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TEORIAS DO DIREITO PENAL

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INTRODUÇÃO
O direito penal tem como principal missão dar proteção aos valores fundamentais, selecionando assim as condutas humanas mais graves e perigosas à sociedade, aquelas que podem causar um rompimento no convívio social, protegendo assim, bens jurídicos fundamentais como a vida, o patrimônio e a liberdade e no caso de violação desses bens, procura repará-los. É importante lembrar que o Direito penal é de última ratio, ou seja, ele será o último ramo do Direito a ser chamado para resolver determinadas situações diante de um caso concreto, por isso é necessário conhecer suas bases, seus pilares, e as teorias.
Neste estudo a princípio será abortado somente suas teorias com conceitos breves e para se ter conhecimento básico e um rápido norteamento para melhor entendimento ao primeiro contato do assunto de extrema importância quando falamos do Direito Penal.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. QUANTO A CULPABILIDADE
2.1.1. Teoria causal naturalista ou psicológica da culpabilidade
De acordo com essa teoria a culpabilidade significava a ligação, o vínculo, psicológico que ligava o agente ao fato ilícito por ele cometido. Assim os Autores Liszt, Beling e Bellavista de acordo com uma visão analítica do delito, dividiram-na sobre dois aspectos sendo um externo e outro interno. Nos quais o aspecto externo seria ação típica e antijurídica, e o interno seria a culpabilidade, sendo atribuída a essa somente elementos anímicos puramente subjetivos.
Para essa teoria a culpabilidade seria o lugar para abordar os elementos subjetivos dolo e culpa, uma vez que eram considerados as únicas espécies de culpabilidade e somente poderia ser afastada diante de causas que eliminassem o vínculo psicológico como o erro, que elimina o elemento intelectual, e a coação, que suprime o elemento volitivo do dolo. Essa teoria dominou durante parte do século XIX e parte do século XX quando foi superada pela teoria normativa ou psicológico-normativa pela necessidade de sistematizar os elementos da construção estrutural do delito.
Obs. imputabilidade não é elemento da culpabilidade e considerada como pressuposto para análise da culpa e não elemento constitutivo dela, ressaltando que o dolo é normativo no aspecto de consciência da ilicitude.
2.1.2. Teoria normativa ou psicológico-normativa
Para os autores Frank e Mezger dentre outros, a culpabilidade deixa de ser um mero vínculo psicológico da agente ao fato e passa a ser tratada como um juízo de censura ou reprovação pessoal. Agora mais que os elementos subjetivos dolo e culpa, para que o agente pudesse ser punido deveria se observar nas condições que tal estivesse inserido podia exigi-lo prática de conduta conforme o direito. Foi revisto também a relação entre tipicidade e antijuridicidade, que aquela deixa de ser mero indício dessa para ser a sua razão de existência. Assim a estrutura da culpabilidade passa a ter novos contornos, ficando com os seguintes conteúdos;
a) Imputabilidade: possibilidade de ser responsabilizar aguem a prática de determinado fato típico;
b) Dolo e culpa: dolo = vontade mais consciência, e culpa vontade defeituosa;
c) Exigibilidade de conduta diversa: não atua com culpa a pessoa a quem não era razoável exigir uma conduta diversa da realizada;
obs. a consciência da ilicitude estava embutida no dolo, atualmente o dolo é o binômio consciência e vontade, sendo que a consciência não é da ilicitude, mas sim a de saber o que está fazendo e influenciada pelo neokantismo, mas não rompe com o casual.
2.1.3. Teoria Normativa ou Teoria Normativa Pura
O autor Hans Wetzel na concepção normativa pura esclarece que a culpabilidade foi despida de todo elemento psicológico para tornar-se puramente normativa. Sendo assim toda conduta humana e destinada a fim, portanto ela é dolosa ou culposa, tirando a da culpabilidade e colocando na própria conduta humana, elemento fato típico, dando entender que o dolo deixa de ser normativo e passa a ser natural.
O elemento psicológico (dolo) está na ação e não na culpabilidade. A culpabilidade, como dito, não contém nenhum elemento psicológico, mas somente elementos normativos como requisitos, são eles:
a)  imputabilidade (art. 26, 27, 28 do CP); 
b)  inexigibilidade de outra conduta (art. 22 do CP); 
c)  consciência de antijuridicidade (art. 21 do CP).
2.2. QUANTO AO ESTADO DE NECESSIDADE
 O estado de necessidade se trata de uma das causas que exclui a ilicitude (antijuridicidade) do ato praticado pelo agente (art. 23, I  e art. 24 do CP) os quesitos são: tem que existir uma situação de perigo atual e iminente, pondo em conflito dois ou mais bens jurídicos, bem jurídico próprio ou alheio, trata-se de exclusão de ilicitude previsto no o art. 23, I, onde diz que “não há crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade”.
 No artigo 24 do código penal, conceitua:
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1 º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2 º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Legítima defesa
 
 Requisitos:
Existência de um perigo atual ou iminente;
Bem jurídico próprio ou alheio (bem jurídico ameaçado);
Situação não provocada voluntariamente pelo agente;
Conhecimento da situação justificante;
Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado;
O conhecimento da situação de fato justificante;
 Quatro são as teorias que definem o estado de necessidade: a unitária, a diferenciadora, a teoria da equidade e a teoria da escola positiva. Serão tratadas as duas primeiras.
2.2.1. Teoria Unitária – artigos 24 e 52 do CP
 Para a teoria unitária, exclui a ilicitude do ato, quando se sacrifica um bem jurídico de valor igual ou inferior ao preservado. Caso a lesão seja a bem jurídico de valor superior, subsiste o crime, sendo possível uma redução da pena de um a dois terços, nos termos art. 24, § 2º. Essa é a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro
2.2.2. Teoria Diferenciada – artigos 39 e 45 do CPM
 A teoria diferenciadora (derivada do direito penal alemão), subdivide o estado de necessidade em dois tipos: o estado de necessidade justificante e o estado de necessidade exculpante, posto que este exclui a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa, e aquele a exclui a ilicitude propriamente dita. Nesse sentido, no estado de necessidade justificante, há sacrifício de bem jurídico de valor inferior em detrimento de outro de maior relevância, enquanto no estado de necessidade exculpante, o bem sacrificado possui valor igual ou superior ao resguardado.
Observação: O Código Penal Militar, Decreto-lei 1.001/1969 comportou o estado de necessidade exculpante em seu art. 39, e a possibilidade de atenuação da pena, art. 41
2.3. QUANTO ERRO OS PRESSUPOSTOS FÁTICOS
2.3.1. Teoria Limitada da Culpabilidade
 Sendo a qual prevalece no Brasil, o erro sobre os pressupostos fáticos deve equiparar-se a erro de tipo, se inevitável, exclui dolo e culpa, já evitável, pune a culpa. Prevista na exposição de motivos do CP, apesar previsto no art.20, parágrafo único que o agente fica isento de pena, a consequência será a exclusão da tipicidade (ausência de dolo e culpa).
2.3.2. Teoria Extremada da Culpabilidade
 Já esta teoria e equiparada ao erro de proibição, quando inevitável a mesma isenta o agente de pena, e se evitável diminui a pena. Toda espécie de descriminante putativa, seja a que incide sobre os limites autorizadores da norma (por erro de proibição), seja a incidente sobre situação fática pressupostode uma causa de justificação (erro de tipo), é sempre tratada como erro de proibição. 
 Com isso, evita-se desigualdade no tratamento de situações análogas, todo erro quanto à ilicitude do fato (seja o erro de proibição propriamente dito, o erro de permissão e o erro de tipo permissivo) é ERRO DE PROIBIÇÃO, exclui a CULPABILIDADE.
2.3.3. Teoria Extremada “SUI GENERIS” da Culpabilidade
 De acordo com está teoria o artigo 20, parágrafo 1 do Código Penal;
 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
 Reúne as duas teorias anteriores, seguindo a extremada quando o erro e inevitável e limitada, quando o erro é evitável.
2.4. QUANTO AS TEORIAS DO DOLO
 O dolo é a vontade livre e consciente de praticar a conduta criminosa descrita na lei penal, ou seja, é a intenção do agente em praticar o crime, em outras palavras "a vontade consciente de realizar a conduta típica".
2.4.1. Teoria da Vontade
 Pela teoria da vontade, há dolo direto quando há vontade consciente de querer praticar a infração penal. (Dolo igual previsão(consciência), mas o querer). Determina que age dolosamente quem pratica a ação consciente e voluntariamente. É necessária a existência, portanto, a consciência da conduta e do resultado e que o agente a pratique voluntariamente.
2.4.2. Teoria da Representação
 Pela teoria da representação, o agente prevê o resultado como possível e ainda assim opta por continuar a conduta (esta teoria abrange tanto o dolo eventual quanto a culpa consciente). 
Determina que o dolo é a simples previsão do resultado. Embora não se negue a existência da vontade na ação, o que importa para essa posição é a consciência de que a conduta provocará a resultado.
2.4.3. Teoria do Consentimento / Assentimento 
 A terceira teoria, por sua vez, prega que há dolo (eventual) quando o agente prevê o resultado como possível e ainda assim continua na prática assumindo o risco de produzi-lo.
Nota: O Código Penal Brasileiro adotou duas das teorias supramencionadas, a saber: da vontade quanto ao dolo direto, e do assentimento ao definir o dolo eventual.
2.5. QUANTO AS FASES DA TIPICIDADE
2.5.1. Independência (Beling)
 Não havia qualquer ligação entre o fato típico, a ilicitude e a culpabilidade. A função do tipo era a de apenas definir os crimes, de forma neutra e livre de qualquer valor e objetivo. A tipicidade era a simples avaliação sobre a adequação do fato à norma penal. A análise da valoração, que verificava a presença, ou não, de uma causa de justificação, cabia à ilicitude. Por fim, o exame sobre o vínculo subjetivo e da reprovabilidade de uma conduta se encontrava no campo da culpabilidade. 
2.5.2. Caráter Indiciário da ilicitude – Ratio Cognoscendi (Mayer)
 A independência entre tipicidade e ilicitude permanece, mas o fato típico representa um indício da ilicitude, ou seja, é presumido que quem pratica a conduta prevista no tipo infringiu o Direito. Mas a ilicitude pode ser afastada, caso ocorra alguma de suas excludentes (estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular de um direito e estrito cumprimento do dever legal). Esse conceito foi adotado pelo Código Penal Brasileiro.
2.5.3. Essência da Ilicitude – Ratio Essendi (Mezger)
 É a relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento como um todo inexistindo qualquer exceção determinando, incentivando ou permitindo a conduta típica. A tipicidade integra a ilicitude. Então, a tipicidade não possui nenhuma autonomia, de forma que todas as condutas típicas também são ilícitas.
2.5.4. Teoria dos Elementos Negativos do Tipo (Ilicitude sem Autonomia)
 Unifica a tipicidade e a ilicitude, incluindo no tipo de injusto os preceitos permissivos que excluem a ilicitude. Dessa forma, para uma conduta ser típica, não podem estar presentes o estado de necessidade, a legítima defesa, o exercício regular de um direito ou o estrito cumprimento do dever legal.
2.5.5. Fase Defensiva
 Citada por Bitencourt, essa fase foi desenvolvida por Beling, após receber críticas sobre sua ideia de independência, que mantinha a conexão entre tipicidade e ilicitude, mas demarcava uma separação entre tipo do delito e figura reitora. O tipo do delito passa a ser toda característica interna e externa das figuras legais, puramente descritivas. Já a figura reitora é um modelo conceitual, extraído do acontecimento externo.
2.5.6. Fase do Finalismo – Tipicidade Complexa
 Também mencionada por Bitencourt, nessa fase, o tipo passa a ser composto por uma parte objetiva, a descrição legal, e outra parte subjetiva, como a vontade do agente, por meio de dolo ou culpa.
Para o Finalismo, o sistema jurídico-penal e suas categorias devem ser construídos a partir do que denomina de “estruturas lógico-reais” (ou lógico-objetivas). Nestas estruturas, o legislador do Direito Penal compreende a realidade pré-jurídica, e a partir desta compreensão lógica, constrói as regras jurídicas 
2.6. QUANTO A RELAÇÃO ENTRE TIPICIDADE E ILICITUDE
2.6.1. Teoria da Autonomia ou Absoluta Independência (Beling-1906)
 A tipicidade não tem qualquer relação com a ilicitude, de tal sorte que ocorrido o fato típico, não se pode afirmar que ele é presumidamente ilícito, ainda que seja uma presunção relativa, vale ressaltar que devemos ter cuidado, pois excluída ilicitude o fato permanece típico.
2.6.2. Teoria da Indiciariedade ou Ratio Cognoscendi (Mayer-1915)
 Se há fato típico, presume-se, relativamente, que ele é ilícito; o fato típico é o indício da ilicitude, que deve ser afastada mediante prova em contrário, a cargo (leia-se ônus) da defesa. Ao contrário da primeira corrente, não há aqui uma absoluta independência entre esses dois substratos do crime, mas uma relativa interdependência. Neste também devemos ter o cuidado quando é excluída a ilicitude, o fato permanece típico.
2.6.3. Teoria da Absoluta Dependência ou Ratio Essendi (Mezger-1930)
Conceito de tipo total do injusto, levando a ilicitude para o campo da tipicidade. Em outras palavras, a ilicitude é a essência da tipicidade, numa absoluta relação de dependência entre esses elementos do delito. Não havendo ilicitude, não há fato típico.
2.6.4. Teoria dos Elementos Negativos do Tipo (Merkel)
Tem o mesmo resultado prático da teoria anterior, embora com ela não se confunda (como, aliás, faz parcela da doutrina), porque construída sob bases diferentes. Por essa teoria, o tipo penal é composto de elementos positivos ou expressos (que são as clássicas elementares do tipo penal) mais elementos negativos ou implícitos do tipo (causas excludentes de ilicitude). Para que o fato seja típico os elementos negativos - excludentes de ilicitude - não podem existir. Aqui também há uma absoluta relação de dependência entre fato típico e ilícito, um pressupondo a existência do outro.
Observação: deve se atentar para que o fato seja típico, é preciso praticar os elementos positivos do tipo, e não praticar os elementos negativos do tipo.
2.7. QUANTO AO TEMPO DO CRIME
A análise do presente ponto é de suma importância, visto que, ao saber o tempo do crime, identificar-se-á a lei em vigor, bem como se o agente era imputável à época dos fatos.
2.7.1. Teoria da Atividade
É a adotada pelo Código Penal Brasileiro, considera-se praticado o crime no momento da conduta, conforme previsto no artigo 4º do CP.
Art. 4º – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outroseja o momento do resultado.
2.7.2. Teoria do Resultado
Ao contrário da teoria da atividade, aqui se considera praticado o crime no momento do resultado. No Direito Penal, a título de exceção, aplica-se a teoria em questão para determinar o termo inicial da prescrição, nos moldes do artigo 111, inciso I.
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
2.7.3. Teoria Mista ou Ubiquidade
Segundo esta teoria, levar-se-á em conta tanto o momento da ação ou omissão, como do resultado, adota as duas teorias anteriores ao mesmo tempo. Conforme leitura do artigo 4º supracitado, fica evidente que o Código Penal pátrio adotou a teoria da atividade, neste sentido, importa o momento da conduta comissiva ou omissiva para a prática de fato definido como crime. Assim, Rogério Greco em seu Curso de Direito Penal 2010, "Pela teoria da atividade, tempo do crime será o da ação ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Para essa teoria, o que importa é o momento da conduta, comissiva ou omissiva, mesmo que o resultado dela se distancie no tempo".
2.8. QUANTO AO LUGAR DO CRIME
Conhecido o lugar do crime, mencionada circunstância poderá ser utilizada para fins de fixação de competência penal internacional, posto que, a competência jurisdicional pátria é regida pelo artigo 70 do Código de Processo Penal.
2.8.1. Teoria da Atividade
O lugar do crime é o da ação ou omissão, praticado no lugar da conduta.
Exemplo: A, com ânimo inequívoco de matar, ateou B com vários tiros, fato ocorrido na cidade de Bela Vista. Horas depois, em um hospital na cidade de Campo Grande, B veio a falecer em razão dos ferimentos. Neste caso, o lugar do crime seria Bela Vista.
2.8.2. Teoria do Resultado
O lugar do crime é o da consumação, onde foi praticado no lugar do resultado. Exemplo: nos termos do exemplo de item 2.8.1, o lugar do crime seria Campo Grande.
2.8.3. Teoria Mista ou Ubiquidade
É a adotada pelo Código Penal Brasileiro, o crime considerado praticado no lugar da conduta ou do resultado.
Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
 Por considerar tanto o local da conduta como o local do resultado, essa teoria consegue solucionar o problema dos crimes à distância e também os conflitos de Direito Penal internacional, fazendo com que o Direito brasileiro tome a frente de questões que apesar de serem começadas ou terminadas em outros países, sejam resolvidas e decididas de acordo com as normas do nosso país.
Exemplo: considera-se como lugar do crime Bela Vista (ação) e Campo Grande (resultado).
2.9. QUANTO AO CRIME
2.9.1. Teoria Tripartite
Crime só pode ser fato típico, ilícito (antijurídico) e culpável, uma vez que, sendo o dolo e a culpa imprescindíveis para a sua existência e estando ambos na culpabilidade, por óbvio esta última se tornava necessária para integrar o conceito de infração penal. Todo penalista clássico, portanto, forçosamente precisa adotar a concepção tripartida, pois do contrário teria de admitir que o dolo e a culpa não pertenciam ao crime, o que seria juridicamente impossível de sustentar.
Para constituição desta teoria precisa – se dos seguintes aspectos dos elementos citados; primeiro o fato típico (conduta / resultado / nexo causal / tipicidade), em seguida o fato ilícito ou antijurídico – excludentes da ilicitude (estado de necessidade / legitima defesa / estrito cumprimento de dever legal / exercício regular de direito) e terceiro e último o fato culpável (imputabilidade / potencial consciência da ilicitude / exigibilidade da condita diversa).
2.9.2. Teoria Bipartite
Esta teoria retira a culpabilidade do conceito de crime, pois se baseia na Teoria Finalista da Ação, formulada por Hans Welzel, que veio modificando a ideia de que o dolo e a culpa sediavam na culpabilidade, retirando-os deste contexto para integrá-los ao fato típico, mais precisamente na conduta, assim a culpabilidade tem como pressuposto para aplicação da pena. Logo, da seguinte forma se estrutura a Teoria Bipartida:
 Fato típico (conduta / resultado / nexo causal / tipicidade), e o fato ilícito ou antijurídico – excludentes da ilicitude (estado de necessidade / legitima defesa / estrito cumprimento de dever legal / exercício regular de direito).
2.10. QUANTO A CONDUTA
2.10.1. Teoria Naturalista ou Causal da Ação
Para os defensores dessa teoria, ficar vinculado literalmente ao texto legal era mais seguro. Interpretar a lei seria muito arriscado, não se podia dar margens a interpretações, pois essas causariam a insegurança de regredir para a época Imperial onde prevalecia a arbitrariedade. Portanto, a única interpretação possível do texto legal era a literal, devia-se seguir à risca a junção do fato à norma. Para a teoria causal da ação, prática fato típico aquele que pura e simplesmente der causa ao resultado, independente de dolo ou culpa na conduta do agente, elementos esses que, segundo essa teoria, serão analisados apenas na fase de averiguação da culpabilidade, ou seja, não pertencem à conduta. Para saber se o agente praticou fato típico ou não, deve-se apenas analisar se ele foi o causador do resultado, se praticou a conduta descrita em lei como crime, não se analisa o conteúdo da conduta, a intenção do agente na ação, trabalha-se com o mero estudo de relação de causa e efeito. 
Crime, para essa teoria, é fato típico, antijurídico e culpável, pois o dolo e a culpa, que são imprescindíveis para a existência do crime, pertencem à culpabilidade, logo esta deve fazer parte do conceito de crime para os seguidores dessa teoria.
2.10.2. Teoria Finalista
Para a teoria finalista da ação, que foi a adotada pelo nosso Código Penal, será típico o fato praticado pelo agente se este atuou com dolo ou culpa na sua conduta, se ausente tais elementos, não poderá o fato ser considerado típico, logo sua conduta será atípica. Ou seja, a vontade do agente não poderá mais cindir-se da sua conduta, ambas estão ligadas entre si, devendo-se fazer uma análise de imediato no “animus” do agente para fins de tipicidade.
A hermenêutica jurídica foi desengessada com a teoria finalista, pois para esta permite-se avaliar a intenção do agente na sua conduta, avaliando se esta foi dolosa ou culposa, tornando tais elementos definidores do fato típico. Tornou-se possível, então, maiores interpretações na ação do agente. Para a teoria finalista, crime é um fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade mero pressuposto de aplicação da pena. Sendo assim, analisa-se a conduta do agente se foi dolosa ou culposa, se tal conduta é típica e, por final, como pressuposto de aplicação da pena, verifica-se a culpabilidade do agente.
Importante frisar os elementos que integram a culpabilidade que, para a teoria adotada pelo Código Penal, são: imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. Não presente algum desses elementos, estará isento de pena o agente, ou seja, praticou crime, mas não é culpável, e, portanto, não lhe é aplicada a sanção.
2.10.3. Teoria Social da Ação
A teoria social da ação tem como fundamento a relevância da conduta perante a sociedade. Para essa teoria, não basta saber se a conduta foi dolosa ou culposa para averiguação do fato típico, mas, também, fazer uma análise de tal comportamento e classificá-lo como socialmente permitido ou não. Se a conduta do agente for considerada social, ou seja, aceita pela sociedade, será atípica.  Para o adepto Jescheck essa teoria, só será típico o fato que repercute negativamente na sociedade.
Tal teoria não foi concebida pela nossa legislação, entretanto, não se deixa de avaliar a sociabilidade da ação, podendo esta ser utilizada pelo magistrado como critério de fixaçãoda pena base, com fundamento no artigo 59 do Código Penal.
2.10.4. Teoria Neokantista ou Casual - Valorativa
A Teoria Neokantista tem base causalista (por isso é também denominada teoria causal-valorativa) e foi desenvolvida nas primeiras décadas do século XX. Tendo como maior expoente Edmund Mezger, fundamenta-se numa visão neoclássica marcada pela superação do positivismo (o que não significa a sua negação) através da introdução da racionalização no método.
Esta teoria não altera a estrutura do conceito analítico de crime, compreendendo-o, também, como fato típico, antijurídico e culpável. A conduta permanece sendo elemento do fato típico, porém mais abrangente, aparecendo não como ação, mas como comportamento, englobando a omissão. Também se deve a esta teoria a admissibilidade de valoração na tipicidade, motivo pelo qual os tipos penais compostos de elementos não objetivos não são mais vistos como “anormais”.
2.10.5. Funcionalismo – Teorias Funcionalistas
O funcionalismo penal é um só, embora sejam diversas as formas de enxergá-lo; tendo três correntes basilares sobre o tema, quais sejam: Teoria do Funcionalismo Radical; Teoria do Funcionalismo Moderado e Funcionalismo Limitado, mas todas levam nos levam a um ponto em comum; qual seja: a insegurança da conduta.
Para o funcionalismo penal o sistema jurídico só encontra segurança nele mesmo, ou seja, em sua densidade normativa. Assim, o finalismo ainda prepondera sobre nosso sistema jurídico, mas nos leva a insegurança de se enquadrar a conduta culposa dentro do que se entende por resultado, querido e assumido pelo agente.
2.10.6. Funcionalismo Dualista ou Teleológico-Racional
Nesta vertente Funcionalista desenvolvida por ROXIN, a culpabilidade deixa de ser substrato do conceito de crime para se tornar o limite da pena. O conceito de delito, no entanto, continua tripartido. A culpabilidade é substituída pela “responsabilidade”, composta de “imputabilidade”, “potencial consciência da ilicitude”, “exigibilidade de conduta diversa” e “necessidade da pena”. A conduta, por sua vez, é definida como comportamento humano orientado pelo princípio da intervenção mínima, causador de relevante e intolerável lesão ao bem jurídico tutelado, permanecendo dolo e culpa no fato típico.
Obviamente, é possível que as decisões político-criminais do legislador nem sempre respeitem as garantias fundamentais do Direito Penal em um Estado Democrático de Direito. A política criminal depende de cada modelo de Estado. Por isso, as críticas comumente direcionadas a esta corrente, já que a ciência do direito penal não pode presumir que todas as decisões político-criminais são adequadas e orientadas pelos direitos humanos e pelas liberdades invioláveis. No Funcionalismo Dualista, as penas e as medidas de segurança possuem a função de proteger bens jurídicos, mediante a prevenção de delitos.
2.10.7. Funcionalismo Monista ou Sistêmico
A Teoria Funcionalista-radical ou sistêmica, cujo grande precursor é GÜNTHER JAKOBS (1983), discípulo pessoal de WELZEL, constitui-se em uma concepção normativista distinta da de ROXIN para a Teoria do Delito, trazendo de volta a culpabilidade para o conceito analítico de crime e afastando a “responsabilidade”. A conduta é provocação de um resultado evitável, violador do sistema, frustrando a expectativa normativa. Segundo o funcionalismo-sistêmico, dolo e culpa compõem o fato típico. 
Na concepção do funcionalismo sistêmico, Direito Penal e o contexto social são noções indissociáveis. Excluem-se considerações empíricas não normativas de valorações externas ao sistema jurídico-positivo.
2.11. QUANTO AS TEORIAS SOBRE O MOMENTO DO INÍCIO DA EXECUÇÃO
2.11.1. Teoria da hostilidade ao bem jurídico ou critério material
Idealizada por Nélson Hungria, entende por atos executórios aqueles que atacam o bem jurídico, criando-lhe uma situação concreta de perigo.
2.11.2. Teoria do Objetivo Formal
Ato executório é o que inicia a realização do núcleo do tipo (início do constrangimento, nos crimes de estupro, art. 213, CP)
Ambas por si só são insuficientes à explicação da consumação, já que a primeira acaba por abranger condutas muito distantes da execução, enquanto a segunda acaba por excluir atos que, a rigor, já deveriam ser considerados como execução do crime.
2.11.2. Teoria do Objetivo Individual
Atos executórios são aqueles que, de acordo com o plano do agente, realizam-se no período imediatamente anterior ao começo da execução típica.
A distinção é de grande valia, observando que só se cogita da tentativa a partir da realização dos atos executórios do delito, caso seja ainda na fase dos atos preparatórios a conduta é atípica, em regra, não podendo penalizar o agente pela cogitação, salvo nos casos previstos pelo próprio Código Penal, como no crime de associação criminosa (art.288, CP), pois aqui o crime já está consumado, pois já há tipificação no CP.
2.12. QUANTO AS PUNIÇÕES DA TENTATIVA
2.12.1. Subjetiva (Voluntaristica ou Monista) 
Leva em consideração, para justificar a punição da tentativa, fundamentalmente, a vontade criminosa, desde que nítida, podendo ela estar presente e identificada tanto na preparação quanto na execução. Leva-se em conta apenas o desvalor da ação, não importando, para a punição, o desvalor do resultado. Nesse caso, inicia-se a possibilidade de punir a partir do momento em que o agente ingressa na fase da preparação. Como o objetivo é punir aquele que manifesta vontade contrária ao direito, nem sempre deve o juiz atenuar a pena.
2.12.2. Objetiva (Realística ou Dualista)
O objetivo da punição da tentativa volta-se ao perigo efetivo que o bem jurídico corre, o que somente se configura quando os atos executórios, de caráter unívoco, têm início, com idoneidade, para atingi-lo. É a teoria adotada pelo art. 14, II, do Código Penal brasileiro. Leva-se em consideração tanto o desvalor da ação quanto o desvalor do resultado. A redução da pena torna-se, então, obrigatória, uma vez que somente se poderia aplicar a pena igual à que seria cabível ao delito consumado se o bem jurídico se perdesse por completo – o que não ocorre na figura da tentativa.
2.12.3. Subjetivo-Objetiva (Teoria da Impressão) 
O fundamento da punição é representado pela junção da avaliação da vontade criminosa com um princípio de risco ao bem jurídico protegido. Como se leva em consideração a vontade criminosa e o abalo que a sua manifestação pode causar à sociedade, é faculdade do juiz reduzir a pena.
2.12.4. Teoria Sintomática
Preconizada pela Escola Positiva, entende que o fundamento de punição da tentativa concentra-se na análise da periculosidade do agente. Poder-se-ia punir os atos preparatórios, não se necessitando reduzir a pena, de caráter eminentemente preventivo.
2.13. QUANTO AO CRIME IMPOSSÍVEL
2.13.1. Teoria Sintomática
Com a sua conduta, demonstra o agente ser perigoso, razão pela qual deve ser punido, ainda que o crime se mostre impossível de ser consumado.
2.13.2. Teoria Subjetiva
Sendo a conduta subjetivamente perfeita (vontade consciente de praticar o delito), deve o agente sofrer a mesma pena cominada à tentativa, independentemente das circunstâncias (objetivas) relativas à impropriedade absoluta do objeto ou à ineficácia absoluta do meio.
2.13.3. Teoria objetiva
Crime é conduta e resultado. Este configura dano ou perigo de dano ao bem jurídico. A execução deve ser idônea, ou seja, trazer a potencialidade do evento. Caso inidônea, temos configurado o crime impossível. A teoria objetiva subdivide-se em:
Teoria objetiva pura: não há tentativa, mesmo que a inidoneidade seja relativa, considerando-se, neste caso, que não houve conduta capaz de causar lesão;
Teoria objetiva temperada ou intermediária: a ineficácia do meio e a impropriedade do objeto devem ser absolutas para que não haja punição. Sendo relativas, pune-se a tentativa. É a teoria adotada pelo Código Penal.
2.14. QUANTO AO CONCURSO DE AGENTES
O concurso depessoas é o cometimento da infração penal por mais de uma pessoa. Tal cooperação da prática da conduta delitiva pode se dar por meio da coautoria, participação, concurso de delinquentes ou de agentes, entre outras formas, segue as três teorias existentes.
2.14.1. Teoria Unitária ou Igualitária (Monista)
Quando mais de um agente concorre para a prática da infração penal, mas cada um praticando conduta diversa do outro, obtendo, porém, um só resultado. Neste caso, haverá somente um delito. Assim, todos os agentes incorrem no mesmo tipo penal. Tal teoria é adotada pelo Código Penal.
2.14.2. Teoria Pluralista (Da Cumplicidade Delito Distinto)
Quando houver mais de um agente, praticando uma conduta diversa dos demais, ainda que obtendo apenas um resultado, cada qual responderá por um delito. Esta teoria foi adotada pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quando praticado pela gestante, esta incorrerá na pena do art. 124, se praticado por outrem, aplicar-se-á a pena do art. 126. O mesmo procedimento ocorre na corrupção ativa e passiva.
2.14.3. Teoria Dualista
Segundo tal teoria, quando houver mais de um agente, com diversidades de conduta, provocando-se um resultado, deve-se separar os coautores e partícipes, sendo que cada "grupo" responderá por um delito.
2.15. QUANTO A AUTORIA
É considerado o autor, no Direito Penal, aquele que executa a ação expressa no tipo penal. É dominante o entendimento doutrinário e jurisprudencial de que a autoria não se restringe somente a quem pratica pessoal e diretamente o delito.
2.15.1. Teoria Do Domínio Fato
Para a Teoria do Domínio do Fato, construção doutrinária, autor é aquele que contém o domínio final do fato, ou seja, aquele que vai decidir quando, como e se o crime será praticado; trata-se de autoria mediata; está-se a falar do mentor intelectual, isto é, aquele que não pratica o núcleo do tipo, porém tem o domínio da situação. Atente-se que para a Teoria Restritiva esse mesmo agente seria apenas um partícipe.
O domínio do fato, pode ser dar em três modalidades: domínio da ação; domínio da vontade e domínio funcional.
Quem tem o domínio da ação é autor direto, isto é, aquele que pratica efetivamente o tipo penal. Aquele que tem o domínio da vontade é o autor imediato, ou seja, não realiza a conduta típica, mas se utiliza de terceiro para executar o crime. Exemplo seria utilizar-se de inimputável para a prática do crime ou coagir pessoa para tanto.
Por último aquele que detém o domínio funcional (autoria funcional), seria o agente que participa de determinada conduta na divisão de tarefas, possuindo conduta essencial para a realização do crime. Seria o caso se, num crime de estupro, “A” constrangesse “B” para que “C” pratique conjunção carnal com ele. “A” seria então um autor funcional.
2.15.2. Teoria Objetiva ou Dualista (Restrita)
A Teoria Objetiva ou dualista apresenta um conceito restritivo de autor, ou seja, diferencia autor e partícipe. Para Teoria Restritiva, autor é apenas aquele que pratica o núcleo do verbo incriminador; já o partícipe é aquele que participa de qualquer outra forma para a configuração do delito. 
A teoria restritiva se divide em teoria objetivo-formal e teoria objetivo-material;
Teoria Objetivo-Formal - Para essa concepção, autor é quem, por sim mesmo, realiza total ou parcialmente as ações típicas, e todos os demais que concorriam para o fato seriam participes – indutores ou cúmplices. Dessa forma, a conduta do partícipe é considerada, em princípio, atípica, pois não realiza o verbo-núcleo do tipo e vem a ser alcançada devido à norma de ampliação prevista no art. 29, caput, do Código Penal.
Teoria Objetivo-Material – Essa diferencia as figuras do autor e do partícipe, baseando-se na maior ou menor contribuição do sujeito na prática da conduta típica. Busca-se uma restrição, distinguida na importância objetiva da contribuição, sobre a base de diferenciar entre condição e causa; trata-se de indagar a maior periculosidade objetiva da contribuição.
A crítica que abarca essa teoria é o fato de que ela não resolve a questão da autoria mediata em que o sujeito se serve de outro como instrumento do delito.
2.15.3. Teoria Extensiva
O conceito extensivo da autoria tem como fundamento dogmático a ideia básica da teoria da equivalência das condições, de forma que sob o prisma naturalístico da causalidade não se distingue a autoria da participação. Todo aquele que, de alguma forma, contribui com o resultado é considerado autor.
Com esse ponto de partida, inclusive instigador e cúmplice seriam considerados autores, já que não se distingue a importância da contribuição causal de uns e outros, deixando claro que esta deveria ser tratada diferentemente da autoria. Assim, para essa teoria, o tratamento diferenciado à participação (partícipes) deveria ser visto como constitutivo de “causas de restrição ou limitação da punibilidade”
2.15.4. Teoria Subjetiva ou Unitária (Monista)
A teoria monista também é conhecida pela denominação teoria unitária ou igualitária da participação. Para essa concepção todo agente que contribui para a produção de um resultado típico, o causa em sua totalidade. Logo, deverá por ele responder integralmente. Não há distinção entre as várias categorias de pessoas, todos são considerados autores ou coautores do crime.
A reforma penal de 1984, ao estabelecer no artigo 29 que:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Dá entender que continua agasalhando a teoria monista, visto que, a par da lei anterior, dispôs haver uma só infração e que todos os envolvidos responderiam por ela. Todavia, foram constantes as críticas, sobretudo no tocante as decisões injustas em face da teoria monista.
2.16. QUANTO A PARTICIPE (PARTICIPAÇÃO)
De acordo com o que dispõe nosso Código Penal, pode-se dizer que autor é aquele que realiza a ação nuclear do tipo (o verbo), enquanto partícipe é quem, sem realizar o núcleo (verbo) do tipo, concorre de alguma maneira para a produção do resultado ou para a consumação do crime.”
A participação pode ser de duas espécies: moral e material.
Na participação moral o agente incute no autor a determinação para a prática do delito. Nesse caso, o partícipe estimula a prática criminosa.
Na participação material, também chamada de cumplicidade, o autor recebe do partícipe auxílio material, é possível dizer que a participação é regida pela teoria do favorecimento ou da causação, segundo a qual a sua punição decorre do fato de ter colaborado para a prática do crime. Por essa teoria, só possível, portanto, em se falar em participação quando o autor, ou autores, iniciam, no âmbito do iter criminis, a execução, ocasião em que o bem jurídico tutelado começa a ser agredido e o fato já se torna punível.
2.16.1. Teoria da Acessoriedade Mínima
Por essa teoria, haverá a participação se o indivíduo concorrer para um fato típico, pouco importando se tal fato é ou não antijurídico. Assim, quem concorre para a prática de um homicídio responderá por ele, ainda que o autor tenha agido em legítima defesa.
Para ilustrar, trazemos o exemplo de Rogério Grecco (2007, p. 452) ao abordar o furto famélico: 
Se uma pessoa, faminta, for instigada a furtar saco de feijão, estará cometendo fato típico, porém, não antijurídico, vez que amparada pela exclusão da ilicitude “estado de necessidade”. Ocorre, porém, que quem o instigou, por essa teoria, irá cometer o delito de furto, na qualidade de partícipe.
2.16.2. Teoria da Acessoriedade Média (Limitada)
Por essa teoria, será considerada participação o auxílio dado para que alguém pratique fato típico e ilícito e adota pela maioria da doutrina e pelo Superior Tribunal de Justiça.
2.16.3. Teoria da Acessoriedade Máxima (Extremada)
Para que ocorra a participação, o auxílio deve ser empregado para a prática de fato típico, ilícito e culpável. Assim, caso alguémauxílio um menor a praticar um crime, não será responsabilizado a título de participação, mas sim a título de autoria, no caso autoria mediata.
É por essa razão, que entendemos ser correta essa teoria, pois do contrário, não se analisando a culpabilidade, é possível que aquele que seria autor mediato de um delito, responda por ele a título de participação, ensejando uma penalidade menor.
2.16.4. Teoria da Hiperacessoriedade
Pune-se, a título de participação, o auxílio dado a alguém que pratica fato típico, ilícito e culpável, incidindo sobre a figura do partícipe todas as agravantes e atenuantes de caráter pessoal vinculadas ao autor principal.
Tal teoria não tem a mínima aplicada, vez que o Código Penal consigna que as circunstâncias de caráter pessoal só se aplicam aos coautores e partícipes quando elementares do tipo penal.
2.17. QUANTO A FINALIDADE DA PENA
2.17.1. Teoria Absoluta e finalidade retributiva
Para as teorias absolutas também denominadas de retributivas a pena é uma forma de retribuição ao criminoso pela conduta ilícita realizada, é a maneira de o Estado lhe contrapesar pelo possível mal causado à uma pessoa específica ou à própria sociedade como um todo (bens jurídicos).  Diante desta teoria, não se vislumbra qualquer outro objeto a não ser o de punir o condenado, lhe causando um prejuízo, oriundo de sua própria conduta, um meio de o condenado entender que está sendo penalizado em razão de seu desrespeito para com as normas jurídicas e para com seus iguais.
As teorias absolutas abordam a pena como sendo instrumento de retribuição, ou seja, a pena funda-se na retribuição, reparação ou compensação do mal do crime.
2.17.2. Teoria Relativas ou Preventivas (Utilitarista)
Ao contrário das teorias absolutas, as teorias relativas não possuem uma finalidade em si mesma. Estas teorias dão uma finalidade a pena – prevenção e ressocialização. Esta teoria possui uma pretensão diversa da anterior, e têm por objetivo a prevenção de novos delitos, ou seja, busca obstruir a realização de novas condutas criminosas e impedir que os condenados voltem a delinquir.
2.17.3. Teoria Mista ou Unificadora ou Eclética
Para a teoria mista ou eclética a pena é tanto uma retribuição ao condenado pela realização de um delito, como uma forma de prevenir a realização de novos delitos. É uma mescla entre as duas teorias anteriores, sendo a pena uma forma de punição ao criminoso, ante o fato de o mesmo desrespeitar as determinações legais
As teorias ecléticas buscam um equilíbrio para justificar a pena, apoiando um direito penal invasivo que respeite a dignidade da pessoa humana e atenda aos anseios da sociedade no que diz respeito segurança e a paz social.
2.18. QUANTO AO SISTEMA DA APLICAÇÃO DA PENA
2.18.1. Cúmulo material
	Pelo sistema do cúmulo material, é cabível o somatório de todas as penas previstas para cada um dos crimes que compõem o concurso. Assim, uma mera operação adicional findará por marcar o quantitativo da pena final a ser imposta ao cometedor de delitos em série. A principal crítica dirigida a este sistema reside na inutilidade de uma pena muito longa, decorrente da adjunção das penas parcelares, fatalmente gerando efeitos prisionais e criminógenos muito severos, em descompasso com a finalidade ressocializadora do apenhamento.
2.18.2. Cúmulo jurídico
	Segundo o sistema do cúmulo jurídico, a pena a ser aplicada deve ser maior do que a prevista para cada um dos crimes integrantes, isoladamente. Entretanto, essa pena final não pode corresponder ao somatório simples das penas parcelares, sob pena de igualar-se ao cúmulo material, inclusive nos defeitos deste.
2.18.3. Absorção
	De acordo com o sistema da absorção, a pena do delito mais grave absorve a pena do delito de menor gravidade, que deve ser desprezada. A crítica mais severa voltada ao sistema da absorção, é a de que ele possibilita que uma parte dos crimes componentes reste sem qualquer retribuição penal por parte do Estado, premiando, assim, o infrator.
2.18.4. Exasperação
	O sistema da exasperação preconiza a aplicação da pena mais grave, dentre as previstas para os crimes integrantes, sempre acrescida de um quantitativo fixo ou variável, este último fazendo referência aos demais crimes que compõem o concurso de delitos.
Nota: No Direito Penal Brasileiro estão albergados os sistemas do cúmulo material (usado nos casos de concurso material e concurso formal impróprio) e o da exasperação (previsto para os casos de concurso formal próprio e crime continuado).
CONCLUSÃO
Observamos que com o passar do tempo o surgimento de inúmeras teorias, cada uma com um pensamento mais valorativo ou mais positivista, mas o importante é visar que tais teorias agregaram diferentes pensamentos ao direito penal, cabe ressaltar que não podemos dizer que existe uma Teoria Correta, mas sim que podemos retirar partes essenciais de cada teoria para aproveitá-las no caso concreto, a priori ficaremos com a teoria Constitucional do Direito Penal, por observarmos que ela traz valores essenciais a dignidade humana prevista em nossa Constituição Federal, valores esses que criam não um Estado autoritário, mas sim um Estado Democrático de Direito, é claro que quando falamos de Direito Penal vemos que ainda há um grande caminho a ser percorrido, porém o que não podemos aceitar é que o retrocesso domine esse campo do Direito, para que valores fundamentais sempre sejam preservados.
REFERÊNCIAS
BITENCOURT, Cezar Roberto. Código penal comentado. São Paulo: Saraiva, 2002.
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,
https://www.direitonet.com.br/resumos
GRECCO, Rogério. Curso de direito penal. 8. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
https://jus.com.br/artigos
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal, volume 1: parte geral, arts. 1º a 120 do CP. 25. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2009.
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. volume I. 22ª edição, editora Atlas, 2005
NUCCI, Guilherme de Souza. Código penal comentado. 5. ed. rev., atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal, parte geral/parte especial, 2° edição revisada, atualizada e ampliada, editora RT, 2006;
RADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro: Parte Geral. Vol01. 9a Ed. Rev. Atual. E ampla. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.
ZAFFARONI, Eugenio Raul e PIERANGELI, José Henrique. Manual de direito penal brasileiro. Parte Geral. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

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