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Apostila Geomorfologia julho 2013

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Professor Márcio Antônio Mendonça de Sousa 
Colégio Estadual Presidente Kennedy 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
 
 Meu nome é Márcio Antônio Mendonça de Sousa. Sou geólogo da Prefeitura 
Municipal de Belford Roxo, Rio de Janeiro, desde o ano de 2000. Em 2005 me tornei 
professor de matemática da Rede Estadual do Rio de Janeiro e no ano seguinte da disciplina 
geomorfologia, do Curso Técnico em Meio Ambiente, do Colégio Estadual Presidente 
Kennedy, localizado no município de Belford Roxo. 
 No decorrer das minhas aulas de geomorfologia, ao longo dos vários semestres que se 
sucediam, percebi que, por ser, para muitos estudantes, uma ciência desconhecida, havia 
certa dificuldade de compreensão e visualização dos assuntos apresentados. Para facilitar a 
absorção do conhecimento a respeito dos temas abordados por esta fascinante ciência, os 
quais são muito amplos, desenvolvi este trabalho com muitas ilustrações, realizando uma 
coletânea de informações em vários livros e com grande quantidade de figuras buscadas na 
internet. 
 
 
Belford Roxo, julho de 2013 
2 
 
 
 
 
Índice 
 
 
página 
A origem do Universo............................................................................................ 6 
A origem da Terra.................................................................................................. 7 
As camadas do Planeta Terra................................................................................. 10 
A teoria da deriva dos continentes......................................................................... 12 
A teoria das placas tectônicas................................................................................ 15 
Limites conservativos............................................................................................ 16 
Limites divergentes................................................................................................ 16 
Limites convergentes............................................................................................. 17 
Crosta..................................................................................................................... 18 
Rocha..................................................................................................................... 18 
Mineral................................................................................................................... 19 
Rochas ígneas ou magmáticas............................................................................... 20 
Rochas sedimentares.............................................................................................. 23 
Rochas metamórficas............................................................................................. 25 
Metamorfismo regional.......................................................................................... 25 
Metamorfismo local............................................................................................... 26 
Tectonismo............................................................................................................. 29 
Montanhas produzidas por dobramentos............................................................... 29 
Montanhas produzidas por falhamentos................................................................ 30 
Montanhas produzidas por dissecação erosiva de planalto.................................. 30 
Montanhas produzidas por soerguimento associado a processos erosivos......... 31 
Montanhas produzidas por vulcanismo................................................................. 32 
Montanhas em domos............................................................................................ 32 
Vulcanismo............................................................................................................ 33 
O edifício vulcânico............................................................................................... 33 
Partes de um vulcão............................................................................................... 34 
Materiais produzidos pelas atividades vulcânicas................................................ 34 
Gêiseres................................................................................................................. 36 
Atividades vulcânicas no Brasil............................................................................ 37 
Abalos sísmicos..................................................................................................... 39 
Ondas sísmicas....................................................................................................... 40 
Medindo os terremotos.......................................................................................... 40 
Causas dos terremotos........................................................................................... 42 
Sismicidade no Brasil............................................................................................ 43 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
página 
Erosão................................................................................................................. 45 
Erosão pluvial..................................................................................................... 45 
Erosão por gravidade.......................................................................................... 47 
Erosão fluvial..................................................................................................... 48 
Erosão marinha................................................................................................... 52 
Erosão glacial..................................................................................................... 54 
Erosão eólica...................................................................................................... 56 
Intemperismo...................................................................................................... 59 
Tipos de intemperismo....................................................................................... 60 
Produtos do intemperismo.................................................................................. 62 
Relevo continental.............................................................................................. 64 
Relevo submarino............................................................................................... 67 
Bacia Hidrográfica.............................................................................................. 70 
Bacias Hidrográficas do Brasil........................................................................... 71 
Bacia Amazônica................................................................................................ 73 
Bacia do Atlântico Nordeste............................................................................... 73 
Bacia do Paraná..................................................................................................74 
Bacia do Tocantins............................................................................................. 74 
Bacia do São Francisco...................................................................................... 74 
Bacia do Atlântico Leste.................................................................................... 74 
Bacia do Paraguai............................................................................................... 74 
Bacia do Atlântico Sudeste................................................................................. 75 
Bacia do Uruguai................................................................................................ 75 
Bacia do Atlântico Norte.................................................................................... 75 
Gestão de bacias hidrográficas........................................................................... 75 
Padrões de drenagem.......................................................................................... 77 
Ciclo hidrológico................................................................................................ 79 
Balanço hídrico.................................................................................................. 80 
Hidrograma........................................................................................................ 82 
Água subterrânea................................................................................................ 83 
Zonas do solo..................................................................................................... 84 
Aquífero............................................................................................................. 85 
Transposição de bacias hidrográficas................................................................. 87 
Retificação e canalização de cursos d'água........................................................ 88 
Técnicas de dragagem e remoção de sedimentos............................................... 90 
Maré................................................................................................................... 93 
Tábua de marés.................................................................................................. 94 
Escala................................................................................................................. 95 
Escala gráfica..................................................................................................... 95 
 
 
 
 
 
4 
 
+
 
 
página 
Escala numérica.................................................................................................. 95 
Curvas de nível................................................................................................... 97 
Fotointerpretação................................................................................................ 100 
As relações entre o meio ambiente e a geomorfologia...................................... 102 
O meio ambiente................................................................................................ 102 
Degradação ambiental........................................................................................ 105 
Causas da degradação ambiental........................................................................ 107 
O relevo e o quadro ambiental........................................................................... 109 
A importância do relevo como componente do meio natural.......................... 109 
As diferenciações tanto natural como antrópica................................................ 110 
A paisagem como um todo................................................................................. 111 
A geomorfologia e os diagnósticos ambientais................................................. 113 
Os impactos........................................................................................................ 113 
A prevenção....................................................................................................... 114 
O objetivo máximo............................................................................................ 115 
A geomorfologia aplicada aos EIA-RIMAs...................................................... 116 
Estudos de impacto ambiental........................................................................... 119 
Antecedentes do EIA-RIMA............................................................................. 119 
Aplicações dos EIA-RIMAs............................................................................. 120 
Abordagem geomorfológica nos estudos ambientais...................................... 123 
Relevo e impactos ambientais........................................................................... 124 
Conclusões......................................................................................................... 125 
ANEXO............................................................................................................. 126 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ORIGEM DO UNIVERSO 
MÓDULO I – GEOMORFOLOGIA 
6 
Formas das galáxias 
 Há cerca de 13,7 bilhões de anos toda a matéria estava reunida em um único ponto. A 
densidade neste local era tão grande e a temperatura tão elevada que toda essa matéria e energia 
explodiram em um evento único, denominado Big Bang (Grande Explosão), se espalhando para 
todas as direções do espaço. 
 
 
 
BIG BANG 
 
Apresentam, geralmente, diâmetros variando entre 3 mil e 330 mil anos-luz A maior parte delas 
está organizada em grupos/aglomerados, que podem formar superaglomerados. O espaço entre 
as galáxias está preenchido por uma tênue presença de gás (menos de 1 átomo por m³). 
 As galáxias são divididas, quanto à sua forma, em elípticas (E), espirais (S) e irregulares 
(Irr). As primeiras são classificadas de E0 (elíptica quase esférica) a E7 (elíptica bastante 
alongada). Uma galáxia espiral, quando apresenta uma faixa linear repleta de estrelas 
atravessando o seu bulbo (centro), recebe o nome específico de galáxia espiral em barra ou 
barrada, sendo representada pela sigla SB. As letras minúsculas de a a c indicam o grau de 
"aperto" dos braços espirais e o tamanho do bulbo central. As galáxias lenticulares (S0) 
apresentam propriedades intermediárias entre as elípticas e as espirais. 
 
 Entre os primeiros 600 milhões e 2 bilhões de 
anos após o Big Bang já havia um resfriamento 
generalizado do Universo, o que permitiu que a 
matéria viesse a se concentrar em diversos setores, 
originando as galáxias. 
 Galáxias são grandes sistemas ligados pela força 
gravitacional constituídas por estrelas* (possuindo 
entre milhões e trilhões delas), objetos provenientes 
destas, buracos negros, nebulosas, dentre outros 
componentes, principalmente matéria escura
#
 (esta 
constitui mais de 90% da massa das galáxias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Galáxia elíptica M32 Galáxia irregular 
NGC 1427 A 
Galáxia lenticular 
Sombrero NGC 4549 
Galáxia espiral em barra NGC 1300 
Galáxia espiral 
do Rodamoinho 
NGC 5194 
 A galáxia onde está localizado o Sistema Solar chama-se Via-Láctea, tem 
aproximadamente 13 bilhões de anos, possui entre 100 e 400 bilhões de estrelas, apresenta 
forma tipo espiral embarra e diâmetro de cerca de 100 mil anos-luz. 
 
 
light-years = anos-luz 
#
estrelas podem apresentar dimensões com diâmetros superiores a 2 000 000 000km (VV Cephei A e VY 
Canios Majoris), que são hipergigantes vermelhas, e inferiores a 200 000km (OGLE-TR-122b, LHS 2397a e 
Próxima Centauri), que são anãs-vermelhas, cores que vão desde o azul (as mais quentes, ultrapassam 
50.000°C), passando por branca, amarela, laranja, até vermelha (as menos quentes, com temperaturas 
superficiais inferiores a 3 000°C); 
*matéria escura (ou negra) é um tipo de matéria que só interage gravitacionalmente com a matéria visível. 
 
 
A ORIGEM DA TERRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Com a ação da força da gravidade os núcleos das galáxias se aqueceram levando à 
formação das estrelas, sendo que muitas destas originaram sistemas planetários. 
 Dentro da Via-Láctea, e localizado a quase 30 mil anos-luz de seu centro, encontra- se o 
nosso Sistema Solar, que se originou há cerca de 4,6 bilhões de anos, constituído pela estrela 
central – o Sol, oito planetas (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), 
planetas-anões (Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris), vários satélites, asteróides (no 
cinturão ou não) e cometas. Teve sua origem graças a uma nebulosa (nuvem de gás e poeira 
cósmica regida por duas forças opostas que se equilibram, a gravidade e a pressão térmica), que 
foi perturbada por algum tipo de choque, como uma onda provocada pela explosão de uma 
supernova ou simplesmente a aproximação de outra nuvem. O esquema abaixo mostra como 
ocorreu a formação do Sistema Solar. 
Nebulosa Planetária 
(Solar) 
Protoplanetas Sistema Solar 
Planetesimais Disco Protoplanetário 
 A Terra é o terceiro planeta 
mais próximo do Sol, distando, em 
média, 150 milhões quilômetros dele 
e possuindo um diâmetro 
equatorial de 12 756 quilômetros. 
Sua origem, a do Sol e a dos demais 
planetas e corpos do Sistema Solar 
vem de nebulosas, assim como de 
todas as estrelas que existem em 
todas as galáxias, sendo todos 
formados pelos mesmos materiais. 
 
 Sistema Solar 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Astro 
Diâmetro 
equatorial 
(km) 
Diâmetro 
polar (km) 
Distância 
média ao Sol 
(km) 
Distância 
mínima ao 
Sol (km) 
Distância 
máxima ao 
Sol (km) 
Rotação Translação 
Sol 1 392 · 10
3
 1 392 · 10
3
 –– –– –– 
25,38 dias (equador) / 
35 dias (pólos) 
–– 
Mercúrio 4 879 4 879 57 909 227 46 001 009 69 817 445 58,646 dias 87,97 dias 
Vênus 12 104 12 104 108 209 475 107 476 170 108 942 780 - 243,018 dias 224,70 dias 
Terra 12 756 12 714 149 598 262 147 098 291 152 098 235 23,934 horas 365,26 dias 
Lua 3 476 3 472 384 400* 363 104* 405 696* 27,322 dias 27,322 dias* 
Marte 6 792 6 779 227 943 824 206 655 215 249 232 432 24,623 horas 686,98 dias 
Júpiter 142 984 133 708 778 340 821 740 679 835 816 001 807 9,925 horas 11,863 anos 
Saturno 120 536 108 728 1 426 666 422 1 349 823 615 1 503 509 229 10,656 horas 29,448 anos 
Urano 51 118 49 946 2 870 658 186 2 734 998 229 3 006 318 143 - 17,240 horas 84,017 anos 
Netuno 49 528 48 682 4 498 396 411 4 459 753 056 4 537 039 826 16,110 horas 164,791anos 
 
 
 
Astro Massa (kg) Volume (km³) 
Densidade 
(g/cm³) 
Composição 
atmosférica 
Temperatura na 
superfície (°C) 
Número 
de 
satélites 
Inclinação 
do eixo (°) 
Sol 1,98910 · 10
30
 1,409273 · 10
18
 1,409 H2 e He 5 500 –– 7,25 
Mercúrio 3,30104 · 10
23
 6,082721 · 10
10
 5,427 –– – 173 a 427 –– 0 
Vênus 4,86732 · 10
24
 9,284153 · 10
11
 5,243 CO2 e N2 462 –– 177,3 
Terra 5,97219 · 10
24
 1,083206 · 10
12
 5,513 N2 e O2 – 88 a 58 1 23,44 
Lua 7,34767 · 10
22
 2,197167 · 10
10
 3,344 –– – 233 a 123 –– 6,68 
Marte 6,41693 · 10
23
 1,631156 · 10
11
 3,934 CO2, N2 e Ar – 87 a – 5 2 25,2 
Júpiter 1,89813 · 10
27
 1,431282 · 10
15
 1,326 H2 e He – 148 66 3,1 
Saturno 5,68319 · 10
26
 8,271299 · 10
14
 0,687 H2 e He – 178 62 26,7 
Urano 8,68103 · 10
25
 6,833436 · 10
13
 1,270 H2, CH4 e He – 216 27 97,8 
Netuno 1,02410 · 10
26
 6,252570 · 10
13
 1,638 H2, CH4 e He – 214 13 28,3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 As tabelas abaixo apresentam diversas características orbitais, físicas, entre outras, do Sol, 
dos planetas e da Lua: 
 
● curiosidades: 
 → A massa do Sol corresponde a mais de 99% da massa de todo o Sistema 
Solar; 
 → A Terra é o planeta mais denso do Sistema Solar. Isso acontece porque em 
sua constituição predominam metais pesados (principalmente no seu interior - núcleo e manto) 
em maior proporção que nos outros planetas. Vale citar que densidade é a relação entre a 
massa de um corpo e o seu volume. 
 
 
 
* em relação à Terra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Após o seu surgimento, por volta de 4 bilhões e 568 milhões de anos atrás, a Terra 
começou a se resfriar e, consequentemente, formaram-se as camadas do nosso planeta, que 
atualmente se apresentam como na figura a seguir: 
 
 
 A crosta continental é constituída por rochas ricas em silício (Si) e alumínio (Al), graças 
a isso também é chamada de SIAL. Apresenta espessura nos crátons (regiões mais antigas, 
sismicamente estáveis) entre 30km e 40km e nas grandes cadeias de montanhas variando, 
normalmente, entre 60km e 80km, atingindo até 100km na região do Himalaia (China/Índia). Na 
sua base, as temperaturas podem alcançar 800ºC. 
 Na crosta oceânica, predominam rochas ricas em Si e magnésio (Mg), sendo também 
conhecida como SIMA. Possui espessuras entre 5km e 10km, alcançando 30km em alguns 
platôs oceânicos no oeste do Oceano Pacífico. A temperatura nesta camada chega a 1 000ºC. 
 
 
notas: · não existe crosta continental nos oceanos, salvo nas proximidades dos continentes; 
notas: · os limites entre duas camadas do Planeta Terra recebem o nome de descontinuidades. 
Exemplo: entre a crosta e o manto superior há a descontinuidade de Mohorovicic. 
 
 O manto é dividido em manto superior e manto inferior. Sua temperatura média é de 
2000ºC, atingindo valores até superiores a 3 .500ºC. Os mantos superior e inferior chegam, 
respectivamente, até 700km e 2 900km de profundidade. O primeiro é rico em Si, Mg, ferro (Fe) 
 
 
 
AS CAMADAS DO PLANETA TERRA 
 
10 
DINÂMICA INTERNA 
 
A Crosta Terrestre 
é formada pelas: 
Crosta Continental 
(porção da crosta 
mais acima) e 
Crosta Oceânica 
(porção da crosta 
mais abaixo). 
 
 
 
Crosta 
Oceânica 
Crosta 
Continental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
170m 200m 230m 260m 290m 350m 380m 410m superfície 20m 50m 80m 110m 140m 
32°C 
 
33°C 
 
34°C 
 
35°C 
 
36°C 
 
37°C 
 
38°C 
 
30°C 31°C 25°C 
 
25°C 26°C 27°C 28°C 29°C 
320m 
e cálcio (Ca). Já o manto inferior, além de possuir grande quantidade de silicatos ferro-
magnesianos e cálcio-aluminosos em menor quantidade, apresenta abundância em óxidos de 
Mg, Fe eAl e alguns sulfetos. 
 
nota: a litosfera (lito = rocha) é constituída pelas crostas continental e oceânica e pela parte 
superior do manto superior que vai até o limite com a astenosfera. 
 
 A astenosfera (manto superior em transição), localizada entre 400km e 700km de 
profundidade (pode chegar a menos de 100km da superfície, nas dorsais oceânicas), é uma zona 
fluida que se encontra na porção basal do manto superior sólido, constituída por magma (mesmo 
material viscoso que sai dos vulcões, conhecido por lava). Nesta região a temperatura alcança 
valores superiores às temperaturas de fusão das rochas do manto, permitindo que a litosfera 
“flutue” e “deslize” sobre ela. É graças à astenosfera que a Terra possui uma dinâmica interna, 
com a formação das montanhas, vulcões, terremotos, etc. 
 Com temperaturas que vão dos 3 000ºC aos 4 300ºC, o núcleo externo, localizado entre 
2 900km e 5 100km de profundidade, também é chamado de NIFE, apresentando-se fluido, por 
ser constituído por níquel (Ni) e Fe fundidos. 
 O núcleo interno situa-se após os 5 100km de profundidade, sendo a camada mais interna 
do planeta. Suas temperaturas vão de 5 000ºC a 6 000ºC. Assim como o núcleo externo, é 
formado predominantemente por Ni e Fe (NIFE), porém seu estado físico é sólido. Por estar 
isolado mecanicamente, já que é cercado pelo núcleo externo fluido, gira mais rápido que o 
restante do planeta, indicando que nos tempos remotos toda a Terra girava mais rápido do que 
atualmente. Graças a isso é que nosso planeta possui campo magnético, pois funciona como um 
dínamo auto-sustentável (capaz de transformar energia mecânica em energia elétrica, a qual 
induz um campo magnético). 
 
nota: entre o manto inferior e o núcleo externo há a descontinuidade de Gutenberg. 
 
● curiosidade: → comumente, até 10 metros ou 20 metros de profundidade, a temperatura do 
subsolo é semelhante à temperatura ambiente da superfície. Daí para baixo, a cada 30 metros 
descidos, em média, tem-se o aumento de 1ºC. Assim sendo, chamamos de grau geotérmico o 
número de metros descidos para o interior do Planeta Terra necessários para haver o aumento 
de 1ºC. O grau geotérmico depende de alguns fatores como, por exemplo, a proximidade de 
uma câmara magmática, que pode levá-lo para valores inferiores a 10 metros, e a 
condutibilidade térmica das rochas adjacentes. 
 
 Exemplo: considerando-se o conceito de grau geotérmico, em situações normais, se a 
temperatura na superfície de uma mina é de 25°C, quanto estará marcando um termômetro em 
uma galeria desta mina localizada a 410 metros de profundidade? RESPOSTA: 38°C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A TEORIA DA DERIVA DOS CONTINENTES 
 
12 
 Em 1912, o cientista alemão Alfred Wegener, baseado na observação, em mapas, das 
linhas das costas atlânticas da América do Sul e da África, as quais se encaixariam como um 
gigantesco quebra-cabeça, começou a imaginar que todos os continentes poderiam ter estado 
ligados, no passado, formando um único “supercontinente”, o qual denominou de Pangea (vide 
esquema abaixo): 
 
 
 
 
 
 
 
 A fragmentação do Pangea começou durante o Período Triássico, há 220 milhões de anos, 
quando os dinossauros “dominavam” o planeta. Inicialmente, ele se separou em dois grandes 
continentes, Gondwana (ao sul) e Laurásia (ao norte). Depois, esses continentes foram se 
dividindo até ficarem com a atual configuração. 
 Wegener enumerou algumas feições geomorfológicas e fósseis que se correlacionam 
perfeitamente, caso fossem juntadas a América do Sul e a África (vide figuras a seguir), além de 
outras evidências como: 
 • a cadeia de montanhas Sierra de La Ventana, na Argentina, de direção oeste-leste, seria a 
continuação da cadeia de montanhas da Serra do Cabo, na África do Sul; 
 • um planalto no Brasil teria continuidade na Costa do Marfim; 
 • a presença de fósseis de um tipo de vegetal (planta gimnosperma primitiva) chamado 
Glossopteris, tanto no Brasil como na África; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 • evidências de glaciação ocorrida há, aproximadamente, 300 milhões de anos, em regiões 
como no sudeste da América do Sul, sul da África, sudoeste da Austrália, Índia e Antártida, 
através da presença de estrias (ranhuras) em rochas causadas por geleiras, indicando as direções 
dos movimentos dessas antigas gigantescas massas de gelo (observe o esquema abaixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glossopteris 
browniana 
(Permiano). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Após esses indicadores apresentados por Wegener, surgiram outras “provas” de que sua 
teoria estaria correta: 
 • mapeamentos do relevo do fundo do Oceano Atlântico, por sonares e outros 
equipamentos mais modernos, identificaram a Dorsal Meso-oceânica (cadeia de montanhas 
submarinas) que vai desde o sul até o norte do Atlântico, aproximadamente na região 
intermediária entre as Américas e a África/Europa, emergindo na Islândia, ilha localizada no 
norte do Oceano Atlântico (indicada pela seta na figura a seguir ); 
 
 
 
 
 
A figura apresenta os continentes 
africano e sulamericano, ao serem 
aproximados, como estavam 
localizados antes da sua separação. 
Com a cor roxa estão representadas 
as estruturas geológicas e rochas 
perfeitamente idênticas. Observa-se 
a continuidade, nos dois continentes, 
das manchas roxas. 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 • a geocronologia identificou que as rochas do assoalho (fundo) oceânico tanto para oeste 
como para leste da Cordilheira Meso-oceânica são mais antigas quanto mais estão afastadas 
dela, além de possuírem idades correlatas para ambos os lados (vide figura acima); 
 • o paleomagnetismo das rochas (que estuda a direção dos minerais) que formam o 
assoalho oceânico para oeste e para leste da Dorsal Meso-oceânica, apresenta os minerais 
“apontando”, como a agulha de uma bússola, para direções diferentes, cada vez que elas se 
afastam mais da cordilheira, comprovando que os continentes giraram ao longo do período da 
deriva continental; 
 • no Brasil, Argentina e Uruguai não existem rochas que possam fornecer os típicos 
seixos guias (fragmentos de rocha arredondados, com tamanhos entre 2 milímetros e 0,5 metro) 
dos tillitos (sedimentos consolidados de origem glacial) encontrados nesses países. Essa “fonte” 
foi encontrada na África (vide figura abaixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 tillitos 
 
 fonte dos tillitos 
 
 
 
 
 
 
ISLÂNDIA 
 
 
 
 
A TEORIA DAS PLACAS TECTÔNICAS 
 
15 
 Para explicar a deriva dos continentes é necessário que se estude a astenosfera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correntes de convecção 
 
 
 
 
 
 
Superfície Superfície (fria) 
Fundo (quente) 
Fundo 
Movimento das placas litosféricas e correntes de convecção. 
Observa-se a abertura do Oceano Atlântico (centro da figura) 
e o soerguimento da Cordilheira dos Andes devido à colisão 
das placas Sulamericana e de Nazca (Pacífico). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O fluido (magma) que compõe a astenosfera, a qual se encontra imediatamente abaixo da 
litosfera, está com temperaturas menos quentes que o magma da astenosfera situado em suas 
regiões mais inferiores. Como o fluido mais quente é menos denso que o mais frio, ele tende a 
subir através de “gigantescos" fluxos de magma. Ao se aproximarem das porções superiores da 
astenosfera, o magma se resfria, ficando mais denso e tornando a descer, provocando um arrasto 
da porção sólida (litosfera) e empurrando-apara a direção que as correntes (denominadas 
correntes de convecção) se deslocam, com a litosfera deslizando sobre a astenosfera como uma 
esteira rolante (vide figuras acima). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A superfície do Planeta Terra está dividida em 
diversas placas tectônicas (litosféricas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A litosfera tem espessura 
média de 100km, estando 
compartimentada por fraturas e 
falhas profundas, que a divide 
em placas (Placas Tectônicas). 
Estas placas litosféricas (figura 
ao lado) podem ser compostas 
pela união das crostas 
continental e oceânica + parte 
superior do manto superior, ou 
serem apenas de natureza 
oceânica + parte superior do 
manto superior. Exemplos de 
placas como as primeiras são 
as placas Sul-Americana, 
Norte-Americana e Africana. 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de limites de contato 
entre as placas tectônicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
'
 
Já casos de placas que não contém crosta continental podemos citar as placas de Nazca e do 
Pacífico (que possui uma pequeníssima porção de crosta continental, a qual abrange uma parte 
do estado da Califórnia, nos EUA). 
 Existem três tipos de limites (contatos) entre as placas tectônicas (conforme apresentados 
na figura abaixo) e é em torno desses limites que ocorrem as mais intensas atividades 
geológicas do planeta como terremotos, vulcanismo e formação de montanhas. No interior das 
placas é raro ocorrerem atividades geológicas semelhantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
• Limites Divergentes – Locais onde há zonas de tração originando as Dorsais Meso-oceânicas, 
com as placas tectônicas se afastando umas das outras, havendo o surgimento de novos oceanos 
e de mais crosta oceânica (vide esquema abaixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Limites Conservativos – As placas deslizam 
lateralmente, indo uma para determinado sentido e a 
outra em sentido oposto (figura ao lado), não 
havendo destruição e nem geração de crosta ao longo 
das fraturas, denominadas falhas transformantes. 
Como exemplo temos a Falha de San Andreas, em 
que a Placa do Pacífico, onde se encontra a cidade de 
Los Angeles, se desloca para o norte em relação à 
Placa Norte-Americana, que contém a cidade de San 
Francisco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - limite conservativo 
2 - limite divergente 
3 - limite convergente 
 
1 3 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Limites Convergentes – Regiões em que ocorrem zonas de compressão, com as placas 
tectônicas colidindo entre si, sendo que a placa mais densa mergulha por sob a menos densa, 
havendo destruição de crosta (em um choque entre duas placas oceânicas, a placa mais antiga, 
mergulha por sob a placa mais jovem, visto que esta é menos densa que a primeira), gerando 
fossas, vulcanismo e montanhas, como os Andes e o Himalaia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Zona de convergência entre duas crostas 
continentais. 
Exemplo: Cordilheira do Himalaia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zona de convergência entre uma crosta 
continental e uma crosta oceânica. 
Exemplo: Cordilheira dos Andes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zona de convergência entre duas crostas 
oceânicas. 
Exemplo: Japão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
destruição 
de crosta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS ESTRUTURAS TERRESTRES 
 
18 
A Crosta, as Rochas e os Minerais 
 
 Crosta → Como foi estudada, anteriormente, é a camada sólida (consolidada) da Terra, sendo 
constituída por duas zonas: a superior é a crosta continental (SIAL) e a inferior é a crosta 
oceânica (SIMA). Nas regiões oceânicas, afastadas da costa, não há crosta continental. Nas 
“margens” dos continentes, conforme se aproxima dele, começa a surgir a crosta continental, 
com a crosta oceânica se “afinando” até desaparecer (figura abaixo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fanerítica 
holocristalina 
 Rocha → É um produto consolidado resultante da união natural de um ou mais minerais 
(inclusive matéria orgânica e vidro vulcânico, chamados, nesse caso, de mineralóides). 
Diferente dos sedimentos, como a areia da praia (que é um conjunto de minerais soltos), as 
rochas têm seus cristais ou grãos constituintes muito bem unidos. A força que liga esses grãos 
varia, resultando em rochas “duras” ou em rochas “brandas”. Apresentam algumas 
características como: 
 
 • estrutura – é o aspecto geral externo, podendo ser maciça, com cavidades, folheada ou 
xistosa, orientada ou não, etc.; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 • textura – é observada mais detalhadamente através da forma, tamanho e inter-relação 
entre os cristais ou grãos formadores da rocha; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 Existem três grandes grupos de rochas, segundo sua gênese, que são as rochas ígneas (ou 
magmáticas), as rochas sedimentares e as rochas metamórficas. 
 A distribuição das rochas na crosta terrestre ocorre com a seguinte relação: 95% de todo o 
volume da crosta é constituído por rochas cristalinas (magmáticas e metamórficas) e, apenas, 
5% é formado por rochas sedimentares. Porém, a superfície exposta do planeta apresenta 75% 
de rochas sedimentares (e sedimentos) e 25% de rochas ígneas e metamórficas. 
 A constituição química, aproximada, em peso, da crosta terrestre, é de: 
oxigênio (O) – 46,6%, silício (Si) – 27,7%, alumínio (Al) – 8,1%, ferro (Fe) – 5,0%, 
cálcio (Ca) – 3,6%, sódio (Na) – 2,8%, potássio (K) – 2,6% e magnésio (Mg) – 2,1%, 
alcançando quase 99% do peso total da crosta terrestre. Em menores quantidades mas também 
comumente encontrados há titânio (Ti), hidrogênio (H), manganês (Mn), fósforo (P), 
enxofre (S), carbono (C) e cloro (Cl). 
 
 Mineral → É um elemento ou um composto químico, com composição química definida, 
formado por processos geológicos inorgânicos, de forma natural, tanto no nosso planeta como 
em corpos extraterrestres. Por apresentarem composições químicas e propriedades 
cristalográficas bem definidas, os minerais possuem características próprias, possibilitando que 
recebam nomes específicos. O gelo formado naturalmente (nas calotas polares, por exemplo) é 
considerado mineral, mas a água líquida não. O mercúrio (Hg) é o único mineral “líquido” 
encontrado no nosso planeta. Os minerais apresentam propriedades físicas (estrutura, clivagem, 
dureza, tenacidade, peso específico, hábito cristalino, traço), óticas (brilho, cor, transparência), 
químicas, elétricas e magnéticas próprias – mais detalhes vide anexo. 
• cristal - mineral que possui formas geométricas limitadas por faces planas e arestas definidas, 
como os cristais de quartzo (figura abaixo à esquerda);• minério - mineral ou associação de minerais (rocha) que possui importância econômica, isto é, 
que pode ser explorado economicamente. 
 
• mineralóide - substância amorfa como o vidro, o âmbar, o carvão natural e os géis. 
 
 
 
 
 
 
os minerais essenciais, que estão sempre 
presentes e são abundantes no tipo de rocha 
analisada (minerais A e D da foto) e os 
minerais acessórios, que podem ou não estar 
presentes, sem modificar a classificação do 
tipo de rocha analisada (minerais B e C). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 • constituição mineralógica – na agregação mineralógica constituinte das rochas existem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mineral A 
mineral B 
mineral C 
mineral D 
 
+ 1000°C 
 
Basáltico (SiO2 
entre 45 e 52%) 
 
 
Andesítico (SiO2 
entre 52 e 65%) 
 
 
Granítico (SiO2 
acima de 65%) 
 
- 600°C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
AS ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS 
 
 Provêm da consolidação do magma, sendo, por isso, de origem primária. A variação na 
composição das rochas ígneas existentes está em função da variedade composicional dos 
magmas que originam essas rochas após a sua consolidação. Os critérios de classificação se 
baseiam em função de suas texturas e composições mineralógicas). Um dos parâmetros 
fundamentais para a sua caracterização composicional é o teor de sílica (SiO2): a rocha será 
ácida se for rica em sílica, ou seja, se possuir acima de 65% de SiO2. Essa abundância de SiO2 
resulta na cristalização de quartzo, que representa o excesso de sílica (sílica livre) não 
incorporada ao retículo dos demais minerais silicáticos; será intermediária se possuir entre 65% 
e 52% de SiO2; será básica se apresentar teor de sílica entre 52% e 45%; e será ultrabásica caso 
o teor de sílica seja inferior a 45%. Quanto menos sílica, maior é o teor de Mg, Fe e Ca. Em 
rochas ácidas e intermediárias predominam os minerais félsicos, isto é, de cores mais claras e 
com alto teor de Si, Al, Na e K. Já nas rochas básicas e ultrabásicas predominam os minerais 
máficos, de cores mais escuras, como Ca, Fe e Mg (conforme apresentado pela Série de 
Bowen, abaixo). 
 
 
 
 Um outro parâmetro muito útil na caracterização composicional das rochas ígneas é o 
Índice de Cor (I.C.), que se refere à proporção entre os minerais máficos e félsicos e que é 
definido pelo percentual de máficos na constituição volumétrica de uma rocha ígnea qualquer. 
Dessa forma, são chamadas de hololeucocráticas, rochas com índice de cor menor que 10%; de 
leucocráticas (ou félsicas), rochas com I.C. entre 10% e 30%; de mesocráticas (ou 
intermediárias), rochas com I.C. entre 30% e 60%; de melanocráticas (ou máficas), rochas com 
I.C. entre 60% e 90%; e de ultramelanocráticas (ou ultramáficas), rochas com I.C. acima de 
90%. 
 
 
Ortopiroxênio (Fe-Mg) 
Feldspato potássico (ortoclásio) 
Muscovita (mica branca) 
Quartzo 
(Cromita) 
Olivina 
Clinopiroxênio (Ca-Fe-Mg) 
Anfibólio 
Biotita 
Plagioclásio cálcico 
(Ca>Na) 
Plagioclásio sódico 
(Na>Ca) 
MINERAIS QUE CRISTALIZAM 
Tipo de Magma 
& 
Temperat. Magma 
 
SÉRIE CONTÍNUA SÉRIE DESCONTÍNUA 
 
SSSÉÉÉRRRIIIEEESSS DDDEEE RRREEEAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDEEE BBBOOOWWWEEENNN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 As rochas magmáticas podem se consolidar em três ambientes diferentes: 
 • dentro da crosta terrestre, a muitos quilômetros de profundidade, as quais são denominadas 
rochas intrusivas, plutônicas ou abissais, onde o magma se resfria e se consolida de forma 
lenta, possibilitando que os cristais se desenvolvam sucessivamente, gerando uma textura 
equigranular fanerítica pelo fato de os minerais serem bem formados e de tamanho visível a 
olho nu (de milímetros a centímetros), como granito, sienito, diorito, gabro e peridotito; 
 • próximas ou na superfície da Terra, sendo chamadas de rochas extrusivas, vulcânicas ou 
efusivas. Como o magma se resfria rapidamente, não há tempo para a formação e o crescimento 
de cristais, já que ele passa bruscamente do estado líquido para o sólido, originando uma textura 
microcristalina (afanítica) ou vítrea, quando os cristais são praticamente imperceptíveis a olho 
nu e até mesmo à lupa manual, como basalto, riolito, obsidiana, andesito, traquito, fonolito e 
vidro basáltico; 
 • em regiões entre as duas supracitadas, ocorre um grupo intermediário de rochas 
magmáticas denominadas hipabissais ou subvulcânicas. Podem apresentar textura porfirítica, 
com os fenocristais imersos em uma matriz afanítica, como diabásio, granito-pórfiro, sienito-
pórfiro e diorito-pórfiro. 
 
 
► rochas alcalinas – são rochas ígneas ricas em Na2O e K2O, como granito, riolito e 
obsidiana. 
► textura vesicular ou esponjosa – a lava (magma extrusivo), durante a sua consolidação, 
origina rochas com cavidades, devido a bolhas de gases que estavam nela contida e que 
ficaram retidas. Ocorre em rocha vulcânica, como a pedra-pomes (ou púmice) e o basalto. 
 
Textura 
vesicular Textura esponjosa 
Rochas vulcânicas 
Rochas hipabissais 
Rochas plutônicas 
Ambientes de Consolidação das Rochas Ígneas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Textura porfirítica 
22 
► textura amigdaloidal – assim como a textura vesicular, 
porém com as cavidades preenchidas por minerais, comuns em 
basaltos. 
► textura porfirítica – é característica de rochas extrusivas e 
hipabissais, onde cristais bem formados (fenocristais) estão 
“imersos” em uma matriz afanítica ou vítrea, graças à 
ascensão do magma, que já continha fenocristais, até a 
superfície, consolidando-se rapidamente. 
 
 
 Formas de Ocorrência das Rochas Magmáticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 As formas concordantes, ou seja, quando a intrusão magmática provoca um deslocamento da 
rocha encaixante segundo os seus próprios planos de estratificação ou xistosidade são: sil 
(soleira), lacólito, lopólito e facólito. Quando os corpos magmáticos cortam discordantemente 
a estratificação ou xistosidade das rochas encaixantes, temos as formas discordantes, como: 
diques, necks (chaminés/condutos vulcânicos remanescentes de vulcões que já não existem 
mais), apófises, batólitos e stocks (batólitos com menos de 100km²). 
 
 
 As rochas magmáticas podem ocorrer de várias formas, de acordo com a sua geometria, 
conforme os desenhos abaixo: 
 
 
Lopólito 
Facólito 
Apófise 
Batólito 
Neck vulcânico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
AS ROCHAS SEDIMENTARES 
 
 São formadas a partir da compactação e/ou cimentação de fragmentos oriundos da 
destruição erosiva, pela ação dos agentes de intemperismo e pedogênese (processo de formação 
do solo), sobre uma rocha preexistente (protólito),os quais são transportados até o local de 
deposição. Esse protólito pode ser ígneo, metamórfico ou mesmo sedimentar. Também podem 
ser originadas de atividades biológicas e químicas. 
 As rochas sedimentares se formam a partir de sedimentos clásticos (mecânicos ou detríticos), 
orgânicos e químicos. 
► sedimentos clásticos ou mecânicos → são formados por fragmentos de rochas preexistentes, 
sendo divididos em macrólitos (fragmentos visíveis a olho nu) e micrólitos (fragmentos não 
visíveis a olho nu). O processo geológico que une as partículas sedimentares é chamado de 
litificação ou diagênese, havendo compactação e cimentação dos grãos à baixa pressão (apenas 
o peso dos sedimentos posteriores) e à baixa temperatura (até 250ºC). É graças a esses fatores 
que as rochas sedimentares não têm a mesma consistência das rochas ígneas. 
 
Processo de formação 
de rochas sedimentares 
 Os macrólitos são divididos em ruditos (ou psefitos), constituídos por clastos (grãos) com 
tamanho de seixo ou superior; e arenitos (ou psamitos), formados por clastos com tamanho de 
areia. Os micrólitos são os lutitos (ou pelitos), constituídos por clastos com tamanho inferior 
aos grãos de areia. 
 
 Os autores distinguem diferentes subdivisões, baseadas nas dimensões que se encontram em 
predominância nas partículas. Os dois autores mais seguidos são Wentworth e Atterberg: 
 
 
24 
ou BRECHA 
 Os cascalhos, quando litificam, geram rochas denominadas conglomerados (quando os 
cascalhos são arredondados) ou brechas (quando os cascalhos são angulosos), estando 
"imersos" em uma matriz constituída por sedimentos mais finos (de menor granulometria). Os 
grãos de areia, ao sofrerem diagênese, originam rochas denominadas arenitos. 
 
 
 
 
 
 Os siltitos provêm da litificação 
de sedimentos com granulometria silte ou 
de lama siltosa (quando em presença de 
água), os argilitos e os folhelhos resultam 
da diagênese em argila ou lama argilosa, 
sendo que este último apresenta lâminas 
finas e paralelas esfoliáveis (quando 
negros são ricos em matéria orgânica). 
 A figura ao lado apresenta depósitos 
inconsolidados e suas respectivas rochas, 
após a sua transformação em rocha 
sedimentar. 
 
 
 
 
 
 
► sedimentos orgânicos → se formam pelo acúmulo de matéria orgânica, tais como, conchas 
de animais, excremento de aves e restos de vegetais. Como exemplos temos os diatomitos 
(oriundos de carapaças silicosas), as gredas constituídas por carapaças de foraminíferos e de 
restos muito finos de conchas), o guano (excremento de aves e/ou morcegos) e o carvão. 
 
► sedimentos químicos → são formados pela precipitação de solutos (radicais salinos) que 
estão dissolvidos nas águas dos rios, lagos e mares, graças à diminuição da solubilidade ou à 
evaporação da água. Recebem o nome genérico de evaporitos. Entre os principais ânions 
salinos estão os carbonatos, cloretos, boratos e sulfatos e entre os principais cátions estão: Na, 
K, Mg e Ca. 
 
 
 
 
 
 
● curiosidades: 
 
→ o calcário é uma rocha sedimentar de 
origem química ou orgânica, que pode se 
transformar em mármore caso ocorra 
metamorfismo sobre ele. Comumente é 
encontrado originando cavernas; 
→ as rochas sedimentares clásticas 
apresentam, comumente, três constituintes: 
arcabouço (clastos principais que dão o 
nome à rocha), matriz (material de 
granulação fina que ocorre entre o 
arcabouço da rocha) e cimento (material 
precipitado quimicamente que preenche os 
espaços entre a estrutura e une os grãos nas 
rochas sedimentares) - vide figura ao lado. 
 
 
 
matriz cimento arcabouço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
AS ROCHAS METAMÓRFICAS 
 
 Resultam da transformação de uma rocha pré-existente devido ao aumento da pressão e/ou 
temperatura incidente sobre ela, sem que o ponto de fusão dos seus minerais seja atingido. 
Geralmente ocorre a recristalização dos minerais pré-existentes e a formação de novos 
minerais, podendo ou não haver a mudança da composição mineralógica da rocha, mas sempre 
ocorre a mudança da sua textura. 
 Os três principais tipos de metamorfismo são: regional ou dinamotermal, de contato ou 
termal e dinâmico ou cataclástico (vide esquema abaixo). 
 
 
 
 
 O metamorfismo regional 
ocorre em grandes extensões da 
litosfera, em conseqüência de 
eventos geológicos de grande 
porte como na edificação de 
grandes cadeias de montanhas, 
sendo responsável pela maior 
parte das rochas metamórficas. 
R 
R 
T 
T 
T 
D 
 metamorfismo regional 
 
 
 
 
 metamorfismo termal 
 
 
 
 
 metamorfismo dinâmico 
 
 
 
 
 metamorfismo por soterramento 
 
 
 
 
 S 
Menor grau metamórfico Maior grau metamórfico 
tipo de metamorfismo será considerado de alto, médio ou baixo grau (vide esquema acima). 
 
 
 
 
 Dependendo da 
intensidade da pressão 
e da temperatura, esse 
tipo de metamorfismo 
será considerado de 
alto, médio ou baixo 
grau (vide esquema 
acima). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Outros tipos de metamorfismo local são: 
• por soterramento → resulta do soterramento de espessas camadas de sedimentos, rochas 
sedimentares e rochas vulcânicas, que impõem pressões litostáticas associadas a temperaturas 
que raramente ultrapassam 300°C (esses valores estão em função do grau geotérmico da 
região), ocorrendo, geralmente, na base (fundo) de bacias sedimentares. 
26 
 O metamorfismo local é característico de áreas que variam entre centímetros e dezenas de 
metros de extensão, podendo ser: 
• termal → quando predomina o aumento da temperatura como, por exemplo, as rochas 
encaixantes de uma câmara magmática, que se submetem às altas temperaturas do magma em 
contato, gerando rochas denominadas hornfels. 
 
 
• dinâmico → quando predomina o aumento da pressão, como é o caso de rochas situadas em 
zonas de falhas, gerando rochas denominadas milonitos. 
 
BIG BANG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quando acontece a recristalização de minerais, pode haver a transformação de uma rocha 
sedimentar em uma rocha metamórfica, como, por exemplo, um calcário passando a mármore, 
ou um arenito passando a quartzito (em se tratando de rocha) ou de minerais cauliníticos para 
micas ou cloritas (em se tratando de minerais). 
 A textura resultante mais comum é a orientada (ou xistosa), que se caracteriza pelo arranjo 
dos minerais de acordo com planos paralelos, seguindo uma mesma direção, como as lâminas 
micáceas ou os prismas de anfibólios (vide figura abaixo). 
antes 
antes 
depois 
depois 
27 
• de impacto → ocorre em rochas periféricas à cratera de impacto gerada por um asteróide ou 
cometa, com o calor podendo chegar a 5 000°C, fundindo as rochas mais próximas ao local do 
choque e fraturando as demais nas redondezas (vide figuras a seguir); 
 
 
 
• de fundo oceânico → ocorre nas adjacências das dorsais meso-oceânicas, através da interação 
do crosta quente recémformada com a água fria do fundo do oceano; 
 
ocorrência de 
metamorfismo 
hidrotermal ao 
longo dos veios 
• hidrotermal → é comum nas paredes 
de fraturas situadas nas proximidades 
de intrusões graníticas (vide figura ao 
lado), onde há a percolação de águas 
quentes ao longo daquelas e dos 
espaços intergranulares das rochas, a 
temperaturas acima de 100°C e abaixo 
de 400°C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
nota → se a temperatura que atua na formação de uma rocha metamórfica ultrapassar a faixa 
entre 700ºC e 800ºC, fará com que essas rochas comecem a fundir, gerando um novo magma. 
 
 
 
28 
 Algumas das rochas metamórficas mais comuns são: Quartzito → oriundo do metamorfismo 
do arenito; Itabirito → variedade de quartzito com grande quantidade de hematita (mineral rico 
em Fe); Mármore → proveniente do calcário ou do dolomito (rico em Ca e Mg); Ardósia → 
derivada de sedimentos argilosos ou de pelitos, sendo formada por metamorfismo de baixo 
grau; Filito → originado de sedimentos argilosos e arenosos (areia fina), mas de grau 
metamórfico mais alto que o da ardósia; Clorita-xisto, Mica-xisto e Anfibolito → derivados de 
pelitos/psamitos e sedimentos areno-argilosos ricos, respectivamente, em minerais como clorita, 
mica e anfibólio; Gnaisse → grupo de rochas com textura bem orientada, de alto grau 
metamórfico (um granito ou um sienito que sofreu metamorfismo pode se tornar um granito-
gnaisse ou um sienito-gnaisse); Migmatito → muito comum nas cidades do Rio de Janeiro e 
Niterói e também em todo o Brasil, caracterizando-se pela alternância de faixas escuras (os 
“paleossomas”, que já existiam, de origem metamórfica, ricos em hornblenda e/ou biotita) e de 
faixas claras (os “neossomas” de origem ígnea e que se injetaram por entre os “paleossomas”, 
sendo ricos em ortoclásio e quartzo, com ou sem muscovita). 
ortognaisses → são rochas gnáissicas provenientes de rochas ígneas. 
paragnaisses → são rochas gnáissicas provenientes de sedimentos ou de rochas sedimentares. 
 
 
 
 
Gnaisse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 É o ramo da geologia que estuda a movimentação das camadas da crosta, por efeito das 
forças do interior da Terra (forças endógenas). Dedica-se, também, a estudar o dinamismo das 
forças que interferem na movimentação das camadas da crosta terrestre. Geralmente, como 
resultado dessas forças, se dá o aparecimento das placas tectônicas (Tectônica de Placas e 
Deriva dos Continentes), montanhas, dobras, falhas ou fraturas. A tectônica descreve, 
geometricamente, as deformações da crosta terrestre e analisa as diferentes teorias que procuram 
explicar os seus mecanismos formadores. Vulcanismo e sismologia são áreas do conhecimento 
intimamente relacionadas com a tectônica. Como as placas tectônicas já foram estudadas nas 
primeiras aulas, veremos agora os processos de formação das montanhas, que podem ser 
originadas através de dobramentos, falhamentos, terem natureza erosiva, vulcanismo, entre 
outros. Porém, em muitas situações, surgem pela combinação de dois ou mais desses processos. 
As montanhas originadas por dobramentos, por exemplo, muitas vezes estão associadas às 
falhas. Aquelas oriundas de processos erosivos precisam das forças tectônicas que soerguem as 
regiões a serem “gastas”. A maioria dos vulcões ocorre em áreas perturbadas pelo tectonismo 
recente, o qual é responsável pelas elevações tectônicas. 
 
Montanhas produzidas por dobramentos 
 
 As mais famosas cadeias de montanhas apresentam grandes altitudes e extensas áreas, 
ocorrendo em regiões sujeitas a complexas perturbações tectônicas, entre as quais, grandes e 
complicados dobramentos que apresentam inúmeras falhas associadas, como os Alpes, Andes, 
Himalaia, Montanhas Rochosas, entre outras (vide esquema de formação abaixo). 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO RELEVO 
 
TECTONISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 As cadeias de montanhas possuem várias características em comum, como, por exemplo, a 
crosta sofrendo enrugamento e deslocamento horizontal, principalmente nas suas zonas 
centrais, de onde divergem as dobras, que normalmente apresentam intenso metamorfismo e 
intrusões magmáticas. Intensas atividades vulcânicas freqüentemente acompanham o processo 
de formação dessas cadeias. 
 Pelo fato de o Brasil se encontrar, atualmente, em uma região estável tectonicamente, não 
temos exemplos de elevações produzidas por dobramentos recentes. As montanhas da Serra do 
Espinhaço (MG e BA), constituídas por rochas metamórficas, têm relação com o fenômeno de 
um dobramento muito antigo, se apresentando desgastadas até a sua base, visto que sofreram 
intenso processo erosivo, da mesma forma que os Apalaches (EUA). 
 
Montanhas produzidas por falhamentos 
 
 As montanhas formadas por falhamentos podem estar associadas às cadeias de dobramentos, 
o que significa que houve ação conjunta de vários e complexos esforços orogenéticos (processo 
de formação de montanhas). Regiões estáveis tectonicamente também podem sofrer um 
“rejuvenescimento” tectônico parcial, através do movimento de antigas massas, como as Serras 
do Mar e da Mantiqueira. São muitas as possibilidades de formação de elevações e montanhas 
provenientes de falhas, podendo acontecer a elevação de blocos situados em baixas regiões, ou 
o abatimento em áreas elevadas. As montanhas de falhamento caracterizam-se pelo 
deslocamento principal no sentido vertical (vide esquema abaixo). 
 
 
 
 
Montanhas produzidas por dissecação erosiva de planalto 
 
 Regiões planas ou aplainadas podem sofrer ação de forças que determinem o seu 
levantamento sem haver deformações consideráveis. Após esse desnível resultante, começa, 
imediatamente, a ocorrer erosão. O estágio inicial pode ser exemplificado através do “Grand 
Canyon” do Colorado, que se encontra em intensa fase de erosão em um planalto elevado. 
Daqui a alguns milhões de anos o Rio Colorado e seus afluentes terão dissecado parte do 
planalto, que é formado de rochas sedimentares. No Brasil, temos como exemplo, as chapadas 
(Araripe, Veadeiros, etc) e a Serra Geral (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), constituída por 
basaltos e arenitos que foram dissecados profundamente por rios como o Pelotas, Uruguai, 
Jacuí e seus afluentes. As escarpas abruptas podem atingir 1000 metros, estando associadas a 
falhamentos locais. Essas escarpas, após intensa dissecação, sofrem também regressão 
(baixando consideravelmente de altura), por estarem intensamente cortadas por rios, formando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Montanhas produzidas por soerguimento associado a processos erosivos 
 
 Várias camadas rochosas sofrem dobramentos no interior da litosfera devido ao choque de 
placas. Todo esse material outrora dobrado vai sendo soerguido até alcançar a superfície do 
planeta, graças à remoção,por erosão, das camadas sobrepostas. Quando as camadas de rochas 
sobrejacentes, que atuam como rochas encaixantes, são menos resistentes que as camadas pré-
existentes, as quais sofreram dobramento (rochas metamórficas) ou não (rochas ígneas), essas 
últimas ficam preservadas, tornando-se montanhas. Como exemplos clássicos desse tipo de 
montanha, temos o Pão-de-Açúcar e o Morro do Corcovado, ambas rochas metamórficas. O Pico 
 
 
 
Pico do Cabugi - RN 
elevações isoladas e de topo plano, sendo chamadas de mesas. Essas feições são encontradas 
também no nordeste brasileiro (vide esquema a seguir). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
do Cabugi – RN, formado há 19 milhões de anos, a cerca de 60km abaixo da superfície e o 
Morro Redondo – RJ, formado há 65 milhões de anos são outros exemplos desse tipo de 
montanha, porém de origem ígnea, como corpos ígneos intrusivos, stocks e batólitos. 
 
Montanhas produzidas por vulcanismo 
 
 Essas montanhas se formam pelo acúmulo de material expulso, oriundo das profundezas da 
litosfera. Às vezes predominam lavas (vulcões havaianos), outras vezes predominam materiais 
piroclásticos (vulcão Paricutin) e outras vezes lavas e materiais piroclásticos associados 
(Vesúvio). Podem ter pouco tempo de duração, sendo rapidamente erodidos devido a pouca 
coerência de alguns desses materiais ou pela fácil decomposição química das lavas, geralmente 
porosas e desagregáveis. Os vulcões Aconcágua e Chimborazo, localizados na Cordilheira dos 
Andes, estão, por esse motivo, situados em grandes altitudes. O vulcão Mauna Loa (Havaí) 
ergue-se do fundo do oceano para atingir 4200 metros acima do nível do mar, apresentando 
mais de 9000 metros de altura, desde o fundo do Oceano Pacífico (a 5000 metros de 
profundidade) até o seu topo. É importante ressaltar que a altura de um vulcão não aumenta 
indefinida e continuamente com as atividades, já que, além da erosão atuante, muitas vezes ele 
é parcialmente destruído por ocasião das fases explosivas, mudando e reduzindo sua forma. 
 
 
 
 
Monte Fujiama - Japão 
● curiosidade: Montanhas em domos são originadas de deformações da superfície sem 
ocorrência de fratura, apresentando superfície achatada que declina de forma gradual em 
direção às planícies adjacentes. Um exemplo típico desse tipo de montanha são os Black Hills 
de Dakota do Sul, nos Estados Unidos (vide figuras abaixo). Vale ressaltar que as montanhas 
em domos podem ter diversas origens, como dobras anticlinais (que têm a forma de um arco 
aberto para baixo) com seus lados simétricos; intrusões de lava; salina ou corpos graníticos. 
 
 
 
Monte Santa Helena - EUA 
 
O edifício vulcânico 
 O tipo mais comum é o estrato vulcão (vide desenho abaixo), como o vulcão italiano 
Vesúvio e o japonês Fujiiama. Apresenta montanha constituída pelo acúmulo de fragmentos 
resultantes da pulverização das rochas pré-existentes, freqüentemente intercalados com lavas. 
 Pelos processos vulcânicos, o material proveniente das profundezas da crosta terrestre, tanto 
da câmara magmática como das rochas encaixantes, adjacentes ao aparelho vulcânico, acumula-
se ao redor do conduto (que pode ser mais de um), formando montanhas de tamanho 
considerável com formato de um cone. Expelem, comumente, lavas mais ácidas apresentando 
erupções explosivas e destrutivas. 
 Em profundidade situa-se a câmara magmática, partindo dela a chaminé, que é a adutora do 
material vulcânico. A abertura afunilada que se comunica com o exterior denomina-se cratera. 
 
 
 
 
 
 
33 
VULCANISMO 
 Os vulcões escudo (ou vulcões tipo escudo) são outro tipo de vulcão, como os vulcões 
havaianos (Mauna Loa e Kilauea), das Ilhas Galápagos e o Monte Olympus (Planeta Marte). 
São originados de “hot-spots” (pontos quentes) expelindo lavas básicas, através de erupções não 
explosivas. 
 
 
 
 
 
 
Estrato 
Vulcão 
Tipo 
Escudo 
 
 
 
34 
Partes de um vulcão 
 A cratera representa o local de extravasamento do magma e dos demais produtos associados. 
Com o passar do tempo, as suas paredes podem desmoronar, causando o seu preenchimento 
parcial. Está interligada com as profundezas pela chaminé, (conduto vulcânico ou conduto 
magmático), que é o duto de passagem da lava que parte da câmara magmática. Esta representa 
o resevatório subterrâneo de magma que abastece os vulcões. 
 Um vulcão pode apresentar cones “satélites” (crateras secundárias) nos seus flancos, que 
surgem graças a um desvio do conduto, ou de seu bloqueio proveniente do resfriamento da lava 
ou do soterramento na chaminé e/ou cratera. 
 As caldeiras vulcânicas (ou simplesmente caldeiras) são enormes depressões circulares, 
originadas pelo colapso total ou parcial da cratera e do topo do vulcão, devido à perda de apoio 
interno por causa do escape de gases ou pela saída de grandes volumes de lava. Pode ter 
diâmetro superior a 50 quilômetros, geralmente se associando a um sistema de fissuras radiais e 
em forma de anel na rocha encaixante, preenchidas por diques ou servindo de conduto para 
manifestações explosivas. O famoso Parque Yellowstone, nos EUA, localiza-se em uma caldeira 
vulcânica. No Brasil, a região de Poços de Caldas, em Minas Gerais, é um exemplo de caldeira 
vulcânica que surgiu graças ao abatimento de um cone vulcânico há cerca de 90 milhões de anos. 
 
Cratera Caldeira 
Materiais produzidos pelas atividades vulcânicas 
 Os produtos formados pelas atividades vulcânicas podem ser divididos em 3 grupos: 
 
 
• lavas → São massas magmáticas, em estado 
parcial ou total de fusão, que atingem a superfície 
terrestre e se derramam. 
 A velocidade de corrida da lava, suas formas, 
texturas e estruturas dependem, principalmente, da 
sua viscosidade e da declividade do terreno. O vidro 
vulcânico, também chamado de obsidiana, é amorfo, 
de cor preta, avermelhada ou leitosa, forma-se 
graças à consolidação de lavas ácidas, que são mais 
 Corrida de lava 
Corrida de lava 
 
 
'
35 
 ○ blocos – apresentam diâmetro acima de 5 centímetros e formas irregulares e ásperas, já 
saindo do vulcão no estado sólido, como fragmentos de lava consolidada ou de rochas 
encaixantes; 
 ○ bombas – são massas de lava que se consolidam durante a sua trajetória no ar, possuindo 
de poucos centímetros até 1 metro e formas alongadas ou arredondadas, semelhantes a projéteis; 
 
 
 
 
 
 
 
 
viscosas e ricas em sílica (de composição semelhante às 
rochas graníticas). As rochas basálticas são oriundas de 
lavas básicas, mais fluidas, sendo pobres em sílica. 
 Quando as condições de pressão e de viscosidade 
forem favoráveis à expansão dos gases contidos na lava, 
forma-se uma verdadeira espuma, que ao se consolidar 
rapidamente, dá origem à pedra-pomes ou púmice (figura 
ao lado). 
 
 
 
 
 
 
 
 
• materiais piroclásticos → São fragmentos (produtos soltos e incoerentes) que podem ter 
duas origens: derivam-se diretamente do magma, de maneira explosiva (durante o estado de 
fusão ou de material já consolidado), ou então da fragmentação explosiva de rochas pré-
existentes de parte do invólucro do edifício vulcânico, cuja constituição litológica pode sercompletamente diferente da do magma do vulcão atual. Predominam largamente em relação à 
quantidade de lava. Nas erupções iniciais de um vulcão, prevalece um material mais fino, de 
consistência bastante fofa, chamado tufo vulcânico. 
 Os produtos piroclásticos (ou ejetólitos) são classificados de acordo com o seu tamanho em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Blocos Bomba 
Blocos 
Lapillis Cinzas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 ○ lapillis – seus tamanhos variam entre o de uma noz e o de uma ervilha, chegando à 
superfície no estado sólido ou ainda pastoso, às vezes com o formato anguloso, às vezes 
arredondado; 
 ○ cinzas – materiais de aspecto arenoso, constituídos de finos fragmentos menores que 2 
milímetros até dimensões de finíssima poeira, oriundos da explosão de rochas consolidadas ou 
de magma finamente fragmentado ou pulverizado pela explosão. 
 
• gases vulcânicos (exalações) → Durante as erupções e durante os períodos de calmaria, as 
exalações gasosas podem ter grande importância. Estas exalações ainda podem continuar, 
mesmo longo tempo após a extinção das atividades vulcânicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 Constituem-se de vapores e gases produzidos 
pelas atividades vulcânicas. O mais comum é o 
vapor d’água, que pode constituir entre 75% e 95% 
dos gases e vapores (secundariamente aparecem o 
CO2 (dióxido de carbono) o CO (monóxido de 
carbono) e compostos gasosos de S, Cl e flúor (F), 
que associados com a água tornam-se nocivos para 
os olhos, pele e sistema respiratório). A água pode 
ser tanto primária, libertada do próprio magma 
(água juvenil), como de infiltração de águas 
pluviais. 
 
 
 
 
 
 
 
Gêiseres 
 
 São fontes quentes que expelem água intermitentemente, com impressionante regularidade 
nos intervalos de repouso. O jato de água ocorre no sentido vertical, com intervalos variando de 
minutos a semanas e temperatura que não ultrapassa 138ºC (quando a temperatura é superior a 
100ºC, o jato não é mais de água líquida, mas sim de vapor d’água superaquecido). 
 
 
 
 
 
 
 
Exalações de gases 
 Ocorrem em regiões com vulcanismo 
atual, sendo considerados como 
atividades finais de vulcanismo. Os 
locais mais significativos onde se 
encontram são: Estados Unidos (Parque 
Yellowstone), Islândia, e Nova Zelândia, 
mas também podem aparecer em 
algumas regiões vulcânicas do Japão, 
Rússia e da América do Sul (Chile). No 
Parque Yellowstone existem 200 
gêiseres aproximadamente, cada um com o 
 
 
 
 
 
seu período de atividade. Sua altura pode atingir até 300 metros (gêiser Pohutu, na cidade de 
Auckland, Nova Zelândia), expelindo até centenas de metros cúbicos em cada atividade. 
 
 
 
 
Gêiser 
Mecanismo de funcionamento do gêiser → Observe na figura abaixo que a temperatura 
aumenta com o aumento da profundidade. Como o ponto de ebulição da água aumenta com a 
pressão, o peso da coluna de água existente nas fissuras e cavidades faz com que o ponto de 
ebulição da água seja ultrapassado às condições ambientes de pressão. Dependendo da 
quantidade de água e da temperatura da rocha, a temperatura da água sobe gradativamente até 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As Atividades Vulcânicas no Brasil 
 O Brasil não possui, atualmente, nenhum vulcão ativo. No passado geológico, mais 
especificamente no fim do Mesozóico, ocorreram atividades com altíssima intensidade no nosso 
país. Pelo fato de os produtos oriundos de um vulcão ocorrerem na superfície do planeta, eles 
são facilmente erodidos, assim sendo, quanto mais antiga tiver sido a atividade vulcânica, mais 
escasso e destruído será o seu testemunho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
entrar em ebulição, “explodindo” 
ao passar para o estado de vapor, 
empurrando, então, a coluna d’água 
situada sobre esse processo de 
forma rápida, como um jato. 
 Após isso, as cavidades voltam 
a serem preenchidas pela água, que 
continua infiltrando lateralmente, 
tornando esse fenômeno constante 
e cíclico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O vulcanismo mais recente ocorrido no Brasil foi responsável pela formação de diversas 
ilhas situadas no Oceano Atlântico, como Abrolhos (atividades vulcânicas ocorridas há cerca de 
50 a 40 milhões de anos atrás), Fernando de Noronha (atividades ocorridas entre 30 milhões de 
anos e 1,7 milhão de anos atrás), Trindade (atividades vulcânicas ocorridas entre 3,6 milhões e 
11 mil anos atrás) e Rochedos de São Pedro e São Paulo (dentre todos os exemplos supracitados, 
são os derrames vulcânicos mais recentes). 
 O mapa na página anterior apresenta as principais atividades vulcânicas ocorridas no Brasil. 
No final da Era Mesozóica, continuando pelo início do Período Terciário, o sul do Brasil foi 
afetado por atividades vulcânicas. Toda essa região (cerca de 1 milhão de km²) foi coberta por 
rochas efusivas basálticas, através de vários derrames sucessivos de lavas que alcançam até 
centenas de metros de espessura (ultrapassando 1000 metros em Torres, no Rio Grande do Sul). 
Porém, nenhum edifício vulcânico é mais observado, devido à erosão ocorrida na região. Outro 
exemplo de atividade vulcânica é encontrado no planalto da região de Poços de Caldas, em 
Minas Gerais, onde há uma caldeira topograficamente ressaltada. 
 A distribuição geográfica dos vulcões atuais,coincidindo com as atuais faixas orogenéticas é 
apresentada no mapa abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 Terremotos são movimentos naturais da crosta terrestre que se propagam por meio de 
vibrações – ondas (conforme figura abaixo), podendo ser percebidos diretamente com os 
sentidos ou por meio de instrumentos. Distinguem-se, assim, dos demais movimentos 
tectônicos ocorridos na crosta terrestre, que são sempre lentos e reconhecíveis somente pelas 
comparações de medidas sucessivas durante longo tempo. 
 
 
 
ABALOS SÍSMICOS 
 Quando as tensões atingem o 
limite de resistência das rochas, 
ocorre a sua rápida liberação 
causando ruptura do material. O 
movimento repentino entre os blocos 
de cada lado da ruptura gera 
vibrações que se propagam em todas 
as direções. O plano de ruptura 
(plano de falha) entre os blocos se 
chama falha geológica. 
 Normalmente, os terremotos 
ocorrem no contato entre duas placas 
litosféricas, mas, às vezes, 
acontecem no interior de uma delas 
sem que a ruptura atinja a superfície. 
 
 Com

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