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463. Correto. A CF/88, em seu art. 5º, LXIV, reza que o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial. 464. Errado. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo por escrito (CPP, art. 204). Entretanto, não será proibida, à testemunha, breve consulta a apontamentos. 465. Errado. Estabelece o art. 209 do CPP, que o “juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes”. São as denominadas testemunhas judiciais, fundamentando-se a inquirição “ex officio” no poder-dever que assiste ao julgador na busca da verdade real. 466. Errado. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o magistrado adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho (CPP, art. 210, “caput”, com redação dada pela Lei 11.690/2008). 467. Errado. Nos termos da Lei 9.296/1996, o prazo definido para a interceptação é de 15 (quinze) dias, permitida a renovação por igual período. Entretanto, não há qualquer restrição legal ao número de vezes em que pode ocorrer essa renovação, dês que comprovada a sua necessidade. “É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo que sucessivas, especialmente quando o fato é complexo a exigir 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 127 investigação diferenciada e contínua” (STF, HC 83515/RS, Rel. Min. Nelson Jobim, 04.03.2005). 468. Correto. Segundo o professor Vítor Cruz, “na jurisprudência do STF a atividade do advogado goza de ampla inviolabilidade profissional. Essa inviolabilidade serve para resguardar o seu cliente e para que não se frustre a ampla defesa, mas, se o investigado é o próprio advogado, ele não poderá invocar a inviolabilidade profissional ou de seu escritório, já que a Constituição não fornece guarida para a prática de crimes, ainda que invocando um direito fundamental” (“1001 Questões Comentadas de Direito Constitucional, CESPE”. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2010, p. 85). 469. Errado. “III. Não pode exigir que o deferimento das prorrogações (ou renovações) seja sempre precedido da completa transcrição das conversas, sob pena de frustrar-se a rapidez na obtenção da prova. VI. Não se faz necessária a transcrição das conversas a cada pedido de renovação de escuta telefônica, pois o que importa, para a renovação, é que o Juiz tenha conhecimento do que está sendo investigado, justificando a continuidade das interceptações, mediante a demonstração de sua necessidade” (STJ, RHC 13274/RS, Rel. Min. Gilson Dipp, 29.09.2003). 470. Correto. A reconstituição do crime ou reprodução simulada dos fatos tem assento no Código de Processo Penal, em seu art. 7º. Pode o indiciado ou o acusado (réu) recusar-se a participar da reconstituição, sem que isso possa ser usado em seu prejuízo ou considerado um desrespeito à autoridade pública. Precedente do Supremo Tribunal Federal sustenta que o “suposto autor do ilícito penal não pode ser compelido, sob pena de caracterização de injusto constrangimento, a participar da reprodução simulada do fato delituoso. Do magistério doutrinário, atento ao princípio que concede a qualquer indiciado ou réu o privilégio contra auto- incriminação, resulta circunstância de que é essencialmente voluntária a participação do imputado ao ato – provido de indiscutível eficácia probatória – caracterizador de reprodução simulada do fato delituoso” (RT 697:385-6). 471. Errado. A jurisprudência tem sido reiterada, assentando que “é possível a utilização de prova emprestada no processo penal, desde que ambas as partes dela tenham ciência e que sobre ela seja possibilitado o exercício do contraditório” (STJ, HC 91.781/SP, DJ 05.05.2008). Registre-se, prova emprestada é aquela que é produzida “num processo para nele gerar efeitos, sendo depois transportada documentalmente para outro, visando a gerar efeitos em processo distinto” (GRINOVER, Ada Pellegrini. “O Processo em Evolução”. São Paulo: Forense Universitária, 1996, p. 62). Tem-se, pois, que a prova antes produzida ingressa noutro processo sob a forma documental, cuja força probatória 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 128 será valorada pelo magistrado, que não está adstrito a dar-lhe idêntico valor ao que teve nos autos originários (em que foi produzida). 472. Errado. À época da elaboração da questão, predominava o entendimento quanto à imprescindibilidade de autorização judicial, razão pela qual o examinador considerou a questão “incorreta”. Recentemente, o STJ reconheceu que o Ministério Público pode requisitar, em procedimento investigativo prévio, quebra de sigilo bancário e fiscal sem intermediação judicial. Vejamos: “A exemplo do entendimento consagrado no STJ, no sentido de que nas Execuções Fiscais a Fazenda Pública pode requerer a quebra do sigilo fiscal e bancário sem a intermediação judicial, tal possibilidade deve ser estendida ao Ministério Público, que possui atribuição constitucional de requisitar informações para fins de procedimento administrativo de investigação, além do fato de que ambas as instituições visam ao bem comum e ao interesse público. Precedentes do STJ e do STF” (STJ, RMS 31362/GO, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ 16.09.2010). O Supremo Tribunal Federal, nos dias de hoje, também tem reconhecido a legitimidade da requisição da quebra do sigilo bancário pelo “parquet”, independentemente de autorização Judicial. Vejamos: “Não há óbice a que o Ministério Público requisite esclarecimentos ou diligencie diretamente a obtenção da prova de modo a formar seu convencimento a respeito de determinado fato, aperfeiçoando a persecução penal, mormente em casos graves como o presente que envolvem altas somas em dinheiro movimentadas em contas bancárias” (REsp 535478, Rel. Min. Ellen Gracie, 2ª T., 21.11.2008). 473. Correto. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte (CPP, art. 182). Da mesma forma, os jurados, por ocasião do julgamento dos crimes dolosos contra a vida e conexos. 474. Errado. Segundo o STJ, é indispensável o laudo toxicológico para comprovação da materialidade do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. Entretanto, nos casos de não apreensão da droga, é possível “que a condenação pela prática do crime de tráfico seja embasada em prova documental e testemunhal” (STJ, HC 80.483, RJ 01.03.2010). “O laudo de exame toxicológico definitivo da substância entorpecente não é condição única para basear a condenação se outros dados suficientes, incluindo a vasta prova testemunhal e documental produzidas na instrução criminal, militam no sentido da materialidade do delito” (STJ, REsp 1009380/MS 15.06.2009). Ademais, “o fato de, no processo, existir, somente, prova indiciária, amparando a acusação, por si só, não impede o juiz de condenar o imputado 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 129 (...)” (Sérgio Demoro Hamilton, “Temas de Processo Penal”. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1998, p. 41). 475. Errado. Fatos axiomáticos são aqueles evidentes, logo, independem de prova. 476. Errado. Os indícios e as presunções são verdadeiros meios de prova, previstos em lei. Os primeiros estão contemplados no art. 239 do CPP. Registre-se, “não é nula a sentença que, embora contrária ao interesse da defesa, esteja devidamente fundamentada, embasando o decreto condenatório em elementos de convicção (indícios e presunções), em conformidade com o conjunto probatório dos autos” (TRF 4ª Região, ACR37286/PR, Rel. Fábio Bittencourt