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O Liberalismo na Idade Moderna

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686 LIBERALISMO 
 
revelou, em 1956, os horrores a que levara, no tempo 
de Stalin, o reviramento da democracia desejado por 
Lenin, que esta segunda viragem do Leninismo no 
Ocidente foi amadurecendo lentamente as suas 
a
(Berlinguer), ao menos com' a propriedade privada, 
 
Desta maneira, no Ocidente, o Leninismo, mais que 
SOCIAL-DEMOCRACIA (v.) 
tende a aproximar-se das esquerdas social-
Distanciando-se da maioria, a esquerda social-
e 
melhorativa do capitalismo; busca-o numa terceira via 
entre o REFORMISMO (V.) 
euroleninistas. 
O que ainda falta para um perfeita identidade de 
pontos de vista entre os social- ticos de 
parte destes, de que o centralismo chamado 
euroleninistas ainda querem manter com a URSS. Se 
fim. 
BIBLIOGRAFIA - A. BESANCON, Origini origini 
intellettuali del leninismo (1977), Sansoni, Firenze 
1978; E. BETTIZA, Il comunismo europeo. Rizzoli, 
Milano 1978; D. L. M. BLACKMER e S. TARROW, Il 
comunismo in Italia e in Francia (1975), Etas. Milano 
1976; S. CARRILLO. L'eurocomunismo e lo Stato 
(1977), Editori Riuniti, Roma 1977; C. DE CRISENOY, 
Seuil, Paris 1978; L. H. 
HAIMSON. The russian marxists and the origins of 
bolscevism. Harvard University Press. Cambridge 
(Mass.) 1955; N. HARDING, Lenin's, political 
thought. I, Theory and practice in the democratic 
revolution. Macmillan, London 1978; J. L. H. KEEP, 
The rise of socialdemocracy in Russia. Clarendon 
Press. Oxford 1963; B. KNEI-PAZ. Trockij la 
rivoluzione permanente e la rivoluzione 
dell'arretratezza, in Storia del marxismo. Einaudi. 
Torino 1980, 
3. J. R. LARSSON, Theories of revolution. From Marx 
to the first russian revolution. Almquist and Wicksell, 
Stockholm 1970; B. LAZITCH e M. M. DRACHKOVITCH. 
Lenin and the Comintern, Hoover Institution Press. 
Stanford 1972; G. LICHTHEIM, Il marxismo (1961). Il 
Mulino, Bologna 1971; M. LIEBMAN. 
Seuil, Paris 1973, 2 vols.; L. MARTOV, 
Bolscevismo mondiale (1923). ao cuidado de V. 
STRADA, Einaudi, Torino 1980; A. G. MEYER. Il 
leninismo Milano 1965; 
L. PELLICANI, I rivoluzionari di professione, Vallecchi, 
Firenze 1975; Id., Sugar Co, 
Milano 1978; R. PIPES. The origins of bolshevism the 
intellectual evolution of young Lenin. in Revolutionary 
Russia, ao cuidado de Id., Harvard University Press. 
Cambridge (Mass.) 1968; J. PLAMENATZ. German 
marxism and Russian Communism. Longmans. London 
1954; A. RANNEY e G. SARTORI. Eurocomunism: the 
italian case. American Enterprise Institute for Public 
Policy Research, Washington D. C. 1978; A. 
ROSENBERG, Storia del bolscevismo (1934). Sansoni. 
Firenzi 1969; D. SETTEMBRINI, Capitalismo e socialismo 
in Lenin dalle opere giovanili all'esercizio del potere, in 
Socialismo e rivoluzione dopo Marx. Guida, Napoli 
1974; V. STRADA, Lenin e Trockij, in Storia del 
marxismo, Einaudi, Torino 1980, 3, I; T. SZAMUELY, 
The russian tradition. Secker and Warburg, London 
1974; A. B. ULAM, Lenin e il suo tempo (1965), 
Vallechi, Firenzi 1967; B. WOLFE, Leninism, in 
Marxism in modern world, ao cuidado de M. M. 
DRACHKOVITCH. Oxford University Press. London 
1965; Id., I tre protagonisti della rivoluzione d'Ottobre 
(1948), La Nuova Italia. Firenze 1951; V. ZILLl, La 
rivoluzione russa del 1905. I, La formazione del partiti 
politici (1881-1904), Istituto italiano per gli studi 
storici, Napoli 1963. 
[DOMENICO SETTEMBRINI) 
Liberalismo. 
I. U . 
s (G. 
De Ruggiero, M. Cranston) ou descobrir um 
 
-
atuais democracias liberais: se fatualmente uma 
qualitativa do Estado 
LIBERALISMO 687 
 
 
liberal 
-liberais (plebiscitaria, populista, 
Liberalismo se 
bastante diversos, conforme seu grau de 
viduar, no plano 
capaz de unificar 
enquanto na Inglaterra 
de 1688-1689, na maior p
podemos 
- ralismo, 
embora o modelo da e
conforme os diferentes 
diversas estruturas de poder, o Liberalismo defrontou-
se com proble
determinou 
que mui
com -se 
uma certa indefini
his
conforme o caso, indicar um partido ou um 
uma 
institucional 
ica por ela estimulada 
melhor, justamente 
a ordem liberal. 
manifesta na Idade Moderna e que tem seu baricentro 
bora tenha 
mais fortemente esta hegemonia cul
menos exportada ou 
nascidas na Europa, como a democracia, o 
nacionalismo, o socialismo, o catolicismo social, que 
tiveram um enorme su
 
segue realizar seu potencial cosmopolita, 
Liberalismo. 
e do Liberalismo 
precisa ter necessariamente como ponto de partida o 
exame da melhor literatura existente, com o objetivo 
de verificar a validade e os limites dos respectivos 
verificado a pouca 
utilidade dos dois enfoques mais radicais, o do 
respectivamente pouco 
mos evidenciado alguns 
"preconceitos" que encontramos em algumas 
V), 
-
definitivamente ao pas
 
II. O ADJETIVO LIBERAL. 
 
conjunto 
deter
ameri
defi
liberal; ele foi usado de uma forma meramente 
carregam a marca de liberal, ou, de uma forma 
 bastante diversos, que 
se relacionam com diferentes disciplinas: para 
dos movimentos e dos 
definem liberais, para 
izar do ponto de vista 
liberal entre as outras formas de 
 
o adjetivo liberal, existe em primeiro lugar a do 
historiador puro, tendo como ponto de partida o uso 
(antes, na linguagem comum, o termo indicava uma 
atitude aberta, tolerante e/ou generosa, ou as 
to, tal 
1812, para determinar o partido que defendia as 
servil, e, na 
688 LIBERALISMO 
 
-
amente definido acerca do 
substantivo, os liberais com o Liberalismo, em suma, 
 ao Liberalismo um vasto 
define apenas algum
termo liberal pode, pois, conduzir a perigosas 
con
partidos que se autodefinem liberais, quer focalizando 
de ingenuidade, a h ralismo europeu se 
mente confusa: temos 
Liberalismo. 
Trata-
inclusive porque nem sempre grupos e partidos que se 
inspiravam na
partidos liberais 
rente com os 
dos agrupamentos de 
movimentos ou de partidos 
i
partidos com 
nos 
diversificadas: conservadoras, centristas, moderadas, 
progressistas. 
Ainda hoje a palavra liberal assume diferentes 
guns 
posicionamento de centro, capaz de mediar 
conservadorismo e progressismo, em outros (Estados 
Unidos), um radicalismo de esquerda defensor 
agressivo de velhas e novas liberdades civis, em 
dade particular. 
Por isso, um destacado pensador liberal (F. A. Hayek) 
Apesar disso, os diferentes partidos liberais buscaram, 
mo L'entente internationale des 
partis radicaux et des partis democratiques similaires, 
fundada em Genebra no ano de 1924, em seguida, 
em Oxford no 
ano de 1947; hoje, no Parlamento europeu, acham-se 
federados no grupo liberal e 
 
XIX foram- ticos 
-
liberais que, na firme defesa do ideal monarquista, 
admitiam formas limitadas de 
os liberal-nacionais que, por identificarem a causa 
nacional com a liberal, 
significado liberal de 
subordinavam a nacional; os 
os protestantes) liberais que, contra os 
os liberal-
do Liberalismo, encarado como mera garantia dos 
direitos individuais, salientavam o momento da 
-cambistas liberais que, 
contrariamente aos liberal-estatalistas, defendiam a 
- o no mercado interno 
mercado internacional 
(antiprotecionismo). Alguns 
nacional, o privilegiamento 
exclusivo do laissez faire, laissez passer, 
mais para caracterizar o Liberalismo de hoje; outros, 
ao con
ou 
contra o materialismo da sociedade opulenta. 
deve ao fato de o termo ser usado em contextos 
disciplinares bastante diversos entre si. Temos, assim, 
principalmente com uma determinada organiz
Estado capaz de garantir os di
Liberalismo muitas vezes propenso a transformar suas 
particulares em fins absolutos (ver, 
por exemplo, 
Restau ios das garantias 
do Rechtsstaat, ou a volta ao Estatuto pedida por 
Sonnino em 1897). Temos, em seguida, umLiberalismo 
resume-
esta arte de governar oscilou constantemente entre o 
simples comprometimento parlamentar, objetivando 
tentes, e a 
 
LIBERALISMO 689 
 
causou a passagem da monarquia constitucional para 
sido por 
Liberalismo e democracia, embora as resis
clericais e dos 
socialistas. Temos, enfim, um Libe
Liberalismo, muitas vezes, por acreditar que o 
dependeria da livre 
 
pesou suficientemente os custos que tal teoria 
acarretava em termos de liberdades civis e esqueceu 
que a felicidade tinha 
Estados absolutistas. 
 sidade 
-institucionais em que as mesmas 
se manifestam. De acordo com a 
gralmente pelo 
ralismo 
significa individualismo; por individualismo entende-
-institucionais diferentes, o Liberalismo enfatizou 
ment
ticulares e naturais, 
fundamentadas no status; ou, 
(partidos, sindicatos, etc), quer para estimular a 
que o individualismo 
particular, quer como 
 
-institucionais correspondem a 
de 
sociedade civil. Onde, como na Inglaterra, a sociedade 
veio se libertando, desde 
autonomamente, da estrutura corporativista, o 
lmente" inserido na 
 
de libertar o indiv
da soberania popular, de tal forma que 
Onde, como na Alemanha, uma sociedade estruturada 
em classes demonstra ainda 
Liberalismo 
 
 nem dividida, nem contraposta, e sim como seu 
 a sociedade civil, 
de quem se apresenta como verdade manifesta. Destas 
 associacionista, individualista e 
or Industrial prevaleceu 
 conforme Tocqueville 
 a primeira, embora o Liberalismo continue 
livre desenvolvimento da individualidade, em 
 
Outro contraste, que predominou principalmente 
X, discriminando o Liberalismo continental 
diferentes contextos 
agir, de forma que 
Liberalismo 
rompem ou se encontram em ruptura potencial com a 
pela filosofia do direito natural e do contrato; ambas 
fim 
absol
gem 
de Kant e Constant em Rousseau, enquanto o 
 
James Mill a tem em Hobbes. Para o Liberalismo 
co, o desejo 
dos conceitos formulados para a economia pelos 
que maximizassem 
s 
governantes dependentes 
felicidade para 
Liberalismo utili
, no 
movi 
690 LIBERALISMO 
 
visto 
o o sucessivo 
 
o 
diferentes consiste ha defesa do Estado liberal, 
um Estado tem a finalidade de garantir os direitos do 
finalidade, exige formas, mais ou menos amplas, de 
 
globalizante, 
-se numa "era liberal", 
u com a 
-
a predominar a Realpolitik, o 
nacionalismo e o 
(Croce); ou com a Primeira Guerra Mundial e a crise 
do contexto liberal que a ela se seguiu (De Ruggiero, 
Laski). Fala-
-
valor supremo da vida individual e social, mas 
explica todo um conjunto 
e sociais intimamente relacionados entre si. Mesmo 
Francesa, a atmosfera cultural acha-se modificada 
radicalmente: ao 
 contra -se o historicismo e sua 
nova con
algo associai ou abstrato, mas como algo sempre 
determinado historicamente. Justamente por causa de 
seu sentido do concreto e do real, o historicismo 
liber uma nova 
mente com o 
mito da revo -
e dos socialistas. 
cular 
povos. Uma liberdade encarada desta maneira 
provoca, em todos os segmentos da sociedade, 
capazes de modificar 
 
 
novo, o associacionismo (quer para o progresso 
no campo 
-
trole sobre o Governo; 
a e cultural, 
-
Estado e do ensino; e, enfim, luta-se contra as 
monarquias absolutas, a fim de se conseguir 
vas, 
responsabilidade de Governo, em outras palavras, 
um compromisso entre absolutismo e 
monarquia e soberania popular. Este compromisso, sob 
ticas, se revela 
prejud
absolutista permanecem as grandes estruturas, como a 
quando dividida em Estados diferentes, sua 
inde
estruturas institucionais que possibilitassem sua livre 
nacional, apto para 
se configura como a 
liberal. 
Com 
no contexto cultural da Europa moderna, a partir do 
humanismo, mas principalmente herdou o Estado 
libe
nascimento dos partidos de massa com ideologias 
muitas vezes anti ou a-liberais , mesmo assim o 
liberal- . Talvez por estes motivos, por estar 
Europa, o Liberalismo se configura como um ideal e 
 
 
LIBERALISMO 691 
 
a era liberal, e sim o Estado liberal, passando das 
partes para o todo. Se os liberais tiveram perto de si 
democratas, clericais e socialistas, o Estado liberal 
demonstrou uma continuidade surpreendente e uma 
totalitarismo, que 
o Liberalismo como sendo uma simples ideologia 
um partido, 
em 
To a 
 na 
medida em que se afastaram explicitamente do 
outra 
forma de Estado que, conforme a matriz 
 
III. O SUBSTANTIVO LIBERDADE. 
do mapa dos diferentes partidos ou movimentos 
sibilita chegar a uma 
se pro
uma -
para 
o substantivo. 
livre- esse apenas 
objeto de estudo por parte da biologia, da antropologia 
e da psicologia. Nada disso interessa, uma vez que, do 
ponto de vista 
-nos-emos, pois, 
liberdade 
-
acerca do agir livre: a liberdade natural, a racional e a 
libertadora. 
ramente 
livre quando pode fazer tudo aquilo que o satisfaz. 
Trata- tica, na medida 
instintos ou apetites ocasio
sat 
desejos, e portanto para ser livre, o homem precisa 
poder) para coagir e subordinar os outros homens. 
Temos aqui uma liberdade que implica, pois, a 
desigualdade. Se a liberdade coincide com o poder, 
 
Este tipo de liberdade foi descrito por Hobbes, 
m no estado 
prazer o instinto constitutivo da natureza humana. 
Todavia, contratualistas e psicanalistas concordam em 
necessidades e instintos, por um lado, e os meios e 
-
serem de fato escassos e limitados. Nasce, assim, a 
ssuir, consegue pelo 
menos algo, dobrando-
de realidade. Em outras palavras, em todos os grupos 
zerem o que mais lhes 
li
das classes dominantes acerca da nocividade social 
desta ou daquela liberdade natural. 
Precisamos, neste ponto, passar para outra de
ponto de partida na liberdade natural e chega a 
pode tornar-se livre na medida em que busca adequar-
tiva onde se encontra 
lugar de 
"posso (ser livre), porque quero e porque tenho o poder 
para agir", afirma-se "posso, porque devo, e devo na 
medida em que, enquanto homem, participo de uma 
ordem racional". O instrument
conhecimento, 
oposto do homem racional que vive em sociedade. A 
verdadeira liberdade se manifesta, pois, como 
ional. 
portanto, esta liberdade, uma vez que as respostas 
variam conforme os diferentes pensadores. 
bastante diferentes: uma que enfatiza o homem 
principalme
 
692 LIBERALISMO 
 
primeira apresenta apenas um interesse mar
Spinoza e em 
Freud; homem se torna 
livre na medida em que identifica e domina suas 
-se daquilo 
dar-
correspondem a 
da auto- 
XVIII) 
os primeiros (Hobbes, 
Spinoza, Rousseau), a verdadeira liberdade existe 
unicamente n
ao mesmo tempo, concretiza a ordem e se faz portador 
de um valor 
Estado, o 
numa vontade mais elevada ou maior que abrange em 
alter ou o socius. Para os segundos (Marx 
e Comte), a verdadeira liberdade consiste na 
imanente, uma sociedade sem classes ou a ordem social 
 Enquanto a liberdade natural 
liberdade do Estado, 
liberdade no Estado (ou na classe ou na ordem 
 
dade 
que, de maneiras diferentes, participa da primeira e da 
segunda. Com efeito, por um lado, enfatiza o fato de a 
natural, e sim na 
todavia, por outro 
e vem a ser 
o bem e o mal, nem tampouco, um poder (a Igreja, o 
o 
palavras, a verdadeira liberdade consiste na 
possibilidade situacional que o homem tem para 
escolher, manifestar e difundir seus valores, morais 
 
Falou-se em possibilidade situacional porque, para 
maximizar as possibilidades 
obj
contexto social que assegurem um real pluralismo 
 
minimizar os condicionamentos (internos e externos) 
temas focalizadosmass media), mas 
instrumentalmente pelo 
condi
estes condicionamentos, para 
serem livres, precisam, mediante o conhecimento, 
 
de uma "liberdade de auto- de 
condicionamentos externos e internos". A liberdade 
poder fazer: 
sublinhamos a palavra poder justamente porque ela 
permanece, de alguma maneira, relacionada com a 
liberdade, visto que a liber
impedimentos e condicionamentos externos e internos 
e, portanto, uma possibilidade de poder. Em outras 
palavras, exige a 
possibilite e garanta, ao mesmo tempo, a livre 
mani
venha 
a ser um status e socialmente garantido; ela 
-requisito 
do homem, sempre na 
ou, melhor ainda, de uma 
tido, entende-
aquela que tem 
existia, quebrando desta forma os processos 
-sociais 
fina
auto Precisamos, ainda, definir 
sibilita ao 
homem testemunhar seus valores mo
 vida 
rico do 
Liberalismo, visto serem por demais abrangentes. 
o 
 
LIBERALISMO 693 
 
pode, todavia, ter utilidade se nos p
a resposta dos pensadores, normalmente considerados 
"liberais", ao proble
liberdade natural, a liberdade na ordem racional, a 
liberdade como auto- 
lim
definidas: a primeira consiste na 
homem contra o Estado repressivo) com a 
 com base num 
para limitar a liberdade natural, deve ser utilizado, 
como instrumento, o direito 
um q
levado a efeito pelo direito, deve ser uma res
mediante as 
quais a mesma se organiza. 
Historicamente, os pensadores liberais defenderam, 
do capitalismo nascente, lutaram a favor da liberdade 
veria se intrometer no 
livre jogo do mercado que, sob determinados aspectos, 
era visto como um Estado natural, ou melhor, como 
uma sociedade civil, fundamentada em contratos entre 
particulares. Aceitava-se o Estado somente na figura 
(laissez faire, 
laissez passer) n
empregados e empregadores, ao poder contratual das 
partes; nos conflitos entre as diferentes empresas (no 
nacional), ao 
recompensa o melhor. N -industrial e 
esquerda, a 
liberdade sexual bem como a do uso de drogas contra 
gada, ao mesmo tempo, 
mentai e ligada ao sistema 
carne. 
turais, 
que privilegiam o mais poderosos quer no mercado 
mente, estas 
 
se formou o Estado moderno. 
Muitos pensadores 
uma dose mais 
trio ou da liberdade natural do homem, 
trabalhistas, protecionismo, leis contra os 
efen
mais fracas (salvaguarda dos direitos civis, reforma do 
pesadas). 
e liberdade no Estado, no caso 
como de 
Governo, 
enquanto reivindicam plena liberdade social (de 
Rousseau ou de Hegel, nunca acreditaram que a 
vontade geral, manifestada pelo Estado, fosse 
qualitativamente diferente do soma elhor, da 
como concreta uni
s
sociedade) e, por outro lado, como simples 
liberal, precisa bu
legitimidade. 
se 
oponham a quem pensa existir uma ordem ne
sente-
 justamente o Estado liberal. Continua sendo um 
bem absoluto, embora 
(liberdade interior) e submetido ao campo do direito 
(liberdade exterior), embora o Estado liberal tenha 
organi
cada 
livre
sem 
impedi-los, enfim, mesmo em se tratando de um 
como fim e 
a 
694 LIBERALISMO 
 
 
de 
um i
estrutura pluralista, nem sempre 
- m, de uma 
tentativa 
reco
o e social: a 
-a em 
por completo, 
tural justamente nos 
sociedade civil (por 
 
como 
-
captar a verdadeira liberdade liberal; precisamos, 
efetuadas a 
prevalece o 
que poderia se 
desenvolver unicamente na esfera particular) sobre o 
-la como 
poder. Vale lembrar que no Estado moderno existem 
-
o. 
lectuais. A 
explicada, em parte, pelo fato de tais 
emergirem principalmente durante 
a re
era 
(com Locke, Montesquieu, Constant) sempre reafirmou 
par
 
enquanto Tocqueville achava que a verdadeira 
ica. 
do 
fini-lo. Os 
is, bem 
liberdade, nos proporcionam todavia referenciais para 
examinar algumas 
te por estas 
duas linhas convergentes que devem servir para 
focalizar corretamente o Liberalismo: por um lado, 
um dado "duro" ou "frio", o Estado liberal com seus 
de 
-sociais, em outras palavras, os 
diferentes momentos liberais. 
IV. LIBERALISMO E CIVILIZ . Vamos 
Liberalismo e de ambos daremos a 
primeira, "temporal", na medida 
as estruturas, sejam elas institucionais (o Estado) ou 
mos tipologicamente, podemos afirmar que a 
pri
as duas guerras, enquanto a segunda veio se definindo 
-guerra. Ambas, todavia, 
se situam no mesmo horizonte de discurso: o 
caracteriza a Europa 
descritivo (
bastante perigoso e acarreta graves riscos de 
compreender bem o Liberalismo no plano 
riscos 
 
Antes de tudo, precisamos observar que, se tudo 
aquilo que acontece no "moderno" se acha 
positivamente relacionado com o Liberalismo, 
acabamos por transformar a proximidade de processos 
Chegamos, assim, muitas vezes a ter uma 
LIBERALISMO 695 
 
Enfim, perde-se de vista os momentos liberais 
concretos para se ter um Liberalismo pelo menos 
 sempre no 
o Governo, visto 
ter-
 
Liberalismo na Idade Moderna de seu 
nascimento, de seu apogeu e de seu ocaso. Nas 
Ruggiero e Laski). Nas interpreta
(Habermas, Koselleck); a verdadeira face do 
Liberalismo -
se em fascismo (Marcuse, Horkheimer), como 
em 
Com efeito, num primeiro momento, os capitalistas 
individualmente operam no mercado, mediante a 
posse efetiva das propriedades particulares, garantida 
por um Estado neutro; em seguida, 
envereda pelo caminho da sociedade global da pura 
domina
unicamente a grandeza e as coisas, enquanto 
marginaliza a liberdade e a fantasia dos homens. 
o 
ralismo 
(De siste na nova 
afirmando na Europa 
etapas essenciais, 
racionalismo (de Descartes ao iluminismo). A 
 
contraste com o dualismo medieval, pela sua 
inteiramente conquistado, representa a primeira 
criador da liberdade, oferecida unicamente sob a 
Reforma 
protestante principalmente o calvinismo traz a 
doutrina do livre exame, derruba 
ecl mem e 
ministro do Deus verdadeiro, que pela ascese no 
disciplinar 
 
encontra em si mesma seu ponto de partida, 
-
tado, pela Igreja, pela escola, pelos 
mitos e pelas 
ponto de partida para a ap
sociedade. 
si e de seu valor e a querer instaurar plenamente o 
regnum hominis sobre a terra. As origens do 
Liberalismo coincidem, assim, 
autoridade, 
Libe
interpretado, de acordo com este enfoque, a partir da 
 sobre 
forma que o 
universalizado. Nesta re
o risco 
de transformar o Liberal
filosofia "moderna". Em outras palavras, corre-se o 
risco de transformar o Libera
mundo, numa ideologia sincretista, reelaborada a 
posteriori, com base nos mais diversos materiais 
dade, revela-
 
696 LIBERALISMO 
 
Esta r
processos sociais bem mais amplos e 
 
cultura da Europa 
mudado consideravelmente. De qualquer forma, o 
teoria, a que se revelou historicamente vitoriosa 
mediante 
 no plural 
 
gressista (iluminista) 
 e 
visa 
unicamente a liberdade individual e por isso 
mesmo absoluta 
em que consegue atingir o universal, a vontade geral 
ou a v
reduz a liberdade 
 
Uma segund
o primeiro 
soberana, o 
grupos sociais. Encontramos na his
culturais e sociais, 
que quebram a ordem que sustentava o mundo 
medieval e desarticulam a sociedade. Temos a Reforma 
Protestante e o surgimento de uma pluralidade de 
Igrejas e temos, 
justamente, no momento em que se percebe que esta 
Percebe-se, 
ainda, a necessidade de encontrar solu
institucionais, que possibilitem a esta sociedade 
etapas que 
debate acerca da liberdade religiosa, com a nece
Locke), e a defesa dos 
diferentes grupos sociais (Hume, Burke). 
ser 
 uma evolu
simples fato ou como um pro -social, 
 ou de mo
contexto que 
pela 
crescente complexidadeda gest moderno, 
nais, baseadas na 
da cultura, 
mass media, duos 
 
O subjetivismo moderno, fazendo com que o 
viver 
representa apenas um f
crescente igualdade de con
sujeito transcendental. Neste 
novo contexto social, aquele absoluto, que a filosofia 
identificou como -se 
 como sendo apenas uma 
massa, onde todos se consideram livres e a
em 
autoridade institucionalizada e de todo valor 
transcendental. Na realidade, neste tipo de sociedade, 
isenta de qualquer direcionamento. 
Re
do ponto de vista hist
totalmente ausente do 
pensamento liberal, sempre 
LIBERALISMO 697 
 
a orgulhosa certeza de que o homem, quebradas as 
correntes, teria realizado na terra 
total, juntamente com a da humanidade. O radical 
pelo qual compete ao 
mite chega
ilimitada; ela assume tonalidades otimistas unicamente 
tra o paternalismo de tipo absolutista, 
que tinha seu ponto de partida na mesma premissa 
a a concluir que os 
 
parte do iluminismo, ou seja, daquela total confian
da maioria, ou na 
nejando a vida social. 
Em outras palavras, o 
sociedade como uma 
artificial
organismo que precisa crescer de acordo com as 
encontram, na 
manifestados (J. S. Mill). O marxismo parece ser o 
do 
iluminismo. Justamente por este seu posicionamento, o 
governamental, desconfia de uma verdade objetiva e 
absoluta, estimula uma mentalidade experimental e 
enunciados a verifi
entre posi
liberais se iden
com uma doutrina. 
puritanismo): 
trata-se de uma tese bastante difundida, quer entre os 
leigos, que 
liberais que animaram luteranos, calvinistas e 
puritanos, e esquece que a Reforma se constitui na 
alguns referen 
assumidos pelo 
tanto na -
de 
Protes
estes 
e, 
terrena, fundamentada nas liberdades civis e no 
durante as guerras civis, encontramos no debate 
 
lismo. 
 Liberalismo se 
manifesta somente na resposta, por ele dada, ao 
problema da ruptura da unidade religiosa, resposta 
que, num primeiro momento, 
num segundo momento, liberdade religiosa: a 
liberdade relig da liberdade moderna. A 
nem o 
mediante a trad
Temos a 
mente 
enunciado por Tocqueville, de livres Igrejas em livre 
garante, para toda a comunidade, da riqueza da vida 
capaz de se contrapor aos impulsos 
edonistas da sociedade do bem-estar, que representam 
o perigo mais sutil para a liberdade numa sociedade 
 
V. LIBERALISMO, IDADE BURGUESA. A 
inter
juristas, foi retomada recentemente por historiadores 
ralismo 
seria filho do Estado moderno ou, em sentido mais 
 
698 LIBERALISMO 
 
poder, instaurando-se na E
XVI. 
berania, confiando ao 
direito algum acima do Estado 
que possa limitar sua vontade: o Estado adquire, pois, 
O poder para determinar, mediante leis, o 
comportamento 
individuais se apresentam, muitas vezes, apenas como 
benignas 
quem 
possui 
desaparecem todos os centros de autoridade 
reivindicadores 
tal 
superior, e os ind
inteiramente particular e tornados todos iguais 
Estado 
moderno se apresenta como Estado administrativo, na 
novo instrumento operacional, a moderna burocracia, 
maneira racional e eficiente 
com vista a um determinado fim. 
pela 
premissa 
O Liberalismo (e/ou a democracia) representaria, 
desta forma, a reconquista pelas bases deste tipo de 
 Liberalismo 
tempo, a democracia serviria para legitimar este Estado 
unicamente por 
estruturas institucionais garantidas. Do 
o, o Liberalismo, por estar 
intimamente ligado ao constitucionalismo, sempre se 
limitadoras do poder do Governo. Do ponto de vista 
defensor das autonomias e das liberdades da 
sociedade civil, ou seja, daquelas camadas 
mais especificamente 
riedade, a diversidade e 
a pluralidade, do jeito que se encontram na sociedade 
central, que opera de maneira minuciosa, uniforme e 
tica. Do pon
administrativo, que, com o objetivo da ordem ou do 
bem-
na sua vida particular: enquanto o Estado 
 
flitos, os 
precisa ser revitalizada (mesmo 
categorias ou classes mais ou menos limitadas), 
aceitando o custo que tal fato acarreta em termos de 
conflitos, visto serem eles, quando mantidos no 
de desordem. 
deixa 
perceber que o Liberalismo, dando continuidade ao 
pensamento medieval, se caracteriza justamente como 
posicionamentos aparentemente diferentes nos diversos 
preconceito pode provocar, t
mal-entendidos: Locke, por exemplo, pode ser visto 
aristocracia e a burguesia, enquanto Montesquieu pode 
ser 
embora, substancialmente, seu 
muito divergente. Mais: pode-se afirmar que o 
 
constitucional-pluralistas, a do controle de 
 
LIBERALISMO 699 
 
de boa vontade. 
re
dendo 
de uma 
tese marxista tradicional: ser o Liberalismo a 
ascendente, quando o mercado possibilita margens de 
a (Laski, Marcuse), 
seja o de capitalismo de Estado (Horkheimer). 
do Estado absoluto cria as premissas para sua 
lica) e moral 
moral da realidade 
Estado absoluto, cria-
que a burguesia, uma vez tom
-
tribunal da moral. Este tribunal da sociedade (clubes, 
ornais) chama-se 
radicalizado, preparando desta forma a crise 
liberal iria se firmando, 
Estado absoluto, enquanto Estado exclusivamente 
destrui
mercado. 
pelo 
os pressupostos estruturais 
burguesia. Por outro lado, ficou claro que o 
utilitarista, fundamento do Libe
-
contratuais: a 
berais de origem contratualista encontram-
se 
crise atual do Liberalismo, uma vez que a teoria tem 
se revelado inadequada para servir de fundamento a 
sidere o emergir da 
baseada na solidaried
 
Encontramo-nos diante do terceiro preconceito, o 
sia. 
ant uma classe nos 
porque o termo 
pode significar os habitantes das cidades, os que 
desem
as classes mercantis, os 
profissionais liberais, os engravatados, as classes 
pois, um lmente 
justamente o Liberalismo. 
processos 
guesia capitalista 
quer do Liberalismo 
duzindo o Liberalismo 
a mero subproduto da burguesia, quando, 
historicamente, a burguesia capitalista nem sempre foi 
liberal e nem sempre os liberais foram defensores 
desta burguesia. Trata-
gue 
-
da burguesia, acaba por concluir 
necessariamente 
capitalismo, na hora em que este atinge seu momento 
 
Trata-se de um preconceito porque, empiricamente, 
podemos com facilidade desmentir esta identifi
ressalta todas as 
aristocracia e que foram decisivas (na Inglaterra e na 
que muitas vezes o do despotismo 
iluminado, encontrou apoio justamente na burguesia 
700 LIBERALISMO 
 
-ca
jus de alguns aspectos 
mais significativos do Libera
confia totalmente, contra a democracia populista, na 
democracia administrada, no momento de luta ou de 
novo" como ele mesmo se definiu , que 
em prol da liberdade. 
principalmente na Inglaterra, identificou-se com o 
Li
tam -
cambista, uma vez que muitas vezes aproveitou-se das 
vantagens oferecidas pelo protecionismo do Estado, 
-cambistas ou 
os livre- -
 
Enfim, trata-se de verificar se, com o ocaso da 
sociedade burguesa e o advento da sociedade de 
massa, onde ocorreu um pr 
dos antigos aliados da burguesia capitalista, ou com o 
advento das sociedades socialistas, onde a burguesia 
detentora dos meios de 
tradicionais do Liberalismo, ou seja, a defesa dos 
direitos civis 
como a luta 
 
Este enfoque, que busca dissociar o Liberalismo da 
burguesia, percebida marxisticamente como a classe 
implica 
manifesta como uma 
resposta a necessidades morais e espirituais, vistas 
pelos homens, em determinada etapa de sua ev
todos os homens e, portanto, universal. Este enfoque 
im
 
que liberais ou burgueses ou burgueses liberais deram 
a problemas contingentes, avaliados numa perspectiva 
utilitarismo, de interesses particulares de classe.Torna-
da atualidade do Liberalismo: o Estado 
 identificou, com efeito, como 
capitalismo de Estado (gerenciado pela velha 
burguesia ou pela nova classe das burocracias 
socialistas) o progressivo desaparecimento, quer da 
dos mass media, quer do mercado, entendido como 
 privada das 
necessidades morais e espirituais do homem, ou, ao 
-intelectual 
(mediante os mass media), bem como de poder 
-se 
desta forma nada mais do que o aper
 
de 
-
expectativa de rea
liberal se -
da oral. 
VI. As ETAPAS DO ESTADO LIBERAL. Estes quatro 
estrutural) possibilitaram uma melhor 
 
mo justamente por ser 
-
que se origina na passagem do 
constitucionalismo medieval para o moderno no 
guerras 
-1848) e entra em crise com o 
berais, onde 
- 
 sempre 
 
LIBERALISMO 701 
 
responsabilidade do Governo diante das assem
e/ou dos eleitores) e a autonomia da sociedade civil 
como autogoverno local e associativo 
tamente governado por ele. 
Do ponto de vista institucional, o Liberalismo se 
configura como a 
constitucionalismo 
-las de acordo com modelos 
racionais, num segundo momento; ou, na Alemanha, 
como 
estrutura social por categorias, no contexto de um 
modelo anglo-
parlamentarista e regime presidencialista, encontra-se 
cional. Historicamente, 
apresentam uma continuidade 
momento de ruptura com o advento do totalitarismo. 
cide com a 
- verdade 
mas e 
-
antiliberais. 
- ram 
vivenciados pelo Liberalismo de maneiras diferentes, 
de acordo com os diversos movimentos culturais que 
a ele se relacionam cronologica
racionalismo, o utilitarismo, o historicismo). A defesa 
socieda
 
evidencia como a primeira tarefa, mesmo nos 
sua redescoberta da 
comunidade como sede do valor moral, ou 
sa do associacionismo 
deste complexo 
 
ica, bem como de seus direitos civis, 
e as formas, mais ou menos eficazes, da sua tutela 
 
do homem. Locke, indo mais adiante, reivindica, no 
o
 
pluralismo dos valores como algo positivo para toda a 
debate e da 
mediante a t
significativas, que garantam o debate (o 
parliamentum), 
arbitraried
visto pressupor uma total 
presente na cultura iluminista, 
bem como na cultura historicista, desembocadas 
ambas a partir de aspectos diversos e de diferentes 
contextos 
partindo 
historicidade das 
-se na capacidade que o pensamento tem 
de convencer criticamente 
determinados valores aos tempos. 
Com isto, pode-
essencialmente competitiva, visto estar orientada a 
-
sociedade. Acredita na compe
somente estes poderem selecionar aristocracias 
impedir a mediocridade do conformismo de massa, 
J. S. Mill, Weber, Croce). Vale lembrar que, para o 
pensamento 
702 LIBERALISMO 
 
liberal, a teoria das elites corresponde a um fato 
a uma ideologia, enquanto justamente os que a negam 
podem cair em formas perigosas de mistific
 da 
possibilitem a 
elites. 
Posto isto, faz-
destaques do Liberalismo que, nos seus momentos mais 
original aos 
desafios, sempre renovados, potencialmente 
Liberalismo 
que foram 
proposto o ideal de liberdade religiosa, em seguida foi 
Burke), como exp
mais 
(Tocqueville). 
em monarquia 
Liberalismo contra o absolutismo tem seu ponto de 
gurar a 
aplicador do 
direito (quer seja uma lei, quer seja um costume) e, ao 
mesmo tempo, deixar com o monarca a titularidade do 
poder executivo, enquanto os representantes do povo 
recebem a tarefa de definir, mediante a lei, a vontade 
o (Locke, Montesquieu, Kant, 
Humboldt, Constant). Os ministros seriam 
"criminalmente" 
diante dos re 
O segundo desafio atinge o Liberalismo no poder e 
coincide com o advento da democracia. Respondeu-se 
tinham direitos eleitorais e 
teriormente, com a proposta de 
vertical (autonomias locais, federalismo), quer na 
 
maioria-
rei-Parlamento (Federalist, Adams, Tocqueville, I. S. 
Mill). 
Estes acontecimentos coincidiram com uma mu
de interesses por parte do pensamento po
sociedade e suas estruturas, uma 
desta ou principalmente desta podem advir 
bem comum mediante a vontade geral, ou 
da vontade da maioria, 
contra esta
vez sociedade 
pluralista. 
concor
autonomia dos subsistemas (partidos, sindicatos, 
tico, 
controlar 
e 
com capacidade para assegurar 
. 
Liberalismo bastante diferenciadas entre si, a 
desafio ao socialismo. 
O Liberalismo ocidental apresenta-se unicamente 
- uma 
vez que se tornou pat
estruturas do Estado liberal-de-
ritos (Einaudi). Todavia, viu-se na 
necessidade de of
acusava de ser defensor de liberdades meramente 
gico 
o essencial para as primeiras. O 
Liberalismo lutara fundamentalmente pelas liberdades 
de 
nte 
parte do Estado e a garantia para estes direitos 
orientado 
LIBERALISMO 703 
 
para as liberdades do ou da 
atingir estas finalidades 
do Liberalismo 
renunciou- -
 
colocado, pelo 
 onde 
, e sim como um 
corresponder aos fins; ele pode, de tal forma, oferecer 
altamente significativa e realista 
para 
Li
diversos pensadores ou nas diversas escolas 
inte social: 
keynesiana, 
a escola de Friburgo (W. Eucken) e a escola de 
Chicago (M. Friedman, F. H. Hayek). Embora todos 
renciam em maior ou 
menor grau de medo de que o Estado assistencial leve 
inevitavelmente ao fim do Liberalismo. A resposta do 
realiza do ou da pode chegar a 
seja as 
liberdades de. 
smo e 
menor ou maior rapidez com 
que se pretenda con
geral do desenvolvimento social, que pode levar ao 
Estado assistencial ou ao Estado social. 
Aspec pelo 
mostrado completamente sua fisionomia: o 
a "primavera" de 
Praga e, mais tarde, o "outono" 
do Leste nasce como ten
somente pelo reformismo liberal. Caminha seguindo 
individuais e civis, bem como de uma igualdade 
da 
sociedade, a fim de que as classes, os agrupamentos 
sociais e os grupos nacionais possam se 
tornar autoconscientes; e, finalmente, a redescoberta 
cialista, para 
-la da "nova classe" 
 
VII. O ESTADO LIBERAL: HOJE: ENTRE NEO-
CORPORATIVISMO E MERCADO. Para concluir acerca 
da atualidade do Liberalismo, podemos tomar como 
Keynes. De acordo 
-liberais demonstrariam fatualmente sua 
superioridade assegurando, ao mesmo tempo, um 
confirmar a superioridade dos sistemas 
evide
se a 
garantida pela lei. Em outras palavras, trata-se de ver, 
 
literatura liberal, se a resposta que foi dada ao 
Estado adminis
pelo indi
Welfare State 
Estado liberal. 
A luta contra a pobreza, a fim de concretizar a 
liberdade da necessidade, nem sempre teve como 
o compromisso. -estar 
tem provocado uma certa forma de incerteza 
espiritual; ia, os fins do 
questionados, na medida em que o bem-estar de 
amplos setores da 
A- luta contra 
levou ao desaparecimento tendencial do mercado, 
economia administrada de maneira centralizada 
mediante a pla
Estado 
desaparecendo progressivamente, na medida em que o 
empresas (o Estado-capitalista ou 
704 LIBERALISMO 
 
industrial), enquanto na segunda foram se firmando 
do 
 
dos mass media. 
o homem substancialmente 
com a sociedade, em 
que sua cultura era fundamentalmente oral. Apenas 
tem sido pos
mani
mass 
media 
passageiras embora fortes 
do Estado ou de grandes conglomerados 
nso (tem o mesmo poder sobre o 
mercado, viciando, mediante a 
do consumidor). 
Kultur 
educaci
altura dos tempos 
ga y 
eficiente o sistema 
justamente com o mer
o desaparecimento dos dois pilares do Liberalismo 
o desaparecimento tendencial 
moral-
de uma bem reduzida elite de poder, que pode exercer, 
formas de condicionamento, que se concretizam numa 
na chantagem quanto ao emprego. 
cretizar 
indigentes e os desempregados, os doentes eos 
- de entidades 
preocupando-
desta forma um papel 
suas sedes mais 
problemas bem diversos dos tradicionais da ma
do direito e da ordem, visto criar um conjunto de 
ades comuns e para um 
crescer cada vez mais. Tal fato acarreta, por um lado, 
por outro lado, a 
julgam como melhor lhes parece as 
poder de escolha. A seguran portanto, 
-o somente para pedir ao Estado 
(paternalista) sempre algo mais, provocando desta 
veis unicamente, mediante 
formas concretas 
socialismo, tem que optar entre o Estado assistencial, 
forma modificada do velho "Estado policial", que 
atribui a tarefa de concretizar o bem-estar ou as 
uma atitude paternalista, e o Estado reduzido, que 
 singular e 
coletivamente mediante o livre mercado. O Estado 
assistencial leva irremediavelmente a uma sociedade 
para o Liberalismo. Tal fato determinaria o fim do 
outras pa
con
Es
eresse) e por haver uma 
quinas 
 
alto, pode optar pela sociedade civil, de modo que a 
resposta aos problemas 
seja dada ao 
institucional-estatal, m
dentes 
 
LIBERAL-SOCIALISMO 705 
 
-administrativas. Em outras palavras, o 
problema h
pensamento liberal de direita e de esquerda 
-
primazia da sociedade civil, buscando formas novas 
para que esta primazia possa se exprimir, deixando 
com o Estado apenas a tarefa de garantir para todos a 
e incentivador de inic
NEOCORPORATIVISMO (V.) OU Estado 
 
 
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[NICOLA MATTEUCCI] 
Liberal-socialismo. 
I. As S. Historicamente, 
vale a pena recordar que, desde a primeira metade do 
em Liberal-
socialismo ou socialismo liberal ou liberalismo 
socialista. Na Alemanha, enquanto Marx ditava o 
Manifesto do partido comunista, circulava no debate 
liberaler Sozialismus; ao mesmo 
ialismo e 
liberalismo, 
em liberais insatisfeitos, bem como em socialistas de 
a violenta. 
(1806- liberalismo 
liberal do 
pelo socialismo 
-marxista europeu; especificam
membros da sociedade, 
trabalha e acumula unicamente em 
precursor 
liberal-socialista.

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