhar para uma 
pessoa: como um “organismo”, uma individualidade única e repleta de interações dinâmicas e em 
constante mudança. 
 
Diferença entre o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e os Métodos Agroecológicos 
 
O Manejo Integrado de Pragas (conhecido como MIP), constitui um plano de medidas voltadas para 
diminuir o uso de agrotóxicos na produção convencional, buscando otimizar o uso desses produtos no 
sistema. O princípio da agricultura convencional de atacar apenas os efeitos, permanece à medida em 
que todas as práticas se voltam para o controle de pragas e doenças e não para o equilíbrio ecológico do 
sistema. Contudo, existe uma preocupação em se utilizar agrotóxicos apenas quando a população desses 
organismos atingir um nível de dano econômico (em que as perdas de produção gerem prejuízos 
econômicos significativos), diminuindo a contaminação do ambiente com tais produtos. 
Já os métodos agroecológicos buscam aplicar o princípio da prevenção, fortalecendo o solo e as 
plantas através da promoção do equilíbrio ecológico em todo o ambiente. Seguindo essa lógica, o controle 
agroecológico de insetos, fungos, ácaros, bactérias e viroses é realizado com medidas preventivas tais 
como: 
 
Plantio em épocas corretas e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região. 
Fazer uso da adubação orgânica. 
Rotação de culturas e adubação verde. 
Cobertura morta e plantio direto. 
Plantio de variedades e espécies resistentes às pragas e doenças. 
Consorciação de culturas e manejo seletivo do mato. 
 
4 http://planetaorganico.com.br/site/index.php/controle-agroecologico-de-pragas-e-doencas/ 
http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/pragas-doencas-e-tratamentos-fitossanitarios/ 
4. Manejo integrado de pragas. Quarentena vegetal. Área Livre de Praga - ALP, 
Local Livre de Praga- LLP, Sistema de Mitigação de Riscos de Praga - SMRP ou 
Área de Baixa Prevalência de Praga - ABPP. 
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. 23 
Evitar erosão do solo. 
Fazer uso de adubos minerais pouco solúveis admitidos pela Instrução Normativa. 
Uso de plantas que atuem como “quebra ventos” ou como “faixas protetoras”. 
Nutrição equilibrada das plantas com macronutrientes e micronutrientes. 
Conservação dos fragmentos florestais existentes na região. 
 
Entretanto, cabe ressaltar que algumas das estratégias usadas no Manejo Integrado de Pragas, que 
visa a diminuição do uso de agrotóxicos nas lavouras, podem ser adotadas pelos produtores orgânicos. 
Vejamos, a seguir, tais estratégias com mais detalhes: 
 
Estratégias para o Manejo Agroecológico de Pragas e Doenças 
 
1 – Reconhecimento das pragas-chave da cultura: 
 
Consiste em identificar qual o organismo que causa maior dano à cultura. Por exemplo, no caso do 
algodão, o bicudo constitui o inseto mais importante no elenco de organismos que prejudicam a cultura. 
Na cultura da banana os principais organismos são fungos, responsáveis pelo “Mal de Sigatoka” e pelo 
“Mal do Panamá” 
Conhecer a praga-chave de cada cultura ajudará o agricultor a adotar práticas que incentivem a 
reprodução de seus principais inimigos naturais, ou que criem condições ambientais desfavoráveis à 
multiplicação do organismo indesejável 
 
2 – Reconhecimento dos inimigos naturais da cultura: 
 
Diversos insetos, fungos e bactérias podem atuar beneficamente como agentes de controle biológico 
das principais pragas e doenças e, o que é melhor, de forma gratuita na medida em que ocorrem 
naturalmente no ambiente. Conhecer as principais espécies e favorecê-las através de diversas práticas 
(manejo do mato nativo, adubação orgânica, preservação de fragmentos florestais, entre outros), é uma 
estratégia fundamental para o sucesso do controle de pragas e doenças na agricultura agroecológica. 
 
3 – Amostragem da população dos organismos prejudiciais: 
 
Monitorar a presença das pragas através da contagem de ovos, largas e organismos adultos (no caso 
de insetos), ou da vistoria das plantas (% de dano em caso de doenças fungicas ou bacterianas), é uma 
atividade obrigatória para que o produtor saiba quando agir e o faça de modo a promover o equilíbrio 
ecológico de todo o sistema de produção. 
 
4 – Escolher e utilizar as táticas de controle: 
 
Mesmo promovendo o equilíbrio do sistema, a persistência de determinadas pragas e doenças no 
ambiente é comum e nem sempre basta a adoção apenas de medidas preventivas. A traça do tomateiro 
(Tuta absoluta), a requeima da batata (Phytophora infestans) são exemplos desse caso.Assim, quando 
existem ameaças destes organismos promoverem um dano econômico às culturas agroecológicas, será 
necessário ao agricultor adotar práticas “curativas”. Tais práticas atuam como “remédios” para as plantas, 
como o uso das caldas bordalesa ou sulfocálcica, por exemplo. 
 
Pragas, doenças e tratamentos fitossanitários 
 
Há que começar sempre com as medidas preventivas, antes de fazer qualquer aplicação dos 
pesticidas autorizados na agricultura biológica (AB). A limitação natural é suficiente em muitos casos de 
pragas de importância económica. 
As medidas culturais são frequentemente a melhor maneira de evitar pragas ou doenças. Por vezes o 
recurso a largadas de insetos ou ácaros auxiliares em luta biológica é a medida mais adequada, em 
especial em cultura de estufa. 
Como medidas prioritárias podemos incluir também o tratamento biológico com produtos à base de 
microrganismos de ação inseticida ou fungicida, dada a sua grande seletividade e rápida biodegradação, 
em comparação com os restantes produtos fitofarmacêuticos. 
Já alguns produtos derivados de microrganismos com maior toxicidade para auxiliares (caso do 
spinosade) não devem ser considerados como prática de proteção prioritária. 
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. 24 
No caso em que as medidas prioritárias referidas não sejam suficientes, pode então aplicar-se um 
pesticida autorizado em AB. 
No entanto, ao abrigo da Lei 26/2013 alguns pesticidas biológicos não são autorizados para uso não 
profissional, o que não faz muito sentido quando o Ministério da Agricultura e a sua Direção-Geral que 
trata destes assuntos (DGAV) autoriza pesticidas de síntese química muito mais perigosos para o 
ambiente e para a saúde humana, como é o caso do herbicida glifosato. 
Para uso profissional o utilizador tem de ter o cartão de aplicador e o equipamento de proteção 
individual (EPI) autorizado. 
Os pesticidas autorizados em AB, homologados em Portugal e autorizados para uso não profissional, 
são muito poucos, a saber: 
 
Sulfato de cobre (comprar cal em separado para fazer a calda bordalesa tradicional, pois a calda 
bordalesa

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