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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADAGRO-PE 
Fiscal Estadual Agropecuário 
Especialidade Agronomia 
 
 
1. Fitossanidade: Fitopatologia e Entomologia. ................................................................................... 1 
2. Controle de plantas daninhas. ....................................................................................................... 13 
3. Pragas Quarentenárias ausentes A1, pragas quarentenárias presentes A2 e Não Quarentenárias 
Regulamentadas. .................................................................................................................................. 20 
4. Manejo integrado de pragas. Quarentena vegetal. Área Livre de Praga - ALP, Local Livre de Praga- 
LLP, Sistema de Mitigação de Riscos de Praga - SMRP ou Área de Baixa Prevalência de Praga – 
ABPP.............. ........................................................................................................................................ 22 
5. Certificação fitossanitária de origem. ............................................................................................ 34 
6. Pragas de importância quarentenária e econômica para as culturas do mamão, manga, banana, 
família das cucurbitáceas, uva, citrus e palma. ...................................................................................... 41 
7. Permissão de Trânsito Vegetal - PTV. .......................................................................................... 72 
8. Agrotóxicos: Tecnologia de aplicação. Receituário Agronômico. Uso correto e seguro de agrotóxicos 
e afins. Destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos. 9. Equipamentos de Proteção Individual 
para o uso de agrotóxicos. 10. Toxicologia, classificação e tipos de agrotóxicos. 11. Transporte de 
agrotóxicos. 12. Armazenamento de agrotóxicos.13. Resíduos de agrotóxicos em alimentos. .............. 73 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
Fitopatologia 
 
O termo fitopatologia é originário de três palavras gregas (Phyton = planta, vegetal), (Pathos = doença) 
e (Logos = estudo, tratado), podendo ser definida como a ciência que estuda a interação entre planta, 
doença e meio ambiente, estabelecendo deste modo os métodos de prevenção e controle. 
Portanto, Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças de plantas, abrangendo todos os seus 
aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle. 
 
Doença em planta consiste de uma atividade fisiológica injuriosa, causada pela irritação contínua 
provocada por fator causal primário, exibida através de atividade celular anormal e expressa através de 
condições patológicas características, chamadas sintomas. Portanto é um processo dinâmico no qual o 
hospedeiro (planta) e o agente causal, denominado de patógeno (fungos, bactérias, vírus, etc.), em íntima 
relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, resultando modificações morfológicas e fisiológicas. 
No novo texto da Convenção Internacional para Proteção de Plantas (CIPP 2006) pragas e doenças 
devem ser consideradas, conjuntamente, como pragas. 
O conceito oficial de praga então estabelecido fica sendo: “qualquer espécie, raça ou biótipo de 
vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos aos vegetais ou produtos vegetais”, compreendendo 
animais (insetos, ácaros e nematoides) e doenças (causadas por fungos, bactérias, vírus e viroides). 
 
Sintomatologia 
 
É a parte da fitopatologia que estuda os sintomas e sinais que caracterizam uma determinada doença 
na planta. 
Sintomas são reações da planta (hospedeiro) ante qualquer manifestação de agentes nocivos. 
Sinais são estruturas do patógeno quando exteriorizadas no tecido doente. 
 
Sintomas mais comuns associados às doenças de plantas 
 
- Anasarca – extravasamento de conteúdo celular, que resulta em áreas de aspecto encharcado; 
- Cancro – lesões necróticas, formando depressões nos tecidos corticais dos caules, tubérculos e 
raízes; 
- Clorose – ausência parcial ou total da coloração verde normal. Os órgãos afetados podem se tornar 
verde-amarelado, amarelados ou mesmo esbranquiçados; 
- Galha – desenvolvimento anormal de tecidos resultantes da hipertrofia (supercrescimento de células) 
e, ou, hiperplasia (multiplicação excessiva de células); 
- Gomose – exsudação de goma a partir de lesões, principalmente em caules ou frutos; 
- Mancha – as manchas são mais comuns em folhas, mas também podem ocorrer em flores, frutos ou 
ramos. O sintoma resulta da morte dos tecidos que se tornam secos e pardos. Dependendo da doença, 
as manchas foliares têm formas variadas, podendo ser irregulares, angulares, circulares, etc.; 
- Mosaico – áreas cloróticas intercaladas com áreas de verde mais escuro, observadas principalmente 
em folhas; 
- Murcha – perda de turgescência de folhas, pecíolos e hastes suculentas, decorrente da obstrução do 
sistema vascular ou destruição do sistema radicular; 
- Necrose – escurecimento de tecido resultante da morte/ desintegração de células; 
- Podridão – morte e desintegração de tecidos, decorrente da atividade enzimática de fitopatógenos; 
as podridões podem ser adjetivadas como: úmidas, secas, firmes, brancas, marrons, etc.; 
- Pústula – pequena mancha necrótica (geralmente menor do que 1,0 cm), com elevação da epiderme, 
que se rompe por força da produção e exposição de esporos fúngicos; 
1. Fitossanidade: Fitopatologia e Entomologia. 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 2 
- Requeima ou crestamento – necrose repentina de órgãos aéreos (folhas, flores e brotações); 
- Tombamento (ou damping-off) – tombamento ou morte de mudas, resultante da podridão dos tecidos 
tenros da base de seu caulículo. Se a podridão ocorrer antes da emergência da planta, havendo redução 
no estande de semeadura, diz-se que houve “tombamento em pré-emergência”; 
- Verrugose – crescimento excessivo de tecidos epidérmicos e corticais, geralmente modificados pela 
ruptura e suberificação das paredes celulares, originando lesões salientes e ásperas, em frutos, 
tubérculos e folhas. 
 
A interação dos fatores patógeno, hospedeiro e ambiente é essencial para a ocorrência de doenças 
em plantas. Entretanto, a severidade das doenças infecciosas pode ser maior ou menor, dependendo 
de outros fatores que compõem os vértices do triângulo, representados na Figura 1 A. 
Na agricultura moderna o homem é um fator tão importante no manejo das doenças que os autores 
propõem a figura de um tetraedro, ao invés de um triângulo, para melhor representar as interações entre 
fatores predisponentesà ocorrência de uma doença (Figura 1 B). 
 
 
 
Tipologia de danos em plantas 
 
Os danos causados pelos patógenos às plantas podem gerar efeitos dos mais diversos e significativos. 
A tipologia de danos ajuda a identificar e delimitar os tipos e variedades de plantas que podem 
desenvolver doenças em determinada área geográfica, minimizar o impacto agronômico imediato e não 
comprometer a capacidade futura de produção. A tipologia de danos causados por patógenos inclui danos 
potenciais e danos reais (Figura 2). 
 
 
 
Dano Potencial 
 
Dano que pode ocorrer na ausência de medidas de controle 
 
Dano Real 
 
É o dano que já ocorreu ou que ainda está ocorrendo. 
O Dano Real divide-se em dois grupos: Dano real direto e Dano real indireto: 
 
Dano Real Direto 
Afeta a quantidade ou qualidade do produto ou ainda a capacidade futura de produção. Divide-se em 
dois grupos: dano real direto primário e dano real direto secundário. 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
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Dano real direto primário – É o dano causado na pré-colheita e pós-colheita de produtos vegetais 
devidos às doenças de plantas. Eles ocorrem desde a estocagem das sementes, passando pela 
germinação, crescimento da planta, colheita, manuseio e estocagem do produto colhido. 
Dano real direto secundário – É o dano cuja causa é o patógeno veiculado pelo solo ou disseminado 
por órgãos de propagação vegetativa (sementes, tubérculos, ext.) de seu hospedeiro. Incluem-se aqui 
também os patógenos que debilitam, usualmente, pela desfolha prematura de seus hospedeiros. 
A tipologia de danos entre o causador do dano (patógeno) e quem sofreu o dano (planta) envolve um 
efeito direto que afeta o produtor e o consumidor do produto. É de extrema relevância, avaliar o efeito dos 
possíveis danos para gerar produtos em quantidades desejáveis e com qualidade. 
 
Dano Real Indireto 
 Compreende os efeitos econômicos e sociais das doenças de plantas que estão além do impacto 
agronômico imediato, podendo ocasionar danos no âmbito do produtor, da comunidade rural, do 
consumidor, do Estado e do ambiente. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
Carollo, Eliane Mazzoni. Manual básico de técnicas fitopatológicas / Eliane Mazzoni Carollo, Hermes Peixoto Santos Filho. – Cruz das Almas: Embrapa 
Mandioca e Fruticultura BA, 2016. 
 
Classificação de doenças de plantas1 
 
Doença é resultante da interação entre hospedeiro, agente causal e ambiente. Diversos critérios, 
baseados no hospedeiro e/ou no agente causal, têm sido usados para classificar doenças de plantas. 
Quando o hospedeiro é tomado como referência, a classificação reúne as doenças que ocorrem numa 
determinada espécie botânica. 
Desta forma tem-se, por exemplo, as doenças do feijoeiro, do tomateiro, da cana-de-açúcar, etc. Esse 
tipo de classificação tem um caráter eminentemente prático, pois é de interesse dos técnicos envolvidos 
com cada cultura específica. Outra possibilidade, ainda ligada ao hospedeiro, é classificar doenças de 
acordo com a parte ou idade da planta atacada. Assim, as doenças podem ser agrupadas, por exemplo, 
em doenças de raiz, de colo, de parte aérea, etc. 
A classificação de doenças tomando por base a natureza dos patógenos define os grupos de doenças 
causadas por fungos, por bactérias, por vírus, etc. Este sistema de classificação tem como ponto 
desfavorável agregar, num mesmo grupo, patógenos que, apesar da proximidade taxonômica, atuam de 
forma diferente em relação à planta. 
Como evidência, pode-se mencionar o contraste entre uma bactéria que provoca murcha (Ralstonia 
solanacearum, por exemplo), cujo controle estaria mais próximo de uma murcha causada por fungo 
(Fusarium oxysporum, por exemplo), e outra bactéria que causa podridão em órgãos de armazenamento 
(Erwinia carotovora, por exemplo). 
Esta última teria, do ponto de vista do controle, maior similaridade com um fungo causador de podridão, 
como Rhizopus, por exemplo. O processo doença envolve alterações na fisiologia do hospedeiro. Com 
base neste aspecto se propôs uma classificação para as doenças de plantas baseada nos processos 
fisiológicos vitais da planta interferidos pelos patógenos. Os processos fisiológicos vitais de uma planta, 
em ordem cronológica, podem ser resumidos nos seguintes: 
I - Acúmulo de nutrientes em órgãos de armazenamento para o desenvolvimento de tecidos 
embrionários. 
II - Desenvolvimento de tecidos jovens às custas dos nutrientes armazenados. 
III - Absorção de água e elementos minerais a partir de um substrato. 
IV - Transporte de água e elementos minerais através do sistema vascular. 
V - Fotossíntese. 
VI - Utilização, pela planta, das substâncias elaboradas através da fotossíntese. 
 
Assim, o desenvolvimento de uma planta a partir de uma semente contida num fruto envolveria várias 
etapas sequenciais, como o apodrecimento do fruto para a liberação da semente; o desenvolvimento dos 
tecidos embrionários da semente a partir das reservas da mesma; a formação dos tecidos jovens, como 
radícula e caulículo, ainda a partir das reservas nutricionais da semente; a absorção de água e minerais 
pelas raízes; o transporte de água e nutrientes minerais através dos vasos condutores; o desenvolvimento 
das folhas, que passam a realizar fotossíntese, tornando a planta independente das reservas da semente; 
 
1 http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/14-39-41-apostilafitopatologia.pdf. 
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o desenvolvimento completo da planta, tanto vegetativa como reprodutivamente, graças aos materiais 
sintetizados por ela. 
Considerando que estes processos vitais podem sofrer interferências provocadas por diferentes 
patógenos, propôs-se grupos de doenças correspondentes: 
- Grupo I - Doenças que destroem os órgãos de armazenamento 
- Grupo II - Doenças que causam danos em plântulas 
- Grupo III - Doenças que danificam as raízes 
- Grupo IV - Doenças que atacam o sistema vascular 
- •Grupo V - Doenças que interferem com a fotossíntese 
- Grupo VI - Doenças que alteram o aproveitamento das substâncias fotossintetizadas 
 
Esta classificação é conveniente pois, apesar de diferentes patógenos atuarem sobre um mesmo 
processo vital, o modo de ação dos mesmos em relação ao hospedeiro envolve procedimentos 
semelhantes (Tabela 1). Assim, diversos fungos e diversas bactérias podem causar lesões em folhas; a 
doença provocada por estes patógenos, porém, interfere no mesmo processo fisiológico vital, ou seja, a 
fotossíntese. 
Em adição, doenças pertencentes a um mesmo grupo apresentam características semelhantes quanto 
às diversas fases do ciclo de relações patógeno-hospedeiro, não raro apresentando idênticas medidas 
para seu controle. 
 
 
 
 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
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Finalmente, este sistema de classificação permite, também, uma ordenação dos agentes causais de 
doença segundo os graus de agressividade, parasitismo e especificidade (Fig. 1). Assim, de um modo 
geral, à medida que se caminha do grupo I para o grupo VI, constata-se menor grau de agressividade no 
patógeno, maior grau de evolução no parasitismo e maior especificidade do patógeno em relação ao 
hospedeiro. 
Em relação à agressividade, os patógenos dos grupos I e II apresentam alta capacidade destrutiva, 
pois em curto espaço de tempo provocam a morte do órgão ou da planta atacada; são organismos 
saprofíticos que, através de toxinas, levam, antes, o tecido à morte para, depois, colonizá-lo. 
Quanto à evolução do parasitismo, os patógenos encontrados nos grupos V e VI são considerados 
mais evoluídos, pois convivem com o hospedeiro, não provocando sua rápida destruição; ao invés de 
toxinas, estes patógenos, geralmente,produzem estruturas especializadas em retirar nutrientes 
diretamente da célula sem, no entanto, provocar sua morte imediata. 
A especificidade dos patógenos em relação ao hospedeiro também aumenta do grupo I para o VI. Nos 
primeiros grupos é comum a ocorrência de patógenos capazes de atacar indistintamente uma grama de 
diferentes hospedeiros; por outro lado, nos últimos grupos estão presentes patógenos que causam 
doença apenas em determinadas espécies vegetais. A ocorrência de raças patogênicas, com 
especificidade a nível de cultivar, são de comum ocorrência nesses grupos superiores. 
 
 
 
 
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Princípios gerais de controle de doenças de plantas 
 
O controle de doenças de plantas é o mais importante objetivo prático da Fitopatologia, uma vez que 
sem controle podem ocorrer enormes prejuízos. A eficiência produtiva tem sido a meta insistentemente 
procurada pelo homem na sua luta pela sobrevivência. 
Dessa busca incessante decorrem, paradoxalmente, muitos dos atuais problemas fitopatológicos. 
Variedades de plantas continuamente selecionadas para atender às exigências de produção, comércio e 
consumo aliam, muitas vezes, grande vulnerabilidade aos agentes fitopatogênicos. 
Técnicas culturais, como densidade de plantio, monocultura baseada em uniformidade genética, 
adubação, mecanização, irrigação, etc., necessárias para garantir alta produtividade, freqüentemente 
favorecem a ocorrência de doenças. Contudo, nem essas variedades, nem essas atividades podem ser 
drasticamente modificadas sem risco de diminuir a eficiência produtiva. Esta é a razão porque o controle 
de doenças assume importância fundamental. 
 
Conceitos de controle 
 
Desde seus primórdios, a Fitopatologia preocupou-se em enfatizar a conotação econômica do controle 
das doenças. Assim, o controle foi definido como a “prevenção dos prejuízos de uma doença" sendo 
admitido em graus variáveis (parcial, lucrativo, completo, absoluto, etc.) mas “aceito como válido, para 
fins práticos, somente quando lucrativo”. Este ponto de vista é aceito e compartilhado generalizadamente 
pelos fitopatologistas. 
Na prevenção e no tratamento de doenças deviam ser sempre considerados a eficiência dos métodos 
e o custo dos tratamentos, sendo óbvio que os métodos empregados deveriam custar menos que os 
prejuízos ocasionados. Entretanto, o controle de doenças de plantas só passou a ser racionalmente 
cogitado a partir dos conhecimentos gerados pelo desenvolvimento da Fitopatologia como ciência 
biológica. 
Portanto, numa concepção biológica, controle pode ser definido como a “redução na incidência ou 
severidade da doença”. Essa conotação biológica é de fundamental importância, pois dificilmente as 
doenças podem ser controladas com eficiência sem o conhecimento adequado de sua etiologia, das 
condições climáticas e culturais que as favorecem e das características do ciclo das relações patógeno- 
hospedeiro, além da eficiência dos métodos de controle disponíveis. 
As conceituações econômica e biológica estão intimamente relacionadas, pois a prevenção da doença 
leva à diminuição dos danos (reduções do retorno e/ou qualidade da produção) e, eventualmente, das 
perdas (reduções do retorno financeiro por unidade de área cultivada). Em vista disso e pelo fato do dano 
ser uma função epidemiológica, embora doenças possam ser controladas em hospedeiros individuais, o 
controle de doenças de plantas é um problema essencialmente populacional. 
 
Os princípios de gerais de controle e o triângulo da doença 
 
Os métodos de controle foram agrupados em quatro princípios biológicos gerais: exclusão - prevenção 
da entrada de um patógeno numa área ainda não infestada; erradicação - eliminação do patógeno de 
uma área em que foi introduzido; proteção - interposição de uma barreira protetora entre as partes 
suscetíveis da planta e o inoculo do patógeno, antes de ocorrer a deposição; imunização - 
desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes ou, ainda, desenvolvimento, por meios naturais ou 
artificiais, de uma população de plantas imunes ou altamente resistentes, em uma área infestada com o 
patógeno. 
Com o tempo, a esses princípios foi acrescentado o da terapia, que visa restabelecer a sanidade de 
uma planta com a qual o patógeno já estabelecera uma íntima relação parasítica. 
Esses princípios podem ser enunciados como passos sequenciais lógicos no controle de doenças de 
plantas, levando em consideração o ciclo das relações patógeno-hospedeiro em uma determinada área 
geográfica. Assim, a exclusão interfere na fase de disseminação, a erradicação na fonte de inoculo e na 
sobrevivência, a proteção na inoculação e na germinação, a imunização, na penetração e colonização e 
a terapia, na colonização e na reprodução (Fig. 1) 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 7 
 
 
 
 
Os princípios abordando os problemas de controle numa visão bidimensional do ciclo das relações 
patógeno-hospedeiro, não poderiam abranger adequadamente todas as medidas de controle. A ação do 
homem sobre o patógeno (exclusão e erradicação) e sobre o hospedeiro (proteção, imunização e terapia) 
estava bem clara. 
Entretanto, o fator ambiente, um dos vértices do triângulo da doença, foi deixado de lado. Em vista 
disto, sugere-se que medidas de controle baseadas em modificações do ambiente obedecem ao princípio 
da regulação. De fato, modificações da umidade, temperatura e luminosidade do ambiente, de reação e 
propriedades do solo e da composição do ar, não se encaixam adequadamente dentro do princípio de 
proteção, onde usualmente são colocadas, em livros textos de Fitopatologia. 
Outras medidas de controle, também não satisfatoriamente ajustáveis aos princípios, são aquelas 
referentes à escolha da área geográfica, local e época de plantio, profundidade de semeadura, 
precocidade das variedades, etc. Tais medidas são atualmente agrupadas no princípio da evasão, que 
pode ser definida como a prevenção da doença pelo plantio em épocas ou áreas quando ou onde o 
inoculo é ineficiente, raro ou ausente. A evasão baseia-se, portanto, em táticas de fuga dirigidas contra o 
patógeno e/ou contra o ambiente favorável ao desenvolvimento da doença. 
A regulação e a evasão tornam os princípios de controle mais abrangentes, permitindo uma visão mais 
global da natureza da doença e melhorando a compreensão de que qualquer alteração nos componentes 
do triângulo da doença, isoladamente ou em conjunto, modifica o seu livre curso (Fig. 2). 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 8 
 
 
Os princípios de controle e a abordagem epidemiológica 
 
Os princípios de controle fundamentam-se, essencialmente, em conhecimentos epidemiológicos, pois 
atuam no triângulo hospedeiro-patógeno-ambiente, impedindo ou retardando o desenvolvimento 
sequencial dos eventos do ciclo das relações patógeno hospedeiro. 
Entretanto, o fator tempo, essencial para a compreensão de epidemias, só foi explicitamente 
considerado a partir de 1963, pelas análises epidemiológicas baseadas na taxa de infecção e na 
quantidade de inoculo inicial. Essa relação aparece simplificada na equação: 
 
 
 
onde a proporção y de doença em um tempo t qualquer é determinada pelo inóculo inicial y0, pela taxa 
média de infecção r e pelo tempo t durante o qual o hospedeiro esteve exposto ao patógeno. Baseado 
nessa abordagem, três estratégias epidemiológicas podem ser utilizadas para minimizar os prejuízos de 
uma doença: 
 
a) Eliminar ou reduzir o inóculo (y0) ou atrasar o seu aparecimento 
b) Diminuir a taxa de desenvolvimento da doença (r) 
c) Encurtar o período de exposição (t) da cultura ao patógeno. 
 
Essa abordagem matemática de como crescem as doenças infecciosas torna a epidemiologia uma 
ciência quantitativa, permitindouma melhor compreensão do desempenho das medidas de controle 
adotadas (Fig. 3). Os princípios de controle sob os pontos de vista biológico e epidemiológico, atuando 
nos mesmos fatores que compõem a doença, estão intimamente relacionados (Tabela 1). 
 
 
 
Figura 3. Princípios de controle de doenças de plantas e modo de atuação de cada princípio [adaptado de Roberts & Boothroyd (1984)] 
 
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. 9 
Tabela 1. Relação entre métodos e princípios de controle e seus efeitos predominantes sobre os 
componentes epidemiológicos [inóculo inicial (y0), taxa de infecção (r) e tempo de exposição do 
hospedeiro ao patógeno (t)]. 
 
 
 
 
Questões 
 
01. (SC/CE - Analista de Desenvolvimento Urbano - FUNCAB) Na disciplina de fitopatologia, “o 
dano que pode ocorrer na ausência de medidas de controle” é definido como dano: 
(A) potencial. 
(B) primário 
(C) secundário. 
(D) indireto. 
(E) real. 
 
02. (Polícia Federal - Perito Criminal Federal - CESPE) Acerca da fitopatologia, julgue o item a 
seguir. 
Toda injuria apresentada é sinal de uma ação momentânea de um fator físico-mecânico ou químico 
sobre o vegetal. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.certo 
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. 10 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
 
Vejamos os dois tipos de danos e a justificativa para assinalarmos a alternativa A 
 
Dano Potencial: o que pode ocorrer na ausência de medidas de controle 
Dano Real: é o dano que já ocorreu ou que ainda está ocorrendo. 
 
02. Resposta: certo 
Doença em planta consiste de uma atividade fisiológica injuriosa, causada pela irritação contínua 
provocada por fator causal primário, exibida através de atividade celular anormal e expressa através de 
condições patológicas características, chamadas sintomas. Portanto é um processo dinâmico no qual o 
hospedeiro (planta) e o agente causal, denominado de patógeno (fungos, bactérias, vírus, etc.), em íntima 
relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, resultando modificações morfológicas e fisiológicas. 
 
Entomologia2 
 
Entomologia é a parte da Zoologia que se dedica ao estudo dos insetos. 
Essa palavra é derivada do grego (entomon= segmentado e logos= tratado), podendo ser 
etimologicamente definida como a “ciência que estuda os animais segmentados”. 
O termo “inseto”, de uso geral, vem da palavra latina intersectum, significando entrecortado. 
Tanto um termo como outro fazem alusão à presença da segmentação ou metameria somática. 
Desde Aristóteles (350 AC) os insetos são referidos como animais articulados; a entomologia abrangia 
então, não só os hexápodes, mas todos os invertebrados articulados, inclusive os vermes superiores. 
O termo “Articulata” já foi usado por Cuvier para reunir os anelídeos e artrópodes. Desde Lamarck, 
porém, o campo da entomologia limita-se ao estudo dos artrópodes cujas formas adultas possuem 3 
pares de pernas, constituindo a classe Insecta, nome dado por Linneu (1758), tendo por muito tempo 
Hexapoda, de Blainville (1816) e Latreille (1825), como sinônimo. 
Atualmente, alguns hexápodes mais primitivos, que vinham sendo tratados como insetos, passaram a 
integrar grupos distintos. 
Dessa forma a classe Insecta, agora, abriga apenas os artrópodes dotados de 3 pares de pernas, 
díceros, ectognatos e com desenvolvimento epimórfico. 
 
Divisões 
 
A entomologia é comumente dividida em básica ou pura, ocupando-se do estudo dos hexápodes, sem 
preocupações de ordem econômica ou importância para o homem, e, aplicada ou econômica, que estuda 
os insetos sob o ponto de vista de sua utilidade ou nocividade. Comportam, como principais subdivisões, 
as referidas a seguir: 
 
 
Entomologia geral - estuda os insetos procurando conhecer tanto sua organização anatômica externa 
e interna, como também sua biologia, ecologia e fisiologia. 
 
 
2 https://bit.ly/2Q4eldm 
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Entomologia sistemática - tomando por base as semelhanças e diferenças que ocorrem entre os 
insetos, procura classificá-los por similaridade, formando grupos naturais, fundamentados, atualmente, 
em bases filogenéticas. 
 
Entomologia agrícola - estuda os insetos, tanto nocivos como úteis à agricultura. Também referida 
como Entomologia Econômica, é a que reúne maior número de pesquisadores e de publicações no 
mundo. 
Os insetos nocivos são os que proporcionam, direta ou indiretamente, algum prejuízo; no primeiro caso 
- danos diretos - atacando os vegetais, tanto na lavoura como armazenados, servindo como exemplos a 
lagarta-do-trigo Pseudaletia sequax Franc., 1951 e a lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818 
(LEPI., Noctuidae), o maranduvá-da-mandioca Erinnyis ello (L., 1758) (LEPI., Sphingidae) e vários 
besouros, como a “vaquinha” Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (COLE., Chrysomelidae) e os 
“burrinhos” Epicauta spp. (COLE., Meloidae); no segundo - dano indireto – introduzindo nas plantas 
princípios tóxicos ou outros agentes que podem provocar distúrbios os mais diversos, como manchas e 
deformações; os insetos cecidógenos representam um exemplo típico, pelas galhas ou cecídeas 
produzidas por atrofia, hipertrofia ou hiperplasia dos tecidos vegetais; outros provocam a disseminação 
de várias doenças de plantas, causadas especialmente por vírus, que são levados de uma planta para 
outra, pelos chamados “insetos vetores”. 
Os insetos úteis podem ser assim referidos tanto pela utilidade direta como indireta. No primeiro caso, 
incluindo espécies que contribuem para a polinização de vegetais, como por exemplo a abelha-comum, 
doméstica ou europeia Apis mellifera (L., 1758) (HYME., Apidae) de grande importância especialmente 
em pomares, e, Blastophagus psenes (L., 1758) (HYME., Agaonidae), imprescindível para a frutificação 
da figueira (Ficus carica), introduzida em vários países. 
No segundo, incluindo espécies, referidas como insetos auxiliares, que são usadas para minimizar os 
danos causados por diversas pragas da agricultura, pelo método do “controle biológico”; os agentes 
usados para esse fim são chamados de um modo geral de “inimigos naturais” das diferentes pragas e 
abrangem tanto predadores como parasitoides: 
Predador - alimenta-se diretamente de suas vítimas, chamadas “presas”, devorando-as em seguida, 
sendo exemplos o louva-a-deus (MANT.) e a maioria das “joaninhas” (COLE., Coccinellidae), destacando-
se Cycloneda sanguinea (L., 1763) e Eriopis connexa (Germar, 1824) comumente encontradas junto a 
colônias de pulgões. 
Parasitóide - deposita o ovo junto ou no interior do corpo de sua vítima, chamada de “hospedeiro”, 
que servirá de alimento quando a larva eclodir; são exemplos diversas espécies de vespinhas ou 
microhimenópteros, como as do gênero Aphidius (Braconidae), que parasitam grande número de pulgões, 
as de Aphytis (Aphelinidae) em cochonilhas e Trissolcus (Scelionidae) em ovos de percevejos. 
Também é comum o parasitismo de lagartas tanto por vespinhas, destacando-se as do gênero Cotesia 
(Braconidae), como por dípteros Tachinidae. 
 
Entomologia ambiental - estuda os insetos de interesse como indicadores de poluição, especialmente 
hídrica, e, ainda, para estimar os níveis da degradação de florestas. O estudo e criação de espécies de 
borboletas para ornamentação de parques e jardins está sendo atualmente objeto de grande atenção. 
 
Entomologia farmacêutica - estuda os insetos que proporcionam matérias primas para a fabricação 
de medicamentos. A geleia real produzida pela abelha é um exemplo dos mais expressivos; a cantaridina, 
que apesar de ter propriedades vesicatórias atua também como afrodisíaco, presente em meloídeos, com 
maior proporção na espécie europeia Lyttavesicatoria (L.,1758) (COLE., Meloidae) é outro exemplo. 
Relacionam-se ainda com este ramo da Entomologia a busca da substância existente no besouro-do-
amendoim Ulomoides dermestoides (Fairmaire,1893) (COLE., Tenebrionidae) responsável por sua ação 
medicinal, com propriedades anti-inflamatórias, bem como o estudo dos efeitos antirreumáticos do veneno 
produzido por algumas abelhas e vespas. 
 
Entomologia florestal - estuda os insetos associados às plantas florestais, tanto nativas como 
cultivadas. 
Relaciona-se intimamente à entomologia agrícola. Destacam-se pela importância vários coleópteros 
cerambicídeos, como o “serrador-da-acácia-negra” [Oncideres impluviata (Germar, 1824)], a “broca-da-
erva-mate” (Hedypathes betulinus Klug, 1825), a “broca-do-eucalipto” [Phoracantha semipunctata (Fabr., 
1775)] e a “broca-do-pinheiro” [Parandra glabra (De Geer, 1774)], além de outros coleópteros e também 
várias lagartas e cochonilhas. 
 
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Entomologia forense - estuda os insetos que de alguma forma possam contribuir para o 
esclarecimento de aspectos discutidos em âmbito judicial. São exemplos as formas necrófagas, 
destacando-se espécies de Nicrophorus e Silpha (COLE., Silphidae), que podem indicar o tempo 
decorrido na execução de homicídios. 
 
Entomologia habitacional - estuda os insetos que ocorrem nas habitações, os quais podem molestar 
pela simples presença ou picada, como danificar alimentos, objetos e outros bens humanos. A crescente 
ocorrência de insetos em residências, hotéis, restaurantes, cinemas, bibliotecas etc, vem aumentando de 
forma apreciável a importância deste ramo da entomologia aplicada. 
Como exemplos mais expressivos podem ser lembradas as baratas Periplaneta americana (L., 1758) 
(BLAT., Blattidae) e Blatella germanica (L., 1767) (BLAT., Blatellidae); o mosquito Culex quinquefasciatus 
Say,1823 (DIPT., Culicidae) e a pulga Pulex irritans (L., 1758) (SIPH., Pulicidae), insetos hematófagos 
causando desassossego; os cupins ou térmitas Kalotermes spp. (ISOP., Kalotermitidae) que vivem em 
madeiras, prejudicando móveis e mesmo caibros, assoalhos e paredes; a traça Tineola uterella (Wals., 
1897) (LEPI., Tineidae) e a punilha Dermestes maculatus (DeGeer, 1774) (COLE., Dermestidae), 
responsáveis por prejuízos em roupas, peles e tapetes; a falsa traça Lepisma saccharina (L., 1758) 
(THNU., Lepistamidae) danificando quadros e papéis em geral; os piolhos-dos-livros Liposcelis spp. 
(PSOC., Liposcelidae) comum em bibliotecas, produtos armazenados, herbários e coleções 
entomológicas. 
 
Entomologia industrial - estuda os insetos sob o ponto de vista da utilização industrial de seus 
produtos. São exemplos a abelha, já citada, de grande importância na produção de mel e cera; o bicho-
da-seda Bombyx mori (L., 1758) (LEPI., Bombycidae), espécie de ampla utilização na sericicultura; as 
cochonilhas Laccifer lacca (Kerr, 1782) (HEMI., Sternorrhyncha, Kerriidae) e Dactylopius coccus(Costa, 
1835) (HEMI., Sternorrhyncha, Dactylopiidae), produtoras da verdadeira laca animal e do carmim de 
melhor qualidade, respectivamente. 
 
Entomologia médica - estuda os insetos que, de qualquer forma, podem afetar a saúde humana. 
Como exemplos podem ser lembrados os “barbeiros” Triatoma infestans (Klug., 1834) e Panstrongylus 
megistus (Burm., 1835) (HEMI., Heteroptera, Reduviidae) transmissores de Trypanosoma cruzi causador 
da doença de Chagas; os mosquitos Aedes aegypti (L., 1762) transmissor dos vírus causadores da febre 
amarela e da “dengue” e Anopheles spp. (DIPT., Culicidae) vetores do esporozoário Plasmodium vivax 
causador da malária; o piolho Pediculus humanus (L., 1758) (PHTH., Anoplura, Pediculidae) transmissor 
de Rickettsia, vírus causador do tifo exantemático; as lagartas urticantes de vários lepidópteros, como as 
de Automeris spp. e Hylesia spp. (LEPI., Saturniidae), as “taturanas” ou “lagartas-de-fogo” Megalopyge 
spp. (LEPI., Megalopygidae) e especialmente a “lagarta-assassina” [Lonomia obliqua Walker, 1855 
(LEPI., Saturniidae)] capaz de causar hemorragias e óbitos. 
 
Entomologia química ou toxicológica - preocupa-se com a procura e fabricação de substâncias 
destinadas ao controle de insetos. Abrange os aspectos toxicológicos, incluindo os testes de eficiência e 
seletividade de produtos. 
 
Entomologia veterinária - estuda os insetos relacionados com a saúde dos animais. Como exemplos 
destacam-se Dermatobia hominis (L., 1781) (DIPT., Cuterebridae) cujas larvas são conhecidas como 
“bichoberne”; Gasterophilus nasalis (L., 1761) (DIPT., Gasterophilidae) causador da “gasterofilose” dos 
eqüinos; Cochliomyia spp. (DIPT., Calliphoridae) moscas varejeiras responsáveis por miíases tanto em 
animais como no homem; Melophagus ovinus (L., 1761) (DIPT., Hippoboscidae), ectoparasito 
permanente de ovelhas; os piolhos das aves, como Menopon gallinae (L., 1758) (PHTH., Amblycera, 
Menoponidae) entre outros, e os dos mamíferos, como Trichodectes spp. (PHTH., Ischnocera, 
Trichodectidae) que se alimentam da base dos pelos e Haematopinus spp. (PHTH., Anoplura, 
Haematopinidae) que são hematófagos, associados principalmente a bovinos e suínos. 
 
Posição sistemática 
 
Existe grande divergência entre os autores no tocante à hierarquia dos grupos que integram os 
invertebrados que possuem pernas articuladas, incluídos em Insecta por Linneu e em Arthropoda por 
Sieboldt & Stannius. Apesar do termo Hexapoda ter sido usado como sinônimo de Insecta por muito 
tempo, e ainda sem diferenciação por BARNES, CALOW & OLIVE (1995), que elevam a hierarquia da 
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maioria dos grupos, os mesmos são mantidos como táxons distintos na proposta de KRISTENSEN 
(1991). 
O quadro que segue dá uma visão geral da posição sistemática dos insetos desde filo: 
 
 
 
A classe Ellipura reune as ordens Collembola e Protura, consideradas anteriormente por KRISTENSEN 
(1981) como classes independentes, que juntamente com Diplura, formava o grupo “Entognatha”. 
 
Questão 
 
01. (DPF - Perito Criminal Federal - CESPE) A entomologia forense aplica conhecimentos sobre a 
biologia dos insetos e outros artrópodes a processos criminais. Com a ajuda desses conhecimentos, é 
possível, por exemplo, determinar o local e o tempo da ocorrência de incidentes, de acordo com a fauna 
encontrada no cadáver. Acerca desse assunto, julgue o item subsecutivo. 
 
A entomologia forense urbana é um estudo específico sobre infestação de pragas provocada por 
artrópodes, aplicado a litígios que envolvam prestação de serviços entre contratantes e contratados para 
limpeza em geral, como em shopping centers. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.errado 
 
Comentário 
 
01. Resposta: errado 
Entomologia química ou toxicológica - preocupa-se com a procura e fabricação de substâncias 
destinadas ao controle de insetos. Abrange os aspectos toxicológicos, incluindo os testes de eficiência e 
seletividade de produtos. 
 
 
 
Planta daninha é qualquer espécie vegetal que, de alguma forma, interfere negativamente em alguma 
atividade humana. Essa definição é simples, mas considera a ação entre indivíduos. Tudo o que será 
discutido a seguir contribuirá para traçar estratégias de manejo visando reduzir ou eliminar os efeitos 
prejudiciais e decorrentes da ocorrência de plantas daninhas em áreas agrícolas. 
A ciência que trata das plantas daninhas envolve outras áreas do conhecimento, como fitopatologia, 
fisiologia vegetal, economia, sociologia para desenvolver um programa de manejo o mais eficiente 
possível. Deve-se atentar para o fato de que a melhor alternativa de controle não deve basear apenas na 
eficácia, mas no impacto sobre o ambiente e a economia de recursos. 
 
Características 
 
Uma planta daninha, aparentemente,não difere de uma planta cultivada. 
Tomemos como exemplos duas espécies bem conhecidas: o picão-preto (Bidens pilosa) e a soja 
(Glycine max). Ambas são plantas que se originam de sementes, germinam, crescem, florescem, 
frutificam, produzem sementes e morrem. 
2. Controle de plantas daninhas. 
 
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Entretanto, algumas características das plantas daninhas tornam-nas muito temidas pelos produtores, 
como segue: 
• as sementes ou as estruturas de reprodução vegetativa apresentam capacidade de germinação em 
estádios iniciais de desenvolvimento; 
• capacidade de germinação em qualquer tipo de ambiente; 
• grande longevidade dos propágulos e dormência (o que garante germinação descontínua no tempo 
e no espaço); 
• crescimento inicial rápido e vigoroso, principalmente, se a reprodução ocorre por meios vegetativos; 
• rápida passagem da fase vegetativa para a reprodutiva; 
• produção de grande número de propágulos (principalmente sementes); 
• produção contínua de propágulos quando as condições são favoráveis; 
• produção de propágulos mesmo quando as condições não são favoráveis; 
• autopolinização, polinização cruzada, ou ambas; e 
• os propágulos apresentam as mais variadas adaptações físicas e estruturais para dispersão a curta 
ou longa distância. 
 
Classificação 
 
Todo indivíduo, animal ou vegetal, pode ser classificado de acordo com uma série de características, 
com o objetivo reunir os assemelhados em grupos para facilitar seu estudo. 
A classificação e a divisão das plantas daninhas em grupos podem facilitar a escolha de método(s) de 
controle mais efetivo(s); com base em vários parâmetros: ciclo de vida, hábito de crescimento, mecanismo 
de reprodução, meio de dispersão de propágulos e taxonomia. 
 
Métodos de controle de plantas daninhas 
 
Para discutir o manejo integrado de plantas daninhas em áreas agrícolas, é necessário que se 
conheçam os métodos de controle, apresentados a seguir. 
 
Prevenção 
 
Desde que não ocorra infestação de uma ou mais espécies de plantas daninhas na área essa é a 
melhor opção. Para prevenir sua entrada e disseminação em áreas nas quais elas não ocorrem é 
fundamental que alguns cuidados sejam tomados: 
• uso de sementes e mudas isentas de propágulos (sementes, rizomas, tubérculos e estolões) de 
plantas daninhas; 
• utilização de esterco animal e vegetal isento de propágulos (esterco fermentado); 
• limpeza rigorosa de máquinas e implementos após a utilização em áreas infestadas; 
• limpeza de margens de estradas, de cercas e de canais de irrigação; e 
• isolamento de áreas; 
 
• quarentena de animais trazidos de outras áreas para evitar que sementes e plantas daninhas possam 
ser disseminadas por meio de suas fezes. 
 
Em algumas situações, a prevenção é uma ação que depende de medidas governamentais, definidas 
em legislação específica, sobre o comércio de sementes e mudas, tanto em nível nacional quanto 
internacional (importação). 
 
Controle cultural 
 
As práticas culturais possibilitam vantagens competitivas para as plantas cultivadas em detrimento das 
plantas daninhas. Nesse método de controle, são aproveitadas características da própria planta cultivada 
ou do seu processo de cultivo. 
Devem ser utilizadas cultivares de rápido crescimento e que sombreiem a superfície do solo antes da 
emergência das plantas daninhas. Para isso devem ser usadas sementes e mudas de alto vigor, realizar 
o plantio na época recomendada, nos espaçamentos e nas densidades adequados, realizar adubações 
equilibradas, manejar corretamente a irrigação (se for o caso), adotar também o manejo integrado de 
pragas e doenças, a rotação de culturas e o plantio direto. 
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Em algumas situações, o controle cultural pode ser tão eficiente que dispense outros métodos de 
controle para determinada espécie. Como exemplo, têm-se a alteração do arranjo espacial na cultura do 
milho, com redução do espaçamento entre fileiras e o aumento do espaçamento entre plantas (para uma 
mesma população). 
O sombreamento da superfície do solo, provocado pela melhor distribuição das plantas, pode impedir 
a germinação de sementes e o crescimento de espécies altamente exigentes em radiação solar, como a 
tiririca e o capim marmelada. 
Outra técnica bastante eficaz no controle de plantas daninhas é a rotação de culturas. Ela possibilita 
manter a superfície do solo sempre coberta, inibindo o crescimento de plantas daninhas. Essa estratégia 
tem sido a base do manejo integrado de plantas daninhas desde a antiguidade. 
Resultados de alguns trabalhos tem-se mostrado promissores quando se alia a rotação ao plantio 
direto, principalmente, para controle de espécies exigentes em luz e cujo mecanismo de reprodução é o 
assexuado. 
 
Controle mecânico 
 
Realizado por meio de ferramentas ou implementos, sendo feito antes ou depois da semeadura das 
culturas. As operações de preparo do solo como a aração e a gradagem eliminam a população infestante 
com grande eficácia. O único inconveniente é a falta de persistência da ação de controle no solo, com 
germinação e emergência de plantas daninhas logo em seguida. 
Uma estratégia pode ser aração ou gradagem leves do solo (dependendo do nível de infestação) 
alguns dias antes da semeadura para eliminar a vegetação existente e estimular a germinação e a 
emergência de novas plantas a serem eliminadas com o preparo para a semeadura. 
A capina com enxada, muito comum na agricultura familiar, ou com cultivadores de tração animal ou 
trator são os métodos de controle mecânico mais utilizados. 
A vantagem do uso da enxada é a grande eficácia de controle, a desvantagem, seu baixo rendimento 
operacional. Os cultivadores, por sua vez apresentam rendimento operacional bem maior, mas a eficácia 
de controle é menor, não controlando as plantas daninhas localizadas na linha de plantio. 
A cobertura morta é também considerada uma forma eficaz de controle mecânico, atuando como 
barreira física contra a entrada de luz, essencial ao processo de germinação. Muitas espécies são 
fotoblásticas positivas, ou seja, necessitam de luz para iniciar a germinação. 
Ademais, a quantidade de reserva nas sementes pode ser insuficiente para que a plântula em 
emergência consiga atravessar a barreira imposta pela cobertura morta. 
Além de evitar a passagem de luz e bloquear a emergência de plântulas, a cobertura morta reduz a 
variação de temperatura (alta amplitude térmica) na camada superficial do solo onde se concentra grande 
quantidade de sementes. 
As variações têm influência na quebra de dormência das sementes de grande número de espécies 
daninhas. Estudos mostraram que as sementes de picão preto, localizadas na superfície do solo, em 
áreas em plantio direto, apresentaram germinação muito maior do que aquelas que se encontravam em 
profundidade. 
Portanto, em área sob plantio direto, pode haver maior infestação de plantas daninhas, principalmente, 
nos primeiros anos. Com o esgotamento do banco de sementes do solo, reduz-se a intensidade de 
infestação, se o manejo for bem realizado nas fases de pré semedura, de condução da lavoura e de pós-
colheita. 
 
Controle físico 
 
As plantas daninhas podem ser controladas por agentes como o fogo, a solarização e a alelopatia, 
considerados os principais meios de controle físico. 
O fogo, como indicado aqui, não se refere à queimada, que foi e ainda é muito utilizada na limpeza de 
áreas de produção agrícola, principalmente, em terrenos recém-desbravados. O fogo deve ser 
empregado para a produção de calor que causa a destruição das estruturas celulares da planta, levando-
a à morte. A principal forma é o uso de lança-chamas, portáteis ou tracionadas por trator. No controle 
total, não são necessários maiorescuidados, porém, a aplicação de fogo em culturas já instaladas deve 
ser feita dirigindo as chamas apenas para as plantas daninhas. 
A solarização consiste em cobrir o solo úmido com um filme plástico transparente. A luz solar, formada 
por ondas curtas de alta energia, atravessa o plástico e aquece o solo. 
O calor produzido, na forma de ondas longas, não consegue atravessar o plástico, ficando acumulado 
abaixo dele. Com o tempo, o solo se aquece e o calor é transmitido com grande eficiência pela água a 
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uma profundidade maior. Esse aquecimento é suficiente para atingir temperaturas elevadas que causam 
a morte de sementes de plantas daninhas. 
A alelopatia é a ação de substâncias químicas com função biológica importante em plantas que 
causam algum tipo de prejuízo em outras. Com a liberação desses compostos por decomposição de 
tecidos vegetais, lixiviação, exsudação radicular e volatilização, pode ocorrer inibição da germinação e do 
crescimento de plantas daninhas. Espécies utilizadas na cobertura do solo e na adubação verde podem 
ter importância para o controle alelopático, além das próprias espécies cultivadas. 
 
Controle biológico 
 
O controle biológico de plantas daninhas é realizado por organismos vivos ou por produtos de seu 
metabolismo, ainda é pouco aplicado, mas com grande interesse de pesquisadores. Os principais estudos 
têm sido conduzidos com fungos e insetos. Os fungos provocam doenças nas plantas que paralisam seu 
crescimento e podem acarretar sua morte. 
Os insetos nas fases jovem ou adulta podem atacar plantas daninhas, provocando seu 
enfraquecimento ou mesmo a morte. 
O controle biológico é altamente específico, ou seja, um agente de controle ataca apenas uma espécie 
ou poucas espécies dentro de um mesmo gênero de plantas. 
Ele deve ser altamente seletivo para que os agentes de controle não provoquem danos às plantas 
cultivadas. 
 
Controle químico 
 
Consiste no uso de herbicidas, produtos que podem ser aplicados antes ou depois da semeadura. Em 
pré-plantio, tem finalidade de promover a dessecação das plantas daninhas em áreas de plantio direto. 
A aplicação em pré-plantio incorporado é realizada no caso dos herbicidas que precisam ser 
posicionados a certa profundidade por falta de movimentação no solo ou para evitar volatilização 
(transformação em gases) e fotodecomposição (degradação pela luz). 
A aplicação em pré-emergência é feita quando os herbicidas têm ação apenas sobre as sementes ou 
em plantas em fase inicial de crescimento. A aplicação em pós emergência, tanto da cultura quanto da 
planta daninha, têm ação de contato, quando atuam próximo ao local de absorção, ou sistêmica, quando 
ele se distribui por outras partes da planta, como raízes, por exemplo. As principais vantagens do seu uso 
são eficiência de controle, seletividade e melhor relação custo/benefício em algumas situações. 
Os herbicidas podem ser classificados de acordo com seu mecanismo de ação, processo que 
efetivamente causa a morte das plantas daninhas. Esse processo pode ser, por exemplo, a inibição da 
atividade de alguma enzima que catalisa a síntese de substâncias na planta. 
A seguir, serão apresentados os principais grupos de herbicidas, de acordo com os seus mecanismos 
de ação, com alguns exemplos. 
 
Inibidores da enzima Acetil Coenzima-A Carboxilase (ACCase) 
 
Estes herbicidas têm efeito sobre espécies da família Poaceae (gramíneas) e seletivos para várias 
espécies dicotiledôneas. 
A ACCase é uma enzima-chave na síntese de lipídios, componentes importantes de estruturas como 
a membrana celular. Logo após a aplicação, percebe-se paralisação do crescimento, descoloração dos 
pontos de crescimento e clorose das folhas novas. Folhas mais velhas podem ficar arroxeadas, 
alaranjadas ou vermelhas. 
 
Os principais herbicidas inibidores da ACCase são: 
• Arilfenoxipropionatos: diclofop, fenoxaprop, fluazifop, haloxyfop, propaquizafop, quizalofop; e 
• Ciclohezanodionas: butroxydim, clethodim, sethoxydim, tepraloxydim. 
 
Inibidores da enzima Aceto Lactatosintase (ALS) 
 
Estes herbicidas têm efeito, principalmente, sobre espécies dicotiledôneas. 
Algumas imidazolinonas têm efeito sobre gramíneas e algumas sulfoniluréias sobre ciperáceas. 
A ALS é uma enzima importante na síntese de alguns aminoácidos (valina, leucina e isoleucina). 
Alguns dias após a aplicação percebe-se a paralisação do crescimento, descoloração das folhas jovens, 
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necrose de nervuras e de pecíolos e queda de folhas. As raízes das plantas crescem pouco e as raízes 
secundárias são curtas. 
 
Os principais herbicidas inibidores da ALS são: 
• Imidazolinonas: imazamox, imazapyr, imazapic, imazaquin, imazethapyr; 
• Sulfoniluréias: azinsulfuron, chlorimuron, flazasulfuron, halosulfuron, metsulfuron, nicosulfuron, 
oxasulfuron, pyrazosulfuron; 
• Sulfoanilidas: cloransulam, diclosulam, flumetsulam; e 
• Outros: pyrithiobac, bispyribac. 
 
Inibidores da enzima 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfatosintase (EPSPs) 
 
Os herbicidas pertencentes a esse grupo têm efeito sobre espécies monocotiledôneas e dicotiledôneas 
e não são seletivos para culturas, exceção feita à soja tolerante ao glyphosate. 
A EPSPs é uma enzima importante na síntese de alguns aminoácidos (fenilalanina, tirosina e 
triptofano). A aplicação desses herbicidas tem efeito rápido, paralisando o crescimento da planta. 
Os principais sintomas são clorose de pontos de crescimento e de folhas jovens. Entre duas e três 
semanas as plantas tornam-se totalmente necrosadas (secas). 
Os principais herbicidas desse grupo são o glyphosate e o sulfosate. 
 
Hormônios ou reguladores de crescimento 
 
Os herbicidas pertencentes a esse grupo têm efeito sobre espécies dicotiledôneas e são seletivos para 
gramíneas. 
Eles provocam um desbalanço na atividade hormonal da planta sensível causando crescimento 
desordenado dos tecidos vegetais. Os sintomas mais característicos são a epinastia (curvatura e 
enrolamento) do ápice das plantas, espessamento do caule e do pecíolo e encarquilhamento das folhas. 
A morte da planta ocorre por volta de quatro a cinco semanas após aplicação. 
 
Os principais herbicidas hormonais são: 
• Derivado do ácido benzóico: dicamba; 
• Derivado do ácido fenoxiacético: 2,4-D; 
• Derivados do ácido picolínico: fluroxipyr, picloran, triclopyr; e 
• Outros: quinclorac. 
 
Inibidores do Fotossistema I 
 
Os herbicidas inibidores do fotossistema I controlam espécies mono e dicotiledôneas e são não 
seletivos. Interrompem o transporte de elétrons no processo fotossintético e impedem a produção de 
energia aos processos metabólicos da planta. 
Os herbicidas, ao captarem os elétrons, tornam-se radicais livres com alto poder de oxidação. Isso 
leva à formação de peróxido de hidrogênio, responsável pela peroxidação de lipídios e desnaturação de 
membranas celulares. Os principais sintomas são murchamento e necrose das plantas, horas após a 
aplicação. Em poucos dias, a planta já se encontra completamente necrótica. 
Os herbicidas inibidores do fotossistema I são o diquat e o paraquat. 
 
Inibidores do fotossistema II 
 
Os inibidores do fotossistema II controlam espécies daninhas dicotiledôneas e são seletivos para 
culturas mono e dicotiledôneas. 
Estes herbicidas interrompem o fluxo normal de elétrons durante o processo fotossintético provocando 
uma espécie de “sobrecarga” nas moléculas de clorofila. Essa condição pode causar a destruição direta 
das membranas celulares ou a formação de radicais livres que atuam como no grupo anterior. Os 
sintomas são: descoloração das folhas, surgimento de manchas aquosas e posterior necrose. O intervalo 
entre a aplicação e a morte da planta pode ser de até cinco dias. 
 
Os principaisherbicidas inibidores do fotossistema II são: 
• Triazinas: amtetryn, atrazine, cyanazine, hexazinone, metribuzin, prometryne, simazine; 
• Uréias substituídas: diuron, isouron, linuron, tebuthiuron; 
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• Uracilas: bromacil; e 
• Outros: bentazon, ioxynil, propanil. 
 
Inibidores da protoporfirinogênio oxidase (PROTOX) 
 
Estes herbicidas controlam espécies daninhas dicotiledôneas em várias culturas, com destaque para 
feijão e soja. 
A enzima protorfirinogênio oxidase está envolvida na síntese de clorofila. A inibição dessa enzima leva 
ao acúmulo de uma substância, protoforfirinogênio, que em níveis elevados passa a interagir com o 
oxigênio formando radicais livres que causam a peroxidação de lipídios de membranas celulares. Os 
sintomas são: descoloração das folhas com posterior necrose. A morte das plantas ocorre em poucos 
dias. 
 
Os herbicidas inibidores da PROTOX são: 
• Difeniléteres: acifluorfen, fomesafen, lactofen, oxyfluorfen; 
• Ftalimidas: flumiclorac, flumioxazin; 
• Triazolinonas: carfentrazone, sulfentrazone; e 
• Outro: oxadiazon. 
 
Inibidores da síntese de caroteno 
 
Estes herbicidas controlam espécies monocotiledôneas e dicotiledôneas anuais e algumas perenes. 
Eles atuam interferindo na rota metabólica de terpenóides, essenciais na síntese de vários outros 
compostos, entre eles os carotenos. Estes têm importante função protetora das clorofilas contra o excesso 
de energia. As espécies sensíveis apresentam branqueamento quando emergem do solo e, 
posteriormente, necrose e morte. 
Os herbicidas inibidores da síntese de caroteno são clomazone, isoxaflutole e norflurazon. 
 
Inibidores de divisão celular 
 
Inibidores de crescimento da parte aérea 
 
Estes herbicidas controlam gramíneas e algumas dicotiledôneas. O efeito negativo no crescimento das 
plantas é devido a uma série de eventos: inibição da síntese de lipídios; elongação celular; síntese de 
alguns hormônios, flavonóides e proteínas. As sementes das espécies sensíveis germinam, mas grande 
parte das plântulas não emerge. 
Caso a emergência ocorra, as folhas aprecem retorcidas com coloração verde-escura intensa. Nas 
gramíneas, estas não emergem dos coleóptilos ou ficam comprimidas nos cartuchos. Nas dicotiledôneas, 
as folhas apresentam-se encarquilhadas, com encurtamento da nervura central e depressão na ponta das 
folhas. 
Os principais herbicidas são: 
• Amidas: acetochlor, alachlor, butachlor, metolachor, dimethenamid, napropamid; 
• Carbamotioatos: molinate, thiobencarb. 
 
Inibidores do crescimento de raízes 
 
A exemplo dos últimos herbicidas citados, os inibidores do crescimento de raízes controlam 
basicamente espécies gramíneas e poucas dicotiledôneas. 
O mecanismo de ação desses herbicidas é a inibição da síntese de tubulina, proteína importante no 
processo de divisão das células. A tubulina é um dos componentes do microtúbulo, responsável pela 
separação dos cromossomos durante a divisão celular. 
Os sintomas são inchaço do meristema radical, encurtamento e espessamento da raiz principal, sem 
a formação de raízes secundárias. Em consequência, a parte aérea fica atrofiada e avermelhada. Nas 
dicotiledôneas, pode ocorrer formação de calos nos caules das plantas próximos à superfície do solo. 
Os herbicidas inibidores de síntese de tubulina são o oryzalin, o trifluralin, o pendimethalin e o 
thiazopyr. 
 
 
 
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. 19 
Inibidores da enzima glutamina sintetase (GS) 
 
A glutamina sintetase é uma enzima-chave no processo de incorporação de amônia nos tecidos 
vegetais. Ela promove a união da amônia e do glutamato formando a glutamina, composto precursor de 
vários aminoácidos. 
Os sintomas nas plantas sensíveis são murchamento e clorose das folhas, levando à necrose intensa 
e posterior morte. O herbicida pertencente a esse grupo é o amônio-glufosinato ou glufosinate. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
Fontes, José Roberto Antoniol. Manejo integrado de plantas daninhas / José Roberto Antoniol Fontes, Jonas Lopes Neves – Planaltina, DF : Embrapa 
Cerrados, 2003. 
 
Questões 
 
01. (UFSBA - Engenheiro Agrônomo – UFMT/2017) Sobre plantas daninhas, assinale a afirmativa 
INCORRETA. 
(A) São responsáveis pela não certificação das sementes e mudas de culturas, quando estas são 
colhidas com sementes de determinadas espécies de plantas daninhas proibidas. 
(B) Possuem a habilidade de produzir pouca quantidade de sementes, sendo facilmente perpetuadas 
em função da dormência e germinação desuniforme. 
(C) Podem ser hospedeiras alternativas de organismos nocivos a espécies vegetais, podendo causar 
doenças como viroses e nematoses em plantas cultivadas. 
(D) Apresentam mecanismos alternativos de reprodução, capacidade de germinar e emergir a 
grandes profundidades, além da elevada capacidade de produção de dissemínulos. 
 
02. (Prefeitura de Teresina/PI - Técnico de Nível Superior - FCC/2016) Sobre pragas e plantas 
daninhas, considere: 
I. Quando possível, escolher áreas de cultivo com baixa infestação por plantas daninhas. 
II. Emprego de sementes isentas de propágulos de plantas daninhas. 
III. Limpeza rigorosa de veículos, máquinas, implementos e ferramentas após utilização em áreas 
infestadas, pois podem atuar como meios de dispersão de propágulos de espécies daninhas. 
IV. Eliminação de plantas indesejadas em margens de estradas, de cercas e de canais de irrigação 
antes que produzam propágulos. 
 
Essas ações são 
(A) as principais medidas de controle preventivo. 
(B) de controle preventivo e visam impedir a introdução e o estabelecimento de espécies daninhas em 
áreas de cultivo onde sabidamente elas não estão presentes. 
(C) de manejo difícil (por exemplo, espécies com mais de um mecanismo de reprodução). 
(D) medidas de erradicação por controle biológico e químico. 
(E) medidas de erradicação, para controle econômico da produção 
 
03. (EMATER/PR - Engenheiro Agrônomo - UEL/COPS) O controle de plantas daninhas consiste na 
adoção de certas práticas que resultam na redução da infestação, mas não necessariamente na sua 
completa eliminação. 
 
Em relação ao controle de plantas daninhas, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. 
( ) A alelopatia é a inibição química exercida por uma planta sobre a germinação ou desenvolvimento 
de outras plantas, sendo, portanto, um tipo de controle biológico. 
( ) Devido ao alto custo, o controle cultural de plantas daninhas só é praticado em pequenas áreas, 
como em viveiros de plantas frutíferas e ornamentais. 
( ) O controle biológico de plantas daninhas consiste no uso de práticas que visam prevenir a 
introdução, o estabelecimento e/ou a disseminação de espécies de plantas daninhas em áreas ainda não 
infestadas. 
( ) A erradicação de plantas daninhas consiste no uso de práticas comuns ao bom manejo da água e 
do solo, como a rotação de cultura, a variação do espaçamento da cultura e o uso de coberturas verdes. 
( ) O controle mecânico consiste no uso de práticas de eliminação de plantas daninhas através do 
efeito físico-mecânico, como arranco manual, capina, roçada e cobertura morta. 
 
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. 20 
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. 
(A) V, F, V, F, F. 
(B) V, F, F, F, V. 
(C) F, V, V, V, F. 
(D) F, V, F, F, V. 
(E) F, F, V, V, V 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.A / 03.B 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
Uma planta daninha, aparentemente, não difere de uma planta cultivada. 
Algumas características das plantas daninhas tornam-nas muito temidas pelos produtores, como 
segue: 
• as sementes ou as estruturas de reprodução vegetativa apresentam capacidade de germinação emestádios iniciais de desenvolvimento; 
• capacidade de germinação em qualquer tipo de ambiente; 
• produção de grande número de propágulos (principalmente sementes); 
 
02. Resposta: A 
Desde que não ocorra infestação de uma ou mais espécies de plantas daninhas na área essa é a 
melhor opção. Para prevenir sua entrada e disseminação em áreas nas quais elas não ocorrem é 
fundamental que alguns cuidados sejam tomados: 
• uso de sementes e mudas isentas de propágulos (sementes, rizomas, tubérculos e estolões) de 
plantas daninhas; 
• utilização de esterco animal e vegetal isento de propágulos (esterco fermentado); 
• limpeza rigorosa de máquinas e implementos após a utilização em áreas infestadas; 
• limpeza de margens de estradas, de cercas e de canais de irrigação; e 
• isolamento de áreas; 
 
• quarentena de animais trazidos de outras áreas para evitar que sementes e plantas daninhas 
possam ser disseminadas por meio de suas fezes. 
 
03. B 
 
 
 
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 45, DE 22 DE AGOSTO DE 20183 
 
O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da 
atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto 
no art. 30, XIV, da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, nos arts. 1º e 2º, ambos do Decreto nº 24.114, 
de 12 de abril de 1934, no art. VII, do Decreto nº 5.759, de 17 de abril de 2006, e o que consta no Processo 
nº 21000.026355/2018-36, resolve: 
 
Art. 1º Ficam estabelecidos regras e procedimentos para elaboração, atualização e divulgação das 
listas de Pragas Quarentenárias Ausentes, Pragas Quarentenárias Presentes e Pragas Não 
Quarentenárias Regulamentadas. 
 
Art. 2º Para efeito desta Instrução Normativa, entende-se por: 
 
3 http://www.imprensanacional.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/39115283/do1-2018-08-31-instrucao-normativa-n-45-de-22-de-
agosto-de-2018-39115003 
3. Pragas Quarentenárias ausentes A1, pragas quarentenárias presentes A2 e 
Não Quarentenárias Regulamentadas. 
 
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. 21 
I - Praga Quarentenária Ausente - PQA: praga de importância econômica potencial para uma área em 
perigo, que não esteja presente no território nacional; 
II - Praga Quarentenária Presente - PQP: praga de importância econômica potencial para uma área 
em perigo, presente no país, porém não amplamente distribuída e que se encontra sob controle oficial; 
III - Praga Não Quarentenária Regulamentada - PNQR: praga não quarentenária cuja presença em 
plantas para plantar afeta o uso proposto dessas plantas, com impacto econômico inaceitável e que esteja 
regulamentada dentro do território da parte contratante importadora. 
Parágrafo único. O reconhecimento de um registro de ocorrência de uma praga no Brasil se dará com 
base nos critérios estabelecidos na Norma Internacional de Medidas Fitossanitárias - NIMF Nº 8 ou outra 
que a venha substituir. 
 
Art. 3º A categorização de um organismo como praga quarentenária deve se dar com base em um 
procedimento de Análise de Risco de Pragas - ARP, observadas as orientações contidas nas NIMF Nº 2 
e Nº 11 ou outras que as venham substituir. 
 
Art. 4º A elaboração, atualização e divulgação das listas de pragas de que trata o art. 1º serão 
realizadas pelo Departamento de Sanidade Vegetal - DSV da Secretaria de Defesa Agropecuária - SDA, 
na condição de Organização Nacional de Proteção Fitossanitária do Brasil - ONPF junto à Convenção 
Internacional de Proteção dos Vegetais - CIPV observadas as orientações contidas na NIMF Nº 19 ou 
outra que a venha substituir. 
§1º As listas de Pragas Quarentenárias Ausentes, Presentes e Não Quarentenárias Regulamentadas 
serão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) por meio de ato normativo da SDA e disponibilizadas 
de forma periódica no portal institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, 
no endereço www.agricultura.gov.br. 
§2º A atualização das listas de Pragas Quarentenárias Ausentes, Presentes e Não Quarentenárias 
Regulamentadas será realizada a partir de informações resultantes de levantamentos fitossanitários 
oficiais realizados pelo MAPA, notificações de ocorrência, alteração no status ou na taxonomia das 
pragas, de estudos de ARP ou sempre que se impuser o interesse de preservação da sanidade vegetal 
no País. 
 
Art. 5º A notificação da suspeita ou da ocorrência de Praga Quarentenária Ausente no território 
nacional ou de Praga Quarentenária Presente fora de sua área de ocorrência é obrigatória para todas as 
entidades públicas ou privadas que realizem pesquisa científica e pelas categorias profissionais 
diretamente vinculadas à área de defesa sanitária vegetal de qualquer órgão ou entidade envolvidos nas 
ações de defesa agropecuária. 
Parágrafo único. Os procedimentos, prazos, fluxo, periodicidade de informações e outras disposições 
necessárias para cumprimento do disposto no caput deste artigo serão definidos em normas próprias da 
SDA propostas pelo DSV. 
 
Art. 6º A detecção no território nacional de um surto de Praga Quarentenária Ausente ou Praga 
Quarentenária Presente não implica na alteração imediata do seu status, sempre que a praga estiver sob 
controle oficial de erradicação ou quando a praga for detectada em áreas geográfica ou 
epidemiologicamente isoladas, nas quais um controle de contenção eficiente pode ser estabelecido. 
Parágrafo único. Nos casos de suspeita de detecção das pragas previstas no caput deverão ser 
aplicados os procedimentos previstos nos planos de contingência respectivos ou em protocolo geral de 
atendimento a suspeitas fitossanitárias definido pelo DSV. 
 
Art. 7º Ficam revogadas a Portaria MAA nº 364, de 3 de julho de 1996, Portaria MAARA nº 180, de 21 
de março de 1996, Portaria MAA nº 127, de 16 de abril de 1997, Instrução Normativa MAPA nº 52, de 20 
de novembro de 2007, a Instrução Normativa MAPA nº 41, de 01 de julho de 2008, a Instrução Normativa 
MAPA nº 59, de 18 de dezembro de 2013, a Instrução Normativa MAPA nº 12, de 23 de maio de 2014, 
Instrução Normativa MAPA nº 32, de 3 de setembro de 2014, Instrução Normativa MAPA nº 42, de 9 de 
dezembro de 2014, Instrução Normativa MAPA nº 21, de 03 de julho de 2015, Instrução Normativa MAPA 
nº 26, de 14 de setembro de 2015 e a Instrução Normativa MAPA nº 39, de 17 de novembro de 2016. 
Art. 8º Esta Instrução Normativa entra em vigor 30 (trinta) dias após a sua publicação. 
 
BLAIRO MAGGI 
 
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. 22 
 
 
Manejo Integrado de Pragas (MIP) e os Métodos Agroecológicos 
 
O que é melhor curar? A febre ou a doença que a provoca? Responder a essa pergunta significa optar 
pelo tratamento do efeito (a febre) ou da causa (doença) de um determinado problema. Assim como no 
corpo humano habita uma série de microrganismos que coexistem pacificamente conosco, na lavoura 
esses organismos também se encontram no solo, nas plantas e nos organismos dos animais. Só quando 
o corpo e a agricultura se tornam fracos e desequilibrados em seu metabolismo, é que esses organismos 
oportunistas atacam, tornando-se um problema. Isso significa que a origem do problema não é a 
existência desses organismos, mas o desequilíbrio presente ou no corpo humano ou no ambiente 
agrícola.4 
Na agricultura convencional, as práticas de campo se direcionam para o efeito do desequilíbrio 
ecológico existente. Este desequilíbrio gera a reprodução exagerada de insetos, fungos, ácaros e 
bactérias, que acabam se tornando “pragas e doenças” das lavouras e das criações de animais. Aplicam-
se agrotóxicos nas culturas, injetam-se antibióticos e outros remédios nos animais buscando exterminar 
esses organismos. Contudo, o desequilíbrio quer seja no metabolismo de plantase animais, quer seja na 
constituição físico-química e biológica do solo permanece. 
E permanecendo a causa, os efeitos (pragas e doenças) cedo ou tarde reaparecerão, exigindo maiores 
frequências de aplicação ou maiores doses de agrotóxicos num verdadeiro “círculo vicioso”. 
 
Na agricultura orgânica, por sua vez, trabalha-se no sentido de estabelecer o equilíbrio ecológico em 
todo o sistema. Parte-se da melhoria das condições do solo, que é a base da boa nutrição das plantas 
que, bem nutridas, não adoecerão com facilidade, podendo resistir melhor a algum ataque eventual de 
um organismo prejudicial. Cabe destacar o termo “eventual” porque num sistema equilibrado, não é 
comum a reprodução exagerada de organismos prejudiciais, visto que existem no ambiente inimigos 
naturais, que naturalmente irão controlar a população de pragas e doenças. 
Desta forma, partindo da prevenção e do ataque às causas geradoras de desequilíbrio metabólico em 
plantas e animais, os métodos agroecológicos de manejo de tais organismos se tornam bem sucedidos 
à medida em que encaram uma propriedade do mesmo modo que um médico deveria olhar para uma 
pessoa: como um “organismo”, uma individualidade única e repleta de interações dinâmicas e em 
constante mudança. 
 
Diferença entre o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e os Métodos Agroecológicos 
 
O Manejo Integrado de Pragas (conhecido como MIP), constitui um plano de medidas voltadas para 
diminuir o uso de agrotóxicos na produção convencional, buscando otimizar o uso desses produtos no 
sistema. O princípio da agricultura convencional de atacar apenas os efeitos, permanece à medida em 
que todas as práticas se voltam para o controle de pragas e doenças e não para o equilíbrio ecológico do 
sistema. Contudo, existe uma preocupação em se utilizar agrotóxicos apenas quando a população desses 
organismos atingir um nível de dano econômico (em que as perdas de produção gerem prejuízos 
econômicos significativos), diminuindo a contaminação do ambiente com tais produtos. 
Já os métodos agroecológicos buscam aplicar o princípio da prevenção, fortalecendo o solo e as 
plantas através da promoção do equilíbrio ecológico em todo o ambiente. Seguindo essa lógica, o controle 
agroecológico de insetos, fungos, ácaros, bactérias e viroses é realizado com medidas preventivas tais 
como: 
 
Plantio em épocas corretas e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região. 
Fazer uso da adubação orgânica. 
Rotação de culturas e adubação verde. 
Cobertura morta e plantio direto. 
Plantio de variedades e espécies resistentes às pragas e doenças. 
Consorciação de culturas e manejo seletivo do mato. 
 
4 http://planetaorganico.com.br/site/index.php/controle-agroecologico-de-pragas-e-doencas/ 
http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/pragas-doencas-e-tratamentos-fitossanitarios/ 
4. Manejo integrado de pragas. Quarentena vegetal. Área Livre de Praga - ALP, 
Local Livre de Praga- LLP, Sistema de Mitigação de Riscos de Praga - SMRP ou 
Área de Baixa Prevalência de Praga - ABPP. 
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. 23 
Evitar erosão do solo. 
Fazer uso de adubos minerais pouco solúveis admitidos pela Instrução Normativa. 
Uso de plantas que atuem como “quebra ventos” ou como “faixas protetoras”. 
Nutrição equilibrada das plantas com macronutrientes e micronutrientes. 
Conservação dos fragmentos florestais existentes na região. 
 
Entretanto, cabe ressaltar que algumas das estratégias usadas no Manejo Integrado de Pragas, que 
visa a diminuição do uso de agrotóxicos nas lavouras, podem ser adotadas pelos produtores orgânicos. 
Vejamos, a seguir, tais estratégias com mais detalhes: 
 
Estratégias para o Manejo Agroecológico de Pragas e Doenças 
 
1 – Reconhecimento das pragas-chave da cultura: 
 
Consiste em identificar qual o organismo que causa maior dano à cultura. Por exemplo, no caso do 
algodão, o bicudo constitui o inseto mais importante no elenco de organismos que prejudicam a cultura. 
Na cultura da banana os principais organismos são fungos, responsáveis pelo “Mal de Sigatoka” e pelo 
“Mal do Panamá” 
Conhecer a praga-chave de cada cultura ajudará o agricultor a adotar práticas que incentivem a 
reprodução de seus principais inimigos naturais, ou que criem condições ambientais desfavoráveis à 
multiplicação do organismo indesejável 
 
2 – Reconhecimento dos inimigos naturais da cultura: 
 
Diversos insetos, fungos e bactérias podem atuar beneficamente como agentes de controle biológico 
das principais pragas e doenças e, o que é melhor, de forma gratuita na medida em que ocorrem 
naturalmente no ambiente. Conhecer as principais espécies e favorecê-las através de diversas práticas 
(manejo do mato nativo, adubação orgânica, preservação de fragmentos florestais, entre outros), é uma 
estratégia fundamental para o sucesso do controle de pragas e doenças na agricultura agroecológica. 
 
3 – Amostragem da população dos organismos prejudiciais: 
 
Monitorar a presença das pragas através da contagem de ovos, largas e organismos adultos (no caso 
de insetos), ou da vistoria das plantas (% de dano em caso de doenças fungicas ou bacterianas), é uma 
atividade obrigatória para que o produtor saiba quando agir e o faça de modo a promover o equilíbrio 
ecológico de todo o sistema de produção. 
 
4 – Escolher e utilizar as táticas de controle: 
 
Mesmo promovendo o equilíbrio do sistema, a persistência de determinadas pragas e doenças no 
ambiente é comum e nem sempre basta a adoção apenas de medidas preventivas. A traça do tomateiro 
(Tuta absoluta), a requeima da batata (Phytophora infestans) são exemplos desse caso.Assim, quando 
existem ameaças destes organismos promoverem um dano econômico às culturas agroecológicas, será 
necessário ao agricultor adotar práticas “curativas”. Tais práticas atuam como “remédios” para as plantas, 
como o uso das caldas bordalesa ou sulfocálcica, por exemplo. 
 
Pragas, doenças e tratamentos fitossanitários 
 
Há que começar sempre com as medidas preventivas, antes de fazer qualquer aplicação dos 
pesticidas autorizados na agricultura biológica (AB). A limitação natural é suficiente em muitos casos de 
pragas de importância económica. 
As medidas culturais são frequentemente a melhor maneira de evitar pragas ou doenças. Por vezes o 
recurso a largadas de insetos ou ácaros auxiliares em luta biológica é a medida mais adequada, em 
especial em cultura de estufa. 
Como medidas prioritárias podemos incluir também o tratamento biológico com produtos à base de 
microrganismos de ação inseticida ou fungicida, dada a sua grande seletividade e rápida biodegradação, 
em comparação com os restantes produtos fitofarmacêuticos. 
Já alguns produtos derivados de microrganismos com maior toxicidade para auxiliares (caso do 
spinosade) não devem ser considerados como prática de proteção prioritária. 
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. 24 
No caso em que as medidas prioritárias referidas não sejam suficientes, pode então aplicar-se um 
pesticida autorizado em AB. 
No entanto, ao abrigo da Lei 26/2013 alguns pesticidas biológicos não são autorizados para uso não 
profissional, o que não faz muito sentido quando o Ministério da Agricultura e a sua Direção-Geral que 
trata destes assuntos (DGAV) autoriza pesticidas de síntese química muito mais perigosos para o 
ambiente e para a saúde humana, como é o caso do herbicida glifosato. 
Para uso profissional o utilizador tem de ter o cartão de aplicador e o equipamento de proteção 
individual (EPI) autorizado. 
Os pesticidas autorizados em AB, homologados em Portugal e autorizados para uso não profissional, 
são muito poucos, a saber: 
 
Sulfato de cobre (comprar cal em separado para fazer a calda bordalesa tradicional, pois a calda 
bordalesacomercial é só para uso profissional); 
Enxofre-flor ou enxofre em pó polvilhável (o enxofre em pó molhável ou líquido, é só para uso 
profissional); 
Ortofosfato de ferro. 
 
1.Caracóis e lesmas (várias espécies) 
 
Medidas preventivas: 
 
Favorecer os auxiliares (coleópteros estafilinídeos); 
Colocar na horta, se possível, patos; 
Faixas de proteção sobre o terreno, com o seja, a cinza (eficaz enquanto estiver seca). 
 
Medidas curativas: 
 
Ortofosfato de ferro (Ferramol / Biosani). 
 
2.Mosca da couve (Delia radicum) 
 
Culturas atacadas: couves, nabo, mostarda, colza, beterraba 
 
Medidas preventivas: 
 
Enrelvamento com trevo branco ou outro trevo rasteiro, à volta da couve; 
Plantar fundo e fazer amontoa; 
Espalhar serradura ou cinza entre as plantas; 
Cobrir o solo com corte de relva ou folhagem; 
Não deixar velhos troços de couve no terreno; retirar e queimar plantas atacadas; 
Não usar estrume fresco; 
Rede malha 0,9 mm ou manta térmica no viveiro e na cultura colocar por cima desta. 
 
Medidas curativas: 
 
Spinosade (Spintor). 
 
3.Podridão cinzenta (Botrytis cinerea) 
 
Culturas atacadas (principalmente em estufa): alface, tomate, linho, batata, girassol, alcachofra, 
espargo, beringela, pimento, couve, melão, melancia, pepino, courgette, morango, feijão, ervilha, a maior 
parte de Primavera/Verão. 
 
Medidas preventivas: 
Arejar a estufa, deixar sempre aberta, mesmo de noite (exceto com tempo ventoso); 
Eliminar restos de plantas doentes; 
Evitar excesso de vigor; 
Evitar água sobre as plantas; 
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. 25 
Podar cedo (tomate, melão) os rebentos laterais de modo a ter feridas de poda o mais pequenas 
possível; 
Aplicar argila bentonítica regularmente 
 
4.Lepra (Taphrina deformans) 
 
Culturas atacadas: pessegueiro e amendoeira. 
 
Medidas preventivas: 
 
Gluconato de cobre, ou adubo fitofortificante mineral de cobre com boro e zinco (Cuivrol), ou extrato 
de algas. 
 
Medidas curativas: 
 
Fungicida de cobre (sulfato/calda bordalesa, hidróxido, ou óxido cuproso) – tratamento no estado B- 
abrolhamento / poucos dias antes da floração. 
 
Quarentena Vegetal5 
 
É uma atividade que visa prevenir a difusão de pragas exóticas através de controle de vegetais 
importados procedentes de países ou regiões suspeitas, cujo estado sanitário na ocasião da chegada, 
ofereça dúvidas. 
A quarentena vegetal é regulamentada pelo decreto n. 24.114 de 12 de abril de 1934 e é controlada 
pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária - CDA do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento - MAPA. Sendo o CDA quem determina, por critério técnico, o tempo necessário para a 
permanência quarentenária. 
Durante a quarentena, o material será inspecionado e após a sua última inspeção, será solicitado a 
liberação do material ou caso seja necessário destruir o material, será lavrado o Termo de Destruição 
com base nos exames laboratoriais. Após a tramitação da documentação o processo de quarentena é 
encerrado. 
 
Área Livre de Pragas - ALP6 
 
Uma "área livre de pragas" é:” Uma área na qual uma praga específica não ocorre como demonstrado 
por evidência científica e na qual, quando apropriado, esta condição é mantida oficialmente”. 
O estabelecimento e utilização de uma ALP por uma ONPF permitem a exportação de vegetais, 
produtos vegetais e outros artigos regulamentados do país em que a área está situada (país exportador) 
para outro país (país importador), sem a necessidade de aplicação de medidas fitossanitárias adicionais 
quando forem cumpridos determinados requisitos. Assim, o status livre de pragas referente a uma área 
pode ser utilizado como base para uma certificação fitossanitária de plantas, produtos vegetais e outros 
artigos regulamentados em relação à(s) praga(s) declarada(s). Também disponibiliza, como um elemento 
na avaliação de risco de pragas, a confirmação científica da ausência de uma determinada praga em uma 
área. A ALP é então um elemento na justificativa das medidas fitossanitárias adotadas por um país 
importador para proteger uma área em perigo. 
Embora o termo "áreas livres de pragas" englobe uma vasta gama de tipos (de um país inteiro que é 
livre de uma praga a uma pequena área que é livre, mas situada dentro de um país onde há prevalência 
da praga), verificou-se ser conveniente discutir os requisitos de ALPs definindo-se três tipos: 
- um país inteiro 
- uma parte não infestada de um país no qual está presente uma área infestada limitada 
- uma parte não infestada de um país situada dentro de uma área no geral infestada. 
Em cada um desses casos, a ALP pode, conforme apropriado, incluir a totalidade ou parte de vários 
países. 
Três principais componentes ou estágios são considerados no estabelecimento e posterior 
manutenção de uma ALP: 
- sistemas para estabelecer uma área livre de uma praga 
- medidas fitossanitárias para manter uma área livre de uma praga 
 
5 https://bit.ly/2P0FH3R 
6 http://www.fao.org/3/a-w1127o.pdf 
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. 26 
- controles para verificar a manutenção de uma área livre de uma praga 
A natureza desses componentes variará de acordo com a biologia da praga, os tipos e as 
características da ALP e o nível requerido de segurança fitossanitária, com base na análise de risco de 
pragas. Os métodos utilizados para obter esses componentes podem incluir: 
- compilação de dados 
- levantamentos (delimitação, detecção, verificação) 
- controles regulatórios 
- auditoria (revisão e avaliação) 
- documentação (relatórios, planos de trabalho). 
 
1. REQUISITOS GERAIS PARA ÁREAS LIVRES DE PRAGAS (ALPs) 
 
1.1 Determinação de uma ALP 
A delimitação de uma ALP deveria ser pertinente com a biologia da praga de interesse. Isso afetará a 
escala na qual é possível definir uma ALP e os tipos de limites pelos quais ela pode ser delimitada. Em 
princípio, as ALPs deveriam ser delimitadas em estreita relação com a ocorrência da praga. Na prática, 
porém, geralmente as ALPs são delimitadas por fronteiras facilmente reconhecíveis, coincidindo de 
maneira aceitável com os limites biológicos de uma praga. Tais limites podem ser de natureza 
administrativa (por exemplo, limites de país, unidade da federação ou município), características físicas 
(por exemplo, rios, mares, montanhas, estradas) ou limites de propriedade que sejam claros para todas 
as partes. Por várias razões práticas, pode-se também decidir estabelecer uma ALP dentro de uma área 
considerada livre de praga e assim evitar a necessidade de delimitação exata dos verdadeiros limites da 
ALP. 
 
1.2 Estabelecimento e Manutenção de uma ALP 
Existem três componentes principais para estabelecimento e manutenção de uma ALP. São eles: 
- sistemas para estabelecer uma área livre de uma praga 
- medidas fitossanitárias para manter uma área livre de uma praga 
- controles para verificar a manutenção de uma área livre de uma praga. 
 
A natureza desses componentes variará de acordo com: 
a biologia da praga, incluindo: 
- seu potencial de sobrevivência 
- sua taxa de reprodução 
- seus meios de dispersão 
- disponibilidade de plantas hospedeiras, etc. 
 
características relevantes da ALP, incluindo: 
- tamanho 
- grau de isolamento 
- condições ecológicas 
- homogeneidade, etc. 
o nível de segurança fitossanitária requerido para o nível de risco avaliado, de acordo com a análise 
de risco de pragas realizada. 
 
As normas internacionais para medidas fitossanitárias: Diretrizes para vigilância e Diretrizes para 
análise de risco de pragas, fornecem mais detalhes sobre vigilância geral e os requisitos de levantamento 
específico. 
 
1.2.1 Sistemas para estabelecer uma área livre deuma praga 
Dois tipos gerais de sistemas para fornecer dados são reconhecidos, sendo possível utilizar variações 
ou combinações dos dois. Eles são: 
- vigilância geral 
- levantamentos específicos. 
 
Vigilância geral 
Envolve a utilização de todas as fontes de dados como ONPFs, outras agências governamentais 
nacionais e locais, instituições de pesquisa, universidades, sociedades científicas (incluindo especialistas 
autônomos), produtores, consultores, museus e público em geral. As informações podem ser obtidas de: 
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. 27 
- publicações científicas e comerciais 
- dados históricos não publicados 
- observações recentes. 
 
Levantamentos específicos 
Podem ser levantamentos de detecção ou delimitação. São levantamentos oficiais e deveriam seguir 
um plano aprovado pela ONPF envolvida. 
 
1.2.2 Medidas fitossanitárias para manter uma área livre de uma praga 
Medidas específicas podem ser utilizadas para prevenir a introdução e disseminação de uma praga, 
incluindo: 
ações regulatórias, tais como: 
- inclusão de uma praga em uma lista de pragas quarentenárias 
- especificação dos requisitos de importação para um país ou região 
- restrição do trânsito de determinados produtos dentro de áreas de um país ou países, incluindo zonas 
tampão 
-monitoramento rotineiro 
-assessoria em extensão rural para os produtores. 
 
A aplicação de medidas fitossanitárias para manter o status ‘livre de pragas’ só se justifica em uma 
ALP, ou em qualquer parte de uma ALP, em que as condições ecológicas sejam adequadas ao 
estabelecimento da praga. 
 
1.2.3 Controles para verificar a manutenção de uma área livre de uma praga 
Para verificar o status ‘livre de pragas’ em uma ALP e para fins de gestão interna, a continuidade desse 
status deveria ser verificada após o estabelecimento da ALP e a implementação das medidas 
fitossanitárias de manutenção. A intensidade dos sistemas de verificação utilizada deveria estar de acordo 
com o nível de segurança fitossanitária requerido. Esses controles podem incluir: 
- inspeção pontual de envios exportados 
- exigência de que pesquisadores, consultores e inspetores notifiquem a ONPF de todas as ocorrências 
da praga 
- levantamentos de verificação. 
 
1.3 Documentação e revisão 
O estabelecimento e manutenção de uma ALP deveriam ser devidamente documentados e 
periodicamente revisados. 
 
Independentemente do tipo de ALP, a documentação deveria estar disponível, quando apropriado, 
contendo: 
- dados compilados para estabelecer a ALP 
- várias medidas administrativas adotadas em apoio à ALP 
- delimitação da ALP 
- regulamentações fitossanitárias aplicadas 
- detalhes técnicos de vigilância ou levantamento e sistemas de monitoramento utilizados. 
 
Pode ser útil para uma ONPF enviar a documentação sobre uma ALP para um serviço central de 
informações (FAO ou Organização Regional de Proteção Fitossanitária), com todos os detalhes 
relevantes, de modo que a informação possa ser comunicada a todas as ONPFs interessadas que 
solicitarem. 
Quando uma ALP requer medidas complexas para seu estabelecimento e manutenção visando 
fornecer um alto grau de segurança fitossanitária, pode se fazer necessário um plano operacional com 
base em um acordo bilateral. Tal plano deveria listar detalhes específicos sobre as atividades necessárias 
ao funcionamento do ALP, incluindo o papel e as responsabilidades dos produtores e comerciantes do 
país onde está situada a ALP. As atividades seriam revistas e avaliadas periodicamente e os resultados 
poderiam fazer parte do plano. 
 
 
 
 
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. 28 
2. REQUISITOS ESPECÍFICOS PARA DIFERENTES TIPOS DE ALP 
 
O termo "área livre de pragas" abrange todos os tipos de ALP. Por conveniência, os requisitos da ALP 
são discutidos dividindo-os em três tipos arbitrários de áreas livres de pragas: 
- um país inteiro 
- uma parte não infestada de um país no qual está presente uma área infestada limitada no qual está 
presente uma área 
- uma parte não infestada de um país situada em uma área no geral infestada. 
Em cada um desses casos, a ALP pode, quando apropriado, envolver a totalidade ou parte de vários 
países. Os requisitos específicos para os três tipos de áreas livres de pragas são discutidos abaixo. 
 
2.1 País inteiro 
Neste caso, uma área livre de uma praga específica no país inteiro aplica-se a uma entidade política 
sob a responsabilidade de uma ONPF. 
 
Os requisitos podem incluir: 
 
2.1.1 Sistemas para estabelecer uma área livre de uma praga 
Tanto os dados de vigilância geral quanto os de levantamentos específicos são aceitáveis. Eles são 
diferentes na medida em que podem ser utilizados para diferentes tipos e graus de segurança 
fitossanitária. 
 
2.1.2 Medidas fitossanitárias para a manutenção de uma área livre de uma praga 
Podem incluir os pontos listados no item 1.2.2. 
 
2.1.3 Controles para verificar a manutenção de uma área livre de uma praga 
Podem incluir os pontos listados no item 1.2.3. 
 
2.1.4 Documentação e revisão 
Podem incluir os elementos enumerados na seção 1.3. 
 
2.2 Parte não infestada de um país no qual está presente uma área infestada limitada 
Neste caso, a distribuição da praga é limitada a parte de um país, conforme determinado pela ONPF. 
Os controles oficiais são aplicados para conter a população da praga. A ALP pode ser toda ou parte da 
área não infestada. 
 
Requisitos podem incluir: 
 
2.2.1 Sistemas para estabelecer uma área livre de uma praga 
Normalmente o status de ALP baseia-se na verificação por meio de levantamentos específicos. Um 
levantamento de delimitação oficial pode ser utilizado para determinar a extensão da infestação e, além 
disso, pode ser necessário um levantamento de detecção oficial na área não infestada para constatar a 
ausência da praga. 
 
A vigilância geral (ver 2.1.1 acima) também pode, caso apropriado, ser aplicada à parte não infestada 
de um país em que esteja presente uma área infestada limitada. 
 
2.2.2 Medidas fitossanitárias para manter uma área livre de uma praga 
Podem incluir os pontos listados no item 1.2.2. Neste tipo de ALP, também podem ser requeridas 
regulamentações fitossanitárias para o trânsito de mercadorias a partir da área infestada para a área não 
infestada para prevenir a propagação da praga conforme descrito no item 1.2.2. 
 
2.2.3 Controles para verificar a manutenção de uma área livre de uma praga 
Podem incluir aqueles listados no seção 1.2.3. Os levantamentos de verificação têm maior relevância 
neste tipo de ALP do que aqueles que envolvem um país inteiro. 
 
 
 
 
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. 29 
2.2.4 Documentação e revisão 
A documentação pode incluir evidências que descrevam os controles oficiais, tais como resultados de 
levantamentos, regulamentações fitossanitárias e informações sobre a ONPF, conforme descrito no 
seção 1.3. 
2.3 Parte não infestada de um país situada dentro de uma área no geral infestada 
Este tipo de ALP é uma área, dentro de uma área no geral infestada, que foi transformada em (ou 
demonstrou ser) livre de uma praga específica. Ela é mantida livre da praga para que um país exportador 
possa utilizar esse status como base para a certificação fitossanitária de vegetais e / ou produtos vegetais. 
Em certos casos, uma ALP pode ser estabelecida dentro de uma área cujo status de infestação não 
tenha se baseado em levantamentos específicos. 
A ALP deveria ser adequadamente isolada em relação à biologia da praga. 
 
Os requisitos deveriam incluir: 
 
2.3.1 Sistemas para estabelecer uma área livrede uma praga 
Levantamentos de delimitação e detecção seriam requeridos para este tipo de ALP. 
 
2.3.2 Medidas fitossanitárias para manter uma área livre de uma praga 
Podem incluir aquelas mencionadas no item 1.2.2. Para este tipo de ALP, também podem ser 
requeridas regulamentações fitossanitárias para o trânsito de material hospedeiro a partir da área 
infestada para a área não infestada para prevenir a dispersão da praga, conforme descrito na seção 1.2.2. 
 
2.3.3 Controles para verificar a manutenção de uma área livre de uma praga 
Estes podem incluir aqueles listados na seção 1.2.3. Levantamentos de verificação em curso 
constituem uma exigência provável para este tipo de ALP. 
 
2.3.4 Documentação e revisão 
A documentação pode incluir evidências que descrevam os controles oficiais, tais como resultados de 
levantamentos, regulamentações fitossanitárias e informações sobre a ONPF, conforme descrito na 
seção 1.3. Como é provável que este tipo de ALP envolva um acordo entre parceiros comerciais, a sua 
implementação necessitaria ser revista e avaliada pela ONPF do país importador. 
 
Local Livre de Praga – LLP 
 
Divisão de uma região geográfica acometida pela praga que até então não apresenta indícios de 
infestação; (ex: estado, região)7 
 
Distinção entre um Lugar de Produção Livre de Pragas ou um Local de Produção Livre de 
Pragas e uma Área Livre de Pragas8 
 
O conceito do lugar de produção livre de pragas é diferente daquele de área livre de. A área livre de 
pragas tem o mesmo objetivo do lugar de produção livre de pragas, porém é implementada de maneira 
diferente. Todas as diferenças entre um lugar de produção livre de pragas e uma área livre de pragas são 
aplicadas igualmente a um local de produção livre de pragas. 
Uma área livre de pragas é muito maior do que um lugar de produção, ela inclui muitos lugares de 
produção e pode ser estendida para um país inteiro ou partes de diversos países. Uma área livre de 
pragas pode estar isolada por uma barreira natural ou uma zona tampão apropriada, normalmente grande. 
Um lugar de produção livre de pragas pode estar situado em uma área onde a praga de interesse é 
prevalente e está isolado, se na totalidade, pela criação de uma zona tampão em sua vizinhança imediata. 
Uma área livre de pragas é normalmente mantida por muitos anos sem interrupção, e por outro lado o 
status de um lugar de produção livre de pragas pode ser mantido somente por uma ou poucas estações 
de cultivo. Uma área livre de pragas é manejada como um todo pela ONPF do país exportador. Um lugar 
de produção livre de pragas é manejado individualmente pelo produtor, sob a supervisão e 
responsabilidade da ONPF. Caso a praga seja encontrada em uma área livre de pragas o status de toda 
a área será questionado. Caso seja encontrada em um lugar de produção livre de pragas, aquele lugar 
perderá seu status, mas outros lugares de produção na área, que operam o mesmo sistema, não serão 
diretamente afetados. Essas diferenças nem sempre podem ser aplicadas em determinados casos. Um 
 
7 http://www.cidasc.sc.gov.br/defesasanitariavegetal/files/2012/08/Artigo_Leonardo_Facin1.pdf 
8 https://www.ippc.int/largefiles/NIMF_10_1999_PTFINAL_0.pdf 
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. 30 
lugar de produção situado em uma área livre de pragas pode satisfazer, por esse fato, os requisitos para 
um lugar de produção livre de pragas, embora o país importador possa solicitar verificação. 
A escolha de um lugar de produção livre de pragas ou área livres de pragas como uma opção de 
manejo dependerá da distribuição real da praga de interesse no país exportador, das características da 
praga e de considerações administrativas. Ambos os sistemas podem oferecer segurança fitossanitária 
adequada: a principal segurança da área livre de pragas está na comum aplicação de medidas a uma 
área que abrange muitos lugares de produção; a principal segurança do lugar de produção livre de pragas 
está no fato de que os procedimentos de manejo, levantamentos e inspeções são aplicados 
especificamente e intensivamente para eles. 
 
Sistema de Mitigação de Risco de Praga – SMRP 
 
Área geográfica onde são aplicadas tecnologias para minimizar a ação da praga já presente, através 
das várias técnicas de manejo integrado, acompanhadas por um profissional da área agronômica e 
supervisionadas pelas instâncias do DSV. 
 
Área de Baixa Prevalência de Praga – ABPP 
 
Região onde há presença da praga, mas ela não está aclimatada ao ambiente ou as culturas presentes 
na área não são hospedeiras “ideais”, não causando danos significativos à produção; contudo, sendo 
ainda questão de risco de disseminação às regiões vizinhas. 
 
Diferença entre uma área de baixa prevalência de pragas e uma área livre de pragas9 
 
A principal diferença entre uma ABPP e uma ALP é que a presença da praga abaixo de um nível de 
população especificado é aceita em uma ABPP, enquanto a praga é ausente na ALP. Quando a praga 
está presente em uma área, a escolha do estabelecimento de uma ABPP ou a tentativa de se estabelecer 
uma ALP como opção de manejo de pragas vai depender das características da praga, sua distribuição 
na área de interesse e os fatores que determinam esta distribuição, a viabilidade geral operacional e 
econômica do programa, bem como o objetivo de se estabelecer uma ABPP ou uma ALP específica. 
 
REQUISITOS 
 
2. Requisitos gerais 
 
2.1 Determinação de uma área de baixa prevalência de pragas 
O estabelecimento de uma ABPP é uma opção de manejo de pragas usada para manter ou reduzir a 
população da praga abaixo de um determinado nível nessa área. Pode ser usado para facilitar o trânsito 
de produtos básicos para fora das áreas onde a praga está presente, como para o trânsito interno ou para 
exportação, e reduz ou limita os impactos da praga naquela área. Uma ABPP pode ser estabelecida para 
pragas em uma ampla gama de condições ambientais e hospedeiros, e deveria também ter em conta a 
biologia da praga e as características da área. Já que as ABPPs podem ser estabelecidas para diferentes 
fins, o tamanho e a descrição da ABPP dependerá do propósito. 
 
São exemplos de onde uma ABPP pode ser estabelecida por uma ONPF, de acordo com esta norma: 
- uma área de produção onde os produtos são destinados à exportação 
- uma área sob um programa de erradicação ou supressão 
- uma área funcionando como zona tampão para proteger a ALP 
- uma área dentro de uma ALP que tenha perdido seu status e esteja sob um plano de ação 
emergencial 
- como parte do controle oficial em relação a pragas não quarentenárias regulamentadas (ver NIMF Nº 
16: Pragas não quarentenárias regulamentadas: conceito e aplicação) 
- uma área de produção em uma área infestada de um país de onde se pretenda transportar produtos 
para outra ABPP naquele país. 
Onde uma ABPP for estabelecida e materiais hospedeiros forem destinados à exportação, eles podem 
estar sujeitos a medidas fitossanitárias adicionais. Dessa forma, uma ABPP seria parte de um sistema de 
mitigação de risco. Os sistemas de mitigação de risco estão detalhados na NIMF Nº 14: O uso de medidas 
 
9 http://www.abcsem.com.br/upload/arquivos/NIMF_22_2005.pdf 
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. 31 
integradas em um sistema de mitigação de risco para o manejo de pragas. Tais sistemas podem ser 
bastante eficientes na mitigação do risco de pragas a um nível aceitável para o país importador e, assim, 
em alguns casos, o risco de pragas pode ser reduzido ao do material hospedeiro proveniente de uma 
ALP. 
 
2.2 Planos operacionais 
Na maioria dos casos, será necessário um plano operacional oficial que especifique os procedimentosfitossanitários requeridos por um país. Se se pretende usar um ABPP para facilitar o comércio com outro 
país, esse plano pode ter a forma de um plano de trabalho específico, como parte de um acordo bilateral 
entre as duas ONPFs das partes contratantes importadora e exportadora, ou pode ser um requisito geral 
de um país importador, que deveria estar disponível, mediante solicitação. Recomenda-se que o país 
exportador consulte o país importador nas fases iniciais do processo, a fim de garantir que os requisitos 
do país importador sejam atendidos. 
 
3. Requisitos Específicos 
 
3.1 Estabelecimento de uma ABPP 
A baixa prevalência de pragas pode ocorrer naturalmente ou ser estabelecida por meio do 
desenvolvimento e aplicação de medidas fitossanitárias destinadas a controlar a(s) praga(s). 
 
3.1.1 Determinação dos níveis especificados de praga 
Níveis especificados para as pragas relevantes deveriam ser estabelecidos pela ONPF do país onde 
está localizada a ABPP, com precisão suficiente para permitir avaliar se os dados e protocolos de 
vigilância são adequados para determinar se a prevalência de pragas está abaixo desses níveis. Níveis 
especificados de pragas podem ser estabelecidos por meio de ARP, por exemplo, como descrito nas 
NIMFs Nº 11 (Análise de risco de pragas para pragas quarentenárias, incluindo análise de riscos 
ambientais e de organismos vivos modificados) e Nº 21 (Análise de risco de pragas para pragas não 
quarentenárias regulamentadas). Se a ABPP é destinada a facilitar exportações, os níveis especificados 
deveriam ser estabelecidos em conjunto com o país importador. 
 
3.1.2 Descrição geográfica 
A ONPF deveria descrever a ABPP com mapas de apoio demonstrando os limites da área. Se for o 
caso, a descrição também poderá indicar os lugares de produção, as plantas hospedeiras próximas às 
áreas de produção comercial, bem como as barreiras naturais e/ou zonas tampão que podem isolar a 
área. 
Pode ser útil indicar de que maneira o tamanho e a configuração das barreiras naturais e das zonas 
tampão contribuem para a exclusão ou manejo da praga, ou porque elas servem como barreira para a 
praga. 
 
3.1.3 Documentação e verificação 
A ONPF deveria verificar e documentar que todos os procedimentos sejam aplicados. Entre os 
elementos desse processo, deveriam estar incluídos: 
- procedimentos documentados a serem seguidos (i.e. manual de procedimentos) 
- procedimentos aplicados e manutenção de registro desses procedimentos 
- auditoria dos procedimentos 
- ações corretivas desenvolvidas e aplicadas. 
 
3.1.4 Procedimentos fitossanitários 
 
3.1.4.1 Atividades de vigilância 
O status da situação das pragas relevantes na área e, quando for o caso, da zona tampão, deveria ser 
determinado pela vigilância (como descrito na NIMF Nº 6: Diretrizes para vigilância) durante períodos de 
tempo adequados e com um nível de sensibilidade que possa detectar a praga especificada no nível 
especificado, com nível de confiança apropriado. A vigilância deveria ser conduzida de acordo com os 
protocolos para a(s) praga(s) especificada(s). Esses protocolos deveriam incluir a forma de medir se o 
nível especificado de pragas foi mantido, e.g. o tipo de armadilha, o número de armadilhas por hectare, o 
número aceitável de pragas (indivíduos) por armadilha por dia ou semana, número de amostras por 
hectare, que precisam ser analisados e inspecionados, parte da planta a ser analisada ou inspecionada, 
etc. 
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. 32 
Os dados de vigilância deveriam ser coletados e documentados para demonstrar que as populações 
das pragas especificadas não excedem os níveis especificados em todas as áreas da ABPP proposta e 
qualquer zona tampão associada, e incluir, quando necessário, levantamentos de hospedeiros cultivados 
e não cultivados ou habitats, particularmente no caso em que a praga é uma planta. Os dados da vigilância 
deveriam ser pertinentes para os ciclos de vida das pragas especificadas e deveriam ser validados 
estatisticamente para detectar e caracterizar os níveis de população das pragas. 
Ao estabelecer uma ABPP, os relatórios técnicos de detecção da praga(s) especificada(s) e os 
resultados das atividades de vigilância deveriam ser registrados e mantidos por um número suficiente de 
anos, conforme a biologia, o potencial de reprodução e a gama de hospedeiros das pragas especificadas. 
Contudo, para complementar esta informação, os dados deveriam ser fornecidos para a maior quantidade 
de anos possível, antes do estabelecimento da ABPP. 
 
3.1.4.2 Redução dos níveis de praga e manutenção da baixa prevalência 
Na ABPP proposta, os procedimentos fitossanitários deveriam estar documentados e aplicados para 
atender os níveis da(s) praga(s) nos hospedeiros cultivados, hospedeiros não cultivados ou habitats, 
particularmente no caso em que a praga for uma planta. Esses procedimentos deveriam ser pertinentes 
à biologia e ao comportamento das pragas especificadas. Entre os exemplos de procedimentos utilizados 
para atender o nível especificado da praga, estão incluídos: eliminação de hospedeiros alternativos; 
aplicação de agrotóxicos; liberação de agentes de controle biológico; uso de técnicas de armadilhamento 
de alta densidade para capturar a praga. 
Ao estabelecer uma ABPP, as atividades de controle deveriam ser registradas por uma quantidade 
suficiente de anos, conforme a biologia, o potencial de reprodução e a gama de hospedeiros da(s) 
praga(s) especificada(s). Contudo, para complementar esta informação, os dados deveriam ser 
fornecidos pela maior quantidade de anos possível, antes do estabelecimento de uma ABPP. 
 
3.1.4.3 Redução do risco de entrada de praga(s) especificada(s) 
Nos casos em que se estabeleça uma ABPP para uma praga regulamentada, podem ser requeridas 
medidas fitossanitárias para diminuir o risco de entrada das pragas especificadas na ABPP (NIMF Nº 20: 
Diretrizes para um sistema fitossanitário regulatório de importação). Entre elas, estão incluídas: 
- a regulamentação das vias e dos artigos que requeiram controle para manter a ABPP. Todas as vias 
de ingresso e egresso da ABPP deveriam estar identificadas. Isso pode incluir a designação de pontos 
de entrada e os requisitos para a documentação, o tratamento, a inspeção ou a amostragem antes ou no 
momento de sua entrada na área. 
- a verificação de documentos e do status fitossanitário dos envios, incluída a identificação de 
espécimes interceptados da praga especificada e a manutenção de registros de amostragem 
- a confirmação da aplicação e eficácia dos tratamentos requeridos 
- a documentação de quaisquer outros procedimentos fitossanitários. 
 
Uma ABPP pode ser estabelecida para as pragas regulamentadas domesticamente ou, para facilitar 
as exportações, para as pragas regulamentadas em um país importador. Quando se estabelece uma 
ABPP para uma praga que não está regulamentada para essa área, também podem ser aplicadas 
medidas para diminuir o risco de entrada. Entretanto, tais medidas não deveriam restringir o comércio de 
plantas e produtos vegetais para o país ou discriminar entre produtos básicos importados e os produzidos 
no país. 
 
3.1.4.4 Plano de ação corretiva 
A ONPF deveria contar com um plano documentado a ser implementado, se o nível especificado da 
praga for excedido na ABPP ou, quando necessário, nas zonas tampão (a seção 3.3 descreve outras 
situações em que o status da ABPP pode ser alterado). O plano pode incluir um levantamento para 
determinar a área na qual o nível especificado da praga foi excedido, amostragem do produto básico, 
aplicação de agrotóxicos e/ou outras atividades de supressão. As medidas corretivas também deveriam 
abordar todas as vias. 
 
3.1.5 Verificação de uma área de baixa prevalência de pragas 
A ONPF do paísonde será estabelecida a ABPP deveria verificar se foram estabelecidas as medidas 
necessárias para cumprir os requisitos da ABPP. Isso inclui a verificação de que todos os aspectos dos 
procedimentos de documentação e verificação descritos na seção 3.1.3 foram implementados. Se a área 
está sendo usada para exportação, a ONPF do país importador pode também querer verificar a 
conformidade. 
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. 33 
3.2 Manutenção de uma área de baixa prevalência de pragas 
Uma vez que seja estabelecida a ABPP, a ONPF deveria manter os procedimentos de documentação 
e verificação estabelecidos e continuar os procedimentos de acompanhamento fitossanitário e controle 
de trânsito, além de manter os registros. Deveriam ser mantidos os registros dos dois anos anteriores, no 
mínimo, ou pelo tempo necessário para dar suporte ao programa. Se a ABPP está sendo utilizada para 
fins de exportação, os registros deveriam estar disponíveis ao país importador. Além disso, os 
procedimentos estabelecidos deveriam ser auditados regularmente, pelo menos uma vez ao ano. 
 
3.3 Alteração no status de uma área de baixa prevalência de pragas 
A razão principal que leva à alteração do status de uma ABPP é a detecção da(s) praga(s) 
especificada(s) que ultrapassem o(s) nível(is) especificado(s) da praga dentro da ABPP. 
 
Outros exemplos que podem causar alteração no status de uma ABPP e criar a necessidade de tomar 
medidas são: 
- falha frequente dos procedimentos regulatórios 
- documentação incompleta que comprometa a integridade da ABPP. 
 
As ações corretivas deveriam ser iniciadas com a maior brevidade possível, logo após a confirmação 
de que o nível especificado da praga foi excedido na ABPP. 
Dependendo do resultado das ações executadas, a ABPP pode: 
- continuar (não se perde o status), se as ações fitossanitárias aplicadas (como parte do plano de ação 
corretiva, no caso da detecção das pragas especificadas acima dos níveis especificados de pragas) foram 
bem sucedidas 
- continuar, se tiver sido corrigida uma falha das medidas normativas ou outras deficiências 
- ser redefinida para excluir certa área, se excedido o nível especificado da praga em uma área limitada 
que possa ser identificada e isolada - ser suspensa (perda do status). 
 
Se a ABPP está sendo usada para fins de exportação, o país importador pode requerer que tais 
situações e atividades associadas lhes sejam relatadas. A NIMF Nº 17: Notificação de pragas contém 
orientações adicionais. Além disso, o país importador e o país exportador poderão, em acordo, definir um 
plano de ação corretivo. 
 
3.4 Suspensão e restabelecimento do status de uma área de baixa prevalência de pragas 
Se uma ABPP for suspensa, deveria ser iniciada uma investigação para determinar o motivo da falha. 
Ações corretivas e, se necessário, salvaguardas adicionais deveriam ser implementadas para prevenir a 
reincidência da falha. A suspensão da ABPP permanecerá vigente até que seja demonstrado que as 
populações da praga encontram-se abaixo do nível especificado durante um período de tempo adequado 
ou que sejam corrigidas outras deficiências. Assim como no estabelecimento inicial de uma ABPP, o 
período mínimo de tempo abaixo do nível especificado da praga para o restabelecimento do status de 
ABPP dependerá da biologia da(s) praga(s) especificada(s). Havendo sido corrigido o motivo da falha e 
verificada a integridade do sistema, pode-se restabelecer a ABPP. 
 
Questão 
 
01. (SEGEP/MA - Fiscal Estadual Agropecuário - FCC/2018) Na atualidade, os engenheiros 
agrônomos presenciam uma preocupação crescente com a segurança alimentar, áreas de cultivos mais 
sustentáveis e adequadas, concomitantes ao manejo adaptativo e integrado dos recursos naturais de uso 
comum, propiciando alterações socioecológicas nos sistemas de cultivos tradicionais, visando menos 
impactos ambientais adversos. Nesses sistemas, as novas exigências requerem metodologias 
alternativas de controle dos vários tipos de pragas, sendo conhecidas, como 
(A) manejo integrado de pragas; manejo ecológico de pragas; manejo agroecológico de pragas. 
(B) manejo integrado de pragas; solarização dos solos; controle químico e genético. 
(C) controle por comportamento; manejo ecológico de pragas; controle por organismos geneticamente 
modificados. 
(D) modelo socioecológico de desenvolvimento rural; sistemas agroindustriais; controle de populações 
por radiação ultravioleta. 
(E) controle através de manipulação da temperatura; controle de ação translaminar; controle de ação 
sistêmica; modelo socioecológico de desenvolvimento rural. 
 
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. 34 
Gabarito 
 
01. A 
 
 
 
INSTRUÇÃO NORMATIVA MAPA Nº 33, DE 24 DE AGOSTO DE 201610 
 
O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso das 
atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto 
no art. 2º do Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006, no Decreto nº 24.114, de 12 de abril de 1934, e 
o que consta do Processo nº 21000.006487/2013-37, resolve: 
 
Art. 1º Fica Aprovada a Norma Técnica para a utilização do Certificado Fitossanitário de Origem - CFO 
e do Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado - CFOC desta Instrução Normativa. 
 
CAPÍTULO I 
DA EXIGÊNCIA, USO E CONTROLE DO CFO E DO CFOC 
 
Art. 2º O Certificado Fitossanitário de Origem - CFO e o Certificado Fitossanitário de Origem 
Consolidado - CFOC são os documentos emitidos na origem para atestar a condição fitossanitária da 
partida de plantas ou de produtos vegetais de acordo com as normas de sanidade vegetal do Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. 
§ 1º A origem no CFO é a Unidade de Produção - UP, de propriedade rural ou de área de 
agroextrativismo, a partir da qual saem partidas de plantas ou de produtos vegetais certificados. 
§ 2º A origem no CFOC é a Unidade de Consolidação - UC, que poderá ser beneficiadora, 
processadora ou embaladora, a partir da qual saem partidas provenientes de lotes de plantas ou de 
produtos vegetais certificados. 
 
Art. 3º O CFO ou o CFOC fundamentará a emissão da Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV, nos 
seguintes casos: 
I - para as pragas regulamentadas, nas Unidades de Federação - UF com ocorrência registrada ou nas 
UF de risco desconhecido, salvo quando a normativa específica dispensar a certificação; 
II - para comprovar a origem da partida de plantas ou de produtos vegetais de Área Livre de Praga - 
ALP, de Local Livre de Praga - LLP, de Sistema de Mitigação de Riscos de Praga- SMRP ou de Área de 
Baixa Prevalência de Praga - ABPP, reconhecidos pelo MAPA; e 
III - para atender exigência específica de certificação fitossanitária de origem para praga de interesse 
de Unidade da Federação, com aprovação do Departamento de Sanidade Vegetal - DSV, ou por exigência 
de Organização Nacional de Proteção Fitossanitária - ONPF de país importador. 
Parágrafo único. Entende-se por UF de risco desconhecido como sendo aquela em que o Órgão 
Estadual de Defesa Sanitária Vegetal - OEDSV, não realiza levantamentos anuais para comprovação da 
não ocorrência de praga regulamentada. 
 
Art. 4º O texto de Declaração Adicional, utilizado na emissão do CFO ou do CFOC, será informado 
pelo MAPA ou fará parte do requisito fitossanitário de ONPF de país importador. 
Parágrafo único. Quando se tratar de Declaração Adicional - DA15 (análise laboratorial), fica 
dispensada a emissão de CFO e de CFOC, tendo em vista que o laudo emitido por laboratório de 
diagnóstico fitossanitário credenciado pelo MAPA é documento oficial para subsidiar a emissão de 
Certificado Fitossanitário - CF. 
 
Art. 5º A identificação numérica do CFO e do CFOCserá dada em ordem crescente, com código 
numérico da UF, seguida do ano com dois dígitos, e número sequencial de quatro dígitos. § 1º Os 
formulários do CFO e do CFOC que serão utilizados pelo Responsável Técnico habilitado seguirão os 
 
10 http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/legislacao/2016/IN-MAPA-33.pdf. 
5. Certificação fitossanitária de origem. 
 
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modelos apresentados nos Anexos I, I-A, II e II-A, respectivamente. § 2º O código numérico da UF e do 
município seguirá o padrão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 
 
CAPÍTULO II 
DO CURSO PARA HABILITAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO 
 
Art. 6º O CFO e o CFOC serão emitidos e assinados por Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro 
Florestal, em suas respectivas áreas de competência profissional, após aprovação em curso, específico 
para habilitação, organizado pelo OEDSV e aprovado pelo MAPA. 
§ 1º O OEDSV deverá submeter o programa do curso à área de sanidade vegetal da Superintendência 
Federal de Agricultura - SFA, da UF onde se realizará o curso, para emissão de parecer técnico. 
§ 2º O prazo para emissão do parecer técnico pela área de sanidade vegetal da SFA será de 15 dias, 
com encaminhamento ao DSV, que terá também 15 dias para manifestação sobre o curso. § 3º O curso 
deverá abordar duas partes: 
I - Orientação Geral: normas sobre certificação fitossanitária de origem e de origem consolidada (CFO 
e CFOC), trânsito de plantas ou de produtos vegetais (Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV), noções 
sobre normas internacionais e certificação (Convenção Internacional de Proteção dos Vegetais - CIPV, 
Acordo sobre Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias - SPS, noções de ALP, SMRP e Análise 
de Risco de Praga-ARP); e 
II - Orientação Específica: aspectos sobre classificação taxonômica da praga, monitoramento, tipos de 
armadilhas, levantamento e mapeamento da praga em condições de campo, identificação, coleta, 
acondicionamento e transporte da amostra, bioecologia, sintomas, sinais, plantas hospedeiras, ações de 
prevenção e métodos de controle. 
§ 4º No caso de pragas amplamente disseminadas só será necessário abordar no curso para 
habilitação a orientação geral. 
 
Art. 7º No ato da inscrição no curso para habilitação, o Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal 
deverá apresentar comprovante de seu registro, ou visto, junto ao Conselho Regional de Engenharia e 
Agronomia - CREA. 
 
Art. 8º Será exigida frequência integral do profissional interessado no curso, como condição para que 
seja submetido à avaliação final. 
§ 1º A avaliação final abordará prova teórica e quando houver possibilidade prova prática, sendo 
necessário obter no mínimo, setenta e cinco por cento de aproveitamento para aprovação. 
§ 2º O profissional poderá participar de curso específico em qualquer UF, podendo ser habilitado para 
atuar em outra UF, desde que apresente declaração ou certificado de aprovação no curso do OEDSV 
organizador do curso. 
Art. 9º Para oficializar a habilitação, o Responsável Técnico - RT, deverá assinar duas vias do Termo 
de Habilitação - TH, conforme o Anexo III, devendo o OEDSV encaminhar uma via à área de sanidade 
vegetal da SFA, que fará sua inclusão no Cadastro Nacional dos Responsáveis Técnicos Habilitados para 
emissão de CFO e de CFOC. 
§ 1º O número do Termo de Habilitação fornecido pelo OEDSV será composto do código numérico da 
UF, ano da primeira habilitação, com dois dígitos, e numeração sequencial. 
§ 2º As pragas para as quais o Responsável Técnico está habilitado para emitir CFO ou CFOC 
constarão no Anexo do Termo de Habilitação, conforme Anexo IV. § 3º O OEDSV fornecerá ao 
Responsável Técnico habilitado carteira de habilitação, conforme Anexo V desta Instrução Normativa. 
§ 4º A habilitação terá validade de cinco anos, considerando a data inicial aquela correspondente ao 
treinamento específico da (s) praga (s) para a (s) qual (is) o RT se habilitou, sendo renovada por igual 
período, através de solicitação escrita do RT habilitado ao OEDSV, com 30 (trinta) dias, no mínimo, antes 
da data do vencimento. 
§ 5º No caso de renovação, a validade da habilitação do RT para a praga será contada a partir da data 
da concessão da habilitação. 
§ 6º O RT poderá atuar em UF diferente daquela em que foi habilitado, desde que seja concedida a 
extensão de sua habilitação pelo OEDSV na UF onde pretender atua r. 
§ 7º O OEDSV que receber solicitação de extensão de habilitação deverá informar-se sobre a 
regularidade da situação do Responsável Técnico Habilitado junto ao OEDSV de origem, para avaliação 
da concessão da extensão da atuação. 
§ 8º A identificação do Termo de Habilitação de extensão de atuação do RT será o número de sua 
habilitação atual, acrescido da sigla da UF de extensão. 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 36 
§ 9º O RT poderá solicitar a renovação da habilitação para a praga no OEDSV da UF onde foi habilitado 
inicialmente ou no OEDSV da UF onde foi concedida a extensão de habilitação. 
 
Art. 10. O MAPA disponibilizará o Cadastro Nacional de RTs habilitados para emissão do CFO e do 
CFOC, onde constará o nome do RT, o número da habilitação, a relação da (s) praga (s) para a (s) qual 
(is) está habilitado, o prazo de validade da habilitação, por praga, UF da habilitação, UF de extensão de 
habilitação e a assinatura. 
 
Art. 11. O OEDSV será responsável pela notificação ao RT habilitado sobre a necessidade da 
participação em treinamento específico, a ser realizado em período preestabelecido, para atualizar sua 
habilitação para novas pragas regulamentadas ou de interesse da ONPF do país importador. 
§ 1º O Responsável Técnico habilitado poderá solicitar, a qualquer momento, a inclusão em sua 
habilitação das pragas previstas no caput deste artigo. 
§ 2º Para obter a inclusão da nova praga em sua habilitação, o RT deverá solicitar treinamento, por 
escrito, ao OEDSV, que o encaminhará a um especialista, com pós-graduação relacionada a essa praga, 
após obter parecer técnico favorável da SFA. 
§ 3º Após o treinamento e atendidos os critérios de avaliação, o especialista emitirá um certificado de 
aprovação, para que o OEDSV atualize o Anexo do Termo de Habilitação do RT. 
§ 4º O especialista interessado em ministrar curso específico de praga ou treinamento de RT habilitado, 
previsto no §2º, será incluído no Cadastro Nacional de Especialista na Praga, que será disponibilizado 
pelo MAPA. 
§ 5º Pesquisador lotado em Centro de Pesquisa, que necessitar de CFO, por exigência de país 
importador, poderá participar de treinamento em legislação fitossanitária para que possa ser habilitado 
junto ao OEDSV, sendo dispensado da orientação específica mencionada no art. 6º, §3º, inciso II desta 
Instrução Normativa, após obter parecer técnico favorável da área de sanidade vegetal da SFA pelo 
código 00012016082500018 
 
CAPÍTULO III 
DAS UNIDADES DE PRODUÇÃO 
 
Art. 12. A Unidade de Produção - UP, deverá ser inscrita no OEDSV, por RT, no prazo previsto na 
legislação específica da praga ou em plano de trabalho bilateral firmado pelo MAPA, para se habilitar à 
certificação fitossanitária de origem. 
§ 1º Não havendo prazo para inscrição de UP definido em legislação específica, como prevê o caput, 
o requerimento de inscrição de UP de culturas anuais deverá ser protocolado no OEDSV, no mínimo 30 
(trinta) dias antes do plantio, sendo permitido até o quinto dia útil após o início do plantio, em caso 
excepcional, devidamente justificado pelo RT. 
§ 2º O requerimento de inscrição de UP de cultura perene deverá ser protocolado no OEDSV, no 
mínimo 120 (cento e vinte) dias antes do início da colheita, quando não houver medidas fitossanitárias a 
seremcumpridas antes desse prazo, por exigência de país importador. 
§ 3º Se houver medida fitossanitária a ser cumprida em cultura perene, como dispõe o parágrafo 
anterior, o prazo de inscrição da UP será de 30 (trinta) dias antes da adoção da primeira medida. 
§ 4º A UP padrão é a área contínua, de tamanho variável e identificada por um ponto georreferenciado, 
plantada com a mesma espécie, cultivar, clone e estádio fisiológico, sob os mesmos tratos culturais e 
controle fitossanitário. 
§ 5º A UP no agroextrativismo é a área contínua, de tamanho variável e identificada por um ponto 
georreferenciado, que representa a espécie a ser explorada. § 6º A UP no cultivo de planta ornamental, 
olerícola e medicinal é a área plantada com a mesma espécie, em que: 
I - poderão ser agrupados para a caracterização de uma UP tantos talhões descontínuos, de um 
mesmo produto, desde que a soma dos talhões agrupados não exceda a 20 hectares, devendo esta UP 
ser identificada por um ponto georreferenciado de um dos talhões que a compõe e por croqui de 
localização dos talhões; e 
II - talhões descontínuos de um mesmo produto que possuam área igual ou superior a 20 hectares 
deverão constituir UPs individualizadas, e cada UP deverá ser identificada por um ponto georreferenciado. 
 
Art. 13. RT e o produtor deverão preencher e assinar a Ficha de Inscrição da UP, conforme os Anexos 
VI e VII desta Instrução Normativa, anexando cópia da carteira de identidade e do Cadastro de Pessoa 
Física - CPF do interessado pela habilitação da UP e croqui de localização das UPs. 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
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§ 1º A propriedade receberá identificação numérica que será formada pelo código numérico da UF, 
código numérico do município e o número sequencial com quatro dígitos. 
§ 2º O OEDSV fornecerá o (s) código (s) da (s) UP (s) no ato da inscrição, que será composto pelo 
código numérico da propriedade, ano com dois dígitos, e número sequencial com quatro dígitos. 
§ 3º O RT poderá solicitar ao OEDSV a manutenção do número da habilitação da UP de cultura perene, 
anualmente, conforme o Anexo VIII desta Instrução Normativa, nos prazos previstos no artigo 11, §§ 2º e 
3º. 
§ 4º As leituras das coordenadas geográficas, latitude e longitude, serão obtidas no Sistema Geodésico 
SIRGAS 2000 ou, na ausência desse, o WGS 84. 
§ 5º Durante a colheita, o lote formado deve ser identificado no campo com o número da UP para 
garantir a origem e a identidade do produto. 
§ 6º Na UP ou na UC agroextrativista deverá ocorrer a identificação do produto ou da embalagem com 
rótulo, onde conste o nome do produto e o código da UP ou do lote, para permitir a rastreabilidade no 
processo de certificação. 
§ 7º O material coletado para análise fitossanitária oriundo de UP ou UC, por exigência do processo 
de certificação, deverá ser encaminhado a laboratório de diagnóstico fitossanitário da Rede Nacional de 
Laboratórios do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, com ônus para o produtor ou 
consolidador. § 8º A UP e a UC poderão ter mais de um RT habilitados junto ao OEDSV. 
 
CAPÍTULO IV 
DAS UNIDADES DE CONSOLIDAÇÃO 
 
Art. 14. A UC deverá ser inscrita no OEDSV da UF onde estiver localizada, para se habilitar à 
certificação fitossanitária de origem consolidada. 
§ 1º O RT e o representante legal da UC deverão preencher e assinar a Ficha de Inscrição da UC, 
conforme Anexo IX desta Instrução Normativa, anexando cópia da carteira de identidade e do CPF. 
§ 2º O OEDSV deverá emitir Laudo de Vistoria da UC, conforme o Anexo X desta Instrução Normativa, 
para validar a sua inscrição. 
§ 3º A UC receberá identificação numérica, que será formada pelo código numérico da UF, código 
numérico do município e o número sequencial com quatro dígitos. 
 
Art. 15. A legislação específica da praga definirá as exigências a serem cumpridas no armazenamento 
dos produtos certificados, no sentido de manter a sua condição fitossanitária de origem. 
Parágrafo único. Na ausência de legislação específica devem ser adotados critérios mínimos para 
manter a segurança fitossanitária dos produtos certificados, os quais são: 
I - local específico para armazenamento de lotes de produtos certificados; 
II - higienização das instalações, máquinas, equipamentos e pessoal; 
III- destruição de resíduos. 
 
CAPÍTULO V 
DA EMISSÃO DO CERTIFICADO FITOSSANITÁRIO DE ORIGEM - CFO E DO CERTIFICADO 
FITOSSANITÁRIO DE ORIGEM CONSOLIDADO - CFOC 
 
Art. 16. O CFO será emitido para a partida de plantas e de produtos vegetais, de acordo com as normas 
da praga, por exigência do MAPA ou de ONPF de país importa d o r. 
§ 1º Cada produto deverá estar relacionado individualmente, por nome científico, comum e cultivar ou 
clone, sendo exigida a identificação da UP, a relação da quantidade correspondente e a respectiva 
Declaração Adicional. 
§ 2º Um CFO poderá contemplar mais de um produto e mais de uma UP. 
§ 3º O CFO será emitido preenchendo-se sem rasuras cada campo existente, não sendo permitida a 
utilização do verso do documento. § 4º Os campos não utilizados devem ser anulados de forma a evitar 
a adulteração do documento. 
§ 5º O CFO poderá ser emitido também para a produção total estimada no início da colheita da UP, 
sendo que em cada CFO emitido posteriormente deve constar o saldo remanescente da produção da U 
P. 
§ 6º O Anexo I-A desta Instrução Normativa, será utilizado para informações complementares dos 
campos do formulário do CFO, quando for necessário. 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
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§ 7º O OEDSV, como Instância Intermediária do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade 
Agropecuária, deverá estabelecer procedimentos próprios de controle para assegurar a emissão da PTV 
apenas para a produção estimada da UP inscrita no OEDSV. 
 
Art. 17. O CFOC será emitido para a partida de plantas e de produtos vegetais, formada a partir de 
lotes de produtos certificados com CFO, ou CFOC, ou PTV, ou CF, ou Certificado Fitossanitário de 
Reexportação - CFR, de acordo com as normas da praga, por exigência do MAPA ou de ONPF de país 
importador. 
§ 1º Cada produto deve estar relacionado individualmente, sendo obrigatória a identificação do lote, a 
relação da quantidade correspondente e a respectiva Declaração Adicional. 
§ 2º Um CFOC poderá contemplar mais de um produto e mais de uma UP. 
§ 3º O CFOC será emitido preenchendo-se sem rasuras cada campo existente, não sendo permitida 
a utilização do verso do documento. 
§ 4º Os campos não utilizados deverão ser anulados. 
§ 5º O Anexo II-A será utilizado para informações complementares dos campos do formulário do 
CFOC, se necessário. 
§ 6º Define-se lote, para fins de CFOC, como o conjunto de produtos da mesma espécie, cultivar ou 
clone, de tamanho definido e que apresentam conformidades fitossanitárias semelhantes, formado por 
produtos previamente certificados com CFO, CFOC, PTV, CF ou CFR. 
§ 7º Cada lote formado deverá estar identificado com um número, composto pelo código da inscrição 
da Unidade de Consolidação, ano, com dois dígitos, e número sequencial com quatro dígitos. 
§ 8º O RT deverá manter no Livro de Acompanhamento os registros do CFO, CFOC, PTV, CF ou CFR 
dos produtos que deram origem a cada lote formado e o número do (s) CFOC (s) emitidos para as partidas 
formadas a partir dele. 
§ 9º O CFOC poderá ser emitido também para a quantidade total do lote de produto consolidado na 
Unidade de Consolidação, sendo que em cada CFOC emitido posteriormente deve constar o saldo 
remanescente da quantidade do lote consolidado. 
 
Art. 18. O CFO e o CFOC deverão ser emitidos em três vias, com a seguinte destinação: 
I - 1a via: destinada a acompanhar a partida até o momento da emissão da PTV, ficando retida pelo 
OEDSV para ser anexado à cópia da PTV;II - 2a via: destinada ao emitente; e 
III - 3a via: destinada ao produtor ou a UC. 
Parágrafo único. No caso de emissão eletrônica será admitida a emissão em uma única via. 
 
Art. 19. O CFO e CFOC terão prazo de validade de até trinta dias, a partir das datas de suas emissões, 
e somente serão válidos nos modelos oficiais, originais e preenchidos corretamente. Art. 20. A legislação 
específica da praga ou plano de trabalho bilateral firmado pelo MAPA poderá estabelecer exigência do 
uso de lacre, no ato da emissão do CFO ou CFOC. 
 
CAPÍTULO VI 
DAS OBRIGAÇÕES PARA O USO DO CFO E CFOC 
 
Art. 21. O RT de UP realizará inspeções de acordo com a legislação específica da praga e, na ausência 
de normativa, deverá realizar inspeções periódicas para a certificação de plantas e de produtos vegetais. 
 
Art. 22. O RT de UC realizará inspeções de acordo com a legislação específica da praga e, na ausência 
de normativa, deverá realizar inspeções em cada partida certificada, antes da formação do lote. 
 
Art. 23. O OEDSV, como Instância Intermediária do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade 
Agropecuária, deverá estabelecer procedimentos próprios de controle para assegurar a efetiva 
assistência do RT, nos locais de atuação da UF. 
 
Art. 24. O RT deverá elaborar e manter à disposição dos órgãos de fiscalização o Livro de 
Acompanhamento numerado com páginas numeradas, com registro das inspeções realizadas e 
orientações prescritas, além das informações técnicas exigidas por esta Instrução Normativa e pela 
legislação específica da praga ou do produto, devendo ser assinado pelo RT e pelo contratante ou 
representante legal. § 1º O Livro de Acompanhamento citado neste artigo deverá conter, no mínimo, as 
seguintes informações, por UP, para fundamentar a emissão do CFO: 
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I - dados da origem da semente, muda ou porta-enxerto; II - espécie; 
III - cultivar ou clone; 
IV - área plantada por cultivar ou clone; 
V - dados do monitoramento da praga; 
VI - resultados das análises laboratoriais realizadas; 
VII - anotações das principais ocorrências fitossanitárias; 
VIII - ações de prevenção e método de controle adotado; 
IX - estimativa da produção; 
X - tratamentos fitossanitários realizados para a praga, anotando os agrotóxicos utilizados, dose, data 
da aplicação e período de carência; 
XI - quantidade colhida e, quando exigido, o manejo pós-colheita; e 
XII- croqui de localização da UP na propriedade e respectivas coordenadas geográficas. 
§ 2º O Livro de Acompanhamento deverá estar em local de fácil acesso na propriedade da UP; não 
havendo sede na propriedade, o RT definirá o local no município de localização da UP. 
§ 3º O Livro de Acompanhamento da UC deverá conter, no mínimo, as seguintes informações para 
fundamentar a emissão do CFOC: pelo código 00012016082500019 
I - anotações de controle de entrada de produtos na UC, com os respectivos números dos CFO, CFOC, 
PTV, CF e CFR que compuseram cada lote, conforme Anexo XII desta Instrução Normativa, e a legislação 
específica; 
II - espécie; 
III - cultivar ou clone; 
IV - quantidade do lote; 
V - controle de saída das partidas certificadas com o CFOC; e 
VI - registro das inspeções realizadas pelo RT e por fiscal estadual ou federal. 
§ 4º A UP ou a UC que aderir ao sistema de Produção Integrada do MAPA poderá substituir o livro, 
citado neste artigo, pelos cadernos de campo e de pós-colheita, previstos nas Diretrizes Gerais para a 
Produção Integrada de Frutas - DGPIF, desde que as informações mínimas obrigatórias para cada UP ou 
lote estejam abrangidas pelos registros. 
§ 5º As anotações de acompanhamento, quando elaboradas e mantidas na forma eletrônica, devem 
ser impressas e numeradas, formando um Livro de Acompanhamento, para efeito de fiscalização e 
auditoria. 
§ 6º Os documentos comprobatórios das atividades realizadas pelo RT deverão estar à disposição da 
fiscalização. 
 
Art. 25. As irregularidades verificadas em relação ao CFO e ao CFOC serão formalmente apuradas 
pelo OEDSV. 
§ 1º As irregularidades comprovadas acarretarão advertência por escrito, sendo a reincidência motivo 
de suspensão ou desabilitação. 
§ 2º Não havendo comprovação de má-fé, o profissional poderá ser novamente habilitado após novo 
treinamento. 
§ 3º Os casos de comprovada má-fé resultarão em desabilitação imediata e irreversível do RT, sendo 
notificado o fato ao CREA e o encaminhamento do processo ao Ministério Público Federal, para 
enquadramento nas penalidades previstas no Art. 259, do Código Penal Brasileiro, e no art. 61 da Lei no 
9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais). 
 
CAPÍTULO VII 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
 
Art. 26. O RT deverá encaminhar, mensalmente, ao OEDSV, até o vigésimo dia do mês subsequente, 
relatórios sobre CFO e CFOC emitidos no mês anterior, conforme os Anexos XI e XII desta Instrução 
Normativa. 
 
Art. 27. O OEDSV deverá encaminhar relatórios consolidados com informações sobre os CFO e CFOC 
emitidos a cada semestre à área de sanidade vegetal da SFA na UF, até o último dia do mês subsequente 
ao semestre, conforme o Anexo XIII desta Instrução Normativa. 
 
Art. 28. Havendo sistema informatizado para emissão de CFO e de CFOC, os formulários, documentos 
e relatórios serão emitidos ou anexados eletronicamente. 
 
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Art. 29. O OEDSV estabelecerá sistema de controle interno e fiscalizará as atividades dos RTs 
credenciados, cabendo ao MAPA realizar auditoria em todo o processo de Certificação Fitossanitária de 
Origem. 
 
Art. 30. Aprovar o modelo do CFO, do CFOC e dos demais modelos, conforme os Anexos I a XIII desta 
Instrução Normativa. 
 
Art. 31. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 32. Fica revogada a Instrução Normativa nº 55, de 04 de novembro de 2007. 
 
Anexos disponíveis em: 
http://www.abrasem.com.br/wp-content/uploads/2016/08/INSTRU%C3%87%C3%83O-NORMATIVA-No-33-DE-24-DE-AGOSTO-DE-2016.pdf 
 
Questões 
 
01. Analise a IN 33 de 2016 e julgue o item abaixo como certo ou errado: 
 
A origem no CFO é a Unidade de Produção, que poderá ser beneficiadora, processadora ou 
embaladora, a partir da qual saem partidas provenientes de lotes de plantas ou de produtos vegetais 
certificados. 
(..) Certo (..) Errado 
 
02. Analise a IN 33 de 2016 e julgue o item abaixo como certo ou errado: 
 
A legislação específica da praga definirá as exigências a serem cumpridas no armazenamento dos 
produtos certificados, no sentido de manter a sua condição fitossanitária de origem, no entanto, na 
ausência de legislação específica devem ser adotados critérios mínimos para manter a segurança 
fitossanitária dos produtos certificados, como por exemplo, o local específico para armazenamento de 
lotes de produtos certificados. 
(..) Certo (....) Errado 
 
Gabarito 
 
01.Errado / 02.Certo 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Errado 
Art. 2º O Certificado Fitossanitário de Origem - CFO e o Certificado Fitossanitário de Origem 
Consolidado - CFOC são os documentos emitidos na origem para atestar a condição fitossanitária da 
partida de plantas ou de produtos vegetais de acordo com as normas de sanidade vegetal do Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. 
§ 1º A origem no CFO é a Unidade de Produção - UP, de propriedade rural ou de área de 
agroextrativismo, a partir da qual saem partidas de plantas ou de produtos vegetais certificados. 
§ 2º A origem no CFOC é a Unidade de Consolidação - UC, que poderá ser beneficiadora, 
processadora ou embaladora, a partir da qual saem partidas provenientes de lotes de plantas ou de 
produtos vegetais certificados. 
 
02. Resposta: Certo 
Art. 15. A legislação específica da pragadefinirá as exigências a serem cumpridas no armazenamento 
dos produtos certificados, no sentido de manter a sua condição fitossanitária de origem. 
Parágrafo único. Na ausência de legislação específica devem ser adotados critérios mínimos para 
manter a segurança fitossanitária dos produtos certificados, os quais são: 
I - local específico para armazenamento de lotes de produtos certificados; 
II - higienização das instalações, máquinas, equipamentos e pessoal; 
III- destruição de resíduos. 
 
 
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Abaixo disponibilizaremos os conhecimentos básicos sobre práticas culturais, métodos de controle de 
pragas, doenças e plantas invasoras e tratamento fitossanitário das seguintes explorações que seguem: 
 
BANANA 
 
Banana - Musa spp. 
 
As bananeiras pertencem à família botânica Musaceae e são originárias do Extremo Oriente. São 
plantas típicas das regiões úmidas com crescimento contínuo, paralisando seu desenvolvimento em 
temperaturas abaixo dos 13º C. As cultivares de interesse comercial apresentam altura que varia de 1,8 
a 6,0 m. Dada à característica de emitir sempre novas brotações do rizoma principal, denominadas filhos, 
filhotes, perfilhos ou rebentos, o bananal é permanente na área, porém com as plantas se renovando 
ciclicamente. A banana é um alimento energético, sendo composta basicamente de água e carboidratos, 
contendo pouca proteína e gordura. É rica em sais minerais como sódio, magnésio, fósforo e, 
especialmente, potássio. Há predominância de vitamina C, contendo também A, B2, B6 e niacina, entre 
outras. 
 
Clima e solo: a temperatura ideal para a bananeira está entre 20 e 30ºC, sendo aceitável a faixa de 
13 a 35ºC. Temperaturas acima de 35ºC e, especialmente, abaixo de 12ºC provocam paralisação no 
desenvolvimento e danos aos frutos (chiling ou friagem). As cultivares do subgrupo Cavendish são mais 
sensíveis ao frio, enquanto a “Maçã” e as cultivares do subgrupo Prata são mais tolerantes. É importante 
evitar áreas com ocorrência de geadas ou de ventos fortes. O total de chuvas por ano deve ser superior 
a 1.200 mm, bem distribuídas durante o ano. A cultivar Ouro é pouco tolerante à falta de água, enquanto 
as do subgrupo Cavendish são medianamente tolerantes e as demais resistem mais a períodos de seca. 
Umidade relativa alta, acima de 80%, favorece o desenvolvimento das plantas, entretanto, em áreas mais 
úmidas há maior incidência de doenças nas folhas e frutos. Preferir solos bem drenados (lençol freático 
abaixo de 60 cm), pouco acidentados e evitar áreas sujeitas à inundação. 
 
Práticas de conservação do solo: plantar em nível; na formação do bananal em relevo acidentado, 
utilizar plantas de cobertura nas entrelinhas no primeiro ciclo de produção ou manter o solo coberto, 
manejando a vegetação espontânea com roçadeira ou herbicida de contato. Dispor os pseudocaules 
cortados em fileiras nas entrelinhas, formando curvas de nível. Implantar as demais práticas 
conservacionistas, como terraceamento, cordões de vegetação permanente, entre outras, de acordo com 
as condições de cultivo locais. 
 
Propagação: recomenda-se o plantio de mudas produzidas por biotecnologia, também conhecidas 
como mudas micropropagadas, as quais devem ter garantia quanto ao percentual máximo de ocorrência 
de mutação somaclonal e ser isentas de pragas e doenças. As mudas micropropagadas são precoces, 
apresentam maior número de perfilhos e potencial produtivo. Ainda é possível utilizar mudas produzidas 
pelo “método tradicional” (rizoma, pedaço de rizoma, chifrinho, chifre ou chifrão), desde que sejam 
coletadas em áreas livres de nematoide, broca ou mal-do-Panamá e tratadas, visando impedir a 
transmissão de pragas e doenças para os bananais novos. 
 
Plantio: as mudas oriundas de propagação vegetativa (rizoma, pedaço de rizoma, chifrinho, chifre ou 
chifrão) devem ser escalpeladas e desinfestadas com solução de hipoclorito de sódio, para eliminar 
pragas como broca e nematoides. As mudas produzidas por biotecnologia devem estar aclimatadas 
adequadamente e transplantadas no campo com cerca de 4 a 6 folhas e 30 a 40 cm de altura. O plantio 
de ambos os tipos de mudas pode ser feito em covas (30 x 30 x 30 cm) ou sulcos (30 cm de profundidade). 
Sessenta dias após o plantio, proceder amontoa ou fechamento dos sulcos. A melhor época de plantio é 
no início da primavera, quando ocorrem temperaturas amenas e aumenta a precipitação. Dispondo de 
irrigação, o plantio pode ser feito o ano todo. 
 
Espaçamento: cultivares de porte baixo ou médio devem ser plantadas em espaçamento de 2,0 x 2,0 
m ou 2,0 x 2,5 m; para cultivares de porte alto, 2,0 x 3,0 m ou 3,0 x 3,0 m. Em plantios irrigados, utilizar 
6. Pragas de importância quarentenária e econômica para as culturas do mamão, 
manga, banana, família das cucurbitáceas, uva, citrus e palma. 
 
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fileiras duplas; para cultivares de porte baixo ou médio, o espaçamento deve ser de 3,0 x 2,5 x 1,0 m; 
para as de porte alto, 4,0 x 2,5 x 1,0 m. 
 
Mudas necessárias: cultivares de porte baixo ou médio - 2.000 ou 2.500 mudas por hectare; porte 
alto - 1.111 ou 1.667 mudas por hectare. 
 
Adubação e calagem: as recomendações de adubação e calagem devem ser estabelecidas a partir 
da análise do solo e de metas de produtividade. A calagem deve ser calculada visando elevar o índice de 
saturação por bases para 60% e o teor de magnésio acima de 9 mmolc dm-3. Usar sempre calcário 
dolomítico, aplicado em área total e incorporado ao solo. 
 
Adubação de plantio: aplicar por cova 10 litros de esterco de curral ou 2 litros de esterco de aves e 
a metade da dose de fósforo, estabelecida a partir da análise do solo e da produtividade esperada. Em 
solos com menos de 1,3 mg dm-3 de Zn, aplicar, no plantio, 5 kg ha-1 de Zn. O adubo orgânico deve 
estar bem curtido e ser misturado com a terra no fundo da cova ou sulco. Repetir, se possível, anualmente 
a adubação orgânica. 
 
Adubação de formação: as doses de adubo por planta são determinadas, levando em consideração 
a meta de produtividade para a primeira safra, os teores de P e K do solo e o espaçamento do bananal. 
Aos 30-40 dias após o plantio, aplicar 20% das doses de N e K. Aos 70-90 dias, aplicar o restante da 
adubação fosfatada e 50% das doses de N e K e aos 120-150 dias, o restante da adubação N e K. Aplicar 
os fertilizantes em círculos de 100 cm de diâmetro ao redor da planta. Utilizar fontes de N ou P capazes 
de fornecer, anualmente, 30 kg ha-1 de S. 
 
Adubação de produção: as doses de N, P e K por família a serem aplicadas em cada safra deverão 
ser ajustadas com o uso, em função da meta de produtividade, dos teores de P e K verificados na análise 
do solo e do espaçamento do bananal. Em áreas sujeitas a períodos de seca sazonais, a adubação 
deverá ser parcelada em três aplicações (início, meio e fim da estação das chuvas), distribuindo o adubo 
em uma faixa de 100 cm, em semicírculo, na frente do rebento mais jovem (sentido do caminhamento do 
bananal). Em áreas onde as chuvas forem bem distribuídas no ano ou com irrigação, parcelar a adubação 
de produção em seis aplicações ao longo do ano. O parcelamento das doses de N e K é importante para 
aumentar a eficiência destes fertilizantes. Outra forma de aumentar a eficiência do N e K aplicados é fazer 
a adubação via água de irrigação (fertirrigação), o que permite elevar o rendimento em frutos com mesma 
dose de adubo, em relação à aplicação convencional na superfície do solo. Utilizar fontes de N ou P 
capazes de fornecer, anualmente, 30 kg ha-1 de S. 
 
Adubação com micronutrientes: quando diagnosticada deficiência, aplicar anualmente 25 g de 
sulfato de zinco e 10 g de ácido bórico, em orifício aberto no rizoma com auxílio da “Lurdinha”,por ocasião 
do desbaste. 
 
Controle de pragas: broca e nematoides - plantar somente mudas livres dessas pragas, visto que 
mudas contaminadas são uma das principais formas de introdução desses patógenos em bananais 
novos; aos 30 dias após o plantio, aplicar nematicida sistêmico rente à muda e antes da amontoa ou 
fechamento do sulco, repetindo o tratamento após 6 meses. Em mudas obtidas por biotecnologia e em 
áreas livres de nematoide, não é preciso fazer esse tratamento no plantio. No bananal em produção, 
aplicar o nematicida logo após a colheita, dentro do pseudocaule da planta-mãe com o auxílio da 
“Lurdinha”. Após seis meses, repetir o tratamento dividindo a dose entre os filhos desbastados. Para o 
controle de broca, utilizar iscas tipo queijo ou telha (20 a 30 iscas/ha), tratadas com inseticida, nematicida 
ou inseticida biológico (Beauveria bassiana). Tripes - esses pequenos insetos causam danos na casca 
dos frutos, depreciando seu valor comercial. Como medidas de controle, recomendam-se a eliminação 
dos “corações”, bem como o posterior ensacamento dos cachos com sacos de polietileno. 
Controle de doenças: vírus - utilizar mudas micropropagadas certificadas quanto a ausência de vírus; 
eliminar todas as plantas do bananal com sintomas, para evitar a disseminação. 
Sigatoka amarela - os sintomas nas folhas iniciam-se por pontuações com leve descoloração, 
passando por estrias cloróticas e manchas necróticas elípticas, alongadas e dispostas paralelamente às 
nervuras secundárias. Essas lesões têm a parte central acinzentada, bordas amarelecidas e podem 
coalescer, comprometendo uma grande área foliar. 
Sigatoka negra - muito mais agressiva e destrutiva que a Sigatoka amarela, pois além de infectar as 
folhas novas ataca também as folhas velhas, sendo seus sintomas iniciados com descoloração em forma 
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de pontos ou estrias na cor “café”, entre as nervuras secundárias da segunda à quarta folha a partir da 
vela, sendo observada somente na face inferior das folhas. As lesões iniciais progridem para estrias 
pretas, observadas somente na face superior da folha e evoluem para lesões negras, contrastando com 
as de cor marrom da face inferior, podendo avançar para todas as folhas da planta. A tomada de decisão 
do momento da aplicação de fungicidas deve se basear no monitoramento da severidade da doença. A 
aplicação de fungicidas a partir de calendário fixo ou da simples observação pode resultar em controle 
ineficiente, ou uso desnecessário de produtos químicos. Alternar princípios ativos dos fungicidas, para 
evitar a resistência dos fungos. Mal-do-Panamá - as plantas apresentam amarelecimento progressivo a 
partir das folhas mais velhas para as mais novas, com posterior quebra do pecíolo junto ao pseudocaule, 
o que confere à planta a aparência de um guarda-chuva fechado. Observam-se inicialmente, em cortes 
transversais e longitudinais do pseudocaule ou do rizoma de plantas doentes, pequenas manchas 
isoladas de coloração preta que, em estádio mais avançado, evoluem para pontuações de coloração 
pardo-avermelhada. No rizoma, a descoloração é mais pronunciada na área de densa vascularização, 
podendo-se observar que a planta-mãe está contaminando os filhos com a troca de seiva que ocorre 
entre eles. Devido ao entupimento dos vasos da planta-mãe, há paralisação da circulação da seiva e ela 
seca em poucos meses. Utilizar cultivares tolerantes e adubação equilibrada, bem como nutrição com 
micronutrientes. O inóculo da doença permanece no solo por vários anos, o que impede o plantio de 
cultivares suscetíveis na mesma área. 
 
Reforma do bananal: efetuar reformas periódicas dos bananais. Um indicador de ordem prática do 
momento em que o bananal exige uma reforma é a inexistência de neto, quando da colheita da planta-
mãe. Produtividade decrescente e redução da resposta à adubação também indicam o momento de 
reformar o bananal. 
 
Outros tratos culturais: após as adubações, eliminar as folhas velhas com penado ou facão e retirar 
as brotações supérfluas (desbaste), deixando apenas uma família por cova. Manter o solo do bananal 
sempre coberto com vegetação espontânea ou com material orgânico proveniente do desbaste e 
desfolha. Em terrenos declivosos, fazer somente roçadas ou usar herbicida de contato, evitar mobilizar o 
solo. O escoramento (tutoramento) das bananeiras é necessário em regiões onde há ocorrência de ventos 
fortes. Dependendo da cultivar e dispondo-se de quebra-ventos eficientes, não há necessidade de escorar 
as plantas. Entretanto, em bananais com ataque severo de nematoide ou broca ou em bananais com 
deficiência de cálcio ou magnésio, deverá ser feito o escoramento, para reduzir as perdas por tombamento 
das bananeiras. Utilizam-se bambus e fitilhos de polietileno para escorar as plantas. 
 
Colheita: no momento da colheita, o pseudocaule deve ser cortado parcialmente o mais alto possível, 
fazendo com que o cacho desça até a altura do ombro colhedor. Cortar o engaço sem que o cacho toque 
no solo. Os cachos devem ser retirados do bananal tomando-se cuidado para evitar danos mecânicos 
aos frutos, os quais depreciam seu preço de venda. Empregar carretas forradas com espuma ou cabo 
aéreo no transporte dos cachos até a casa de embalagem. A colheita deve ser feita quando a fruta atingir 
a plenitude de seu desenvolvimento (mercado interno), ou segundo o diâmetro de fruta solicitado pelo 
importador. 
 
Produtividade normal: um cacho por pé ao ano, variando de 10 a 50 kg segundo a cultivar. A 
produtividade por área pode variar de 10 a 60 t ha-1 em função da cultivar, do manejo do bananal e das 
condições edafoclimáticas. 
 
Culturas intercalares: feijão de mesa, apenas no período de formação. Não usar gramíneas. 
 
Comercialização: a comercialização de frutos é realizada em pencas ou buquês de 6 a 8 bananas, 
acondicionados em embalagens padronizadas (caixa de madeira, papelão ou plástico). Frutos para 
mercados próximos podem ser climatizados (maturação controlada em estufa) nas regiões produtoras e 
para áreas mais distantes, climatizar no destino. 
 
UVA 
 
Uva - Vitis spp. 
 
A videira pertence à família Vitaceae, gênero Vitis. Destacam-se a Vitis vinifera L., de origem euro-
asiática e a Vitis labrusca L., de origem americana. 
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Porta-enxertos: os principais porta-enxertos utilizados no Estado de São Paulo são: Ripária do Traviú 
ou 106-8 Mgt, 420A, Kober 5BB, Paulsen 1103, IAC 313 Tropical, IAC 571-6 Jundiaí, IAC 572 Jales e IAC 
766 Campinas. 
 
Uvas para mesa: dividem-se em comuns ou rústicas e finas. As principais uvas comuns ou rústicas 
cultivadas no Estado de São Paulo são a Niagara Rosada e a Niagara Branca. Nas regiões tradicionais 
de Jundiaí e São Miguel Arcanjo os porta-enxertos recomendados são Ripária do Traviú, IAC 766 e IAC 
571-6; nas regiões oeste e noroeste recomendam-se os porta-enxertos IAC 572, IAC 766 e IAC 313. As 
principais uvas finas cultivadas no Estado de São Paulo são: Itália, Rubi, Benitaka, Brasil, Redimeire, 
Redglobe e as sem sementes Centennial Seedless e Vênus. Nas regiões de Jundiaí e São Miguel Arcanjo 
os porta-enxertos recomendados são 420A, Kober 5BB e IAC 766; nas regiões oeste e noroeste 
recomendam-se os porta-enxertos IAC 572, IAC 766 e IAC 313. 
 
Uvas para indústria: dividem-se em comuns, híbridas e finas. As principais uvas comuns cultivadas 
no Estado de São Paulo para produção de vinho, suco, geleia, vinagre e derivados são Niagara Rosada, 
Niagara Branca, Isabel e Bordô e os porta-enxertos recomendados são os mesmos que para as uvas 
comuns para mesa. As principais uvas híbridas em cultivo para produção de vinho, suco e derivados são 
IAC 138-22 Máximo e IAC 116-31 Rainha. As principais uvas finas para produção de vinhotinto são 
Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Syrah e Merlot; e para vinho branco são Semillon, Sauvignon 
Blanc, Chardonnay, Moscato Branco e Moscato Giallo. 
 
Uvas em potencial: cultivares IAC 871-41 Patrícia, IAC 21-14 Madalena, JD 930 Moscatel de Jundiaí, 
Concord, Isabel Precoce, BRS Morena, BRS Clara, BRS Linda, BRS Vitória, BRS Núbia, BRS Cora, BRS 
Violeta, BRS Carmem, BRS Magna, BRS Lorena e Moscato Embrapa. 
 
Clima: as videiras são plantas com capacidade de adaptação climática que, aliada à existência de 
grande quantidade de porta-enxertos, possibilita a escolha de combinações que melhor se adaptem às 
diferentes regiões ecológicas do Estado de São Paulo, cujas condições climáticas relativas à temperatura 
e disponibilidade hídrica conferem uma grande variação no comportamento fenológico das variedades de 
uva, propiciando ao viticultor, possibilidade de produzir em diferentes épocas para sua melhor 
comercialização. O zoneamento agrícola do Estado de São Paulo incluiu a videira, Vitis sp., num grupo 
de espécies frutíferas consideradas de clima subtropical, ou seja, com menor exigência de frio hibernal 
que as de clima temperado, para indicar as áreas aptas. 
 
A área apta, com temperaturas médias anuais entre 17 e 22ºC e índice hídrico inferior a 100, apresenta 
condições térmicas e hídricas satisfatórias e abrange quase toda a parte central e sul do Planalto Paulista, 
inclusive o Vale do Paraíba e o Vale do Ribeira. 
As características apresentadas por áreas menos favoráveis ao cultivo da videira são as seguintes: 
a) Temperaturas baixas <17ºC - estão situadas nas áreas serranas frias da Serra da Mantiqueira e 
do Mar; 
b) Índice hídrico elevado “Im>100” - abrangem a área litorânea e encostas úmidas da Serra do Mar 
e da Mantiqueira, com excesso de umidade que agrava problemas fitossanitários. 
 
A área de cultivo da videira foi expandida para as regiões noroeste e oeste do Estado de São Paulo 
em municípios como Jales e Dracena. As regiões leste e sudoeste tendo como referências Jundiaí e São 
Miguel Arcanjo apresentam um período de seca de julho a setembro que favorece o repouso hibernal. As 
regiões noroeste e oeste apresentam um período seco de abril a outubro, porém as temperaturas 
elevadas da região nessa época favorecem uma maturação mais rápida, permitindo a colheita na 
entressafra de outras regiões. 
 
Época de plantio: estacas de porta-enxertos não enraizadas: plantio direto no campo em julho e 
agosto; estacas pré-enraizadas de porta-enxertos conhecidas por “barbados”: plantio de agosto a 
setembro; mudas de porta-enxertos enraizadas em sacolas plásticas: plantio de outubro a novembro; 
mudas prontas obtidas por enxertia de mesa: agosto a setembro. No plantio de estacas de porta-enxertos, 
a enxertia com a variedade copa deve ser realizada nos meses de julho a agosto do ano seguinte. 
 
 
 
 
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Controle de pragas: 
 
Das raízes - pérola-da-terra ou margarodes - uso de porta-enxertos tolerantes ou inseticidas 
sistêmicos granulados no solo, como tiamethoxam e imidacloprid; filoxera - uso de porta-enxertos 
resistentes; 
Do tronco e dos ramos - cochonilhas - tratamento de inverno com calda sulfocálcica ou raspando-se 
o tronco e aplicando óleo emulsionável a 1% mais um inseticida fosforado registrado; coleobrocas - retirar 
os restos da poda de inverno e queimá-los; cigarrinha-das-fruteiras - poda de inverno e pulverizações 
com inseticidas fosforados registrados; 
Das folhas e dos brotos - maromba ou trombeta, grilo-mole, besouro-verde, filoxera na parte aérea, 
lagarta-das-folhas, besouros - pulverizações com inseticidas fosforados registrados; mosca-branca - 
imidacloprid e tiamethoxan; ácaros - pulverizações com acaricidas específicos; 
Dos frutos - traça-dos-cachos - pulverizações com inseticidas piretroides registrados; mosca-das-
frutas - ensacamento dos frutos e pulverizações com inseticidas à base de fentiom, triclorfon e malation; 
tripes - pulverizações com metildicarb. 
 
Controle de doenças: 
 
Fúngicas - antracnose - pulverizações com fungicidas cymoxanil, mancozeb, tiofanato metílico e 
difenoconazol; peronóspora ou míldio - pulverizações com fungicidas cobre, mancozeb, maneb, metiram, 
propineb, ziram, ferbam, folpet, captan, fosetil-alumínio, metalaxil-M, benalaxil, fenamidone e 
dimetomorfe; oídio - pulverizações com fungicidas azoxestrobin, dinocap, piraclostobin, tolefluanid, 
fenamirol, difenoconazolmetriram + piraclostrobina, boscalid; mancha-das-folhas - pulverizações com 
fungicidas mancozeb, tiofanato metílico e difenoconazol; ferrugem - pulverizações com fungicidas calda 
bordalesa, zineb, maneb, ferbam e captafol; declínio-da-videira e botriodiplodiose: aplicação de tiofanato 
metílico nos cortes causados pela poda; podridão-amarga - pulverizações com fungicidas captan, ferban 
e maneb; podridão-da-uva-madura - pulverizações com o fungicida maneb nas bagas, durante todo o 
ciclo; podridão-negra - pulverizações com os fungicidas maneb e ferban; mofo-cinzento ou botritis - 
pulverizações com fungicidas captan, folpet, procimidone e iprodione; murcha-de-fusarium ou fusariose - 
usar porta-enxertos tolerantes como 1103 Paulsen, 99R e 110R. 
 
Bacterianas - Xantomonas - usar material de propagação sadio, originário de locais livres da doença. 
 
Vírus - realizar propagação com material isento de vírus, tanto para porta- enxertos como para copas. 
 
Utilização de biorreguladores: os reguladores vegetais podem ser utilizados, em viticultura, para 
controle do crescimento vegetativo, aumento da fertilidade das gemas, incremento da fixação de frutos, 
desbaste de cachos, supressão de sementes, aceleração ou retardo da maturação dos frutos, controle 
do enrugamento dos bagos, enraizamento de estacas e na micropropagação. 
 
Cianamida - para interromper a dormência das gemas utilizam-se químicos a base de cianamida, que 
são a cianamida cálcica ou calciocianamida e a cianamida hidrogenada. A dose padrão para a cianamida 
cálcica é de 20%; para a cianamida hidrogenada, de 1,25% a 3,43% em função do clima e das condições 
de repouso das gemas. Para melhorar a brotação em regiões com clima quente pode-se utilizar o 
ethephon a 2160 mg L-1 associado à cianamida hidrogenada entre 1,47% a 1,96%. 
 
Auxina - com a variedade Niagara, para reduzir as perdas pós-colheita, e a incidência de podridões 
de frutos pode-se utilizar o ácido alfa naftaleno acético na dose de 150 mg L-1 de um dia a uma semana 
antes da colheita. 
 
Citocinina - dentre os químicos comerciais destacam-se o CPPU (N-(2-cloropiridil)-N-fenilureia), 
também denominado forclorofenuron; e o thidiazuron (N-fenil-N1,2,3-tidiazol-5-tiureia). Para a Niagara 
cultivada em regiões tropicais, como o noroeste e oeste do Estado de São Paulo, para melhoria da 
aderência ao pedicelo e aumento do tamanho da baga, utiliza-se a mistura de thidiazuron 10 mg L-1 com 
ácido giberélico 35 mg L-1 em pulverização direcionada aos cachos, aos 14 e 28 dias após o 
florescimento. 
 
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Giberelina - aplicada em pré-florescimento promove o aumento da ráquis; no florescimento, conforme 
a variedade, propicia o desbaste ou aumento da fixação das flores. As doses variam com as variedades 
e o clima dos locais de cultivo. 
 
Ácido abscíssico (AAB) - para induzir a coloração da película das bagas em variedades de uvas 
coloridas cultivadas em locais com pouca ou sem alternância de temperatura entre o dia e a noite, pode-
se aplicar o AAB em solução direcionada ao cacho, 7 a 10 dias após a viragem da cor. 
 
Colheita: 
a) Regiões leste e sudoeste do Estado de São Paulo: compreendem as regiões de Jundiaí, 
Indaiatuba, Vinhedo, Valinhos, Louveira, Itupeva, Porto Feliz, Pilar do Sul e São Miguel Arcanjo.Realiza-
se a colheita da safra de verão no período de dezembro a fevereiro, sendo proveniente da poda de 
inverno. Tem-se também a safra de inverno, no período de abril a junho, sendo proveniente da poda do 
enxerto e da poda de verão realizadas no período de novembro a fevereiro. 
b) Regiões noroeste e oeste do Estado de São Paulo: compreendem as regiões de Jales, Palmeira 
d’Oeste, Urânia, Dracena e Tupi Paulista. Realiza-se a colheita da uva no período de junho a novembro, 
entressafra das regiões leste e sudoeste do Estado de São Paulo. Para isso, realiza-se a poda de 
produção, nos meses de fevereiro a junho, e a poda de formação dos ramos, nos meses de outubro a 
novembro. 
 
Produtividade: a produtividade da videira depende da variedade, do sistema de condução e do 
manejo das plantas. Pode variar desde valores abaixo de 10 t ha-1 em cultivos de uvas finas para vinho, 
em espaldeira, até 12, 15 até 18 t ha-1 para cultivares comuns para mesa ou indústria conduzidas em 
espaldeira, podendo atingir de 25 a 30 t ha-1, em uvas rústicas ou finas para mesa ou indústria, em “Y”, 
ainda podendo ainda chegar até 40-50 t ha-1, nas uvas finas para mesa conduzidas em latada. 
 
MAMÃO 
 
PRINCIPIOS E PRÁTICAS DO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS11 
 
Controle genético por meio de combinações varietais 
Esta medida atua no princípio da imunização, pela seleção de cultivares que possuam resistência ou 
tolerância a determinado grupo de patógenos. Em mamoeiro, os trabalhos existentes buscam a 
imunização por meio de resistência quantitativa, qualitativa e premunização química e biológica. 
Trabalhos conduzidos por Yeh & Gonsalves (1988), comprovaram que as estirpes fracas HA 5-1 e HA 6-
1 do PRSV-P, obtidas por mutação, foram utilizadas em Taiwan e Havaí, apresentando, ambas, grande 
potencial e alta eficiência para o controle da mancha anelar do mamoeiro por premunização, entretanto 
não conseguiram premunizar estirpes do vírus no Brasil (Tennant et al., 1994); O princípio de imunização 
tem como exemplo de maior sucesso o mamão transgênico resistente ao vírus PRSV, no Havaí, 
atualmente plantado comercialmente (Gonsalves, 1998). 
 
Utilização de mudas sadias 
A produção de mudas sadias se insere no princípio de exclusão, pois impede de levar qualquer praga 
para novos plantios. Alguns tipos de vírus podem ser transmitidos por mudas obtidas próximas a pomares 
que possuam plantas doentes. Artrópodes como ácaros, insetos ou fungos que causam a oidiose, pinta 
preta e o tombamento causado por Pythium podem ser evitadas ou ter a sua incidência diminuída com o 
uso de mudas sadias obtidas em locais protegidos ou distantes do pomar (Oliveira et al., 1994). 
 
Rotação de culturas 
A rotação de cultura é uma prática associada ao princípio de erradicação e tem como objetivo principal 
reduzir o inóculo ou a população da praga em determinada área. Associada a outras práticas, a rotação 
de cultura pode agir principalmente sobre pragas do sistema radicular ou transmitidas por insetos vetores. 
Recomendada do ponto de vista técnica, esta medida pode não ser vantajosa do ponto de vista 
econômico e em mamoeiro não existem estudos que permitam a indicação do seu uso como uma medida 
de controle econômica ou eficiente. 
 
 
 
11 https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/50655/1/Manejo-integrado-P6-2-HermesPeixoto.pdf 
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. 47 
Preparo do solo 
O que se pretende neste caso é aliar as práticas conservacionistas com o controle das pragas. O 
preparo do solo é uma prática associada ao princípio de regulação e para que seja efetivo no manejo 
integrado é fundamental que seja bem feito antes do plantio e serve mais para pragas do solo que podem 
ser beneficiadas ou prejudicadas pelo excesso de água, pela falta de aeração em solos compactados, 
por ferimentos causados por implementos agrícolas entre outros. Mais aplicado a fungos e nematóides, 
este princípio pode ser bastante útil no controle de podridão de raízes. 
 
Adubação orgânica e mineral 
A adubação quer orgânica quer mineral, é encarada como prática essencial ao princípio de regulação, 
atuando na redução da taxa de progresso da praga, principalmente pragas do solo ou com preferência 
por tecidos novos ou floração. Os estudos sobre a associação da adubação e a predisposição de ataque 
de pragas ainda não estão bem desenvolvidos em mamoeiro, porém sabe-se que para outras culturas 
determinado tipo de adubação pode favorecer a predisposição de uma praga, ou desfavorecer o 
aparecimento de outra. 
 
Quebra ventos 
A utilização de quebra-ventos é uma prática de manejo integrado associada à regulação, sendo mais 
empregada para controle de pragas da parte aérea. Utilizada com sucesso para outras culturas como o 
citros, vem sendo utilizado recentemente em mamoeiro em pomares com histórico de mancha anelar, 
doença causada por vírus e transmitida por vetores (Ometo & Caramori, 1981). 
 
Prevenção contra ferimentos 
Os ferimentos destroem as barreiras mecânicas das células das plantas. Esta medida está associada 
à regulação ambiental. São classificados como ferimentos os químicos decorrentes da utilização 
inadequada de adubos e pesticidas, e físicos, produzidos por condições climáticas e instrumentos de 
corte e biológicos provocados por nematoides, caramujos, roedores. 
 
Manejo de plantas concorrentes e consorciadas 
O manejo de plantas concorrentes, além de auxiliar na regulação de aspectos físicos e químicos do 
ambiente, também é fundamental no controle de artrópodes vetores de patógenos como os ácaros ou na 
preservação de inimigos naturais, desta forma não exercendo nenhuma ação direta sobre as pragas ou 
seus hospedeiros. No caso da mancha anelar deve-se evitar o crescimento de cucurbitáceas dentro e 
nas proximidades do pomar por ser hospedeiro preferencial do pulgão, agente vetor da doença o que 
contribui para aumentar a população do vetor (Rezende & Fancelli, 1997; Lima & Camarço, 1997). 
As coberturas vegetais devem ser avaliadas quanto à possível preferência por ácaros e insetos assim 
como por inimigos naturais. Plantios de mamoeiro consorciados com citros, por esta última ser hospedeiro 
preferencial do pulgão, não devem ser recomendados em função do aumento do número de pulgões na 
área. Em citricultura o mentrasto é hospedeiro preferencial para ácaros predadores de pragas do 
mamoeiro, aumentando a população destes agentes biocontroladores (Sato, 2005). 
 
Irrigação 
A irrigação é uma prática que influencia o princípio de regulação do ambiente, mas pode ser agente 
de disseminação de inóculos de pragas do solo ou aquelas que atacam flores ou frutos. O tipo de irrigação 
em áreas com histórico de determinada praga deve ser definido. Irrigação por aspersão, por exemplo, 
não deve ser utilizada em pomares com doenças que ocorrem durante o período de florescimento e 
desenvolvimento de frutos, como pinta preta, corinesporiose, entre outras, pois além de servir como 
agente de disseminação contribui para aumentar a umidade relativa dentro do pomar, condição 
predisponente para muitas pragas. A irrigação por microaspersão deve ser bem dimensionada, pois 
lâminas d’água ou instalação inadequada de bicos molhando a base da planta contribuem para o aumento 
de incidência de pragas do solo (Nascimento et al., 2009) 
 
Controle biológico 
O controle biológico é uma prática de destaque dentro do manejo integrado responsável pela 
manutenção do nível de equilíbrio das pragas e seu controle. No manejo de pragas do mamoeiro devem 
ser observados os princípios básicos de controle biológico como conservação, introdução e multiplicação. 
Em face do grande número de pragas existentes na cultura do mamoeiro, o método de conservação, 
também denominado controlebiológico natural, é o que deve ser mais utilizado, porque ele visa à 
preservação dos inimigos naturais já existentes. Para isto, devem ser utilizados pesticidas mais seletivos, 
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. 48 
aplicados no momento correto e preservar as fontes de alimentação destes inimigos naturais. O 
monitoramento das pragas deve levar em consideração a presença dos inimigos naturais para que se 
estabeleçam estratégias de controle condizentes com a sua preservação. (Noronha et al., 2005). 
 
Controle químico mediante monitoramento 
O controle químico deve ser utilizado como uma medida complementar de todas estas práticas 
descritas ou para pragas cujo comportamento epidemiológico ou de disseminação e dispersão não 
permitam economicamente o uso das práticas em controle a médio ou longo prazo. Antes de se 
estabelecer um programa de controle químico deve-se levar em consideração a sua eficácia, seu custo, 
e principalmente o impacto que será provocado pelos produtos utilizados ao meio ambiente e aos inimigos 
naturais, micorrizas, e bactérias fixadoras de nitrogênio. Para que se faça um controle químico efetivo e 
preservador é necessário que as aplicações sejam feitas mediante resultados de monitoramento que 
estabeleçam o momento exato em que determinada praga causa danos econômicos à planta (Santos 
Filho et al., 2007). 
 O monitoramento das pragas permite estabelecer os níveis para as tomadas de decisão compatíveis 
com o controle e a identificação dos inimigos naturais, obedecendo a metodologias de amostragem, que 
serão apresentadas a seguir. 
 
Monitoramento de pragas e seus inimigos naturais fundamentos do monitoramento 
 
A base para o estabelecimento de qualquer sistema de MIP é o monitoramento por amostragem para 
detecção do objeto-alvo a ser controlado, as pragas, e a identificação dos seus respectivos inimigos 
naturais. Para tal, devem ser observadas todas as expressões dos sintomas, sinais ou presença da praga, 
relacionando-as com a época de sua maior prevalência, fenologia da cultura, idade da planta, do seu grau 
de susceptibilidade ao ataque, e relacionar estes aspectos com a influência que as condições 
climáticas.possam exercer. Desta maneira, o monitoramento requer vistorias periódicas do pomar para 
registro da presença das pragas, tipo de danos, sintomas, presença de inimigos naturais, estabelecendo-
se assim os procedimentos distintos e ideais para caracterizá-las e quantificá-las. 
 
Princípios do Monitoramento 
 
Amostragem 
De acordo com o tipo de praga, a inspeção deve ser feita utilizando-se diferentes tipos de amostragem: 
•Amostragem sistemática - feita para as pragas primárias e inimigos naturais e é realizada durante 
todo o ano; 
•Amostragem ocasional - realizada para as pragas secundárias. É feita ao mesmo tempo em que se 
realiza a inspeção por amostragem sistemática, porém determinadas épocas do ano; 
•Amostragem monitorada – são utilizadas armadilhas de atração de adultos de acordo com as 
características específicas de cada praga. 
 
Tamanho da amostra 
O talhão a ser amostrado deve ser georeferenciado e o seu tamanho, para a cultura do mamoeiro, foi 
estabelecido em dez hectares, contendo plantas uniformes, da mesma variedade e com a mesma idade. 
 
Casualização 
Para que a contagem das pragas represente bem o talhão, as plantas da amostragem devem ser 
casualizadas num percurso em ziguezague. 
 
Unidade da Amostra 
É a parte da planta que deve ser inspecionada para detecção de determinada praga. Por exemplo, 
para procurar o ácaro rajado amostra-se a primeira folha ainda verde mais próxima ao solo procedendo-
se três visadas na parte inferior da folha; para o ácaro branco, procede-se várias observações na folha 
mais nova do ápice da planta. Desse modo, para cada praga é determinada a parte da planta que deve 
ser inspecionada, o local e o número de observações. 
 
Frequência da Inspeção 
` É o intervalo de tempo entre uma inspeção e outra, determinado pela biologia da praga, pela sua 
capacidade de reprodução, época do ano, período de incubação, distribuição espacial e temporal, dados 
climáticos, inimigos naturais etc. 
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. 49 
Dados climáticos 
Sempre que possível, devem ser considerados os dados climáticos provenientes de estações 
meteorológicas localizadas nas proximidades dos talhões monitorados, tais como dias de chuva, 
evapotranspiração, umidade relativa, radiação, horas de luz, duração média do vento, velocidade média 
do vento e umidade no interior da copa. Como exemplo, o conhecimento de dados de umidade, 
pluviosidade e neblina são muito úteis para o estabelecimento do controle da doença pinta preta do 
mamoeiro. 
 
Agentes do Monitoramento 
 
Inspetor de pragas (pragueiro) 
O avaliador do monitoramento é o inspetor fitossanitário, também conhecido como “pragueiro”. Ele é 
o profissional auxiliar e de confiança do produtor, cuja função é fazer a inspeção dos talhões de acordo 
com as técnicas do Manejo Integrado de Pragas. O inspetor é o responsável pela vistoria nas plantas, 
detectando as pragas e os inimigos naturais existentes, registrando na ficha de campo e levando os 
resultados a pessoas que possam tomar a decisão de controle, que pode ser o proprietário, o responsável 
técnico, o gerente ou outro profissional indicado para a tomada de decisão. 
 
Manejador de pragas 
O manejador de pragas é o profissional que após receber treinamento sobre princípios, conceitos, 
táticas e estratégias do manejo integrado, analisa as fichas de campo que lhes são entregues pelo 
inspetor e baseado nos dados coletados, determina o nível de ação, levando em consideração aspectos 
administrativos e gerenciais do pomar. 
 
Documentos de Registros do Monitoramento 
 
Ficha de campo 
É o instrumento de anotação dos resultados da amostragem. Deve haver uma ficha de campo por 
amostragem e por talhão. Com os dados anotados, serão calculadas as incidências e severidades das 
pragas que serão repassadas para o caderno de campo, documento que deve permanecer no escritório 
da propriedade para eventuais fiscalizações de conformidades. 
 
Caderno de Campo 
No caderno de campo da Produção Integrada de mamão, o documento de registro das tomadas de 
decisão é uma planilha onde são anotados os dados referentes ao total de incidência da praga e também 
o registro de dados posteriores à tomada de decisão como o produto que será aplicado, seu princípio 
ativo, a dose utilizada, o volume da calda por hectare, o período de carência, o tipo de equipamento que 
aplicou o produto, o nome do funcionário que preparou e/ou aplicou a calda. 
 
Procedimentos para o Monitoramento das Principais Pragas 
Ácaros rajado e vermelho: Tetranychus urticae e Tetranychus desertorum 
Metodologia de inspeção: Com uma lupa de 10 aumentos visar a face inferior da primeira folha de 
coloração verde a partir da base da planta. Nessa folha, proceder três (3) visadas na sua face inferior, 
próximas à nervura central, anotando o número total de ácaros por planta. Encontrando 10 ou mais ácaros 
na primeira visada interrompe-se a avaliação e anota 10 na ficha de campo. 
Nível de Ação: Em período seco, inicia-se a pulverização quando a média das 30 plantas indicar seis 
(6) ou mais ácaros por planta. 
 
Ácaro branco: Polyphagotarsonemus latus 
Metodologia de inspeção: Retirar uma folha do ápice da planta (folhas pequenas com coloração verde-
claro) medindo até cinco (5) cm de comprimento e, com uma lupa de 10 aumentos e um (1) cm2 de base, 
dar várias visadas no verso da folha. Considerar a planta atacada quando for constatada a presença do 
ácaro. Anotar 0 (zero) para a ausência do ácaro, (1) para a presença e (-) traço caso encontre apenas 
sintomas.Durante a visita, o pragueiro deve estar alerta para observar plantas com sintomas de ataque 
do ácaro, mesmo não sendo a planta escolhida na amostragem. 
Nível de Ação: Descoberta uma planta ou reboleira com os sintomas, anotar em “observações” a sua 
localização, indicando o número da planta da amostragem mais próxima. Neste caso, tomar a decisão de 
controle para esta reboleira. Caso seja encontrada uma área foco por hectare, em cinco hectares ou mais, 
tomar a decisão de controle em todo o talhão. 
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. 50 
Mosca Branca: Trialeurodes variabilis, Bemisia argentifolii 
Metodologia de inspeção: Para o monitoramento da mosca branca, deve-se inspecionar a primeira 
folha do ápice para a base que tiver em sua axila uma flor ainda fechada. Contar o número de formas 
jovens do inseto (ninfas) e de pupas em metade da folha amostrada. Anotar, no quadrado correspondente, 
o número de ninfas e pupas contado, e 0 (zero) para a ausência do inseto. Anotar, em observações, o 
número de pupas parasitadas. 
Nível de Ação: Em regiões com presença da meleira, considerar o talhão infectado quando se descobrir 
a primeira planta com presença da espécie B. argentifolii. Para as demais espécies, o nível de controle 
está em estudo. 
 
Cochonilha: Aonidiella comperei 
Metodologia de inspeção: Visar a presença da praga nos frutos e na região do caule, logo abaixo da 
coluna de frutos. Anotar na ficha de campo 0 (zero) para a ausência e 1 para a presença de até uma 
cochonilha. 
Nível de infestação/controle: Não foi ainda definido o nível de infestação necessário para se iniciar o 
controle em talhões para comercialização no país. Para talhões destinados ao exterior, encontrando-se 
uma cochonilha, recomenda-se o controle da área. 
 
Cigarrinha: Solanasca bordia 
Metodologia de inspeção: Inspecionar a primeira folha de coloração verde a partir da base da planta. 
Anotar o número de cigarrinhas no estágio de ninfa por planta e (-) traço para apenas sintomas em folhas. 
Não encontrando sintomas ou praga, anota-se 0 (zero) Nível de Ação: Em definição. 
 
Mandarová: Erinnys ello ello 
 
Metodologia de inspeção: Para o monitoramento, é anotado na ficha de campo, em “observações”, 
o número da planta monitorada com presença de ovos ou larvas. 
 
Nível de Ação: Em caso da presença da fase de vida predominante a causar dano econômico e que 
estejam bem distribuídas no talhão, iniciar a pulverização em menos de três dias. 
 
Podridão de Phytophthora: Phytophthora palmivora 
 
Metodologia de inspeção: Para o monitoramento da doença em plantas (raízes e colo), durante o 
monitoramento demais pragas, verificar a presença ou ausência de sintomas de amarelecimento e 
murcha de folhas, entortamento do ápice da planta ou lesão no tronco próximo ao solo. Anotar um (1) 
para presença e 0 (zero) para ausência. Em caso de ataque em frutos, contar o número de frutos atacados 
e anotar no quadrado correspondente da planilha. 
 
Nível de Ação: Para o controle da praga nos frutos, iniciar uma pulverização para controle quando 
15% das plantas apresentarem até cinco (5) frutos afetados, bem distribuídas ao longo do talhão. Em 
caso de ocorrência localizada (reboleiras), fazer o controle apenas na área foco. Para a infecção na 
planta, recomenda-se uma vistoria em todo o talhão e aplicação dos princípios de proteção, terapia e 
erradicação caso a planta esteja em avançado grau de infestação. 
 
Varíola ou Pinta Preta: Asperisporium caricae 
 
Metodologia de inspeção: O monitoramento da pinta preta deve ser iniciado logo após a sexagem 
das plantas quando o ataque acontece apenas nas folhas. Neste caso, escolher a primeira folha verde a 
partir da base da planta, anotando no quadro correspondente à planta inspecionada: (0) para folha sem 
lesão, (1) para folha com até cinco (5) lesões, (2) para folha com mais de cinco (5) lesões, limitadas a 20 
e (3) para folhas com mais de 20 lesões ou áreas coalescidas. No caso de plantas com frutos, contar 
todos os frutos da planta e todos os frutos com até uma pinta. Marcar (0) caso não encontre fruto 
manchado, ou o percentual de frutos atacados em função do número total de frutos. 
 
Nível de Ação: A tomada de decisão para controle da pinta preta, em folhas, acontecerá quando o 
somatório dos níveis de incidência da doença na folha atingir 0,35 e, no caso dos frutos, quando a 
incidência alcançar o nível 5,0% ou menos dependendo, das condições ambientais de umidade e 
pluviosidade. 
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. 51 
Mancha de Corynespora: Corynespora cassiycola 
 
Metodologia de inspeção: Para o monitoramento da Mancha de Corynespora, devem ser 
consideradas, diferentemente, as plantas com e sem frutos. No caso de plantas sem frutos, escolher a 
primeira folha do ápice para a base que tiver em sua axila uma flor ainda fechada, anotando a presença 
de lesão no quadro correspondente à planta inspecionada. No caso de plantas com frutos, contar todos 
os frutos da planta e todos os frutos com até uma mancha para estabelecer o percentual de frutos 
atacados. 
 
Nível de Ação: A tomada de decisão para controle da Corynespora deve ser igual ao da pinta preta, 
para ataque nos frutos. Nas folhas, o índice ainda não está estabelecido em face do desconhecimento do 
real prejuízo causado pela doença. 
 
Podridão Preta ou Queima de Phoma: Phoma caricae-payae 
 
Metodologia de inspeção: Inspecionar folhas novas no topo da planta, procurando pequenas 
necroses nas suas margens ou na lâmina foliar, que podem se juntar formando anéis concêntricos com 
pontuações negras no centro da lesão. Encontrando este tipo de lesão, anotar (1), não encontrando, 
anotar 0 (zero). 
 
Nível de ação: Adotar tomada de decisão de controle quando 15% das plantas inspecionadas, bem 
distribuídas no talhão, apresentarem sintomas nas folhas novas. 
 
Mancha Chocolate: Colletotrichum sp. 
 
Metodologia de Inspeção: Inspecionar frutos ainda “de vez”, com até três rajas amarelas, que 
apresentem lesões escuras, marrons, endurecidas ou recobertas por goma branca. Anotar 0 (zero) para 
planta com ausência de lesão e (1) para planta que apresente até 1 fruto atacado com apenas uma lesão. 
 
Nível de Ação: Adotar tomada de decisão de controle quando 10% das plantas inspecionadas, bem 
distribuídas no talhão, apresentarem sintomas nos frutos. 
 
Inimigos Naturais: Ácaros Predadores, Joaninhas e Bicho Lixeiro 
Os principais inimigos naturais das pragas do mamoeiro são as joaninhas Cicloneda sanguinea e 
Pentilia egena (esta última encontrada em associação com a cochonilha A. comperei), os ácaros 
predadores Typhlodromalus manihoti e Neoseiulus idaeus e o bicho lixeiro Chrysoperla sp. 
 
Metodologia de inspeção: Ao realizar o monitoramento das pragas, observar a ocorrência de inimigos 
naturais, anotando na ficha: 0 (zero) para ausência e 1 para presença. 
 
MANGA12 
 
Durante seu desenvolvimento e produção, a mangueira é atacada por diversos artrópodes, que 
provocam diferentes tipos de danos. Na literatura internacional, 260 espécies de insetos e ácaros têm 
sido registrados como pragas de maior ou menor importância da mangueira (Peña et al., 1998). No Brasil, 
das 148 espécies de insetos e ácaros associados à mangueira, como pragas-chave, secundárias ou 
ocasionais, 31 danificam frutos, 78 danificam folhas, 18 danificam inflorescências, 9 danificam brotações 
e 45 danificam ramos e troncos (Barbosa et al., 2005). Como praga-chave ou principal, considera-se 
aquela que, com frequência, provoca danos econômicos, exigindo medidas de controle; praga secundária 
aquela que embora cause danos à cultura, raramente provoca danos econômicos, enquanto as 
esporádicas ou ocasionais podem causar danos em áreas localizadasem determinado período. A 
classificação em praga-chave ou secundária pode variar, dependendo da região e uma praga secundária 
pode tornar-se de importância econômica, como resultado de mudanças em práticas culturais e uso 
indiscriminado de agrotóxicos. 
 
 
 
 
12 https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/OPB136ID-KknonkV9xQ.pdf 
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. 52 
Pragas-Chave na Cultura da Mangueira 
 
MOSCAS-DAS-FRUTAS - Ceratitis capitata e Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae) 
As moscas-das-frutas fazem parte de um grupo de pragas responsável por grandes prejuízos 
econômicos na cultura da mangueira, não só pelos danos diretos que causam à produção, como, também, 
pelas barreiras quarentenárias impostas pelos países importadores. A. obliqua é a principal mosca-das-
frutas que ataca a manga. No Vale do São Francisco C. capitata é a espécie mais comum, contudo, além 
dessa espécie, são relacionadas onze espécies do gênero 
Anastrepha A. zenildae, A. obliqua, A. sororcula, A. fraterculus, A. pickeli, 
A. distincta, A. serpentina, A. manihot, A. dissimilis, A. montei e A. daciformis, das quais, apenas as 
três últimas não utilizam a manga como hospedeira (Paranhos et al., 2004; Haji et al., 2001; Haji & 
Miranda, 2000; Souza Filho, 1999; Nascimento et al., 1991). Os gêneros Bactrocera, Dirioxa and 
Toxotrypana não foram ainda registrados. 
Os ovos das moscas-das-frutas são introduzidos, por meio do ovipositor, abaixo da casca do fruto, de 
preferência ainda imaturos. No local onde são depositados, pode ocorrer contaminação por fungos ou 
bactérias, o que resulta no apodrecimento local do fruto. Aproximadamente dois dias após a postura, 
eclode a larva, que passa a se alimentar da polpa do fruto hospedeiros, reduzindo sua qualidade e 
tornando-o impróprio para consumo in natura, comercialização e industrialização. Os frutos atacados 
amadurecem prematuramente e passam por processo de podridão generalizada (Nascimento et al., 
2002). 
 
PRAGAS SECUNDÁRIAS DA MANGUEIRA 
 
Pragas da Inflorescência e de Frutos 
 
TRIPES - Selenothrips rubrocinctus e Frankliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae) 
No Vale do São Francisco, S. rubrocinctus e F. schultzei são as espécies mais comuns de tripes que 
atacam a mangueira. Espécies do gênero Frankliniella têm sido relatadas ocasionando danos em 
panículas, por sua alimentação em nectários e anteras de flores, que poderá resultar em perda prematura 
de pólen (Peña and Mohyuddin, 1997). S. rubrocinctus e F. schultzei também têm sido reportados 
danificando frutos. Em altas infestações o dano é visível na casca dos frutos, que apresentam manchas 
ou rachaduras que depreciam o seu valor com comercial (Barbosa et al., 2000a; Brandão & Boaretto, 
1999). 
 
LAGARTAS - Pleuroprucha asthenaria (Lepidoptera: Geometridae) e Cryptoblabes gnidiella 
(Lepidoptera: Pyralidae). 
Alimentam-se de pétalas e ovários de flores, resultando no secamento parcial ou total da inflorescência 
com consequente diminuição da frutificação. Frutos pequenos e o pedúnculo podem, ainda, apresentar a 
superfície da epiderme danificada pelas larvas, levando a queda ou amadurecimento precoce. A presença 
destas lagartas é maior em inflorescências compactadas pelo uso do paclobutrazol ou, infectadas pelo 
fungo Fusarium spp., (agente da malformação floral), ambiente favorável ao ataque da praga. 
C. gnidiella também é uma praga comum em videiras na nossa região (Moreira et al., 2004) enquanto 
P. asthenaria tem sido relatada em inflorescências e grãos de sorgo, na Colombia (Pulido, 1979). 
 
MOSQUINHA-DA-MANGA, MOSCA-DA-PANÍCULA – Erosomyia mangiferae (Diptera: 
Cecidomyiidae) 
 
É originária da Índia e foi introduzida nas Américas por meio de mudas importadas (Cunha et al., 2000). 
O primeiro relato sobre E. mangiferae, no Brasil, foi feito por Silva et al. (1968), sem que fosse mencionado 
o local de ocorrência. Em meados de 1993, constatou-se sua presença no Submédio São Francisco. 
Desde então, tem sido observado na região, acentuado aumento populacional desse inseto, estando 
presente nos municípios de Petrolina, em Pernambuco, e em Juazeiro, Casa Nova, Remanso e 
Sobradinho, na Bahia (Haji et al., 2000). 
As larvas atacam panículas florais e os frutos em formação no estádio de “chumbinho”. Em 
consequência do seu ataque ao eixo da inflorescência, pode haver perda total da panícula floral, podendo 
ainda danificar botões florais e provocar a queda de frutos na fase de `chumbinho`. A presença dessa 
praga no campo é de fácil visualização na planta, pois a panícula floral apresenta uma curvatura (Haji et 
al., 2000; Barbosa et al., 2000a; Haji et al., 1996). 
 
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. 53 
COCHONILHAS 
As cochonilhas Aulacaspis tubercularis, Saissetia oleae, Pinnaspis sp. e Pseudococus sp., infestam os 
frutos da mangueira, podendo ocasionar exsudação de látex, manchas e deformações nos frutos, 
desqualificandoos para fins comerciais (Peña, 2004; Icuma & Cunha, 2001; Gallo et al., 2002). 
A.tubercularis é considerada a espécie mais importante nos pomares destinados à exportação 
(Nascimento et al., 2002). De acordo com Souza Filho et al. (2004), há indícios de que o orifício feito para 
a sua alimentação no fruto, favorece a penetração de patógenos de pós-colheita. 
 
PULGÕES - Aphis gossypii, A. craccivora e Toxoptera aurantii (Hemiptera: Aphididae) 
A ocorrência de pulgões em mangueira, em condições de campo, não é comum. Entretanto, em 
plantios comerciais no Submédio São Francisco, observamse infestações de afídeos causando danos às 
plantas. São insetos sugadores, polífagos e podem estar em outras culturas ou colonizando plantas 
invasoras, localizadas próximas ou no interior do pomar (Barbosa et al., 2005; Ferreira & Barbosa, 2002). 
Ao alimentarem-se da seiva, injetam na planta substâncias tóxicas, que provocam o o secamento e a 
queda de flores, reduzindo, consequentemente, a produção de frutos. Além disso, há redução da 
capacidade fotossintética da planta, devido à ocorrência de fumagina (Barbosa et al., 2001b). 
 
ÁCARO - Oligonychus spp. (Acari: Tetranychidae) 
Ocasionalmente, podem acarretar danos às flores e frutos novos. Infestações severas tornam os frutos 
de coloração ferrugínea (Oliveira, 1980; Cunningham, 1991; Peña & Mohyuddin, 1997). 
CIGARRINHA-DOS-PEDÚNCULOS - Aethalion reticulatum (Hemiptera: Aetalionidae) 
Suga grande quantidade de seiva, colonizando pedúnculos, causando atraso no desenvolvimento e a 
queda de frutos (Gallo et al., 2002; Souza Filho et al. 2004). 
 
IRAPUÁ - Trigona spinipes (Hymenoptera: Apidae) 
Em busca de resina para a construção de seus ninhos, estes insetos atacam flores e frutos da 
mangueira, provocando a queda prematura de flores e frutos (Cunha et al., 2000). 
 
PRAGAS DE FOLHAS E DE BROTAÇÕES 
 
Pragas de folhas e brotações da mangueira causam danos pela redução da área fotossintética da 
planta, reduzindo, consequentemente, a quantidade de fotossintatos translocados para as raízes e frutos 
(Peña, 2004). No Brasil, as mais prejudiciais a mangueira são os tripes, os ácaros, a mosquinha da 
manga, besouros, lagartas, pulgões e cochonilhas. 
 
TRIPES - Selenothrips rubrocinctus e Frankliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae) 
O ataque dos tripes nas folhas ocorre principalmente na superfície inferior, próximo à nervura central, 
causando necrose e, posteriormente, queda prematura. As partes danificadas apresentam, inicialmente, 
coloração prateada que pode evoluir para coloração ferruginosa, com pontos escuros, que são os 
excrementos secos, os quais indicam a presença dos tripes (Nascimento & Carvalho, 1998; Peña et al., 
1998). 
 
ÁCAROS 
Os ácaros, principalmente os eriofídeos,acham-se mundialmente disseminados nos pomares de 
mangueira. Há registro na literatura brasileira de várias espécies de ácaros, responsáveis por danos 
causados em folhas e gemas da mangueira. 
 
Microácaro da mangueira – Aceria (=Eriophyes) mangiferae (Acari: Eriophyidae) 
É o ácaro mais prejudicial a mangueira. Habita as gemas florais e vegetativas. Ocorre principalmente 
em época quente e seca (Cunha et al., 2000). Causa a morte das gemas terminais e laterais e 
superbrotamento, dificultando o desenvolvimento das plantas novas que ficam raquíticas e de copa mal 
formada (Gallo et al., 2002). Sua maior importância na mangueira é por ser vetor do fungo Fusarium spp., 
agente etiológico da malformação da mangueira (Moreira et al., 1999; Mora Aguilera et al., 1998), que é 
uma das sérias doenças desta frutífera em São Paulo e na região semiárida, provocando drástica redução 
na produção (Tavares, 1995; Rossetto et al., 1989). 
 
Ácaro branco – Poliphagotarsonemus latus (Acari: Tarsonemidae) 
São ácaros típicos de ponteiros, ocorrendo geralmente em mudas nas condições de viveiro Rossetto 
et al. (1996). Infestam somente as partes novas da planta, como as folhas em formação, as quais tornam-
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se mais estreitas, com os bordos ligeiramente arqueados para baixo, havendo enrijecimento e queda de 
folhas novas e morte dos ponteiros. No Submédio do Vale do São Francisco, sua ocorrência é comum 
em pomares comerciais (Barbosa et al., 2002). 
 
Oligonychus spp. 
As espécies O. biharriensis e O. yothersi desenvolvem-se na face superior das folhas, recobrindo-as 
com pequena quantidade de teia. São mais frequentes na época seca do ano (Flechtmann, 1976). 
Podem tornar-se pragas importantes devido a desequilíbrios ocorridos pelo controle de outras pragas 
(Peña et al., 1998). Causam danos em mangueira, devido ao secamento e queda de folhas. Em 
infestações severas, as folhas apresentam-se recobertas por um pó, devido à grande quantidade de 
ecdises do ácaro. De acordo com Flechtmann (1976), o ataque destes ácaros faz com que as folhas 
percam seu brilho característico, observando-se entre os fios de teia certa quantidade de poeira e detritos, 
conferindo um aspecto de sujeira às folhas, que apresentam um bronzeado característico. 
 
Allonychus braziliensis (Acari: Tetranychidae) 
As fêmeas de A. braziliensis são vermelhas, desenvolvem-se na face inferior das folhas, tecendo 
considerável quantidade de teia (Cunha et al., 2000). Estes ácaros provocam, na face inferior das folhas, 
o aparecimento de manchas esbranquiçadas, às vezes prateadas. Quando em infestações severas, 
observa-se um bronzeamento na face superior da folha (Flechtmann, 1976). 
 
Mosquinha-da-Manga, Mosca-da-Panícula – Erosomyia mangiferae 
E. mangiferae ataca tecidos tenros das plantas, dentre eles as folhas novas e brotações. Nas folhas 
novas, ocorrem inúmeras pontuações, contendo as larvas em seu interior. Essas pontuações tornam-se 
escuras e necrosadas, após a saída das larvas, podendo ser confundidas com manchas fúngicas. 
Contudo, os bordos das folhas atacadas apresentam ondulação característica, observando-se também 
nas manchas, orifícios decorrentes da saída da larva. Nas brotações e no eixo da inflorescência, 
observam-se pequenos orifícios, onde há formação de galerias que se tornam necrosadas, apresentando, 
posteriormente, uma exsudação, principalmente nas brotações (Haji et al., 2000; Barbosa et al., 2000b). 
 
BESOUROS 
Besouro amarelo - Costalimaita ferruginea vulgata (Coleoptera: Chrysomelidae) 
É um inseto polífago, de ampla distribuição geográfica, que ataca diversas plantas cultivadas, como 
abacateiro, algodoeiro, bananeira, cajueiro, goiabeira e eucalipto, entre outras. Ataca as folhas mais 
novas e brotos da mangueira (Cunha et al., 2000). 
 Ataca as folhas novas, perfurando-as e deixando-as com um aspecto rendilhado. Dependendo da 
intensidade da infestação, a folha pode tornar-se inteiramente rendilhada, diminuindo consideravelmente 
a área fotossintética (Gallo et al., 2002). No Vale do São Francisco não tem causado problemas, contudo 
em São Paulo é considerada praga severa durante a implantação e formação dos pomares (Souza Filho 
et al., 2004). 
 
Besouro-de-limeira - Sternocolaspis quatordercimcostata (Coleoptera: Chrysomelidae) 
Ataca as folhas novas, perfurando-as e deixando-as com um aspecto rendilhado, porém, mesmo em 
alta densidades populacinais, o dano deste inseto limita-se à folhas novas (Nascimento et al., 2002). 
 
PULGÕES - Aphis gossypii, A. craccivora e Toxoptera aurantii 
Os pulgões localizam-se na face inferior das folhas ou em brotações. Ao alimentarem-se da seiva, 
injetam na planta substâncias tóxicas, que provocam o encarquilhamento, a murcha, o secamento e a 
queda de folhas. Além disso, há redução da capacidade fotossintética da planta, devido à ocorrência de 
fumagina (Ferreira & Barbosa, 2002; Barbosa et al., 2001b). 
 
LAGARTAS 
Várias lagartas podem danificar folhas da mangueira. A mais comum é Megalopyge lanata 
(Lepidoptera:Megalopygidae), conhecida como lagarta de fogo, lagarta cabeluda, taturana ou sassurana, 
é uma espécie polífaga e de ampla distribuição geográfica (Gallo et al., 2002). Dependendendo do seu 
estádio de desenvolvimento, ataca as folhas raspando ou cortando o limbo foliar (Rossetto et al., 1996). 
No Vale do São Francisco, é raro a ocorrência de M. lanata, sendo mais comum o ataque de Eacles 
imperialis magnifica, que destrói o limbo foliar, podendo desfolhar completamente as plantas. 
 
 
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COCHONILHAS 
 
As cochonilhas Aulacaspis tubercularis, Pseudaonidia tribitiformis, Saissetia coffeae, S. oleae, 
Pinnaspis sp. e Pseudococus adonidum, atacam folhas da mangueira, podendo ocasionar em infestações 
severas: queda de folhas, redução do crescimento da planta e o aparecimento de fumagina, devido a 
produção de “honeydew” (Peña, 2004; Icuma & Cunha, 2001; Gallo et al., 2002; Nascimento et al., 2002). 
 
FORMIGAS CORTADEIRAS Atta sexdens, Atta laevigata e Acromyrmex spp. (Hymenoptera, 
Formicidae) 
As formigas cortadeiras podem causar severas desfolhas em mudas, ainda nos viveiros e em pomares 
em formação. Quando não controladas, após a transferência das mudas para o campo, retardam o 
desenvolvimento e podem causar até morte de plantas (Cunha et al., 2000). 
 
Nos pomares de manga é mais comum a ocorrência das espécies Atta sexdens e A. laevigata, 
conhecidas vulgarmente como saúva limão e saúva cabeçade-vidro, respectivamente. Dentre as 
quenquéns, são várias as espécies que podem causar danos à mangueira, em especial Acromyrmex 
coronatus, A. crassispinus, A. laticeps, A. rugosus e A. subterraneus. Apesar de construírem ninhos mais 
superficiais e menos populosos, não são menos importantes que as saúvas, principalmente pela 
dificuldade de localização dos ninhos para a execução das medidas de controle (Brandão & Boaretto, 
2002). 
 
PRAGAS DE TRONCOS E DE RAMOS 
 
Broca-da-mangueira - Hypocryphalus mangiferae (Coleoptera: Scolytidae) 
Este inseto tem como único hospedeiro da mangueira, sendo encontrado, geralmente, em todas as 
regiões do mundo onde existe esta fruteira. Com exceção do Brasil, em todos os países onde ocorre é 
inexpressivo como praga. A presença em nosso país do fungo Ceratocistis fimbriata, agente causal da 
doença “seca da mangueira”, faz com que H. mangiferae seja de relativa importância, por ser o vetor 
desta doença. No Estado de São Paulo, Donadio (1980) relata que dos vários insetos que afetam os 
ramos da mangueira, H. mangiferae é o mais importante. Contudo, o fungo pode também infectar as 
plantas, penetrando pelas raízes sem necessidade de vetor, mas, também, pode ser disseminadopelas 
mudas (Rossetto et al., 1996; Rossetto & Ribeiro, 1990). A “seca da mangueira” é capaz de causar a 
morte de plantas em qualquer estádio de desenvolvimento, desde plantas jovens até árvores centenárias 
(Gallo et al., 2002). 
Ataca a região entre o lenho e a casca da mangueira, iniciando pelos ramos mais novos da parte 
superior da planta. Posteriormente, atinge os galhos inferiores, progredindo em direção ao tronco. A 
penetração do inseto na planta ocorre pelas cicatrizes da inserção das folhas ou extremidades cortadas 
(Rossetto et al., 1989). 
 
Coleobroca - Chlorida festiva (Coleoptera: Cerambycidae) 
 As larvas de C. festiva broqueiam o tronco e os ramos mais grossos da mangueira, abrindo galerias 
que, dependendo do seu número, tamanho e localização, podem comprometer totalmente a planta (Gallo 
et al., 2002; Nascimento & Carvalho, 1998). 
 
COCHONILHAS 
As cochonilhas Aulacaspis tubercularis, Saissetia coffeae, S. oleae, Ceroplastes sp., Pinnaspis 
aspidistrae e Pseudococcus adonidum atacam a mangueira, determinando o secamento de ramos, 
quando em alta infestação, pela sucção contínua da seiva (Brandão & Boaretto, 2002; Cunha et al., 1993; 
Souza Filho et al. 2004). 
 
AMOSTRAGEM, NÍVEL DE AÇÃO E CONTROLE DE PRAGAS DA MANGUEIRA 
 
No campo, a simples observação visual não expressa a população real das pragas presentes no 
plantio. Para o controle racional das pragas da mangueira, indica-se a realização de amostragens, isto é, 
inspeções regulares na área, para verificação do nível de infestação da praga, com base no número de 
insetos capturados em armadilhas (moscas-das-frutas), no número e nos sintomas de ataque (outras 
pragas). 
É importante se ter em mente que a presença da praga no campo não implica, necessariamente, em 
seu controle, pois, se isto não significar perdas econômicas, sua presença ou injúrias poderão ser 
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toleradas. Esta tolerância é o fator que distingue o Manejo Integrado de Pragas (MIP) do sistema 
convencional de controle de pragas. Assim, só será realizado o controle quando o nível de ação for 
atingido. O nível de controle ou nível de ação refere-se à menor densidade populacional da praga que 
indica a necessidade de aplicação de táticas de controle, para impedir que uma perda de produção de 
valor econômico seja atingida (Torres & Marques, 2000). É bom lembrar que o nível de controle deverá 
ser adequado às condições da região onde o monitoramento estiver sendo executado e que a tolerância 
desse índice, é em função do grau de exigência do mercado do destino da fruta, e ainda, se será utilizada 
in natura ou para indústria. 
 O monitoramento e a determinação do nível de ação das pragas, possibilitam o controle, de maneira 
racional e econômica, trazendo como consequência redução dos custos de produção, dos riscos de 
resíduos nos frutos e de intoxicação de trabalhadores, resultando em produção econômica e 
ambientalmente sustentável e em qualidade de vida para os produtores e trabalhadores do campo. 
O monitoramento da população de moscas-das-frutas é realizado por meio de armadilhas. Para se 
fazer o monitoramento das outras pragas, recomenda-se a divisão da área em parcelas de 1 a 5 ha, de 6 
a 10 ha e de 11 a 15 ha. Nos casos de pomares com mais de 15 ha, dividi-los em parcelas menores, para 
maior precisão da amostragem. Em parcelas com até 5 ha, amostrar 10 plantas; maior que 5 e até 10 ha, 
amostrar 14 plantas, e maior que 10 e até 15 ha, amostrar 18 plantas (Barbosa et al., 2001c). As plantas 
devem ser selecionadas ao acaso, fazendo-se caminhamento em forma de ziguezague. Deve-se levar 
em consideração a uniformidade da parcela, em relação ao solo, idade da planta, manejo e tratos 
culturais, assim como as plantas devem pertencer à mesma cultivar. 
 
MÉTODOS DE AMOSTRAGEM 
Moscas-das-frutas - Ceratitis capitata e Anastrepha spp. 
Utilizam-se armadilhas do tipo Jackson para a coleta de machos de C. capitata e do tipo McPhail para 
a coleta do gênero Anastrepha, uma para cada cinco hectares. A utilização de armadilhas permite 
conhecer as espécies presentes na área, sua frequência e flutuação populacional no decorrer do ano, 
sendo que o nível de controle é determinado pelo MAD (Mosca/Armadilha/Dia), que é calculado pela 
fórmula: MAD=M/AxD, onde M é a quantidade de moscas capturadas; A é o número de armadilhas no 
pomar e D é o número de dias de exposição da armadilha (Souza & Nascimento, 1999). 
 
TRIPES - Selenothrips rubrocinctus e Frankliniella schultzei 
Ramos: do início da brotação até o início da floração, efetuar cinco vezes a batedura (em bandeja 
plástica branca) de oito ramos (brotações e/ou folhas novas) por planta, sendo dois em cada quadrante, 
para observar a presença de tripes. 
Inflorescências e frutos: a partir do início da floração até a fase de “chumbinho”, efetuar cinco vezes a 
batedura de quatro panículas novas por planta (uma por quadrante), para contagem dos tripes. Da fase 
de “chumbinho” até 25 dias antes da colheita, observar a presença de tripes em quatro frutos por planta 
(um por quadrante). 
 
LAGARTAS DA INFLORESCÊNCIA- Pleuroprucha asthenaria e Cryptoblabes gnidiella 
Efetuar, ao acaso, a batedura (em bandeja plástica branca) de quatro panículas por planta (uma em 
cada quadrante), para observar a presença ou ausência de lagartas. Quando as panículas forem 
adensadas, devem ser abertas. 
 
MOSQUINHA-DA-MANGA, Mosca-da-Panícula – Erosomyia mangiferae 
Brotações: observar a presença ou ausência da praga ou seus danos, em oito brotações, sendo duas 
em cada quadrante da planta; 
Folhas novas: observar a presença da praga ou sintomas em folhas novas de oito ramos por planta, 
sendo duas em cada quadrante; 
Ramos: observar a presença ou ausência da praga na haste de oito ramos por planta, sendo dois 
ramos por quadrante; 
Inflorescências: observar a presença ou ausência da praga em quatro panículas por planta, sendo uma 
em cada quadante; 
Frutos: observar, até a fase de chumbinho, a presença ou ausência da praga em um fruto por 
quadrante. 
 
MICROÁCARO DA MANGUEIRA – Aceria (=Eriophyes) mangiferae 
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Tendo em vista a dificuldade de visualização do ácaro a olho nu, a amostragem deve ser feita com 
base nos sintomas da presença do ácaro (Fig. 2). Deve-se observar a presença da praga, em oito 
brotações, sendo duas em cada quadrante da planta. 
 
Besouro amarelo - Costalimaita ferruginea vulgata 
Em plantios com até quatro anos de idade, o monitoramento deve ser feito rotineiramente. Faz-se a 
inspeção de folhas novas, na periferia do pomar, onde normalmente o ataque é iniciado. Deve-se observar 
a presença ou ausência da praga em folhas novas de oito ramos por planta, sendo dois em cada 
quadrante (Souza Filho et al., 2004). 
 
PALMA13 
 
Desafios e Metas 
 
As possibilidades de ampliação do cultivo de palma são evidentes. As pesquisas vêm buscando 
melhorias no manejo e na identificação de cultivares resistentes. Entretanto, alguns desafios se mostram 
eminentes quando o cultivo atingir largas escalas. Já prevendo essa situação, as metas dos 
pesquisadores devem ser no aumento da área plantada, porém associado a um bom manejo dos palmais. 
Um dos grandes entraves à expansão da cultura são os ataques de pragas, em especial da cochonilha 
de escamas (Diaspis echinocacte) e do carmin (Dactylopius sp), que dizimam a produção e inviabilizam 
muitos cultivos. O controle deve ser feito imediatamente de forma mecânica, química, biológica ou 
genética (WARUMBY et al., 2005). Na área da genética, trabalhos têm sido feitos no intuito de identificar 
clones resistentes (LOPES et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2010; VASCONCELOS et al., 2009). 
Na área entomológica,as pesquisas agregarão informações de produtos e doses recomendados para 
o controle químico e indicação de inimigos naturais para o controle biológico. O controle químico é inviável 
economicamente ao pequeno produtor, não sendo uma tecnologia adotada em grande escala no 
semiárido e o controle alternativo, é ainda pouco eficaz (VASCONCELOS et al., 2009). Porém, vários 
trabalhos indicam que o uso do controle biológico é eficiente no controle de insetos pragas (BARBOSA et 
al, 2008; LACERDA et al, 2011; LOPES et al., 2009). 
A melhor opção é o manejo integrado de pragas (MIP) (LIMA et al, 2011) e o monitoramento da área, 
retirando as raquetes infestadas e queimando-as (WARUMBY et al., 2005). O controle mecânico, garante 
o manejo adequado e a sobrevivência do palmal com práticas simples, porém eficazes. 
Com a expansão do cultivo de palma, problemas fitossanitários, até então de ocorrência randômica, 
ocorrerão com maior frequência e severidade. Os ataques mais comuns são de fungos, e medidas 
preventivas como plantio de raquetes sadias, plantios em solos não infestados e eliminação de plantas 
doentes, reduzem a sua ocorrência (COELHO, 2005). 
Para que o cultivo da palma consiga se expandir, como é previsto com as mudanças climáticas, é 
imprescindível que existam cultivares resistentes e/ou tolerantes a pragas e doenças, sendo a melhor 
estratégia por ser não poluente, de baixo custo, de efeito persistente e não exigir tecnologia para ser 
usado (VASCONCELOS et al., 2009). E para isso, a pesquisa na área entomológica e fitopatológica deve 
estar conectada ao melhoramento genético. 
É grande a quantidade de informação sobre palma forrageira, entretanto, na maioria dos artigos 
publicados trata de manejos da cultura e uso na alimentação animal. São restritas as informações 
referentes a temas como recursos genéticos e melhoramento vegetal. 
Assim, entende-se que a demanda por pesquisas das referidas áreas é emergencial, uma vez que a 
espécie se destaca como potencial numa região que carece de tecnologia que auxiliem no suprimento 
alimentar dos animais, resultando na melhoria da renda dos pequenos agricultores e gerando segurança 
alimentar aos agricultores familiares. 
 
Família das Cucurbitáceas 
 
Pepino14 
 
Implantação da cultura 
 
A cultura do pepino pode ser conduzida na forma rasteira ou tutorada, em ambiente aberto ou em 
cultivo protegido (Figuras 6 e 7). O plantio pode ser feito tanto pela semeadura direta como por transplante 
 
13 https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/979108/1/DOC106.pdf 
14 https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/956387/1/ct113.pdf 
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de mudas. A semeadura direta pode ser realizada em covas ou em sulcos. Neste caso, a semeadura em 
sulcos deve ser preferida, pois possibilita maior desenvolvimento do sistema radicular e, assim, maior 
aproveitamento da água e de nutrientes. O espaçamento para a cultura rasteira, com frutos destinados 
ao consumo in natura pode ser em espaçamento de 1,5 x 1 m, permanecendo 2 plantas por cova. Em 
plantio para pepino industrial o espaçamento indicado entre linhas é de 1 m e entre covas de 0,3 a 0,4 m, 
sendo recomendadas três plantas por cova. 
Em cultivo tutorado o espaçamento recomendado é de 1 m entre linhas e 0,4 a 0,6 m entre plantas 
sendo recomendada apenas uma planta por cova. 
A profundidade de plantio é de 1,5 a 2 cm, com cuidado para não deixar torrão sobre as sementes. 
Para cultivares híbridas, que tem o preço de semente elevado, as mudas são produzidas em algum 
tipo de recipiente. No passado, utilizou-se copinho de papel ou jornal, mas atualmente tem-se optado pelo 
plantio em bandejas de polipropileno de 128 células. Geralmente utilizado em sistema de cultivo 
protegido, as mudas produzidas por essa técnica estão prontas para o plantio entre 8 e 10 dias após a 
semeadura. 
O tutoramento do pepino a campo é realizado com estacas de bambu rachadas ao meio e colocadas 
a 1,7 m de altura em forma de “V” invertido. O plantio é realizado em canteiros, e a cada 2 a 3 m são 
colocados mourões que dão sustentação ao “cavalo”. Na extremidade superior dos mourões é esticado 
um fio de arame (no 14 ou 16), os quais dão suporte ao bambu. Em cultivo protegido é utilizado uma 
linha, sendo a mesma disposta na posição vertical ou arames horizontais sustentados por armações 
metálicas. 
Entre os quatro tipos de pepinos comerciais (caipira, aodai, conserva e japonês), os segmentos que 
melhor se adaptam ao cultivo rasteiro são o caipira e conserva. O custo de produção por este método é 
inferior e exige menor demanda de mão-de-obra. Já o pepino aodai é cultivado de forma exclusivamente 
tutorada uma vez que o cultivo rasteiro lhe confere a indesejável “barriga branca”, que é tolerável no 
pepino tipo caipira. O pepino japonês é o mais exigente de todos e deve ser conduzido em cultivo 
protegido e tutorado. 
 
Irrigação 
O pepino é uma cultura exigente em água. A deficiência de água é muito prejudicial para esta cultura, 
principalmente em solos de textura leve. 
O estresse pela falta de água afeta os processos fisiológicos desde a fotossíntese até o metabolismo 
dos carboidratos. Desta forma, a umidade do solo deve ser mantida próxima à capacidade de campo. No 
plantio de outono-inverno praticamente toda água necessária para o desenvolvimento e produção da 
cultura vem da irrigação. Nos plantios de primavera-verão a água de irrigação é necessária apenas para 
suprir algumas deficiências pluviométricas. 
Na cultura do pepino, os sistemas mais utilizados de irrigação são os de aspersão, sulcos, 
microaspersão e gotejamento. Em campo aberto e onde a disponibilidade de água não é fator limitante, 
o sistema predominante é a aspersão. Em sistemas de cultivo protegido o gotejamento dá melhores 
resultados, pois irriga apenas o sistema radicular, evitando com isso a proliferação de diversas doenças 
foliares, podendo ser utilizado para aplicar nutrientes (fertirrigação) permitindo também a economia de 
água. 
 
Principais pragas 
 
A mosca-branca, Bemisia tabaci biótipo B 
(Hemiptera: Aleyrodidae), é um inseto sugador muito pequeno. O adulto possui dorso amarelopalha, 
quatro asas membranosas recobertas com pulverulência branca. As ninfas (forma jovem) são translúcidas 
de coloração amarelo a amarelopálido. 
Este inseto causa danos diretos ao pepino pela sucção contínua da seiva e ação toxicogênica, 
provocando alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das plantas. O líquido açucarado 
expelido pelos insetos também favorece o desenvolvimento do fungo Capnodium, causador da fumagina 
(lâmina preta), sobre as folhas e estruturas reprodutivas da planta, que pode também prejudicar a 
aparência dos frutos. 
Existem várias medidas de controle da moscabranca, com destaque para o controle cultural e o 
controle químico. O controle cultural consiste na adoção de práticas que visam deixar o ambiente menos 
favorável ao desenvolvimento da praga. Desta forma, recomenda-se o uso de sementes sadias e com 
alto poder germinativo; o isolamento dos cultivos por data e área, evitando escalonamento de plantio; 
instalação dos cultivos no sentido contrário ao vento, do mais velho para o mais novo, para desfavorecer 
o deslocamento da praga das lavouras mais velhas para as novas; a implantação prévia de barreiras 
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vivas ou faixas de cultivos (sorgo, capim elefante, milheto ou canade-açúcar) ao redor da lavoura; a 
adoção de cultivo em ambiente protegido (estufas) com telado que dificulte a entrada da praga; o uso de 
armadilhas amarelas adesivas, a manutenção de cultivos livres de plantas infestantes e a destruição de 
restos culturais logo após a colheita. 
O controle químicoé a principal medida de controle da mosca-branca e existem vários inseticidas 
registrados junto ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para a cultura do pepino. 
Entretanto, o uso indiscriminado de agrotóxicos tem elevado substancialmente o custo de produção do 
pepino e pode acarretar sérios danos ambientais e a contaminações da produção com resíduos tóxicos. 
Os pulgões, Aphis gossypii e Myzus persicae (Hemiptera: Aphididae), são insetos sugadores de seiva, 
de 1 a 3 mm de comprimento, com corpo periforme e mole e antenas bem desenvolvidas. As formas 
jovens (ninfas) e os adultos de A. gossypii apresentam coloração do amarelo-claro ao verdeescuro, 
enquanto M. persicae possui coloração verde-clara, rosada ou avermelhada. Estes pulgões podem atacar 
o pepino durante todo o seu ciclo e ocorrem em grandes colônias na face inferior das folhas, brotações e 
flores. A sucção contínua de seiva e a injeção de toxinas provocam definhamento de mudas e plantas 
jovens, e encarquilhamento das folhas, brotos e ramos. A alimentação dos pulgões também favorece a 
formação de fumagina sobre as folhas e estruturas reprodutivas da planta, afetando, consequentemente, 
a fotossíntese, a produção e a qualidade dos frutos. Essas pragas também podem transmitir viroses ao 
cultivo de pepino. Entre as maneiras de controle dos pulgões destacam-se: a instalação de cultivos em 
local distante de plantios mais velhos de cucurbitáceas (pepino, melancia, melão, abóboras); a 
implantação prévia de barreiras vivas ou faixas de cultivos ao redor da lavoura; a adoção de cultivo em 
ambiente protegido (estufas) com telado que dificulte a entrada da praga; o plantio contra o vento; a 
eliminação de plantas de pepino com viroses; o plantio de espécies vegetais no entorno e dentro da área 
do cultivo (consórcio) que atraiam os inimigos naturais dos pulgões; a manutenção de vegetação nativa 
entre talhões e, principalmente, o uso de cultivares resistentes às principais viroses do pepino transmitidas 
pelos pulgões. Para o controle de pulgões recomenda-se o uso de inseticidas específicos 
 
Os tripes, Thrips tabaci, Thrips palmi e Frankliniella schultzei (Thysanoptera: Thripidae), são insetos 
diminutos, com 1 a 2 mm de comprimento, coloração amarelo-caro a marrom, cabeça quadrangular, 
aparelho bucal do tipo raspadorsugador. 
Os adultos possuem asas estreitas e franjadas, enquanto as formas jovens são ápteras. 
São encontrados na face inferior das folhas, nas flores, hastes e gemas apicais e ficam abrigados entre 
dobras e reentrâncias das plantas. Os tripés perfuram e sugam o conteúdo das células vegetais. 
As folhas atacadas ficam com aspecto queimado ou prateado e pontuações escuras. Estas pragas 
podem causar manchas e cicatrizes nos frutos em desenvolvimento. Os tripes também podem ser 
transmissores de vírus ao pepineiro. 
As brocas-das-cucurbitáceas, Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata (Lepidoptera: Pyralidae), 
ocorrem frequentemente nos cultivos de pepino e podem ocasionar perdas significativas na produção. 
Altas infestações ocorrem principalmente nos meses mais quentes do ano, ou seja, entre setembro e 
março. A fase de lagarta é a responsável pelos danos na lavoura. Elas são facilmente encontradas no 
lado inferior da folha e na base das flores, são esverdeadas e atingem 20 mm de comprimento. 
Alimentam-se de folhas, brotos novos, ramos, mas, dão preferência aos frutos. Os brotos novos 
atacados secam e os ramos ficam com as folhas secas. Nos frutos abrem galerias e destroem a polpa, 
deixando-os inaptos para a comercialização. 
Para o controle das brocas-das-cucurbitáceas recomenda-se a adoção de medidas culturais como: o 
uso de cultivares de ciclo curto e adequação da época de plantio para a região, visando o escape de picos 
populacionais das pragas, ou seja, entre 
setembro e março; o isolamento dos talhões por data e área, evitando escalonamento de plantio; a 
adoção de cultivos intercalares (policultivos) com plantas não hospedeiras das brocas, e que tenham 
porte ereto; o cultivo protegido em estufas com telado que dificulte a entrada das mariposas; a sucessão 
e rotação de culturas com plantas não hospedeiras das brocas, evitando-se plantios sucessivos de 
pepineiro de outras cucurbitáceas na mesma área de cultivo; a remoção de flores e frutos atacados pelas 
lagartas; a catação de flores e frutos caídos no chão; a destruição e incorporação dos restos culturais e 
de cultivos abandonados; a eliminação de plantas voluntárias de cultivos anteriores antes do novo plantio 
de pepino no mesmo local; e a adoção de vazio fitossanitário, de modo que a área de cultivo e todas as 
outras áreas que lhe são próximas fiquem simultaneamente livres da cultura e de plantas hospedeiras 
das brocas-dascucurbitáceas por, pelo menos, quatro semanas. 
O controle químico, através do uso de inseticidas sintéticos, é a principal medida de controle das 
brocas-das-cucurbitáceas e existem diversos produtos registrados para a cultura do pepino. Entretanto, 
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deve-se tomar muito cuidado com produtos à base de piretróides e organofosforados visto que as 
cucurbitáceas são muito sensíveis a estes grupos químicos. 
O uso de inseticidas biológicos contendo a bactéria entomopatogênica Bacillus thuringiensis também 
pode controlar eficientemente essas pragas. 
Vários inseticidas biológicos são registrados para o controle das brocas na cultura do pepino. Estes 
produtos devem ser utilizados em fases iniciais do ataque, ou seja, quando as lagartas ainda são 
pequenas (menores que 1 cm de comprimento), principalmente durante o período de floração-frutificação, 
quando há intensa atividade de polinizadores no cultivo. As pulverizações devem ser dirigidas às folhas, 
flores e frutos novos, e realizadas sempre com vento fraco e no final da tarde, quando as temperaturas 
estão mais amenas. 
As vaquinhas são besouros (Ordem Coleoptera), cujos adultos são pequenos e apresentam o primeiro 
par de asas rígidas como um escudo, de cores variadas, com manchas amarelas, pretas ou acinzentadas. 
O pepineiro pode ser atacado por várias espécies de vaquinhas, dentre elas, Acalymma bivittula, 
Diabrotica spp., Cerotoma arcuata, Cerotoma unicornis e Epilachna cacica. 
As larvas da vaquinha E. cacica chegam a 1 cm de comprimento, são amarelas e têm o corpo coberto 
por espinhos pretos e longos. Larvas e adultos desta espécie atacam somente as folhas. As larvas das 
demais espécies de vaquinhas apresentam coloração branca, vivem somente no solo e se alimentam de 
raízes da planta, enquanto os adultos se alimentam das folhas e flores. O ataque às folhas pelos besouros 
adultos, principalmente quando as plantas são jovens, resulta em grande número de pequenas 
perfurações, que reduz a área fotossintética da planta; o ataque às flores pode ocasionar o seu aborto. 
Em elevadas infestações de adultos podese comprometer a produção de frutos de pepino. O controle das 
vaquinhas na fase adulta pode ser feita com pulverizações foliares dos inseticidas químicos. 
Adicionalmente, podem-se utilizar pedaços de raízes de “tajujá” [Cayaponia tayuya; Ceratosanthes 
hilariana; Cayaponia martiana] ou de cabaça verde (Lagenaria vulgaris) como isca, nos quais são 
aplicados inseticidas químicos para eliminar os besouros que nelas pousarem. As iscas frescas devem 
ser distribuídas em toda a borda do cultivo (campo aberto ou dentro da estufa), sendo substituídas 
quinzenalmente. 
Não se recomenda o controle químico de larvas de vaquinhas que vivem no solo. Quando necessário, 
o controle químico deve ser realizado através da adoção de inseticidas menos tóxicos ao homem e ao 
meio ambiente. É importante observar as recomendações agronômicas para cada produto, bem como, a 
forma de aplicação, os cuidados durante sua manipulação, o período de carência, entre outros. Énecessário que o produtor procure sempre um engenheiro agrônomo, o qual irá prescrever um receituário 
agronômico com todas as orientações técnicas sobre os procedimentos e cuidados com o uso dos 
inseticidas na cultura do pepino. Também se devem seguir rigorosamente as recomendações da bula de 
cada produto, principalmente no que se refere ao período de carência. Vale salientar que, vários tipos de 
pepino são dependentes de insetos polinizadores (abelhas) para que ocorra a frutificação. Assim, 
recomenda-se não pulverizar os inseticidas no período da manhã. Cuidado redobrado deve ser adotado 
no uso dos produtos para se evitar a fitotoxidez ao pepineiro. 
 
Principais doenças 
 
Oídio 
O oídio, cujo agente causal é o fungo Podosphaera xanthii (Sphaerotheca fuliginea) é uma doença 
muito comum entre as cucurbitáceas, entre elas o pepino. Este patógeno encontra condições favoráveis 
para desenvolvimento principalmente em cultivos sob ambientes protegidos. Os sintomas são visíveis nas 
partes aéreas das plantas, mas as folhas são mais atacadas. Os sintomas se iniciam pelo crescimento 
branco pulverulento formado por micélio. A coalescência das manchas pode afetar toda extensão da área 
foliar das plantas. 
O uso de cultivares resistentes é a maneira mais econômica de controle, contudo, nem sempre 
possível de ser adotado. O controle químico é o método mais indicado e geralmente fungicidas a base de 
enxofre dão bons resultados. No entanto, em condições mais favoráveis à doença, fungicidas sistêmicos 
como os triazóis são os mais indicados pela maior eficiência de controle. O tratamento deve ser iniciado 
logo na presença dos primeiros sintomas, os quais ocorrem na parte inferior da folha. Geralmente uma a 
duas pulverizações são suficientes para o controle dessa doença. 
 
Antracnose 
A antracnose é uma doença causada pelo agente etiológico Colletotrichum gloeosporioides f. 
sp.cucurbitae. É uma enfermidade muito importantena cultura do pepino tanto pela frequência quanto 
pelos danos causados. Nas folhas, os sintomas se iniciam com o encharcamento do tecido, seguido de 
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. 61 
necrose. As lesões formadas podem variar de milímetros até centímetros e caracteriza-se por uma 
mancha circular de cor parda com centro mais claro. Em estádios mais avançados da doença constatam-
se extensas áreas necrosadas pela coalescência das manchas. Nas hastes e pecíolos os sintomas se 
caracterizam por lesões de formato elíptico, deprimidas e coloração variando de cinza a pardo. Em 
condições de alta umidade, estas podem apresentar os esporos dos fungos que são formados por uma 
massa rosada. 
Nos frutos os sintomas são circulares a elípticos, deprimidos e podem apresentar a massa rosada de 
esporos do fungo em estádios mais avançados. 
As principais medidas de controle são o uso de sementes sadias, já que se constitui de grande fonte 
de inóculo; destruição de restos culturais e de outras cucurbitáceas silvestres que possam estar 
presentes; rotação de culturas com espécies antagônicas a proliferação do fungo; utilização de cultivares 
resistentes que é a medida mais barata. 
As cultivares de pepino Runner (aodai) e os pepinos de conserva Colônia, Guairá, Premio Supremo 
são exemplos de cultivares resistentes a antracnose. 
O controle químico com fungicidas protetores (mancozeb, chlorothalonil ou cúpricos) ou sistêmicos 
(benomyl ou thiabendazóis) é o método mais utilizado. Essa doença requer cuidados especiais quando o 
pepino é cultivado em sistema de cultivo protegido. Nessa condição a água de irrigação deve ser bem 
manejada a fim de não favorecer o ataque de antracnose. Nesse sistema também é necessário a 
manutenção e controle da temperatura e ventilação interna das casas de vegetação. 
 
Cancro-das-hastes 
O cancro-das-hastes (podridão de micosferela) é uma doença causada pelo fungo ascomiceto 
Dydimella bryoniae. É uma doença muito importante para o pepino, principalmente em regiões úmidas. 
Este patógeno pode atacar qualquer parte da planta. Nas mudas ocorre o tombamento pela necrose do 
colo e nos cotilédones ocorrem manchas necróticas que evoluem e atingem o caule das plântulas. Nos 
ramos, ocorre o encharcamento com exsudação de goma de coloração parda, passando a cinza e com 
numerosos corpos de frutificação de coloração negra. 
As lesões podem atingir todo o caule levando a morte da parte aérea acima da lesão. Esses sintomas 
no colo da planta são facilmente confundíveis com outros ataques de fungos como Fusarium ou Diaporthe 
e a diagnose correta da doença só é possível em laboratório de micologia. 
Nas folhas os sintomas são manchas circulares de coloração parda variando de alguns milímetros até 
alguns centímetros de diâmetro. Em estádios mais avançados também é visível a formação de corpos de 
frutificação negros. 
Esse fungo sobrevive em restos culturais, sementes e solo. O inóculo é disperso pela água a curtas 
distâncias e pelo vento a longas distâncias. As medidas de controle mais indicadas são a rotação de 
culturas com espécies que não sejam da família das cucurbitáceas, sementes tratadas com fungicidas 
como captan e thiram, evitar locais com excesso de umidade, evitar locais próximos a outras culturas de 
cucurbitáceas e rigoroso controle da água de irrigação em ambientes de cultivo protegido. 
 
Míldio 
O míldio é uma doença muito comum no pepino causado pelo fungo Pseudoperonospora cubensis 
sendo favorecida por umidade e temperatura amenas. É um parasita obrigatório e pertence à classe dos 
Oomycetes. A disseminação ocorre pelo vento e respingos de chuva e em condições de alta umidade nas 
folhas e temperaturas entre 16 a 22º C esse patógeno encontra condições adequadas para a germinação 
dos esporângios para a produção dos zoósporos. 
Os sintomas se iniciam pela parte inferior da folha sob a forma de manchas cloróticas e angulosas que 
se alastram pelo limbo. A evolução dos sintomas se dá pelo aumento do número de manchas, 
principalmente ao longo das nervuras, enquanto na parte inferior da folha encontram-se manchas 
encharcadas as quais, formam esporângios e esporângióforos de coloração verde oliva a púrpura. Essas 
manchas, em estádio avançados, tornam-se necrosadas, reduzindo a área foliar e causando séria 
redução na produtividade da cultura. 
As medidas de controle mais eficientes são utilizar cultivares resistentes e evitar plantios em locais 
favoráveis a doença. O controle químico é eficiente com fungicidas protetores (mancozeb, cúpricos ou 
chlorothalonil) ou, sistêmicos (metalaxil-M ou azoxistrobina). 
 
Mancha-zonada 
A mancha-zonada ou mancha de Leandria é causada pelo fungo Leandria momordica. É uma doença 
muito comum na região sudeste nas épocas mais quentes e úmidas do ano. Os sintomas têm início com 
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pequenas manchas encharcadas que após a necrose tornam-se esbranquiçadas. Em seguida essas 
necroses evoluem e subdividem-se e m pequenas áreas angulosas. 
Em estádios mais avançados as manchas angulosas passam a arredondadas e coalescem. Os corpos 
de frutificação do fungo aparecem na parte inferior da folha sob a forma de pequenos corpúsculos pretos 
arredondados e isolados. Dentre as medidas de controle da mancha zonada destacam-se a escolha de 
locais menos sujeitos ao excesso de umidade, lugares bem arejados, a rotação de culturas com espécies 
não cucurbitáceas, uso de cultivares resistentes, e o controle químico com produtos protetores 
(chlorothalonil) ou curativos (tebuconazol ou azoxistrobina). 
 
Mancha-angular 
A Mancha-angular é uma doença bacteriana causada por Pseudomonas syringae pv. lachrymans. Em 
condições favoráveis essa doença tornase um grande problema, pois não existem cultivares resistentes 
e os produtos fitossanitários recomendados não apresentam alta eficiênciano controle. 
 
Nematoide-das-galhas 
Os nematoide-das-galhas (Meloidogyne incognita e M. javanica) podem causar sérios prejuízos à 
cultura do pepino. Plantas atacadas por nematóides perdem o vigor, apresentam deficiência mineral, pois 
o sistema radicular fica comprometido e sintomas de estresse hídrico nas horas mais quentes do dia 
mesmo com adequada umidade do solo. Além disso, as plantas atacadas podem exibir baixa 
produtividade e qualidade dos frutos. No sistema radicular é possível observar engrossamento irregular 
e formação de galhas. 
O controle de nematoide-das-galhas na cultura do pepino deve ser preventivo, ou seja, deve-se fazer 
o alqueive que consiste em revolver o solo nos períodos mais secos do ano deixando o solo exposto a 
insolação; evitar áreas infectadas com nematóides; rotação de culturas com plantas antagonistas ao 
desenvolvimento desses patógenos. 
Culturas como braquiárias, mucuna preta, cravo-dedefunto, crotálaria, são exemplos dessas plantas. 
O controle químico não é indicado, pois não existe nenhum produto registrado para o controle de 
nematóides-das-galhas para a cultura do pepino junto ao MAPA. 
 
Melância15 
 
O cultivo de melancia no Nordeste brasileiro representa uma importante Foto de renda para os 
agricultores, principalmente para produtores de menor poder aquisitivo, seja em cultivo irrigado ou 
dependente de chuva. Todavia, são vários os fatores que limitam a produtividade dessa cucurbitácea, 
dentre os quais se destaca os danos ocasionados pelas pragas. 
A seguir, serão apresentadas as principais pragas que ocorrem na cultura da melancia no Brasil e as 
sugestões de alternativas de controle. 
Tratando-se de controle de pragas, em especial considerando-se este dentro do contexto de manejo 
integrado de pragas (MIP), tem-se como um dos primeiros passos a ser adotado o processo de 
amostragem das espécies de artrópodes em questão. No entanto, para o cultivo da melancia as 
informações não existem ou são muito escassas quanto a esse processo. Considerando-se que a planta 
de melancia pertence à mesma família do melão; apresenta grande similaridade na forma de cultivo e, 
principalmente, por apresentar praticamente as mesmas espécies de pragas que ocorrem na cultura do 
meloeiro, sugere-se um planejamento de amostragem tomando-se como referência essa última cultura, 
haja vista que já existe um programa de manejo integrado definido. 
A frequência de amostragem na cultura deve ser planejada de forma sistemática, proporcionando ao 
agricultor detectar a presença da praga logo no início da sua ocorrência, facilitando assim o controle da 
mesma com a aplicação das táticas de controle recomendadas. 
A amostragem deve ser efetuada com intervalo máximo de uma semana, tomando-se 20 pontos para 
uma área de até 2,5 hectare. O caminhamento deve ser em ziguezague, percorrendo-se uniformemente 
toda área a ser amostrada. 
 
Mosca-branca Bemisia tabaci, biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae) 
Este inseto apresenta alto potencial biótico, elevada capacidade de adaptar-se a novos hospedeiros e 
a diferentes condições climáticas, além de possuir grande capacidade para desenvolver resistência aos 
inseticidas. Estes fatores fazem com que seu controle se torne muito difícil. 
 
15 https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Melancia/SistemaProducaoMelancia/pragas.htm 
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Os fatores climáticos são condicionantes para o desenvolvimento da mosca-branca. Altas 
temperaturas e baixa umidade relativa do ar favorecem seu desenvolvimento. Estas condições são muito 
peculiares ao Semiárido do Nordeste brasileiro. 
A disseminação da praga ocorre mais frequentemente pelo transporte de partes vegetais de plantas 
infestadas de um local para outro. Na fase jovem, a mosca-branca apresenta quatro estágios ninfais, 
sendo o primeiro com reduzida mobilidade e os demais estágios imóveis, permanecendo fixos na 
superfície da folha. 
O adulto da mosca-branca apresenta elevada mobilidade, sendo capaz de dispersar-se para longas 
distâncias através do voo. 
 
Danos 
A mosca-branca pode ocasionar danos diretos e indiretos na cultura da melancia. Os danos diretos 
são causados pela sucção da seiva da planta e inoculação de toxinas pelo inseto, provocando alterações 
no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta, comprometendo dessa forma a produtividade da 
cultura. Em ataques severos, pode ser observado o amarelecimento das folhas mais velhas enquanto em 
plantas jovens ocorre o secamento das folhas e, dependendo da intensidade da infestação, até mesmo 
morte da plantas. O dano indireto dar-se-á pela excreção de parte do alimento ingerido pelo inseto e 
excretado na forma de um líquido açucarado, que serve como meio de crescimento para o fungo saprófita 
de coloração escura — fumagina —, que recobre as partes vegetais interferindo no processo 
fotossintético da planta. 
 
Controle 
O manejo deve ser baseado em medidas preventivas e curativas. As medidas preventivas visam 
dificultar ou retardar a entrada do inseto na área, bem como eliminar as suas Fotos de abrigo, de alimento 
e de reprodução. Medidas que favoreçam o equilíbrio biológico no agrecossistema, também, devem ser 
consideradas antes e após a implantação da cultura. 
As principais medidas preventivas para o controle ou convivência com a mosca-branca são: a) fazer 
plantios isolados; b) eliminar Fotos de inóculo como maxixe, abóbora ou ervas daninhas hospedeiras da 
praga que estejam ao redor da área a ser plantada; c) iniciar o preparo do solo, mantendo a área limpa, 
pelo menos 30 dias antes do plantio; d) rotação de culturas com plantas não hospedeiras; e) após o 
plantio, manter a área isenta de plantas hospedeiras da praga, no interior e ao redor da cultura; f) não 
permitir cultivos abandonados nas proximidades da área cultivada; g) eliminar os restos culturais 
imediatamente após a colheita. 
Como medida curativa, pode-se adotar o controle químico, porém considerando-se o uso das 
substâncias químicas dentro de um programa de manejo integrado de pragas (MIP), pois, o uso exclusivo, 
não criterioso e contínuo de inseticidas não é a solução permanente para o controle da mosca-branca. 
Os produtos a serem utilizados no controle químico devem ser aqueles registrados no Ministério da 
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a cultura do melancia, respeitando-se as doses 
indicadas e o período de carência de cada produto. 
 
Amostragem 
O processo de amostragem deve ser realizado de preferência em horário com temperatura do dia mais 
amena, geralmente de 6h às 9h. A amostragem deve ser realizada tomando-se 20 pontos por talhão de 
até 2,5 hectares. Para o adulto, amostrar uma folha do quarto nó, a partir do ápice do ramo, observando-
se, a parte inferior da folha. 
 
Nível de controle 
Sugere-se que seja de oito insetos adultos, em média. 
 
Brocas-das-cucurbitáceas – Diaphania nitidalis e Diaphania hyalinata (Lepidoptera: Pyralidae) 
As lagartas podem atingir até 20 mm de comprimento. Contudo, essas duas espécies diferem quanto 
à coloração dos adultos. D. nitidalis tem coloração marrom-violácea, com as asas apresentando uma área 
central amarelada semitransparente e as bordas marrons-violáceos, enquanto D. hyalinata tem asas com 
áreas semitransparentes, brancas e a faixa escura das bordas retilínea. 
A postura é feita nas folhas, ramos, flores e frutos. O período larval é de aproximadamente 10 dias. O 
ciclo evolutivo completo é de 25 a 30 dias. 
 
 
 
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Danos 
As lagartas atacam folhas, brotos, ramos, flores e frutos. Quando o ataque é severo observa-se, na 
polpa dos frutos, abertura de galerias tornando-os inviáveis à comercialização. A espécieD. nitidalis ataca 
os frutos em qualquer idade, enquanto D. hyalinata ataca preferencialmente as folhas, causando desfolha 
total da planta, quando em altas populações. 
 
Controle 
O controle das brocas-das-cucurbitáceas é efetuado, basicamente, com uso de inseticidas. A ação 
desses agroquímicos no controle de D. nitidalis é dificultada, pela preferência das lagartas pelas flores e 
frutos, onde penetram rapidamente. As lagartas de D. hyalinata são controladas mais facilmente, pelo 
fato de terem preferência pelas folhas. Vários princípios ativos são registrados pelo MAPA. 
Na presença de lagartas nos primeiros estágios de desenvolvimento, a pulverização com Bacillus 
thuringiensis pode apresentar elevada eficiência sem acarretar impacto negativo sobre os inimigos 
naturais sem deixar resíduos nos frutos. 
 
Amostragem 
Avaliar 20 pontos em ziguezague, em uma área de até 2,5 hectares, com cada ponto correspondendo 
a uma planta. 
 
Nível de controle 
Sugere-se que seja de 3 lagartas por planta, em média. 
 
Pulgão – Aphis gossypii (Hemiptera: Aphididae) 
Este inseto apresenta um potencial biótico muito elevado, formando colônias em brotações e folhas 
novas da planta. Porém, na escassez de alimento, há o aparecimento de formas aladas que migram para 
outras plantas em busca de alimento e formação de novas colônias. 
 
Danos 
O pulgão ataca a planta de melancia durante todo o ciclo de desenvolvimento sugando uma grande 
quantidade de seiva das brotações e folhas novas da planta, causando o encarquilhamento e enrolamento 
das folhas e gemas apicais, e ainda reduzindo a capacidade fotossintética da planta. Em elevadas 
infestações, os danos diretos dessa praga podem levar a planta a morte. Como dano indireto, relata-se 
como de muita importância a transmissão, pelo pulgão, do vírus do mosaico-das-cucurbitáceas, pois para 
contaminação da planta é relatado que apenas a picada de um inseto contaminado pelo vírus é o 
suficiente para que a planta seja infectada e passe a apresentar os sintomas de virose. 
 
Amostragem 
Avaliar em cada ponto, no total de 20, em uma área de até 2,5 hectares uma folha do terceiro nó a 
partir do ápice do ramo. 
 
Nível de controle 
Sugere-se que seja de 10 insetos, em média. Todavia, quando são encontradas plantas com sintomas 
de virose ou presença da praga na área, deve-se fazer o controle. 
 
Controle 
A aplicação de inseticidas para o controle do pulgão requer alguns cuidados e precauções, pois, esse 
inseto é presa, ou hospedeiro preferencial para alguns inimigos naturais. Além disso, deve-se tomar 
cuidado com o horário de aplicação, que não deve coincidir com o horário de visita dos insetos 
polinizadores. Dentro do controle químico, recomenda-se efetuar o tratamento preventivo das sementes 
com princípio ativo específico. Os produtos registrados pelo MAPA para o controle de pulgão encontram-
se na Tabela 1. 
A eliminação de ervas daninhas hospedeiras do pulgão é uma importante medida de controle cultural. 
No polo Petrolina, PE/Juazeiro, BA, constatou-se como ervas daninhas hospedeiras de A. gossypii: 
beldroega (Portulaca oleracea L.), bredo (Amaranthus spinosus L.), pega pinto (Boerhaavia diffusa L.) e 
malva branca (Sida cordifolia L.). 
Outras medidas alternativas de controle são citadas como auxiliares na redução populacional da praga, 
tais como: a) culturas atrativas aos inimigos naturais, como o sorgo, que é uma das Fotos de 
desenvolvimento para a fauna benéfica; b) manutenção da vegetação nativa entre os talhões para 
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preservar a fauna e a flora benéfica e, c) eliminação de plantas atacadas pelo vírus-do-mosaico a fim de 
reduzir as Fotos de inóculo dentro do cultivo. 
 
Moscas minadoras – Liriomyza sativae e Liriomyza huidobrensis (Diptera: Agromyzidae) 
Os adultos da mosca-minadora são insetos pequenos, com aproximadamente 2 mm de comprimento, 
coloração preta, com manchas amarelo-claras na cabeça e na região entre as asas. A larva da espécie 
L. sativae tem coloração amarelo-intensa, ao passo que a de L. huidobrensis tem coloração branco-creme 
e é mais robusta. 
O período chuvoso é o mais favorável a essa praga. Todavia, tem-se verificado nos últimos anos, 
elevados surtos populacionais da mosca minadora, L. sativae, em cucurbitáceas em períodos secos e de 
temperaturas elevadas em regiões semiáridas do Nordeste brasileiro. 
 
Danos 
A fase larval é a que causa prejuízos, pois, o inseto abre galerias em formato de ziguezague nas folhas, 
formando lesões esbranquiçadas. As galerias aumentam de tamanho à medida que as larvas crescem. 
Um número elevado de minas nas folhas pode causar a seca das mesmas e resultar na queima dos frutos 
pela exposição aos raios solares. 
 
Controle cultural 
Recomenda-se a destruição dos restos culturais e a não implantação do cultivo de melancia próximo 
de espécies hospedeiras da mosca-minadora, tais como, feijão, ervilha, fava, batatinha, tomateiro, 
berinjela, pimentão, entre outras. 
 
Amostragem 
Avaliar a folha mais desenvolvida do ramo em 20 pontos amostrados em uma área de até 2,5 hectares. 
 
Nível de controle 
Sugere-se que seja de cinco larvas vivas, em média. 
 
Tripes Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae) 
Os tripes são insetos com 0,5 mm a 5,0 mm de comprimento, podendo apresentar formas aladas ou 
ápteras. Os adultos são de coloração escura e as ninfas — formas jovens — são inicialmente de cor 
branca e, posteriormente, amareladas. 
 
Este inseto tem o hábito de se localizar nas partes mais tenras da planta, sendo comumente 
encontrado na face inferior das folhas, em flores, nas hastes e gemas apicais. Alta temperatura e baixa 
umidade do ar são condições climáticas muito favoráveis à ocorrência de altas infestações da praga. 
 
Danos 
Com a sucção contínua de seiva, a planta de melancia sob alta infestação de tripes apresenta áreas 
totalmente necrosadas e prateadas, tendo a sua capacidade fotossintética reduzida e a presença de 
brotos retorcidos e folhas encarquilhadas, as quais tornam-se coriácias e quebradiças, caindo logo em 
seguida. 
 
Controle 
Como medida preventiva recomenda-se o tratamento de sementes através de inseticidas sistêmicos, 
recomendados para a cultura da melancia. Pesquisas demonstraram que o tratamento de sementes 
conferiu proteção à planta de melancia contra insetos sugadores como tripes e pulgão por um período de 
20 a 30 dias, sem haver necessidade de aplicação de outro inseticida. 
Como controle cultural, recomenda-se a eliminação de plantas hospedeiras da praga dentro e nas 
proximidades do plantio, tais como bredo, maxixe, entre outras. A destruição dos restos culturais após a 
colheita é uma tática de controle que evita a presença de focos do tripes em novos plantios. 
 
Pragas secundárias 
Além das pragas anteriormente citadas, outras espécies de artrópodes são encontradas associadas à 
cultura da melancia, porém, proporcionando danos em menor escala, isto é, espécies que podem ser 
consideradas como de importância secundária. Dentre estas, destaca-se a ocorrência da lagarta-rosca, 
Agrotis ipsilon (Lepidoptera: Noctuidae), que efetua o corte das plantas jovens na altura do colo, tendo 
como consequência a redução do estande; a vaquinha, Diabrotica speciosa (Coleoptera: Chrysomelidae), 
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cujas larvas se alimentam das raízes e os adultos das folhas e flores, principalmente de folhas novas, 
reduzindo a capacidade fotossintética e o desenvolvimento das plantas, e o ácaro-rajado, Tetranychus 
urticae (Acari:Tetranychidae), cujos sintomas do ataque são observados pela torção nas folhas novas e 
pontuações cloróticas nas folhas desenvolvidas, que posteriormente caem. 
O tratamento de sementes antes do plantio é uma tática de controleque apresenta boa resposta contra 
o ataque de lagarta-rosca e vaquinha na cultura da melancia. 
 
Berinjela 
 
Solanum melongena L. 
 
Em 1575, Leonhard Rauwolf em missão botânica em Aleppo, Síria, descreveu uma planta chamada 
“melongena”. Seu fruto, de cor violeta, era do tamanho de um ovo de ganso. Ainda que essa tenha sido 
a primeira descrição oficial, a berinjela já havia sido relatada no século V em um livro chinês. Há indícios 
de que ela já tenha sido cultivada em algumas regiões da Itália por volta do final do século XIV. Uma das 
primeiras variedades a chegar à Inglaterra, por volta de 1500, produzia frutos brancos e do tamanho de 
um ovo de galinha, daí seu nome em inglês eggplant. A berinjela tem como centro de origem primário a 
Índia. É possível que a China seja o centro de origem secundário, com o desenvolvimento de variedades 
de frutos pequenos, muito distintas daquelas originárias do centro de origem primário. A berinjela é uma 
hortaliça anual, pertencente à família Solanaceae, cujo cultivo se concentra nas regiões de clima tropical 
e subtropical. É uma planta arbustiva de caule semilenhoso e ereto alcançando de 1,0 a 1,8 m de altura, 
com ramificações laterais. Seus frutos, cuja forma varia de alongada a oblonga, são de coloração vinho-
escuro, podendo também ser rajados ou claros. Entretanto, a melhor coloração para o mercado é vinho-
escuro. O sistema radicular pode atingir mais de 1 m de profundidade. Em vista do crescente interesse 
da população em consumir produtos de origem vegetal, e inclusive devido às suas propriedades 
medicinais, o volume comercializado dessa hortaliça vem aumentando gradativamente. Em 2011, 
segundo o IEA/CATI, a área plantada no Estado de São Paulo foi de 1.272 hectares com produção de 
39.417 toneladas e produtividade de 31 t ha-1. 
 
Cultivares: tipo comum Napoli, Napolitana, Ciça; tipo conserva Ryoma. 
 
Sistemas de cultivo: no campo e sob cultivo protegido. No caso de cultivo deve-se permitir a entrada 
de insetos polinizadores. No campo, os canteiros devem ser construídos em nível. Conforme o tipo de 
solo e declive do local é necessário terraceamento. 
 
Clima e solo: prefere temperaturas entre 18 e 30 oC e 80% de umidade relativa do ar. O solo deve 
ser permeável, bem drenado, fértil, com pH entre 6,0 e 6,5. É sensível ao frio, a geadas e ao excesso de 
chuva na floração. 
 
Época de plantio: setembro a fevereiro e, em regiões de clima quente, o ano todo. 
 
Semeadura: em bandejas de isopor (preferência para 128 células). A quantidade de sementes para o 
plantio definitivo de um hectare varia entre 150 e 200 g. 
 
Espaçamento: no campo - 1,2 a 1,8 m x 0,80 a 1,0 m; sob cultivo protegido: 1,0 a 1,2 m x 0,50 a 0,70 
m entrelinhas e entre plantas, respectivamente. 
 
Transplante: realizado quando as mudas atingem entre 10 e 12 cm de altura, de 25 a 30 dias após a 
semeadura em bandejas. 
 
Densidade de plantio: varia de 5.555 a 10.416 plantas por hectare. 
 
Calagem: aplicar calcário para elevar a saturação por bases a 80% e o teor de magnésio (Mg) do solo 
a um mínimo de 8 mmolc dm-3. 
 
Adubação orgânica: aplicar de 10 a 20 t ha-1 de esterco bovino curtido, ou 1/4 dessas quantidades 
de esterco de galinha ou cama de frango, ambos bem curtidos. Outros fertilizantes orgânicos podem ser 
utilizados nas mesmas doses do esterco de galinha como o composto orgânico e o húmus de minhoca, 
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. 67 
devendo ser considerado o aspecto econômico. O composto orgânico Bokashi pode ser utilizado na dose 
de 150 a 300 g por m2, para ajudar na recuperação de solos degradados. 
 
Adubação mineral de plantio: Aplicar, cerca de 10 dias antes do transplante das mudas, nos sulcos 
de plantio 40 kg ha-1 de N; 120 a 480 kg ha-1 de P2O5 e 60 a 180 kg ha-1 de K2O. Acrescentar 1 a 1,5 
kg ha-1 de boro (B), 2 a 4 kg ha-1 de zinco (Zn) e em solos deficientes, 2 kg ha-1 de cobre (Cu) e 1 kg 
ha-1 de manganês (Mn). Aplicar também, com o NPK de plantio, 20 a 30 kg ha-1 de enxofre (S). As 
quantidades maiores ou menores de nutrientes dependerão das análises do solo e foliar, da cultivar 
utilizada, da produtividade esperada e do sistema de cultivo (campo ou estufa agrícola). 
 
Adubação mineral de cobertura: aplicar 80 a 120 kg ha-1 de N e 80 a 120 kg ha-1 de K2O, 
parcelando entre 4 e 8 vezes. As quantidades maiores ou menores de nutrientes dependerão das análises 
do solo e foliar, da cultivar utilizada, da produtividade esperada e do sistema de cultivo. Caso se realize 
a cobertura com fertilizantes através de fertirrigação, as aplicações deverão ser mais frequentes. Em 
alguns tipos de solo e conforme as análises do solo e foliar pode-se realizar cobertura com fósforo 
altamente solúvel, na dose de 20 a 40 kg ha-1 de P2O5. 
 
Irrigação: durante o desenvolvimento das mudas e nos primeiros dias após o transplante, as regas 
devem ser diárias. Posteriormente, devem ser feitas a cada 2 ou 4 dias, de acordo com o clima e o tipo 
de solo. 
 
Outros tratos culturais: manter a cultura no limpo. Estaquear as plantas bem desenvolvidas com 
bambu de 1,5 m de altura, ou passar fitas nas linhas de plantio. Promover a desbrota do terço basal das 
plantas. 
 
Principais pragas: ácaro rajado e ácaro vermelho, vaquinha, pulgão, tripes, lagarta-rosca e broca 
pequena. 
 
Principais doenças: (a) causadas por fungos - murcha de Verticillium, murcha de Ascochyta, 
antracnose, podridão de esclerotínia, tombamento e podridão do colo e da raiz, podridão de esclerócio, 
podridão-algodão, murcha de Ascochyta, mancha de Stemphylium, podridão de fomopsis, mancha-de-
alternaria e podridão de Botritis; (b) causadas por bactérias - murcha bacteriana, mancha bacteriana e 
podridão mole; (c) causadas por nematoides - nematoide das galhas. 
 
Colheita: inicia-se entre 100 e 120 dias após a semeadura, prolongando-se por 3 ou mais meses. Sob 
cultivo protegido, o período de colheita é maior em relação ao cultivo no campo. O ponto de colheita é o 
de frutos bem coloridos, com polpa macia e sementes tenras. Com respeito à frequência da colheita, no 
início da safra, a cada 3 a 5 dias e no verão, a cada 1 ou 2 dias. Colher de manhã, cortando o pedúnculo 
bem curto. 
 
Produtividade: no campo - 30 a 40 t ha-1; em estufa agrícola - 60 a 80 t ha-1. 
 
Comercialização: caixas de 12 kg. 
 
Rotação: repolho, cenoura, abóbora, alface, milho, milheto e adubos verdes. 
 
Melão16 
 
Monitoramento de Pragas em Meloeiro 
Deverão ser realizadas inspeções sistemáticas nos campos de produção de melão, de modo a verificar 
quaisquer ocorrências de pragas em seu início, conforme descritas a seguir: 
Em cada amostragem, deve-se percorrer cada parcela em ziguezague, examinando-se 20 pontos para 
parcelas de até 2,5 ha, e 40 pontos para parcelas de 2,5 a 5,0 ha, conforme esquema. A primeira 
amostragem será iniciada na primeira linha à direita da parcela, enquanto que a segunda amostragem 
será feita à esquerda da parcela, com o objetivo de percorrer toda a área. 
O monitoramento será efetuado pelo menos a cada três dias. 
 
 
16 www.cnpat.embrapa.br/download_publicacao.php?id=333 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 68 
OBS.: A metodologia de amostragem e os níveis de controle utilizados neste documento poderão ser 
atualizados a partir de novas descobertas da pesquisa. 
 
Planilha para Amostragem no Campo 
A correta amostragem dos insetos é de fundamental importância para auxiliar na tomada de decisão 
sobre o controle das pragas. Para isto, utiliza-se uma planilha ou ficha de campo, onde são anotados 
todos os resultados das amostragens. 
A amostragem deve ser realizada pelo menos a cada três dias, e os dados, anotados na planilha, a 
qual apresenta cabeçalho e corpo. Este últimocontém itens que devem ser preenchidos pelo monitor de 
campo: nome do produtor, propriedade, lote, área, cultivar, fase fenológica da planta, data, mês e ano. 
As duas primeiras colunas representam as pragas-chave e suas fases de desenvolvimento. A 
numeração das colunas (1 a 20) corresponde aos pontos que devem ser amostrados. Cada ponto 
corresponde a uma planta, folha, talo ou fruto. A penúltima coluna será preenchida com a média de insetos 
obtidos nos 20 pontos amostrais. Já a última coluna contém os níveis de ação propostos para cada praga, 
os quais devem ser comparados com os valores obtidos na coluna anterior (média de insetos) para a 
tomada de decisão sobre a necessidade de controle. 
 
Mosca-branca [Bemisia tabaci (Genn.) biótipo B] 
Sintomas de ataque – Tanto os adultos quanto as ninfas desses insetos sugam continuamente a 
seiva da planta, causando redução do tamanho, peso dos frutos, produtividade, aparência e teor de 
açúcares (°Brix). Além disso, as colônias excretam continuamente substâncias açucaradas denominadas 
“mela”, que propiciam o surgimento da fumagina. As moscas-brancas também são vetores do vírus 
causador do amarelão. 
 
Amostragem – Amostrar durante o período mais fresco do dia, das 6h às 9h da manhã. Para o adulto 
da mosca-branca, deve-se amostrar uma folha do terceiro ou quarto nó a partir do ápice do ramo, 
observando-se, cuidadosamente, a parte inferior da folha. Quando as plantas são jovens, antes da 
emissão dos ramos, convém amostrar a folha mais velha. Para as ninfas, deve-se amostrar uma folha do 
oitavo ao décimo nó do ramo. Para a contagem das ninfas maduras ou pré-pupas, com olhos vermelhos, 
deve-se usar uma lupa de bolso com aumento 10x. A área de abrangência da lupa, na parte inferior da 
folha, deve-se limitar a 2,5 cm x 2,5 cm (6,25 cm2) próxima da nervura central da folha. 
Nível de ação ou controle – Na presença de sintomas do amarelão, deve-se considerar o nível de 
controle de duas moscas, adultos ou ninfas, em média, nos 20 pontos amostrados. Na ausência de 
sintomas do amarelão, o nível de controle será de dez moscas, adultos ou ninfas, em média nos 20 pontos 
amostrados (Figura 3). 
 
Mosca-minadora (Liriomyza spp.) 
Sintomas de ataque – As moscas-minadoras adultas possuem coloração preta com manchas 
amarelas. As fêmeas possuem um ovipositor, com o qual depositam os ovos no interior das folhas. Ao 
emergirem, as larvas se alimentam das células do parênquima da folha, fazendo galerias serpentiformes, 
as quais se distribuem por toda a superfície foliar. As minas causam a redução da área fotossintética, 
acarretando a redução da produção e do brix dos frutos. Além disso, em altas infestações, as folhas ficam 
ressecadas e quebradiças, permitindo a exposição dos frutos ao sol, os quais ficam com queimaduras 
que depreciam a qualidade externa. 
Amostragem – Será feita em ziguezague, com um total de 20 pontos amostrais, onde cada ponto 
corresponde à folha mais desenvolvida da rama, evitando-se, porém, as folhas em senescência, com 
minas vazias e ressecadas, que se localizam na base da rama do meloeiro. 
Como os adultos são muito sensíveis ao movimento, a contagem dos indivíduos sobre a folha deve 
ser feita a uma certa distância. 
Nível de ação ou de controle – Em plantas com até 30 dias de desenvolvimento, o nível de controle 
é de cinco larvas ou adultos (em média) nos 20 pontos amostrados. A partir dos 30 dias, o nível de controle 
é de 10 larvas ou adultos (em média) nos 20 pontos. 
 
Pulgão (Aphis gossypii Glover) 
Sintomas de ataque – As colônias de pulgões são compostas por adultos e ninfas de coloração verde-
amarelada. Em altas populações, causam o encarquilhamento e a deformação de plantas jovens, 
brotações e folhas novas. Podem atuar como vetores de doenças, como o mosaico do meloeiro. 
Amostragem – Examinar 20 pontos em ziguezague. Cada ponto corresponde a uma folha do quarto 
nó do ramo, a partir do ápice da planta. 
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. 69 
Nível de ação ou de controle – Dez insetos (em média) nos 20 pontos amostrados. 
 
Broca-das-cucurbitáceas (Diaphania nitidalis Cramer e D. 
hyalinata Linnaeus) 
Sintomas de ataque – As mariposas de D. nitidalis possuem asas com a margem externa de cor 
marrom escura e a parte interna amarelada. As lagartas dessa espécie atacam flores e frutos. Quando o 
ataque é severo, ocorre abertura de galerias na polpa dos frutos, inviabilizandoos para a comercialização. 
Já as mariposas de D. hyalinata possuem asas com a margem externa de coloração marrom escura e 
parte interna totalmente hialina, quase transparente. As lagartas dessa espécie atacam preferencialmente 
as folhas, podendo causar a desfolha completa da planta, quando em altas populações. 
Amostragem – Serão examinados 20 pontos em ziguezague, cada um correspondendo a uma planta. 
Nível de ação ou de controle – Três lagartas (em média) nos 20 pontos amostrados. 
 
Pragas Secundárias e de Importância Quarentenária 
Mosca-das-frutas [Anastrepha grandis (MacQuart)] 
Sintomas de ataque – A fêmea é uma mosca de coloração amarelada, com manchas nas asas. Possui 
ovipositor bem desenvolvido com o qual perfura a casca do fruto para a oviposição. A larva se desenvolve 
no interior do fruto, tornando-o inviável para consumo e industrialização. 
Amostragem – É considerada praga quarentenária da cultura do melão, devendo ser rigorosamente 
monitorada, com o uso de armadilhas do tipo McPhail (2 a 3 armadilhas por ha), contendo proteína 
hidrolisada (500 mL para 10 L de água) como atraente. As armadilhas serão instaladas a 50 cm do solo 
em um suporte de madeira, em forma de telhado, para proteção contra a incidência direta dos raios 
solares. 
 
CITROS 
 
Principais informações e recomendações de cultivo 
 
Os citros compreendem um grande grupo de plantas do gênero Citrus e outros gêneros afins 
(Fortunella e Poncirus) ou híbridos da família Rutaceae, representados, na maioria, por laranjas (Citrus 
sinensis), tangerinas (C. reticulata), mexericas (C. deliciosa), limões (C. limon), limas ácidas como o Tahiti 
(C. latifolia) e o Galego (C. aurantiifolia), e doces como a lima da Pérsia (C. limettioides), pomelo (C. 
paradisi), cidra (C. medica), laranja-azeda (C. aurantium) e toranjas (C. grandis). São originários 
principalmente das regiões subtropicais e tropicais do sul e sudeste da Ásia, incluindo áreas da Austrália 
e da África. Foram levados para a Europa na época das Cruzadas. Chegaram ao Brasil trazidos pelos 
portugueses, no século XVI. Suas árvores, de porte médio, atingem em média quatro metros de altura; a 
copa é densa, de formato normalmente arredondado. As folhas são aromáticas, assim como as flores, 
pequenas e brancas, muito procuradas pelas abelhas melíferas e matéria-prima da água de flor de 
laranjeira. Os frutos são ricos em vitamina C; possuem ainda vitaminas A e do complexo B, além de sais 
minerais, principalmente cálcio, potássio, sódio, fósforo e ferro. A produção mundial de citros em 2011 
atingiu 118,6 milhões de toneladas (t) e originou-se de extensa área cultivada (7,4 milhões de ha), superior 
às áreas das principais frutíferas, como uva (7,1), banana (5,3), manga (5,1) e maçã (4,7), segundo dados 
da FAO. Os maiores produtores de citros são China (20,4% da produção total), Brasil (18,6%) e EUA 
(9%). As laranjas são os principais frutos cítricos cultivados no mundo, e os dois maiores produtores são 
Brasil (28,5% do total mundial) e EUA (11,6%), os quais destinam a maioria dessas produções para a 
indústria de suco de laranja. Por outro lado, a China é a principal produtora de tangerinas (48% do total 
mundial) e de pomelos (44,7% da produção mundial), que são destinados basicamente ao seu mercado 
interno. Nas exportações totais de citros para o mercado in natura, destacam-se as lideranças da Espanha 
em tangerinas e laranjase de um grupo composto por Espanha, Turquia e México, que predomina nas 
exportações de limões e limas. A área ocupada com citros no Brasil em 2011 situou-se em 919,5 mil ha 
e a produção alcançou 16,5 milhões de t, com grande concentração no Estado de São Paulo, que 
respondeu por 77,2% da produção brasileira de laranjas (15,3 milhões t em 564 mil ha plantados), por 
75,7% em limas e limões (853,1 mil t em 28,9 mil ha) e por 38,1% em tangerinas (382,8 mil t em 13,7 mil 
ha), segundo dados do IBGE. Seguem em importância na produção brasileira de citros os Estados da 
Bahia, Sergipe, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. O agronegócio paulista de citros está 
diretamente associado à industrialização de laranja e ao grande mercado mundial de consumo de suco 
de laranja. Em São Paulo, a grande maioria da produção de laranja (cerca de 80%) destina-se à indústria 
e à exportação do suco (mais de 95% do produzido), sendo que nesse produto o Brasil é, não só o maior 
produtor mundial, respondendo por mais da metade do total produzido, como, destacadamente, o grande 
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. 70 
exportador, pois mais de 80% das transações internacionais de suco de laranja são originárias do país. 
Quanto à comercialização da laranja in natura, o direcionamento para exportação é incipiente e observa-
se, tanto no mercado interno como no externo, crescente exigência para melhoria da qualidade dos frutos. 
No mercado interno brasileiro, nas compras de citros in natura destaca-se grande direcionamento de 
laranja, tangerina e lima ácida, para o preparo de suco fresco. Para o Tahiti e o Galego, são importantes 
também o consumo culinário e a mistura à cachaça, no preparo da tradicional “caipirinha” brasileira. 
 
Clima: a laranja e os outros citros preferem clima com temperatura entre 23 e 32 oC e umidade relativa 
do ar alta. Acima de 40 oC e abaixo de 13 oC, a taxa de fotossíntese diminui, o que acarreta perda de 
produtividade. Os frutos produzidos nos climas mais frios, em geral, são mais ácidos e apresentam 
coloração da casca e do suco mais intensa. Nos climas mais quentes os frutos são mais doces e de 
coloração menos intensa. 
 
Solo: solos profundos e permeáveis, com boa fertilidade (pouco ácidos - pH entre 5 e 6 - e com ampla 
reserva de nutrientes) permitem maior desenvolvimento das árvores e maior produção de frutos. 
Constituem condições desfavoráveis às plantas: a) solos pouco profundos, de textura muito argilosa, que 
favorecem o encharcamento, comum nas porções baixas do terreno, ou a compactação de camadas 
subsuperficiais, que limitam o desenvolvimento do sistema radicular; b) solos arenosos e pedregosos, 
cuja capacidade de retenção de água é baixa e c) solos alcalinos, ácidos e salinos, que também limitam 
o desenvolvimento das raízes. O plantio de pomares comerciais deve ser planejado com base na 
avaliação da capacidade de uso da terra, para manutenção da sustentabilidade da produtividade. Assim, 
a sistematização do terreno (construção de terraços, plantio em nível, construção de canais de drenagem, 
plantio em camalhões, etc.), o uso da irrigação e o manejo da fertilidade do solo (calagem e adubação) 
compõem estratégias para otimização da citricultura. Em pomares caseiros, o plantio é mais simples. As 
principais classes de solos, onde predomina a citricultura brasileira, compreendem os Latossolos, os 
Argissolos e os Neossolos. Entretanto, observa-se, em menores proporções, a ocorrência de plantios em 
Alissolos, Cambissolos e Nitossolos. 
 
Principais variedades de copas: as variedades cítricas apresentam ciclo de desenvolvimento que pode 
variar de seis a dezesseis meses entre o florescimento (que ocorre na primavera para a maioria das 
variedades) e a maturação dos frutos, dependendo da espécie ou variedade e das condições de solo e 
clima do local de cultivo. Assim, as copas podem ser agrupadas, de acordo com a principal época de 
maturação do seu grupo, em precoces, meia-estação e tardias, destacando-se a seguir suas principais 
características. 
 
Laranja Lima e Piralima - precoces, e Lima Verde - meia-estação: os frutos têm casca fina, de 
coloração amarelo-esverdeada. De todas as variedades, são os de mais baixa acidez, sendo por isso 
indicados para bebês, crianças e idosos. São doces e suculentos, ótimos para serem consumidos ao 
natural. Dentro do grupo das laranjas limas, a Lima Verde é colhida no segundo semestre. 
 
Laranja Baía e Baianinha - precoces: também conhecidas como laranjas-de-umbigo, por apresentar 
um “umbigo” no fruto, do lado contrário ao pedúnculo. Os frutos não apresentam sementes, a casca é 
bem amarela, a polpa suculenta e sabor ácido e adocicado. A Baianinha apresenta frutos menores que a 
Baía. 
 
Laranja Hamlin - precoce: os frutos, pequenos, têm casca fina e cor amarelada, baixo teor de suco, 
poucos açúcares e ligeiramente ácido. Prestam-se principalmente para a produção de suco concentrado, 
embora o interesse pela indústria de processamento esteja diminuindo gradativamente, pela menor 
qualidade do produto final. Normalmente, é usada para misturas (blend) com sucos de outras variedades. 
As árvores dessa variedade são muito produtivas. 
 
Laranja Sanguinea de Mombuca - precoce: os frutos possuem polpa e suco de cor vermelha intensa 
(violácea), devido à presença de antocianinas que atuam como protetores contra o estresse oxidativo, 
doenças do coração e certos tipos de cânceres, em função de sua capacidade de inativação de radicais 
livres. 
 
Laranja Westin e Rubi - precoces a meia-estação: os frutos são bastante esféricos, com casca pouco 
espessa, cor laranja intensa, com suco saboroso, servindo para o consumo ao natural ou industrializado. 
 
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. 71 
Valencia Americana - precoce a meia-estação: frutos são esféricos, de tamanho médio, com bom 
rendimento em suco e alto conteúdo de vitamina C, porém com muitas sementes (25 por fruto). Plantas 
altamente produtivas, semelhantes à Hamlin. 
 
Laranja Pera - meia-estação: os frutos têm formato alongado, casca lisa, fina e amarela. A polpa é 
suculenta, de sabor adocicado e levemente ácido. É muito consumida ao natural, e bastante utilizada no 
preparo de sucos frescos e industrializados. 
 
Laranja Valencia e Natal - tardias: apresentam frutos ovalados, casca ligeiramente grossa e têm suco 
de coloração amarelo forte e adocicado. São consumidos in natura e no preparo de sucos frescos e 
industrializados. 
 
Laranja Charmute de Brotas - super tardia: variedade de origem desconhecida, e que se destaca 
pela alta produção e pela qualidade dos frutos, com período de colheita que se estende de outubro a 
fevereiro, em vista da capacidade de permanência dos frutos na planta por longo período. 
 
Laranja Folha Murcha - super tardia: apresenta frutos médios, de esféricos a levemente achatados, 
de coloração alaranjada, poucas sementes, com casca quase lisa e suco abundante e ligeiramente ácido. 
As folhas são enroladas e parecem murchas, mesmo em períodos de abundância de chuvas. 
 
Tangerina Cravo - precoce: os frutos são de tamanho médio, bastante saborosos, aromáticos e 
apresentam casca de coloração alaranjada intensa, facilmente descascáveis. 
 
Mexerica-do-Rio - precoce: os frutos são medianos, muito aromáticos, têm casca fina e lisa, são fáceis 
de descascar e têm paladar bastante agradável. 
 
Tangerina Ponkan - meia-estação: apresenta frutos grandes, fáceis de descascar, com gomos que 
também se separam facilmente. Têm paladar bastante agradável. É uma das variedades mais apreciadas 
pelo consumidor brasileiro. 
 
Tangor Murcott - tardia: é um híbrido (cruzamento) de tangerina e laranja, os frutos são achatados, 
com casca fina e aderente, com muitas sementes. Apresentam suco de cor alaranjada intensa,doce e 
excelente para o consumo in natura e no preparo de sucos. 
 
Lima ácida Tahiti - mais popularmente conhecido como “limão Tahiti”, apresenta frutos ligeiramente 
ovalados, desprovidos de sementes e que devem ser consumidos com a casca ainda verde. São 
utilizados em culinária e no preparo da caipirinha. 
 
Lima ácida Galego - possui frutos pequenos, arredondados, com casca fina e ligeiramente amarela 
quando maduros. Apresentam muitas sementes. O suco é excelente para o preparo de temperos, 
limonada, torta de “limão” e caipirinha. 
 
Limão Siciliano - apresenta frutos ovalados, grandes, de casca grossa e amarela, bastante 
aromáticos e com acidez agradável, o que os tornam muito apreciados na culinária. 
 
Pomelo Marsh Seedless - tem frutos arredondados, grandes, com casca fina e polpa com sabor 
amargo. São pouco apreciados no Brasil; no exterior são conhecidos como grapefruit. Podem ser 
consumidos como fruta fresca ou no preparo de suco. 
 
Pragas e doenças: a laranja e os outros citros são atacados por ácaros, cigarrinhas, cochonilhas, 
coleobrocas, formiga, lagartas, moscas-das-frutas, psilídeos e pulgões. As doenças mais comuns são 
causadas por fungos (verrugose, melanose, rubelose, mancha preta e mancha marrom de alternaria), por 
vírus e viroides (tristeza, leprose e exocorte) e bactérias (cancro cítrico, clorose variegada dos citros e 
huanglongbing - HLB, ex-greening). Há também a ocorrência da gomose dos citros, um falso fungo, que 
ataca as raízes e o tronco próximo ao solo. O cancro cítrico e o HLB são doenças denominadas 
quaternárias A2 e, por força de lei, as plantas infectadas devem ser arrancadas dos pomares, inclusive 
dos domésticos. A manutenção do pomar em bom estado fitossanitário requer vigilância sistemática e 
efetiva ao aparecimento de problemas. Assim, amostragens ou inspeções periódicas (semanais ou 
quinzenais) devem ser efetuadas nas plantas, para detecção de qualquer praga no início de seu ataque. 
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Uma vez diagnosticado o problema recomenda-se buscar orientação técnica para tomada de medidas de 
controle. No caso de doenças, a prevenção é a forma mais utilizada de controle, devendo também ser 
orientada por um técnico. Existem no comércio diversos produtos agroquímicos (defensivos), cada qual 
com especificidade de controle, seletividade a inimigos naturais e toxicidade ao aplicador e ao 
consumidor. A escolha correta do defensivo é importante no sucesso da pulverização. Salienta-se que 
existe um guia de defensivos denominado “Grade de Inseticidas, Acaricidas, Fungicidas para Produção 
Integrada dos Citros (PIC) no Brasil”, elaborado por um comitê, que é atualizado sistematicamente, com 
a inclusão e exclusão de produtos, disponível na Internet. 
 
 
 
PERMISSÃO DE TRÂNSITO VEGETAL - PTV 
 
O IMA fiscaliza o trânsito de produtos agrícolas com o objetivo de impedir a disseminação de pragas 
nos vegetais. O trabalho é feito por meio da inspeção das cargas, aferição da nota fiscal e da Permissão 
de Trânsito Vegetal - PTV - exigidos pela legislação. A vistoria da documentação acontece nas barreiras 
fixas de fiscalização sanitária e durante as blitze realizadas nas rodovias do Estado.17 
 
Permissão de Trânsito Vegetal - PTV 
 
A Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV - é o documento exigido para acompanhar o transporte da 
carga de vegetais e partes de vegetais que podem disseminar pragas regulamentadas pelo Ministério da 
Agricultura. 
São consideradas pragas regulamentadas aquelas de importância econômica, cujas perdas são 
demonstradas cientificamente e que possuem procedimentos e medidas de controle e/ou prevenção 
descritas em instruções normativas, portarias ou outro tipo de legislação. 
A PTV é emitida no escritório do IMA mediante a apresentação do Certificado Fitossanitário de Origem 
(CFO) ou Certificado Fitossanitário de Origem Consolidado (CFOC), emitido por Engenheiro Agrônomo 
habilitado no IMA. Nessas cargas, que necessitam de atenção especial, exige-se a PTV com Declaração 
Adicional confirmando que os produtos transportados estão livres das seguintes pragas: 
 
- Vespa da madeira: no transporte de pinus, 
- Cancro Cítrico, Pinta Preta, Greening, Morte Súbita dos citros: no transporte de material de 
propagação de citros, 
- Cancro Cítrico: no transporte de frutos cítricos, 
- Sigatoka Negra, Moko da Bananeira: material de propagação e de frutos da bananeira, 
- BSV e CMV (vírus): no transporte de mudas de bananeira, 
- Nematoide Meloidogyne spp.: no transporte de mudas de café, 
- Xanthomonas campestris pv. Viticola: no transporte de frutos e mudas da videira, 
- Mosca-negra-dos-citros: no transporte de frutos e material de propagação de abacate, álamo, amora, 
ardísia, bananeira, buxinho, café, caju, carambola, cherimoia, citros, dama da noite, gengibre, goiaba, 
graviola, grumixama, hibisco, jasmim-manga, lichia, louro, mamão, manga, maracujá, marmelo, pêra, 
pinha, romã, rosa, sapoti e uva, 
- PVX, PVY, PLRV, PVS, Alternaria spp., Cylindrocladium spp, Erwinia spp., Fusarium solani (tipo 
eumartii), Fusarium spp., Meloidogyne spp., Phytophothora infestans, Pratylenchus spp, Ralstonia 
solanacearum, Rhizoctonia solani, Spongospora subterrânea, Streptomyces spp e Helminthosporium 
solani: no transporte de batata-semente. 
 
 
17 http://www.ima.mg.gov.br/sanidade-vegetal/vegetal 
7. Permissão de Trânsito Vegetal - PTV. 
 
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. 73 
 
 
Qualquer que seja o sistema de cultivo considerado, quando se pensa no controle de pragas, a adoção 
de métodos de controle que minimizem ou dispensem o uso de agrotóxicos é desejável, visando tornar a 
atividade agrícola ambientalmente mais segura. Entretanto, o controle químico ainda é o método, técnica 
e economicamente, mais conveniente para um grande número de problemas fitossanitários observando-
se que, dentro de um sistema sustentável de produção, o agrotóxico deve ser utilizado como um bisturi e 
não como uma foice. Controlar pragas e doenças é um conjunto de ações muito mais complexo do que 
apenas aplicar um agrotóxico. Quando se pensa em pulverização, deve-se ter em mente que fatores 
como o alvo a ser atingido, as características do produto utilizado, a máquina, o momento da aplicação e 
as condições ambientais não estarão agindo de forma isolada, sendo a interação destes fatores a 
responsável direta pela eficiência ou ineficiência do controle. Qualquer destes fatores que seja 
desconsiderado, ou equacionado de forma errônea, poderá ser o responsável pelo insucesso da 
aplicação. Não raro, um pulverizador simples, ajustado e operado adequadamente no momento correto, 
produz resultados muito melhores que pulverizadores sofisticados operados inadequadamente sob 
condições climáticas adversas. Assim, o entendimento de tais fatores, bem como de suas interações, 
torna-se necessário para o sucesso no controle fitossanitário. Neste capítulo, alguns desses fatores 
críticos são analisados. 
 
Seleção do pulverizador 
 
Um tratamento fitossanitário eficaz e econômico inicia-se com a escolha do pulverizador. Antes de 
escolher o tipo e modelo de pulverizador a ser utilizado, a seleção da marca do equipamento a ser 
adquirido é muito importante. A qualidade dos pulverizadores brasileiros é, via de regra, muito boa, pelo 
menos a dos mais comumente encontrados no mercado nacional, visto que são exportados para vários 
países do mundo, cumprindo inclusive os rígidos padrões de qualidade europeus. No entanto, nem 
sempre um local para a aquisição de peças e material de reposição, ou mesmo um mecânico 
especializado, estão disponíveis na região, fazendo com que se perca muito tempo com a máquina 
parada, devido à falta de assistência técnica. Esteproblema é passível de ocorrer principalmente com 
pulverizadores de maior porte, com um alto grau de componentes eletrônicos. Portanto, antes de se 
decidir por qualquer marca, deve-se fazer um estudo da viabilidade de assistência técnica e da qualidade 
da mesma na região. 
Uma observação extremamente importante no momento da aquisição, quando a largura da faixa de 
aplicação for dada pelo número de ruas a ser pulado em uma manobra, é verificar se o tamanho da barra 
e o espaçamento entre bicos estão adequados ao espaçamento da cultura, evitando assim a necessidade 
de modificação em um pulverizador novo. Apesar de seu dimensionamento ser pouco usual, a 
inadequação desses fatores pode se constituir em importante fonte de perda aos agricultores. 
Consideremos por exemplo um pulverizador com barra de 12 metros e 24 bicos espaçados de 0,50 m, 
sendo utilizado no tratamento fitossanitário de 500 ha de milho plantados em espaçamento de 0,90 m e 
realizando 3 pulverizações por ciclo da cultura. Nestas condições, a faixa efetivamente tratada seria 12 
m (24 bicos x 0,50 m) enquanto a faixa considerada seria 11,7 m (13 linhas x 0,90 m). Assim, a cada 
passada do pulverizador, uma faixa de 0,30 m seria tratada sem necessidade. Analisando-se que 500 ha 
correspondem a 427.350,43 m lineares, considerando-se uma faixa tratada de 11,7 m (500 ha x 10.000 
m² / 11,7 m), uma faixa de 0,30 m corresponderia a 12,8 ha tratados sem necessidade (427.350,43 m x 
0,30 m / 10.000 m²), por pulverização. No ciclo todo, seriam desperdiçados produtos e mão de obra 
suficientes para tratar 38,5 ha ou 7,7% da área total. Assim, a simples adoção de 0,45 m entre bicos, e 
não 0,50 m, poderia representar uma economia significativa em produto e mão de obra. Sempre que o 
resultado da operação número de bicos na barra x espaçamento entre bicos/espaçamento da cultura não 
for exato, tais perdas estarão ocorrendo. Uma vez selecionada a marca, o tipo, tamanho e número de 
pulverizadores necessários ao tratamento fitossanitário variam com as dimensões da área a ser tratada, 
o tempo disponível para as pulverizações, aspectos da cultura, condições de topografia e solo, mão de 
obra e número de tratores disponíveis, organização da propriedade e poder aquisitivo do agricultor. No 
8. Agrotóxicos: Tecnologia de aplicação. Receituário Agronômico. Uso correto e 
seguro de agrotóxicos e afins. Destinação final de embalagens vazias de 
agrotóxicos. 9. Equipamentos de Proteção Individual para o uso de agrotóxicos. 
10. Toxicologia, classificação e tipos de agrotóxicos. 11. Transporte de 
agrotóxicos. 12. Armazenamento de agrotóxicos. 13. Resíduos de agrotóxicos 
em alimentos. 
 
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entanto, quaisquer que sejam os tipos e modelos selecionados, eles devem ser robustos, de simples 
funcionamento e manutenção, além de apresentar boa precisão e funcionamento, mesmo em condições 
de trabalho desfavoráveis. 
 
Identificação dos alvos biológico e químico 
 
O produto fitossanitário deve exercer sua ação sobre um determinado organismo, que se deseja 
controlar. Portanto, o alvo a ser atingido é esse organismo, seja ele uma planta daninha, um inseto ou um 
fungo (alvo biológico). Entretanto, com os atuais conhecimentos e equipamentos disponíveis, não é 
possível atingir somente o alvo biológico, devendo a fixação do alvo ser mais “abrangente”, recaindo 
sobre outros itens (alvo químico). Dessa forma, enquanto a praga a ser controlada é, por exemplo, a 
lagarta do cartucho (alvo biológico), as folhas deverão ser atingidas pela pulverização (alvo químico). A 
capacidade e forma de redistribuição do produto na planta são fatores importantes na identificação do 
alvo químico. Apesar de o agrotóxico poder não atingir o alvo biológico diretamente, poderá fazê-lo de 
forma indireta através da sua redistribuição, que pode ocorrer pelo processo de translocação sistêmica, 
movimentação translaminar (mesostêmica) ou pelo deslocamento superficial do depósito inicial do 
produto. Em função da capacidade ou não de redistribuição do produto, o alvo químico poderá ser 
mudado. Tomemos como exemplo o controle de plantas daninhas em pós-emergência tardia, como na 
dessecação em plantio direto. Caso seja realizada com glifosato, que tem alta capacidade de 
movimentação tanto no xilema (ascendente) quanto no floema (descendente), o alvo químico poderá ser 
considerado como o terço superior das plantas daninhas, visto que as demais partes da planta serão 
atingidas através da redistribuição do produto. Em contrapartida, caso se utilize o paraquat, que apresenta 
apenas uma pequena redistribuição lateral, sem ação sistêmica, a aplicação deve ser realizada de forma 
a cobrir a maior parte possível da planta daninha, para que o controle seja satisfatório. Cabe ainda lembrar 
que, na hipótese do produto ser sistêmico, deve-se identificar se o mesmo tem movimentação apenas no 
xilema (apoplástica ou acrópeta), apenas no floema (simplástica ou basípeta) ou em ambos, antes de se 
identificar o alvo químico. Para isso, um engenheiro agrônomo deverá ser consultado. 
 
Regulagem do pulverizador 
 
Os procedimentos de regulagem e calibração devem ser realizados antes de se iniciar a aplicação, a 
fim de adequar as condições de uso do equipamento. Entende-se por regulagem, o ato de configurar o 
equipamento para a operação que será realizada e por calibração, a determinação do volume de calda 
utilizado por hectare e a quantidade de produto a ser colocada no tanque. Assim, calibração é apenas o 
passo final da regulagem. Antes de se iniciar a regulagem do pulverizador, uma vez que o mesmo estiver 
acoplado e abastecido com água, devem-se observar as condições gerais de conservação do 
equipamento (vazamentos, conectores e/ou mangueiras ressecadas, etc.), bem como o funcionamento 
dos componentes do sistema hidráulico (filtros, bomba, regulador de pressão, etc.), e efetuar a 
manutenção necessária. Estando em condições de uso, o pulverizador deve então ser levado ao local de 
trabalho. A primeira observação a ser realizada é a adequação do espaçamento entre bicos e do número 
de bicos na barra, quando a faixa de aplicação for medida em número de linhas da cultura a serem 
tratadas, conforme o exposto no item “seleção do pulverizador”. Além da necessidade do espaçamento 
entre bicos ser uniforme ao longo da barra para uniformizar a pulverização, o número de bicos deverá 
também ser ajustado para que o bico da ponta pulverize sobre o meio da rua e não sobre uma linha de 
plantio, evitando que possíveis super ou subdosagens, resultantes de variações no espaçamento de 
plantio, venham a prejudicar a cultura, principalmente no início do ciclo, quando as folhas novas estão 
mais sensíveis. A altura mínima de trabalho da barra, para que não haja interferência na regularidade da 
pulverização, é aquela onde a altura do cruzamento da pulverização entre dois bicos consecutivos na 
barra está próximo da metade da altura entre o bico e a cultura. Sempre que se precisar trabalhar com 
gotas de finas a médias deve-se optar por pulverizadores com distância entre bicos menor, o que 
possibilitará o controle da deriva, pela menor distância entre o alvo e o bico. Para situações onde seja 
possível trabalhar com gotas muito grossas ou extremamente grossas, o controle da deriva será dado 
pelo tamanho da gota. Tendo dimensionado o espaçamento e o número de bicos na barra, deve-se 
realizar a avaliação da velocidade de deslocamento ideal para as condições de topografia, cultura, 
cobertura do solo, equipamento utilizado e habilidade do operador. Na prática, mede-se 50 m dentro da 
área a ser tratada e o pulverizador é posto a se deslocar nessa distância demarcada, numa marcha e 
rotação pré-estabelecidas, observando-se os aspectos de dirigibilidade e de deslocamento da barra sobre 
a cultura. Nessa fase, cuidado em selecionarsempre a rotação que proporcione 540 rpm na tomada de 
potência, uma vez que esta é a rotação necessária para o adequado funcionamento da bomba e do 
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sistema de agitação. Alterações na velocidade devem ser obtidas através da troca de marchas e nunca 
da rotação, evitando assim interferência na homogeneidade da calda e consequentemente na eficácia do 
produto a ser aplicado. 
 Selecionadas a marcha e a rotação de trabalho, deve-se avaliar a adequação das pontas de 
pulverização, que deverá ser função do alvo químico selecionado, da cobertura desejada e da formulação 
do agrotóxico a ser utilizado. Existem vários modelos de pontas disponíveis, cada uma produzindo um 
espectro de tamanho de gotas diferente, larguras e padrões diferentes de deposição, sendo, portanto, 
muito importante saber escolher aquela mais adequada ao trabalho a ser realizado. Cada modelo de 
ponta de pulverização apresenta algumas características peculiares que a diferencia das demais. No 
entanto, todas elas apresentam uma faixa ideal de pressão de trabalho e estão disponíveis com aberturas 
de diferentes tamanhos. Pontas “defletoras”, ou de “impacto”, utilizadas a baixa pressão, são indicadas 
para a aplicação de herbicidas ao solo, pois produzem gotas grandes e podem ser posicionadas mais 
próximo ao alvo, devido ao grande ângulo de abertura do leque, reduzindo a deriva. Pontas de jato plano 
(tipo “leque”) são produzidas em grande variedade de modelos, tamanhos e ângulos de abertura do leque, 
embora os de uso mais frequente sejam os de 80 e 110o, e são utilizadas para aplicar agrotóxicos em 
superfícies relativamente planas. As pontas de ângulo maior oferecem um leque maior, mas produzem 
gotas menores. Pontas de jato cônico (tipo “cone”) podem ser basicamente de dois tipos, denominadas 
de “cone vazio” e “cone cheio”. Estas pontas são utilizadas na pulverização de alvos irregulares, como 
por exemplo, as folhas de uma cultura, pois como as gotas se aproximam do alvo de diferentes ângulos, 
proporcionam melhor cobertura das superfícies. A deposição no cone vazio se concentra somente na 
periferia do cone, sendo que no centro praticamente não há gotas. O cone cheio, por possuir gotas em 
toda a área do cone, produz um perfil de deposição mais uniforme, sendo mais recomendado que os de 
cone vazio para utilização em pulverizadores de barras. Apesar da crença de que pontas leque são para 
aplicar herbicidas e pontas cônicas para inseticidas e fungicidas, não há nada de científico nessa 
afirmação, podendo qualquer modelo ser utilizado para qualquer finalidade, desde que o espectro de 
gotas produzido e a cobertura do alvo sejam adequados. De uma forma geral, gotas grossas a muito 
grossas devem ser selecionadas quando o alvo for de fácil visualização a partir da barra de bicos, como 
o solo ou na dessecação de uma pastagem com herbicida sistêmico; gotas de finas a médias devem ser 
utilizadas em pulverizações onde a penetração na planta ou a elevada cobertura do alvo for importante, 
como na aplicação de fungicidas de ação preventiva, com baixa redistribuição; e gotas de médias a 
grossas devem ser utilizadas em situações intermediárias, como no controle de insetos, por exemplo, 
onde a cobertura pode ser inferior à necessária para o controle de um fungo, uma vez que o inseto 
caminha, e portanto, tem maior probabilidade de entrar em contato com o produto. Fatores como deriva 
e evaporação devem sempre ser considerados a fim de se evitar perdas significativas. Entretanto, a 
seleção de gotas grossas para o controle da deriva em situações onde a elevada cobertura ou a 
penetração do alvo requerem o emprego de gotas de finas a médias pode prejudicar o controle. Nestes 
casos, o controle da deriva deve ser realizado através de outros meios, como a utilização de menores 
espaçamentos entre pontas, aliada a uma maior aproximação da barra ao alvo, como visto anteriormente. 
Por fim, selecionada a ponta e o produto a ser utilizado, deve-se observar se as malhas dos filtros estão 
adequadas à pulverização. Entende-se por malha de um filtro o número de aberturas que este apresenta 
em uma polegada linear (2,54 cm). Dessa forma, quanto maior a malha, maior será o número de aberturas 
em uma polegada e, consequentemente, menor o diâmetro de cada abertura. São normalmente 
encontrados filtros com malhas 30, 50, 80 e 100. A malha a ser utilizada será fator de duas variáveis 
importantes que são: a formulação do produto e o modelo e tamanho da ponta de pulverização. Quando 
se trabalha com formulações Pó Molhável (PM) ou Suspensão Concentrada (SC), existem sólidos em 
suspensão na calda que, caso possuam uma granulometria maior que a malha do filtro, poderão ficar 
retidos pelo mesmo, reduzindo a quantidade de produto efetivamente aplicado, e aumentado a frequência 
com que o filtro deve ser limpo. No caso da utilização destas formulações, filtros malhas 80 e 100 devem 
ser evitados. Quando se trabalha com formulações que formam emulsões (Concentrado Emulsionável - 
CE) ou soluções (Pó Solúvel - PS e Solução Aquosa Concentrada - SaqC ou Concentrado Solúvel - CS), 
a malha não interfere na passagem dos produtos. Com relação às pontas de pulverização, para cada 
modelo e vazão existe um filtro mais adequado, recomendado pelo fabricante. Pontas de menor vazão 
exigem filtros finos (malha 80 ou 100) enquanto pontas de maior vazão podem ser utilizadas com filtros 
mais grossos. De uma forma geral, filtros de malha 50 são recomendados para a maioria das aplicações. 
Entretanto, alguns produtos PM, como a atrazina, quando adicionados a óleo no tanque, podem formar 
grumos, elevando o diâmetro das partículas e causando problemas (Figura 1) com esta peneira. Malhas 
maiores, como a 100, podem causar entupimentos frequentes, enquanto malhas menores, como a 30, 
são incapazes de prevenir o entupimento das pontas de pulverização, exceto em vazões muito elevadas. 
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De qualquer forma, a verificação da malha do filtro em função do produto e da ponta utilizados é a atitude 
mais recomendada. 
 
 
 
O volume de calda utilizado nunca deverá ser o objetivo da regulagem, mas sim a consequência da 
mesma. Regula-se um pulverizador para colocar a quantidade necessária de produto sobre o alvo 
selecionado. Quanto menor o volume de água necessário para isso, maior a capacidade de trabalho dos 
pulverizadores e menor o custo de produção. Como exemplo disso, a figura 2 mostra o erro que pode 
estar ocorrendo quando se regula um pulverizador para aplicar 200 L ha-1, sem se considerar as demais 
variáveis. Considerando-se que a cobertura necessária sobre o alvo químico fosse 50 gotas/cm², o 
mesmo volume de calda poderia ou não ser eficaz, dependendo da ponta e do tamanho de gota 
selecionado. Assim, o produto que proporciona controle é aquele que efetivamente chega ao alvo e não 
o jogado. Quanto mais próximos estiverem esses volumes, maior a economicidade da pulverização. 
 
 
 
Avaliação da pulverização 
 
 Um passo importante no processo de pulverização é avaliar a eficácia da regulagem realizada. 
Qualquer que seja a praga a ser controlada e o sistema de pulverização selecionado, a cobertura deve 
ser avaliada como forma de prever a eficiência do método. Para observações da cobertura, a primeira 
providência é coletar uma amostra, e para isso, deve-se selecionar um amostrador capaz de ser marcado 
pelas gotas, seja por meio da formação de manchas, crateras ou qualquer outro fenômeno visível. Pode-
se, por exemplo, empregar tiras de papel e adicionar à calda um corante qualquer que provoque sobre 
elas manchas bem visíveis. Como corantes, podem ser empregadas anilinas, ou mesmo corantes 
destinados a colorir tintas para pintura de paredes, que são fáceis de encontrar e têm baixo custo. O papel 
neste casodeve apresentar uma qualidade uniforme em toda sua extensão, para que as condições sejam 
uniformes entre as repetições. Assim, recomenda-se o uso do papel fotográfico, facilmente encontrado 
em livrarias ou supermercados destinado à impressão de fotos em impressoras. Outra técnica adequada 
à avaliação da cobertura é a utilização de papéis hidrossensíveis. Estes amostradores, originalmente 
amarelos, tornam-se azuis ao contato das gotas de água, permitindo a visualização da cobertura. É um 
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método bastante utilizado pela sua praticidade. Outro método também interessante é a utilização de 
corantes fluorescentes. Nele, corantes fluorescentes, que podem ser tintas cintilantes normalmente 
vendidas em lojas de material para artesanato, são diluídos em concentração adequada na calda de 
pulverização e pulverizados sobre as plantas. Partes da plantas são então destacadas e a deposição 
sobre elas avaliada em ambiente escuro, sob luz ultravioleta. Nesta condição, o pigmento brilhará, 
evidenciando os pontos de deposição. Esta é uma técnica também bastante adequada à pesquisa, visto 
que, além de se avaliar a própria planta, o fato de o pigmento ser invisível à luz do sol elimina a 
tendencialidade na coleta de amostras. Independentemente do método selecionado para avaliação da 
cobertura, é importante que o amostrador seja posicionado no alvo químico selecionado, para que os 
resultados obtidos possam ter relação com a eficácia do controle. Uma vez cumpridos todos os passos, 
o pulverizador estará então apto a realizar uma pulverização eficaz e econômica. Entretanto, em qualquer 
que seja a pulverização, a eficiência e a segurança das aplicações dependem enormemente das 
condições de clima durante a pulverização. Ventos, temperatura e umidade relativa do ar são fatores que 
interferem diretamente no comportamento do agrotóxico, no seu deslocamento até o alvo, na sua eficácia 
biológica e na velocidade de degradação. Assim, aplicações com ventos inferiores a 3 ou superiores a 10 
km/h, temperaturas superiores a 30ºC e umidade relativa inferior a 55% devem ser evitadas. 
 
Calibração de pulverizadores 
 
A calibração consiste em se determinar o volume de calda que o pulverizador aplica por unidade de 
área ou por planta, e ajustá-lo para a melhor condição operacional. Para se saber o volume de aplicação, 
existem vários procedimentos práticos, sendo o mais indicado o uso da fórmula a seguir: 
 
 
 
Entende-se como faixa de aplicação, a faixa de solo tratada a cada passada do pulverizador. No caso 
da barra, por exemplo, seria a largura da barra, no caso de um turbopulverizador aplicando dos dois lados 
em uma cultura de citros, seria o espaçamento entre ruas, e no caso de um costal pulverizando canteiros, 
a largura do canteiro. Para se saber a vazão de uma ponta, basta dividir “q” pelo número de bicos na 
barra. No caso de pulverizadores de barras, considerar a faixa de aplicação diretamente como a distância 
entre bicos, faz com que se obtenha diretamente a vazão de uma ponta, mas esta é uma exceção. Os 
processos de canecas graduadas são práticos no trabalho de campo, mas podem levar a erros graves 
por problemas de imprecisão na graduação ou mesmo por não se observar a capacidade de vazão das 
pontas em L/min, nas tabelas destas. Esse processo é desaconselhável no campo. Esses cálculos 
normalmente são usados para ajustar o valor do volume de aplicação, deixando um valor arredondado, 
que facilite a preparação da calda no tanque, evitando números fracionados. 
Importante: se, durante a regulagem, a vazão de todos os bicos foram checados e o padrão de 
deposição foi verificado pelo aferidor de pulverização, a medição do consumo em litro/ha pode ser feita 
em apenas alguns bicos. Porém, se não foi feita anteriormente, a determinação do volume aplicado deve 
ser feita em todos os bicos. 
 
Preparo da calda 
 
Para iniciar a pulverização propriamente dita é necessário preparar a calda a ser pulverizada. Para 
isso, devem-se conhecer as diluições a serem realizadas. 
Diluição - uma vez conhecido o volume a ser aplicado por hectare, deve-se fazer mais um cálculo para 
se saber a quantidade do produto fitossanitário a ser diluído no tanque. Por exemplo, se o volume de 
aplicação é de 200 L ha-1 e o produto a ser aplicado for um herbicida na dosagem de 2 kg ha-1 e se o 
tanque tem capacidade para 600 litros, ter-se-ia o seguinte cálculo por regra de três simples: 
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Portanto, deve-se diluir 6,0 kg de diuron no tanque de 600 litros para que a dosagem indicada seja 
aplicada. 
Dosagem - é importante salientar que existem diferentes formas de se indicar a dosagem dos produtos. 
Dose é quantidade do produto, expressa em peso ou volume; dosagem é qualquer relação que envolve 
quantidade, isto é, dose por unidade de peso, volume ou comprimento (Hayes, 1975). Basicamente, a 
dosagem do produto pode ser recomendada por concentração (dose por litro) ou em dose por área. No 
primeiro caso, o produto seria indicado assim: 200 mL de glifosato por 100 litros de água. No segundo 
caso, seria: 6 litros de glifosato por hectare. A indicação, através da concentração, é apropriada somente 
para aplicações de alto volume, onde há escorrimento de calda, de tal forma que a quantidade retida nas 
folhas é proporcional à concentração da calda, independentemente do volume total aplicado. A vantagem 
deste sistema está na sua simplicidade. A variação na superfície a ser coberta não precisa ser levada em 
conta, isto é, a concentração a ser usada é a mesma, tanto para plantas pequenas, pouco enfolhadas, 
como para plantas grandes, pois a quantidade se ajusta por si, desde que se aplique a calda até o 
escorrimento. No entanto, as perdas por escorrimento podem ser significativas. A indicação através da 
quantidade do produto por hectare é a forma preferida, principalmente, para os herbicidas e para os 
inseticidas destinados às grandes culturas como a soja, milho e cana-de-açúcar. A vantagem deste 
sistema está no fato de que independe do volume de calda empregado na distribuição do produto. À 
primeira vista parece ser um sistema mais técnico que o anterior. Tratando-se de produtos distribuídos à 
superfície do solo, como é a maioria dos herbicidas, esse sistema não encerra restrições. Tratando-se, 
no entanto, de aplicação sobre superfície da cultura, deve-se levar em conta a relação existente entre a 
superfície vegetal e a superfície do terreno. Numa lavoura nova, para um hectare do terreno, poderá haver 
menos de um hectare da superfície de folhas, mas, a superfície foliar cresce rapidamente e, em pouco 
tempo, esse mesmo hectare poderá apresentar 3 ou 5 hectares de superfície vegetal e, evidentemente, 
não se pode indicar a mesma dosagem para situações tão diferentes. Portanto, a rigor, essa indicação 
deve estar condicionada ao “índice de área foliar”, um parâmetro pouco empregado na prática. No caso 
de plantas novas em linhas, pode-se adotar o sistema de aplicações em faixa, usando-se acessórios 
específicos para isso. O que se verifica é que, atualmente, a indicação da dose por hectare não vem 
acompanhada de nenhuma referência sobre o tamanho das plantas e nisso reside uma forma de 
desajuste, normalmente acentuado, e em regra geral, as aplicações de fungicidas e inseticidas em plantas 
novas, podem representar o emprego de uma sobre dosagem apreciável (Ramos e Pio, 2008). 
 
Existem duas formas de o produtor aumentar seus lucros: a primeira é vendendo mais caro a produção, 
o que não é fácil em função do controle de preços exercido pelo mercado, e a segunda é produzindo mais 
barato, o que pode ser conseguido pelo investimento em novas técnicas e tecnologias. Ao considerar o 
custo, tanto econômico quanto social, dos produtos fitossanitários, verifica-seque melhorias nas técnicas 
de aplicação, com consequentes reduções nos desperdícios de energia e produtos, podem contribuir para 
a redução substancial dos recursos alocados à produção, além da elevação da segurança ocupacional e 
do ambiente. Obviamente, o investimento em novas tecnologias, apesar de não necessariamente 
representar o aporte de expressivos valores monetários, deve ser acompanhado de um treinamento 
adequado de todas as pessoas envolvidas, bem como por uma eficiente assessoria técnica. Por outro 
lado, maiores investimentos devem ser direcionados também ao treinamento, em todos os níveis, como 
forma de elevar a capacidade crítica geral e fazer com que tecnologias disponíveis cheguem mais 
rapidamente e com qualidade ao agricultor. Padrões de avaliação da pulverização, através da utilização, 
por exemplo, de papéis hidrossensíveis posicionados em pontos específicos da planta, buscando analisar 
“o que” e “como” está chegando e não mais o quanto se está aplicando, passam a ser importantes no 
sistema de produção. Por outro lado, a economia de produto, máquina e mão de obra envolvida, além de 
duradoura após sua implantação, faz com que o retorno de qualquer investimento realizado seja, via de 
regra, bastante rápido, muitas vezes ocorrendo dentro do próprio ano agrícola. Cabe, portanto, ao 
agricultor, analisar seu sistema de produção, identificar possíveis problemas, buscar, avaliar e 
implementar novas tecnologias que o ajudem a reduzir seu custo, face a este mercado cada vez mais 
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globalizado e competitivo. Com toda certeza, muito ainda pode ser trabalhado com relação à eficácia e à 
eficiência do tratamento fitossanitário. 
 
Receituário Agronômico18 
 
Entende-se por Receita ou Receituário (Anexo 01) a prescrição e orientação técnica para utilização de 
agrotóxico ou a um, por profissional legalmente habilitado (Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002). 
Dessa forma, os agrotóxicos e afins só poderão ser comercializados diretamente ao usuário, mediante 
apresentação de receituário próprio. 
 Conforme estabelecido no artigo 13 da Lei 7.802/89 - A venda de agrotóxicos e afins aos usuários 
será feita através de receituário próprio, prescrito por profissionais legalmente habilitados, salvo casos 
excepcionais que forem previstos na regulamentação desta Lei; O Confea através da Resolução 344, de 
27 de julho de 1990 definiu como profissionais habilitados pela prescrição do receituário agronômico os 
Engenheiros Agrônomos e Engenheiros Florestais, nas respectivas áreas de habilitação. De acordo com 
o Decreto Federal 4.560, de 30 de dezembro de 2002, nos termos do artigo 6º - Os Técnicos Agrícolas 
podem se responsabilizar pela emissão de receitas de produtos agrotóxicos. 
 
Conforme estabelecido na Lei 6.496, de 07 de dezembro de 1977: 
Art. 1º - Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços 
profissionais referentes à Engenharia e Agronomia fica sujeito à "Anotação de Responsabilidade Técnica" 
(ART). 
 
Art. 2º - A ART define para os efeitos legais os responsáveis técnicos pelo empreendimento de 
engenharia e agronomia. 
§ 1º - A ART será efetuada pelo profissional ou pela empresa no Conselho Regional de Engenharia e 
Agronomia (CREA), de acordo com Resolução própria do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia 
(Confea). 
 
A receita, específica para cada cultura ou problema, deve conter, necessariamente: 
I - Nome do usuário, da propriedade e sua localização. 
II- Diagnóstico. 
III- Recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a bula do produto. 
IV- Recomendação técnica com as seguintes informações: 
 
a) nome do(s) produto(s) comercial(ais) que deverá(ão) ser utilizado(s) e de eventual(ais) produto(s) 
equivalente(s). 
b) cultura e áreas onde serão aplicados. 
c) doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas. 
d) modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, quando necessário, e, 
obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea. 
e) época de aplicação. 
f) intervalo de segurança. 
g) orientações quanto ao manejo integrado de pragas e de resistência. 
h) precauções de uso. 
i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização de EPI. 
 
O receituário deverá ser expedido em, no mínimo, duas vias, destinando-se a primeira ao usuário e a 
segunda ao estabelecimento comercial, que a manterá à disposição dos órgãos fiscalizadores pelo prazo 
de 2 anos, contados da data de sua emissão. 
As pessoas físicas ou jurídicas que sejam prestadoras de serviços na aplicação de agrotóxicos e afins 
é exigido: 
a) relação detalhada do estoque existente. 
b) programa de treinamento de seus aplicadores de agrotóxicos e afins. 
c) nome comercial dos produtos e quantidades aplicadas, acompanhados dos respectivos receituários 
e guia de aplicação. 
d) guia de aplicação, na qual deverão constar, no mínimo: 
1) nome do usuário e endereço. 
 
18 https://creapb.org.br/site/wp-content/uploads/2016/12/Cartilha-Receitua%CC%81rio-Agrono%CC%82mico.pdf 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 80 
2) cultura e área ou volumes tratados. 
3) local da aplicação e endereço. 
4) nome comercial do produto usado. 
5) quantidade empregada do produto comercial. 
6) forma de aplicação. 
7) data da prestação do serviço. 
8) precauções de uso e recomendações gerais quanto à saúde humana, animais domésticos e 
proteção ao meio ambiente. 
9) identificação e assinatura do responsável técnico, do aplicador e do usuário. 
10 Receituário Agronômico Receituário Agronômico - Prescrição Técnica de Agrotóxicos 
O registro da ART efetivar-se-á após o seu cadastro no sistema eletrônico do CREA e o recolhimento 
do valor correspondente. Portanto, o início da atividade profissional sem o recolhimento do valor da ART 
ensejará as sanções legais cabíveis. 
 
Eis o que o Decreto 6.074/2002 versa sobre o tema: 
 
Capítulo VI 
Da Receita Agronômica 
 
 Art. 64. Os agrotóxicos e afins só poderão ser comercializados diretamente ao usuário, mediante 
apresentação de receituário próprio emitido por profissional legalmente habilitado. 
 
Art. 65. A receita de que trata o art. 64 deverá ser expedida em no mínimo duas vias, destinando-se a 
primeira ao usuário e a segunda ao estabelecimento comercial que a manterá à disposição dos órgãos 
fiscalizadores referidos no art. 71 pelo prazo de dois anos, contados da data de sua emissão. 
 
Art. 66. A receita, específica para cada cultura ou problema, deverá conter, necessariamente: 
I - nome do usuário, da propriedade e sua localização; 
II - diagnóstico; 
III - recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a bula do produto; 
IV - recomendação técnica com as seguintes informações: 
a) nome do(s) produto(s) comercial(ais) que deverá(ão) ser utilizado(s) e de eventual(ais) produto(s) 
equivalente(s); 
b) cultura e áreas onde serão aplicados; 
c) doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas; 
d) modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, quando necessário, e, 
obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea; 
e) época de aplicação; 
f) intervalo de segurança; 
g) orientações quanto ao manejo integrado de pragas e de resistência; 
h) precauções de uso; e 
i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização de EPI; e 
V - data, nome, CPF e assinatura do profissional que a emitiu, além do seu registro no órgão 
fiscalizador do exercício profissional. 
Parágrafo único. Os produtos só poderão ser prescritos com observância das recomendações de uso 
aprovadas em rótulo e bula. 
 
Art. 67. Os órgãos responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e meio ambiente poderão 
dispensar, com base no art. 13 da Lei no 7.802, de1989, a exigência do receituário para produtos 
agrotóxicos e afins considerados de baixa periculosidade, conforme critérios a serem estabelecidos em 
regulamento. 
Parágrafo único. A dispensa da receita constará do rótulo e da bula do produto, podendo neles ser 
acrescidas eventuais recomendações julgadas necessárias pelos órgãos competentes mencionados no 
caput. 
 
 
 
 
 
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. 81 
Transporte de Agrotóxicos 
 
Os riscos de acidentes durante o transporte de produtos químicos para uso agrícola exigem medidas 
de prevenção. Tomar consciência de sua execução não é apenas importante, mas é cumprir a legislação 
que rege a questão de transporte de produtos perigosos. 
O não cumprimento das normas vigentes é uma infração que pode gerar multas para o vendedor do 
produto e para o responsável por seu transporte. 
Como proceder para o transporte de agrotóxicos: 
a) Utilizar veículo tipo caminhonete, que deve estar em perfeitas condições de manutenção e uso. 
b) Toda e qualquer embalagem de produto químico deve estar perfeitamente acondicionada e 
organizada de forma segura, presa à carroceria e coberta por uma lona impermeável. 
c) As embalagens transportadas não podem ter vazamentos ou estar danificadas. 
d) O transporte de produtos químicos dentro das cabines ou na carroceria é terminantemente proibido 
e) Ter em mãos a nota fiscal do produto e o envelope de transporte é uma exigência necessária para 
condução dos agrotóxicos. 
f) O responsável pela condução do veículo deve receber do revendedor as informações sobre o 
produto, o envelope para transporte e a ficha de emergência para transporte. 
g) A nota fiscal para produtos que apresentam “ficha de emergência com tarja vermelha” (Perigoso) 
para o transporte, deve ter os seguintes dados: número da ONU, nome próprio para embarque, classe ou 
subclasse do produto, assim como o grupo de embalagens. 
h) Cada grupo de embalagem pode apresentar uma quantidade isenta para o transporte, ou seja, limite 
de isenção, conforme o quadro abaixo: 
 
 
Classificação de grupos de embalagens 
 
 
Exigências para transportar produtos perigosos em quantidades acima dos limites de isenção: 
a) O motorista deve ter habilitação especial. 
b) O veículo deve ter rótulos de riscos e painéis de segurança. 
c) O veículo deve conduzir kit de emergência com equipamentos de proteção individual, cones e placas 
de sinalização, lanterna, pá etc. 
 
Eis o que o Decreto 6.074/2002 versa sobre o tema: 
 
 Art. 63. O transporte de agrotóxicos, seus componentes e afins está sujeito às regras e aos 
procedimentos estabelecidos na legislação específica. 
Parágrafo único. O transporte de embalagens vazias de agrotóxicos e afins deverá ser efetuado com 
a observância das recomendações constantes das bulas correspondentes. 
 
Armazenamento de Agrotóxicos 
 
O armazenamento requer condições específicas para conservação e uso adequado dos agrotóxicos. 
São relacionados, a seguir, procedimentos para armazenamento de agrotóxicos na propriedade rural: 
a) A instalação para armazenamento de produtos químicos (depósito) deve ficar separada de outras 
construções, como residências ou instalações para animais e ser livre de quaisquer tipos de inundações. 
b) O depósito deve ser de alvenaria, ter iluminação natural e boa ventilação. 
c) O depósito deve ter piso de cimento e o telhado sem goteiras, permitindo condições adequadas 
quanto à umidade do ambiente. 
d) A construção do depósito deve prever instalações elétricas adequadas, em bom estado de 
conservação e uso, para evitar curto-circuito e incêndios. 
e) O depósito deve conter sinalização apropriada, com placa "Cuidado Veneno". 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 82 
f) A entrada no depósito será vetada a crianças, animais e pessoas não autorizadas, devendo 
permanecer trancada. 
g) Os produtos químicos devem estar armazenados separadamente de alimentos, rações animais, 
medicamentos e sementes. 
h) Sempre evitar o estoque de produtos químicos além das quantidades para uso em curto prazo. 
i) Os restos de produtos não podem ser armazenados em embalagens sem tampa ou com vazamentos 
e devem ser sempre mantidos em suas embalagens originais. 
 
Eis o que o Decreto 6.074/2002 versa sobre o tema: 
 
Art. 62. O armazenamento de agrotóxicos, seus componentes e afins obedecerá à legislação vigente 
e às instruções fornecidas pelo fabricante, inclusive especificações e procedimentos a serem adotados 
no caso de acidentes, derramamento ou vazamento de produto e, ainda, às normas municipais aplicáveis, 
inclusive quanto à edificação e à localização. 
 
Classificação19 
 
A toxicidade da maioria dos agrotóxicos é expressa em valores referentes à Dose Média Letal (DL50), 
por via oral, representada por miligramas do ingrediente ativo do produto por quilograma de peso vivo, 
necessários para matar 50% da população de ratos ou de outro animal teste. A DL50 é usada para 
estabelecer as medidas de segurança a serem seguidas para reduzir os riscos que o produto pode 
apresentar à saúde humana. 
Os agrotóxicos são agrupados em classes, de acordo com a sua toxicidade (Tabela abaixo). 
 
Classes toxicológicas dos agrotóxicos com base na DL𝟓𝟎𝟏 
 
 
 
A dose letal (DL501) é a dose de uma substância, expressa em mg/kg de peso vivo, necessária ingerir 
ou administrar para provocar a morte de pelo menos 50% da população em estudo. 
 
Rótulo 
 
O rótulo do produto é a principal forma de comunicação entre o fabricante e os usuários. As 
informações constantes no rótulo são resultados de anos de pesquisa e testes realizados com o produto 
antes de receber a autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para ser 
comercializado. Portanto, antes de manusear qualquer agrotóxico, deve ser feita leitura criteriosa de seu 
rótulo. Impressas nas embalagens ou anexadas a elas devem ser encontradas as seguintes informações: 
- as pragas que o agrotóxico deve controlar; 
- as culturas para as quais o agrotóxico pode ser aplicado; 
- as dosagens recomendadas para cada situação; 
- a classificação toxicológica do agrotóxico; 
- a forma pela qual o agrotóxico pode ser utilizado; 
- o local onde o agrotóxico pode ser aplicado; 
- a época em que o agrotóxico deve ser usado: pré-plantio, pré-emergência ou pós-emergência; 
- o período de carência, ou seja, o intervalo de tempo, em dias, que deve ser observado entre a 
aplicação do agrotóxico e a colheita do produto agrícola. A observância do período de carência é, 
 
19 http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fohgb6co02wyiv8065610dc2ls9ti.html 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 83 
portanto, essencial para que o alimento colhido não possua resíduo do agrotóxico em níveis acima do 
limite máximo permitido pelo Ministério da Saúde. A comercialização de produtos agrícolas contendo 
resíduo de agrotóxico em níveis acima do limite máximo fixado por aquele Ministério é ilegal; 
- se o agrotóxico pode ser misturado a outros de uso frequente, em situações semelhantes; 
- e se o agrotóxico pode causar injúria às culturas para as quais é recomendado. 
 
Uso de EPI’s ao aplicar agrotóxicos20 
 
Situações de uso 
Sempre que forem manipuladas embalagens de agrotóxicos (cheias ou vazias); 
Sempre que estiver sendo preparada a calda; 
Sempre que estiver sendo feita uma aplicação; 
Sempre que alguém adentrar uma área recém tratada, ou seja, durante o período de segurança. 
 
Importante: 
Durante a pulverização aérea é proibida a entrada e permanência de qualquer pessoa na área a ser 
tratada. 
O empregador rural ou equiparado deverá sinalizar as áreas recém tratadas, informando o período 
de reentrada,que é o período após a aplicação em que é vedada a entrada de pessoas sem uso de 
EPIs. 
A sinalização consta no rótulo/bula do produto, é obrigatória (NR 31) e pode apresentar certas 
especificidades conforme a região geográfica. 
 
Uso de EPIs por tipo de operação 
Os EPIs não foram desenvolvidos para substituir os demais cuidados na aplicação e sim para 
complementá-los, evitando-se a exposição. 
Para reduzir os riscos de contaminação, as operações de manuseio e aplicação devem ser 
realizadas com cuidado, para evitar ao máximo a exposição. 
 
Como vestir e retirar os EPIs 
Para garantir proteção adequada, os EPIs deverão ser vestidos e retirados de forma correta. 
 
Como vestir o EPI 
 
Calça e jaleco 
A calça e o jaleco devem ser vestidos sobre a roupa comum (camiseta de algodão e bermuda), fato 
que permitirá a retirada da vestimenta em locais abertos. O EPI pode ser usado sobre uma bermuda e 
camiseta de algodão, para aumentar o conforto. Vestir uma roupa comum por baixo do EPI aumenta o 
tempo de proteção pois evita que o suor sature o tecido hidrorepelente. O aplicador deve vestir primeiro 
a calça do EPI e em seguida o jaleco, certificando-se que este fique sobre a calça e perfeitamente 
ajustado. 
O velcro deve ser fechado com os cordões para dentro da roupa. Caso o jaleco de EPI possua 
capuz, o aplicador deve assegurar-se que estará devidamente vestido pois, caso contrário, servirá de 
compartimento facilitando o acúmulo e retenção de produto. Vale ressaltar que o EPI deve ser 
compatível com o porte físico do aplicador. 
 
Importante: vestir uma roupa comum por baixo da vestimenta aumenta o tempo de proteção, pois 
evita que o suor sature o tecido hidrorrepelente. 
A roupa comum não pode ser de uso pessoal, conforme descrito na NR31. 
 
Botas 
Impermeáveis, devem ser calçadas sobre meias de algodão de cano longo, para evitar atrito com os 
pés, tornozelos e canelas. 
As bocas da calça do EPI sempre devem estar para fora do cano das botas, a fim de impedir o 
escorrimento do produto para o interior do calçado. 
 
 
 
20 https://www.fmcagricola.com.br/images/manuais/ANDEF_MANUAL_BOAS_PRATICAS_NO_USO_DE_EPIs_web.pdf 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 84 
Avental impermeável 
Deve ser utilizado na parte da frente do jaleco durante o preparo da calda e pode ser usado na parte 
de trás do jaleco durante as aplicações com equipamento costal. Para aplicações com equipamento 
costal é fundamental que o pulverizador esteja funcionando bem e não apresente vazamentos. 
Respirador 
Deve ser colocado de forma que os dois elásticos fiquem fixados corretamente e sem dobras, um na 
parte superior da cabeça e outro na parte inferior, na altura do pescoço, sem apertar as orelhas. O 
respirador deve encaixar perfeitamente na face do trabalhador, não permitindo que haja abertura para a 
entrada de partículas, névoas ou vapores. Para usar o respirador, o trabalhador deve estar sempre bem 
barbeado. 
 
Viseira facial / óculos de proteção 
Deve ser ajustada firmemente na testa, mas sem apertar a cabeça do trabalhador. A viseira deve 
ficar um pouco afastada do rosto para não embaçar. 
 
Boné árabe 
Deve ser colocado na cabeça sobre a viseira ou óculos. O velcro do boné árabe deve ser ajustado 
sobre a viseira facial, assegurando que toda a face esteja protegida, assim como o pescoço e a cabeça. 
 
Luvas 
Último equipamento a ser vestido. Devem ser usadas de forma a evitar o contato do produto tóxico 
com as mãos. As luvas devem ser compradas de acordo com o tamanho das mãos dos usuários. Não 
devem ser muito justas para facilitar sua colocação e retirada. 
Não podem ser muito grandes, pois podem atrapalhar o tato e causar acidentes, bem como permitir 
que caia produto dentro delas. As luvas devem ser colocadas para dentro das mangas do jaleco 
normalmente. No entanto, se o jato de pulverização for dirigido para cima da linha dos ombros do 
trabalhador, elas devem ser vestidas para fora das mangas do jaleco. O objetivo é evitar que o produto 
aplicado escorra para dentro das luvas e atinja as mãos. 
 
Como tirar o EPI 
Após a aplicação, normalmente a superfície externa do EPI está contaminada. Portanto, na retirada 
do EPI, é importante evitar o contato das áreas mais atingidas com o corpo do usuário. 
Antes de começar a retirar o EPI, recomenda-se que o aplicador lave as luvas vestidas. Isto ajudará 
a reduzir os riscos de exposição acidental. 
 
Referências Bibliográficas: 
Instruções agrícolas para as principais culturas econômicas/ Eds. Adriano Tosoni da Eira Aguiar, Charleston Gonçalves, Maria Elisa Ayres Guidetti Zagatto 
Paterniani; et al. 7.ª Ed. rev. e atual. Campinas: Instituto Agronômico, 2014. 452 p. (Boletim IAC, n.º 200). 
 
Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos21 
 
Quase 99% das amostras de alimentos analisadas pela Anvisa, entre o período de 2013 e 2015, estão 
livres de resíduos de agrotóxicos que representam risco agudo para a saúde. O dado faz parte do relatório 
do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, o PARA, divulgado pela Agência 
nesta sexta-feira (25/12), em Brasília. No total, foram 12.051 amostras monitoradas nos 27 estados do 
Brasil e no Distrito Federal. 
Esta é a primeira vez que a Anvisa monitora o risco agudo para saúde, uma vez que, nas edições 
anteriores do PARA, as análises tinham o foco nas irregularidades observadas nos alimentos. O risco 
agudo está relacionado às intoxicações que podem ocorrer dentro de um período de 24 horas após o 
consumo do alimento que contenha resíduos. Este novo tipo de avaliação, que já vem sendo feito na 
Europa, Estados Unidos, Canadá etc., leva em consideração a quantidade de consumo de determinado 
alimento pelo brasileiro. 
Foram avaliados cereais, leguminosas, frutas, hortaliças e raízes, totalizando 25 tipos de alimentos. O 
critério de escolha foi o fato de que estes itens representam mais de 70% dos alimentos de origem vegetal 
consumidos pela população brasileira, conforme detalhados na tabela a seguir. 
Um dos alimentos com maior quantidade de amostras analisadas foi a laranja. Vigilâncias sanitárias 
de estados e municípios realizaram a coleta de 744 amostras em supermercados de todas as capitais do 
 
21 http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/divulgado-relatorio-sobre-residuos-de-agrotoxicos-em-
alimentos/219201/pop_up?_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_viewMode=print&_101_INSTANCE_FXrpx9qY7FbU_languageId 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 85 
País. No montante avaliado, 684 amostras foram consideradas satisfatórias, sendo que, dessas, 141 não 
apresentaram resíduos. 
Uma das situações de risco identificadas na laranja está relacionada ao agrotóxico carbofurano, que 
passa por processo de reavaliação na Anvisa. É a substância presente nas amostras que mais preocupa 
quanto ao risco agudo, sendo que 11% das amostras de laranja apresentaram situações de risco relativas 
ao carbofurano. 
O agrotóxico carbendazim é outro que merece atenção quanto ao risco agudo. Os resultados do 
programa revelaram que em 5% das amostras de abacaxi há potencial de risco relacionado à substância. 
Um aspecto importante é que as análises do programa sempre são feitas com o alimento inteiro, 
incluindo a casca, que, no caso da laranja e do abacaxi, não é comestível. Ou seja, com a eliminação da 
casca, a possibilidade de risco é diminuída. Isso porque alguns estudos trazem indícios de que a casca 
da laranja tem baixa permeabilidade aos principais agrotóxicos detectados, de modo que a possiblidade 
de contaminação da polpa é reduzida. 
Já para os demais produtos, como a abobrinha, o pimentão, o tomate e o morango, o risco agudo 
calculado foi consideradoaceitável em quantidade superior a 99% das amostras. 
As irregularidades apontadas no relatório, apesar de não representarem risco apreciável à saúde do 
consumidor do ponto de vista agudo, podem aumentar os riscos ao agricultor, caso ele utilize agrotóxicos 
em desacordo com as recomendações de uso autorizadas pelos órgãos competentes. 
As irregularidades também podem indicar uso excessivo do produto ou mesmo a colheita do alimento 
antes do período de carência descrito na bula do agrotóxico. As situações de contaminação por deriva, 
contaminação cruzada e solo, entre outros, também podem ocasionar a presença de resíduos irregulares 
nos alimentos, principalmente nos casos em que os resíduos são detectados em concentrações muito 
baixas. 
 
Destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos22 
 
A destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos é um procedimento complexo que requer a 
participação efetiva de todos os agentes envolvidos na fabricação, comercialização, utilização, 
licenciamento, fiscalização e monitoramento das atividades relacionadas com o manuseio, transporte, 
armazenamento e processamento dessas embalagens. 
 
Responsabilidades 
 
Os Usuários deverão: 
a) Preparar as embalagens vazias para devolvê-las nas unidades de recebimento: 
• Embalagens rígidas laváveis: efetuar a lavagem das embalagens (Tríplice Lavagem ou Lavagem sob 
Pressão); 
• Embalagens rígidas não laváveis: mantê-las intactas, adequadamente tampadas e sem vazamento; 
• Embalagens flexíveis contaminadas: acondicioná-las em sacos plásticos padronizados. 
b) Armazenar, temporariamente, as embalagens vazias na propriedade; 
c) Transportar e devolver as embalagens vazias, com suas respectivas tampas, para a unidade de 
recebimento mais próxima (procurar orientação junto aos revendedores sobre os locais para devolução 
das embalagens), no prazo de até um ano, contado da data de sua compra; 
d) Manter em seu poder os comprovantes de entrega das embalagens e a nota fiscal de compra do 
produto. 
 
Os Revendedores deverão: 
a) Disponibilizar e gerenciar unidades de recebimento (postos) para a devolução de embalagens vazias 
pelos usuários/agricultores; 
b) No ato da venda do produto, informar aos usuários/agricultores sobre os procedimentos de lavagem, 
acondicionamento, armazenamento, transporte e devolução das embalagens vazias; 
c) Informar o endereço da unidade de recebimento de embalagens vazias mais próxima para o usuário, 
fazendo constar esta informação na Nota Fiscal de venda do produto; 
d) Fazer constar dos receituários que emitirem, as informações sobre destino final das embalagens; 
e) Implementar, em colaboração com o Poder Público, programas educativos e mecanismos de 
controle e estímulo à lavagem (Tríplice ou sob Pressão) e à devolução das embalagens vazias por parte 
dos usuários. 
 
22 https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/41/DESTINAcaO%20FINAL%20DE%20EMBALAGENS%20VAZIAS%20DE%20AGROTOXICOS.pdf. 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 86 
Os Fabricantes deverão: 
a) Providenciar o recolhimento, a reciclagem ou a destruição das embalagens vazias devolvidas às 
unidades de recebimento em, no máximo, um ano, a contar da data de devolução pelos 
usuários/agricultores; 
b) Informar os Canais de Distribuição sobre os locais onde se encontram instaladas as Centrais de 
Recebimento de embalagens para as operações de prensagem e redução de volume; 
c) Implementar, em colaboração com o Poder Público, programas educativos e mecanismos de 
controle e estímulo à LAVAGEM (Tríplice e sob Pressão) e à devolução das embalagens vazias por parte 
dos usuários; 
d) Implementar, em colaboração com o Poder Público, medidas transitórias para orientação dos 
usuários quanto ao atendimento das exigências previstas no Decreto nº 4.074/2002, enquanto se realizam 
as adequações dos estabelecimentos comerciais e dos rótulos e bulas; 
e) Alterar os modelos de rótulos e bulas para que constem informações sobre os procedimentos de 
lavagem, armazenamento, transporte, devolução e destinação final das embalagens vazias. 
 
Destino Final de Resíduos 
A aplicação de um produto fitossanitário deve ser planejada de modo a evitar desperdícios e sobras. 
No entanto, em caso de sobra, deve-se proceder da seguinte maneira: 
Sobra da calda no tanque do pulverizador: 
O volume da calda deve ser calculado adequadamente para evitar grandes sobras no final de uma 
jornada de trabalho; 
Se o volume de calda que sobrar no tanque do pulverizador for pequeno deve ser diluído em água e 
aplicado nas bordaduras da área tratada ou nos carreadores; 
Se o produto que estiver sendo aplicado for um herbicida o repasse em áreas tratadas poderá causar 
fitotoxicidade e deve ser evitado. 
 
Atentar-se para o fato de que nunca devem ser jogadas as sobras ou restos de produtos em rios, lagos 
ou demais coleções de água. 
 
Sobra de produto concentrado: 
O produto concentrado deve ser mantido em sua embalagem original; 
É importante certificar-se de que a embalagem está fechada adequadamente; 
A embalagem deve ser armazenada em local seguro. 
 
Produto Vencido ou Impróprio para Comercialização 
Os problemas com produtos vencidos ou impróprios para a utilização normalmente são causados por 
erros no manuseio. 
Os produtos fitossanitários normalmente apresentam prazo de validade de 2 a 3 anos, tempo suficiente 
para que sejam comercializados e aplicados. 
A compra de quantidades desnecessárias ou falha na rotação de estoque poderão fazer com que 
expirem os prazos de validade. 
As embalagens dos produtos fitossanitários são dimensionadas para resistir com segurança às etapas 
de transporte e armazenamento. Avarias nas informações de rótulo e bula ou danos nas embalagens 
normalmente são causados pelo manuseio impróprio durante o transporte e ou armazenamento. 
Produto vencido ou impróprio para comercialização 
O revendedor deve comunicar ao fabricante qualquer avaria ou irregularidade que deixe o produto 
impróprio para a comercialização; 
O produto deverá ser devolvido à fábrica para destinação adequada; 
Os custos envolvidos na devolução do produto para o fabricante, como o transporte, são de 
responsabilidade do revendedor ou proprietário. Podendo haver negociação entre as partes. 
É sempre importante ressaltar que tais informações não devem ser entendidas como o único critério 
para o destino final de resíduos de produtos fitossanitários, deve sempre ser consultada as disposições 
nas legislações estaduais e municipais. 
 
Questões 
 
01. (ADEPARÁ - Agente de Defesa Agropecuária – MOVENS) O uso do equipamento de proteção 
individual (EPI) é obrigatório em qualquer aplicação de agrotóxico. Nesse sentido, assinale a opção que 
apresenta os equipamentos que deverão ser utilizados na aplicação manual de defensivos agrícolas. 
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. 87 
(A) Luvas, respiradores, viseira, medidor graduado, capuz e avental. 
(B) Viseira, boné árabe, capuz, avental, medidor graduado e funil com tela. 
(C) Luvas, respiradores, viseira, boné árabe, capuz e avental. 
(D) Respiradores, viseira, boné árabe e funil com tela. 
 
02. (MPE/SP - Analista Técnico Científico - Engenheiro Agrônomo – VUNESP/2016) Em relação 
ao receituário agronômico, é correto afirmar que 
(A) a receita poderá conter a modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, 
quando necessário, e, obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea. 
(B) mediante os seus conhecimentos fitotécnicos e fitossanitários, o agrônomo pode indicar uma 
utilização do agrotóxico diferente daquela estabelecida no rótulo ou bula do produto. 
(C) para aplicação aérea, é obrigatória a existência na receita de pelo menos duas das quatro 
informações relacionadas àmodalidade de aplicação. 
(D) com a utilização de papel timbrado, número nacional do CRE e CPF, a receita pode ser rubricada, 
dispensando-se a assinatura cartorial. 
(E) a receita só se justifica se houver efetiva participação do profissional que a subscreve. 
 
03. (EMATER/PA – Extensionista Rural I – Engenheiro Agrônomo – UNAMA) Agrotóxicos são 
produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de 
produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de 
florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, 
cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de 
seres vivos considerados nocivos. 
Com relação à utilização legal dos agrotóxicos podemos afirmar que: 
(A) Posto de recebimento é o estabelecimento mantido ou credenciado por um ou mais 
estabelecimentos comerciais, ou conjuntamente com os fabricantes, destinado a receber e armazenar, 
provisoriamente, embalagens vazias de agrotóxicos e afins devolvidas pelos usuários. 
(B) Produto formulado equivalente - produto que, se comparado com outro produto formulado já 
registrado, apesar de possuir indicações de uso diversas, são equivalentes entre si, com a mesma 
composição qualitativa e cuja variação quantitativa de seus componentes não o leve a expressar 
diferença no perfil toxicológico e ecotoxicológico frente ao do produto em referência. 
(C) Período de carência, na aplicação de agrotóxicos em pós-colheita, é o intervalo de tempo entre a 
última aplicação e a colheita. 
(D) Produto técnico equivalente é o produto de diferente ingrediente ativo de outro produto técnico já 
registrado, cujo teor, bem como o conteúdo de impurezas presentes, não variem a ponto de alterar seu 
perfil toxicológico e ecotoxicológico. 
 
04. (UFPE/UFRPE - Técnico em Agropecuária – COVEST) Qual o trio de equipamentos com uso 
comum obrigatório no manuseio agrícola de agrotóxicos de qualquer classificação toxicológica? 
(A) Máscaras protetoras, óculos e luvas impermeáveis. 
(B) Máscaras protetoras, luvas impermeáveis e macacão com mangas compridas. 
(C) Macacão com mangas compridas, botas impermeáveis e chapéu impermeável de abas largas. 
(D) Óculos, luvas impermeáveis e botas impermeáveis. 
(E) Avental impermeável, óculos e botas impermeáveis. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.E / 03.A/ 04.C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA
 
. 88 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
 
 
 
02. Resposta: E 
Decreto 6.074/2002 versa sobre o tema: 
Art. 64. Os agrotóxicos e afins só poderão ser comercializados diretamente ao usuário, mediante 
apresentação de receituário próprio emitido por profissional legalmente habilitado. 
 
03. Resposta: A 
Os Fabricantes deverão: 
a) Providenciar o recolhimento, a reciclagem ou a destruição das embalagens vazias devolvidas às 
unidades de recebimento em, no máximo, um ano, a contar da data de devolução pelos 
usuários/agricultores; 
b) Informar os Canais de Distribuição sobre os locais onde se encontram instaladas as Centrais de 
Recebimento de embalagens para as operações de prensagem e redução de volume 
 
04. Resposta: C 
 
 
 
1526488 E-book gerado especialmente para LUANA SOUSA COSTA

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