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Resumo Matriz Extracelular Os tecidos não são feitos somente de células. Eles também contêm uma extraordinária rede complexa e intrincada de macromoléculas que constituem a matriz extracelular. Essa matriz é composta por muitas proteínas diferentes e polissacarídeos que são secretados localmente e reunidos em uma rede organizada e em estreita associação com a superfície das células que os produzem. As classes de macromoléculas que constituem a matriz extracelular nos diferentes tecidos animais são globalmente semelhantes, mas as variações nas quantidades relativas dessas diferentes classes de moléculas e no modo como elas estão organizadas dão origem a uma surpreendente diversidade de materiais A matriz extracelular é produzida e orientada pelas células As macromoléculas que constituem a matriz extracelular são produzidas localmente pelas células na matriz. Como discutiremos adiante, essas células também ajudam a organizar a matriz. A orientação do citoesqueleto no interior da célula pode controlar a orientação da matriz do lado de fora. Na maioria dos tecidos conectivos, as macromoléculas da matriz são secretadas por células denominadas fibroblastos (Figura 19-30). Em certos tipos especializados de tecido conectivo, como osso e cartilagem, elas são secretadas por células da família dos fibroblastos que possuem nomes mais específicos: os condroblastos, por exemplo, formam a cartilagem, e os osteoblastos, o osso. A matriz extracelular é formada por três principais classes de moléculas: (1) os glicosaminoglicanos (GAGs), que são grandes polissacarídeos altamente carregados, em geral covalentemente ligados às proteínas formando os proteoglicanos; (2) as proteínas fibrosas, que são, principalmente, membros da família do colágeno; e (3) uma grande classe de glicoproteínas não colagenosas, que possuem os oligossacarídeos ligados a asparagina convencionais. Todas as três classes de macromoléculas possuem muitos membros e apresentam várias formas e tamanhos Acredita-se que os mamíferos possuam cerca de 300 proteínas de matriz, incluindo cerca de 36 proteoglicanos, 40 colágenos e mais de 200 glicoproteínas, as quais costumam conter múltiplos subdomínios e se autoassociam para formar multímeros. Acrescente-se a isso o grande número de proteínas e enzimas associadas à matriz que podem modificar o comportamento da matriz por meio da ligação cruzada, degradação ou outros mecanismos, e podemos começar a imaginar que a matriz é um material quase infinitamente variável. Cada tecido contém sua própria mistura única dos componentes da matriz, resultando em uma matriz extracelular que é especializada para as necessidades daquele tecido. As moléculas de proteoglicanos no tecido conectivo formam uma “substância básica” semelhante a um gel, altamente hidratada, na qual o colágeno e as glicoproteínas estão embebidos. O gel de polissacarídeos resiste a forças de compressão na matriz ao mesmo tempo em que permite a rápida difusão dos nutrientes, metabólitos e hormônios entre o sangue e as células dos tecidos. As fibras colágenas fortalecem e ajudam a organizar a matriz, e as fibras de elastina, semelhantes à borracha, fornecem a resistência. Por fim, as diversas glicoproteínas da matriz auxiliam na migração, estabelecimento e diferenciação celular nos locais adequados. As cadeias de glicosaminoglicanos (GAGs) ocupam grande parte do espaço e formam géis hidratados Os glicosaminoglicanos (GAGs) são cadeias polissacarídicas não ramificadas compostas de unidades dissacarídicas repetidas Grupos sulfato ou carboxila ocorrem na maioria dos açúcares, e por isso os GAGs são negativamente carregados (Figura 19-32). De fato, eles são as moléculas mais aniônicas produzidas pelas células animais. Quatros principais grupos de GAGs são distinguidos de acordo com seus açúcares, o tipo de ligação entre os açúcares e o número e localização dos grupos sulfato: (1) hialuronana, (2) sulfato de condroitina e sulfato de dermatana, (3) sulfato de heparana e (4) sulfato de queratana. As cadeias polissacarídicas são muito rígidas para se enovelarem em estruturas globulares compactas e são muito hidrofílicas. Assim, os GAGs tendem a adotar uma conformação altamente estendida, que ocupa um grande volume com relação à sua massa (Figura 19-33), e formam géis hidratados mesmo a concentrações muito baixas. O peso dos GAGs no tecido conectivo costuma ser inferior a 10% do peso das proteínas, mas as cadeias de GAGs preenchem grande parte do espaço extracelular. Suas altas densidades de cargas negativas atraem uma nuvem de cátions, sobretudo Na1, que são osmoticamente ativos, fazendo grande quantidade de água ser absorvida pela matriz. Isso cria uma pressão por inchaço, ou turgência, que permite que a matriz suporte forças de compressão (ao contrário das fibras colágenas, que resistem às forças de distensão). A matriz da cartilagem que forma as articulações dos joelhos, por exemplo, pode suportar pressões de centenas de atmosferas. Defeitos na produção de GAGs podem afetar muitos sistemas do organismo. Por exemplo, em uma doença genética humana rara, há uma grave deficiência na síntese do dissacarídeo sulfato de dermatana. O indivíduo afetado possui baixa estatura, aparência prematuramente envelhecida e defeitos generalizados na pele, nas articulações, nos músculos e nos ossos. A hialuronana atua como um preenchedor de espaços durante a morfogênese e o reparo A hialuronana (também chamada de ácido hialurônico ou hialuronato) é o mais simples dos GAGs. A hialuronana possui uma função de resistência a forças de compressão nos tecidos e nas articulações. É também importante como preenchedor de espaço durante o desenvolvimento embrionário, quando pode ser usada para forçar a mudança da forma e da estrutura, pois pequenas quantidades se expandem com a água para ocupar um grande volume. A hialuronana sintetizada na porção basal do epitélio, por exemplo, frequentemente serve para criar um espaço livre de células para o qual as células irão migrar. Na formação do coração, por exemplo, a síntese de hialuronana auxilia na formação das válvulas e dos septos que separam as câmaras cardíacas. Um processo similar ocorre em vários outros órgãos. Quando a migração celular termina, o excesso de hialuronana em geral é degradado pela enzima hialuronidase. A hialuronana também é produzida em grandes quantidades durante a cicatrização, sendo um importante constituinte do fluido das articulações, onde atua como um lubrificante. Os proteoglicanos são compostos de cadeias de GAGs covalentemente ligadas a um núcleo proteico Com exceção da hialuronana, todos os GAGs são covalentemente ligados a uma proteína na forma de proteoglicanos, os quais são produzidos pela maioria das células animais. A cadeia polipeptídica, ou núcleo proteico, de um proteoglicano é produzida pelos ribossomos ligados à membrana e liberados no lúmen do retículo endoplasmático. As cadeias polissacarídicas são principalmente reunidas nesse núcleo proteico no aparelho de Golgi. Um conector tetrassacarídico especial é unido a uma serina na cadeia lateral do núcleo proteico para atuar como um iniciador para o crescimento do polissacarídeo, e então um açúcar é adicionado de cada vez por glicosiltransferases específicas (Figura 19-35). Ainda no aparelho de Golgi, muitos dos açúcares polimerizados são covalentemente modificados por uma série de reações sequenciais coordenadas. As epimerizações alteram a configuração dos substituintes ao redor de átomos de carbono individuais na molécula de açúcar, e a sulfatação aumenta a carga negativa. Os proteoglicanos são facilmente distinguíveis das outras glicoproteínas pelanatureza, quantidade e arranjo de suas cadeias laterais de açúcares. Por definição, pelo menos uma cadeia lateral de açúcar de um proteoglicano deve ser um GAG. Enquanto as glicoproteínas costumam apresentar cadeias de oligossacarídeos relativamente curtas e ramificadas que contribuem para uma pequena fração do seu peso, os proteoglicanos podem conter até 95% de seu peso em carboidratos, sendo a grande maioria na forma de longas cadeias GAGs não ramificadas, cada uma em geral com cerca de 80 açúcares de comprimento. Em princípio, os proteoglicanos possuem um potencial quase ilimitado de heterogeneidade. Mesmo um único tipo de núcleo proteico pode variar bastante no número e nos tipos de cadeias de GAGs a ele ligadas. Além disso, o padrão de repetição dos dissacarídeos em cada GAG pode ser modificado por um padrão complexo de grupos sulfato. Os núcleos proteicos também são diversos, embora muitos compartilhem alguns domínios característicos, como o domínio LINK envolvido na ligação dos GAGs. Os proteoglicanos podem ser enormes. O proteoglicano agrecana, por exemplo, o principal componente da cartilagem, possui uma massa de 3 × 106 dáltons com mais de cem cadeias de GAGs. Outros proteoglicanos são muito menores e possuem somente 1 a 10 cadeias de GAGs. Um exemplo é a decorina, a qual é secretada por fibroblastos e possui apenas uma cadeia de GAGs (Figura 19- 36). A decorina se liga às fibrilas de colágeno e regula a união e o diâmetro das fibrilas. Camundongos que não produzem decorinas possuem pele frágil com força tensora reduzida. Os GAGs e os proteoglicanos desses vários tipos podem se associar para formar complexos poliméricos ainda maiores na matriz extracelular. Moléculas de agrecana, por exemplo, unem-se à hialuronana na matriz da cartilagem para formar agregados do tamanho de uma bactéria (Figura 19-37). Além da associação de um com o outro, os GAGs e os proteoglicanos se associam a proteínas fibrosas da matriz como o colágeno, criando compostos extremamente complexos. Nem todos os proteoglicanos são componentes secretados na matriz extracelular. Alguns são componentes integrais das membranas plasmáticas e possuem seu núcleo proteico inserido na bicamada lipídica ou ligado à bicamada lipídica ancorado pelo glicosilfosfatidilinositol (GPI). Entre os proteoglicanos de membrana plasmática mais bem caracterizados estão as sindecanas, as quais possuem um núcleo proteico que atravessa a membrana, cujo domínio intracelular supostamente interage com o citoesqueleto de actina e com moléculas sinalizadoras no córtex celular. As sindecanas estão localizadas na superfície de muitos tipos celulares, incluindo fibroblastos e células epiteliais. Nos fibroblastos, as sindecanas podem ser encontradas nas adesões focais, onde modulam a função da integrina pela interação com a fibronectina na superfície celular e com o citoesqueleto e proteínas sinalizadoras do interior da célula. Como discutiremos adiante, as sindecanas e outros proteoglicanos também interagem com peptídeos solúveis de fatores de crescimento, influenciando seus efeitos no crescimento e na proliferação celular. Os colágenos são as principais proteínas da matriz extracelular A família dos colágenos é constituída pelas proteínas fibrosas encontradas em todos os animais multicelulares. Elas são secretadas pelas células do tecido conectivo e por uma variedade de outros tipos celulares. Como principal componente da pele e dos ossos, os colágenos são as proteínas mais abundantes nos mamíferos, constituindo 25% da massa proteica total desses animais. A principal característica de uma molécula de colágeno típica é a estrutura longa e rígida de sua fita tripla helicoidal, na qual três cadeias polipeptídicas de colágeno, denominadas cadeias a, são enroladas umas nas outras formando uma super-hélice semelhante a uma corda . Os colágenos são extremamente ricos em prolina e glicina, importantes na formação da hélice de três fitas. O genoma humano contém 42 genes distintos que codificam diferentes cadeias a de colágeno. Diversas combinações desses genes são expressas em diferentes tecidos. Embora, a princípio, milhares de tipos de moléculas de colágeno de fita tripla possam se agrupar em várias combinações das 42 cadeias a, somente um número limitado de combinações de hélices triplas é possível, e cerca de 40 tipos de moléculas de colágeno foram encontrados. O colágeno tipo I é o mais comum, sendo o principal encontrado na pele e nos ossos. Ele pertence à classe dos colágenos fibrilares, ou colágenos formadores de fibrilas, que, após serem secretados no espaço extracelular, reúnem-se em polímeros de ordem superior denominados fibrilas de colágeno, que são estruturas finas (10 a 300 nm de diâmetro) com centenas de micrômetros de comprimento nos tecidos maduros, onde são claramente visíveis por micrografia eletrônica (Figura 19-40, ver também Figura 19-38). As fibrilas de colágeno costumam se agregar em feixes semelhantes a cabos, muito maiores, com vários micrômetros de diâmetro, os quais podem ser vistos ao microscópio óptico como fibras colágenas. Os colágenos tipo IX e XII são denominados colágenos associados a fibrilas porque decoram a superfície das fibrilas de colágeno. Acredita-se que eles ligam essas fibrilas umas às outras e a outros componentes na matriz extracelular. O tipo IV é um colágeno formador de rede, constituindo a maior parte da lâmina basal, enquanto as moléculas do tipo VII formam dímeros que se reúnem em estruturas especializadas denominadas fibrilas de ancoragem. As fibrilas de ancoragem auxiliam a conexão da lâmina basal do epitélio de múltiplas camadas ao tecido conectivo subjacente e, portanto, são especialmente abundantes na pele. Há também inúmeras proteínas “tipo colágeno” contendo curtos segmentos semelhantes ao colágeno. Estas incluem o colágeno tipo XVII, que possui um domínio transmembrana e é encontrado nos hemidesmossomos, e o tipo XVIII, no núcleo proteico do proteoglicano da lâmina basal. Os colágenos secretados associados a fibrilas ajudam a organizá-las. Ao contrário dos GAGs, que resistem às forças compressoras, as fibrilas de colágeno formam estruturas que resistem às forças tensoras. As fibrilas possuem vários diâmetros e estão organizadas de diferentes formas em diferentes tecidos. Na pele dos mamíferos, por exemplo, elas estão entrelaçadas, como no vime, para resistir às tensões em múltiplas direções; o couro consiste desse material, adequadamente preservado. Nos tendões, as fibrilas de colágeno estão organizadas em feixes paralelos alinhados ao longo do eixo principal de tensão. No osso maduro e na córnea, elas estão arranjadas em camadas ordenadas como em madeira compensada, com as fibrilas de cada camada paralelas entre si e quase em ângulo reto com as fibrilas nas camadas dos dois lados. O mesmo arranjo ocorre na pele de girinos (Figura 19-41). As próprias células do tecido conectivo devem determinar o tamanho e o arranjo das fibrilas de colágeno. As células podem expressar um ou mais genes para diferentes tipos de moléculas de colágeno fibrilares. Mesmo as fibrilas compostas pela mesma mistura de colágenos possuem diferentes arranjos em diferentes tecidos. Como isso é conseguido? Parte da resposta é que as células podem regular a disposição das moléculas de colágeno após a secreção, conduzindo a formação das fibrilas de colágeno próximo à membrana plasmática. Além disso, as células podem influenciar essa organização secretando, juntamente com os colágenos fibrilares, diferentes quantidades de outras macromoléculas de matriz. Em particular, elas secretam a proteína fibrosa fibronectina, como veremos mais adiante, e essa secreção precedea formação das fibrilas de colágeno e ajuda na sua organização. Acredita- se que os colágenos associados a fibrilas, como os colágenos tipo IX e XII, sejam especialmente importantes na organização das fibrilas de colágeno. Eles diferem do colágeno fibrilar nos seguintes aspectos. Primeiro, sua estrutura de hélice de fita tripla é interrompida por um ou dois pequenos domínios não helicoidais que tornam a molécula mais flexível do que as moléculas de fibrilas de colágeno. Segundo eles não se agregam uns aos outros para formar fibrilas no espaço extracelular. Ao contrário, eles se ligam à superfície das fibrilas formadas pelo colágeno fibrilar de forma periódica. Moléculas do tipo IX ligam-se às fibrilas contendo colágeno tipo II nas cartilagens, na córnea e no humor vítreo (Figura 19-42), enquanto as moléculas do tipo XII ligam- se às fibrilas contendo colágeno tipo I nos tendões e em vários tecidos. Os colágenos associados às fibrilas parecem mediar as interações das fibrilas de colágeno umas com as outras e com outras macromoléculas da matriz. Dessa forma, eles atuam na determinação da organização das fibrilas na matriz. As células auxiliam na organização das fibrilas de colágeno que secretam, exercendo tensão na matriz As células interagem mecânica e quimicamente com a matriz extracelular, e estudos em cultura sugerem que a interação mecânica pode ter efeitos dramáticos na arquitetura do tecido conectivo. Assim, quando os fibroblastos são misturados com uma malha de fibrilas de colágeno orientadas ao acaso que forma um gel nas placas de cultura de células, os fibroblastos puxam essa malha, extraindo colágeno das vizinhanças e, desse modo, fazendo com que o gel se contraia a uma pequena fração do seu volume inicial. Por atividades similares, um agrupamento de fibroblastos circunda a si mesmo com uma cápsula densa de fibras de colágeno orientadas ao seu redor. Os fibroblastos podem ter funções semelhantes na organização da matriz extracelular dentro do corpo. Primeiro, eles sintetizam as fibrilas de colágeno e as depositam na orientação correta. A seguir, trabalham na matriz que secretam, arrastando-se sobre ela e puxando para criar os tendões e os ligamentos e as duras e densas camadas de tecido conectivo que circundam e mantêm a maioria dos órgãos. A elastina confere elasticidade aos tecidos Muitos tecidos de vertebrados, como a pele, os vasos sanguíneos e os pulmões, necessitam de força elástica para exercerem sua função. Uma rede de fibras elásticas da matriz extracelular desses tecidos lhes confere resistência para retorcer após um estiramento transitório (Figura 19- 44). As fibras elásticas são, pelo menos, cinco vezes mais extensíveis do que uma tira de borracha com a mesma área transversal. As longas e inelásticas fibrilas de colágeno são entrelaçadas com as fibras elásticas para limitar a distensão e evitar que o tecido rasgue. O principal componente das fibras elásticas é a elastina, uma proteína altamente hidrofóbica (com cerca de 750 aminoácidos de comprimento), a qual, como o colágeno, é rica em prolina e glicina, mas, ao contrário do colágeno, não é glicosilada A proteína elastina é composta, principalmente, de dois tipos de pequenos segmentos que se alternam ao longo da cadeia polipeptídica: os segmentos hidrofóbicos, que são responsáveis pelas propriedades elásticas da molécula. Ainda há controvérsias a respeito da conformação das moléculas de elastina nas fibras elásticas, e de como a estrutura dessas fibras confere tais propriedades de elasticidade. Para alguns, a cadeia polipeptídica de elastina, como as cadeias de polímeros na borracha comum, adota uma conformação frouxa e aleatória, sendo esta estrutura de mola das moléculas componentes com ligação cruzada nas fibras elásticas da rede que permite que toda a rede se distenda e volte à forma original como uma borracha (Figura 19-45). A elastina é a proteína de matriz extracelular predominante nas artérias e compreende 50% do peso seco da maior artéria, a aorta (ver Figura 19-44). Mutações no gene da elastina causam deficiência da proteína em camundongos e no homem, resultando em um estreitamento da aorta e de outras artérias como resultado da proliferação excessiva das células do músculo liso na parede arterial. Aparentemente, a elasticidade da artéria normal é necessária para frear a proliferação dessas células. As fibras de elastina não são compostas somente de elastina. O núcleo de elastina é coberto por uma camada de microfibrilas, cada uma apresentando um diâmetro de cerca de 10 nm. Elas são produzidas, durante o desenvolvimento dos tecidos, antes da elastina e parecem formar um suporte no qual as moléculas de elastina secretadas são depositadas. Arranjos de microfibrilas são elásticos e em alguns locais persistem na ausência de elastina: eles mantêm o cristalino dos olhos no lugar, por exemplo. As microfibrilas são compostas de uma série de glicoproteínas distintas, incluindo uma grande glicoproteína, a fibrilina, a qual se liga à elastina e é essencial para a integridade das fibras elásticas. Uma mutação no gene da fibrilina resulta na síndrome de Marfan, uma doença humana relativamente comum. Nos indivíduos mais afetados, a aorta está sujeita a rupturas; outro efeito comum é o deslocamento do cristalino e anormalidades no esqueleto e nas articulações. Os indivíduos afetados costumam ser altos e magros. Suspeita-se de que Abraham Lincoln apresentasse tal alteração. A fibronectina e outras glicoproteínas multidomínios auxiliam na organização da matriz Além dos proteoglicanos, colágenos e fibras elásticas, a matriz extracelular contém muitos tipos variados de glicoproteínas que em geral possuem múltiplos domínios, cada um com um sítio de ligação específico para outra macromolécula da matriz e para os receptores de superfície celular (Figura 19-46). Essas proteínas contribuem para a organização da matriz, auxiliando a ligação das células. Como os proteoglicanos, elas também guiam o movimento celular nos tecidos em desenvolvimento, servindo como trilhos, ao longo dos quais quais as células podem migrar, ou como repelentes, mantendo as células longe das áreas proibidas. Elas também podem se ligar e, portanto, influenciar a função dos peptídeos de fatores de crescimento e outras pequenas moléculas produzidas pelas células vizinhas. O membro mais bem conhecido desta classe de proteínas de matriz é a fibronectina, uma grande glicoproteína encontrada em todos os vertebrados e importante para muitas interações célula-matriz. Camundongos mutantes incapazes de produzir fibronectina morrem no início da embriogênese, pois suas células endoteliais não formam vasos sanguíneos adequados. Acredita-se que esse defeito resulte de anormalidades nas interações dessas células com a matriz extracelular circundante, a qual, normalmente, contém fibronectina. A fibronectina se liga a integrinas Uma forma de analisar uma molécula de proteína multifuncional complexa como fibronectina é sintetizar cada região da proteína e testar sua capacidade de se ligar a outras proteínas. Com esse e outros métodos, foi possível mostrar que uma região da fibronectina se liga ao colágeno, outra se liga a proteoglicanos, e outras se ligam a integrinas específicas na superfície de vários tipos de células (ver Figura 19-47B). Peptídeos sintéticos correspondendo a diferentes segmentos do domínio de ligação da integrina foram usados para mostrar que a ligação depende de uma sequência específica de tripeptídeos (Arg-Gly-Asp ou RGD) que é encontrada em uma das repetições do tipo III (ver Figura 19-47C). Mesmo peptídeos muito pequenos contendo essa sequência RGD podem competir com a fibronectina pelo sítio de ligaçãoà célula e, portanto, inibir a ligação da célula com a fibronectina da matriz. Várias proteínas extracelulares, além da fibronectina, também possuem uma sequência RGD que medeia a ligação à superfície celular. Muitas dessas proteínas são com ponentes da matriz extracelular, enquanto outras estão envolvidas na coagulação sanguínea. Os peptídeos contendo a sequência RGD têm sido úteis no desenvolvimento de fármacos anticoagulantes. Algumas cobras usam uma estratégia semelhante para causar sangramento em suas vítimas: elas secretam, no veneno, proteínas anticoagulantes contendo RGD denominadas desintegrinas. Os receptores de superfície celular que ligam proteínas contendo RGD são membros da família das integrinas, que descreveremos mais adiante em detalhes. Cada integrina reconhece especificamente seu próprio grupo limitado de moléculas da matriz, indicando que a forte ligação requer outros elementos além da sequência RGD. Além disso, as sequências RGD não são os únicos motivos de sequência usados para a ligação das integrinas: muitas integrinas reconhecem e se ligam a outros motivos. A lâmina basal é uma forma de matriz extracelular especializada Essa camada extremamente fina, embora flexível, de moléculas de matriz é o suporte de todo o epitélio. Embora tenha pouco volume, ela apresenta uma função fundamental na arquitetura corporal. Assim como as caderinas, ela parece ser uma das características comuns que define todos os animais multicelulares, e parece ter surgido bem cedo na evolução. A camada da lâmina basal não se situa apenas abaixo das células epiteliais, mas também circunda as células musculares, adiposas e células de Schwann (que se enrolam ao redor do axônio das células dos nervos periféricos para formar a mielina) individualmente. A lâmina basal separa essas células e o epitélio das camadas celulares do tecido conectivo subjacente. Em outras localizações, como o glomérulo renal, a lâmina basal situa-se entre duas camadas celulares e atua como um filtro altamente seletiva. As lâminas basais, no entanto, possuem outras atividades além das funções estruturais e filtrantes. Elas são capazes de determinar a polaridade celular, influenciar o metabolismo celular, organizar as proteínas nas membranas plasmáticas adjacentes, promover a sobrevivência, a proliferação ou a diferenciação celular, além de servirem como vias para a migração celular. Contudo, o papel mecânico é essencial. Na pele, por exemplo, a camada externa do epitélio – a epiderme – depende da força da lâmina basal para mantê-lo ligado ao tecido conectivo subjacente, a derme. Em pessoas com defeito genético em determinadas proteínas da lâmina basal ou em um tipo especial de colágeno que ancora a lâmina basal ao tecido conectivo subjacente, a epiderme se descola da derme. Isso causa a formação de bolhas, uma doença denominada epidermólise bolhosa juncional, uma condição grave e algumas vezes letal. A laminina e o colágeno tipo IV são os principais componentes da lâmina basal A lâmina basal é sintetizada pelas células de ambos os seus lados. As células epiteliais contribuem com uma série de componentes da lâmina basal, enquanto as células da camada de tecido conectivo subjacente. Embora a composição precisa da lâmina basal madura varie de tecido para tecido, e até de região para região na mesma lâmina, a maior parte da lâmina basal madura contém as glicoproteínas laminina, colágeno tipo IV e nidogênio, junto com o proteoglicano perlecana. Outro componente comum da lâmina basal são as fibronectinas e o colágeno tipo XVIII (um membro atípico da família dos colágenos que forma a proteína central de um proteoglicano). A laminina é o organizador primário da estrutura de camadas, e logo no início do desenvolvimento a lâmina basal consiste principalmente em moléculas de laminina. As lamininas compreendem uma grande família de proteínas, cada uma composta de três longas cadeias polipeptídicas (a, b e g) unidas por pontes de dissulfeto e organizadas na forma de um ramalhete assimétrico, como um molho de três flores cujos galhos estão torcidos na base mas cujas cabeças permanecem separadas. A cadeia de laminina g1 é um componente da maioria dos heterotrímeros de laminina, e camundongos que não produzem essa cadeia morrem durante a embriogênese, pois são incapazes de formar a lâmina basal. O colágeno tipo IV é o segundo componente essencial da lâmina basal madura e também existe em várias isoformas. Do mesmo modo que os colágenos fibrilares constituem grande parte da proteína do tecido conectivo como ossos e tendões, a molécula de colágeno tipo IV consiste em três longas cadeias proteicas sintetizadas individualmente que se unem na forma de uma super-hélice como uma corda. Entretanto, elas se distinguem dos colágenos fibrilares por interrupções em mais de 20 regiões na sua estrutura helicoidal de três fitas, permitindo múltiplos locais de flexão. As moléculas de colágeno tipo IV interagem com seus domínios terminais para se unirem extracelularmente em uma rede como um feltro que proporciona resistência à tração. A laminina e o colágeno tipo IV interagem com outros componentes da lâmina basal, como a glicoproteína nidogênio e o proteoglicano perlecana, formando uma rede altamente reticulada de proteínas e proteoglicanos . As moléculas de laminina que produzem a camada inicial primeiro ligam-se umas às outras e a receptores de superfície das células que produzem a laminina. Os receptores de superfície celular são, principalmente, os membros da família das integrinas, mas outro importante tipo de receptor de laminina é o distroglicano. Elas prendem as moléculas de laminina por uma extremidade, deixando suas cabeças posicionadas para interagir de modo a formar uma rede bidimensional. Essa rede de laminina coordena a reunião de outros componentes da lâmina basal. As lâminas basais realizam diversas funções Nos glomérulos renais, uma lâmina basal mais espessa atua como um filtro molecular, impedindo a passagem de macromoléculas do sangue para a urina quando a urina é formada (ver Figura 19-50). O proteoglicano da lâmina basal é importante para essa função. Quando as suas cadeias de GAG são removidas por enzimas específicas, as propriedades filtrantes da lâmina basal são destruídas. O colágeno tipo IV também possui uma função, como na doença renal hereditária humana (síndrome de Alport) que resulta da mutação em um gene do colágeno tipo IV, causando um espessamento irregular e disfuncional do filtro glomerular. As mutações na laminina também impedem as funções dos filtros renais, mas de maneira distinta, interferindo com a diferenciação das células que fazem contato e que sustentam sua estrutura. A lâmina basal também pode atuar como uma barreira seletiva ao movimento das células. A lâmina basal abaixo do epitélio, por exemplo, impede que os fibroblastos, localizados no tecido conectivo adjacente, façam contato com as células epiteliais. Entretanto, isso não impede que macrófagos, linfócitos ou processos nervosos passem através dela. A lâmina basal também é importante na regeneração do tecido após uma lesão. Quando os tecidos, como o muscular, o nervoso ou o epitelial, são danificados, a lâmina basal sobrevive e fornece a estrutura sobre a qual as células em regeneração poderão migrar. Dessa forma, a arquitetura original do tecido é facilmente reconstruída. Um exemplo extraordinário do papel da estrutura da lâmina basal na regeneração vem de estudos das junções neuromusculares, o local onde os terminais nervosos de um neurônio motor formam uma sinapse química com a célula muscular esquelética (discutido no Capítulo 11). Em vertebrados, a lâmina basal que circunda a célula muscularsepara a membrana plasmática do nervo e do músculo nas sinapses, e a lâmina basal na região da sinapse possui característica química distinta, com isoformas especiais de colágeno tipo IV, laminina e o proteoglicano denominado agrina. Após um dano no nervo ou músculo, a lâmina basal na sinapse desempenha uma função fundamental na reconstrução da sinapse na localização correta (Figura 19-54). Defeitos nos componentes da lâmina basal nas sinapses são responsáveis por algumas formas de distrofia muscular, em que os músculos se desenvolvem normalmente e, mais tarde na vida do indivíduo, começam a degenerar. Experimentos de regeneração indicam o caráter especial da lâmina basal juncional na junção neuromuscular. Se o músculo de rã e seu nervo motor forem destruídos, a lâmina basal ao redor de cada célula muscular permanece intacta, sendo ainda reconhecível nos locais da antiga junção neuromuscular. Quando o nervo, mas não o músculo, regenera (acima à direita), a lâmina basal juncional direciona o nervo em regeneração para o local original da sinapse. Quando o músculo, mas não o nervo, regenera (abaixo à direita), a lâmina basal juncional provoca o acúmulo dos receptores de acetilcolina (azul) recém-sintetizados no local da sinapse original. Esses experimentos mostram que a lâmina basal juncional controla a localização dos outros componentes da sinapse dos dois lados da lâmina. Algumas das moléculas responsáveis por esses efeitos já foram identificadas. Os axônios dos neurônios motores, por exemplo, depositam a agrina na lâmina basal juncional, onde ela ativa a reunião dos receptores de acetilcolina e outras proteínas na membrana plasmática juncional da célula muscular. Reciprocamente, as células musculares depositam uma determinada isoforma de laminina na lâmina basal juncional, e esta molécula, provavelmente, interage com canais iônicos específicos na membrana pré-sináptica do neurônio As células devem ser capazes de degradar e produzir matriz A capacidade que as células têm de degradar e destruir a matriz extracelular é tão importante quanto a sua habilidade de produzi-la e ligar-se a ela. Uma rápida degradação da matriz é necessária em processos como o reparo de tecidos, e mesmo na matriz extracelular aparentemente estática dos animais adultos há uma renovação contínua com a degradação e a síntese das macromoléculas da matriz. Isso permite, por exemplo, que os ossos se remodelem, de modo a se adaptarem às pressões exercidas sobre eles. Do ponto de vista das células individuais, a capacidade de passar através da matriz é crucial em duas situações: permite que elas se dividam enquanto embebidas na matriz e permite que passem por ela. As células do tecido conectivo geralmente precisam ser capazes de se esticar para se dividir. Se uma célula não possui as enzimas necessárias para degradar a matriz circundante, ela sofrerá uma forte inibição da divisão, bem como será impedida de migrar. A degradação localizada dos componentes da matriz também é necessária sempre que as células precisem escapar do confinamento pela lâmina basal. Isso é necessário durante o crescimento ramificado normal do epitélio para formar as estruturas como as glândulas, para permitir que o epitélio aumente e também quando os leucócitos migram através da lâmina basal dos vasos sanguíneos para os tecidos em resposta a uma infecção ou dano. A degradação da matriz é importante para as células cancerosas se espalharem pelo corpo e para que possam proliferar nos tecidos invadidos (discutido no Capítulo 20). Em geral, os componentes da matriz são degradados por enzimas proteolíticas (proteases) que atuam próximo às células que as produzem. Muitas dessas proteases pertencem a uma de duas classes gerais. O maior grupo, com cerca de 50 membros nos vertebrados, é o das metaloproteases de matriz, que dependem da ligação do Ca21 ou Zn21 para sua atividade. O segundo grupo é o das serinas-protease, que possuem uma serina altamente reativa no seu sítio ativo. Juntas, as metaloproteases e serinas- protease cooperam para degradar as proteínas de matriz, como o colágeno, a laminina e a fibronectina. Algumas metaloproteases, como a colagenase, são altamente específicas, clivando proteínas particulares em poucos locais. Dessa forma, a integridade estrutural da matriz é preservada, mas a migração celular pode ser facilitada pela pouca quantidade de proteólise. Outras metaloproteases podem ser menos específicas, mas, como estão ancoradas na membrana plasmática, elas podem agir exatamente onde são necessárias. É esse tipo de metaloprotease de matriz que é crucial para a capacidade da célula de se dividir quando embebida em uma matriz. É evidente que as atividades das proteases que degradam a matriz devem ser precisamente controladas, pois de outra forma os tecidos do corpo podem desabar. Portanto, diversos mecanismos são empregados para assegurar que as proteases da matriz sejam ativadas apenas no momento e local adequados. Em geral, a atividade das proteases é restrita à superfície celular por proteínas de ancoragem específicas, por ativadores associados à membrana e pela produção de inibidores de proteases específicos nas regiões onde a atividade da protease não é necessária. As glicoproteínas e os proteoglicanos da matriz regulam as atividades das proteínas secretadas As propriedades físicas da matriz extracelular são importantes por sua função fundamental como sustentação para a estrutura do tecido e como substrato para ancoragem e migração celular. A matriz também desempenha um impacto importante na sinalização celular. As células se comunicam umas com as outras por meio da secreção de moléculas sinalizadoras que se difundem no líquido extracelular influenciando outras células (discutido no Capítulo 15). Na direção de seus alvos, as moléculas sinalizadoras encontram uma rede de malha firmemente entrelaçada da matriz extracelular que contém uma alta densidade de cargas negativas e domínios de interação de proteínas que podem interagir com as moléculas sinalizadoras, alterando sua função de várias formas. cadeias de sulfato de heparana altamente carregadas de proteoglicanos, por exemplo, interagem com numerosas moléculas sinalizadoras secretadas, incluindo fatores de crescimento de fibroblasto (FGFs, do inglês: fibroblast growth factors) e fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF, do inglês: vascular endothelial growth factor), que, entre outros efeitos, estimulam a proliferação de vários tipos celulares. Acredita-se que os proteoglicanos produzam grande reservatórios localizados desses fatores por proporcionarem uma densa rede de sítios de ligação para os fatores de crescimento, limitando sua difusão e focalizando suas ações nas células vizinhas. Igualmente, os proteoglicanos podem auxiliar no aumento brusco de gradientes de fator de crescimento no embrião, o que pode ser importante na distribuição dos padrões dos tecidos durante o desenvolvimento. A atividade do FGF também pode ser intensificada por proteoglicanos, que oligomerizam as moléculas de FGF, permitindo que elas façam a ligação cruzada e ativem seus receptores de superfície celular. A importância dos proteoglicanos como reguladores da distribuição e atividade das moléculas sinalizadoras é ilustrada por graves defeitos no desenvolvimento que podem ocorrer quando os proteoglicanos específicos são inativados por mutação. Por exemplo, na Drosophila, a função de diversas proteínas sinalizadoras é controlada por interações com os proteoglicanos associados à membrana Dally e semelhante à Dally. Acredita-se que esses membros da família dos glipicanos concentrem proteínas sinalizadoras em locais específicos e atuem como correceptoresque colaboram com proteínas receptoras de superfície celular convencionais. Como resultado, eles promovem a sinalização na localização correta e impedem que se localizem em locais inadequados. No ovário de Drosophila, por exemplo, a Dally é parcialmente responsável pela localização e função restritas da proteína sinalizadora denominada Dpp, que bloqueia a diferenciação das células-tronco da linhagem germinativa. Quando o gene que codifica a Dally é mutado, a atividade da Dpp é intensamente reduzida, causando o desenvolvimento anormal do oócito. Diversas proteínas da matriz também interagem com proteínas sinalizadoras. Por exemplo, o colágeno tipo IV da lâmina basal interage com a Dpp de Drosophila. A fibronectina contém repetições de fibronectina tipo III que interagem com o VEGF e outro domínio que interage com outro fator de crescimento denominado fator de crescimento de hepatócitos (HGF, do inglês: hepatocyte growth factor), promovendo a atividade desses fatores. Como discutido antes, muitas glicoproteínas de matriz contêm extensos arranjos de domínios de ligação e, provavelmente, a organização desses domínios influencia a apresentação das proteínas sinalizadoras às suas células-alvo (ver Figura 19-46). Por fim, muitas glicoproteínas de matriz contêm domínios que se ligam diretamente a receptores de superfície celular específicos, produzindo sinais que influenciam o comportamento das células, como descreveremos na próxima seção.
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