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a vigência da Lei 11.719/2008, constatando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa (art. 362 do CPP), na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 do Código de Processo Civil. 491. Errado. A resposta do acusado, apontada no art. 396-A, do CPP, vem em substituição à extinta defesa prévia, e visa, sobretudo, proporcionar ao réu a possibilidade de trazer aos autos argumentos que possam conduzir ao julgamento antecipado do processo e sua absolvição sumária. Recebida a denúncia, o juiz ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias (CPP, art. 396, “caput”, com redação dada pela Lei 11.719/2008). Frise-se, antes da reforma parcial do CPP, a citação era primeiro para o interrogatório, e depois deste, havia três dias para o oferecimento da defesa prévia por escrito. 492. Errado. “A prova da embriaguez ao volante deve ser feita, preferencialmente, por meio de perícia (teste de alcoolemia ou de sangue), mas esta pode ser suprida (se impossível de ser realizada no momento ou em vista da recusa do cidadão), pelo exame clínico e, mesmo, pela prova testemunhal, esta, em casos excepcionais, por exemplo, quando o estado etílico é evidente e a própria conduta na direção do veículo demonstra o perigo potencial à incolumidade pública (...)” (STJ, RHC 26.432/MT, 5ª Turma, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJ 22.02.2010). 493. Correto. “Em se tratando de crime contra a honra praticado contra funcionário público propter officium, admite-se a legitimidade concorrente tanto do ofendido para promover ação penal privada (ex vi art. 5º, X, da Lex Maxima), como do Ministério Público para oferecimento da ação penal condicionada à representação” (STJ, 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 146 REsp 663941/SP, Rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, 22.11.2004). 494. Errado. O art. 7º da Lei 9.034/1995 veda a concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes com intensa e efetiva participação na organização criminosa. Contudo, o STF e o STJ têm abrandado a interpretação da precitada normativa, exigindo, motivação concreta para o indeferimento do requerimento de liberdade provisória (STJ, RE 772.504/PR, 5ª Turma, 20.11.2006). 495. Errado. A Lei 9.034/1995, em seu art. 2º, IV (inciso incluído pela Lei 10.217/2001), reza que em qualquer fase da persecução criminal são permitidas a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada ordem judicial. 496. Correto. A “ação controlada” tem previsão na Lei 9.034/1995 (art. 2º, II). Visa o momento oportuno e conveniente para realizar a prisão em flagrante (flagrante esperado, diferido ou retardado). O acompanhamento e a observação detida (estrita vigilância), por parte dos agentes policiais, da conduta delituosa da organização criminosa, são medidas imprescindíveis para que possa haver o retardamento da prisão em flagrante dos investigados. 497. Correto. O art. 89, “caput”, da Lei 9.099/95, reza que o “Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos (...)”. “Poderá”, portanto (sem que isso signifique completa discricionariedade)! Em 09 de outubro de 2003, o STF publicou a Súmula 696, que tem o seguinte enunciado: “reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, dissentindo, remeterá a questão ao procurador-geral, aplicando por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal”. 498. Errado. O recebimento da denúncia precede à resposta do acusado. Recebida a denúncia-crime, é ordenada a citação do acusado para responder, por escrito, à acusação, no prazo de dez dias (CPP, art. 406, “caput”, com redação dada pela Lei 11.689/2008). 499. Errado. Apresentada a defesa, o magistrado deverá notificar o Ministério Público ou o querelante, ouvindo-os sobre eventuais preliminares argüidas na resposta do acusado ou sobre documentos acostados, no prazo de cinco dias (CPP, art. 409, com redação dada pela Lei 11.689/2008). 500. Correto. Os esclarecimentos dos peritos serão prestados após a inquirição das testemunhas, dependendo, porém, de prévio 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 147 requerimento e de deferimento pelo juiz (§ 1º do art. 411, do CPP). 501. Errado. A designação “crise de instância” pode ser usada em todas as hipóteses de suspensão do processo. Vale frisar que, segundo estabelece o art. 798, “caput”, do CPP (Livro VI – Disposições Gerais), “todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado”. 502. Errado. A rejeição da denúncia-crime, diferentemente do nãore- cebimento desta, ocorre por motivos materiais (não formais), relativos ao fato narrado. A decisão de rejeição poderá fazer coisa julgada material, obstando a propositura de nova ação acusatória em relação ao mesmo fato contra o mesmo acusado. 503. Errado. “Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes que tenham tido intensa e efetiva participação na organização criminosa” (art. 7º da Lei 9.034/1995). Não obstante, a Corte Suprema (STF) e o Superior Tribunal de Justiça têm dado interpretação diversa à questão. Vejamos: “A simples alegação de que é vedada a concessão de liberdade provisória aos agentes com intensa e efetiva participação nos quadros da organização criminosa, com base apenas no disposto do art. 7º da Lei n. 9.034/95, não encontra respaldo na jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores. Entendimento pacífico que, sendo a prisão cautelar uma medida necessária para assegurar os meios e os fins do processo de conhecimento penal, faz-se sempre necessária fundamentação concreta, nos moldes do art. 312 do CPP” (STJ, RE 772.504/PR, 5ª T., DJ 20.11.2006). 504. Errado. De acordo com a Lei 9.807/99, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado a identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa (art. 13, I). Vê-se, pois, que a concessão do perdão judicial depende dos antecedentes criminais (a lei exige, expressamente, primariedade). 505. Errado. Será absolvido sumariamente o acusado se estiver provado que não concorrera para o delito como autor ou partícipe (CPP, art. 415, II). 506. Errado. Compete ao STJ os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos (CF, art. 105, I, ‘d’). Contudo, compete ao STF dirimir conflito de atribuições entre os Ministérios Públicos federal e estadual (Pet. 3528/BA, Rel. Min. 1001 Questões Comentadas – Direito Processual Penal – CESPE Prof. Nourmirio Tesseroli Filho 148 Marco Aurélio, 28.09.2005). Tem prevalecido o entendimento de que a Corte Suprema (STF) é competente para julgar conflito de atribuição entre Ministério Público Federal e dos Estados ou entre MP de um Estado e de outro (STF, Pet. 3.631/SP, DJ 07.03.2008). 507. Correto. É efeito da condenação (efeito extrapenal específico) a perda do cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever