CAPACIDADE FUNCIONAL E CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS EM CORRESIDÊNCIA

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CAPACIDADE FUNCIONAL E CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS EM CORRESIDÊNCIA.
SANDRA ALVES GOTADO SANTOS
Graduando em Fisioterapia – FAINOR / Vitória da Conquista
RESUMO
O estudo tem como objetivo avaliar a capacidade funcional e as condições de saúde dos idosos em corresidência. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório de base populacional e com abordagem quantitativa. Utilizará o banco de dados, desenvolvido em duas Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Vitória da Conquista – BA (USF Nestor Guimarães e na USF Patagônia). Serão incluídos na população do estudo todos os idosos com idade igual ou maior a 60 anos, em situação de corresidência cadastrados na USF. Serão excluídos os idosos que apresentarem déficit cognitivo ou se recusarem a participar da pesquisa. Os dados do estudo serão coletados em acesso ao banco de dados do projeto principal, a qual realizou a coleta em duas etapas: o levantamento dos idosos que vivem sós e aqueles que corresidem com familiares, e aplicação dos questionários: Brazil old age Schedule (BOAS) adaptado, Estado de Saúde e a escala de Katz.a pesquisa principal foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (CEP-UESB). A participação dos idosos foi voluntária, sendo formalizada a aceitação mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE.
Palavras-chave: Saúde. Funcionalidade. Idoso.
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	
ABVD’s – Atividades Básicas da Vida Diárias 
BOAS – Brazil old age schedule 
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa
CF - Constituição Federal
CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
EI – Estatuto do Idoso
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MEEM – Mini Exame de Estado Mental
OMS – Organização Mundial da Saúde
PNI - Política Nacional do Idoso
SPSS – Statistical Package for Social Sciences
SUS - Saúde do Sistema Único de Saúde
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
USF – Unidade de Saúde da Família
 
INTRODUÇÃO
No Brasil o envelhecimento populacional vem acontecendo de forma bastante acelerada. Esse aumento do número de idosos gera mudanças em vários setores da sociedade, podendo destacar o setor da família, onde observa-se cada vez mais a presença de pelo menos um idoso no contexto familiar fazendo surgir diferentes arranjos com destaque para a família intergeracional, onde o idoso convive com múltiplas gerações como filhos e/ou netos no mesmo espaço domiciliar, ou seja, o estabelecimento da corresidência (CAMARANO et al., 2004). 
A corresidência entre idosos e seus familiares reflete uma convivência em família de forma variada ocasionada por razões diferentes, que vão desde a escassez de recursos financeiros até a necessidade de cuidados por parte de um parente idoso dependente. Esse convívio intergeracional caracteriza-se por configurações instáveis, que se fazem e desfazem em função desses acontecimentos (SAMPAIO, 2014). 
O estudo de Vicente e Santos (2013) observaram que aproximadamente 42% dos idosos residem com cônjuges e filhos. Existem duas razões principais para o idoso viver com seus familiares: as suas condições de saúde e renda financeira. Estudos afirmam que em torno de 80% dos idosos acima de 65 anos, apresentam pelo menos um problema crônico de saúde, o que muitas vezes provoca a necessidade de auxílio e convívio familiar (DEL DUCA; SILVA; HALLAL, 2009; TAVARES; DIAS, 2012). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) ressalta a importância da convivência familiar para a saúde e bem-estar dos idosos trazendo pontos positivos como segurança, afeto e amparo. (OMS, 2005) O convívio intergeracional pode ocasionar uma expressiva harmonia, uma vez que a corresidência ocorre pela necessidade de apoios mútuos, podendo ser benéfica para a saúde do idoso dos quais esperam maior atenção, reconhecimento, aceitação e paciência (MARAGONI; OLIVEIRA, 2010). Entretanto, quando esses pontos não são satisfeitos pode ocasionar um envelhecimento não saudável, suscitando conflitos causados por mudanças de papéis sociais, uma vez que o idoso pode perder sua função de chefe e responsabilidade gerando sentimentos de frustações e depressão (CARVALHO, ARAÚJO, 2006). 
Sendo assim, torna-se importante a realização deste estudo, buscando analisar o convívio do idoso com seus familiares, as condições de saúde e sua capacidade funcional no contexto da corresidência, que pode ser benéfica ou não à saúde dos idosos. O estudo poderá contribuir em ações intersetoriais na área de envelhecimento, considerando os fatores determinantes da saúde e sua funcionalidade. Este trabalho tem como objetivo avaliar a capacidade funcional e as condições de saúde dos idosos em corresidência.
MATERIAIS E MÉTODO
Foi realizado estudo quantitativo-descritivo e exploratório com característica transversal, o qual foi realizado por meio de uma pesquisa sobre coresidencia com pessoas idosas, no município de Vitória da Conquista-BA.
Os dados foram selecionados a partir da população idosa em situação de corresidência cadastrados na USF Nestor Guimarães e na USF Patagônia, por meio dos seguintes critérios: a) os indivíduos em estado de corresidência; b) possuir idade igual ou superior a 60 anos; c) residentes na zona urbana do município de Vitória da Conquista-BA; d) que apresentam boas condições cognitivas capaz de responder aos questionamentos do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM); e) obter escores no MEEM acima dos pontos de corte propostos por Bertolucci(10); f) assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Foram adotados os seguintes critérios de exclusão para a participação das idosas: idosos que apresentarem déficit cognitivo, os que se recusaram a participar da pesquisa.
O processo de determinação do estudo teve início com a revisão dos prontuários dos idosos, com o intuito de identificar os idosos que vivem sós, aqueles que corresidem com familiares, e os que preenchiam os critérios dos itens a, b e c acima discriminados. Identificando o número de idosos cadastrados nas USF através da consulta as fichas de cadastramento familiar. 
O MEEM inclui 11 itens, que demandam respostas verbais a questões de orientação temporal e espacial, atenção, leitura, memória, cálculo, nomeação, seguir comandos verbais e copiar um desenho (polígonos). Para avaliação dos resultados obtidos através do MEEM, foram adotada os seguintes pontos de corte: 19 pontos para idosos analfabetos; 23 pontos para idosos com 1 a 3 anos de escolaridade; 24 pontos para idosos com 4 a 7 anos de escolaridade e 28 pontos para idosos com escolaridade acima de 7 anos (BRASIL, 2007). Escores abaixo destas pontuações indica um risco de déficit cognitivo requerendo encaminhamento para avaliação neuropsicológica específica.
As informações foram coletadas no período... Após a identificação, foram aplicados aos idosos selecionados os seguintes instrumentos: A entrevista, por meio de questionário semiestruturado contendo dados de identificação dos participantes, como idade, sexo e composição do arranjo familiar, o questionário Brazil old age Schedule (BOAS) adaptado, o questionário de Estado de Saúde e a escala de Katz. 
Os dados coletados foram organizados por estatística descritiva empregando-se o programa The Statistical Package for Social Sciences para Windows (SPSS 21.0, 2013, SPSS, Inc, Chicago, IL). Em todas as análises o nível de significância adotado foi de 5% (α = 0,05). Os resultados obtidos foram apresentados sob a forma de tabelas e gráficos e discutidos em linguagem descritiva.
Este estudo faz parte de uma ampla pesquisa intitulada “Arranjo Familiar de Idosos em Corresidência Residentes em Municípios do Nordeste e Sudeste do Brasil”, tendo sido aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (CEP-UESB), cujo parecer nº 102.641, foi exarado observando a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 196/96, vigente naépoca. Sendo assim, foi encaminhado ao CEP-UESB uma solicitação de inclusão deste estudo ao projeto principal de acordo a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. 
A produção dos dados foi realizada após a emissão do parecer favorável do CEP-UESB de inclusão do presente campo de estudo, e da autorização da SMS de Vitória da Conquista - BA para a realização da pesquisa nas USF. A participação dos idosos foi voluntária, sendo formalizada a aceitação mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE .