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TEXTURA DE ROCHAS ÍGNEAS Forma, tipo de arranjo, relações de contato, intercrescimento, enfim articulação dos cristais de uma rocha (fabric = relações geométricas entre os constituintes de uma rocha). A textura reflete a velocidade de resfriamento do magma. Também é função da composição do magma. A textura é descrita em termos de presença de material vítreo (grau de cristalinidade do magma), tamanho (granulação), homogeneidade de tamanho, formas cristalinas, agregados e orientação dos minerais na rocha. Obs: o termo estrutura refere-se geralmente a características observáveis em escala de campo como bandamento, lineação, etc. NOME DA TEXTURA TAMANHO fanerítica 1 granul. fina <1mm granul. média 1 a 5mm gran. grosseira 5mm a 3 cm granul. muito grosseira >3cm afanítica 2 criptocristalina 4 vitrea microlitos5 cristalitos 6 holocristalina; hipocristalina hipohialina; holohialina; TAMANHO granular: equigranular/inequigranular porfirítica (fírica) (fenocristais 3; pórfiros) glomeroporfirítica 7 microporfirítica; microfenocristais vitrofírica 8 felsofírica 9 ortofírica 10 felsítica 11 afírica textura de rocha ígnea, afanítica a fanerítica muito fina sem ocorrência de fenocristais. Na textura subafírica tem-se uma matriz afírica contendo fenocristais esparsos em pequena quantidade. FORMA idiomórfica/ automórfico; euedral 4 (euédrico) panidiomórfica ou panautomórfica; lamprofírica hipidiomórfica/hipautomórfica; subedral 5 (subédrico) granítica; microgranítica xenomórfica/ alotriomórfico; anedral 6 (anédrico) aplítica ou sacaroidal cristais esqueléticos; cristais embainhados, corroídos cristais arredondados podendo mostrar reentrâncias: reação descontínua de minerais de formação precoce e magma, conduzindo à sua dissolução ou absorção; cristais pseudomorfos; mineral secundário substituindo primário: clorita psseudomorfa de biotita (biotita cloritizada). habitos particulares dos cristais: colunar; acicular; fibroso; tabular; prismático; equidimensionais; palheta ou lâmina; 1 afanítica, vítrea (UNB) 2 fanerítica (UNB) 3 fenocristais (UNB) 4 criptocristalina: cristais não visíveis nem ao microscópio comum. 5 microlitos; observa-se birrefringência 6 cristalitos; menores que os microlitos, com formas compridas, esféricas, “cabelo” 7 glomeroporfirítica; agregados (clusters) de fenocristais 8 vitrofírica: fenocristais em matriz vítrea 9 felsofírica: fenocristais em densa matriz de quartzo e feldspato (felsito) 10 ortofírica: fenocristais em matriz de feldspatos com formas retangulares (e não prismas alongados): alguns traquitos. 11 felsítica: intercrescimento denso microcristalino de quartzo e feldspato (felsito = termo geral para rocha vulcânica muito clara, granulação muito fina mas não vítrea, podendo ter ou não fenocristais. A cor é geralmente branca ou cinza clara, vermelha a amarelo amarronzado (não pode ser cinza escuro, verde ou preta como basaltos). Consiste de agregado denso de quartzo e alcalifeldspato. AGREGADOS e INTERCRESCIMENTOS lamelas ou gotas de exsolução intercrescimentos semelhantes a lamelas que são freqüentemente atribuídos a exsolução (desmistura) de um dos componentes do mineral hospedeiro: lamelas de exsolução de ortopiroxênio em clinopiroxênio; de K feldspato e plagioclásio. exsolução [Sin.desmescla] Separação de fases cristalinas a partir de uma solução sólida homogênea de um mineral, estável em temperaturas mais altas, ao mudarem as condições termodinâmicas, geralmente por diminuição de temperatura, ou ocorrerem reações metamórficas entre outras causas, passando de estado cristalino meta-estável para estável com essas fases cristalinas exsolvidas que se apresentam com texturas de intercrescimento. Exemplos: ortoclásio cálcio-sódico de alta temperatura que ao esfriar exsolve lamelas de albita-oligoclásio formando ortoclásio pertítico; magnetita titanífera exsolvendo lamelas de ilmenita dentro da magnetita por resfriamento (UNB) . pertita [Conf. antipertita, mesopertita, exsolução] (UNB) Lamela de plagioclásio (Ab-Ol) exsolvida (UNB) dentro de feldspato K. Conforme o tamanho pode-se ter: criptopertitas - só determinadas por difração de Raio X; micropertitas - visíveis ao microscópio e não ao olho nu; macropertitas - visíveis ao olho nu Na e algum Ca, admitidos na rede cristalina do feldspato potássico ortoclásio em temperaturas mais altas, como em uma rocha ígnea ou metamórfica de graus anfibolito a granulito, ao resfriar lentamente são exsolvidos como fases de albita ou oligoclásio, formando texturas de intercrescimento: lamelas paralelas, mais frequentes, lamelas cortando-se em xadrez, em massas amebóides,.. (UNB) . antipertita: Pl com exsolução de Kfd coronas e bordos de reação olivina envolta por piroxênio ou anfibólio, devido reação incomopleta da olivina com o magma, ou devido a reações pós magmáticas entre minerais adjacentes, induzidas por soluções deutéricas ou metamorfismo de baixo grau (coronas secundárias) bordos kelifíticos coronas secundárias mostrando disposição concêntrica dos minerais com textura fibrosa radial (rochas básicas e ultrabásicas). poiquilítica numerosas inclusões de diferentes minerais em outro mais desenvolvido (em continuidade ótica); a rocha geralmente mostra um brilho irregular. Em rochas ácidas, lamelas de Kfd podem englobar outras de plagioclásio; em ultrabásicas, como peridotito no qual hornblenda pode englobar cristais ovoides de olivina e piroxênio, nesse caso decorrente de alterações pos magmáticas. rapakivi oligoclásio englobando fenocristais de ortoclásio em rochas ácidas (quartzo monzonitos); atribui-se a assimilação de andesito (rocha da parede da encaixante) por magma ácido parcialmente cristalizado que torna-se mais básico; sobrecrescimento de plagioclásio sódico em trono de cristais de feldspato potássico. textura em peneira mais comum em rochas metamórficas; ocorre também em dioritos e outras rochas plutônicas de origem híbrida. Cristais grandes com numerosas inclusões dando aspecto esponjoso. simplectítica intercrescimento microscópico, muitas vezes vermiformes, de minerais neoformados a partir da reação de outros no estado sólido. Alguns intercrescimentos simplectíticos são devido à exsolução, outros podem refletir reações posteriores de cristalização ou metassomatismo, de forma que esse termo não tem conotação genética, é meramente descritivo. Mirmequita é um exemplo de intercrescimento simplectítico. mirmequítica intercrescimento de quartzo com aspecto vermicular em plagioclásio sódico (oligoclásio): Reação tardi-magmática ou pós consolidação no contato entre K fd e pl: forma-se quartzo e plagioclásio sódico. gráfica intercrescimento mais comum com quartzo e feldspato: em rochas silicosas (granito, pegmatitos e granófiros), ou por cristalização de mistura eutética, ou por substituição de um mineral por outro, o quartzo mostra-se cuneiforme em Kfd (microclina ou microclina perítica), assemelhando-se a inscrições rúnicas. É típica de pegmatitos e consiste de um grande cristal de feldspato alcalino incluindo cristais de quartzo menores, e todos possuem a mesma orientação cristalográfica. granofírica intercrescimento, em escala fina, de quartzo e feldspato alcalino, freqüentemente originando feições cogumeliformesou vermiculares. Granitos gráficos e granófiros (rochas de composição granítica, hipabissais subvulcânicas a vulcânicas, geralmente porfiríticas apresentando textura gráfica a micrográfica de intercrescimento de quartzo e feldspato alcalino(UNB) . ocelar fenocristais (“olhos”) inteiramenteou parcialmente envoltos em cristais de crescimento tardio apreentando arranjo radial ou tangencial. Em fonolitos, cristais mais desenvolvidos de nefelina envolvidos por agulhas de aegirina ou anfibólio sódico; lavas com leucita e analcita envolvidas por biotita ou piroxênio. bostonítica tipo de textura radial encontrada em rochas de diques (bostonito) de granulação média a fina, contendo lamelas de álcali fd entrelaçadas. lamprofírica lamprófiros: lamprófiros correspondem a um grupo de rochas, escuras, mesocráticas a melanocráticas, saturadas a subsaturadas, cálcio-alcalinas a alcalinas, hipabissais, muitas vezes dispostas em sistemas de diques, porfiríticas e que, entre suas características, se tem a ocorrência de fenocristais máficos idiomórficos e texturas tendendo a panidiomórficas. Os diques lamprofíricos são frequentemente associados com complexos alcalino- carbonatíticos e magmatismo ultrapotássico(UNB) .[Ver lamprófiro no site Atlas de Minerais e de Rochas - Museu Heinz Ebert - UNESP] ofítica plagioclásio aparentemente incluso em piroxênio (augita ou pigeonita subédrica): gabro, diabásio e basalto. subofítica ou intersticial o plagioclásio é mais desenvolvido e só parcialmente aparenta estar incluso no piroxênio intergranular em lavas e rochas hipoabissais (basaltos e diabásios): os interstícios angulares entre as lamelas de feldspato são ocupadas por grânulos ferromagnesianos como olivina, piroxênio e óxido de ferro sem orientação. intersertal intergranular mas com vidro, material criptocristalino, minerais secundários (sepentina, nontronita, clorofaeíta, clorita, calcita, zeólitas, sodalita) nos interstícios. intersertal→subofítica (px começa a englobar o feldspato) intersertal→hialofítica (vidro e minerais secundários começam a englobar o fedspato); ofítica ou subofítica na qual o vidro toma o lugar do piroxênio intersertal→hialopilítica vidro ocupa minúsculos espaços entre microlitos de feldspatos sem qualquer orientação(várias lavas) felty ou felted matriz muito fina de rochas densas, holocristalinas, consistindo de microlitos (geralmente feldspatos) não orientados pilotaxítica e traquítica acima, quando os microlitos de fd mostram disposição subparalela (orentação fluidal) e os interstícios entre os fd mostram material micro ou criptocristalino ( muitos andesitos e traquitos) vesicular cavidades ou vesículas esféricas, ovóides, contornos arqueados irregulares (gases em lavas e em intrusões rasas). textura de rocha ígnea vulcânica ou hipabissal rasa com muitas vesículas que se concentram nas partes altas de um derrame (UNB) . vesiculação: processo de separação de fase fluida e expansão de gases em um magma que atinge níveis rasos da crosta (<2km profundidade). (UNB) vesícula: cavidade decorrente da retenção de bolhas gasosas de fluido(s) separado do magma que se solidifica em rochas vulcânicas e intrusivas de baixa profundidade. (UNB) amigdaloidal vesículas preenchidas por minerais secundários: opala, calcedônia, clorita, calcita, zeólitas. Em rochas de resfriamento mais lento podem ocorrer drusas e cavidades miarolíticas: desenvolvimento de grandes cristais subédricoe e euédricos. Textura de rocha vulcânica a sub-vulcânica contendo muitas amígdalas: estrutura esferóide, geralmente milimétrica que lembra amígdala e que ocorre em rochas vulcânicas a subvulcânicas principalmente como resultado da cristalização de minerais como calcita, calcedônia, zeolitas, quartzo e outros em bolha formada pela expansão de gases contidos no líquido magmático (UNB) ao ascender este à superfície terrestre, diminuindo a pressão litostática (UNB) . esferulítica esferulitos: agregados radias de minerais fibrosos ou aciculares em lavas silicosas ou intrusões rasas, com forma esferoidais ou irregulares: fomados por intercrescimento de quartzo ou tridimita com ortoclásio, sanidina ou plagioclásio sódico; mais raramente só feldspato. Resultam da desvitificação da rocha ou cristalização rápida de magma viscoso (silica). Excepcional em rochas básicas, exceção ver text. variolítica. variolítica esferulitos em rochas básicas que podem ser encontrados em em alguns basaltos e diabásios com estrutura em travesseiro ou em margens vítreas de diques e sills: fibras de plagioclásio, com ou sem vidro intersticial, ou fibras de plagioclásio intercrescida com grânulos de piroxêni, olivina e ox. de ferro. spinifex textura particular de derrames de magmas ultramáficos (komatiitos), caracterizada pelo desenvolvimento excepcional de olivina e clinopiroxênio, em geral, extremamente alongados e ocos spinifex Textura tipica de rochas komatiiticas de rápido resfriamento (quenching texture) com olivina ou piroxênio com crescimento acentuado segundo o eixo C na forma de lâminas, de milimétricas a decimétricas, entrelaçadas e envolvidas por matriz fina ultramáfica. [Ver foto e legenda de textura spinifex no site The Kaapvaal Project] (KCP) . Komatiito: rocha de quimismo magnesiano típica das associações de greenstone belts (UNB) arqueanos, frequentemente de natureza extrusiva, formando derrames muito fluidos (magma de alta temperatura) com texturas muito típicas, notadamente a spinifex (UNB) . Referências Bibliográficas: Atlas de Minerais e de Rochas - Museu Heinz Ebert - UNESP: http://ns.rc.unesp.br/museudpm/banco/index.html (UNB) - Glosário Geológico ilustrado – UNB: http://www.unb.br/ig/glossario/ (KCP) - Kaapvaal Craton Project: Formation and Evolution of Archean Cratons od Southern Africa: http://www.dtm.ciw.edu/kaapvaal/ http://www.dtm.ciw.edu/kaapvaal/images/field/margink.html
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