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C Á L C U L O P A R A E N G E N H E I R O S Cálculo III © Helder H. Ch. Sánchez, 2015 Faculdade Centro Leste, UCL Núcleo de Engenharia Química e Petróleo, helderch@ucl.br Tabela de Conteúdos. Capítulo 1 Diferenciação Parcial 1.1 Função de duas variáveis. Definição 1.1.1 Superfícies quadráticas 1.1.2 Cálculo do dominio e imagem de uma função 1.1.3 Exercícios 1.2 Curvas e superfícies de nível 1.2.1 Cálculo das curvas e superfícies de nível 1.2.2 Exercícios 1.3 Limites de funções de duas e mais variáveis 1.3.1 Cálculo de limites 1.3.1 Exercícios. Lista 1 1.4 Continuidade. Definição 1.4.1 Examinando a continuidade 1.4.2 Exercícios. Lista 2 1.5 Derivadas parciais. Definição 1.5.1 Cálculo de derivadas parciais 1.5.2 Derivadas parciais de ordem superior 1.5.3 Derivadas parciais de ordem superior em equações implícitas 1.5.4 Interpretações das derivadas parciais 1.6 Incrementos, diferencial total e derivada total 1.6.1 Incrementos e diferencial total 1.6.2 Derivada total 1.7 Regra da cadeia. Teorema 1.7.1 Exercícios. Lista 3 1.8 Valores Extremos. Definição 1.8.1 Procedimentos para determinar pontos de máximo, mínimo e de zela para funções de duas variáveis 1.8.2 Problemas trabalhados 1.9 Multiplicadores de Lagrange. Definição 1.9.1 Exercícios. Lista 4 Capítulo 2 Derivadas direcionais. Campos escalares e vetoriais 2.1 Campos escalares e vetoriais 2.1.1 Campos escalares 2.1.2 Campos vetoriais 2.2 Campo gradiente 2.3 Derivadas direcionais 2.4 A divergência de um campo vetorial 2.5 O rotacional de um campo vetorial 2.6 Operações combinadas com campos 2.7 Exercícios. Lista 5 2 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb Capítulo 3 Integrais Múltiplas 3.1 Integrais de linha 3.1.1 Introdução 3.1.2 Propriedades das integrais de linha 3.1.3 Integrais de linha ao redor de uma curva fechada 3.2 Integrais duplas em coordenadas polares 3.2.1 Aplicações das integrais duplas 3.2.1.1 Áreas de figuras planas. Coordenadas retangulares 3.2.1.1 Áreas de figuras planas. Coordenadas polares 3.3 Teorema de Stokes. 3.4 Integrais triplas em coordenadas cilindricas e esféricas 3.4.1 Aplicações das integrais triplas 3.4.1.1 Volume de um sólido limitado por superfícies. Coordenadas retangulares 3.4.2 Teorema de Gauss ou da divergência 3.4 Mudança de variável em integrais duplas e triplas Apêndices A. B. Referências Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 3 4 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 5 1 DIFERENCIAÇÃO PARCIAL 1.1. Funções de duas variáveis. Definição Existem inúmeros exemplos da vida diária de funções de duas ou mais variáveis: ✶ Por exemplo, a área de uma placa retangular de comprimento x e largura y é dada por A(x, y) = xy, é um exemplo de uma função de duas variáveis. ✶ O período de oscilação de um pêndulo simples é dado por T = 2π L /g , é uma função de duas variáveis T = f(L, g).✶ A equação do gás ideal estabelece uma relação da presão p como função do volume V, número de mol n e a temperatura absoluta T: p = R n T /V, onde R é uma constante. Se n, V, T variam, a pressão P também variará, por isso dizemos que é um exemplo de uma função de três viariáveis, pelo que escrevemos p = f(n, T, V). Uma função de duas variáveis z = f(x, y), é uma superfície no espaço 3-dimensional (3-D) onde os eixos de coordenadas são formados por x, y e z. Um exemplo é a superfície quadrática z = x2+2 y2 que é mostrado na Fig.1. apaga tudo ClearAll["Global`*"]; gráfico 3D Plot3D[x2 +2 y2, {x, -2, 2}, {y, -2, 2}, função de cores ColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → n⋯None, legenda d⋯PlotLegends → sit⋯Placed[ legend⋯BarLegend[ automá⋯Automatic, tamanho do marcador da legendaLegendMarkerSize → 100, função de leg⋯LegendFunction → ( emold⋯Framed[#, raio de arredonda⋯RoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de z"], { d⋯After, topoTop}]] Valor de z 0 2 4 6 8 10 12 Fig.1. Gráfico da função z = x2+2 y2. A barra de cores vertical mostra o valor de z associado a um cor da superfície z = f(x, y). Outro tipo de função muito importante é a de um plano. A equação de um plano defíne-se como z = f(x, y) = A x+B y+D, ou equivalente- mente na forma a x+b y+ c z = d, um exemplo do qual é z = 3 x+5 y-2 mostrado na Fig.2. 6 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb gráfico 3D Plot3D[3 x+5 y-2, {x, -2, 2}, {y, -2, 2}, função de cores ColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → ne⋯None, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automát⋯Automatic, tamanho do marcador da legendaLegendMarkerSize → 80, função de legenda LegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de z"], { dep⋯After, topoTop}]] Valor de z -10 0 10 Fig.2. Gráfico do plano definido pela função z = 3 x+5 y-2. apaga tudo ClearAll["Global`*"]; manipula Manipulate[ gráfico 3D de contornos ContourPlot3D[A x+B y+G z+M ⩵ 0, {x, -10, 10}, {y, -10, 10}, {z, -10, 10}, malha Mesh → nenhum None, tema do gráfico PlotTheme -> "Marketing", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, tamanho da ima⋯ImageSize → 200, função de coresColorFunction → funçãoFunction[{x, y, z}, matizHue[x]], malha Mesh → ne⋯None, estilo de conto⋯ContourStyle → diretivaDirective[ laranjaOrange, opacidadeOpacity[0.8], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 30]]], {A, -3, 3, aparênciaAppearance → "Open"},{B, -3, 3, aparência Appearance → "Open"}, {G, -3, 3, aparência Appearance → "Open"}, {M, -3, 3, aparência Appearance → "Open"}] A 3. B -3. G -3. M -3. Agora definimos a função de duas e três variáveis. Definição. Uma função f de duas variáveis é uma regra que atribui a cada par ordenado de números reais (x, y) em um conjunto D de um único número indicado por z = f (x, y) . O conjunto D é o domínio de f e sua imagem A é o conjunto de valores que toma, isto é, A = Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 7 {z (x, y) ∈ D}. Uma função de três variáveis, u = f(x, y, z), definida no dominio D do espaço, é uma regra f que associa a cada ponto (x, y, z) em D um número real f (x, y, z). Fig.3. O domínio D da função z = f(x, y) mapea o par odenado (x, y) do plano XY para os pontos f(x, y) da imagem A da função z = f(x, y). Se uma função é dada por uma fórmula e nenhum dominio é especificado, logo o dominio D ∈ ℝ2 de f é entendido para ser o conjunto de todos os pares (x, y) para os quais a expressão é um número real bem definido. A imagem da função z = f(x, y) será o sub-conjunto A ∈ ℝ formado por todos os pontos z que deixam a função z = f(x, y) bem definida. As variáveis x e y cháman-se variáveis independentes e a variável z cháma-se variável dependente. Por exemplo, se z = f(x, y) = x2 y+ y2, e assumimos x = 1, y = 2, teremos z = f(1, 2) = 12 (2) +22 = 6. Se localizarmos os pares ordenados (x, y) no plano cartesiano XY e assumimos a terceira coordenada como o valor de z, o resultado pode ser visualizado como na Fig.4. Fig.4 A região D é o dominio da função z = f(x, y) e o par ordenado (1, 2) é um elemento de D, em quanto que o valor z = f(1, 2) = 6, é um elemento da imagem A da função. Se uma grande quantidade de pares ordenados (x, y) são tomados do dominio e seus valores z são calculados da função z = f(x, y) e localizados no espaço como indicado pela linha PP´ mostrada na Fig.4, no limite de grande quantidade de pontos P´(x, y, z), se formará uma superfície no espaço ℝ3, como mostrado na Fig.5. Fig.5 Todos os pares ordenados (x, y) do dominio D formam a superfície hachurada z = f(x, y) depois de calcular todos os valores da função z. 1.1.1 Superfíciesquadráticas Um esboço do gráfico de uma função pode ser muito útil na comprensão de uma função de duas variáveis ou uma equação de três variáveis. Descrevemos uma classe de superfícies cujas equações são simples e fáceis de se reconhecer, a saber as superfícies quadráticas. 8 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb Por definição, superfícies quadráticas são os gráficos de qualquer equação que pode ser colocada na forma geral a x2 +b y2 + c z2 +d x y+ e x z+ f y z+g x+h y+ i z+ j = 0, (1.1) onde a, ..., j são constantes. Estas superfícies correspondem as seções cônicas no plano. Aqui apresentamos as mais conhecidas. No código seguinte mostramos uma manipulação de la equação geral de uma superfície quadrática dada por (1.1). Variando os valores das constantes a, b, ..., j visulizamos diversas superfícies interessantes. apaga tudo ClearAll["Global`*"]; manipula Manipulate[ gráfico 3D de contornos ContourPlot3D[a x ^ 2+b y ^ 2+ c z ^ 2+d x y+e x z+ f y z+g x+h y+ i z+ j ⩵ 0, {x, -10, 10}, {y, -10, 10}, {z, -10, 10}, malha Mesh → ne⋯None, tamanho da ima⋯ImageSize → 200, tema do gráficoPlotTheme -> "Marketing", legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, z}, função de coresColorFunction → funçãoFunction[{x, y, z}, matizHue[x]], malha Mesh → ne⋯None, estilo de conto⋯ContourStyle → diretivaDirective[ laranjaOrange, opacidadeOpacity[0.8], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 30]]], {a, -3, 3, aparênciaAppearance → "Open"},{b, -3, 3, aparência Appearance → "Open"}, {c, -3, 3, aparência Appearance → "Open"}, {d, -5, 5, aparência Appearance → "Open"}, {e, -5, 5, aparência Appearance → "Open"}, {f, -5, 5, aparência Appearance → "Open"}, {g, -5, 5, aparência Appearance → "Open"}, {h, -5, 5, aparência Appearance → "Open"}, {i, -5, 5, aparência Appearance → "Open"}, {j, -20, 20, aparência Appearance → "Open"}] a 0.3 b 0.2 c 0.8 d 0 e 0 f 0 g 0 h 0 i 0 j 16 ◼ Cilindros quadráticos. Se z não aparece em uma equação, seu gráfico será um cilindro paralelo ao eixo z. Os três tipos mais relevantes são: ♣ Cilindro elíptico. Sua equação é x2 a2 + y2 b2 = 1. Intersecta qualquer plano horizontal z = z0 em uma elipse, Fig.6a. Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 9 ♣ Cilindro parabólico. Sua equação é y = ax2+bx+c. Intersecta qualquer plano horizontal z = z0 em uma parábola, Fig.6b. ♣ Cilindro hiperbólico. Sua equação é x2 a2 - y2 b2 = c. Intersecta qualquer plano horizontal z = z0 em uma hipérbole. Fig.6c. gráfico 3D de contornos ContourPlot3D x2 12 + y2 42 == 1, {x, -2.0, 2.0}, {y, -4.0, 4.0}, {z, 0, 4}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, função de cores ColorFunction → função Function[{x, y, z}, matiz Hue[x]], malha Mesh → nen⋯None, gráfico 3D de contornosContourPlot3D[y == x2 +3 x+1, {x, -4.0, 2.0}, {y, -1.3, 4.0}, {z, 0, 4}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, função de cores ColorFunction → função Function[{x, y, z}, matiz Hue[y]], malha Mesh → nen⋯None], gráfico 3D de contornosContourPlot3D x222 - y232 ⩵ 1, {x, -10.0, 10.0}, {y, -10.0, 10.0}, {z, -2, 2}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, função de cores ColorFunction → função Function[{x, y, z}, matiz Hue[z]], malha Mesh → nenhum None , , Fig.6 a) Gráfico do cilíndro elíptico x 2 12 + y2 42 = 1, b) o cilindro parabólico y = x2+3 x+1, c) cilindro hiperbólico x2 22 - y2 32 = 1.◼ A esfera. Uma esfera de raio r e centrada no ponto P(a, b, c) tem a equação (x-a)2+(y-b)2+(z-c)2 = r2. (1.2) A esfera a (x-3)2 +(y-1)2 +(z-2)2 = 22, é mostrada na Fig.7. gráfico 3D de contornos ContourPlot3D(x-3)2 +(y-1)2 +(z-2)2 ⩵ 22, {x, 0, 5.0}, {y, -1.0, 3.0}, {z, 0, 5}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, função de cores ColorFunction → função Function[{x, y, z}, matiz Hue[z]], malha Mesh → nenhum None Fig.7 Gráfico da esfera (x-3)2 +(y-1)2 +(z-2)2 = 22, centrada no ponto P(3, 1, 2) de raio r = 2.◼ O elipsoide. Tem a equação. Fig.8a. x2 a2 + y2 b2 + z2 c2 = 1 (1.3) ◼ O cone elíptico. Tem a equação. Fig.8b. x2 a2 + y2 b2 = z2 c2 (1.4) ◼ O paraboloide elíptico. Tem a equação. Fig.8c. x2 a2 + y2 b2 = z c (1.5) 10 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb gráfico 3D de contornos ContourPlot3D x2 12 + y2 22 + z2 82 == 1, {x, -1.0, 1.0}, {y, -3.0, 3.0}, {z, -8, 8}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → ne⋯None, estilo de conto⋯ContourStyle → diretivaDirective[ laranjaOrange, opacidadeOpacity[0.8], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 30]], ContourPlot3D x2 12 + y2 32 == z2 22 , {x, -2.0, 2.0}, {y, -3, 3.0}, {z, -2, 2}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → nenhum None, ContourStyle → diretiva Directive[ laranja Orange, opacidade Opacity[0.8], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 30]], gráfico 3D de contornosContourPlot3D x212 + y232 == z2 , {x, -2.0, 2.0}, {y, -3.0, 3.0}, {z, 0, 2}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → ne⋯None, estilo de conto⋯ContourStyle → diretivaDirective[ laranjaOrange, opacidadeOpacity[0.8], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 30]] , , Fig.8 a) Gráfico do elipsoide x 2 12 + y2 22 + z2 82 = 1, b) o cone elíptico x2 12 + y2 32 = z2 22 , c) paraboloide elíptico x 2 12 + y2 32 = z 2 .◼ O hiperbolóide de uma folha. Tem a equação. Fig.9a. x2 a2 + y2 b2 - z2 c2 = 1. (1.6) ◼ O hiperbolóide de duas folhas. Tem a equação. Fig.9b. -x2 a2 - y2 b2 + z2 c2 = 1. (1.7) ◼ O parabolóide hiperbólico. Tem a equação. Fig.9c. x2 a2 - y2 b2 = z c . (1.8) Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 11 gráfico 3D de contornos ContourPlot3D x2 12 + y2 22 - z2 82 == 1, {x, -3.0, 3.0}, {y, -3.0, 3.0}, {z, -8, 8}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → ne⋯None, estilo de conto⋯ContourStyle → diretivaDirective[ laranjaOrange, opacidadeOpacity[0.8], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 30]], ContourPlot3D- x2 12 - y2 32 + z2 22 ⩵ 1, {x, -4.0, 4.0}, {y, -10, 10.0}, {z, -10, 10}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → nenhum None, ContourStyle → diretiva Directive[ laranja Orange, opacidade Opacity[0.8], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 30]], gráfico 3D de contornosContourPlot3D x212 - y232 == z2 , {x, -3.0, 3.0}, {y, -5.0, 5.0}, {z, -2, 2}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → ne⋯None, estilo de conto⋯ContourStyle → diretivaDirective[ laranjaOrange, opacidadeOpacity[0.8], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 30]] , , Fig.9 a) Gráfico do hiperboloide de uma folha x2 12 + y2 22 + z2 82 =1, b) o hiperboloide de duas folhas x2 12 + y2 32 = z2 22 , c) paraboloide hiperbólico x2 12 + y2 32 = z 2 . 1.1.2 Cálculo do domínio e imagem de uma função Através da solução de exercícios explicamos como determinar o domínio e imagem de uma função de duas ou mais variáveis. Exemplo 1. Determine o domínio e imagem da função f(x, y) = ln(1-x2 - y2). Solução. Para a função ser bem definida, o argumento do logaritmo debe ser positivo 1-x2-y2 > 0, ou x2+y2 < 1. Note que esta desigualdade define um círculo de raio 1. Note também que esta região não compreende a fronteira do círculo, como mostramos na Fig.10. Um gráfico da função é feito abaixo. Fig.10 O domínio D da função f(x, y) = ln(1-x2-y2) é dado pelo círculo hachurado de raio R = 1sem considerar os pontos do perímetro . A imagem é construida considerando que, para x = y = 0, z = ln(1) = 0, em quanto que para o logaritmo de um número compreendido entre 0 e 1 é negativo. Por tanto, A = {z -∞ < z ⩽ 0} =(-∞, 0]. 12 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb gráfi⋯Plot3D[ logaritmoLog[1-x2 - y2], {x, -0.999, 0.999}, {y, -0.999, 0.999}, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automát⋯Automatic, tamanho do marcador da legendaLegendMarkerSize → 80, função de legenda LegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de z"], { dep⋯After, topoTop}]] Valor de z -4-3 -2-1 0 Exemplo 2. Determine o dominio da função f(x, y) = 4-x2 - y2 ln(1+x2 - y2). Solução. Considere os seguintes passos: a) 4 - x2 - y2 ⩾ 0, ou x2 + y2 ⩽ 4. Isto define um círculo de raio R = 2. D1 = {(x, y) x2 + y2 ⩽ 4} b) 1 + x2 - y2 > 0, ou y2 - x2 < 1. Isto define uma hipérbola. D2 = {(x, y) y2 - x2 < 1} Visualizamos as duas regiões D1 e D2 através do seguinte gráfico com ajuda de Mathematica: gráfico de uma região RegionPlot[{x2 +y2 ⩽ 4, y2 -x2 < 1}, {x, -2, 2}, {y, -2, 2}, legenda do gráfico PlotLegends → "Expressions", legenda do quadro FrameLabel → {x, y}] -2 -1 0 1 2-2 -1 0 1 2 x y x2 + y2 ≤ 4 y2 - x2 < 1 O dominio completo será definido pela interseção das duas regiões, como mostramos no seguinte gráfico. Por isto D = {(x, y) x2 + y2 ⩽ 4 ⋂ y2 - x2 < 1} gráfico de uma região RegionPlot[x2 +y2 ⩽ 4 && y2 -x2 < 1, {x, -2, 2}, {y, -2, 2}] Contorno y2 - x2 < 1 -2 -1 0 1 2-2 -1 0 1 2 Agora podemos visualizar no espaço 3-D a função f(x, y) = 4-x2 - y2 ln(1+x2 - y2) cujo dominio é a região D. Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 13 gráfico 3D Plot3D 4-x2 -y2 logaritmo Log[1+x2 -y2], {x, -2, 2}, {y, -1.6, 1.6}, função de cores ColorFunction → "Rainbow", número de pontos no gráfico PlotPoints → 20, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, malha Mesh → ve⋯True, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automát⋯Automatic, tamanho do marcador da legendaLegendMarkerSize → 80, função de legenda LegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de z"], { dep⋯After, topoTop}] Valor de z -3-2 -10 1 Exemplo 3. Dado o perímetro 2p de um triângulo. Expresse a área S do triângulo como uma função de seus dois lados x e y. Defina e construa o dominio dos possíveis valores de x e y. Solução. Note a identidade vetorial CA + AB + BC = 0, CA + AB = -BC = CB. elevando ao quadrado a equação vetorial anterior CA 2 + 2 CA AB + AB2 = BC2 ⟹ y2 + 2 y x cos(180 - α) + x2 = (2 p - x - y)2 cos (180 - α) = (2 p - x - y)2 - (x2 + y2) 2 y x = 2 p2 - 2 p (x + y) + x y x y ⟹ cos (α) = -2 p2 + 2 p (x + y) - x y x y A altura do triângulo h = y sin (α) = y 1 - cos2 (α) = y 1 - -2 p2 + 2 p (x + y) - x y x y 2 = y2 - 2 p2 - 2 p (x + y) + x y x 2 . Por tanto, a área do triângulo S = 1 2 x h = 1 2 x y2 - 2 p2 - 2 p (x + y) + x y x 2 = 1 2 x2 y2 - (2 p2 - 2 p (x + y) + xy)2 = 1 2 √ ((x y - (2 p2 - 2 p (x + y) + xy)) (x y + (2 p2 - 2 p (x + y) + xy))) = (- p2 + p (x + y)) ( p2 - p (x + y) + y x) = p (x + y - p) ( p2 - p (x + y) + y x) = p (x + y - p) (p - x) (p - y) . Agora calculamos o dominio. Para isto, notamos quatro possibilidades◼ (x+y-p) > 0, (p-x) > 0, (p-y) > 0. Isto significa y > p-x, p > x, p > y.◼ (x+y-p) > 0, (p-x) < 0, (p-y) < 0. Isto significa y > p-x, p < x, p < y. 14 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb O primeiro gráfico foi traçado da análisse sem ajuda do computador. O código de abaixo comprova a veracidade de nosso gráfico. gráfico de uma região RegionPlot[(x+y-1) (1-x) (1-y) > 0 && x > 0 && y > 0, {x, 0, 3}, {y, 0, 3}, legenda do quadro FrameLabel → {x, y}] 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 x y Gráfico do dominio da área do triângulo S= p (x+ y-p) (p- x) (p- y) para o caso p = 1. Mostramos a figura da função área S(x,y) abaixo para o mesmo valor de p. gráfico 3D Plot3D (x + y - 1) (1 - x) (1 - y) , {x, 0, 3.0}, {y, 0, 3.0}, estilo de exclusões ExclusionsStyle → { ne⋯None, ve⋯Red}, estilo de recorteClippingStyle → nenhumNone, número de ponto⋯PlotPoints → 300, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, z}, malhaMesh → ve⋯True, marc⋯Ticks → ve⋯True, tamanho da imagemImageSize → 200 Exemplo 4. Determine o dominio da função f(x, y) = 6-x2 - y2 + 4- y2 . Solução. Considere os seguintes passos: Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 15 gráfico de uma região RegionPlot[6-x2 - y2 ⩾ 0 && 4- y2 ⩾ 0, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, legenda do quadro FrameLabel → {x, y}] -3 -2 -1 0 1 2 3-3 -2 -1 0 1 2 3 x y A região inclue os pontos de contorno da figura. Agora mostramos a figura da função. gráfico 3D Plot3D 6 - x2 - y2 + 4 - y2 , {x, -3.0, 3.0}, {y, -3.0, 3.0}, estilo de exclusões ExclusionsStyle → { ne⋯None, ve⋯Red}, estilo de recorteClippingStyle → nenhumNone, número de ponto⋯PlotPoints → 300, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, z}, malhaMesh → ve⋯True, marc⋯Ticks → ve⋯True, tamanho da imagemImageSize → 200 Exemplo 5. Determine o dominio da função f(x, y) = x+y x2+y2-4 . Solução. Considere os seguintes passos: 1. x + y ⩾ 0 e x2 + y2 - 4 > 0. Isto mostra-se na Região I. Nesta região, os pontos da reta são incluidos, os da circunferência não. 2. x + y ⩽ 0 e x2 + y2 - 4 < 0. Isto mostra-se na Região II. Veja figura. mo⋯Show[{ gráfico de uma regiãoRegionPlot[x2 + y2 -4 > 0 && x+ y ⩾ 0, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, tamanho da i⋯ImageSize → 200, legenda do quadroFrameLabel → {x, y}], gráfico de uma região RegionPlot[x2 +y2 -4 < 0 && x+y ⩽ 0, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, tamanho da i⋯ImageSize → 200, legenda do quadroFrameLabel → {x, y}]}] Regi Região II -3 -2 -1 0 1 2 3-3 -2 -1 0 1 2 3 x y 16 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb gráfico 3D Plot3D x + y x2 + y2 - 4 , {x, -3.5, 3.5}, {y, -3.5, 3.5}, estilo de exclusõesExclusionsStyle → { ne⋯None, ve⋯Red}, estilo de recorteClippingStyle → nenhumNone, número de ponto⋯PlotPoints → 300, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, z}, malhaMesh → ve⋯True, marc⋯Ticks → ve⋯True, tamanho da imagemImageSize → 250 Exemplo 5. Determine o dominio da função f(x, y) = x2 - y2 -9 Log (x2 -y2 -4 xy+6). Solução. Considere os seguintes passos: gráfico de uma região RegionPlot[x2 - y2 -4 ⩾ 0 && x2 +y2 -4 x y+6 > 0, {x, -6, 6}, {y, -6, 6}, legenda do quadro FrameLabel → {x, y}] -6 -4 -2 0 2 4 6-6 -4 -2 0 2 4 6 x y gráfico 3D Plot3D x2 - y2 -9 logaritmo Logx2 -y2 -4 x y + 6, {x, -6, 6}, {y, -6, 6}, estilo de exclusões ExclusionsStyle → { ne⋯None, ve⋯Red}, estilo de recorteClippingStyle → nenhumNone, número de ponto⋯PlotPoints → 300, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, z}, malhaMesh → ve⋯True, marc⋯Ticks → ve⋯True, tamanho da imagemImageSize → 250 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 17 1.1.3 Exercícios 1. Encontre e esboçe o dominio da função: a. f(x, y) = ln(2 x - 3 y + 1). b. f(x, y) = 6 - x2 - y2 + 4 - y2 . c. f(x, y) = x + y . d. f(x, y) = x+y x2+y2-4 . 1.2. Curvas e superfícies de nível Até agora, temos apenas um método para visualizar funções, a saber, o gráfico. Um segundo método, emprestado dos criadores de mapas, é um mapa de contorno em que pontos de elevação constante são unidos para formar curvas de contorno ou curvas de nível. Esta idéia é reminiscente também do conceito de potencial elétrico de uma carga pontual q. Em efeito, uma carga pontual situada, por exemplo, no ponto Q(a, b), gera no ponto P(x, y) do plano xy um potencial elétrico ϕ(r) = q 4πϵ0r , onde r = (x-a)2 + (y-b)2 é a distância desde a carga até o ponto P (Fig.11). O potencial escalar, no plano xy é uma função de duas variáveis, ϕ (r) = q 4πϵ0 (x-a)2+(y-b)2 e para traçar seu gráfico precissamos de um espaço 3-d, em que no terceiro eixo colocamos os valores do potencial (Fig.12). Se o potencial é constante ϕ(r) = q 4πϵ0 r = ϕ0, definirá uma circunferência. Em efeito, colocando em evidência o raio r = q4πϵ0 ϕ0 = const, de onde(x-a)2 + (y-b)2 = q 4πϵ0 ϕ0 2. Esta equação corresponde a uma circunferência de raio q4πϵ0 ϕ0 e centrada no ponto Q(a, b), como mostramos na Fig.11. Todos os pontos da circunferencia tem igual potencial ϕ0. Fig.11 No plano xy a curva equipotencial é a circunferência azul de raio r = q 4πϵ0 ϕ0 . Na Fig.12 mostramos a função potencial elétrico ϕ(r) = q 4πϵ0 r , para uma carga pontual localizada no ponto P(1, 2) no plano xy, onde r = (x-1)2 + (y-2)2 para alguns valores do potencial. apaga tudo ClearAll["Global`*"]; 18 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb LevelPlot3D1 (x-1)2 + (y-2)2 , {x, -3, 4}, {y, -1, 5}, ShowProjectedLevelSets → verdadeiro True, ProjectAt → -0.5, legenda dos eixos AxesLabel → x, y, 4πϵ0 ϕ q , MeshColorFunction → ma⋯Hue, intervalo do gráficoPlotRange → {{-3, 4}, {-1, 5}, {-1, 4}}, LineOrTube → tuboTube Fig.12 As curvas de nivel (circunferências coloridas) foram desenhadas na superfície da função ϕ(r) = q 4πϵ0 (x-a)2+(y-b)2 . Todas as curvas de um mesmo cor na superfície encontran-se à mesma `altura` em relação ao plano 4ϵ0 ϕ /q = 0. As curvas de nivel foram logo projetadas no plano 4ϵ0 ϕ /q = -0.5 para uma visualização objetiva. No espaço 3-dimensional, uma carga elétrica pontual centrada no ponto Q(a,b,c) gera um potencial escalar que é uma função de três variáveis ϕ(r) = q 4πϵ0 (x-a)2+(y-b)2+(z-c)2 . Fica claro que não podemos traçar o gráfico desta função porque necessitamos de um espaço 4-d. No entanto, podemos supor diversos valores constantes do potencial e descobrir qual seja a superfície que descreve, com isto geramos a chamada superfície equipotencial, conceito que no cálculo chama-se superfície de nivel, a qual será uma esfera, cuja equação é dada por (x-a)2 + (y-b)2 + (z- c)2 = q 4πϵ0 ϕ0 2 , isto é mostrado na Fig.13. Fig.13 Superfície de nivel (equipotencial) para uma carga pontual localizada no ponto Q(a,b,c). Todos os pontos sobre a superfície esférica de raio r = q 4πϵ0 ϕ0 tem o mesmo potencial elétrico constante ϕ0. Definição. As curvas de nível de uma função f de duas variáveis são as curvas com equações f(x, y) = k , onde k é uma constante (na imagem de f). As superfícies f(x, y, z) = k definem as chamadas superfícies de nível para a função u = f(x, y, z). Na seguinte Fig.14 mostra-se um mapa 3-D de alguma parte da Terra. Na Fig.15 definimos as curvas de nivel para dito gráfico. Os números associados a cada curva definem o valor de f(x, y) = k, isto é, os contornos do mapa de altura k = const. Em térmos práticos, os valores numéricos definem contornos do mapa com alturas de 2200, 2500 e 2900 m. data = importa Import["http://exampledata.wolfram.com/hailey.dem.gz", "Data"]; Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 19 part = data[[800 ;; 1000, 800 ;; 1000]]; r = gráfico em⋯ReliefPlot[part, função de coresColorFunction → "Rainbow", tamanho da imagemImageSize → 200] Fig.14 Mapa 3-D. Trazamos as linhas de contorno: c = gráfico de contorno⋯ListContourPlot[part, sombreamento da⋯ContourShading → ne⋯None, contornosContours → 3, estilo de conto⋯ContourStyle → { opacidadeOpacity[.5], opacidadeOpacity[.8]}, tamanho da ima⋯ImageSize → 200, etiquetas de co⋯ContourLabels → ve⋯True, estilo de etiq⋯LabelStyle → ( tamanho da fonteFontSize → 9)] 2200 2200 2200 2200 2200 2200 2200 2500 2500 2500 2500 2500 2500 2500 2500 25002500 2500 2500 2900 2900 2900 2900 2900 2900 2900 2900 2900 2900 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200 Fig.15 Curvas de nível do mapa 3-D da Fig.14 Na Fig.16 combinamos as duas figuras. mostra Show[r, c] 2200 2200 2200 2200 2200 2200 2200 2500 2500 2500 2500 2500 2500 2500 2500 25002500 2500 2500 2900 2900 2900 2900 2900 2900 2900 2900 2900 2900 Fig.16 Curvas de de nível sobre o mapa 3-D original. 20 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 1.2.1 Cálculo das curvas e superfícies de nível Exemplo 1. Determine as curvas de nível para a função f(x, y) = 9-x2 - y2 , para z = 0.5, 1, 1.5, 2. Solução. Fazendo z = k, temos: k = 9-x2-y2 , ou elevando ao quadrado x2 + y2 = 9- k2. Isto é, as curvas de nível são as circunferências de raio r = 9- k2 . Para k = 0.5, 1, 1.5, 2 os raios são r = 2.95804, 2 2 , 2.59808, 5 respectivamente. gráfico de contornos ContourPlot 9-x2 -y2 ⩵ 0.5, 9-x2 -y2 ⩵ 1, 9-x2 -y2 ⩵ 1.5, 9-x2 -y2 ⩵ 2, 9-x2 -y2 ⩵ 2.5, {x, -3.1, 3.1}, {y, -3.1, 3.1}, etiquetas de co⋯ContourLabels → automát⋯Automatic, legenda do quadroFrameLabel → {x, y} -3 -2 -1 0 1 2 3-3 -2 -1 0 1 2 3 x y Uma visualização 3-D de como são geradas as curvas de nível mostramos com ajuda do pacote gráfico Curves Graphics 6 [Gianluca Gorni, https://users.dimi.uniud.it/~gianluca.gorni/]. Click here to load package! LevelPlot3D 9-x2 -y2 , {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, ShowProjectedLevelSets → verdadeiro True, ProjectAt → -1, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, MeshColorFunction → ma⋯Hue, intervalo do⋯PlotRange → tudoAll, LineOrTube → tuboTube Na figura anterior as curvas de nível foram traçadas na própria superfície z = f(x, y) = 9-x2 - y2 , e as mesmas curvas foram projetadas Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 21 no plano z = -1 a fim de que possamos visualizar, de outro modo não poderiamos observa-los no plano z = 0. Exemplo 2. Esboçe algumas curvas de nível para a função f(x, y) = 1+x2 +4 y2. Solução. Fazendo z = k, temos: x2 +4 y2 = k-1, ou x 2 k-1 + y2(k-1)/4 = 1, esta equação representa uma família de elipses cujos semi-eixos são k-1 e (k-1)4 com k > 1. LevelPlot3D[1+x2 +4 y2, {x, -1.8, 1.8}, {y, -1, 1}, ShowProjectedLevelSets → verdadeiro True, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, MeshColorFunction → matiz Hue, LineOrTube → tubo Tube, intervalo do ⋯PlotRange → { completoFull, {-1, 1}, {0, 4}}] Na figura anterior, as curvas no plano xy são as projeções das curvas de nível (elipses) desenhadas na superfície do paraboloide elíptico z = 1+x2 +4 y2. Exemplo 3. Esboçe a superfície de nível para a função u(x, y, z) = z- x2 +4 y2 quando u = 2. Solução. Fazendo u = 2, obtemos a equação: 2 = z- x2 +4 y2 , ou x2 + y2 1/4 = (z-2)2, identificamos esta superfície como um cone elíptico de semi-eixos a = 1, b = 1/2, c = 1 e centrado em z = 2. 22 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb gráfico 3D de contornos ContourPlot3D x2 12 + y2 1 /4 ⩵ (z-2)2, {x, -2.0, 2.0}, {y, -1, 1}, {z, 0, 3}, legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, z}, função de coresColorFunction → ma⋯Hue, intervalo do⋯PlotRange → ⋯All, malhaMesh → nenhumNone Exemplo 4. Esboçe a curva de nível para a função z = x2 - y2 /4-1 . Solução. Fazendo z = k, obtemos a equação: k = x2 - y2 /4-1 , ou x 2 k2+1 2 - y22 k2+1 2 = 1, identificamos esta superfície como uma família de hipérboles, com a = k2 + 1 , b = 2 k2 + 1 . LevelPlot3D x2 -y2 /4-1 , {x, -4, 4}, {y, -4, 4}, ShowProjectedLevelSets → verdadeiro True, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, MeshColorFunction → matiz Hue, LineOrTube → tubo Tube, intervalo do ⋯PlotRange → { completoFull, {-4, 4}, {-1, 4}} Exemplo 5. Esboçe a curva de nível para a função z = 2 x2+3 y2-1 2 x+1 . Solução. Fazendo z = k, obtemos a equação:k(2 x+1) = 2 x2 +3 y2 -1, ⟹ k + 1 = (2 x2 - 2 k x) + 3 y2. Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 23 Para descobrir a família de curvas que descreve a equação anterior, devemos completar quadrados no térmo que depende de x: ou 2 x- k 2 2+3 y2 - k2 2 = k+1, ⟹ 2 x- k 2 2+3 y2 = k2 2 +k+1, ⟹x- k 2 2+ 3 2 y2 = k2 4 + k+1 2 , ou ⟹ x- k2 2 k2 4 + k+1 2 2 + y2 2 3 k2 4 + k+1 2 2 = 1 , identificamos esta equação como uma família de elipses com semi-eixos a = k24 + k+12 , b = 23 k24 + k+12 , centrada nos pontos k2 , 0. LevelPlot3D2 x2 +3 y2 -1 2 x+1 , {x, -2, 4}, {y, -3, 3}, ShowProjectedLevelSets → ve⋯True, legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, z}, MeshColorFunction → matiz Hue, LineOrTube → tubo Tube, número de pon⋯PlotPoints → 50, intervalo do gráficoPlotRange → {{-2, 4}, {-3, 3}, {-3, 3}} 1.2.2 Exercícios. Exercícios a serem resolvidos em sala. 1. Considere a função: z = f(x, y) = 1 x2+y2 . Construir as curvas de nivel para z = 1, 2, 3, 4. 2. Considere a função: z = f(x, y) = 2 y+3 x-x2+2 x2+y2-1 . Construir as curvas de nivel para z = 1, 2, 3. 3. Encontrar a superfície de nível da função u = f(x, y, z) = ln 1+ x2+y2+z2 1- x2+y2+z2 para u = 1. 1.3. Limites de Funções de duas e mais variáveis Necessitamos dos limites das funções de várias variáveis pelos mesmos motivos pelas que necessitamos os limites para funções de uma variável, para poder analizar coeficientes angulares e taxas de variação. As definições em ambos os casos são esencialmente as mesmas. Considere o comportamento da função 24 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb f(x, y) = sin(x2+y2) x2+y2 como x e y aproximan-se de 0 (e por tanto o ponto (x, y) aproxima-se da origem) Tabela 1. Valores de f(x,y). Trazamos os pontos (x, y, z) no espaço 3-D para visualizar sua distribuição. data1 = {{-1.0, -1.0, 0.455}, {-1.0, -0.5, 0.759},{-1.0, -0.2, 0.829}, {-1.0, 0, 0.841}, {-1.0, 0.2, 0.829}, {-1.0, 0.5, 0.759}, {-1.0, 1.0, 0.455}}; data2 = {{-0.5, -1.0, 0.759}, {-0.5, -0.5, 0.959}, {-0.5, -0.2, 0.986}, {-0.5, 0, 0.990},{-0.5, 0.2, 0.986}, {-0.5, 0.5, 959}, {-0.5, 1.0, 0.759}}; data3 = {{-0.2, -1.0, 0.829}, {-0.2, -0.5, 0.986}, {-0.2, -0.2, 0.999}, {-0.2, 0, 1.000},{-0.2, 0.2, 0.999}, {-0.2, 0.5, 0.986}, {-0.2, 1.0, 0.829}}; data4 = {{0, -1.0, 0.841}, {0, -0.5, 0.990}, {0, -0.2, 1.000}, {0, 0, 1.000}, {0, 0.2, 1.000}, {0, 0.5, 0.990}, {0, 1.0, 0.841}}; data5 = {{0.2, -1.0, 0.829}, {0.2, -0.5, 0.986}, {0.2, -0.2, 0.999}, {0.2, 0, 1.000}, {0.2, 0.2, 0.999}, {0.2, 0.5, 0.986}, {0.2, 1.0, 0.829}}; data6 = {{0.5, -1.0, 0.759}, {0.5, -0.5, 0.959}, {0.5, -0.2, 0.986}, {0.5, 0, 0.990}, {0.5, 0.2, 0.986}, {0.5, 0.5, 0.959}, {0.5, 1.0, 0.759}}; data7 = {{1.0, -1.0, 0.455}, {1.0, -0.5, 0.759}, {1.0, -0.2, 0.829}, {1.0, 0, 0.841}, {1.0, 0.2, 0.829}, {1.0, 0.5, 0.759}, {1.0, 1.0, 0.455}}; A = gráfico 3D de dispersão de uma lista de variáveis ListPointPlot3D[{data1, data2, data3, data4, data5, data6, data7}, tema do gráfico PlotTheme → "Marketing", preenc⋯Filling → inferiorBottom, estilo do g⋯PlotStyle → tamanh⋯PointSize[ grandeLarge], legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, f}]; Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 25 A, gráfico 3D Plot3DSin[x2 +y2] x2 +y2 , {x, -1.0, 1.0}, {y, -1.0, 1.0}, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, f}, mostra ShowA, gráfico 3D Plot3DSin[x2 +y2] x2 +y2 , {x, -1.0, 1.0}, {y, -1.0, 1.0}, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, f} , , Na figura anterior, temos desenhado conjuntos de pontos de diversos cores sobre a superfície f(x, y) = sin(x2+y2) x2+y2 . Nota-se que, quando nos aproximamos do ponto (0,0) seguindo as diversas direções (na Fig.15 são as linhas amarela, preto, azul e verde) se reunem num único ponto, o ponto (0,0,1), por isto dizemos que o limite nesse ponto existe. Fig.15 Diversas direções pelas quais nos aproximamos ao ponto P(0,0,1) seguindo as curvas coloridas sobre a superfície f(x, y) = sin(x2+y2) x2+y2 . Podemos considerar um exemplo mais simples como a função g(x, y) = xy x y g (x, y) = xy 2.2 2.55 5.610 2.15 2.650 5.690 2.10 2.75 5.775 2.05 2.875 5.89375 2.025 2.935 5.94338 1.98 3.05 6.03900 2.002 2.995 5.99599 1.9998 3.0005 6.00040 2.00002 2.99995 5.99996 1.999998 3.000005 6.00000 Tabela 2. Valores de g(x,y) = xy. 26 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb B = gráfico 3D de dispersão de uma lista de variáveis ListPointPlot3D[{{2.2, 2.55, 5.61000}, {2.15, 2.650, 5.6900}, {2.10, 2.75, 5.775}, {2.05, 2.875, 5.89375}, {2.025, 2.935, 5.94338}, {1.98, 3.05, 6.03900}, {2.002, 2.995, 5.99599}, {1.9998, 3.0005, 6.00040}, {2.00002, 2.99995, 5.99996},{1.999998, 3.000005, 6.00000}}, tema do gráfico PlotTheme → "Marketing", preenc⋯Filling → inferiorBottom, estilo do g⋯PlotStyle → tamanh⋯PointSize[ grandeLarge], legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, g}]; {B, gráfico 3D Plot3D[x y, {x, 1.50, 2.20}, {y, 2.5, 3.5}, função de cores ColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, g}], mostra Show[{B, gráfico 3D Plot3D[x y, {x, 1.50, 2.20}, {y, 2.5, 3.5}, função de cores ColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, g}]}]} , , Os resultados mostrados nas Tabelas 1 e 2 assim como nos gráficos respectivos nos permitem afirmar lim(x,y)→(0,0) f(x, y) = 1, lim(x,y)→(2,3) g(x, y) = 6. Definimos o limite de uma função. Definição. Seja uma função de duas variáveis cujo dominio D inclue pontos arbitrariamente próximos a (a, b). Logo, dizemos que o limite de f (x, y) como (x, y) aproxima- se de (a, b) é L, dizemos : lim(x,y)→(a,b) f(x, y) = L, se para cada número ϵ > 0 existe um número correspondente δ > 0 tal que, se (x, y) ∈ D e 0 < (x-a)2+(y-b)2 < δ logo f(x, y)- L < ϵ. Note que f(x, y)- Lé a distância entre os números f(x,y) e L, e (x-a)2+(y-b)2 é a distância entre o ponto (x,y) e o ponto (a,b). Assim, a definição anterior diz que a distância entre f(x,y) e L pode ser feita arbitráriamente pequena fazendo a distância desde (x,y) até (a,b) suficientemente pequena (porem não zero). Um esboço desta definição é muito bem ilustrado em Stewart [2✶], veja Fig.14. Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 27 Fig.14 Ilustráção gráfica da definição de limite de uma função. Uma consequência importante da definição é a seguinte afirmativa: Se f(x,y)→L1 como (x,y)→(a,b) ao longo do caminho C1 e f(x,y)→L2 como (x,y)→(a,b) ao longo do caminho C2 onde L1 ≠L2, logo lim(x,y)→(a,b) f(x, y) não existe. 1.3.1 Cálculo de limites Exemplo 1. Mostrar que o limite lim(x,y)→(0,0) x2-y2x2+y2 não existe. Solução. Uma estratégia poderia ser usar coordenadas polares para simplificar a expressão: x = r cos(θ), y = r sin(θ), note também que para (x,y)→(0,0) uma eleição poderia ser (r,θ)→(0,0) (que corresponde a direção do eixo X). Logo lim(x,y)→(0,0) x2-y2x2+y2 = lim(r,θ)→(0,0) r2(cos2 θ-sin2 θ)r2(cos2 θ+sin2 θ) = lim(r,θ)→(0,0) cos(2θ) = 1. Outra eleição para obter (x,y)→(0,0) poderia ter sido (r,θ)→(0,π/2) (que corresponde a direção do eixo Y). Logo lim(x,y)→(0,0) x2-y2x2+y2 = lim(r,y)→0,π/2 cos(2θ) = -1. Por tanto, em função da afirmativa anterior, o limite lim(x,y)→(0,0) x2-y2x2+y2 não existe. apaga tudo ClearAll["Global`*"]; gráfico 3D Plot3Dx2 -y2 x2 +y2 , {x, -1.0, 1.0}, {y, -1.0, 1.0}, tema do gráficoPlotTheme → "Marketing", função de cores ColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, f}, malha Mesh → ve⋯True, marc⋯Ticks → ve⋯True, tamanho da imagemImageSize → 250, grades de grá⋯GraphicsGrid gráfico de contornosContourPlotx2 -y2x2 +y2 , {x, -1.0, 1.0}, {y, -1.0, 1.0}, legenda do quadroFrameLabel → {x, y}, marcadores⋯FrameTicks→ nenhumNone, # & /@{ função de cores ColorFunction → matiz Hue} , x y 28 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb Exemplo 2. Determine o limite lim(x,y)→(1,1) x(y-1)y(x-1) . Solução. Usamos o caminho y = x, tal que se (x,y)→(1,1) a nossa escolha é perfeitamente válida. Logo lim(x,y)→(1,1) x(y-1)y(x-1) = lim(x,x)→(1,1) x(x-1)x(x-1) = 1. Outra eleição para obter (x,y)→(1,1) poderia ter sido o caminho y = 2 x-1, tal que, se x → 1, y → 1. Logo lim(x,y)→(1,1) x(y-1)y(x-1) = lim(x,2 x-1)→(1,1) x(2 x-2)(2 x-1) (x-1) = lim(x,2 x-1)→(1,1) 2 x(x-1)(2 x-1) (x-1) = lim(x,2 x-1)→(1,1) 2 x(2 x-1) = 2. Por tanto, o limite lim(x,y)→(1,1) x(y-1)y(x-1) não existe. Um gráfico desta função é mostrado abaixo. gráfico 3D Plot3Dx(y-1) y(x-1) , {x, 0.0, 1.5}, {y, 0.0, 1.5}, função de coresColorFunction → "Rainbow", tema do gráfico PlotTheme → "Marketing", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, f}, malha Mesh → ve⋯True, número de pon⋯PlotPoints → 50, tamanho da imagemImageSize → 200, grades de grá⋯GraphicsGrid gráfico de contornosContourPlotx(y-1)y(x-1) , {x, 0.0, 1.5}, {y, 0.0, 1.5}, número de pon⋯PlotPoints → 50, legenda do quadroFrameLabel → {x, y}, marcadores⋯FrameTicks → nenhumNone, # & /@{ função de cores ColorFunction → matiz Hue} , x y Teorema. Seja u = f(x, y) e V = g(x, y) ambos definidos no dominio D do plano xy. Seja também lim(x,y)→(a,b) f(x, y) = u1, lim(x,y)→(a,b) g(x, y) = V1, logo lim(x,y)→(a,b) [f(x, y)+g(x, y)] = u1+V1, lim(x,y)→(a,b) [f(x, y) g(x, y)] = u1.V1, lim(x,y)→(a,b) f(x,y)g(x,y) = u1V1 , (V1≠0). Exemplo 3. Determine o limite: lim(x,y)→(0,0) ln(x2+y2+1)x2+y2 . Solução. Usamos coordenadas polares: x = r cos(θ), y = r sin(θ). Note também que para (x, y)→ (0, 0) uma eleição poderia ser(r, θ)→ (0, 0) (que corresponde a direção do eixo X). Logo lim(x,y)→(0,0) ln(x2+y2+1)x2+y2 = lim(r,θ)→(0,0) ln(r2+1)r2 . O limite resultante corresponde ao de uma função de uma variável, r, pois não depende mais de θ. Logo, podemos usar a regra de L´Hospital lim(x,y)→(0,0) ln(x2+y2+1)x2+y2 = lim(r,θ)→(0,0) ln(r2+1)r2 = lim(r,θ)→(0,0) 2 rr2+12 r = lim(r,θ)→(0,0) 1r2+1 = 1. apaga tudo ClearAll["Global`*"]; Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 29 gráfico 3D Plot3D Log[x2 +y2 +1] x2 +y2 , {x, -0.5, 0.5}, {y, -0.5, 0.5}, função de coresColorFunction → ma⋯Hue, legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, f}, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automát⋯Automatic, tamanho do marcador da ⋯LegendMarkerSize → 80, função de legendaLegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legenda LegendLabel → "Valor de f(x,y)"], { dep⋯After, topoTop}], tamanho da ima⋯ImageSize → 200, tema do gráficoPlotTheme → "Marketing" Valor de f(x,y) 0.85 0.90 0.95 1.00 1.3.1 Exercícios. Lista 1. Limíte de Funções de duas variáveis. Data: 6-03 / 03-04 1. Determine o limite: f(x, y) = 1-ex+y sin(x+y) no ponto (x, y) = (0, 0). 2. Determine o limite da função: f(x, y) = x4-y4 x2+y2 no ponto (x, y) = (0, 0). 3. Determine o limite da função: f(x, y) = x2 sin2(y) x2+y2 no ponto (x, y) = (0, 0). 4. lim(x,y)→(2,1) 4-xyx2+3 y2 5. lim(x,y)→(1,0) ln 1+y2x2+xy 6. lim(x,y)→(0,0) y4x4+3 y4 7. lim(x,y)→(0,0) x2+sin2 y2 x2+y2 8. lim(x,y)→(0,0) xy cos(y)3 x2+y2 9. lim(x,y)→(0,0) 6 x3 y2 x4+y4 10. lim(x,y)→(0,0) xy x2+y2 11. lim(x,y)→(0,0) x4-y4x2+y2 12. lim(x,y)→(0,0) x2 y ⅇyx4+4 y2 13. lim(x,y)→(0,0) xy x2+y2 14. lim(x,y)→(0,0) x4-y4x2+y2 15. lim(x,y)→(0,0) x2 y ⅇyx4+4 y2 16-18. Use coordenadas polares para encontrar o limíte [se (r, θ) são coordenadas polares do ponto (x,y) com r ⩾ 0, note que r → 0+ como (x,y)→(0,0)] 16. lim(x,y)→(0,0) x3+y3x2+y2 17. lim(x,y)→(0,0) (x2+y2) ln(x2+y2) 18. lim(x,y)→(0,0) ⅇ-x2-y2-1x2+y2 1.4. Continuidade A definição de continuidade de funções de duas ou mais variáveis é reminiscente das funções com uma variável. Vamos definir este conceito. Definição. Dissemos que f(x,y) é continua no ponto (a, b) ∈ D se f(x, y) existe nesse ponto, ou: lim(x,y)→(a,b) f(x, y) = f(a, b). Se f(x,y) é continua em cada ponto de D, logo existe o limite da função em cada ponto do dominio. O significado intuitivo de continuidade é que variações pequenas no ponto induzirão também variações pequenas no valor da função. Por tanto, uma superfície que é o gráfico de uma função continua não tem buracos nem rupturas. Muitas funções você pode fácilmente identificar como continuas em cada ponto de seu dominio. Logo, o que você debe evitar são pontos fora do dominio, onde você pode ter◼ Divisão por zero.◼ Raíz quadrada de negativos.◼ Logaritmos de números não positivos. 30 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb ◼ Tangentes de múltiplos ímpar de π/2 . 1.4.1 Examinando a continuidade Exemplo 1. Examine a continuidade da função x2 y3 x2+y2+1 . Solução. Rápidamente notamos que o denominador é definido positivo, incluso no ponto (0, 0) o denominador é 1. Por tanto, a função é continua em qualquer ponto (x, y). Exemplo 2. Examine a continuidade da função x+y x-y+1 . Solução. O dominio D da função são todos os pontos do plano x y excepto os pontos da reta y = x+1, logo D = {(x, y) y ≠ x+1}. Em todos os pontos deste dominio D a função é continua. Um gráfico da mesma é mostrado abaixo. gráfico 3D Plot3Dx ^ 2+y ^ 2+2 x-y+1 , {x, -5.0, 5.0}, {y, -5.0, 5.0}, função de coresColorFunction → matizHue, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, f}, malha Mesh → ve⋯True, número de ponto⋯PlotPoints → 100, tamanho da ima⋯ImageSize → 200, tema do gráficoPlotTheme → "Marketing", gráfico de contornos ContourPlotx ^ 2+y ^ 2+2 x-y+1 , {x, -5.0, 5.0}, {y, -5.0, 5.0}, legenda do quadroFrameLabel → {x, y}, etiquetas de co⋯ContourLabels → ⋯All, marcadores⋯FrameTicks → ve⋯True, número de pontos no gráficoPlotPoints → 100 , -20 -20-10 -10 0 10 10 20 20 -4 -2 0 2 4 -4 -2 0 2 4 x y Na figura, nota-se a presença de buracos e rupturas ao longo da reta y = x+1. Uma consequência importante é que nenhum limite da função dada existe em cada ponto da reta y = x+1. Exemplo 3. Examine a continuidade da função ln 1 x-y2 . Solução. Rápidamente escrevemos ln 1 x-y2 = -ln(x- y2). O dominio D será D = (x, y) x > y2 ou - x < y < x . Em todos os pontos deste dominio D a função é continua. Um gráfico da mesma é mostrado abaixo. Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 31 gráf⋯Plot3D logaritmoLog 1x-y2 , {x, -3.0, 5.0}, {y, -3, 4.0}, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, f}, malha Mesh → v⋯True, número de p⋯PlotPoints → 100, tamanho da i⋯ImageSize → 200, tema do gráficoPlotTheme → "Marketing", grades de ⋯GraphicsGrid gráfico ⋯ContourPlot logaritmoLog 1x-y2 +1 , {x, -3.0, 8.0}, {y, -3.0, 4.0}, legenda do qua⋯FrameLabel → {x, y}, marcado⋯FrameTicks → verdadeiroTrue, # & /@{ função de c⋯ColorFunction → matizHue} , -2 0 2 4 6 8-3 -2 -1 0 1 2 3 4 x y Os seguintes exercícios são para serem resolvidos em sala de aula. Exemplo 4. Encontrar os pontos de discontinuidade da função f(x, y) = 1 sin2(πx)+sin2(πy) . Solução. Exigimos duas condições: sin(πx) ≠ 0 e sin(πy) ≠ 0. Os quais implicam πx ≠ nπ, e πy ≠ mπ, com (n, m) = ±1, ±2, ±3, ... Ou: (x, y) = (n, m). O diagrama da função assim como suas curvas de nível são mostradas abaixo. gráfi⋯Plot3D logaritmoLog 1Sin[Pi x]2 +Sin[Pi y]2 , {x, -4.0, 4.0}, {y, -4, 4.0}, função de coresColorFunction → "Rainbow", legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, f}, malha Mesh → falso False,número de ponto⋯PlotPoints → 100, tamanho da ima⋯ImageSize → 250, tema do gráficoPlotTheme → "Marketing", grades de grá⋯GraphicsGrid gráfico de contornosContourPlot 1Sin[Pi x]2 +Sin[Pi y]2 , {x, -4.0, 4.0}, {y, -4.0, 4.0}, legenda do quadroFrameLabel → {x, y}, marcadores⋯FrameTicks → verdadeiroTrue, # & /@{ função de cores ColorFunction → matiz Hue} , -4 -2 0 2 4-4 -2 0 2 4 x y 1.4.2 Exercícios. Lista 2 Data: 23-03/ 29-04 1. É continua a função f(x, y) = xsin(y) x2+y2 em (x, y) = (0, 0)?. 32 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 2. Se f(x, y) = sin(x2+y2) x2+y2 quando x2 +y2 ≠ 0, como debe ser definido f(0, 0) para fazer f(x, y) continua em (0, 0)? 3. Definimos f(x, y) = sin(xy) x se x ≠ 0, e f(x, y) = y se x = 0. Tem a função f algum ponto de discontinuidade? 4-5. Encontrar h(x, y) = g(f(x, y)) e o conjunto sobre a qual h é continua. 4. g(t) = t2 + t , f(x, y) = 2 x+3 y-6. 5. g(t) = t + ln(t), f(x, y) = 1-xy 1+x2 y2 . 6-10. Determine o conjunto de pontos na qual a função é continua. 6. F(x, y) = sin(xy)ⅇx-y2 7. F(x, y) = x-y1+x2+y2 8. F(x, y) = arctanx+ y 9. F(x, y) = ln(x2+y2-4) 10. F(x, y) = ⅇx2 y+ x+y2 11. F(x, y) = y x2-y2+z2 1.5. Derivadas parciais Em engenharia, as vezes acontece que a variação de uma quantidade depende das variações que acontecem em duas, ou mais quanti- dades. Por exemplo, o volume V de um cilindro é dado por V = π r2 h. O volume mudará se o raio r ou altura h mudan de valor. A fórmula para o volume pode ser requerido matemáticamente como V = f (r, h) o qual significa que ‘V é alguma função de r e h’. Alguns outros exemplos práticos incluem: 1. O período de oscilação de um pêndulo simples, T = 21- 1 4 sin2 θ 2 L g , isto é, T = f (θ, L) 2. Torque τ = Iα, isto é, τ = f (I, α ) 3. Pressão de um gás ideal p = n R T V , isto é, p = f (n, T, V). Quando diferenciamos uma função com duas variáveis, uma das variáveis é mantida constante e o coeficiente diferencial da outra variável é encontrada com relação a essa variável. O coeficiente diferencial obtido é chamado a derivada parcial da função. Agora damos a definição formal da derivada parcial para uma função de duas variáveis z = f (x, y). Definição. Se f é uma função de duas variáveis, suas derivadas parciais são as funções fx e fy definidas por fx(x, y) = limh→0 f(x+h,y)-f(x,y)h fy(x, y) = limh→0 f(x,y+h)-f(x,y)h Usamos a seguinte notação para a derivação parcial. Se z = f (x, y), escrevemos fx(x, y) = fx = ∂ f∂ x = Dx f fy(x, y) = fy = ∂ f∂ y = Dy f As regras para encontrar as derivadas parciais. Considere z = f (x, y) , logo: 1. Para encontrar fx considere y como uma constante e diferencie f(x, y) com relação a x. 2. Para encontrar fy considere x como uma constante e diferencie f(x, y) com relação a y. 1.5.1 Cálculo de derivadas parciais Exemplo 1. Considerando as funções: a) f(x, y) = x3 y2+2 , calcule as derivadas : fx, fy. Solução. Achamos fx fixando y: Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 33 ∂ f∂ x = ∂∂ x x3y2+2 = 1y2+2 ∂∂ x (x3) = 3 x2 1y2+2 .■ Para achar fy fixamos x : ∂ f∂ y = ∂∂ y x3y2+2 = x3 ∂∂ y 1y2+2 = x3 - ∂∂y (y2+2)(y2+2)2 = -x3 2 y(y2+2)2 ■. b) Ao tomar em conta a atração entre as moléculas, a equação do gás ideal toma a forma : (P+n2 a /V2) (V-nb) = nRT, chamada equação de van der Waals. Se a, b e R são constantes, calcule as seguintes derivadas : PV, Pn e PT. Solução. Colocamos em evidência P: P(n, V, T) = nRT V-nb - an2V2 , logo, derivamos PV, para isto todas as outras variáveis serão constantes :∂ P∂V = ∂∂V nRTV-nb - an2V2 = nRT ∂∂V 1V-nb -an2 ∂∂V 1V2 = nRT -1(V-nb)2 +2 an2 1V3 .■ Para encontrar Pn, as outras variáveis serão constantes :∂ P∂ n = ∂∂ n nRTV-nb - an2V2 = ∂∂n (nRT) (V-nb)-nRT ∂∂n (V-nb)(V-nb)2 - 1V2 ∂∂ n (an2) = RT(V-nb)-nRT(-b)(V-nb)2 - 1V2 2 an = -2 an V2 + VRT(nb-V)2 ■. Para encontrar PT, as outras variáveis serão constantes :∂ P∂ T = ∂∂ T nRTV-nb - an2V2 = nRV-nb ∂∂ T (T) = nRV-nb .■ Os exemplos 3-6 são para serem resolvidos em aula. Exemplo 3. Se z = sin(xy) mostre que: 1 y ∂ z∂ x = 1x ∂ z∂ y . Exemplo 4. O período de oscilação de um pêndulo simples, para um ângulo de deslocamento θ finito é T = 21- 1 4 sin2 θ 2 L g , onde L é comprimento da corda, que pode ser variado e g, a aceleração da gravidade, que também pode variar de um lugar a outro. Determine ∂T∂θ , ∂T∂L , ∂T∂g . Exemplo 5. A frequência ressonante fr num circuito elétrico em série é dado por fr = 1 2 L C . Mostre que ∂fr∂L = -14 L3 C . Exemplo 6. Num sistema termodinâmico, k = A Exp TΔS-ΔH R T , onde R, k e A são constantes. Encontrar: a) ∂k∂T , b) ∂A∂T , c) ∂(ΔS)∂T , ∂(ΔH)∂T . Exemplo 7. Uma equação usada em termodinâmica é a equação de estado de Benedict–Webb–Rubine para a expansão de um gás. A equação é: p = RT V + B0 RT-A0- C0 T2 1 V2 +(bRT-a) 1 V3 + Aα V6 + C1+ γV2 T2 1 V3 ⅇ- γV2 Mostre que∂2 p∂ T2 = 6V2 T4 CV 1+ γV2 ⅇ- γV2 -C0 34 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 1.5.2 Derivadas parciais de ordem superior Se uma função f é de duas variáveis, também suas derivadas parciais fx e fy são também funções de duas variáveis, assim podemos considerar suas derivadas parciais (fx)x, (fx)y, (fy)x, e (fy)y, que são chamadas as segundas derivadas parciais de f. Se z = f(x, y), usamos a seguinte notação: (fx)x = fxx = ∂∂ x ∂ f∂ x = ∂2 f∂ x2 = ∂2 z∂ x2 . (fx)y = fxy = ∂∂ y ∂ f∂ x = ∂2 f∂ y ∂ x = ∂2 z∂ y ∂ x . (fy)x = fyx = ∂∂ x ∂ f∂ y = ∂2 f∂ x ∂ y = ∂2 z∂ x ∂ y . (fy)y = fyy = ∂∂ y ∂ f∂ y = ∂2 f∂ y2 = ∂2 z∂ y2 . Exemplo 1. Dado z = 4 x2 y3-2 x3+7 y2. Encontrar: a) ∂2z∂x2 b) ∂2z∂y2 c) ∂2z∂x ∂y d) ∂2z∂y ∂x . Solução. Na figura mostra-se a função z = 4 x2 y3-2 x3+7 y2, e suas derivadas ∂z∂x = -6 x2+8 x y3, ∂z∂y = 14 y+12 x2 y2, ∂2z∂x2 = -12 x+8 y3,∂2z∂y2 = 14+24 x2, ∂2z∂x ∂y = 24 x y2. Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 35 apaga tudo ClearAll["Global`*"]; { gráfico 3D Plot3D[4 x2 y3 -2 x3 +7 y2, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, função de cores ColorFunction → matiz Hue, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automát⋯Automatic, tamanho do marcador da legendaLegendMarkerSize → 80, função de legenda LegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de z"], { dep⋯After, topoTop}]], gráfico 3D Plot3D[-6 x2 +8 x y3, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, função de cores ColorFunction → ma⋯Hue, legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, zx}, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automáticoAutomatic, tamanho do marcador da ⋯LegendMarkerSize → 80, função de legendaLegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de zx"], { dep⋯After, topoTop}]], gráfico 3D Plot3D[14 y+12 x2 y2, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, função de cores ColorFunction → ma⋯Hue, legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, zy}, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automáticoAutomatic, tamanho do marcador da ⋯LegendMarkerSize → 80, função de legendaLegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de zy"], { dep⋯After, topoTop}]], gráfico 3D Plot3D[-12 x+8 y3, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, função de cores ColorFunction → ma⋯Hue, legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, zxx}, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automáticoAutomatic, tamanho do marcador da ⋯LegendMarkerSize → 80, função de legendaLegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5]&), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de zxx"], { dep⋯After, topoTop}]], gráfico 3D Plot3D[14+24 x2 y, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, função de cores ColorFunction → ma⋯Hue, legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, zyy}, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automáticoAutomatic, tamanho do marcador da ⋯LegendMarkerSize → 80, função de legendaLegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de zyy"], { dep⋯After, topoTop}]], gráfico 3D Plot3D[24 x y2, {x, -3, 3}, {y, -3, 3}, função de cores ColorFunction → ma⋯Hue, legenda dos eixosAxesLabel → {x, y, zxy}, legenda do gr⋯PlotLegends → situ⋯Placed[ legenda ⋯BarLegend[ automáticoAutomatic, tamanho do marcador da ⋯LegendMarkerSize → 80, função de legendaLegendFunction → ( emoldur⋯Framed[#, raio de arredondamentoRoundingRadius → 5] &), etiqueta de legendaLegendLabel → "Valor de zxy"], { dep⋯After, topoTop}]]} Valor de z -200-100 0 100 200 , Valor de zx -200-100 0 100 200 , Valor de zy 0 100 200 300 400 500 , Valor de zxx -200-100 0 100 200 , Valor de zyy -400-200 0 200 400 , Valor de zxy -400-200 0 200 400 Nem todas as funções satisfazem a identidade fxy = fyx, embora muitas o satisfazem na prática. Em realidade, existe um teorema devido a Clairaut que estabelece as condições para uma função satisfazer essa identidade. Teorema de Clairaut: Suponha que f é definido sobre um disco D que contém o ponto (a,b). Se as funções fxy e fyx são ambos continuos sobre D, logo fxy(a, b) = fyx(a, b). Exemplo 2. Verifique que a conclusão do teorema de Clairaut é válida para as funções: 36 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb a) u = x sin(x+2 y) b) u = x4 y2 -2 xy5. Solução. Em sala de aula. 1.5.3 Derivadas parciais em equações implícitas Considere uma função z que depende das variáveis x e y através de uma relação do tipo F(x, y, z) = 0. De fato, qualquer uma das variáveis pode ser considerada como função implícita das outras duas. Assumindo x e y para ser variáveis independentes, escrevemos a diferencial de F(x, y, z) e de z como função de x e y (a diferencial de uma função de duas variáveis será tratado mais âmplamente na seção 1.6) : dz = ∂ z∂ x dx + ∂ z∂ y dy e dF = ∂ F∂ x dx + ∂ F∂ y dy + ∂ F∂ z dz = 0 inserindo dz dentro de dF temos dF = ∂ F∂ x dx + ∂ F∂ y dy + ∂ F∂ z ∂ z∂ x dx + ∂ z∂ y dy = 0 ⟹ ∂ F∂ x + ∂ F∂ z ∂ z∂ x dx + ∂ F∂ y + ∂ F∂ z ∂ z∂ y dy = 0. Como dx e dy são diferenciais independentes, a relação anterior é válida para todos os valores de dx e dy, por tanto, segue que∂ F∂ x + ∂ F∂ z ∂ z∂ x = 0, ∂ F∂ y + ∂ F∂ z ∂ z∂ y = 0 Se ∂ F∂ z ≠ 0, estas equações podem ser resolvidas para dar∂ z∂ x = - ∂F∂x∂F∂z , ∂ z∂ y = - ∂F∂y∂F∂z . Outra técnica do cálculo de derivadas implícitas consiste em derivar a equação F(x, y, z) = 0 com relação à variável que se deseja, digamos x, se queremos encontrar a derivada parcial ∂ z∂ x, ou y, se queremos encontrar a derivada parcial ∂ z∂ y. Ilustramos isto nos seguintes exercícios. Exemplo 3. Use diferenciação implícita para encontrar ∂z/∂x, ∂z/∂y das equações: a) y2 z+x sin(x+2 y) = 0 b) sin(z) (x2+1)-y3 ln(x+z) = 0. Solução. a) Método 1. Derivando toda a equação em relação a x, temos∂∂ x (y2 z)+ ∂∂ x [x sin(x+2 y)] = 0 ⟹ ∂∂ x (y2 ) z+y2 ∂ z∂ x + ∂∂ x (x) sin(x+2 y)+x ∂ sin(x+2 y)∂ x = 0 como x e y são independentes ∂y/∂x = 0. Para a derivada ∂sin(x+2y)/∂x usamos a regra da cadeia, para o qual, fazemos u = x+2 y, e ∂u/∂x =1, ∂ sin(x+2 y)∂ x = ∂ sin(u)∂ u ∂ u∂ x = cos(u) = cos(x+2 y), ⟹ y2 ∂ z∂ x +sin(x+2 y)+xcos(x+2 y) = 0. Assim:∂ z∂ x = -(sin(x+2 y)+xcos(x+2 y))y2 .■ Derivando toda a equação em torno de y:∂∂ y (y2 z)+ ∂∂ y [x sin(x+2 y)] = 0 ⟹ ∂∂ y (y2 ) z+y2 ∂ z∂ y + ∂∂ y (x) sin(x+2 y)+x ∂ sin(x+2 y)∂ y = 0 como ∂x/∂y = 0. Para a derivada ∂sin(x+2y)/∂y usamos a regra da cadeia, para o qual, fazemos u = x+2 y, e ∂u/∂y =2, logo ∂ sin(x+2 y)∂ y = ∂ sin(u)∂ u ∂ u∂ y = cos(u) = cos(x+2 y) 2, ⟹ 2 yz+ y2 ∂ z∂ x +2 xcos(x+2 y) = 0. Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 37 Assim:∂ z∂ y = -(2 xcos(x+2 y)+2 yz)y2 ■. Método 2. Usando as fórmulas. a) Temos F(x, y, z) = y2 z+x sin(x+2 y) = 0, calculamos ∂ F∂ x, ∂F/∂y e ∂F/∂z{∂x(y2 z + x seno Sin[x + 2 y]), ∂y(y2 z + x seno Sin[x + 2 y]), ∂z(y2 z + x seno Sin[x + 2 y])} {x Cos[x + 2 y] + Sin[x + 2 y], 2 y z + 2 x Cos[x + 2 y], y2} encontramos ∂ F∂ x = x cos(x+2 y)+ sin(x+2 y), ∂ F∂ y = 2 y z+2 x cos(x+2 y) e ∂ F∂ z = y2. Logo∂ z∂ x = - x cos(x + 2 y) + sin(x + 2 y)y2 , ∂ z∂ y = -2 y z + 2 x cos(x + 2 y)y2 . Agora vejamos o comportamento da função z definida implícitamente pela equação y2 z+x sin(x+2 y) = 0, junto com suas derivadas ∂z/∂ x, ∂z/∂y que temos encontrado neste exercício. apaga tudo ClearAll["Global`*"]; gráfico 3D de contornos ContourPlot3D[y2 z+x seno Sin[x+2 y] == 0, {x, -6.0, 6.0}, {y, -6, 6}, {z, -3, 3}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, função de cores ColorFunction → matiz Hue, intervalo do⋯PlotRange → ⋯All, malhaMesh → nen⋯None], gráfico 3D de contornosContourPlot3D-Sin[x+2 y] +x Cos[x+2 y]y2 , {x, -6.0, 6.0}, {y, 0, 0.0000004}, {z, -3, 3}, AxesLabel → {x, y, zx}, função de cores ColorFunction → ma⋯Hue, intervalo do⋯PlotRange → ⋯All, malhaMesh → nen⋯None, gráfico 3D de contornosContourPlot3D-(2 x Cos[x+2 y] -2 y z)y2 , {x, -6.0, 6.0}, {y, 0, 0.0000004}, {z, -3, 3}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, zy}, função de cores ColorFunction → ma⋯Hue, intervalo do⋯PlotRange → ⋯All, malhaMesh → nenhumNone , , b) F(x, y, z) = sin(z) (x2 + 1) - y3 ln(x + z) = 0. Calculamos ∂ F∂ x, ∂F/∂y e ∂F/∂z ∂x Sin[z]x2 + 1 - y3 logaritmoLog[x + z] , ∂y Sin[z]x2 + 1 - y3 logaritmoLog[x + z] , ∂z Sin[z]x2 + 1 - y3 logaritmoLog[x + z] - y3x + z - 2 x Sin[z](1 + x2)2 , -3 y2 Log[x + z], - y3x + z + Cos[z]1 + x2 encontramos ∂ F∂ x = - y3 x+z - 2 x sin(z)(1+x2)2 , ∂ F∂ y = -3 y2 ln(x+z) e ∂ F∂ z = - y3x+z + cos(z)1+x2 . Logo∂ z∂ x = -- y3 x+z - 2 x sin(z)(1+x2)2- y3 x+z + cos(z)1+x2 = y3 x+z + 2 x sin(z)(1+x2)2- y3 x+z + cos(z)1+x2 , ∂ z∂ y = --3 y2 ln(x + z)- y3 x+z + cos(z)1+x2 = 3 y2 ln(x + z) - y3 x+z + cos(z)1+x2 . Em geral, se u é uma função de n variáveis, u = f(x1, x2, ..., xi, ... xn), sua derivada parcial com relação a i-éssima variável xi é 38 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb ∂u∂xi = limh→0 f(x1,...,xi-1, xi+h ,xi+1,...,xn)-f(x1,..., xi ,...,xn)h 1.5.4 Interpretações das derivadas parciais Lembre-se que a função z = f(x, y) representa uma superfície, digamos S, no espaço 3-d (o gráfico de f). Se no ponto (a, b) do plano xy a função assume o valor c = f(a, b), logo o ponto P(a, b, c) jaz sobre a superfície S. Fixando y = b, restringimos nossa atenção à curva C1 na qual o plano vertical y = b intersecta S. Em outras palavras, C1é a curva que S produz no plano y = b. De outro modo, o plano vertical x = a intersecta S em uma curva C2. Ambas as curvas C1 e C2 passam através do ponto P. Veja Fig.15 Fig.15 As derivadas parciais de f em (a, b) são coeficientes angulares das tangentes em C1e C2. Note que a curva C1 é o gráfico da função g(x) = f(x, b), assim o coeficiente angular de sua tangente T1 em P é g´(a) = fx(a, b). A curva C2 é o gráfico da função G(y) = f(a, y), assim o coeficiente angular de sua tangente T2 em P é G´(b) = fy(a, b). Assim, as derivadas parciais fx(a, b) e fy(a, b) podem ser interpretados geométricamente como os coeficientes angulares das linhas tangentes aos traços C1 e C2 de S no ponto P(a, b, c) nos planos y = b e x = a. As derivadas parciais podem também ser interpretados como taxas de variação. Se z = f(x, y), logo ∂ z∂ x representa a taxa de variação de z com relação a x quando y é fixo. Similarmente, ∂z/∂yrepresenta a taxa de variação de z com relação a y quando x é fixo. Na seguinte animação computacional mostra-se uma função z = f(x, y), e uma superfície tangente num ponto na qual encontra-se a reta tangente ilustrada antes. Você pode deslizar as barras horizontais para visualizar o plano tangente, seja fixando x e variando y ou fixando y e variando x. [http://demonstrations.wolfram.com/TangentToASurface/ Contributed by: Jeff Bryant and Yu-Sung Chang] Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 39 apaga tudo ClearAll["Global`*"]; TangentSurface[a_, b_] := módulo Module{nv, pt, tangentsurface, func, tanpt, x, y, z, tanexpr, gr1, gr2, xyline, xyplane, xticks, xlabel, yticks, normalv, r = 2}, func[x_, y_] := 3 ⅇ-x210-y210; nv = { derivada D[func[x, y], x], derivada D[func[x, y], y], -1}; nv = nv / norma Norm[nv] /. {x → a, y → b}; pt = {a, b, func[a, b]}; tanpt = {x, y, z}; gr1 = gráfico 3D Plot3D[func[x, y], {x, -6, 6}, {y, -6, 6}, fu⋯MeshFunctions → {#1 &, #2 &, #1 &, #2 &}, malhaMesh → {{a}, {b}, 5}, estilo de malhaMeshStyle → {{ espessuraThickness[.007], cores do sistema RGBRGBColor[.2, .4, 0]},{ espessura Thickness[.007], cores do sistema ⋯RGBColor[1, .4, 0]}, { pretoBlack, controle ativoControlActive[ opacidadeOpacity[1], opacidadeOpacity[.5]], controle ativoControlActive[ espessuraThickness[.0001], espessuraThickness[.0001]]},{ preto Black, controle ativo ControlActive[ opacidade Opacity[1], opacidade Opacity[.5]], controle ativo ControlActive[ espessura Thickness[.0001], espessura Thickness[.0025]]}}, estilo do grá⋯PlotStyle → { controle ativoControlActive[ opacidadeOpacity[1], opacidadeOpacity[.9]], cores do sistema ⋯RGBColor[.9, .9, .3], especular⋯Specularity[ brancoWhite, 50]}, recursão máximaMaxRecursion → controle ativoControlActive[0, 2], número de pont⋯PlotPoints → 50, intervalo do gráficoPlotRange → {{-6, 6}, {-6, 6}, t⋯All}, eixosAxes → { ve⋯True, ve⋯True, falsoFalse}, borda dos eixosAxesEdge → {{-1, -1}, {1, -1}, nenhumNone}, legenda dos eixos AxesLabel → {x, y, z}, rodead⋯Boxed → ve⋯True, tema do gráficoPlotTheme → "Marketing", função de coresColorFunction → "Rainbow", tamanho da imagemImageSize → 250]; tanexpr = (tanpt- (pt+ .05 nv)).nv; tangentsurface = z /. prime⋯First@ resolveSolve[tanexpr ⩵ 0, z]; gr2 = gráfico 3D Graphics3D[{ cores do sistema⋯RGBColor[1, .4, 0], controle ativoControlActive[ opacidadeOpacity[0.5], opacidadeOpacity[.9]], polígono Polygon[{{a+ r, b+ r, tangentsurface /. {x → a+ r, y → b+ r}}, {a+ r, b- r, tangentsurface /. {x → a+ r, y → b- r}}, {a- r, b- r, tangentsurface /. {x → a- r, y → b- r}}, {a- r, b+ r, tangentsurface /. {x → a- r, y → b+ r}}}]}]; xyline = gráfico 3D Graphics3D[{{ espessura Thickness[.007], cores do sistema ⋯RGBColor[.2, .4, 0]}, linhaLine[{{a, -6, -3}, {a, -6, func[a, -6]}}],{ espessura Thickness[.007], cores do sistema ⋯RGBColor[1, .4, 0]}, linhaLine[{{6, b, -3}, {6, b, func[6, b]}}]}]; xyplane = gráfico 3D Graphics3D[{ preto Black, linha Line[{{-6, -6, -3}, {-6, 6, -3}, {6, 6, -3}, {6, -6, -3}, {-6, -6, -3}}]}]; xticks = gráfico 3D Graphics3D Join tab⋯Table linhaLine[{{i, -6, -3}, {i, -6+ .3+ .3 fun⋯Boole[ operação do móduloMod[i, π] ⩵ 0], -3}}], i, -6, 6, π4 , { tab⋯Table[ textoText[i, {i, -6-1, -3}], {i, -6, 6, π}]}; yticks = gráfico 3D Graphics3D junta Join tab⋯Table linhaLine[{{6, i, -3}, {6- .3- .3 fun⋯Boole[ operação do móduloMod[i, π] ⩵ 0], i, -3}}], i, -6, 6, π4 , { tab⋯Table[ textoText[i, {6+1, i, -3}], {i, -6, 6, π}]}; normalv = gráfico 3D Graphics3D[{ especular⋯Specularity[ brancoWhite, 50], cores do sistema ⋯RGBColor[.2, .4, 0], cilindroCylinder[{pt, pt-nv}, .07], Black, especular⋯Specularity[ brancoWhite, 50], esferaSphere[{a, b, func[a, b]}, .2]}]; Show[normalv, gr1, gr2, xyline, xyplane, xticks, yticks, tamanho da imagem ImageSize → {300, 300}, intervalo do gráfico PlotRange → {{-6- r, 6+ r}, {-6- r, 6+ r}, {-2 r, 2 r}}, Boxed → ve⋯True, região esféricaSphericalRegion → ve⋯True, ângulo de vistaViewAngle → π /12, centro de vistaViewCenter → {{0.5, 0.5, 0.5}, {0.5, 0.6}}] 40 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb manipula Manipulate[ TangentSurface[a, b],{{a, 0, "x"}, -2π, 2π, aparência Appearance → "Open"}, {{b, 0, "y"}, -2π, 2π, aparência Appearance → "Open"}, salva definições SaveDefinitions → verdadeiro True] x 1.16867 y 1.04301 Global`TangentSurface[1.16867, 1.04301] Exemplo 4. Se u = f(x, y, z), use diferenciação implícita para encontrar ∂u/∂x, ∂u/∂y, ∂u/∂z a partir da equação ln(u) = xy2 z +u sin(x+2 y). Solução. Método 1. Note que, neste caso as fórmulas tomam a forma∂u∂ x = - ∂F∂x∂F∂u , ∂u∂ y = - ∂F∂y∂F∂u , ∂u∂ z = - ∂F∂z∂F∂u . Derivando toda a equação em relação a x, temos∂∂ x ln(u) = ∂∂ x [xy2 z ]+ ∂∂ x [u sin(x+2 y) ] ⟹ ∂ u∂ x 1u = y2 z ∂∂ x [x]+ ∂ u∂ x sin(x+2 y)+ u cos(x+2 y) ∂ (x+2 y)∂ x , ⟹ ∂ u∂ x 1u = y2 z + ∂ u∂ x sin(x+2 y)+u cos(x+2 y) de onde , isolando ∂u∂x∂ u∂ x 1u - sin(x+2 y) = y2 z+u cos(x+2 y), ∂ u∂ x = y2 z+u cos(x+2 y) 1 u - sin(x+2 y) ■ Derivando toda a equação em relação a y, temos∂∂ y ln(u) = ∂∂ y [xy2 z ]+ ∂∂ y [u sin(x+2 y) ] ⟹ ∂ u∂ y 1u = xz ∂∂ y [y2]+ ∂ u∂ y sin(x+2 y)+ u cos(x+2 y) ∂ (x+2 y)∂ y , ⟹ ∂ u∂ y 1u = 2 xy z + ∂ u∂ y sin(x+2 y)+2 u cos(x+2 y) de onde , isolando ∂u∂y∂ u∂ y 1u - sin(x+2 y) = 2 xy z +2 u cos(x+2 y), ∂ u∂ y = 2 xy z +2 u cos(x+2 y) 1 u - sin(x+2 y) ■ Derivando toda a equação em relação a z, temos∂∂ z ln(u) = ∂∂ z [xy2 z ]+ ∂∂ z [u sin(x+2 y) ] ⟹ ∂ u∂ z 1u = xy2 ∂∂ z [z]+ ∂ u∂ z sin(x+2 y), ∂ u∂ z 1u = xy2 + ∂ u∂ z sin(x+2 y)∂ u∂ z 1u - sin(x+2 y) = xy2, ∂ u∂ z = xy2 1 u - sin(x+2 y) ■ Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 41 Método 2. F(x, y, z, u) = x y2 z + u sin(x + 2 y) - ln(u) = 0. Calculamos ∂ F∂ x, ∂F/∂y, ∂F/∂z e ∂F/∂u{∂x(x y2 z + u seno Sin[x + 2 y] - logaritmo Log[u]), ∂y(x y2 z + u seno Sin[x + 2 y] - logaritmo Log[u]), ∂z(x y2 z + u seno Sin[x + 2 y] - logaritmo Log[u]), ∂u(x y2 z + u seno Sin[x + 2 y] - logaritmo Log[u])} y2 z + u Cos[x + 2 y], 2 x y z + 2 u Cos[x + 2 y], x y2, - 1u + Sin[x + 2 y] encontramos ∂ F∂ x = y2 z+u cos(x+2 y), ∂ F∂ y = (2 x y z+2 u cos(x+2 y)), ∂ F∂ z = x y2 e ∂ F∂ u = - 1 u + sin(x+2 y). Logo∂u∂ x = - y2 z + u cos(x + 2 y)- 1 u + sin(x + 2 y) , ∂u∂ y = - (2 x y z + 2 u cos(x + 2 y))- 1 u + sin(x + 2 y) , ∂u∂ z = - x y2- 1 u + sin(x + 2 y) . 1.6. Incrementos, diferencial total e derivada total 1.6.1 Incrementos e diferencial total Considere uma placa retangular de lados x e y, como mostrada na Fig.16. Suponha que a área original seja A0. As linhas tracejadas da figura representam uma expansão da área da figura original. Desejamos encontrar a variação na área da placa. Fig.16. Área da placa em expansão. Se os lados da placa original x e y sofrem incrementos pequenos, digamos Δx eΔy respectivamente, e a área original foi A0 = xy, a nova área será A = (x+Δx) (y+Δy) = xy+xΔy+yΔx+ΔxΔy. Por tanto, o incremento da área será: A-A0 = xy+xΔy+yΔx+ΔxΔy-xy = xΔy+yΔx+ΔxΔy = ΔA x +ΔA y +ΔxΔy onde y e x significam que os lados da placa com comprimentos y e x não mudaram. Se o comprimento y é fixado, logo ΔAy = yΔx ou y = ΔAy/Δx. Se o comprimento x é fixado, ΔAx = xΔy ou x = ΔAx/Δy. Substituindo estas expressões no incremento ΔA dá ΔA = ΔA yΔx Δx+ ΔA xΔy Δy+ΔxΔy. Se permitimos Δx → 0 e Δy → 0, obtemos a chamada diferencial de A(x, y) expandido em termos das derivadas parciais∂A∂ x, ∂A∂ y e as diferenciais (dx,dy) tal que dA = ∂A∂ x y dx+∂A∂ y x dy onde temos desprezado o termo ΔxΔy por ser de segunda ordem mais pequeno. Agora damos a definição formal. Definição: Dada a função z = f(x, y), o incremento de z é a variável dependente Δz dado por Δz = f(x+Δx, y+Δy)- f(x, y). O incrementoΔz depende das quatro variáveis independentes x, y, Δx, Δy, e é igual a variação em z como x varia em Δx e y varia emΔy. AssimΔz = Δf(x, y, Δx, Δy), onde Δf é a funçãoΔf(x, y, Δx, Δy) = f(x+Δx, y+Δy) - f(x, y) Definição: Dada a função z = f(x, y), a diferencial total de z é a variável dependente dz dada por dz = fx(x, y) dx+ fy(x, y) dy, ou equivalentemente dz = ∂z∂x dx + ∂z∂y dy. 42 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb Da definição anterior podemos afirmar que dz depende das quatro variáveis independentes x, y, dx, dy. Assim dz = df(x, y, dx, dy), onde df é a função df(x, y, dx, dy) = fx(x, y) dx+ fy(x, y) dy. Na Fig.17 mostramosΔz “debaixo do microscopio”. Fig.17 A extensão do conceito de diferencial total para o caso de uma função de n variáveis, f(x1, x2, ..., xn); df = ∂ f∂ x1 dx1+ ∂ f∂ x2 dx2+ ...+ ∂ f∂ xn dxn. Exemplo 1. Encontrar o incremento e a diferencial total de z = x3-3 xy2. Solução. Para o incrementoΔz = (x+Δx)3-3 (x+Δx) (y+Δy)2-x3-3 xy2 = 3 x2 Δx-3 y2 Δx+3 xΔx2+Δx3-6 x yΔy-6 yΔxΔy-3 xΔy2-3ΔxΔy2 =3 x2 -3 y2 )Δx+3 xΔx2+Δx3-6 x yΔy-6 yΔxΔy-3 ( x + Δx )Δy2 A diferencial total∂ z∂ x = 3 x2-3 y2, ∂ z∂ y =-6 xy, dz = ∂ z∂ x dx +∂ z∂ y dy = (3 x2-3 y2) dx-6 xydy.■ 1.6.2 Derivada total Considere uma função de n variáveis z = f(t, x1, x2, ..., xn-1) e, suponha também que cada uma das variáveis x1, x2, ..., xn-1 dependem da variável t, de tal modo que as seguintes relações são válidas xi = xi(t), i = 1, 2, 3, ..., n. Defíne-se como derivada total da função z a expressão df dt = ∂ f∂ t + ∂ f∂ x1 dx1dt + ...+ ∂ f∂ xn-1 dxn-1dt . Note-se que o lado esquerdo definindo a derivada total df dt , contém como um termo particular a derivada parcial ∂f∂t no lado direito. Este termo somente aparecerá quando a função z = f(t, x1, x2, ..., xn-1) depende explícitamente de t. Exemplo 2. Encontrar a derivada total de f(x, y) = x2+3 xy com relação a x, dado que y = sin-1(x). Solução. Neste caso, t = x e x1 = y. Assim df dx = ∂ f∂ x + ∂ f∂ y dydx , onde Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 43 ∂ f∂ x = 2 x+3 y, ∂ f∂ y = 3 x, dydx = 1(1-x2)1/2 pelo que df dx = ∂ f∂ x + ∂ f∂ y dydx = 2 x+3 y+3 x 1(1-x2)1/2 = 2 x+3 sin-1(x)+ 3 x(1-x2)1/2 .■ 1.7. Regra da cadeia De maneira semelhante como o caso de funções de uma variável, aplica-se a funções compostas. Teorema: Se z = f(x, y) e x = g(t), y = h(t). Logo dz dt = ∂z∂x dxdt + ∂z∂y dydt . Se z = f(x, y) e x = g(u, v), y = h(u, v), logo ∂z∂u = ∂z∂x ∂x∂u + ∂z∂y ∂y∂u ,∂z∂v = ∂z∂x ∂x∂v + ∂z∂y ∂y∂v , . Em geral, se z = f(x1, x2, ..., xn) e x1 = g(u, v, w, ...), x2 = h(u, v, w, ...), x3 = p(u, v, w, ...), logo ∂ z ∂ u = ∂ z∂ x1 ∂ x1∂ u + ∂ z∂ x2 ∂ x2∂ u + ∂ z∂ x3 ∂ x3∂ u + ... ∂ z ∂ v = ∂ z∂ x1 ∂ x1∂ v + ∂ z∂ x2 ∂ x2∂ v + ∂ z∂ x3 ∂ x3∂ v + ... ∂ z ∂ w = ∂ z∂ x1 ∂ x1∂w + ∂ z∂ x2 ∂ x2∂w + ∂ z∂ x3 ∂ x3∂w + ... Estas regras, conhecidas como “regra da cadeia”, são o básico para o cálculo de derivadas de funções compostas. Exemplo 3. Dado que x (u) = 1 + a u e y(u) = b u3, encontrar a taxa de variação de f(x, y) = x ⅇ-y com relação a u. Solução. Usando a regra da cadeia df du = ∂ f∂ x dxdu + ∂ f∂ y dydu , temos∂ f∂ x = ⅇ-y, ∂ f∂ y = -x ⅇ-y, dxdu = a, dydu = 3 b u2 pelo que df du = ⅇ-y(a)-x ⅇ-y(3 b u2) = ⅇ-y(a-3 bxu2) = ⅇ-b u3(a-3 b(1 + au) u2) = , ⅇ-b u3(a-3 bu2-3 ab u3).■ 1.7.1 Exercícios. Lista 3. Data: 21-03/ 08-05 I. Cálculo de derivadas parciais 1. Verificar que a função u(x, t) = e-α2 k2 t sin(kx) é uma solução da equação de condução do calor ut = α2 uxx. 2. Determine qual das funções a seguir é uma solução da equação de Laplace uxx + uyy = 0. a) u = x2+y2, b) u = x2-y2, c) u = x3+3 xy2, d) u = sin(x) cosh(y)+ cos(x) sinh(y), e) u = e-x cos(y)-e-y cos(x). 3. Mostrar que cada uma das seguintes funções é uma solução da equação utt = a2 uxx. a) u = sin(kx) sin(akt), b) u = t (a2 t2-x2), c) u = (x-at)6+(x+at)6, d) u = sin(x-at)+ ln(x+at). 4. Se f e g são funções duas vezes diferenciáveis de uma variável, mostre que a função u(x, t) = f(x + at) + g(x - at) é uma solução da equação de onda utt = a2 uxx. 5. Se u = ea1 x1+a2 x2+...+an xn , onde a12+a22+ ...+an2 = 1, mostre que ∂2u∂x12 + ∂2u∂x22 + ...+ ∂2u∂xn2 = u. 44 Calculo para engenheiros-2016-v1.nb 6. Mostre que a função de produção de Cobb-Douglas P = bLα Kβ, satisfaze a equação L ∂P∂L +K ∂P∂K = (α+β) P. 7. A temperatura num ponto (x,y) sobre uma placa de metal é dada por T(x, y) = 60 (1+x2+y2), onde T é medido em oC e x,y em metros. Encontre a taxa de variação da temperatura com relação a distância no ponto (2,1) em a) na direção x e b) na direção y. 8. A lei do gás ideal para um gás de número de mol n a uma temperatura absoluta T, pressão P, e volume V é PV =nRT, onde R é a cosntante do gás. Mostre que: a) ∂P∂V ∂V∂T ∂T∂P = -1, b) T ∂P∂T ∂V∂T = nR. 9. Dado z(x, y) = ln x + y ; prove que x ∂z∂x +y ∂z∂y = 12 . 10. Dado u(t, x) = et x/2 ; prove que 2 x ∂u∂x + t ∂u∂t = 0. 11. Dado z(t, x) = ex/2 sin π 4 - y 2 ; prove que ∂z∂x + ∂z∂y 2 = 12 ex sin2 y2 . 12. Se u(x, y, z) = ln(x3+y3+z3-3 xyz), mostrar que ∂∂x + ∂∂y + ∂∂z ∂u∂x+ ∂u∂y + ∂u∂z = -9(x+y+z)2 . 13. Em um estudo de penetração da geada, verificou-se que a temperatura T no tempo t (medido em dias), a uma profundidade x (medida em pés) pode ser modelada pela função T(x, t) = T0+T1 e-λx sin(ωt-λx), onde ω = 2 /365 e λ é uma constante possitiva. a) Encontrar ∂T/∂x. Qual é o significado físico?, b) Encontrar ∂T/∂t. Qual é o significado físico? c) Mostre que T satisfaz a equação de calor Tt = k Txx para uma certa constante k. d) Se λ = 0.2, T0 = 0, T1 = 10, use um computador para traçar o gráfico T(x, t). II. Derivadas parciais em equações implícitas 14. Se y uma função de x, determinada pela equação x 2 a2 + y2 b2 = 1. Encontrar: dy dx , d 2 y dx2 e d3 y dx3 . 15. Seja y uma função determinada pela equação x2+y2+2 axy = 0 (a > 1). Mostrar que d2 y dx2 = 0. 16. Encontrar dy dx , d 2 y dx2 se y = 1+yx. 17. Encontrar dy dx , d 2 y dx2 e d3 y dx3 se y = x+ ln(y). 18. Se z é uma função de x e y, encontrar ∂z∂x e ∂z∂y , se x cos(y)+y cos(z)+z cos(x) = 1. 19. Se z é uma função de x e y dada através da equação x2+y2-z2-xy = 0, encontrar ∂z∂x e ∂z∂y , para os valores x = -1, y = 0, z = 1. 20. Encontrar ∂z∂x , ∂z∂y , ∂2z∂x2 , ∂2z∂x ∂y , ∂2z∂y2 , se x2a2 + y2b2 + z2c2 = 1. 21. A função u depende de x e y de acordo com a equação ln(u) = y ln(x). Mostrar que ∂3u∂2x ∂y = ∂3u∂x ∂y ∂x . 22. Se a, b, c são os lados de um triângulo e A, B, C são os ângulos opóstos, encontre ∂A/∂a, ∂A/b, ∂A/∂c por diferenciação implícita da lei de cosenos. III. Incrementos e diferencial total 23. Encontre a diferencial total da função: a) z = x3 ln(y), b) υ = y cos(xy), c) m = p5 q3, d) T = ν 1+uνω , e) R = αβ2 cos(γ), f) w = xyexz. 24. Se z = 5 x2+y2 e (x,y) varia desde (1,2) até (1.05,2.1), compare os valores de Δz e dz. 25. Calcular as diferenciais totais das funções: a) z = x+x ln(y) para x = 2, y = 1, dx = 0.05, dy = 0.02; b) υ = ⅇxy, para x = 1, y = 2, dx = -0.01, dy = 0.03. 26. Calcular dz eΔz para a função z = xy em x = 3, y = 1, Δx = 0.1, Δy = -0.2. Assuma queΔx = dx, Δy = dy. 27. Calcular aproximadamente o incremento da função ϕ(x, y) = arctan y x , quando x varia desde 2 até 2.1 e y desde 3 até 2.5. IV. Derivada total 28. Encontrar a derivada total dz dt das seguintes funções a) z = y x , x = et, y = 1-e2 t; b) z = xy, x = sin(2 t), y = cos(3 t); c) z = (2 t+1) x ey, x = ln(2 t+1), y = ln(t2+1); d) z = Ax2+2 Bxy+Cy2, x = sin(t), y = cos(t); e) Uma partícula descreve uma trajetória tal que sua coordenada z varia em função de suas coordenadas x e y com a equação, z = arctan y
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