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Compósito Plástico Madeira - Uma solução sustentavel [BCeT]

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI 
INSTITUTO DE CIÊNCIA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA – ICET 
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
 
 
Oscar Maurício Borborema Porto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPÓSITO PLÁSTICO-MADEIRA: 
Uma solução sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Teófilo Otoni – MG 
2019 
Oscar Maurício Borborema Porto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPÓSITO PLÁSTICO-MADEIRA: 
Uma solução sustentável. 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia 
como parte dos requisitos exigidos para a conclusão 
do curso. 
 
Orientador (a): Alessandra de Paula Carli. 
Coorientador (a): Flávio Alchaar Barbosa. 
 
 
 
 
 
Teófilo Otoni – MG 
2019 
Oscar Maurício Borborema Porto 
 
 
 
 
 
COMPÓSITO PLÁSTICO-MADEIRA: 
Uma solução sustentável. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia 
como parte dos requisitos exigidos para a conclusão 
do curso. 
 
Orientador (a): Alessandra de Paula Carli 
Coorientador (a): Flávio Alchaar Barbosa. 
 
 Data da aprovação: …. /..... /..... 
 
 
____________________________________________________ 
Profa. Dra. Alessandra de Paula Carli 
Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia - ICET 
 
 
____________________________________________________ 
Profa. Dra. Aruana Rocha Barros Lopes 
Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia - ICET 
 
 
____________________________________________________ 
Prof. Flávio Alchaar Barbosa 
Instituto de Ciência, Engenharia e Tecnologia - ICET 
 
Teófilo Otoni – MG 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A persistência é o caminho do êxito.” 
Charles Chaplin. 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
Ed. – edição 
Ex. - exemplo 
p. - página 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ABRE – Associação Brasileira de Embalagem 
BR – Brasil 
CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem 
FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças 
INPI - Instituto Nacional de Propriedade industrial 
ISO – International Organization for Standardization 
NBR – Norma Brasileira 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PE - Polietileno 
PEAD – Polietileno de Alta Densidade 
PEBD – Polietileno de Baixa Densidade 
PET – Politereftalato de Etileno 
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
PP – Polipropileno 
PS – Poliestireno 
PVC – Policloreto de Vinila 
SBRT – Serviço Brasileiro de Resposta Técnicas 
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats 
WWF – World Wildlife Fund 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 – Crescimento mundial da produção de plástico...................................................14 
 
FIGURA 2 – Simbologia técnica para reciclagem para Polímeros..........................................15 
 
FIGURA 3 – Reciclagem no Brasil ........................................................................................17 
 
FIGURA 4 – Fluxograma da reciclagem mecânica.................................................................18 
 
FIGURA 5 – Simbologia para identificação de materiais recicláveis.....................................20 
 
FIGURA 6 – Municípios com coleta seletiva no Brasil..........................................................21 
 
FIGURA 7 – Florestas Plantadas para o Uso Industrial..........................................................22 
 
FIGURA 8 – Fluxograma do processo de produção da madeira plástica................................30 
 
FIGURA 9 – Máquina extrusora mono rosca..........................................................................31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1 – Patentes relacionadas ao compósito plástico madeira........................................32 
 
TABELA 2 – Análise SWOT da madeira plástica em relação a madeira comum....................34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A degradação do meio ambiente tem gerado uma alta procura por soluções que 
incentivem o meio ambiente. As futuras gerações estão começando a se conscientizar sobre os 
benefícios dos ganhos ambientais. 
O compósito plástico madeira vem como uma opção sustentável para a substituição da 
madeira comum de forma muito similar, e este trabalho pretende demonstrar quais benefícios 
essa substituição pode gerar. 
Um material compósito é um material composto de um ou mais materiais, que 
possuem propriedades distintas. Ele possui a fase matriz, no nosso caso a matriz polimérica, 
composta por polímeros, é a fase que une e envolve os materiais reforços. O reforço é a fase, 
ou o material, disperso na matriz do material composto, ele representa um aumento de força e 
rigidez. Também são adicionados aditivos a fim de melhorar as suas propriedades físicas e 
químicas. 
A produção do compósito plástico-madeira é bem simples, começa com o 
recolhimento das matérias primas: matriz e o reforço. O plástico reciclado granulado é 
colocado no misturador, recebendo pigmentação e aditivos para melhorarem suas 
propriedades. Também é adicionado o material reforço que é aglutinado pelo plástico. A 
quantidade de material reforço utilizado varia de acordo com a aplicação do produto final, 
praticamente qualquer fibra vegetal pode ser utilizada no processo de produção. Assim, esse 
material é extrusado, moldado e resfriado, gerando o produto final. 
O trabalho realiza uma análise SWOT do material em comparação com a madeira 
convencional, determinando os fatores internos e externos que influenciam na comparação 
dos materiais. 
Apesar do custo inicial elevado, em longo prazo o compósito oferece maiores 
vantagens, pois não necessita da manutenção periódica que a madeira comum necessita, e a 
sua produção tem sido um indicador de desenvolvimento sustentável, da retirada dos lixos 
plásticos do meio ambiente, até a preservação florestal. 
 
Palavras-chave: Lixo plástico, Compósitos, Polímeros, Reciclagem. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The environment’s degradation has generated a high demand for solutions that 
encourage the environment. Future generations are beginning to become aware of the benefits 
of environmental gains. 
The plastic-wood composite comes as a sustainable option for the replacement of 
common wood in a very similar way, and this project intends to show what benefits this 
replacement can generate. 
A composite is a material made up by one or more materials, and each one has 
different properties. It has the matrix phase – the polymer matrix, composed by polymers and 
it’s the phase that binds and enfolds the reinforcement materials. The reinforcement is the 
phase or the material, dispersed into the matrix of the composite and it represents a increase in 
strength and stiffness. Additives are also added in order to improve physical and
chemical 
properties. 
The production of the plastic wood composite is very simple; it begins with the 
gathering of raw materials: matrix and reinforcement. The granulated recycled plastic is 
placed in the mixer, receiving pigmentation and additives to improve its own properties. Is 
also added the reinforcement material wich is bonded by the plastic. The amount of 
reinforcing material used changes according to the application of the final product; practically 
any vegetable fiber can be used in the production process. Thus, this material is extruded, 
shaped and cooled, generating the final product. 
The project shows the SWOT analysis of the material in comparison with the 
conventional wood, determining the internal and external factors that influence in the 
comparison of the materials. 
Despite the high initial cost, in the long term the composite offers greater advantages, 
as it does not require the periodic maintenance that the common wood needs, and its 
production has been an indicator of sustainable development, the removal of the plastic waste 
from the environment and even preservation of forests. 
 
Key words: Plastic trash, Composite, Polymers, Recycling. 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11 
1.1 OBJETIVOS................................................................................................................. 12 
1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 12 
1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 12 
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 13 
2.1 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA .................................................................................. 13 
2.2 LIXOS PLÁSTICOS .................................................................................................... 13 
2.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................. 15 
2.4 RECICLAGEM ............................................................................................................ 16 
2.5 COLETA SELETIVA .................................................................................................. 19 
2.6 DESMATAMENTO ..................................................................................................... 21 
2.7 COMPÓSITOS ............................................................................................................ 23 
2.7.1 Matriz ........................................................................................................................ 23 
2.7.2 Reforços e aditivos ..................................................................................................... 25 
2.8 MADEIRA PLÁSTICA ............................................................................................... 27 
2.8.1 Aplicações .................................................................................................................. 27 
2.8.2 Pontos positivos e pontos negativos .......................................................................... 27 
2.8.3 Produção .................................................................................................................... 29 
2.8.4 Leis, normas e patentes ............................................................................................. 31 
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 32 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 33 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 35 
6 PERSPECTIVAS FUTURAS ......................................................................................... 36 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 37 
ANEXO 1 - AUTORIZAÇÃO ........................................................................................... 42 
11 
1 INTRODUÇÃO 
 
A atual degradação do meio ambiente tem gerado a procura por soluções que 
incentivem à industrialização sem prejudicar a natureza. As futuras gerações estão começando 
a se conscientizar nos benefícios dos ganhos ambientais. Para Cheung e Cheng (2008), os 
requisitos para projetos sustentáveis são sustentabilidade econômica e ambiental. 
Atualmente a madeira é um dos principais materiais utilizados na construção civil, 
sendo difícil a sua não utilização por arquitetos e engenheiros. Ela sempre fez parte da nossa 
vida, é aplicada em diversos lugares do cotidiano. Sendo cada vez mais necessário o 
aperfeiçoamento desse material para sua utilização, ou substituição por materiais que resultem 
com as mesma propriedades e características da madeira comum. Esta matéria-prima não é 
escolhida apenas pela sua beleza, mas sim por ser isolante térmico e acústico, além da sua 
resistência. 
“Os processos de fabricação podem chegar a 60% do custo total de um compósito e 
por isso recebem uma atenção maior, na intenção de aperfeiçoar as etapas e causar menor 
impacto no preço final do produto.” (Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas, p. 11, 2013). 
Além da retirada dos lixos plásticos do meio ambiente, a utilização desse compósito 
diminui a taxa de desmatamentos, substituindo a madeira convencional. De acordo com o 
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (2015), o uso da 
madeira não é tão constante, pois faltam muitas informações a respeito do compósito. A falta 
de reciclagem e coleta seletiva é outra desvantagem para o processo. 
De acordo com o Pensamento Verde (2013), a cada 700 kg de madeira plástica 
produzidas, cerca de 180 mil sacos plásticos são retirados da natureza. Além da retirada dos 
lixos plásticos, a produção da madeira plástica tem gerado uma diminuição no desmatamento, 
além do aproveitamento dos resíduos de madeira. Devido à estética e propriedades da 
madeira, ela tem sido bastante procurada. 
Conforme o CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem (2015), 31,9% da 
composição dos resíduos urbanos coletados no Brasil é reciclável e 13,5% dessa parte 
reciclável é plástico. Ainda de acordo com a mesma empresa a população brasileira atendida 
pelo serviço de coleta seletiva é de apenas 13%. 
Segundo Silva e Carmo (2009), a análise SWOT (Strengths, Weaknesses, 
Opportunities e Threats) do ambiente é o processo que monitora o ambiente em análise, 
12 
identificando os riscos e as oportunidades atuais e futuras. Tem o propósito de avaliar o 
ambiente de estudo. 
Segundo Cheung e Cheng (2008), embora a noção de sustentabilidade ainda não ser 
algo propriamente definido, em quase todas as áreas do conhecimento, eles obrigatoriamente 
têm suas raízes nas reflexões consideradas científicas: ecológico, econômico e social. 
 Com o objetivo de evidenciar economicamente e ambientalmente a madeira plástica 
na construção civil e no urbanismo, o trabalho propõe uma análise SWOT do compósito em 
relação a madeira comum. 
 
1.1 Objetivos 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
Evidenciar o compósito plástico-madeira como alternativa de substituição da madeira 
comum. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
 Mostra os benefícios em do compósito em relação a madeira comum. 
 Apresentar uma análise SWOT do uso da madeira plástica em relação à madeira 
comum para a construção civil e o urbanismo.
13 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 Inovação e Tecnologia 
 
A inovação combina necessidade social e demanda com proposta tecnológica e 
científica, transformando produto, processo e serviço para o mercado. Assim inovação 
envolve funções novas com a evolução que altera métodos de produção, desenvolvendo uma 
organização de trabalho contemporânea que produz novas mercadorias, abrindo campo para 
consumos e criação de usos (DAMASCENO et al, 2011). 
 
“Tecnologia é o conjunto de conhecimentos científicos e empíricos, 
de habilidades, experiências e organização requeridos para produzir, 
distribuir, comercializar – nos casos em que se aplique – e utilizar 
bens e serviços. Inclui tanto conhecimentos teóricos como práticos.” 
(SÁNCHEZ e PAULA, p. 43, 2001). 
 
Em termos industriais, a tecnologia se define como conhecimento tecnocientífico que 
se organiza e sistematiza a atividade industrial. Dentro do processo tecnológico de inovação, o 
agente protagonista pela alteração da atualidade é a inovação tecnológica, que se define 
tecnicamente como uma ideia que desenvolve um momento prático provocando o sucesso 
(REIS, 2004). 
Na concepção de Damasceno et al (2011), quando a empresa assume inovar atinge um 
momento determinante. Percebe-se que inovar não depende apenas de corporativismo ou 
pontualidade, reconhecem que inovar envolve valores, comportamentos, sistemas de gestão, 
estrutura organizacional dentre outros, e de fato entende que a inovação funciona se for 
sustentável devendo ser sistêmica e ampla em sua capacidade. 
Segundo Reis (2013), existem diversas formas e projetos para resolver os problemas 
do planeta, e no ponto de vista ambiental e econômico tem a ideia do reaproveitamento de 
materiais, contribuindo para economia ecológica e para o desenvolvimento sustentável. 
 
2.2 Lixos plásticos 
 
Os plásticos usados no dia a dia fazem parte da classe mais popular dos polímeros, e 
representam grande parte do lixo produzido atualmente. De acordo com Zanin e Mancini 
14 
(2015), a sua alta resistência à biodegradação e a sua alta descartabilidade, tornam esse 
resíduo abundantemente presentes, gerando diversas consequências. Na Figura 1 é ilustrado 
um gráfico que mostra o crescimento mundial da produção de plástico. 
 
Figura 1: Crescimento mundial da produção de plástico (anos por milhões de toneladas). 
 
Fonte: WWF- Brasil – Projeto Plástico Vale Ouro, (2016). 
 
O aumento na produção dos plásticos, como mostrado na Figura 1 feita pelo Projeto 
Plástico Vale Ouro (2016), ocorre devido às diversas vantagens desse material, sendo hoje 
quase impossível imaginar o mundo sem o seu uso. 
 
“Os plásticos, que tem seu nome originário do grego “plásticos” que significa – 
capaz de ser moldado, são materias sintéticos ou derivados de substâncias naturais, 
geralmente orgânicas, obtidas, atualmente, em sua maioria, a partir dos derivados de 
petróleo.” (PASSATORE, p. 73, 2013). 
 
Os plásticos são materiais com grandes cadeias de moléculas, formadas por 
monômeros, moléculas menores. As cadeias são chamadas de polímeros. Os monômeros que 
a constituem que definem as suas características físicas e químicas. Ao utilizar o plástico 
como produto base ocorre diversas vantagens como: utilização de recicláveis, menor custo de 
coleta, menor consumo de energia na produção, economia no transporte, suas propriedades, 
sua versatilidade, entre outras. 
No Brasil a norma técnica dos plásticos utilizada pela ABNT – Associação Brasileira 
de Normas Técnicas para a classificação dos plásticos recicláveis é a NBR 13.230 (2008), ao 
serem classificados são identificados de acordo com a simbologia na Figura 2. 
 
 
15 
Figura 2 – Simbologia técnica para reciclagem para Polímeros. 
 
Fonte: ABRE – Associação Brasileira de Embalagem, (2013). 
 
Legenda: 
PET - Politereftalato de Etileno. 
PEAD - Polietileno de Alta Densidade. 
PVC - Policloreto de Vinila. 
PEBD - Polietileno de Baixa Densidade. 
PP - Polipropileno. 
PS – Poliestireno. 
Outros - a partir de combinações de plásticos. 
 
Os símbolos técnicos de reciclagem são de extrema importância, como é mostrado na 
NBR – 16182 (2013). De acordo com a ABRE - Associação Brasileira de Embalagens (2013), 
eles auxiliam os consumidores a identificarem quais são os tipos de plásticos recicláveis, e na 
etapa de triagem dos resíduos que vão para a reciclagem. 
 
2.3 Desenvolvimento sustentável 
 
As características necessárias para que a sustentabilidade aconteça são: ser 
ecologicamente correto, ser economicamente viável, ser socialmente justo e ser culturalmente 
aceito. 
Segundo Nascimento (2012), a ideia de sustentabilidade ganhou corpo e expressão 
política na adjetivação do termo desenvolvimento por volta da década de 1950, quando a 
humanidade percebeu a existência de um risco ambiental global devido à poluição nuclear. 
Com o passar dos anos e depois de mudanças no pensamento mundial sobre temas como 
economia, desenvolvimento e ecologia, o termo desenvolvimento sustentável surgiu. De 
acordo com Lenzi (2006), o desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as 
necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer 
suas próprias necessidades. 
Para os programas da ONU - Organização das Nações Unidas, PNUD - Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento e PNUMA - Programa das Nações Unidas para o 
16 
Meio Ambiente, o desenvolvimento sustentável consiste na modificação da biosfera e na 
aplicação de seus recursos para atender às necessidades humanas e aumentar a sua qualidade 
de vida (IUCN et al, 1980). A sustentabilidade do desenvolvimento deve considerar o fator 
social, econômico e ecológico, de curto à longo prazo. 
Conforme Nascimento (2012), o desenvolvimento sustentável social segue o conceito 
de que uma sociedade sustentável supõe que todos os cidadãos tenham o mínimo necessário 
para uma vida digna e que ninguém absorva bens, recursos naturais e energéticos que sejam 
prejudiciais a outros. Isso significa erradicar a pobreza e definir o padrão de desigualdade 
aceitável, delimitando limites mínimos e máximos de acesso a bens materiais. 
Uma grande dificuldade é estabelecer um caminho viável entre o desenvolvimento e a 
sustentabilidade, sendo que o desenvolvimento prejudica diretamente o meio ambiente. E o 
lixo é um dos problemas mais sérios quando se fala em desenvolvimento sustentável, ele está 
diretamente ligado ao avanço industrial. 
 
2.4 Reciclagem 
 
Reciclar é transformar materiais como forma de recuperação, é o processo que 
transforma materiais já usados em novos, através de modificações químicas, físicas e/ou 
biológicas do material. Mesmo a reciclagem sendo vista de uma forma econômica, as razões 
ambientais para que esse processo realize são maiores. A reciclagem é uma das principais 
maneiras de diminuir a quantidade de lixos indo diariamente para os aterros ou sendo jogados 
no meio ambiente. 
Para gerar um desenvolvimento sustentável saudável a reciclagem tem sido um dos 
meios mais procurados para a redução desse problema, mas para que ocorra a reciclagem deve 
haver o descarte adequado do lixo, e posteriormente a coleta dos resíduos previamente 
separados por tipo. 
“Os centros urbanos têm dificuldades em conseguir locais para depositar o lixo, 
fazendo a reciclagem se apresentar como uma solução economicamente viável e 
ambientalmente correta.” (CEMPRE, 2014). 
Ainda segundo o CEMPRE (2014), o ciclo da reciclagem passa por três processos: a 
coleta e separação, que consistem em separar os materiais pelo seu tipo; a revalorização, 
fazendo o material voltar a ser
matéria prima; a transformação utiliza a matéria prima gerada a 
17 
partir da revalorização para obter um novo produto final. Na Figura 3 ilustra a porcentagem 
de reciclagem no Brasil. 
 
Figura 3 – Porcentagem de reciclagem no Brasil. 
 
Fonte: CEMPRE, CicloSoft, (2016). 
 
De acordo com o CEMPRE – Pesquisa CicloSoft (2016), em que mostra a situação 
atual da reciclagem no Brasil. A pesquisa consiste no levantamento de dados através do envio 
de questionário às prefeituras e visitas técnicas. 
A capital que apresenta maior índice de reciclagem é Curitiba, com 16% e a que 
apresenta menor índice é Salvador, com média de 1,5%. Analisando os dados da Figura 3, 
pode-se perceber que a reciclagem no Brasil ainda é algo que está engatinhando, o que é um 
grande empecilho para o desenvolvimento de atividades e produtos que têm como fonte de 
matéria prima a reciclagem. 
Além de ser um entrave ecológico e sustentável, a falta de reciclagem também é 
sentida na economia, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e 
Equipamentos (Abimaq), a economia brasileira perde cerca de R$ 120 bilhões em produtos 
que poderiam ser reciclados, mas são deixados no lixo. 
Conforme Passatore (2013), ao se fazer a reciclagem são reduzidos os problemas 
ambientais e de saúde pública, assim como os socioeconômicos decorrentes do descarte 
inadequado dos resíduos sólidos. 
Segundo o Instituto do Brasileiro do PVC (2016), dependendo qual será a finalidade 
do processo de reciclagem dos plásticos, eles podem ser classificados em três tipos de 
18 
processos: reciclagem mecânica, reciclagem química e reciclagem energética. Esses processos 
são classificados nas classes primária (reciclagem mecânica de resíduos pós-industrial), 
secundária (reciclagem mecânica de resíduos pós-consumo), terciária (reciclagem química) e 
quaternária (reciclagem energética). 
A reciclagem primária ou secundária também são chamadas de reciclagem mecânica 
ou física. O que as diferenciam são que em uma é utilizada polímeros pós-industrial e na outra 
é utilizado polímeros pós-consumo respectivamente como na Figura 4. 
 
Figura 4 – Fluxograma da reciclagem mecânica 
 
Fonte: Instituto brasileiro do PVC, (2016). 
 
Como ilustrado na Figura 4, a reciclagem mecânica consiste inicialmente na 
transformação dos resíduos pós-industrial e pós-consumo em grânulos através do processo de 
moagem. Esse granulado pode ser usado como matéria prima de outros produtos, a maioria 
dos produtos que usam o plástico são recicláveis ou podem ser reciclados. As etapas de 
lavagem e secagem muitas vezes são eliminadas quando é um processo de reciclagem 
primária, quando são usados resíduos pós-industriais, ao usar resíduos pós-consumo essas 
etapas são necessárias para que não ocorra de outros materiais misturados aos resíduos 
danifiquem os equipamentos durante os próximos processos. 
No processo de extrusão o material é moldado, é nesse processo onde são adicionados 
aditivos e corantes para alteração das características finais. O produto final é obtido a partir da 
granulação do material moldado, segundo o Instituto Brasileiro do PVC (2016), esse 
granulado é enviado para utilização como matéria prima para a fabricação de diversos 
produtos, como a madeira plástica. 
19 
Segundo o CEMPRE (2015), a reciclagem terciária, ou também chamada de 
reciclagem química é um processo tecnológico a partir de resíduos poliméricos que tem a 
intenção de produzir substancias combustíveis e produtos químicos para produção do mesmo 
polímero. 
A reciclagem quaternária é também chamada de reciclagem energética. Em que 
segundo o CEMPRE (2015), ela é formada pela energia resultante da queima de lixo, e se 
difere da incineração devido a produção de um produto que é, a energia que pode ser 
aproveitada e vendida. Realizada através da compactação do lixo e da sua queima, gera 
energia e resíduos sólidos e gasosos. Utiliza de uma propriedade do plástico, o seu alto poder 
calorifico. 
 
2.5 Coleta Seletiva 
 
De acordo com a CEMPRE (2014), o sistema de coleta seletiva do lixo é um sistema 
de recolhimento de materiais recicláveis previamente separados na fonte geradora. Os 
materiais recicláveis são: vidros, papéis, metais, materiais orgânicos e plásticos. Ainda sobre 
o mesmo autor essa coleta pode ser de vários modelos como: a coleta seletiva porta a porta, 
que é semelhante à coleta normal do lixo, os moradores separam o lixo em materiais 
orgânicos e materiais inorgânicos, colocando-os em suas calçadas para a coleta; a coleta 
seletiva voluntária baseada em locais onde os cidadãos podem depositar os seus recicláveis 
por vontade própria, os materiais são separados e classificados por cores para o deposito, 
sendo o verde para vidro, o azul para papel, o vermelho para plástico e o amarelo para metal; 
os postos de recebimento ou troca, que são parecidos com a coleta seletiva voluntária, mas 
como estimulo os resíduos são trocados por alimentos, vales transporte, vales alimentação 
entre outros benefícios; os catadores de lixo podem ser autônomos ou formarem cooperativas, 
e são os responsáveis pela coleta de vários tipos de materiais urbanos. 
A identificação dos materiais que podem ser descartados é de imensa importância, 
alguns símbolos muito usados para caracterização dos materiais para a coleta são ilustrados na 
Figura 5. 
 
 
 
 
20 
Figura 5 – Simbologia para identificação de materiais recicláveis. 
 
Fonte: CEMPRE, (2014). 
 
Depois da coleta seletiva e após passar por um beneficiamento, o material é 
encaminhado para as indústrias de reciclagem. Nesse beneficiamento ocorre a separação do 
material de acordo com o seu tipo, cor, tamanho, densidade, entre outras características, 
depois ocorre a lavagem, a secagem, a prensagem, a moagem e o empacotamento do material. 
“A coleta seletiva é parte integrante de um projeto de reciclagem, e quando bem 
gerenciada contribuirá decisivamente para aumentar a sua eficiência.” 
(CEMPRE, 2014). 
Segundo o CEMPRE (2014), um passo importante para a reciclagem dos plásticos, é 
um meio ecológico para separar os materiais já utilizados que podem ser reaproveitados. É o 
processo responsável pela tentativa de conservação dos solos, diminuindo os lixos nos aterros 
sanitários, e colaborando para uma diminuição nas poluições das águas, dos solos e dos ares. 
Infelizmente atualmente não conseguimos não produzir lixos, mas podemos colaborar para 
que o lixo produzido siga o melhor caminho possível, podendo ser reutilizado ou reciclado. 
O número de municípios brasileiros onde acontece a coleta seletiva para a reciclagem 
tem aumentado nas últimas duas décadas. De acordo com o CicloSoft (2016), pesquisa de 
coleta de dados realizada bianualmente pelo CEMPRE, 18% dos municípios brasileiros 
operam programas de coleta seletiva do lixo, o equivalente a 1055 municípios (Figura 6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Figura 6 - Municípios com coleta seletiva no Brasil. 
 
Fonte: CEMPRE, Ciclosoft, (2016). 
 
Mesmo com o aumento do número de municípios que adotam a coleta seletiva, ainda 
de acordo com o CicloSoft (2016), apenas 15% da população tem acesso a programas de 
coleta seletiva. A coleta seletiva movimenta uma grande economia para pessoas e empresas, 
além de ser um programa a favor do meio ambiente. Ela é muito importante para o 
crescimento sustentável do país, sendo ecologicamente correta e economicamente viável. 
 
2.6 Desmatamento 
 
Conforme Margulis (2003), a extração da madeira é a principal fonte dos 
desmatamentos. Em que os custos ambientais relacionados são tão elevados que tornam 
irracionais quaisquer
atividades causadoras de desmatamento. 
Segundo Fearnside (2005), o desmatamento tem como impacto a erosão e a 
compactação do solo, junto com a exaustão dos nutrientes no mesmo. Além disso, gera 
inúmeros impactos ambientais diretos e indiretos. “O principal problema para o controle do 
desmatamento é que muito do que precisa ser feito está fora do alcance das agências 
responsáveis pelos assuntos ambientais.” (FEARNSIDE, 2005). 
A madeira ilegal tem sido o maior problema em relação ao desmatamento, segundo 
Dermazo e Porto (2007), a utilização da madeira de reflorestamento na construção civil tem 
encontrado pela frente obstáculo e preconceitos maiores do que a madeira comum. 
22 
De acordo com o Juvenal e Mattos (2002), a ausência de um mercado florestal que 
desvincule a produção de florestas da transformação industrial da madeira impede de que os 
produtores rurais e investidores em geral vislumbrem as possibilidades de retorno da 
aplicação de recursos no plantio de florestas. 
Portanto o mercado de madeira de reflorestamento acabada sofrendo um preconceito 
de que a indústria florestal não visa a qualidade tanto quanto ao volume de produção. A 
Figura 7 ilustra as porcentagens por país para a quantidade de florestas plantadas para o uso 
industrial. 
 
Figura 7 – Florestas Plantadas para o Uso Industrial. 
 
Fonte: CEMPRE, Ciclosoft, (2016). 
 
Apesar do potencial de produção do Brasil na produção de madeira, o país sofre com a 
ilegalidade e falta de ter um mercado de madeira de reflorestamento dominante. Segundo o 
Pensamento Verde (2013), a produção da madeira plástica tem gerado uma diminuição no 
desmatamento, além do aproveitamento dos resíduos de madeira. Devido à estética e 
propriedades da madeira, ela é bastante procurada. 
 
 
 
23 
2.7 Compósitos 
2.7.1 Matriz 
 
Os plásticos podem ser classificados de acordo com a solubilidade e/ou fusibilidade do 
polímero: sendo divididos em termoplásticos e termorrígidos. Estão sempre presentes no 
nosso dia a dia. Conforma Passatore (2013), os termoplásticos têm como característica alterar 
a sua estrutura quando submetido ao calor, com uma estrutura mais simples e flexível ele 
pode ser reciclado. 
Segundo Cestari (2010), tanto os polímeros termoplásticos quanto os termorrígidos 
funcionam para matrizes de compósitos. Ainda sobre o mesmo autor, os compósitos 
utilizando polímeros como matriz vêm substituindo os materiais tradicionais, pois 
proporcionam a incorporação de suas propriedades. 
Conforme Passatore (2013), eles são aplicados onde suas propriedades físicas e 
químicas forem mais bem aproveitadas, sendo utilizados para a produção de compósitos 
agregando suas propriedades ao material. Os plásticos mais utilizados no compósitos são os 
reciclados, como: o PVC, PEAD, PEBD, PET, PP e o PS. 
O PVC é um material reciclado e reciclável, sendo fabricado com um baixo consumo 
de energia. De acordo com Instituto Brasileiro do PVC (2016), após o uso desse material a 
reciclagem mecânica e energética são duas maneiras eficientes para reaproveitá-lo. 
O PVC está presente em tubos e conexões hidráulicas, cabos elétricos, revestimentos, 
esquadrias calçados, equipamentos médicos, embalagens para remédios, bolsas de sangue, 
mangueiras, brinquedos, portas sanfonadas, cortinas, embalagens de água mineral, de óleos, 
de maionese, entre outros. 
Conforme Passatore (2013), o PEAD é bastante utilizado devido as grandes 
possibilidades de seu uso, sendo ele rígido ou flexível, transparente ou translucido, natural ou 
pigmentado, não toxico, não higroscópico e com um baixo valor. “O PEAD apresenta 
estrutura praticamente isenta de ramificações. É um plástico rígido, resistente à tração, com 
moderada resistência ao impacto.” (PASSATORE, 2013). 
Ainda sobre o mesmo autor, ele está presente em embalagens de detergentes, 
recipientes de óleos automotivos, tubos para distribuição de água e gás, sacolas de 
supermercado, tampas, baldes, garrafas de álcool, potes de utilidades domésticas, filmes, 
matérias hospitalares, embalagens de cosméticos, tanques de combustíveis automotivos, entre 
24 
outros. Sendo como suas principais características ele ser leve, inquebrável, impermeável, 
rígido e resistente a baixas temperaturas e a produtos químicos. 
 
“Como um material flexível, de boa dureza, elevada resistência química, boas 
propriedades elétricas, facilmente processável, atóxico e inerte, o PEBD encontra 
um bom campo de atuação pelo processo de sopro. Apresenta moléculas com alto 
grau de ramificações e com baixa cristalinidade. É a versão mais leve e flexível do 
PE”. (PASSATORE, 2013, p. 43). 
 
 
Segundo Passatore (2013), o PEBD está presente em sacos industriais, sacos para lixo, 
lonas agrícolas, sacolas de supermercados e lojas, sacos de leite, bolsas de soro medicinal, 
rótulos de brinquedos, entre outros. Sendo como suas principais características ele ser 
flexível, leve, transparente e impermeável. 
 “O PEBD trata-se de um polímero de engenharia que, graças ao continuo 
aperfeiçoamento de seu processo de fabricação e à enorme aceitação na fabricação de garrafas 
de refrigerante, acabou mudando de status: passou de plástico de engenharia para 
commodity.” (PASSATORE, 2013). 
Conforme Passatore (2013), o PET está presente em cosméticos, bandejas, filmes para 
áudio e vídeo, garrafas de refrigerantes e sucos, produtos de limpeza, mantas de 
impermeabilização, entre outros. Ele possui uma alta densidade e é bastante resistente. Ele 
amolece por volte dos 80ºC. Sendo suas características ele ser transparente, inquebrável e 
leve. 
 
“O polipropileno é uma resina termoplástica, pertencente ao grupo das poliolefinas 
que inclui os polietilenos e os polibutenos, com ampla faixa de propriedades e 
grande facilidade de processamento. Estas características têm permitido o 
crescimento contínuo no consumo mundial deste material, sendo um dos plásticos de 
maior venda e que mostra a maior taxa de crescimento anual no mundo, devido às 
suas excepcionais propriedades e versatilidade de aplicação e uso.” (PASSATORE, 
2013, p. 43). 
 
Segundo Passatore (2013), o PP está presente nas embalagens de massas e biscoitos, 
embalagens industriais, potes de manteiga, equipamentos medico-cirúrgicos, seringas 
descartáveis, peças de automóveis, fraldas, tubos para água quente, entre outros. Sendo ele 
transparente, brilhante, rígido, inquebrável, resistente a mudanças de temperatura e conserva 
os aromas. 
25 
De acordo com Passatore (2013), o PS está presente em copos descartáveis, potes de 
iogurtes, potes de sorvete, brinquedos, materiais escolares, revestimentos de geladeira, 
gabinetes de aparelhos de TV e som, tampas, isopor, barbeador descartável, placas isolantes, 
entre outros. Ainda sobre o mesmo autor, o poliestireno é de alta densidade é bastante 
quebradiço e amolece na faixa de temperatura de 80 a 100ºC, queimando com facilidade. Ele 
tem como características ser transparente, leve, rígido, brilhante, inquebrável e impermeável. 
 
2.7.2 Reforços e aditivos 
 
Os reforços são materiais com formato granulado, em fibras ou em folhas e estão 
espalhados pela matriz, formando o compósito. Eles têm a função de gerar rigidez e força para 
o compósito. De acordo com Amaral e Santana (2009), os reforços são adicionados aos 
polímeros com a intenção de reduzir custos e alterar as suas propriedades físicas. Quando 
reforçados com cargas naturais se tornam economicamente e eticamente viáveis. 
Como exemplo de reforços para o compósito plástico-madeira tem-se as fibras 
vegetais, resíduos de algodão, casca de arroz, fibras de coco, bagaço de cana-de-açúcar, 
resíduos de sisal, resíduos de papel,
pó de serragem, fibra de vidro, resto de pneus, resíduos de 
mineração 
Gonçalves (2010), diz que as fibras vegetais oferecem diversas vantagens em relação 
às fibras sintéticas. Quando utilizado as fibras vegetais com material de reforço, ocorre um 
aumento na resistência mecânica. Junto com o reforço são adicionados aditivos que também 
ajudam na caracterização do compósito. 
Os aditivos são substâncias adicionados à mistura junto com a matriz e o reforço, com 
o objetivo de alterar as suas características. “Dependendo da finalidade para qual o produto é 
desenvolvido, são empregados determinados aditivos.” (PASSATORE, 2013). Esses aditivos 
podem caracterizar-se como plastificantes, retardante de chamas, lubrificantes, 
estabilizadores, corantes e agentes antiestáticos. 
De acordo com Passatore (2013), o plastificante tem as funções de diminuir a 
temperatura de processamento do polímero, adicionar flexibilidade às propriedades do 
produto e alterar as propriedades de processamento. “Os plastificantes são compostos, não 
voláteis, de alto ponto de fusão e de moderado a baixo peso molecular, que aumentam a 
flexibilidade e o escoamento e, consequentemente, a processabilidade dos polímeros.” 
(PASSATORE, 2013). 
26 
O retardante de chamas é um aditivo usado nos compósitos poliméricos, para em caso 
de exposto, as chamas não propagarem. Esse aditivo está sendo muito usado devido a 
questões de segurança, prevenindo os efeitos de um possível incêndio. É muito usado em 
materiais utilizados em áreas onde os incêndios podem gerar grandes estragos. 
Conforme Passatore (2013), os aditivos usados como retardante de chamas alteram o 
comportamento dos termoplásticos e dos termorrígidos quando eles são expostos ao fogo. 
“Esses aditivos atuam evitando que o material se inflame ou que propague a chama, que haja 
a formação de fumaça ou que o polímero pingue quando estiver queimando.” (PASSATORE, 
pg. 74, 2013). 
Segundo Rodrigues (2014), um dos maiores problemas ao se usar o retardante de 
chamas como aditivo são os gases tóxicos provenientes da queima dos materiais poliméricos 
com aditivos. Sendo cada vez mais importante a pesquisa atrás de novas formulações de 
aditivos retardantes de chamas para tentar minimizar ou acabar com a emissão desses gases, 
levando em conta o desenvolvimento sustentável. 
De acordo com Mondardo (2006), os lubrificantes atuam de forma interna ou externa. 
Os lubrificantes internos atuam na fase polimérica, diminuindo a viscosidade e aumento o 
índice de fluidez, e melhorando a dissipação de calor. Quando agem de forma externa, eles 
estão atuando nas interfaces do material, reduzindo a fricção e melhorando a incorporação e 
dispersão de cargas. 
“Os lubrificantes são aditivos utilizados para auxiliar o processamento de dos 
plásticos, melhorando as propriedades de escoamento, além de reduzir a aderência do 
material.” (PASSATORE, 2013). 
Também de acordo com Passatore (2013), os estabilizadores são compostos químicos 
que interferem nos processos físicos e químicos de degradação por luz ultravioleta. E as cores 
do compósito são adquiridas através de corantes, escolhidos de acordo com estética final 
buscada no produto. Com a intenção de impedir a criação ou o armazenamento de eletricidade 
estática em produtos feitos de termoplásticos, podem ser adicionados os agentes antiestáticos. 
 
 
 
 
 
 
27 
2.8 Madeira plástica 
2.8.1 Aplicações 
 
Atualmente a madeira é um dos principais materiais utilizados na construção civil, 
sendo difícil a sua não utilização por arquitetos e engenheiros. Ela sempre fez parte da nossa 
vida e é aplicada em diversos lugares do nosso cotidiano. 
É cada vez mais necessário o aperfeiçoamento desse material para sua utilização, a ou 
substituição por materiais que resultem nas mesmas propriedades e características da madeira 
comum. A madeira não é escolhida apenas pela sua beleza, mas sim por ser um material 
isolante térmico e acústico, além da sua resistência e o bem estar. 
A madeira plástica é um material ainda não muito utilizado mesmo sendo um 
investimento maior, é mais vantajoso que a madeira comum. É um material compósito obtido 
a partir da reciclagem dos plásticos, a classe mais popular dos polímeros. Ele mostra diversas 
vantagens em sua utilização. A madeira plástica podendo utilizada em todos os lugares que se 
utiliza a madeira comum, sendo vista em diversos formatos e cores. 
“A aplicabilidade da madeira plástica é bastante rica, podendo substituir a madeira 
natural de forma bastante similar. Tem ganhado espaço na arquitetura, na construção civil e 
também na decoração de áreas externas.” (SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS 
TÉCNICAS - SBRT, 2013). 
De acordo com o SEBRAE (2015), 35% dos pátios e varandas dos Estados Unidos já 
utilizam a madeira plástica, mesmo com os projetos custando aproximadamente três vezes o 
valor em relação à madeira comum. Ela não exige os mesmos gastos de manutenção que a 
madeira comum precisa, se tornando uma opção bastante viável no país. 
Esse compósito já pode ser visto em pisos fixos ou removíveis, rodapés de parede, 
sacadas, portões, cercas, currais, tábuas, postes, cruzetas de postes, linha ferroviária, 
revestimentos em geral, e em áreas molhadas, como saunas, decks de piscinas, ofurôs, spas, 
ancoradouros, píers e duchas. 
São diversas as aplicações do compósito plástico madeira, como em bancos de praças, 
rampas para acessibilidade, playgrounds, móveis, paisagismo e contenções de jardins, paredes 
vivas e hortas residenciais. 
 
 
 
28 
2.8.2 Pontos positivos e pontos negativos 
 
Segundo o SEBRAE (2015), os pontos positivos a respeito da madeira plástica são: 
 
 Totalmente reciclado e reciclável. 
 Não agride o meio ambiente. 
 Remover resíduos sólidos descartados inadequadamente. 
 Reduz o desmatamento. 
 Sem gastos com manutenção. 
 Sem gastos com verniz. 
 Investimento viável a longo prazo. 
 Não empena. 
 Não racha. 
 Não trinca. 
 Não solta farpas. 
 Fácil manejo. 
 Utiliza as mesmas ferramentas que a madeira comum. 
 Pode ser parafusada. 
 Pode ser pregada. 
 Pode ser cortada. 
 Pode ser furada. 
 Pode ser pintada. 
 Resistente a corrosões 
 Resistente a impactos. 
 Não absorve umidade. 
 Absorve pouco calor. 
 Possui baixa dilatação térmica. 
 Não propaga chamas. 
 Não é tóxico. 
 Não apodrece. 
 É imune a pragas e insetos. 
 Fácil limpeza, apenas água e sabão. 
29 
 Aparentemente semelhante a madeira comum. 
 Pode ser produzida em diversos perfis. 
 
Ainda segundo o SEBRAE (2015), os pontos negativos a respeito da madeira plástica 
são: 
 
 Falta acentuar no mercado brasileiro. 
 Falta de informações sobre seus benefícios e vantagens. 
 Carência de coleta seletiva. 
 Falta de matéria prima reciclada. 
 Alto investimento de produção. 
 Alto investimento inicial de compra. 
 
O governo deve começar a investir em uma responsabilidade ambiental, gerando um 
desenvolvimento sustentável. 
 
2.8.3 Produção 
 
A produção de madeira plástica tem sido um indicador de desenvolvimento 
sustentável, da retirada dos lixos plásticos do meio ambiente, até a preservação florestal. Os 
processos produtivos ainda precisam de aperfeiçoamentos e pesquisas nas áreas de misturas 
poliméricas e extrusão de polímeros, podendo avançar muito. A sua produção necessita de 
toda uma cadeia de reciclagem de polímeros presente, desde a coleta, até o processamento do 
plástico. 
“Os processos de fabricação podem chegar a 60% do custo total de um compósito e 
por isso recebem uma atenção maior, na intenção de aperfeiçoar as etapas e causar
menor 
impacto no preço final do produto.” (SBRT, 2013). 
A definição da composição do compósito e o recolhimento das matérias primas vêm 
em uma fase preliminar a fase de produção. Nessa fase preliminar também é realizada a 
preparação das matérias primas, como a moagem, lavagem e secagem dos materiais. A Figura 
8 mostra o fluxograma de produção do compósito plástico madeira. 
 
 
30 
Figura 8 –Fluxograma do processo de produção da madeira plástica. 
 
Fonte: Paula e Costa, (2008). 
 
De acordo com Mondardo (2006), o processo de produção consiste em duas fases, a 
mistura dos componentes do compósito e a moldagem do produto final. Durante a fase de 
mistura são adicionados os polímeros, com a função de agir como aglutinante para o reforço e 
os aditivos. É quando são definidas as futuras características do compósito. 
Posteriormente o processo de extrusão, em que consiste no reprocessamento dos 
plásticos, em alta temperatura, os grânulos plásticos são colocados na extrusora e, passam 
pelo processo de fundição e homogeneização dos plásticos. Durante esse processo são 
adicionados os materiais reforços e os aditivos. 
Após a extrusão o material irá abaixar sua temperatura e ganhar sua forma final. O 
material extrusado passa por uma forma, originando o seu perfil final, e depois por um tanque 
de resfriamento com água, quando ele passa da alta temperatura, para a baixa temperatura, o 
compósito ganha a firmeza. A Figura 9 ilustra uma extrusora mono rosca da empresa Megalux 
Logismarket. 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Figura 9 – Extrusora mono rosca. 
 
Fonte: MEGALUX Logismarket, (2018). 
 
2.8.4 Leis, normas e patentes 
 
Existem diversas legislações e normas que cercam o processo da coleta dos lixos 
plásticos até a fabricação da madeira plástica. O Governo brasileiro criou a Política Nacional 
de Resíduos Sólidos, constituída pela Lei nº 12.305/2010, ela regulamenta a coleta e o 
tratamento de resíduos industriais, urbanos e perigosos, determinando o destino final para os 
mesmos. 
De acordo com a ABNT as normas bases para a orientação do mercado sobre o meio 
ambiente são as ISO 14000. Sendo a ISO 14001 relacionada ao sistema de gestão ambiental 
que uma organização utiliza, ela é destinada para uma organização manejar as suas 
responsabilidades ambientais no intuito de gerar um desenvolvimento sustentável. 
A norma sobre a simbologia de reciclagem é a NBR 13.230 (2008), ela padroniza os 
símbolos de identificação de diversos plásticos, sendo a ABRE o órgão regulador. A lei das 
patentes é a Lei nº 9.279/1997, aprovada pelo Congresso Nacional, ela trata da proteção à 
propriedade Industrial, sendo o registro das patentes regulamentado pela Lei nº 5772/1971. 
Segundo o Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI (2014), a patente é o 
registro de propriedade de uma invenção ou modelo apresentado, o Estado dá para o criador 
ou inventor os direitos sobre a sua criação ou invenção. Com esse direito ele pode impedir 
terceiros de utilizar ou comercializar a sua criação, mas para que isso aconteça ele deve 
mostra detalhadamente o conteúdo da sua criação. 
Ainda segundo o INPI, em 2001 ocorreu uma alteração na Lei nº 9.279/1997 pela Lei 
nº 10.196/2001, regulamentando os direitos e obrigações relacionados à propriedade 
industrial. A Tabela 1 mostra algumas das patentes relacionadas ao compósito plástico 
madeira. 
 
32 
Tabela 1 – Patentes relacionadas ao compósito plástico madeira. 
Processo Depósito Título 
PI7606227-9 17/09/1976 
Aperfeiçoamento nas máquinas seccionadas de painéis de 
madeira e/ou de material plástico ou de outro material. 
PI9601009-6 08/03/1996 Madeira plástica. 
PI0314345-7 29/08/2003 
Lubrificante antimicrobiano para compósitos de madeira fibra-
plástica. 
PI0304023-2 17/10/2003 Método de obtenção de peças plásticas imitando madeira. 
PI0313909-3 09/12/2003 Pallete de madeira revestido de polietileno de alta densidade. 
PI0800755-1 26/03/2008 
Formulação de material e processo para a fabricação de 
artefatos de madeira plástica. 
PI1002123-0 21/05/2010 
Aplicação de compósito madeira/plástico em eletrodomésticos 
linha branca. 
Fonte: INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial, (2014). 
 
3 METODOLOGIA 
 
Esse trabalho foi de caráter exploratório, envolvendo levantamentos bibliográficos e 
analisando exemplos para melhor compreensão do assunto estudado. Buscando proporcionar 
um maior conhecimento, a fim de formular ideias e criar hipóteses que possam ser utilizadas 
em estudos posteriores. 
A madeira plástica se comporta em prol do meio ambiente e do desenvolvimento 
sustentável. Esse trabalho constitui-se de uma revisão narrativa do compósito plástico-
madeira no qual se realizou uma consulta qualitativa a artigos, revistas e livros que descrevem 
e dissertam sobre a madeira plástica. 
A metodologia desse estudo analisa a substituição da madeira comum em diversas 
áreas por um material compósito, de acordo com Lakatos (2003). Seguindo critérios de 
análise e coerência entre os dados e fatos observados, as fontes de estudo foram selecionadas 
e revisadas com foco em criar uma descrição do processo de fabricação do compósito, 
33 
apresentar as suas características, formas de aplicações, vantagens e desvantagens, com 
finalidade de mostrar a madeira plástica como um produto que pode substituir a madeira 
comum e contribuir para o desenvolvimento com a consciência sustentável. 
O uso da ferramenta análise SWOT é simples, o mais difícil se torna identificar os 
fatores. Ela é muito útil pois se torna fácil fazer uma análise objetiva de diferentes 
perspectivas. 
A análise SWOT mostra os fatores internos e externos da madeira plástica em relação 
à madeira comum, mostrando os fatores internos (forças e fraquezas), que são os fatores 
controláveis. Foi realizado um estudo do material impondo seus pontos fortes e fracos em 
relação aos seus concorrentes, no caso a madeira comum. Os fatores externos determinados 
(oportunidades e ameaças), analisou-se os fatores que não são controlados. Foi feito um 
levantamento das tendências do mercado, da economia sustentável e da sociedade atual e 
futura, determinando as oportunidades e as ameaças presentes no mercado. 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
A análise SWOT, ou como tradução a análise FOFA (forças, oportunidades, fraquezas 
e ameaças), foi uma estratégia utilizada para determinar os fatores que influenciam no 
compósito plástico madeira em relação a madeira comum. 
Os fatores internos, são os fatores controlados, que relacionam sobre o material 
analisado. Como as forças, sendo os pontos positivos sobre o material, foi possível determinar 
que é um material sustentável, é reciclado e reciclável, e tem um baixo custo de manutenção. 
A sua utilização mostra benefícios com a redução de lixos plásticos, resíduos e de 
desmatamentos. Outro ponto positivo é o material ser uma inovação no mercado atual. 
Como as fraquezas, sendo os pontos negativos sobre o material, são determinadas: a 
falta de divulgação sobre o material; a baixa produção, devido à falta de matérias primas; 
custos de investimento inicial e de produção elevados; a necessidade de buscar fornecedores 
informais de matéria prima. 
Os fatores externos, são os fatores incontroláveis, que relacionam sobre o ambiente 
que cerca o material. Como as oportunidades, sendo os pontos positivos que cercam o 
material, são determinadas: a coleta seletiva e o plano nacional de resíduos sólidos; as 
34 
campanhas de conscientização sustentável; possíveis parcerias com o governo municipal ou 
estadual. 
Como as ameaças, sendo os pontos negativos que cercam o material,
foram 
determinadas: a necessidade de um maior investimento para sua aquisição; a falta de matérias 
primas para a sua produção; a deficiência nas legislações brasileiras sobre o material; e as 
vendas ilegais de madeira comum, que diferenciam ainda mais os seus valores. Na Tabela 4 é 
mostrado as análises SWOT da madeira plástica em relação à madeira comum, mostrando os 
fatores internos e externos, positivos e negativos. 
 
Tabela 2 – Análise SWOT da madeira plástica em relação à madeira comum. 
Fatores Internos 
(Controláveis) 
Fatores Externos 
(Incontroláveis) 
Forças: 
 Reciclado e reciclável. 
 Custo de manutenção baixo. 
 Redução do desmatamento. 
 Redução dos lixos plásticos. 
 Geração de empregos. 
 Inovação no mercado. 
 Material sustentável. 
 
 
Oportunidades: 
 Sustentável. 
 Coleta seletiva. 
 Plano Nacional do Resíduo Sólido. 
 Campanhas de conscientização 
sustentável dos clientes. 
 Desconto do imposto de renda para 
empresas de reciclagem. 
 Possíveis parcerias com prefeituras. 
 Logística reversa. 
Fraquezas: 
 Falta de conhecimento dos clientes 
sobre o produto. 
 Fornecedores informais de matéria 
prima. 
 Baixa produção 
 Poucos estudos na área. 
 Custos de produção elevados. 
 Investimento inicial elevado. 
Ameaças: 
 Orçamento de 25 a 35% mais 
elevado. 
 Vendas ilegais de madeira comum. 
 Fornecedores não regularizados. 
 Falta de matéria prima. 
 Falta de legislações brasileiras a 
respeito do material. 
 
 
35 
Como apresentado, a sustentabilidade é embasada em 3 pilares – sustentabilidade 
econômica, ecológica e social. No âmbito da sustentabilidade econômica a madeira-plástica se 
prova viável e mais vantajosa do que a madeira convencional considerando um investimento a 
longo prazo. 
O compósito madeira-plástico é ecologicamente sustentável pois além de ter na sua 
composição resíduos da indústria madeireira, fibras vegetais e agregados ela é na sua maioria 
composta de plástico reciclado, ou seja, além de tirar resíduos sólidos industriais e 
residenciais cujo o destino seria a natureza, a madeira plástica é capaz de diminuir e controlar 
o problema do desmatamento. 
Finalmente na sustentabilidade social é possível perceber que essa é uma nova forma 
de se relacionar com o meio ambiente, consequência de uma mente sustentável, com cidades 
que desenvolvam sistemas de coleta seletiva eficientes, diminuindo o dano que o 
desenvolvimento causa à natureza, de forma que a humanidade possa crescer de forma 
sustentável. 
É alto o investimento inicial de um projeto com madeira plástica se comparado com a 
madeira comum, mas isso ainda ocorre devido ao baixo índice de produção. Quando as 
pessoas se conscientizarem nas vantagens financeiras e ambientais desse material, a sua 
produção aumentara, gerando uma queda nos seus preços. 
Outra desvantagem relacionada à produção do compósito é alto gasto de água e 
energia, e devem ser feitos estudos para minimizá-los. Mesmo a sua produção gerando um 
baixo consumo energético. Em relação à água utilizada na lavagem dos plásticos, ela pode ser 
reutilizada para economizar no processo. As organizações devem redimensionar os 
equipamentos para consumirem o mínimo possível de energia, além de utilizarem fontes 
renováveis de energia, como o sol e o vento. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Como definido inicialmente o objetivo principal do trabalho é evidenciar o compósito 
plástico-madeira com alternativa de substituição da madeira comum, apresentando um análise 
SWOT dessa relação. De acordo com a análise bibliográfica, pode-se afirmar que a madeira 
plástica além de usar uma porcentagem menor de madeira do que de plástico reciclado, ainda 
pode ser reciclada após o seu uso, ou seja, a madeira plástica é 100% sustentável. 
36 
A madeira plástica é um compósito que resulta basicamente na combinação de 
plásticos reciclados, posteriormente lavados, secos e isentos de partículas metálicas, os quais 
são aglomerados, extrusados ou introduzidos em um molde. Estima-se uma durabilidade de 
cerca de 100 anos para o compósito plástico madeira, com a ausência de manutenção. As 
hipóteses relacionadas no trabalho são no quesito de economia no uso do material em longo 
prazo, considerando os gastos futuros com manutenção. 
A madeira plástica, além de retirar os lixos plásticos do meio ambiente, diminui a 
quantidade de desmatamentos, substituindo a madeira convencional. Ela aceita pregos e 
parafusos, e pode ser trabalhada com as mesmas ferramentas que a madeira comum. Além de 
não ser tóxica, pois possui toxicidade equivalente à dos plásticos usados como matéria prima. 
Ela pode ser pintada, mesmo não precisando, pois já possui pigmentação do processo de 
produção, mas se houver interesse ela aceita diversos tipos de tintas e vernizes. 
Espera-se que este trabalho possa estimular futuros profissionais na utilização de 
materiais reciclados, contribuindo para um mundo mais sustentável. Ele mostra 
procedimentos no ensino e na pesquisa científica e tecnológica. Como requisitos para 
conclusão do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal dos 
Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. 
 
6 PERSPECTIVAS FUTURAS 
 
 Produção do compósito plástico-madeira com a utilização de resíduos de 
mineração. 
 
 Projeto de formas para a construção civil com a utilização do compósito 
plástico-madeira. 
 
 Métodos de produção do compósito plástico-madeira e suas finalidades. 
 
 Utilização do bagaço-de-cana como reforço para produção do compósito 
plástico-madeira. 
 
 Caracterização de diferentes reforços para a produção do compósito plástico-
madeira e suas finalidades adequadas. 
37 
REFERÊNCIAS 
 
ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Disponível em 
<http://www.abimaq.org.br//>. Acessado em dezembro de 2018. 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Disponível em: 
<http://www.abnt.org.br>. Acessado em Junho de 2018. 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.230 – Embalagens e 
acondicionamento plásticos recicláveis: Identificação e Simbologia. Rio de Janeiro, 2008. 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16.182 - Embalagem e 
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ANEXO 1 - AUTORIZAÇÃO 
 
Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente trabalho, por 
qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte. 
 
 
_________________________________ 
Oscar Maurício Borborema Porto 
oscar-porto@hotmail.com 
 
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM 
Teófilo Otoni/MG – Rua do Cruzeiro, nº. 01 – Jardim São Paulo – CEP 39803-371

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