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1 Resumo – DIP A2 Lucas Silva – FCMSJF 1/2019 Aula 1 – Sepse 1.0 Introdução - Condição na qual o paciente tem comprometimento de todo o metabolismo, oxigenação teciduale etc em decorrência do processo infeccioso; - É uma resposta inflamatória sistêmica que ocorre em resposta a infecção grave; - Ocorre pela interação entre o organismo, hospedeiro, virulência e condições do próprio paciente; - É uma causa muito importante de morte no mundo todo (mortalidade de 70% no Brasil); - O risco de morte por sepse aumenta a cada hora sem que seja dado início a antibioticoterpia. Por isso, é importante reconhecer os sinais da sepse precocemente e saber os grupos de maior risco; - Sepse Grave Paciente tem disfunção orgânica (pode ter disfunção em apenas um orgão), mas não está em choque - Choque sepse Sepse grave com disfução orgânica e paciente em choque (não consegue manter a pressão); 1.1 Focos Principais de Sepse - Em UTIs brasileiras foco infeccioso pulmonar pneumonia é grande causa de morte em idosos; - Infecções do trato urinário alto geralmente não evoluem para sepse, mas se houver um fator obstrutivo (como a próstata em homens mais velhos, litiase, gravidez), pode haver estase urinária e há maior predisposição para sepse; - Focos abdominais colecistite, apendicite, diverticulite complicada/perfurada 2.0 População mais predisposta à sepse - Extremos de idade idosos, neonatos ( prematuros) - Desnutridos graves, alcoólatras, diabéticos, doença renal crônica - Pacientes com AIDS, neoplasias, transplantados, imunodeprimidos, asplenia - Portadores de doenças auto-imunes, usuários de drogas imunodepressoras, fatores genéticos - Pacientes submetidos a grandes cirurgias, politraumatizados, grandes queimados - Pacientes hospitalizados e submetidos a procedimentosinvasivos; 3.0 Etiologia - O agente etiológico depende do foco infeccioso inicia; - Bactérias são os principais agentes da sepse, sendo que gram negativos (E. coli, Pseudomonas, Proteus e Klebsiella) são os principais; - Dentre as Gram positivas as principais causadoras são do gênero Staphylococcus; - Vírus, fungos e parasitas 5% dos casos; 3.1 Bactérias - Gram positivas o Staphylococcus aureus o Staphylococcus coagulase - menor virulência, mas podem ser agentes de sepse, principalmente em paciente com catéteres e próteses; o Streptococcus spp (piogenes e pneumoniae) o Enterococcus importante em infecções urinárias e vias biliares o Outros aeróbios Gram + o Clostridium o Corynebacterium o Anaeróbios Gram positivos podem estar envolvidos em infecção de pneumonia aspirativa; o Toxinas (Staphylococcus - TSST-1,Streptococcus) Toxinas também podem iniciar toda a resposta inflamatória; - Gram negativas 2 o E coli,Proteus, Enterobacter enterobactérias, causadoras de infecções abdominais, diverticulite perfurada, colecistite, apendicite, infecção urinária o Klebsiella o Pseudomonas aeruginosacomum em ambientes hospitalares e aparece em meios líquidos. É comum que colonize a traqueia de pacientes com ventilação mecânica o Salmonella causadora de febre tifóide (constipação com quadro de perfuração). Gasastroenterites o Acinetobacter o Aeromonastambém cresce mais em locais com água pacientes vítimas de alguns afogamentos; o Serratia,Klebsiella o Neisseria meningococcemia evoluindo para choque séptico e vasculite; o Haemophilus pneumonia, meningite. Causam IVAS; o Legionella Causa pneumonia o Rickettsia o Outros aeróbios e anaeróbios Gram -anaeróbios gram negativo causam mais sepse em paciente com perfuração intestinal; 3.2 Vírus - AdenovirusRN causador de faringite e conjuntivite. Em recém nascidos podem causar quadros graves de sepse; - CMVImunodeprimidos (HIV, transplantados) - Dengue a síndrome do choque séptico nada mais é do que um quadro séptico - Febre amarela - Influenza - Hantanvirus - Ebola Alta letalidade 3.3 Fungos - CandidaHospitalar. Pode causar candidíase sistêmica grave com fenômeno séptico. Principalmente em paciente imunossuprimido, em nutrição parenteral ou um uso de antibióticos (principalmente de amplo espectro); - MalasseziaNPT Causador de pitiríase versicolor. Doença corriqueira de pele, mas pode causar sepse; - HistoplasmaAIDS Pode ocorrer um quadro grave após inalação - AspergillusNeutropênicos Pode causar sepse em pacientes transplantados - CryptococcusAIDS - PneumocystisAIDS - Mucoralesdiabéticos - Paracoccidioides Forma juvenil disseminada 3.4. Micobactérias - Mycobacterium tuberculosisatípicas 3.5 Protozoários - Plasmodium - Toxoplasma (Imunodeprimidos) - Babesia - Achantoameba - Trypanosoma cruzi 3.6 Helmintos - Strongyloides - Ascaris - Enterobius *O tratamento é feito com pulso de corticoide, após a administração de ivermectina ou albendazol (pois se o paciente tiver estrongilidíase, pode tornar-se disseminada com o pulso de antiparasitário); 4.0 Focos mais comuns 3 - Pulmão (pneumonias)Principal Foco** - Abdominal - Trato urinário (pielonefrites, abscessos renais) - Fígado (colangites, colecistites) - Partes moles (celulites, abscessos, fasciite, etc) - Cateteres centrais (sepse associada a cateter) - Meninges (meningites) 4.1 Busca da etiologia - Deve ser feita a colheita da história clínica rápida em pacientes com sepse, com idade, fator de risco. Considerar se toma imunossupressores, se teve algum quadro infeccioso antes, exposta a antibiótico, se tem alergia e o que está sentindo; - História clínica dá pistas nexo causal é quase tudo o que o paciente expor permite relacionar com o foco e etiologia 4.2 Sepse sem foco (Sepse Primária) - São casos em que não há um foco (ou não se identifica); - Exemplo: Neisseriameningitides pode causar a meningococcemia em alguns casos pode causar a faringite antes, mas não é sempre, pode ocorrer diretamenta a meningococcemia; o Pode ocorrer também a infecções disseminadas por microorganismos da microbiota intestinal em pacientes neutropênicos; - Agentes que normalmente causam sepse primária: o Leptospirose; o Esquistossomose séptica; o Borreliose; o Peste; o Listeriose; o Síndrome do choque da dengue; o Febre tifóide; o Febre purpúrica brasileira; o Meningococcemia; o Hantavirose; o Febre Maculosa; o Febre amarela; 5.0 Fisiopatogenia - O quadro da infecção é resultante de uma complexa interação entre o patógeno e o hospedeiro além do ambiente; - A sepse começa com uma resposta inicial que pode ser controlada. Em seguida, a resposta vai tornando- se mais potente até que não seja controlada; o Inicialmente, há uma estimulação antigênica primeiro contato; o É ativado a resposta da imunidade inata envolve fagócitos e monócitos. Monócitos liberam interleucinas e citocinas que estimulam a quimiotaxia, recrutam outras células e alteram a permeabilidade vascular; o Ocorre transudação do plasma e ocorre o choque (um dos mecanismos do choque); o É ativada também a cascada de coagulação gera fenômenos de micro-trombose na microcirculação coagulopatias por consumo de fatores de coagulação ocorre coagulação intravascular disseminada; *O consumo dos fatores de coagulação também faz com que possa ocorrer hemorragia; o Os fatores coagulatórios geram um colapso circulatório e disfunção orgânica ocorre esquemia esplancnica e SARA (pela transudação nos pulmões); - Três fenômenos fundamentais na geração de resposta inflamatória: 4 o Lesão do endotélio vascular com extravasamento de líquidos o Vasodilatação – queda da resistência vascular sistêmica (RVS) o Microtromboses – ativação da coagulação e fenômenos de adesão de leucócitos, plaquetas ao endotélio *O efeito disso é o choque com débitocardíaco elevado e baixa resistência vascular sistêmica choque distributivo 6.0 Conceito - A sepse trata-se de uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS) que ocorre iniciada por uma infecção; o O termo SIRS é usado para situações em que não há infecção; o Exemplos de situações que podem iniciar uma SIRS: pancreatite medicamentosa ou alcóolica; politraumatismo; grandes queimaduras; - SIRS resposta inflamatória sistêmica em que a infecção não é o agente que deflagra; - Sepse resposta inflamatória desregulada iniciada por uma infecção; - Sepse grave caso em já disfunção orgânica (já há disfunções metabólicas e celulares que aumentam substancialmente a mortalidade); - Diferença entre uma infecção e sepse na sepse há uma resposta aberrante ou desregulada e a presença de disfunção orgânica mediante uma infecção 6.1 Critérios - Para que seja caracterizada sepse, devem estar presentes 2 dos 4 critérios abaixos: o Taquicardia acima de 90 bpm; o Taquipnéia FR > 20 irpmm ou PaCO2< 32mmHg; o Febre acima de 38,5oC ou hipotermia abaixo de 36oC; o Leucócitos acima de 12000/mm3 ou abaixo de 4000/mm3 ou bastões (forma imatura) acima de 10%; - Choque séptico quando a hipotensão ou hipoperfusão induzida pela sepse é refratária à reanimação volêmica adequada há necessidade de administração de drogas vasopressoras (continua-se o quadro de sepse grave); o Sepse grave quando num primeiro momento, consegue-se reanimar o paciente com volume; o Choque séptico quando é necessário fármaco vasoativo; - Novos conceitos: o Sepse: Infecção suspeita ou documentada, acompanhada de um aumento agudo de 2 ou mais pontos no escore SOFA; o Choque séptico: Sepse com necessidade de tratamento vasopressor para manutenção de pressão arterial média maior ou igual a 65 mmHg e lactato maior que 2 mmol/L, mesmo após adequada ressuscitação volêmica. 6.2 Critério de Falência Orgânica relacionada com a Sepse (SOFA) - Os orgãos envolvidos no critério SOFA são pulmão, SNC, cardiovascular, fígado, coagulação e rins; o Pulmão: Avalia-se a diminuição na PO2 o SNC: Avalia-se a escala de Glasgow o Cardiovascular: Avalia-se a pressão arterial e a necessidade de vasopressores (avaliar também por ecocardiograma e a saturação venosa de oxigênio disfunção se estiver abaixo de 75%) o Fígado: Avalia-se o aumento da bilirrubina o Coagulação: Avalia-se a contagem de plaquetas o Rins: Avalia-se a creatinina; 5 *Cada órgão é analisado e há uma pontuação de 0 a 4 para cada um, de acordo com a gravidade da alteração *Para que seja considerado séptico, o paciente deve apresentar 2 ou mais pontos no critério SOFA (Ainda sim não é fácil fazer o diagnóstico); - SOFA rápido Usado em emergência observa Pulmão, SNC e Cardiovascular. o Se Estiver Hipotenso e com delirium já apresenta dois pontos considera-se séptico; - Relação entre SOFA e mortalidade quanto maior a disfunçãoo orgânica, maior a mortalidade; o Sem disfunção 9% de mortalidade; 1 disfunção 22% de mortalidade; 2 disfunções 38%; 3 disfunções 69%; 4 disfunções 83%; 6.0 Abordagem - Importante: deve ser administrado antibiótico de amplo espectro em pacientes sépticos deve ser feita administração endovenoso direcionado de acordo com o foco e se é comunitária ou hospitalar. o A administração deve ser na primeira hora do diagnóstico deve se atentar para que a enfermagem, para que não haja atraso; - Cultura: o Deve ser colhido material para hemocultura ANTES da administração de antibiótico (SEMPRE) duas amostras de lugares diferentes, em seguida, iniciar a antibioticoterapia rapidamente; o Podem ser realizadas também outras culturas, de acordo com o foco urina, secreção de pele e partes moles, líquor, líquido pleural, peritoneal, articular, ósseo, cultura de cateter vascular central, escarro, secreção traqueobrônquica (ou lavado broncoalveolar); - Dosagem de lactato: permite avaliar a lesão tecidual; o Normal até 2 milimol até 2, o corpo não está fazendo muito metabolismo anaeróbico; o Acima de 2 milimol inidica que já há hipoperfusão tecidual; o No choque séptico lactato acima de 4 milimol diminuição indica melhora no prognóstico; - O paciente deve ser reavaliado diariamente agente, clínica, foco o esquema pode ser reajustado, estreitado de acordo com a cultura. Quando está melhor, clinicamente, no dia seguinte paciente está tendo resposta; - O tempo de tratamento é de 7 a 10 dias (com excessões deéndendo da infecção, como endocardites, osteomielites, abscessos e imunodeprimidos); - Devem ser evitados cursos prolongados de terapia empírica; - Dose adequada endovenosa: Plena primeiras 24 horas, ajuste de dose em 24 horas; - Deve ser feito controle do foco infeccioso debridamento, drenagem de abcessos e tecidos necrosados o Retirada do foco pode ser diferença entre a vida e a morte muito importante em casos de peritonite supurativa (apendicite supurada), fascite necrosante, abortamentos retidos, abscessos extensos; - Terapia Empírica / Escolha da Antibioticoterapia o Identificar o foco e patógenos mais prováveis relacionados ou levar em consideração que pode ser uma sepse primária; o Tempo de terapia 7 a 10 dias: Exceções: endocardite, osteomielite, abcessos, imunodeprimidos o Levar em consideração idade, dados epidemiológicos, viagens, animais, exposição a carrapatos e insetos, etc. o Verificar o uso prévio de antimicrobianos não utilizar antibiótico usado nos últimos 3 meses; o Sempre fiscalizar a primeira aplicação; o Levar em consideração resistência microbiana - **Retirada do Foco: o Pode ser a diferença entre vida e morte e feita em peritonite e fascite necrosante - Exemplo De PROVA Diferença entre abordagem em paciente imunocompetente e paciente com AIDS Verificar doenças associadas sempre 6 o Dois pacientes com pneumonia, um imunocompetente e outro não. O tratamento será diferente entre os dois, pois normalmente o paciente hígido terá a pneumonia por infecção bacteriana como Pneumococco, H. influenza,clamídia. Enquanto o paciente com HIV pode ter a pneumonia por esses agentes, mas também por agentes menos típicos como pneumocistes. 6.1 Pacotes de Tratamento para Sepse *A principal causa ainda é bacteriana Pacote de 1 hora - Medir lactato; - Obter cultura antes da administração de antibiótico - Administrar antibiótico de largo espectro (ainda na primeira hora); - Administrar cristaloides para hipotensão; Vasopressores se não responder Pacote de 3 horas: **Administrar antibiótico de amplo espectro na primeira hora Início de antibiótico na primeira hora após o diagnóstico de sepse Coleta de amostras para hemoculturas antes do início da antibioticoterapia o 2 coletas. Caso haja uso prévio de antibiótico, 3 coletas Dosagem de lactato sérico o Se o lactato estiver acima de 4 reposição volêmica Reposição volêmica agressiva precoce nos pacientes com hipotensão ou lactato 2 vezes o valor normal se não responder, utilizar droga vasoativa Pacote de 6 horas: Uso de vasopressores para manter PAM acima de 65 mmHg Reavaliação do status volêmico e da perfusão tecidual usando, por exemplo PVC ou ScV02 Nova mensuração de lactato para pacientes com hiperlactatemia inicial *Além da antibioticoterapia, é importante manter a volemia nas primeiras horas. O paciente séptico hipotenso paciente deve receber cristalóides (Soro fisiológico) para aumentar o volume e deve ser mantido acesso para medida de pressão venosa central (PVC). Deve ser avaliada constantemente a PVC e o volume de diurese se cair, o paciente deve receber mais hidratação. Se a pressão melhora apenas com aumento do volume, é um bom indicativo. Se não melhorar, é necessárioentrar com um fármaco vasopressor. Inicialmente utiliza-se a noradrenalina (dobutimina é usada quando o paciente tem a pressão reestabelecida, mas a saturação venosa não está adequada). Em pacientes com saturação venosa abaixo de 70%, deve ser feita transfusão sanguínea, pois o paciente não está conseguindo fazer a oxigenação adequada. 6.2 Suporte Ventilatório - Se a saturação abaixa para 85% utilizar máscara se melhorar, OK o Oxigênio suplementar por cateter nasal ou máscara Quando Pa02 < 60 mmHg ou Sat02 < 90% (ou 85%?) com Fi02 = 21% - Ventilação mecânica se não melhorar com máscara Quando Pa02 < 60 mmHg, PaC02 > 50 mmHg, FR > 40 irpm e coma Reposição Volêmica e controle da pressão/volemia - Cristaloides são superiores a coloides; - Drogas vasoativas: - Primeira noradrenalina segunda adrenalina; 7 - PAM (pressão arterial média) maior ou igual a 65 quando reposição volêmica não restaurar a pressão - **Quando o paciente não responde ao desafio de volume determina-se que está em choque séptico 6.3 Outras Intervenções - Profilaxia TVP. Usar profilaxia mecânica quando heparina é contra-indicada. Dalteparina ou HBPM para insuf renal ( clearance <30) - Sedação (Sedativos) - Fazer quando necessário, seguindo protocolos de suspensão diária da sedação - Concentrado de hemácias – apenas se Hb <7g;dl - Considerar transfusão de plaquetas quando: o Sem sangramento: < 10.000/mm3 o Sehá possível sangramento < 20 000/mm3 o < 50.000/mm3 = para procedimentos cirúrgicos - Bicarbonato – Sem evidência de benefício o Indicações atuais: pH< 7,15 (controverso), Acidose origem renal (crônicos) - Profilaxia de Úlcera de Stress - Nutrição - Disfunção Cardíaca: o Determinada pelo ecocardiograma ou por saturação venosa menor que 75; o Utiliza-se dobutamina como agente inotrópico; 10 Mandamentos da Sepse 1. Darás antibiótico na primeira hora 2. Não deixarás de colher hemoculturas 3. Colherás lactato 4. Darás o exato volume de forma precoce 5. Manterás o delta de PP otimizado 6. Usarás DVA caso necessário 7. Não darás corticóide 8. Não darás proteína C ativada 9. Cobiçarás uma glicemia menor que 180 mg/dl 10. Usarás PEEP (pressão expiratória final positiva)otimizada 7.0 Exames complementares Sangue permite a avaliação de algumas das disfunções orgânicas: Hemograma completo, plaquetas, coagulograma, lactato, gasometria arterial e venosa, glicemia, uréia, creatinina, eletrólitos, transaminases, fosfatase alcalina, amilase, bilirrubina total e frações, albumina, Proteína C reativa quantitativa, procalcitonina, Beta D glucana, galactomanana **Importante** devem ser feito sem retardar a primeira hora de administração de antibiótico Raio x de tórax PA e Perfil EsquerdoFoco pulmonar Urina (EAS) Foco urinário TC de tórax, TC abdome e pelve, USG, ecocardiografia, RNM, cintilografia exames de imagem devem ser solicitados quando se necessita investigar focos específicos Aula 2 – HIV 8 1.0 Introdução - 1981 –CDC descreve epidemia de doenças oportunistas infecciosas (pneumonia por Pneumocystis jirovecii), neoplasias como Sarcoma de Kaposi em homens jovens homossexuais e previamente sadios nos EUA; - Trata-se de um Retrovírus – Família Retroviridae, subfamília Lentivirinae (Lentivirus) o HIV-1 o HIV - 2 - curso clínico mais lento (países africanos) - Inicialmente (1987), o AZT era a única terapia disponível. A partir de 1995, entramos na era da terpia HAART, que utilizad mais de um antiretroviral, podendo ser associados 3 fármacos que atuam em processos diferentes do vírus dimiuição da replicação e aparecimento de resistência e aumento da sobrevida do paciente. - Transmissão: o Sexual o Vertical o Perinatal o Transfusional o Transplantes o Seringas e agulhas contaminadas o Outras formas 2.0 Epidemiologia - Dados de 2016 36,7 milhões de pessoas infectadas no mundo; - No Brasil proporção de 1,5 homens para 1 mulher; - Maior número de casos na África por ano, 1 milhão de pessoas morre devido a falta de acesso ao tratamento; - Advento da HAART queda no número de mortes 3.0 Estrutura - As glicoproteínas gp41 e gp120 são as estruturas utilizadas para se ligarem à célula hospedeira; - As células alvo do HIV são as CD4+ linfócitos T CD4+, NK, Monócitos - Transcriptase reversa faz a síntese de DNA a partir do RNA viral, de forma que esse DNA que codifica para as proteínas virais seja incorporado no genoma do hospedeiro e passe a produzir novas partículas virais; 4.0 Tipos e Subtipos 9 - HIV1- subtipos (clados) de A aK - chamados de subtipos M (Major) o Subtipos (grupos)O,N e P (fazem parte do HIV1 porém possuem menor homologia que os do grupo M) o No Brasil a maior parte dos vírus são do subtipo B, C e F do grupo M - HIV2- encontrado no oeste africano 5.0 Ciclo de Vida - O HIV infecta células que expressam o CD4, principalmente linfócitos T, mas também células NK, Monócitos e macrófagos; - Como afeta linfócitos T CD4+, causa grande prejuízo a resposta imune, principalmente pelo fato de que essas células comandam a reposta imune celular; - Ciclo de vida/infecção: - Ao entrar em contato com o organismo, o vírus precisa ligar-se ao receptor CD4 e aos co- receptores CCR5 e CXCR4 (mutações no CCR5 ou sua ausência impedem a infecção indivíduos com essa mutação são “longos sobreviventes); - Quando há a ligação com o receptor e co-receptores, há uma fusão entre a membrana da célula hospedeira e o vírus e forma-se um poro por onde passa o genoma viral (RNA); - A ação da Transcriptase reversa faz a produção do RNA viral em DNA que é translocado até o núcleo e integrado ao genoma do hospedeiro; - Há, então, produção do RNA viral e proteínas virais a partir do DNA integrado na célula do hospedeiro; - As partículas virais são formadas e ao sair da célula, o envelope viral é formado com a membrana lipídica por último há a ação de proteases que liberam o vírus para que possa infectar outras células; - Na transmissão sexual, o HIV infecta inicalmente células dendríticas locais e macrófagos da mucosa. Replica-se localmente e, em dois dias, passam a infectar também linfócitos regionais são transportados para linfonodos regionais e, em 3 dias são disseminados e infectam linfócitos T CD4+ de maneira geral 6.0 Patogenia - Eventos iniciais: o Na viremia primária o título de vírus infectante é alto no plasma (até 107 partículas de HIV/ml) o O título de vírus infectante cai significativamente com o desenvolvimento de resposta imune específica para o HIV e freqüentemente se torna indetectável no plasma o Células “alvo” do HIV: todas que contém CD4+: Linfócitos T CD4+ (LT Helper), NK, monócitos, macrófagos o O HIV nunca está em estado de latência verdadeira, a produção de vírus é contínua em todos os estágios da doença. - Dinâmica Viral: o Meia vida do HIV no plasma: 1 a 2 dias com destruição e substituição de 2 bilhões de linfócitos CD4+ a cada dia o Abaixo de 200 células/µL = AIDS (CDC 1993) o Critério de notificação de AIDS por valores deCD4 < = 350 /µL e/ou já apresentar doença oportunista Diminuição de CD4 predispõe para doenças oportunistas - Danos causados ao sistema imune: o Lesão direta dos linfócitos o Disfunção linfocitária T o Apoptose acelerada de T o Produção aberrante de citocinas IL1 e TNF o Modificação da resposta TH1 para TH2 o Disfunção das APC (macrófagos) 10 o Ativação celular: aceleração de processos inflamatórios o Disfunção de linfócitos B com produção aberrante de anticorpos disfuncionais. Também pode haver ativação policlonal o Fenômenos auto imunes 6.1 Consequências clínicas - Neoplasias oportunistas e neoplasiasnão relacionadas à AIDS - Desordens inflamatórias – doenças vasculares (aceleração das lesões ateroscleróticas) - Lesões renais, hepáticas, metabólicas, osteoporose; - Infecções oportunitas: o Toxoplasmose, Cryptococcose; infeção por citomegalovirus; candidíase oral e esofagiana; infecção por Pneumocystis jirovecii, tuberculose, histoplasmose, micobactérias, Herpes simples, HPV, cadidíase vaginal; *No caso da tuberculose, o paciente com HIV com imunidade um pouco preservada vai apresentar a tuberculose cavitária, enquanto o paciente com HIV com a imunidade mais comprometida apresentará uma tuberculose disseminada com infiltrado difuso e sem cavitação; - Além disso, apresentam também envelhecimento de orgãos mais rápido e intenso; 7.0 Métodos Diagnóstico - Cutlura viral complexo, feito apenas em laboratórios de pesquisa; - Detecção do HIV pela pesquisa de anticorpos: o Métodos imunoenzimáticos ELISA de quimioluminescência; imunofluorescência indireta; western blot e imunoblot; testes rápidos (imunocromatografia, aglutinação de partículas em látex); - Detecção de antígeno (é feita a detecção do p24) são métodos que permitem a detecção no período de janela imunológica: o O ELISA de quarta geração deteca o antígeno (além do anticorpo) por isso faz a detecção mais precoce; o *(não estava na transcrição, mas o western blot é normalmente usado para detectar proteínas virais é muito preciso, sensível e específico) - Métodos moleculares: o PCR quantitativo permite tanto o diagnóstico de cargas muito baixas quanto também determinar a carga viral, por isso não é usado para diagnóstico, mas sim para controle do tratamento permite avaliar se a carga viral (número de cópias) está diminuindo e, assim, determina que está havendo resposta. - Diagnóstico: Inicialmente é feito uma etapa de triagem (ELISA é um teste importante nessa etapa) com detecção de anticorpos anti-HIV. Se positivo novo teste, o principal teste nessa etapa é o western blotting como teste confirmatório. o Se ambos os testes tiveram resultados positivos amostra positiva para HIV; o Se houve algum resultado negativo e forte suspeita de infecção ou um dos testes teve resultado positivo e o outro negativo realizar teste de biologia molecular (qPCR) ou repetir o exame em 30 dias; - Resultados reagentes, nos testes das Etapas I e II: a amostra é positiva para HIV - resultado deverá ser liberado como: "Amostra Reagente para HIV". - O laudo laboratorial deverá incluir a seguinte ressalva: "Para comprovação do diagnóstico laboratorial, uma segunda amostra deverá ser coletada e submetida à Etapa I - Resultados indeterminados ou discordantes entre as Etapas I e II: Reagente na Etapa I e não reagente ou indeterminado na Etapa II deverão ser liberados como "Amostra Indeterminada para HIV". - É obrigatória a liberação desse resultado e o laudo laboratorial deverá incluir a seguinte ressalva: "Persistindo a suspeita de infecção pelo HIV, uma nova amostra deverá ser coletada 30 dias após a data da coleta desta amostra“ 11 - Caso o resultado com a nova amostra permaneça indeterminado deve-se considerar a possibilidade da realização de testes moleculares (RNAe/ou DNA) para auxiliar na definição do diagnóstico. - Teste rápido pode ser usado nas seguintes situações: o b)Centro de Testagem e Aconselhamento - CTA; c)Segmentos populacionais flutuantes; d)Segmentos populacionais mais vulneráveis; e)Parceiros de pessoas vivendo com HIV/AIDS; f)Acidentes biológicos ocupacionais, para teste no paciente fonte; g)Gestantes que não tenham sido testadas durante o pré-natal ou cuja idade gestacional não assegure o recebimento do resultado do teste antes do parto; h)Parturientes e puérperas que não tenham sido testadas no pré-natal ou quando não é conhecido o resultado do teste no momento do parto; i)Abortamento espontâneo, independentemente da idade 7.1 Exames para o acompanhamento - Métodos de detecção do RNA viral permitem avaliar a carga viral: o Detecção de RNA viral - Métodos PCR, NASBA, bDNA – detectado a partir da segunda a quarta semana após a infecção aguda, infecção em crianças menores de 18 meses, gestantes e demais pacientes com sorologia indeterminada, acompanhar terapia medicamentosa, prognóstico, quantitativo (detecção mínima de 20 cópias por mililitro de plasma) - Citometria de Fluxo o Permite a contagem de linfócitos T CD4+ avalia o quão preservada está a resposta imune, momento de iniciar a HAART e profilaxia de doenças oportunistas - Também é possívels e fazer a genotipagem do vírus (se houve mutações e há resistências específicas) e fenotipagem (resistência a antiretrovirais); 7.2 Tipos de progressão - Progressores rápidos - AIDS em 2 a 3 anos (10%) - Progressores típicos - AIDS em 10 anos (80-85%) - Progressores lentos – Estáveis clínica e imunologicamente após 10 anosda infecção primária (5-10%) - Não progressores 8.0 Fatores que aceleram a evolução da AIDS - Idade acima de 60 anos - Infecções adquiridas por transfusão, inóculo viral - Desnutrição - Co-infecções - Re-exposições ao HIV - Infecções por Herpesvírus - Cepa viral - Vírus indutores de sincício - Indivíduos com HLAA35 *Há também fatores que retardam a evolução da AIDS: - Alterações nos receptores de quimiocinas - CCR5/CXCR4 - não progressores ou progressores lentos - Resposta de linfócitos TCD8 aumentada “Controladores de elite” - Vírus não indutores de sincício(cepa viral específica) *Espectro da Doença - AIDS indivíduo com imunodeficiência avançada; - ARC Imunodeficiência moderada; - Indivíduos assintomáticos ou com sintomas vagos (mas que transmitem a doença para outras pessoas); 12 9.0 Síndrome retroviral aguda - Quandro agudo da infecção; - Ocorre em torno de 50 a 70% dos pacientes - Pode ocorrer entre 5 a 90 dias (maioria 14 a 30 dias após a infecção) - Oligossintomática - Semelhante à fase aguda de outras viroses ou síndrome mononucleose - símile - Duração -1 a 2 semanas 11. Fase Crônica assintomática – Latência Clínica - São pacientes assintomáticos; - Presença de linfadenopatia generalizada persistente (LGP) - 2 ou mais cadeias extra-inguinais - Exames laboratoriais inespecíficos ou com leucopenia, trombocitopenia, inversão da relação CD4/CD8, anemia,hiperglobulinemia 12. AIDS - A fase de latência clìnica dura até o indivíduo entrar na fase de AIDS momento em que o indivíduo já possui baixa contagem de CD4+; - Critérios para definir AIDS em indivíduos com 13 anos ou mais: o Evidência laboratorial de infecção pelo HIV mais o Imunodeficiência avançada (doenças definidoras de AIDS) ou o Evidência laboratorial de imunodeficiência (CD4<350) - Dentro das categorias clínicas, é mais coerente que o paciente tenha contagem de CD4 acima de 500 ser assintomático (ou ter imunodeficiência moderada) e o paciente com menos de 200 estar em estado avançado. - CD4> 500 - Síndrome retroviral aguda, Candidíase vaginal - CD4>200 e < 500 - Pneumonia bacteriana, TB pulmonar, Herpes zoster, Candidíaseoral, Leucoplasia pilosa oral - CD4>100 e <200 - Pneumonia por P. jirovecii, Histoplasmose disseminada,TB miliar / extrapulmonar, esofagite por Candida, Sarcoma de Kaposi, LEMP, Pneumonia intersticial linfóide - 13.0 Imunodeficiência moderada - Perda de peso (> 10%) - Diarréia crônica por mais de um mês - Febre por mais de um mês - Candidíase oral persistente - Candidíase vulvovaginal persistente - Displasia cervical ( moderada ou grave) - Carcinoma cervical in situ - Infecções bacterianas graves – pneumonia, meningite, piomiosite, infecções ósteo- articulares - Leucoplasia pilosa oral - Psoríase grave - Herpes zoster (> 1 dermátomo, mais extenso não respeitando umdermátomo) atentar-se em jovens - Neuropatia periférica - Púrpura Trombocitopênica imune - Angiomatose bacilar por bartonella - Tuberculose pulmonar principalmente apresenta-se na forma sem cavidade por falta de resposta imune celular eficiente - Estomatite, gengivite ou periodontite aguda necrosante - Listeriose 13 - Anemia inexplicada ( Hb< 8 g/ dl), neutropenia ( < 500 céulas/ ul) e/ou trombocitopenia crônica ( < 50 000 células /ul) 13. Imunodeficiência avançada - Candidíase esofageana (muito comum), pulmonar - Citomegalovirose (em outros locais além do SRE) - retinite, TGI, encéfalo - Criptococose extrapulmonar - Criptosporidiose e Isosporíase ( > um mês) - Herpes simplex mucocutâneo > um mês, visceral - Leucoencefalopatia multifocal progressiva - Histoplasmose disseminada - Coccidioidomicose disseminada - Infecções disseminadas por micobactérias atípicas - Pneumonia bacteriana recorrente - Pneumonia por Pneumocystisjirovecii (provoca pneumonia insidiosa com tosse seca) - Toxoplasmose cerebral - Infecção por Mycobacterium tuberculosis disseminada (miliar) ou extra pulmonar; - Linfoma não-Hodgkin de Células B; - Sarcoma de Kaposi Tratamento - Efeitos colaterais: - Intolerância gastrointestinal - Anemia, mielotoxicidade - Pancreatite, hepatotoxicidade - Dislipidemia, hiperglicema - Efeitos sobre SNC - Hipersensibilidade, farmacodermia - Acidose lática, interação com outros fármacos - Neuropatia periférica - Lipodistrofia Aula 3 – Arboviroses 1.0 Introdução - Arbovírus vírus transmitidos por artrópodes; - O ciclo biológico é mantido por insetos hematófagos que tem ciclo biológico do vírus e que contaminam hospedeiros vertebrados susceptíveis - O termo arbovírus não tem significado taxonômico: o Flavivírus – Zika, Dengue, Vírus da Febre Amarela, Encefalite do Oeste do Nilo, Powassan, Encefalite de St Louis, Encefalite Japonesa o Togavírus – Vírus Chikungunya, Encefalite venezuelana, Encefalite equina do leste, Encefalite equina do oeste o Bunyavirus – Vírus La Crosse o Reoviridae o Rhabdoviridae - Síndromes clínicas causadas por arbovírus: o Doença febril; o Doença febril com exantema; o Febre hemorrágica; o Encefalite; 2.0 Patogênese - Apresenta um ciclo bifásico há melhora depois piora e volta a melhorar; o Ocorre devido a uma viremia primária e secundária; 14 - Segundo episódio de dengue é mais grave; *Complexo Encefalie do Oeste do Nilo: - Há um pássaro que também atua como vetor; o Mosquito pássaro mosquito humano; - Mortandade de pássaros quando há surto 3.0 Dengue - Causada por arbovírus da família Flavivirus; - Todos os sorotipos são associados a epidemias e pandemias - Pode ser fatal nas formas graves - Vírus de RNA; o Flaviviridae; o 4 sorotipos conhecidos: dengue-1 ; dengue-2; dengue-3 e dengue-4 o DEN 2 é o mais associado a síndrome do dengue hemorrágico e choque (SCD/DHS) - Transmissão: o Aedes aegypti e A. albopictus Fêmea infectada é a transmissora, diurna (alimentação) Peri-domiciliar e domiciliar põe ovos e produz larvas em meios líquidos 3.1 Patogênese - Ativação inicial de mastócitos coceira e elevação no local da picada; - Infecção de células dendríticas apresentação do antígeno e início da resposta mediada por linfócitos T citotóxicos; **Patogênese do SCD/DH - > permeabilidade vascular - perda de plasma nos vasos sangüíneos. - Presença prévia de anticorpos: outro sorotipo (não protege da infecção, mas parece acelerar a complicação) - Dengue 2 e dengue 3 preponderantes (todos os sorotipos podem causar) - Ativação do complemento - Anticorpos contra vírus do dengue - cruzado contra plasminogênio - Fatores predisponentes: Diabetes mellitus, anemia falciforme e asma 3.2 Quadro Clínico - Período de incubação (3-14 dias) - Amplo espectro de doença: o Assintomático, oligossintomático, sintomático - Doença dinâmica com evolução variável; - 3 fases clínicas podem ocorrer: o Febril, crítica e de recuperação o Fase Febril: Febre elevada, início abrupto com duração de 2 a 7 dias Cefaléia, mialgia, artralgias, dor retroorbitária Diarréia Exantema( 50% dos casos)– máculo papular, petequial com ou sem prurido Náuseas , vômitos, hiporexia Recuperação gradativa na maioria dos paciente o Fase Crítica: Pode ocorrer em alguns pacientes Início entre3 e 7 dias, no período da defervescência da febre Pode evoluir para formas graves 15 Caracteriza-se pela ocorrência dos sinais de alarme, que são: Dor abdominal intensa, vômito, acúmulo de líquido, hepatomegalia, sangramento da mucosa, letargia, irritabilidade, aumento progressivo - Na síndrome de choque da dengue: o Queda de PA; o Torporoso; o Pode ou não haver hemorragia visível; o Só ocorre em alguns 3o a 6o dia (no máximo até o 7o); - Dengue Grave: o Choque e disfunções orgânicas, hemorragia, miocardite, hepatite, encefalite, meningite, Guillan Barré, Síndrome de Reye; o Hipotensão, oligúria, taquicardia; o Sinais de Choque: Taquicardia, extremidades distais frias, pulso fraco e filiforme; Enchimento capilar lento, pressão arterial convergente; Taquipneia; Oligúria; Hipotensão arterial (fase tardia do choque); Cianose (fase tardia do choque) 3.3 Exames laboratoriais - Achados: o Leucopenia, linfocitose o Plaquetopenia o Hemoconcentração o Elevação discreta de transaminases o Hipoalbuminemia o Anemia – apenas em sangramentos exteriorizados o Leucocitose formas graves* - Diagnóstico laboratorial específico: o ANTIGENO NS1- primeiros 5 dias o Sorologia: Elisa convencional (IgM E IgG) - geralmente positivam após 5 ou 7 dias o PCR para vírus Dengue – primeiros 5 dias o Cultura viral (complexo, apenas para pesquisa) 3.4 Abordagem - Anamnese - Exame físico - Estadiamento – A (manejo ambulatorial), B (internado com sinais de dengue severa ou comorbidades importantes), C (internado com sinais de choque, hemorragias severas, disfunções orgânicas severas) e D (estreitamento da PA e já em choque) - Tratamento domiciliar, observação na emergência, internação hospitalar ou em UTI conforme estadiamento 3.5 Terapia - Hidratado e sem sinais de alarme: tratamento domiciliar. Sintomáticos e TRO - Hidratação insuficiente, hemorragias leves: abordagem na emergência - Sinais de alarme, hemorragia moderada a grave, choque ou outras formas graves hospitalização Terapia Domiciliar - Sintomáticos paracetamol ou dipirona e anti-eméticos - Hidratação adequada hidratação oral adequada - Não administrar AINH e AAS 16 - Não há terapia específica - Orientar paciente sobre sinais de alarme - Programar avaliações periódicas e exames periódicos durante a doença conforme condição do paciente 3.6 Prevenção - Repelente com DEET; - Roupa protetora; - Rede de mosquito pouco útil, pois os vetores são diurnos; - Educação sanitária; - Combate ao mosquito; - Vacina disponível Sanofi Pasteur para pessoas de 9 a 45 anos – recomendação atual apenas para pessoas que já tiveram um episódio de dengue 4.0 Chikungunya - Período de incubação – 1 a 12 dias - Sintomática- 70% dos casos - Aguda, subaguda e crônica: o Aguda: Febre, exantema, poliartralgia (90% dos casos), cefaleia, bifásica, úlceras orais o Subaguda – até 3 meses o Crônica – até 3 anos artrite crônica pós infecção é frequente Formas Atípicas de Chikungunya - O vírus tem neurotropismo pode ter apresentações neurológicas (ver quadro) Resultados laboratoriais Laboratório – leucopenia, plaquetopenia discreta, CPK, PCR elevados Sorologia – ELISA – IgM na fase aguda ou aumento dos títulos de IgG PCR –RT – RNA viral Isolamento por cultura 5.0 Zika Vírus - Família Flaviviridae; - Vírus de RNA; - Duas linhagens Africana e asiática; - Primeiros casos no Brasil apareceram em 2015; 5.1 Quadro Clínico - Período de incubação 3 a 12 dias; - Frequentemente assintomático (80%); - Manifestações variadas dengue-like: o Febre baixa; o Exantema; o Artralgia; o Conjuntivite hiperemia; Essas manifestações desaparecem após 3-7 dias; 5.2 Transmissão - Mosquito, sexual ou perinatal; 17 5.3 Diagnóstico e Tratamento - Diagnóstico: o Achados semelhantes aos da dengue com menor intensidade; o Viremia até o quinto dia RT-PCR positivo; o Virúria pode persistir por mais dias, alternativa para o diagnóstico; o Sorológico ELISA e imunofluorescência - Tratamento: o Sintomático analgésicos e anti-histamínicos; Prevenção: - Controle do Vetor**; - Uso de repelentes; - Proteção das janelas com telas; - Uso de roupas com mangas compridas; - Vitaminas do complexo B; - **Não engravidar 6.0 Febre Amarela - Doença de gravidade variável; - Várias epidemias no mundo; - Último caso urbano Sena Madureira (Acre); - Vírus RNA - família Flaviviridae 7 genótipos - Transmissão por artrópodes - mosquitos (Haemagogus, Sabethes (ciclo silvestre), Aedessp. (ciclo urbano)) e carrapatos (Amblyoma variegatum) - Não há transmissão homem x homem (exceto durante lactação) - Primeira febre hemorrágica viral original descrita no mundo - Epidemiologia: o É uma zoonose de macacos – transmitida por mosquitos culicídeos o Outros animais: marsupiais arboreais, preguiças, roedores o Transmissão silvestre –> humanos acometidos acidentalmente o Transmissão urbana –> humanos são os reservatórios o É endêmica em 34 países da África, América do Sul (principalmente Brasil e Peru); - Surto atual no Brasil: o Desde julho de 2017, país tem 164 mortes e 545 casos o O ministério da Saúde informa que o Brasil confirmou 164 mortes por febre amarela desde julho de 2017 até o dia 20 de fevereiro de 2018. o No último monitoramento divulgado, no dia 16 de fevereiro de 2018, o país contabiliza 154 mortes. 6.1. Patogênese - Pode levar a morte ou evoluir sem sequelas; - Órgãos mais acometidos: o vasos sangüíneos, fígado, coração, rins e encéfalo (lesão celular = lise celular) o Vasos CIVD, plaquetopenia, hemorragias; o Fígado pode haver hepatite aguda fulminante; o Rins necrose tubular aguda; o Coração Miocardite, choque; o Falência múltipla dos órgãos; o Cérebro hemorragia e edema; 18 6.2 Quadro Clínico - Relação infecção x doença = 20:1 - Período de incubação 3 a 6 dias (até 15 dias) - Infecção subclínica, doença leve a moderada e formas sistêmicas graves e malignas; - 15 % dos pacientes evoluem para formas graves Destes 20 a 50% evoluem para o óbito - Fases clínica, classicamente três: o Períodos de infecção, de remissão e de intoxicação; - A forma clínica pode ser: o Leve: febre, cefaleia, dor retroorbital etc o Moderada: passa a aparecer icterícia, elevação das transaminases. Pode haver hemorragia leve o Grave: Visceralização viral. Afeta fígado, baço. Dor abdominal, sinais de comprometimento hemodinâmico etc. - Resultados laboratoriais: o Hemograma – leucopenia , linfocitose. Pode ocorrer leucocitose nas formas muito graves o AST, ALTacima de 1000 na fase ictérica o Elevação de BT às custas de BD o Lesão de miocárdio e músculos esqueléticos (AST>ALT) o Fosfatase alcalina e γGT – pouco elevadas o EAS- Albuminúria – 500 mg/100 ml , hematúria o Uréia e creatinina aumentadas o Plaquetopenia, TC e TS alargados, consumo de fibrinogênio - Diagnóstico de precisão: o Testes de biologia molecular - PCR para vírus da febre amarela – até 5 dias ( preferencialmente) o Sorologia – ELISA – Acs para vírus da febre amarela ( após 5- 7 dias) o Histopatologia/imunohistoquímica - Prognóstico: o Fatores que relacionam-se com morte: Progressão rápida na fase de intoxicação e aumento acelerado de bilirrubina; Aparecimento de CIVD; Insuficiência renal (necrose tubular aguda); Choque; Coma e convulsões; - Diagnóstico diferencial: o Difícil nas formas indeterminadas: o Nas formas ictéricas leptospirose; malária; hepatites virais; febre tifoide; sepse; chikungunya; 6.3 Tratamento - Não há tratamento específico; o Relato de uso de ribavirina e estudos iniciais com sofosbuvir; - Formas ictéricas: o 15%-30% o Internação, repouso e observação; - Formas graves: o Suporte a vida necessário intubação, hemodiálise, hidratação venosa etc; o *Falência hepática aguda por febre amarela – primeiro transplante realizado no mundo 19 6.4 Profilaxia e controle - Combater o Aedes aegypti (urbano) - Vacinação a partir dos 9 meses de idade - Vacina 17DD - vírus atenuado - Introduzida no Brasil em 1937 - Eficácia acima de 95% - OMS- dose única a partir de 2016 o 2018 – doses fracionadas - Contraindicações: o Crianças abaixo de 6 meses; o Imunodeprimidos (HIV, transplantados); o Pacientes em quimioterapia; o Paciente que tenham apresentado doença desmielinizante; Aula 4 – Doenças Infecciosas Exantemáticas 1.0 Introdução - Exantema - erupção cutânea - Doença exantemática- doença infecciosa sistêmica em que as manifestações cutâneas acompanham o quadro clínico do paciente, sendo um dado fundamental para o diagnóstico; - Espectro – infecções benignas auto-limitadas até rapidamente fatais 50 agentes etiológicos já descritos; - Comuns na pediatria**; o Vacinação mudou a epidemiologia de viroses exantemáticas; - Tipos de Lesão Exantemática o Macular: lesão circunscrita. Pode ser azulada, avermelhada, amarronzada. Indivíduo de pele negra pode passar despercebido o Papular: Mácula levemente elevada o Máculo-papular o Vesicular: São mais específicas, causadas por herpes, infecções por cocksackie; o Petequial: ocorre na dengue, cocksackie, infecções bacterianas (incluindo na sepse). Diferente da mácula, pois é puntiforme o Purpúrico: Tende a ser mais espessa que a petequial Púrpura por meningococcemia causada por plaquetopenia (infecção fulminante) o Eritematoso: o Urticariforme: presente em fenômenos alérgicos. Normalmente é clara no interior e tem rodas de diferentes formatos um pouco elevadas. 2.0 Infecções Virais com Exantema - Resumo: o HIV aparece exantema quando adquire o vírus; o Echovírus e Cocksackie vírus;Rubeola;Sarampo; o Adenovirus; o Dengue;Febre amarela; Zika e Chikungunya o Varicela zoester; o Citomegalovírus; o Epstein-barr doença do beijo; o Parvovirus B19; o Herpes simplex tipo 6 e 7; o Zika e chikungunya; o Vaccinia varíola bovina, é autolimitada normalmente (aparece em quem tira leite de vaca); 20 Sarampo - Paramixovirus RNA - Surto2018 - Casos em vacinados podem ocorrer - Pico de maior infectividade do final do período prodrômico (tosse e coriza intensas) até 5 dias de rash - Quadro clínico: o Incubação de 10 a 14 dias; o Pródromo (1 ou 2 dias) - Mal estar, febre, anorexia, tosse, conjuntivite, coriza o Rash aparece no final deste período e pode ser precedido pelas manchas de Koplick o O exantema geralmente dura 5 dias e começa então a desaparecer o Febre persiste durante todo o período de rash cutâneo febre alta (39-40o) - Dignóstico: o Clínico e epidemiológico; o Aumento da CPK (creatinofosfoquinase); o Sorologia (IgM e IgG) aparece entre 5 e 7 dias; - **Prevenção Vacina. Mas não é 100% eficaz. Quando há surtos, é importante vacinar novamente (mesmo se já vacinado); Rubéola - Vírus RNA togaviridae - Considerada doença menor até correlação comteratogenicidade (grande probabilidade); - Pico de contagiosidade no dia da erupção - Transmissível desde 10 dias antes do rash até 15 dias após - Crianças com rubéola congênita excretam vírus por meses - Quadro Clínico o Pode ser sintomática ou assintomática; o Pródromo ausente em crianças já começa com exantema o Período de incubação – 2 a 3 semanas o Presente em adultos:febre, mal estar, anorexia o Linfoadenopatia retroauricular cervical e suboccipital o Rash começa na face o Duração do rash – até 72h o Surgimento do rash coincide com o fim da febre o Coriza, conjuntivite o Artralgia, artrite em adultos - Complicações: o Rubéola hemorrágica 1/3000; o Encefalite 1/5000; o Rubéola congênica; - Diagnóstico o Sorológico - Prevenção Vacina Varicela - Zoster - Causado pelo VZV, herpes simplex tipo 3 causa catapora e a herpes-zoster; - Altamente contagioso; - Catapora na infância é mais benigna do que na fase adulta (a não ser que esteja imunodeprimida); o Na fase adulta pode haver viceralização, pneumonia, hepatite Importante vacinar se não teve contato quando criança 21 - Quadro Clínico o Exantema vesicular, pruriginoso e generalizado; o Inicia-se na cabeça e espalha-se pelo pescoço, tronco e extremidades; o Presença de exantema (eritema), lesões vesiculares e crostas; Aparecem as lesões em todas as fases; *Diferença em relação a varíola em que todas as lesões estão na mesma fase e deixam cicatriz o Reativação de VZV latente resulta em herpes zoster – erupção vesicular na distribuição de um dermátomo - Complicações o Encefalite, pneumonia, hepatite, superinfecção bacteriana; - Diagnóstico o Sorologia e clínica; - Tratamento: o O vírus permanece latente (nos corpos de neurônios); o Utiliza-se aciclovir em algumas situações Em imunodeprimido começa-se o tratamento nas primeiras 24-48 horas para evitar complicações (como viceralização) ou quadro grave; Utiliza-se a imunoglobulina para varicela zoster em populações expostas; Pode-se utilizar sabonete neutro e anti-histamínico; o Prevenção vacina Enterovirus - Echovirus e coxsackie vírus causam várias doenças, são os principais agentes das viroses da pediatria; - As doenças causadas por esses vírus podem ser: assintomáticas ou oligosintomáticos: o Febre, sintomas respiratórios (como de uma IVAS), secreção nasal, tosse, quadro de influenza; o Principais causadores de meningites virais; - Podem causar diversas outras síndromes; Parvovirose Humana - Família de vírus de DNA. O único patogênico para humanos é o B19; - Agente do eritema infeccioso Doença exantemática aguda mais comum em crianças pequenas. - Adultos pode causar artrite por vezes severa e duradoura - Quadro clínico: o Quadros assintomáticos são mais comuns o Crianças - febre (15-30% dos casos), cefaléia,mialgias o Rash maculopapular na face, espalhando perifericamente Face esbofeteada sintoma considerado típico o Geralmente autolimitado, mas pode cronificar, especialmente em pacientes com HIV; - Outras associações: o Outras associações: hepatite, hidropsia fetal e aborto o Pacientes com anemia falciforme pode levar a aplasia o Pode ocorrer aplasia pura de células vermelhas e neste caso a anemia costuma ser o único sintoma (sem febre ou rash ou artropatia) o Doença articular lembra a artropatia da rubéola e acomete cerca de 80% dos adultos e crianças mais velhas; - Diagnóstico: o Sorologia- Ac para Parvovirus IgM e IgG o Diagnóstico diferencial mais difícil é com rubéola e alergia 22 Herpes vírus tipo 6 e 7 - Da família herpesviridae; - Causam o exantema súbito; - Afeta mais crianças de 6 meses a 3 anos - Febre alta, irritabilidade, bom estado geral - Rash surge após término da febre e dura 24 a 72h - Adenomegalia cervical, retroauricular, edema palpebral - Diagnóstico sorologia Zika Vírus Chikungunya Varíola Bovina - Orthopoxvirus. Caracteriza-se por lesões papulares que evoluem para vesículas, pústulas e crostas. - Orthopoxvirus : vírus cowpox e vaccínia - Vírus vaccinia – utilizado no passado para preparo de vacina para varíola humana – erradicada na década de 70 - População acometida ordenadores o Aparecem lesões nas mãos que desaparecem espontaneamente 3.0 Infecções bacterianas com exantema Escarlatina - Infecção por Streptococcus beta hemolítico do grupo Ade Lancefield (ou grupos C e D) produtor de toxina eritrogênica - Ocorre em escolares e pré-escolares - Transmissão por secreções respiratórias** - Período de incubação: 2-5 dias (faringites), 7-10 dias ( infecções de pele) - Período de transmissibilidade: Desde o período prodrômico, fase aguda da doença até 24-48h do início do tratamento - Pode ter a forma clínica leve ou a tóxica (rara hoje em dia); - - Quadro clínico o Faringite ou infecções de pele o Vômitos o Febre o Rash micropapular, confluente,aspecto de lixa= surge geralmente após 48 h da febre e faringite o Inicia-se no tronco e difunde de forma centrífuga raramente atinge palmas e plantas o Paciente fica com aspecto de queimadura solar o Palidez perioral = sinal de Filatov o Púrpura em pregas de cotovelo – sinal de Pastia o Língua em framboesa o Descamação cutânea - Diagnóstico laboratorial: o Leucocitose; o Cultura swab da orofaringe; o Testes rápidos; - Terapia Feita com penicilinas 23 Febre da Mordedura do Rato - Causada pelo Spirilum minus ou Streptobacillus moniliformes; - Spirilum minus: o bactéria aeróbia Gram negativa, de difícil cultivo o Espirilose Ulceração no local da mordida, com adenomegalia satélite seguida porerupção maculopapular no abdome com disseminação para as extremidades, acometendo palmas das mãos e plantas dos pés. Pode se tornar petequial. Envolvimento articular é frequente o Transmitida pela mordedura do rato o Tratamento – Penicilina, doxiciclina; - Streptobacillus moniliformes o Pode ocorrer após mordedura de ratos ou ingestão de alimentos contaminados por roedores o Quadro clínico semelhante à infecção por S minus. Período de incubação mais curto (menos de 10 dias), exantema mais extenso nas extremidades, especialmente ao redor das articulações o Tratamento: Penicilina, tetraciclina Doença de Lyme - Doença causada por espiroqueta – Borrelia burgdorferi - Outras espécies de Borrelia também são patogênicas (Febre recorrente) - Transmitidas por carrapatos, piolhos (Borrelia recurrentis) - Apresenta três estágios: o Estágio precoce (eritema migrans que acontece no local da picada e parece uma alergia e evolui com febre e mal estar); Evolui para o estágio secundário (com febre, calafrio, disseminação, artrite e pode haver paralisia do nervo facial); se não tratado, pode evoluir para o estágio de artrite crônica; - Diagnóstico: o sorologia, PCR, gota espessa, microscopia de campo escuro, cultura em ovo embrionado - Tratamento: o Doxiciclina, amoxicilina, ceftriaxone Febre Maculosa e outras Ricketsioses - Transmitidas pelo carrapato; - Exantema maculopapular; Meningococcemia - Doença extremamente grave; - Vacinação -> meningocócica B e ACWY; - Podem causar sepse fulminante Sífilis - Causada pelo Treponema pallidum; - Transmitida via sexual, sanguínea e vertical; - Inicia com um cancro, que na mulher pode passar despercebido (mais notável no homem); o Torna-se uma lesão ulcerada, indolor, sem secreção. Pode haver também uma pápula; o Os pacientes melhoram do cancro depois de 6 semanas desenvolvem o exantema difuso; o *Está havendo uma epidemia; Outros Agentes - Toxoplasma gondii -- Fungos: Histoplasma, Candida - Mycobcterium tuberculosis, Mycobacterium leprae - Streptococcus e Staphylococcus - Brucela - Leptospira- Sepse com CID - Mayaro (exantema, febre. Pode causar artrite cronificada. Causada por um togavírus) 24 Aula 5 -- Leptospirose 1.0 Introdução - Doença muito prevalente; - Zoonose endêmica cerca de 13000 casos por ano; - Na maioria dos casos, os pacientes são oligossintomáticos: o Letalidade de formas graves pode variar de 10 a 50%. - Faixa etária mais acometida – 20 a 49 anos - Ocorrência em todos os meses do ano, com possibilidade de surtos em períodos chuvosos - Aeróbio - Pouco resistente ao calor - Inativada pelo hipoclorito - Não há correlação entre a virulência e o sorovariante - Pode sobreviver por meses nos túbulos contorcidos proximais dos animais infectados; 2.0 Epidemiologia - Transmição pelo contato direto com sangue, urina, tecidos contaminados ou por água contaminada - Pode ocorrer transmissão por mordedura - O homem se infecta acidentalmente - Esportes náuticos: natação, canoagem, pescarias têm sido incriminados com frequência; - Profissões com elevada incidência de soropositividade: veterinários; ordenhadores; funcionários de abatedouros; trabalhadores de esgoto; - Enchentes em grandes cidades são importantes fontes de epidemias; - Animais com urina ácida como cães transmitem menos que os de urina alcalina (que são porcos e ratos); 3.0 Clínica - Período de incubação 1 a 30 dias (5-14 dias) - Formas: o 90-95 % formas leves assintomáticas, oligossintomáticas o 5-10% formas severas; *Como a letalidade das formas severas é alta (10 a 50%), é importante o diagnóstico precoce; - Duas formas clínicas: o Fase Precoce: Leptospirêmica o Fase Tardia: Fase imune, associada a manifestações graves e potencialmente fatais. Ocorre a partir do 7o dia. Pode ocorrer vasculite, dano epitelial. Pode ocorrer nas formas mais graves, mas também nas não-graves, de forma menos intensa melhora do quadro febril e evoluir com uveíte; Pode ocorrer meningiteinflamatória autolimitada, aumento de linfócitos no liquor com neutrófilos baixos. Não é grave; 4.0 Fisiopatologia (Fase precoce e tardia) - O patógeno (leptospira) penetra pela pele e mucosa toma o sangue e dissemina-se para vários órgãos; o Causa: pancapilarite; liberação de citocinas e NO; o Pode causar um quadro séptico ou bacteremia com reação inflamatória e extinção do quadro; o Ao término dos 5-7 dias nos pacientes que evoluem para a forma grave, há dano tecidual mediado pelo sistema imune pode haver nefrite intersticial, lesão hepática com colestase e hemorragia alveolar; *Aumento das transaminases para entre 200 e 300 25 Fase Precoce - O diagnóstico nessa fase é difícil faz-se diagnóstico presuntivo; - Febre (súbita), mialgia, artralgia, cefaleia, hiperemia conjuntival (marcador importante), hepatoesplenomegalia e exantema; o Quem é sintomático pode ter todos esses sintomas ou ter só febre e melhorar; Fase tardia - Duração variável. Em torno do sétimo dia (mas casos mais graves já podem começar no 2o a 3o). - Prostração intensa pode (ou não) voltar a ter febre; Icterícia rubínica (amarelo avermelhado) devida a colestase; fenômenos hemorrágicos, insuficiência renal (aumento de ureia e creatinina. Inicia com poliúria e depois oligúria); Hipopotassemia; miocardite; pancreatite. o Síndrome de Weil tríade com insuficiência renal, icterícia e hemorragia; o Sintomas menos comuns meningite, encefalite e uveíte; 4.0 Clínica - Pode ter um curso bifásico com início súbito - Fases: o 1a fase (septicêmica): Quadro semelhante a gripe; isola-se a bactéria no sangue, líquor e diversos tecidos; o 2a fase (imune): Leptospira desaparece do sangue e LCR mas permanece na urina, rins e humor aquoso. Meningite, uveíte, rash, hepatite e lesão renal desenvolve-se nesta fase; - Forma Pulmonar Grave da Leptospirose (FPGL): o Pode ocorrer junto com a hepatorrenal ou isoladas (dificulta o diagnóstico). Pode morrer por hemoptíase intratável, extravasamento de sangue (morre afogado em terra); - CPK aumento devido a dano muscular; - Leptospirose Ictérica (Síndrome de Weil): o 1ª fase Igual na forma ictérica; o 2ª fase Icterícia, insuficiência renal, fenômenos hemorrágicos, lesões musculares (aumento de CPK rabdomiólise que causa IR) e cardíacas; Lesão Hepática: pouca necrose hepática, colestase acentuada, não fatal Lesão Renal: mecanismo variado – nefrite intersticial, NTA (necrose tubular aguda), fase oligúrica rápida, cursa com hipopotassemia Lesão Muscular: rabdomiólise aguda, intensa Lesão Hemorrágica: púrpura, sufusões, hemorragias - inclusive digestiva e pulmonar, trombocitopenia. CIVD é rara Lesão Miocárdica: ICC, arritmias, colapso circulatório, choque cardiogênico Pancreatite 5.0 Diagnóstico - Inicialmente é presuntivo sempre especular com paciente com quadro febril agudo se tiver tido contato com água ou animais; - Testes laboratoriais: o Hemograma – leucocitose e pode ocorrer anemia,plaquetopenia – formas graves o Uréia e creatinina elevadas – Weil o Potássio normal ou baixo – mesmo na IRA o TGO e TGP pouco elevadas o Amilase elevada – Weil o CPK elevada o EAS – piúria, hematúria, cilindrúria, proteinúria – Weil o TP, TTP - pouco alterados - Teste de triagem se forem positivos tratar: 26 o Soroaglutinação microscópica (MAT) - Sorologias devem ser pareadas – intervalos de 2 semanas – elevações de 4 vezes os títulos iniciais ou título único > =800 o Elisa - IgM o Pesquisa de Leptospira em campo escuro; o Imunofluorescência; PCR o Imunohistoquímica , coloração pela prata – tecidos o Cultura - meio de Fletcher ou Stuart – positividade baixa Sangue, líquor– fase septicêmica Urina – fase imune - **Resultados negativos em testes sorológicos para leptospirose em sangue coletado antes do sétimo dia não descarta um caso suspeito - Clínica altamente sugestiva OU teste de triagem positivo tratar - Diagnósticos diferenciais: o Sepse por outros agentes o Febre amarela o Hepatite viral A o Febre tifóide o Pneumonia pneumocócica o Colangite bacteriana o Hantavírus : síndrome hemorrágica com insuficiência renal o Reação a drogas - Fatores de mau prognóstico o Uréia > 100 o Coma / flutuação do nível de consciência o Hemorragias o Arritmias cardíacas o Oligúria - Anúria o Bilirrubinas > 20mg o Hipotensão arterial - Choque o Convulsões o Hematêmese e melena 6.0 Tratamento - Tratamento de formas leves (tratar sempre que houver quadro clínico sugestivo OU triagem positiva): o Doxiciclina VO (muito usada em DSTs) 100mg de 12 em 12 horas por 7 dias ou; o Amoxicilina VO 500mg 8 em 8 horas por 7 dias - Tratamento de formas graves: o Tratamento com antibiótico após o quinto dia pode não alterar o curso da doença, já que os danos são mediados pelo sistema imune e não dependem da bactéria; o Utiliza-se Penicilina cristalina 6 a 10 milhões U /dia EV por 7 dias Doxiciclina 100 mg VO 12/ 12 h 7 dias Ceftriaxona 1g EV 24 /24 h por 7 dias Azitromicina 500 mg EV a cada 24h Reação de Jarisch-Herxheimer angioedema e exantema causado pela morte maciça de bactérias após o início da antibioticoterapia o Critérios para internação: Dispneia; tosse e taquipneia; alterações urinárias (oligúria normalmente); fenômenos hemorrágicos; hipotensão; alteração no nível de consciência; vômitos; arritmias; icterícia; o Tratamento geral em formas graves: Medidas de suporte de sepse Distúrbios eletrolíticos Diálise precoce Infusão de fluidos Combate às complicações 27 7.0 Complicações - Insuficiência renal aguda - SDRA - Hemorragia pulmonar maciça - Miocardite - Infecção secundária 8.0 Prevenção - Medidas geraisde controle de roedores; saneamento básico; educação sanitária; EPIs para funcionários expostos; limpeza urbana; - Vacinação: • Humana: veterinários, pesquisadores, abatedores ecuidadores de animais • Não disponível no Brasil, é específica para cada tipo e oferece proteção temporária • Animal (cães, bovinos, suínos) - recomenda-se vacinar cães - Antibioticoterapia pós-exposição a situações de alto risco (a critério médico): doxiciclina por 5 dias - Proteção física de pessoas expostas a locais potencialmente contaminados Aula 6 – Leishmaniose 1.0 Introdução - Causada por protozoários do gênero Leishmania, Trypanosomatidae • Leishmanias- protozoários parasitas intracelulares obrigatórios que se reproduzem no sistema fagocítico mononuclear dos mamíferos - Doença parasitária tropical e sub-tropical - Zoonose, endêmica em cerca de 88 países - Endêmica em todos os países do continente americano – exceto Chile, Canadá, Uruguai. EUA – casos só descritos no Texas - Importância crescente: AIDS, viagens internacionais, desmatamento - Diferentes espécies de Leishmania causam diferentes síndromes clínicas • Três formas clínicas- Formas cutâneas, cutâneo mucosas e viscerais ( calazar) • A maioria das formas mucosas éencontradas no Brasil 2.0. Leishmaniose Tegumentar - As 3 principais espécies causadoras são:L.(V,) braziliensis , L.(V.) guyanensis, L.(L.)amazonensis • Outras- L.(V.)lainsoni, L.(V.)naiffi, L.(V.)lindenberg, L. (V.)shawi - Forma mucosa(espundia) - L (V) brasiliensis, L (V) guyanensis, panamensis - Forma cutânea difusa (grande quantidade de parasitas, anergia cutânea) - L amazonensis, pifanoi, mexicana - Forma cutânea disseminada - L (V) brasiliensis, Leishmania(L) amazonenses - Ciclo vital: • Inseto ingere amastigotastransformam-se em promastigotas no intestino Ao picar, o inseto inocula promastigotas nos tecidos e sangue; Leishmaniose Tegumentar Americana - Causa doença cutânea, mucocutânea ou disseminada - 12.000.000 de infectados no mundo // 350.000.000 expostos - Período de incubação – média 2 a 3 meses (2 semanas a 2 anos) - Processo de urbanização recente - Transmissão silvestre, peridomiciliar e intradomiciliar 28 - Polarização da resposta imune: • A forma cutânea ocorre com resposta importante mediada por Th1, enquanto a forma visceral Th2 - Quadro clínico: • Lesão inicial: pápula geralmente no local da picada do díptero e que pode evoluir para cura ou progressão • Pápula, papulopústula, papulofoliculite, lesões tuberosas lesões vegetantes, framboesóide ou verrucosa • A forma ulcerada é também variável mas geralmente tem bordos elevados e nítidos • Pode persistir por anos • Pode ter aspecto esporotricóide • Linfoadenite satélite (pode ser discreta ou importante) • A linfoadenopatia pode preceder as lesões cutâneas por 1 a 12 semanas • Forma Cutâneo-mucosa (espúndia) • Importante em pacientes com AIDS - Diagnóstico • Esfregaço em lâmina por raspagem na borda interna das lesões (pesquisa direta do parasita) = lesões recentes • Biópsia- raspado, imprint, histopatologia –presença de amastigotas em macrófagos teciduais corados pelo Giemsa, Leishman (20- 90%) • Cultura meio NNN enriquecido por fase líquida LIT-BHI • Inoculação = Hamster (patas posteriores) • Sorologia (ELISA, IFI)– pouco positiva em formas cutâneas • Método de biologia molecular - PCR (Reação em cadeia de polimerase) • Teste cutâneo - reação de Montenegro (85 a 97%) • Diferencial: adenocarcinomas; paracoccidioidomicose, sífilis, psoríase; - Tratamento: • Antimoniais(N- metil- glucamine - Glucantime) - via IM ou venosa - resistência vem sendo documentada. Efeitos colaterais sérios • Anfotericina B – pacientes que não respondem aos antimoniais. Efeitos colaterais sérios com Anfotericina desoxicolato • Pentamidina- formas mais benignas, • Pentoxifilina – adjuvante 3.0 Leishmaniose Visceral - Calazar - 90% - Brasil, Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão; - Endêmica no Brasil – Ceará, Bahia, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Minas Gerais (21 estados); - Três espécies: Leishmania donovani, Leishmania chagasi e Leishmania infantum - Américas e Brasil - Leishmani chagasi - Forma viscerotrópica - Leishmania tropica - Vetores: Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi • Vetor Lutzomyia longipalpis (mais frequente no Brasil) - se tornam infectantes 7 a 9 dias após sugarem sangue infectado permanecendo por 30 dias - Acomete principalmente crianças na zona rural; - Com a urbanização expansão da endemia; - Acometimento de pacientes imunodeprimidos- AIDS - Cão é o principal hospedeiro = doença incurável - Recomenda-se sacrificar o animal; - Raposas silvestres - reservatório natural, gambás, marsupiais - Geralmente endêmica e, às vezes, epidêmica; 29 3.1 Fisiopatologia - Disfunção imune celular e humoral - Parasita que escapa dos mecanismos de defesa - Incapacidade dos macrófagos de responderem à infecção - Afeta células T – leva a maior padrão de resposta Th2 (IL4 e IL10) - Ativação policlonal – produção excessiva de Acs - Níveis elevados de TNF - Multiplicação dos parasitas no sistema reticuloendotelial - Pólo hiperérgico, pólo anérgico e pólo intermediário - Histopatologia: • Comprometimento do sistema retículo endotelial • Lesões fundamentalmente intersticiais • Hipertrofia hiperplasia e parasitismo,especialmente fígado e baço 3.2 Quadro Clínico - Formas: o Formas assintomáticas – cerca de 30% o Formas oligossintomáticas – subclínicas – formas mais frequentes o Formas subclínicas – 85% cura espontânea - Crianças desnutridas podem evoluir para a forma grave (calazar clássico) - Período de incubação de 10 dias a 24 meses ( média de 2 a 6 meses ) Relato de período de incubação de 4 anos) - Formas agudas - Síndrome completa Calazar clássico - Início abrupto ou insidioso - Doença de evolução prolongada - Quadro clínico clássico: o febre, hepatoesplenomegalia volumosa, linfoadenopatia (pouco frequente) o Edema, sinais de desnutrição, caquexia, adinamia o Manifestações hemorrágicas, sinais de anemia o Diarréia ou constipação, desconforto abdominal o Tosse, dispnéia - Recentemente casos agudos de hepatite, sepse e Guillain Barre foram atribuídos à Leishmania - Fatalidades por infecção secundária e hemorragias - Letalidade 90% no calazar clássico não tratado adequadamente - Pode haver a leishmaniose dérmica após o calazar 3.3 Diagnóstico Laboratorial - Hemograma:Anemia, leucopenia, plaquetopenia (pancitopenia) - Elevação discreta de TGO, TGO, VHS acelerado - Hipoalbuminemia, hiperglobulinemia (policlonal) - Alterações urinárias – proteinúria, hematúria - Sorologia (DAT, IFI- títulos >= 1:80, EIA, ELISA- FAST)– anticorpo anti- Leishmania - Teste rápido –Dip Stick ( Ag rK39) - PCR ( Reação em cadeia de polimerases) – tecidos ou sangue periférico - Esfregaços corados pelo Leishman, Giemsa, Wrigth (30%) - Biópsia esplênica, linfonodal e hepática 30 Diferencial - Malária; febre tifoide; brucelose, linfoma; 3.4 Tratamento - Miltefosine - droga oral eficaz e com baixa toxicidade. Escolha em tratamento ambulatorial em crianças - Antimonial pentavalente (N- metil –glucamina- Glucantime) - emergência de resistência, toxicidade - Aminosidina (Gabromicina) – associação com antimoniais para casos graves e recidivantes - Anfotericinadesoxicolato, lipossomal, dispersão coloidal - Pentamidina - Alopurinol – controverso – associação com antimonial para formas resistentes 3.5 Prevenção - Detecção ativa e passiva de casos suspeitos - Vigilância epidemiológica – áreas endêmicas – reconhecer vetor e animais reservatórios - Disponibilizar medicamentos e suporte laboratorial - Detecção econtrole de reservatórios animais infectados – cão infectado (principal reservatório na América Latina). Eutanásia recomendada em cães com leishmaniose visceral - Controle de vetores- inseticidas de ação residual - Proteção – mosquiteiros, telas evitar exposição em horários de atividade do vetor - Faixa de distância de 400 a 500 m entre residências e matas Aula 7 – Infecções do Sistema Nervoso Central 1.0 Meningites Infecciosas - Meninges constituem o envoltório membranoso do cérebro e estão compostas de 3 camadas: o Dura máter membrana aracnoide espaço subaracnóide piamater; - Meningite inflamação das meninges; o Pode atingir por contiguidade estruturas do SNC - meningoencefalite, meningomielite, meningoencefalomielite 1.1 Agentes etiológicos das meningites infecciosas - Os principais são bactérias; - Também ocorrem por fungos, vírus, micobactérias, protozoários e helmintos; 1.2 Clínica (PROVA) - Síndrome Infecciosa: o Febre o Hipotermia (mau prognóstico) o Mialgias o Cefaléia o Vômitos o Astenia o Mal-estar o Sinais do foco (se houver) o Sepse choque púrpura indica meningococcemia (pode ocorrer com ou em meningite); SEMPRE deve ser solicitada hemocultura ANTES de qualquer intervenção; o Lesões exantemáticas em membros inferiores Rash cutâneo máculo- papular/vesicular; - Síndrome Meníngea (radicular): o Hiperestesia o Raquialgias o Hipertonia muscular o Rigidez de nuca / Postura em gatilho de fuzil o Sinais de irritação meníngea positivos: Kernig; Brudzinski e Laségue 31 - Síndrome de Hipertensão Intracraniana: o Extravasamento de líquido para o parênquima cerebral lembrar que o cérebro é um compartimento fechado; Quando ocorre antes do fechamento da calota craniana, há abaulamento; o Cefaléia intensa e holocraniana; o Vômitos em jato não precedidos de náusea o Papiledema, Bradicardia o Sonolência, Coma, Convulsão 1.3 Tipos de Meningite - Não é possível diagnóstico sem punção lombar**; - Tipos: o Purulenta - infecções agudas, início abrupto e de origem bacteriana o Linfocitária ou “Asséptica” – origem frequentemente viral e geralmente auto- limitada Meningites por micobactérias, fungos, espiroquetas têm predominância linfocitária - Aguda: É de curta duração e o paciente pode curar em entre 10 a 14 dias (bacterianas e virais); - Crônica: Quadro arrastado (como ocorre em pacientes de HIV); o Ocorre principalmente por fungos e micobactérias; 2.0 Diagnóstico - 2.1 Exame do Líquor: o Aspectos: Normal água de rocha; Turvo; Purulento Típico de meningites bacterianas; o Pressão Liquórica: Normal – 5 -15 cm H20 Aumentada em meningites bacterianas, por BK e fungos Pouco elevada em meningites virais o Citometria: Até 5 células – normal > 5 a 500 – meningites virais, fungos, BK >500 – meningite bacteriana o Citologia: Normal – predomínio de linfócitos>= 95 % Predomínio de neutrófilos- bacterianas, amebas de vida livre Predomínio de linfomononucleares- vírus, BK, fungos, algumas bactérias como Leptospira, Treponema palidum, Borrelia, Mycoplasma, Bartonella, Rickettsia o Proteína: Normal 15- 45 mg dl Aumentada em meningite bacteriana, BK Pouco aumentada em vírus e fungos o Glicose: Normal: até 2-3 da glicemia sanguínea Normoglicêmicos: > 50% da glicemia Hiperglicêmicos: > 30% da glicemia Reduzida em meningites bacterianas, BK, amebas de vida livre Pouco reduzidas em meningites por fungos, vírus o Cloreto: Normal entre 120 a 130 mEq-l;Reduzido em meningites bacterianas e por BK 32 o Microbiota: Bacterioscopia pelo Gram, Ziehl e nanquim Laranja de acridina ou azul de metileno (por microscopia fluorescente)- superior ao Gram Cultura para bactérias, fungos, micobactérias o Pesquisa de antígenos e Patógenos: Teste do Látex (ou Contra imunoeletroforese) para Neisseria meningitidis A, B, C, Y, W 135; Streptococcus pneumoniae; Haemophilus influenzae; Escherichia coli,Streptococcus do grupo B, Cryptococcus Pesquisa de Ags virais; PCR para BK, Herpes simplex e outros vírus, bactérias, Toxoplasma; Adenosina deaminase VDRL, FTA abs Lactato o *Solicitar sempre: Citologia, citometria, proteína, glicose/glicemia; cloreto; sódio; bacterioscopia por gram, Ziehl-Nielsen e Nanquim; cultura para fungos, bactéria, BK, micobactérias; o Resumo: 2.2 TC de Crânio - Critérios para realização de TC de crânio antes da punção lombar: o Imunodeprimidos o História prévia ou atual de doença do SNC – AVC, lesões expansivas intracranianas o Convulsões de início recente o Papiledema o Coma o Déficit neurológico focal Quadros de acometimento do SNC; 2.3 Outros exames - Hemoculturas, hemograma, plaquetas, Proteína C reativa - Sorologias - PPD - Imagem TC e RMN 3.0 Patogenia das Meningites Bacterianas - Normalmente inicia com Colonização Nasofaríngea (Meningite Meningocócica, por exemplo); o Invasão local Bacteremia Invasão Meníngea Replicação Bacteriana Liberação de componentes imunogênicos (como LPS, componentes da parede celular) Produção de Citocinas Inflamação do espaço subaracnóide Edema; o 33 3.1 Vias de Infecção - Hematogênica – Colonização da orofaringe atingindo SNC pelo sangue ( N meningitides, S pneumoniae, H influenzae) - Contiguidade – Focos próximos às estruturas do SNC – otites, mastoidites, sinusites - Continuidade ou acesso direto – traumas cranianos, manipulação propedêutica ou terapêutica do SNC e estruturas próximas (punção lombar, uso de cateteres ou implante) 3.0 Meningites Bacterianas - Agentes mais frequentes em adultos: Streptococcus pneumoniae eNeisseriameningitidis ** - Haemophilus influenzae – mais frequente em crianças, raro em maiores de 10 anos. Redução expressiva com vacinação - Listeria monocytogenes e enterobactérias(> 60 anos) - Podem ocorrer de forma endêmica ou epidêmica (meningococo) - Doença mais frequente em menores de 15 anos - Letalidade maior em extremos de idade - Prevalência: o Idade; o Porta de entrada ou foco inicial; o Estado imune prévio; o Situação epidemiológica local; 3.1 Meningite por Streptococcus pneumoniae - Diplococo Gram positivo, alfa hemolítco - 90 sorotipos - Caráter endêmico - Otite média aguda, sinusite, fístula liquórica - focos primários eventuais - Maior frequência de complicações que as meningites por Neisseria meningitidis - Tratamento: o Cefalosporina 3ª geração, Vancomicina (resistentes às penicilinas e cefalosporinas), penicilinas (sensíveis às penicilinas) - Fatores predisponentes para infecção invasiva: o Deficiência de Complemento (porções iniciais) o Deficiência de Acs (congênita ou adquirida – mieloma, linfoma, LLC) o Asplenia congênita ou adquirida , falcêmico o AIDS o Alcoolismo o Fraturas de base do crânio 3.2 Meningite por Neisseria meningitides - 13 sorotipos; - Diplococos gram negativos; - Formas clínicas: o Portador assintomático, faringite, meningite aguda, meningococcemia com meningite, meningoccemia sem meningite, formas crônicas (raro); o *Sinais: Purpura fulminans e petéquias - Letalidade elevada (em forma disseminada meningococcemia); - Síndrome de Watterhouse-Friederickson (adrenalite hemorrágica); - Endêmico ou Epidêmico; - Terapia: o Penicilina, ceftriaxona, cloranfenicol; - Fatores predisponentes para infecção invasiva: o Deficiência de Complemento (porções finais) o Deficiência de Acs (congênita ou adquirida – mieloma, linfoma, LLC) o 34 4.0 Manejo - Manejo dos 30 minutos: o 10 min - Meningite provável avaliação clínica o 5 min - acesso venoso e coleta de sangue para
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