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Trabalho Final Defesa da Constituição

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Trabalho Final Defesa da Constituição
Profa. Anna Luiza de Castro Gianasi
Nome: Wandressa Diniz Lopes RA: 21706751
Sala: 3118 Turno: noturno Identificação da ação: ADI – 5.535
1.Identifique as “partes” do processo.
Polo ativo: PGR – Procurador Geral da República
Polo passivo: Governador do Estado da Paraíba/ A.L do Estado da Paraíba 
 Cabe ressaltar, que a Ação Direta de Inconstitucionalidade é uma ação “sem partes”, pois não há litigio. A ADI trata de ação que interessa a toda a nação, por essa razão que o polo ativo não pode desistir da ação, e o polo passivo apenas presta informação sobre a ação.
2. Qual o fundamento normativo (constitucional e infraconstitucional) dessa ação?
 A ação é fundamentada com base da constituição, nos termos do art. 22, XXV e 236 caput e § 3º da Constituição da República:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXV - registros públicos;
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público.
§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.
3. O rito processual foi observado?
 Primeiramente, cumpre observar que foi proposta a ação direta de constitucionalidade pelo Procurador Geral da República, que é parte legitimada para propor a ação, nos moldes do art. 2º, VI da Lei 9.868/99, dirigida ao Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça.
 Foi requerido pelo PGR que fossem colhidas informações da Assembleia Legislativa, da Presidência do Tribunal de Justiça e do Governador do Estado da Paraíba. E que fosse intimado para se manifestar o Advogado-Geral da União, nos moldes do art. 103 § 3º da CF/88. E, após essas fases fosse aberto prazo para manifestação da Procuradoria-Geral da República, nos moldes do art.103 § 1º da CF/88. 
 Apesar do PGR ser autor da referida ação, devem-se seguir os trâmites legais previstos na Constituição Federal, mesmo que a manifestação seja apenas para ratificar o pedido. 
 Conforme os pedidos relatados, foi solicitada pelo STF informações por parte das autoridades do Estado da Paraíba ditas acima. E logo em seguida foi aberto vista Advogado-Geral da União e, sucessivamente, ao Procurador-Geral da República.
 No que tange as informações solicitadas a Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba registrou apenas que a matéria oriunda do projeto seguiu os trâmites legais. E o Governador e Presidente do Tribunal da Paraíba, não se manifestaram nos autos.
 Após a ciência da demanda o Advogado-Geral da União opinou pela procedência da ação. Em parecer, o Procurador-Geral da República ratificou as razões elencadas para pugnar, novamente, pela procedência da ação.
 Isto posto, pode-se verificar que foi devidamente observado o rito processual da ação direta de constitucionalidade. 
 4. Qual objeto da ação?
 O objeto da ação trata sobre a inconstitucionalidade do § 1º do art. 7º da Lei nº 6.402 de 23:12:1996:
Art. 7º Ao concurso para delegação do exercício da atividade notarial e de registro dos serviços situados em Municípios com mais de trinta mil habitantes, poderão concorrer candidatos que não sejam bacharéis em direito, desde que tenham completado, até a data da primeira publicação do edital, dez anos de efetivo exercício em serviço notarial e de registro.
§ 1º Excepcionalmente, nos Municípios com população de até trinta mil habitantes, na data da publicação do primeiro edital, admitir-se-á a participação em concurso público de provas e títulos, de candidatos que comprovem possuir escolaridade mínima de segundo grau ou habilitação equivalente.
 A lei questionada acima versa sobre a participação do candidato com apenas ensino médio completo pode prestar concurso público para tabelião em municípios com até trinta mil habitantes. 
 De acordo com o autor da ação (PGR) o parágrafo 1º da referida lei deve ser declarado inconstitucional pois contraria os art. 22, XXV e art. 236 §3º da Constituição Federal.
5. Quais argumentos apresentados durante a instrução da ação? HC – Paciente, autoridade coatora, PGR.
6. Quais foram os principais fundamentos adotados por cada um dos Ministros no julgamento da ação?
 O Ministro Luís Roberto Barroso, relator da ADI, argumentou pela procedência da ADI, com base dos mesmos fundamentos expostos pela PGR. Segundo ele “a inconstitucionalidade arguida pode ser claramente constatada, seja pela simples leitura do ato impugnado em face dos dispositivos constitucionais tidos por violados, seja pela jurisprudência desta Corte a respeito da matéria”.
7. Qual foi o resultado do julgamento?
 Foi dado o provimento da ação direta de inconstitucionalidade e declarada a inconstitucionalidade da norma com modulação de efeitos (ex nunc) de modo que a declaração de inconstitucionalidade só produza efeitos a partir da data do julgamento.
8. O acórdão tem sido cumprido?
 Apesar do julgamento recente, não foi encontrada nas plataformas digitais a Lei de nº 6.402 de 23/12/1996 do Estado de Paraíba. Segundo acórdão do STF fora declarado inconstitucional apenas do § 1º do art. 7º da Lei. Portanto, para a verificação do cumprimento do acórdão faz-se necessária a conferência do respectivo texto de lei para averiguar se o artigo fora revogado. Contudo, nem nos registros do site da Assembleia Legislativa de Paraíba consta nota sobre a Lei de nº 6.402/96. 
9. Qual o impacto do que foi decidido na sociedade brasileira?
 A declaração de inconstitucionalidade do artigo que permite a que participantes com apenas ensino médio prestem concurso público para tabelião em municípios de até trinta mil habitantes é de suma importância para a sociedade brasileira, especialmente para os profissionais da área jurídica. 
 Pois, apesar da referida lei ser estadual, ela tinha eficácia nacional, ao permitir que esses tabeliões, com apenas ensino médio, fizessem concurso de remoção igual aos de outros estados que respeitavam o que dispõe em Lei Federal.
 Portanto, a inconstitucionalidade da referida lei foi essencial para que seja aplicado o princípio da igualdade em relação a esse concurso público. Pois, como exemplo, se valendo dessa facilidade, muitas pessoas com apenas o ensino médio completo poderiam prestar concurso nos Município do Estado da Paraíba e posteriormente após a investidura do cargo, fazer concurso de remoção pra outras localidades do país, quebrando totalmente a sistemática necessária para investidura do cargo de tabelião.
10. Se você pudesse votar nesse caso qual seria sua posição? Com base em qual/quais fundamentos?
 Diante da situação adotaria a mesma sistemática do relator da ADI, pois a inconstitucionalidade não é nada subjetiva e pode ser facilmente constatada com a simples leitura dos artigos 22, XXV e 236 §3º da Constituição Federal. Em relação a modulação dos efeitos, acredito que seja pertinente a aplicação de efeitos ex nunc, pois seria de grande impacto negativo aos que já adentraram na carreira de tabelião nesses moldes com base da lei em questão, que estava vigente por mais de vinte e dois anos.

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