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DERMATOLOGIA DOS ANIMAIS DE COMPANHIA 1 PRURIDO CANINO História + exame físico Raspado de pele, tricografia, citologia, erradicação de pulgas, cultura fungica Ectoparasitismo Escabiose Notoédrica Puliciose Pediculose Queleitielose Tratar Dermatofitose Malasseziose Sem parasitismo ou dermatofitose Terapia antibacteriana Prurido não abolido Doenças alérgicas ou Outras doenças 1 - DAP Controle de pulgas 2 - Alergia alimentar Dieta de restrição Sem diagnóstico Outras doenças Imunomediadas Neoplasicas Miscelanea Ambientais 3 - Dermatite atópica Descarte DAP e alergia Alimentar + testes alérgicos Prurido abolido Infecção bacteriana 1.1 Escabiose Sarcoptes scabiei var. canis é um ácaro parasitário. A fêmea enterra-se na epiderme, formando túneis nos quais ocorre a oviposição. A presença do ácaro e a reação de hipersensibilidade decorrente provocam uma dermatite altamente pruriginosa. A transmissão ocorre por contato direto ou por fômites, como a cama do animal e tapetes. Frequentemente os seres humanos são temporariamente infectados por seus animais. A sarna sarcóptica afeta cães independentemente da idade, sexo ou raça, e a doença é altamente contagiosa. As lesões incluem pápulas, alopecia, eritema, crostas e escoriações. Inicialmente a pele com menos pelos e atingida – jarretes, cotovelos, extremidades do pavilhão auricular (variam de descamação quase imperceptível a alopecia ou crostas; os canais auriculares não são acometidos) e região ventral do abdome e tórax. Nos casos crônica as lesões podem se espalhar pelo corpo, porém geralmente poupa o dorso do tronco. Frequentemente, há linfadenomegalia periférica (aumento dos linfonodos). Pode ocorrer perda de peso e debilidade secundaria. Cães muito infestados podem apresentar intensa descamação e crostas. Alguns aninais podem apresentar prurido intenso, porém sem ou com lesões cutâneas mínimas. Durante a manifestação crônica da doença pode ocorrer alopecia periocular e do tronco; crostas secundárias, escoriações e piodermite; erupção papular difusa. Sem parasitismo ou Dermatofitose pp com Citologia positivo Terapia antibacteriana Prurido não abolido Doenças alérgicas ou Outras doenças Prurido abolido Infecção bacteriana Recorrente Cão idoso Hematologia Urinálise Bioquimica Ensaio endócrino Cultura fúngica Biópsia de pele Doença endócrino metabólica Imunodebilitante Neoplasia Imunomediada Fúngica Seborreica Displasica Piodermite idiopática 1.1.1 Diagnóstico • Por ser uma enfermidade muito pruriginosa o cão se coça o tempo todo na clínica, diferente das demais enfermidades pruriginosas, onde eles tendem a parar de se coçar devido à preocupação com as ameaças no ambiente ao seu redor; • Normalmente baseado no histórico, sintomas e resposta ao tratamento escabicida. • Reflexo otopodal – A esfregação da borda da orelha entre o polegar e o dedo indicador pode desencadear um reflexo de coçar. Esse reflexo e altamente sugestivo, porém não patognomônico de escabiose. • Microscopia (raspado de pele superficial) – Presença de sarna sarcóptica, ninfas, larvas e/ou ovos. Resultado falso-negativo e comum porquê e extremamente difícil encontrar o ácaro. Obs.: Não é indicado tratar alergias antes de descartar escabiose; em um exame de raspado a presença de um ovo já é diagnóstico positivo; fácil diagnóstico e tratamento. 1.1.2 Escabiose felina (Sarna notoédrica) Doença causada por Notoedres cati, sarna sarcóptica que causa escavação cutânea superficial. Em casas com vários gatos e em gatil mais que um gato normalmente e atingido. Ocorrência rara. Em geral, as lesões iniciais apresentam prurido intenso, ressecamento e crostas localizadas nas margens mediais do pavilhão auricular e, a partir daí se disseminam rapidamente pelas orelhas, cabeça, face e pescoço. As lesões podem ainda se espalhar para patas e períneo. A pele infestada apresenta espessamento, liquenificação, alopecia, crostas e/ou descamação. E comum linfadenomegalia periférica. Se as lesões não forem tratadas, podem se espalhar por grandes áreas corporais, com possibilidade de anorexia, emaciação e morte. Obs.: Grande predisposição no pavilhão auricular; Detecção do ácaro é muito mais fácil que no cão. 1.1.3 Tratamento • Banhos escabicidas: é preciso tratar o cão por inteiro; em geral, o tratamento falha devido à relutância do proprietário em banhar o paciente na face e nas orelhas; não deixar o paciente úmido entre os tratamentos; • Todos os cães, gatos e coelhos em contato devem ser tratados, mesmo aqueles sem sinais clínicos, pois podem ser portadores assintomáticos; • Limpar bem e tratar o ambiente; os ácaros podem sobreviver por até 3 semanas fora de um hospedeiro animal; • Podem ser usados corticosteroides simultaneamente ao tratamento acaricida; • Enxofre sabonete tópico. • Monossulfiram tópico: acaricida • Amitraz tópico (não em gatos): Carrapaticida, sarnicida e piolhicida. o 250ppm (4ml/1 litro de H2O) – banhos semanais. • Fipronil (inseticida) tópico spray em filhotes, gestantes ou lactantes: 3ml/kg/21 dias/3 aplicações. • Contactantes e ambiente. • Ivermectina (endectocida): 200-400mcg/kg/vo/sem ou sc/quinzenal. 2 a 5 semanas de tto. o Não usar em Collie, Shetland Sheepdog, Old English Sheepdg, Australian shepherd. Border Collie e seus mestiços. • Selamectina (tópica): 6mg/kg/20-30 dias. Duas a três aplicações. o Segura, incluindo raças sensíveis???. o Sarcoptes scabei, Otodectes cynotis, Ctenocephalides spp, carrapatos e parasitas GI. • Moxidectina (Endectoparasiticida) + imidacloprida (Ectoparasiticida) 1.2 Pediculose Infestação por piolhos sugadores (Lynognathus setosus – cão) ou mastigadores (Trichodectes canis e Heterodoxus spiniger – cão) hospedeiro-específicos. Incomum em cães e gatos, com maior incidência em animais jovens, descuidados e desnutridos. Em geral os sintomas incluem inquietação e prurido, com seborreia, alopecia e/ou escoriações secundarias. Pode-se verificar pelos emaranhados, pequenas pápulas, crostas e, nas infestações graves, anemia e debilidade. 1.2.1 Diagnóstico • Visualização direta de piolhos (escovação). • Microscopia (fita adesiva, pelos) – Detecção de piolhos e lêndeas (ovos). 1.3 DAPPE Dermatite comum em cães e gatos sensíveis a picada de ectoparasitas. Os sintomas normalmente são sazonais (meses quentes) em zonas temperadas e frequentemente não-sazonais em regiões tropicais e subtropicais. Cães: As lesões incluem erupções pruriginosas, pápulas, crostas, eritema, seborreia, alopecia, escoriações, piodermatite, hiperpigmentação e/ou liquenificação secundarias. Localizam-se principalmente na região lombosacra dorso caudal, dorso da inserção da cauda, porção caudomedial da coxa, abdome e flancos. Gatos: Comumente, apresenta-se como dermatite miliar pruriginosa com escoriações, crostas e alopecia secundarias no pescoço, região lombosacra dorsal, porção caudomedial da coxa e/ ou região ventral do abdome. Outros sintomas incluem alopecia simétrica secundaria as lesões do complexo granuloma eosinofílico. Obs.: é uma dermatite pápulo-crostosa devido a hipersensibilidade dos animais a componentes proteicos da saliva dos ectoparasitas, como a pulga Cnetocephalides canis. 1.3.1 Diagnóstico • Normalmente baseado no histórico e nos sintomas, porém deve-se excluir outros diferenciais; • Triangulo da DAPPE; • Visualização de pulgas ou seus excrementos no corpo - Pode ser difícil encontrar; • Testes alérgicos (intradérmico, sorológico) - Reação positiva ao teste cutâneo comparado ao antígeno de pulga ou título séricode anticorpos IgE antipulga positivo e altamente sugestivo, porem há possibilidade de resultado falso-negativo; • Histopatologia da pele (sem valor diagnóstico) – Graus variáveis de dermatite perivascular ou intersticial superficial ou profunda, com frequente predomínio de eosinófilos; • Resposta ao combate a pulga - Cura dos sintomas. 1.3.2 Tratamento • Fipronil. • Imidacloprida. • Lufenuron (inibidor de síntese quitina) +/- milbemicina: parasiticida • Selamectina: Ectoparasiticida. Filhotes a partir de 6 semanas. Seguro nas raças sensíveis e fêmeas gestantes. • Nitenpiram: Ectoparasiticida. Adulticida efeito nock-down. (não usar em animais < 4 semanas). • Ambiente. • Anti-histamínicos, glicocorticoides. • Infecções. • Fluralaner (inseticida e acaricida) (cães) via oral: 25-56 mg/kg/duração de 03 meses. o BRAVECTO • Sarolaner “(cães) via oral: de acordo com o peso – 1 x mês o SIMPARIC 1.4 Alergia alimentar A alergia alimentar é uma dermatite pruriginosa não estacional incomum que afeta cães e gatos. Alguns pesquisadores consideram-na como sendo a terceira mais comum doença cutânea de hipersensibilidade em pequenos animais, após a DAPPE e dermatite atópica. Não há predisposição quanto a raça ou sexo. A intolerância alimentar não pode ser descartada de qualquer diagnóstico diferencial sem o uso de dietas de restrição e alimentação provocativa, visto que os testes in vitro e intradérmicos não são confiáveis. Os componentes mais comumente implicados são a carne bovina, o leite (e derivados), frango e produtos à base de cereais, embora qualquer componente da alimentação possa estar implicado. Não há uma distribuição característica das lesões, e os sinais clínicos são: pápulas, lesões urticariformes, eritemas, descamação, crostas, escoriações e, mesmo, ulceração. Pode ocorrer uma otite externa bilateral, dermatite seborreica e piodermatite, a resposta aos glicocorticoides sistêmicos é comumente boa, na maioria dos casos. Obs.: IgE mediada, mediada por células ou mistas; Sinais < 3 anos idade em 83%; 50% < 1 ano; 1.4.1 Diagnóstico • Pode ser confirmado pela dieta restritiva e por alimentação provocativa: oferecer uma fonte proteica que o animal nunca teve acesso 2x/dia por 6 semanas. Se o animal for positivo ele apresentará uma melhora relativa. • Histórico dietético. • Carneiro, coelho, pato, rã. • Arroz, batata, batata doce, abobora. • Igual proporção. • 2 copos da mistura para cada 10kg. • Alimentos frescos sem nada adicionado. • Água filtrada. • 10-12 semanas. 1.4.2 Tratamento • Dieta não alergênica; • Anti-histamínicos; • Glicocorticoides; • Infecções. 1.5 Dermatite Atópica Reação de hipersensibilidade do Tipo 1 a antígenos ambientais inalados ou absorvidos pela pele (alérgenos), em indivíduos geneticamente predispostos. Comum em cães, com início entre 3 meses a 7 anos de idade. Entretanto, na maioria dos cães com dermatite atópica, os sintomas surgem pela primeira vez entre 1 e 3 anos de idade. Os sintomas iniciam com eritema e prurido cutâneo (lambedura, mastigação, coceira, esfregação) que podem ou não ser sazonais, dependendo da ação do alérgeno. Normalmente o prurido acomete patas, flancos, virilha, axilas, face e/ou orelhas. A automutilação frequentemente resulta em lesões cutâneas secundarias, incluindo mancha salivar, alopecia facial, blefarite (inflamação ao redor dos olhos), queilite, pododermatite, escoriações, escamas, crostas, hiperpigmentação e liquenificação. Piodermatite secundaria, dermatite por Malassezia e otite externa eczema-ceruminosa são comuns. Pode- se observar dermatite acral por lambedura crônica, dermatite piotraumática recorrente, conjuntivite, hiperidrose (sudorese) e, raramente, bronquite ou rinite alérgica. A dermatite atópica ocorre principalmente em animais que possuem uma barreira epidérmica defeituosa devido à perda de água e ressecamento, o que facilita a entrada de alérgenos. 1.5.1 Diagnóstico • Normalmente baseado no histórico e nos sintomas, porém outros diferenciais devem ser excluídos; • Testes in vitro servem somente para uma indicação de imunoterapia como tratamento, porém, não serve para diagnóstico; • Exclusivamente clinico e por exclusão. 1.5.2 Tratamento • Tratamento multimodal: o Reidratação da pele; o Corticoide a curto prazo; o Terapia tópica é o principal. • Redução de carga alergênica; • Infecções; • Anti-histamínicos (hidroxixine, cetirizina); • Aveia coloidal tópica; • Ceramidas tópicas; • Glicocorticoides (sistêmicos ou tópicos); • Ômega 3 e 6; • Ciclosporina (inibidores da calcineurina): demora algum tempo para atuar, não serve para tratamentos imediatos; • Imunoterapia; • Oclacitinib (inibidor da Janus Kinase): Inbidor JAK1 e JAK3 – IL2,4,6,13 e 31 o Efeito rápido de ação ~ glicocorticoides e ciclosporina. o Não interfere com testes alérgicos nem com imunoterapia. o Contraindicado na gestação e lactação. o Não utilizar junto com esteroides. 2 PIODERMITES É uma infecção piogênica da pele. As piodermites são diferenciadas em 3 tipos: • Piodermite de superfície: atinge a camada mais superficial da pele. Dermatite úmida aguda, Intertrigo. • Piodermite superficiais: é mais profunda e compromete o folículo piloso. Foliculite superficial, impetigo, piodermite mucocutânea, dermatofilose, piodermite superficial extensiva. • Piodermites profundas: Foliculite e furunculose (região anatômica). 2.1 Piodermite de superfície • DERMATITE ÚMIDA AGUDA Doença cutânea traumática autoinduzida com infecção bacteriana secundária; a maceração da pele pode acarretar foliculite e furunculose (na região facial em cães de grande porte). Dermatite bacteriana superficial aguda de rápido desenvolvimento (em torno de 6 h), secundaria a traumatismo decorrente de automutilação. A lesão se instala quando o animal lambe, morde, coça ou esfrega o local, em resposta ao estimulo pruriginoso ou dolorido. Normalmente é um problema sazonal que ocorre em condições de clima quente e úmido. E comum em cães, especialmente de raças com pelagem grossa ou longa. Rara em gatos. Nota-se prurido agudo, área de eritema que rapidamente se amplia, alopecia, transudação e erosão cutânea com bordas bem delimitadas. Em geral, as lesões são únicas, porem podem ser múltiplas e, frequentemente, doloridas. Atingem mais comumente tronco, base da cauda, lateral da coxa, pescoço ou face. • INTERTRIGO Infecção bacteriana localizada na derme de cães que apresentam grande quantidade de dobras cutâneas. A infecção atinge as dobras faciais de raças braquicefalicas, dobras labiais de cães de lábios grandes, dobras caudais de raças braquicefalicas com cauda "espiralada", dobras vulvares de fêmeas obesas com vulvas pequenas e retraídas e tegumento de cães com excesso de dobras no tronco ou membros (raças Chinese sharpei, Basset hound Dachshund e cães obesos). Comum em cães. 2.2 Piodermites superficiais • IMPETIGO Infecção bacteriana superficial de pele glabra que pode estar associada a doença predisponente ou outros fatores primários, como endoparasitismo, ectoparasitismo, dieta inadequada ou ambiente sujo. Comum em animais jovens, antes da puberdade. Notam-se pápulas, pústulas não-foliculares e pequenas crostas limitadas a pele das regiões inguinal e axilar. Não há dor ou prurido. Normalmente comete animais jovens com sistema imune ainda no desenvolvido completamente. Obs.: pode estar presente em casos de cinomose. • FOLICULITE SUPERFICIAL Infecção bacteriana superficial que atinge folículos pilosos e a epiderme adjacente. Em geral a infecção é secundaria. Comum em cães e rara em gatos.Notam-se áreas focais, multifocais ou generalizadas tendo pápulas, pústulas, escamas, crostas, colaretes epidérmicos e/ou áreas circunscritas de eritema e alopecia que podem apresentar centros hiperpigmentados. Cães com pelos curtos frequentemente apresentam alopecia irregular, cujo aspecto parece "roído por traças", pequenos tufos de pelos eriçados e/ou manchas marrom-avermelhadas nos pelos brancos. Cães com pelos longos apresentam sintomas que podem ser insidiosos, mostrando pelos opacos e sem brilho, escamas e queda de pelos. Em ambas as raças, de pelos curtos e longos, as lesões cutâneas primarias estão normalmente ocultas por pelos remanescentes, porem podem ser facilmente constatadas após tricotomia. O prurido é variável, desde ausente até intenso, além de apresentarem exsudato seco desidratado. • PIODERMITE SUPERFICIAL EXTENSIVA Observam-se grandes colaretes epidérmicos coalescentes ao longo da parte lateral do tronco;comum em Collies e Shelties; procurar doença metabólica subjacente. • PIODERMITE MUCOCUTÂNEA Infecção bacteriana localizada em junções mucocutâneas. Rara em cães, possível predisposição da raça German sheperd. As lesões caracterizam-se por edema, eritema e crostas mucocultaneas, as quais podem ser bilaterais e simétricas. As áreas atingidas podem apresentar dor ou prurido, automutilação, exsudação, fissuras e despigmentação. As bordas dos lábios, especialmente as comissuras, são mais frequentemente acometidas, porém podem haver lesões nas narinas, vulva, prepúcio e anus. 2.3 Piodermites profundas Infecção bacteriana superficial ou folicular que transpõe os folículos pilosos, ocasionando furunculose e celulite. Com frequência, sua ocorrência é precedida por um histórico de dermatite superficial crônica e quase sempre está associada com algum fator predisponente. Comum em cães e rara em gatos. notam-se lesões cutâneas focais, multifocais ou generalizadas caracterizadas por pápulas, pústulas, celulite, manchas teciduais, alopecia, bolhas hemorrágicas, erosões, ulceras, crostas e exsudação serossanguinolenta a purulenta. Normalmente as lesões são pruriginosas ou doloridas. Localizam-se mais frequentemente no tronco, porém podem atingir qualquer parte do corpo. Linfadenomegalia e comum. Caso ocorra septicemia constata-se febre, anorexia e depressão. As piodermites profundas são a continuação das piodermites superficiais e seu diagnóstico é mais fácil, devido ao grande número de lesões. Neste tipo de piodermite, ocorre o rompimento dos folículos, e elas são classificadas de acordo com a região anatômica que acometem. Em geral acomete o queixo, a ponte do nariz, pontos de pressão e os pés; pode ser generalizada; desencadeia uma reação a corpo estranho devido à liberação do antígeno do folículo piloso rompido da haste do pelo na derme. • FOLICULITE PROFUNDA LOCALIZADA E FURUNCULOSE Esses transtornos podem ocorrer como extensões localizadas de qualquer piodermatite superficial ou foliculite superficial, em que haja ruptura do folículo (furunculose), o que liberará resto de queratina e microrganismos na derme circunjacente. Diversas variantes mais ou menos definidas são identificadas como, piodermite nasal, pododermatite, e furunculose anal. Esses transtornos revelam pouca tendência para a generalização e, embora seja comum uma linfadenopatia local, outros sinais sistêmicos não o são, com a óbvia exceção da disquesia decorrente da furunculose anal e da claudicação em casos de pododermatite múltipla. o Piodermite nasal: Acomete animais de focinho longo, e animais de pelo branco com alta exposição ao sol durante um longo período. Pode ter surgimento hiperagudo. o Pododermatite: é observada com maior frequência como uma tumefação interdigital, que mais tarde fistula: o granuloma interdigital. Os casos crônicos podem formar seio. O tratamento deste tipo de piodermite é bem mais difícil que as demais. • FOLICULITE E FURUNCULOSE GENERALIZADA Pode ocorrer em qualquer cão imunocompetente, sendo mais frequentemente observada em animais com demodicose. Em contraste com o grupo acima, esses transtornos estão frequentemente associados a sinais sistêmicos, e muitas vezes ocorrem septicemia e bacteremia. As lesões podem ser de difícil visualização sob uma pelagem espessa; uma tosa abrangente permitirá a avaliação do grau de infecção, simplificando ainda o tratamento tópico. o Piodermite do Pastor Alemão: é uma variante da piodermite generalizada. • FOLICULITE PIOTRAUMÁTICA Placa infiltrada com lesões satélites. Tem a clinica de uma piodermatite profunda. Comum em Golden e Labrador. (?) não a mesma coisa que dermatite aguda úmida 2.4 Diagnóstico • História + exame físico; • Raspados cutâneos; • Exame citológico; • Cultura bacteriana; • Resposta terapêutica. 2.5 Tratamento Indicação de sensibilidade: quando houver menos de 50% de redução da lesão com o antibiótico em 2 semanas. Novas lesões durante a antibioticoterapia. Lesões residuais após 6 semanas de tratamento; bastonetes na citologia; história previa resistência. • Antibioticoterapia tópica e sistêmica: o Superficial: antibiótico tópico apenas, e deixa os antibióticos sistêmicos para casos graves apenas, como as piodermatite profundas; • Terapia tópica com xampus; • Identificar e corrigir a causa de base! • Imunomodulação. Duração do tratamento: tratar até o dia do retorno em que o animal não apresentar mais nenhum sinal clinico, que devem ser no intervalo de 1 semana entre um retorno e outro. E quando o animal não apresentar mais lesões, deve ser mantida a terapia por mais 1 semana. Todo o tratamento dura em média de 3-6 semanas para piodermite superficial e de superfície, e para as piodermites profundas dura em media de 6-8 semanas, com uso de antibiótico sistêmico que deve persistir por mais 2 semanas após o desaparecimento das lesões. 2.6 Malasseziose canina Malassezia pachydermatis é um fungo normalmente encontrado em pequena quantidade nos condutos auriculares externos, regiões perioral e perianal, dobras cutâneas úmidas, e regiões mucocutâneas em geral. É um fungo lipofílico, que se instala em regiões de alta umidade, ou quando há uma alteração da qualidade ou quantidade do sebo (seborreias). Instala-se dermatite quando há reação de hipersensibilidade ao fungo ou no caso de seu crescimento cutâneo excessivo. Uma proliferação exagerada está quase sempre associada a uma causa primaria (>70%) como atopia, alergia alimentar, endocrinopatia, distúrbio de ceratinização, antibioticoterapia prolongada, ou corticoterapia crônica. Comum em cães e rara em gatos. Cães: Nota-se prurido moderado a intenso, alopecia local ou generalizada, escoriações, eritema e seborreia. Nos casos crônicos a lesão cutânea apresenta liquenificação, hiperpigmentação, hiperqueratose, e cheiro de manteiga rançosa. Em geral há odor corporal desagradável. As lesões podem atingir espaços interdigitais, parte ventral do pescoço, axilas, região perineal e/ou dobras dos membros. Pode haver paroníquia (infecção do leito ungueal) com secreção amarelo-escura. E comum a ocorrência simultânea de otite externa por fungos. Gatos: Os sintomas incluem otite externa com cerúmen escuro, acne crônica do queixo, alopecia e/ou eritema e seborreia multifocal a generalizada. 2.6.1 Diagnóstico • Raspado cutâneos das áreas acometidas; • Diagnóstico diferencial para todas as outras patologias citadas anteriormente; • Citologia: decalque; raspado; swab; fita de acetato; • Fixar no calor; • Fungos leveduriformes – brotamento monopolar. 2.6.2 Tratamento Causas de base: • Piodermites bacterianas. • Alergias.• Endocrinopatias. • Seborreias. Tópico: • Sulfeto de selênio a 1% • 2% clorexidine + 2% miconazole. • Peroxido de Benzoila. Sistêmico: • Itraconazole: 5-10mg/kg/24hrs/3-4 semanas. • Ketoconazole: 5-10mg/kg/24hrs. • Terbinafina: 30mg/kg/24hrs. 3 ALOPECIA CANINA 3.1 Demodiciose canina Pode ser causada por Demodex canis, D. injai e D. cornei que podem ser encontrados nos folículos pilosos da maioria dos cães, onde se alimenta de sebo e do conteúdo das células epiteliais do folículo piloso. É uma doença parasitária inflamatória, não contagiosa, que pode ocorrer em cães com predisposição genética (raças) ou devido uma imunossupressão. Este ácaro é considerado como parte da fauna normal da pele. Acredita-se que a transmissão dos ácaros ocorra por volta do período pós-natal imediato durante episódios de intimo contato como a amamentação. Provavelmente, isso responde pelo fato que os locais prediletos para a forma localizada da doença são em torno dos olhos e do focinho. A presença de maiores quantidades de ácaros causa dano e afrouxamento das hastes dos pelos, terminando com a queda do pelo. Isso resulta nas clássicas lesões da Demodicose localizada, uma área de eritema leve associada à perda de pelos. Mesmo que, a demodiciose localizada seja particularmente observada em raças caninas de pelos curtos, pode acontecer que tais lesões minimamente pruriginosas não fiquem evidenciadas em animais de pelos longos. Nas infestações severas, os ácaros aglomeram-se tanto no folículo piloso, que esta estrutura sofre dilatação e ruptura, liberando ácaros, sebo, restos celulares e bactérias pela derme circunjacente. Aqui, os ácaros induzem uma reação do tipo de corpo estranho que, em presença de estafilococos, resulta na formação de uma lesão pustular infamada, abscedação, furunculose e formação de fístula. A Demodicose ocorre quase que exclusivamente em cães com menos de 12 meses de idade. A infecção em animais adultos é decorrente de uma imunocompetência, frequentemente iatrogênica. Os tipos de demodiciose são: localizada, generalizada, juvenil (3-18 m) e adultos (>4 anos) • Demodiciose localizada As lesões cutâneas se instalam quando há população excessiva de Demodex canis, um habitante comensal normal da pele dos cães. O crescimento exagerado desse parasita esta frequentemente associado a um fator predisponente como endoparasitismo, subnutrição, imunossupressão ou períodos de estresse (estro, prenhez, cirurgia, transporte). Comum em cães, com maior incidência em filhotes de 3 a 6 meses de idade. Nota-se uma a cinco áreas de alopecia localizada, com graus variáveis de eritema, hiperpigmentação e descamação, discromia, piodermite, crostas, prurido variável. As lesões são mais comuns na face (periocular e comissura labial), mas podem ser encontradas por todo o corpo como em membros dianteiros e otite externa. Em geral, as lesões não são pruriginosas, a menos que ocorra infecção secundaria. A cura é espontânea, presumivelmente em decorrência de uma resposta imune do hospedeiro. • Demodiciose generalizada É uma das doenças cutâneas caninas mais severas; sempre se deve emitir um prognóstico muito reservado. A demodicose generalizada de adultos acomete cães com idade acima de 18 meses, com maior incidência em animais com idade mediana a idosos com imunodeficiência de corrente de uma condição primaria como hiperadrenocorticismo endógeno ou iatrogênico, hipotireoidismo, tratamento imunossupressor, diabetes melito, neoplasia, Leishmaniose e, doenças ou insuficiências orgânicas. Os sintomas são variáveis. A doença frequentemente inicia com lesões localizadas que se disseminam. Normalmente há área de alopecia regional, multifocal ou difusa com eritema, descamação prata- acinzentada, pápulas e/ou prurido variável. A pele acometida pode apresentar liquenificação, hiperpigmentação, pústulas, erosões, crostas e/ ou ulceras decorrentes de piodermatite secundaria superficial ou profunda. As lesões podem atingir qualquer parte do corpo, incluindo as patas. Pododemodicose caracteriza-se por qualquer combinação de prurido interdigital, dor, eritema, alopecia, hiperpigmentação, liquenificação, descamação, edema, crostas, pústulas, bolhas e exsudato. Linfadenomegalia periférica é comum. Sintomas sistêmicos (febre, depressão, anorexia) podem ser observados quando há septicemia secundaria. 3.1.1 Tratamento • Localizada: observação – 80% dos casos se resolvem de forma espontânea. Dependendo do caso pode fazer uso de Amitraz em óleo mineral. • Generalizada: Amitraz – 1x de 15-15d, ou semanal. Avermectinas/ milbemicinas. Usar um ou outro, e nunca ambos juntos. o Continuar até raspados negativos e por mais 30 dias. o Cura clínica precede a cura parasitológica!!! o Acompanhamento por 12 meses. 3.2 Dermatofitose É uma micose superficial que causa infecção dos pelos e estrato córnea por fungos ceratinofilicos (Microsporum sp., trichophyton sp.). Comum em cães e gatos, com maior incidência em filhotes, animais imunodeficientes e gatos com pelos longos. Endêmica em várias criações de gatos Persa. A lesão cutânea pode ser localizada, multifocal ou generalizada. Pode haver prurido mínimo a discreto e, ocasionalmente, intenso. Em geral as lesões se manifestam como áreas circulares de alopecia, irregular ou difusa, com graus variáveis de descamação. Os pelos remanescentes podem parecer curtos ou quebrados. Outros sintomas em cães e gatos incluem eritema, pápulas, crostas, seborreia e paroníquia ou onicodistrofia de um ou mais dedos. Em casos raros os gatos apresentam dermatite miliar ou nódulos na derme (ver Granuloma Dermatofítico e Pseudomicetoma). Outras manifestações cutâneas, em case, incluem foliculite facial e furunculose semelhante a piodermatite nasal, kerions (nódulos com alopecia e exsudação de evolução aguda) no membro ou na face, e nódulos na derme do tronco (ver Granuloma Dermatofitico e Pseudomicetoma). A condição de portador assintomático (infecção subclínica) e comum em gatos, especialmente naqueles com pelos longos. Embora rara em cães, a doença assintomática foi relatada em Yorkshire Terrier. Exames de diagnóstico para dermatofitose e demodiciose sempre devem ser feitos em casos dermatológicos, pois ambas são muito comuns nas espécies felina e canina, sendo que, na maior parte dos casos as lesões de pele em gatos serão dermatofitose, enquanto que no cão, na maioria das vezes será piodermite. • Zoofilicos: M. canis, M. distortum, T. equinum. • Geofilicos: M. gypseum. • Antropofilico: M. audouinii. 3.2.1 Diagnóstico • O contagio pode ocorrer através de pelos, escamas, ambiente, fômites e devido a diminuição da barreira mecânica da pele. • Exame físico + história • Exame tricografico – micológico direto: fazer raspado das margens ativas • Cultura fúngica: cultivo em ágar Saboraud (mt especifico e sensível) • Teste micológico: muito especifico porém não é tão sensível quanto a cultura • Histopatologia. • Técnica de Makenzi: faz a escovação do gato com uma escova de dente, e manda o material contido na escova, juntamente com a escova, para o laboratório, para fazer a cultura. Utilizado principalmente em gatos que não apresentam lesões aparentes. • Uso de coloração de P.A.S. e prata. 3.2.2 Tratamento • Depilar. • Tópicos: miconazole, clotrimazole, ketoconazole. • Shampoos: miconazole + clorexidine, ketoconazole. • Sistêmicos: Griseofulvina, ketoconazole, itraconazole (droga de eleição para o tto), terbinafina, lufeneron • O tipo de manifestação leve pode se curar sozinho, e a forma grave que necessita do tratamento. • Quando for necessária uma abordagem sistêmica, esta deve ser feita juntamente com a abordagemtópica. • Falhas terapêuticas: o Droga errada. o Dose errada. o Duração curta. o Sem tópicos. o Sem depilar. o Contactantes não tratados. o Ambiente infectado. o Doença imunodebilitante (FIV, FelV, DM, SC). 4 OTITES 4.1 Otite Externa Doença inflamatória aguda ou crônica do conduto auditivo externo (entre o poro acústico e a membrana externa). As causas são numerosas. Causas predisponentes tornam o conduto auditivo susceptível a infecção. Fatores primários causam, diretamente, otite externa. Fatores secundários perpetuam a otite externa, mesmo quando se controla a causa primaria ou predisponente. Essa doença é comum em cães (4- 20%) e gatos (2-7%). Tabela 1 Fatores predisponentes Fator predisponente Características Comentários Orelhas pesadas pendulares Pode reduzir a circulação de ar, aumentar a temperatura e reter umidade no conduto auditivo. Favorece infecção. Especialmente Cocker spaniel, Springer spaniel, Basset hound. Conformação Estreitamento de condutos auditivos Pelos no conduto auditivo Especialmente Poodle Maior quantidade de tecido glandular Maceração (umidade excessiva) Banhos ou natação frequente Ambiente úmido Pode comprometer o epitélio do conduto auditivo e causar perda da função de barreira do estrato córneo Traumatismo por cotonetes Irritação iatrogênica Limpeza excessiva do ouvido Irritação química e maceração do conduto auditivo. Tabela 2 Fatores Primários Fatores primários Características Comentários Parasitário Otodectes cynotis Responsável por aproximadamente 50% dos casos de otite em felinos e 5- 10% das otites em cães, sendo que, ambos podem ser portadores assintomáticos. Corpo estranho Geralmente se manifesta como otite externa unilateral. Investigar a presença de restos vegetais, terra, pedriscos, cerúmen, impactado, pelos soltos, restos de medicamento secos. Normalmente o corpo estranho não é identificado porque o cerúmen o recobre, de modo a, quando removido por lavagem, não ser reconhecido. Atopia Nota-se otite externa em 50 a 80% dos cães com atopia (em 3% a 5% desses casos a otite externa é o único sintoma). É comum otite bilateral. Hipersensibilidade Alergia alimentar Constata-se otite externa em até 80% dos cães com hipersensibilidade alimentar (em mais de 20% desses cães a otite externa é o único sintoma) Dermatite de contato Medicação otológica (neomicina, propileno glicol) podem causar irritação no ouvido. Deve-se suspeitar quando a doença auricular se agrava após início do tratamento tópico. Seborreia canina primária Otite cerurninosa bilateral. Normalmente os animais apresentam outras alterações cutâneas. Cocker spaniel e especialmente suscetível Alterações de ceratinização Primárias Adenite sebácea Pode causar discreta inflamação e descamação seca na orelha. Normalmente há outras alterações cutâneas. Rara em cães, com maior incidência nas raças Poodle, Akita e Samoyed. Alterações de ceratinização Secundárias Endócrino: Hipotireoidismo Otite externa cerurninosa bilateral. Mais comuns em cães de meia-idade a idosos. Geralmente há lesão cutânea simultânea. Doenças imunomediada Lupus Eritematoso Tabela 3 Fatores perpetuantes Fatores perpetuantes Características Comentários Alterações patológicas progressivas Hiperplasia Epidérmica Hiperqueratose Edema Fibrose Hidradenite Hiperplasia e dilatação de glândulas ceruminosas Inúmeras pregas cutâneas. Acumulo de secreção. Multiplicação de fatores secundários: bactérias e leveduras. Inflamação crônica: alterações permanentes da microanatomia e fisiologia ótica. No caso de inflamação crônica, há fibrose na derme e no subcutâneo, com estreitamento permanente do conduto auditivo. A cartilagem auricular pode calcificar. Ha retenção de secreções, células descamadas e microrganismos. Calcificação da cartilagem auricular e uma alteração irreversível que não responde ao tratamento com drogas Otite média Otite externa crônica (com duração de 2 meses ou mais) frequentemente causa propagação da lesão até o ouvido médio. Portanto, a otite media pode ser a causa de otite externa recorrente Infecção por levedura Malassezia pachydermatis A otite causada por levedura recorrente frequentemente está associada com quadro alérgico primário. Infecção Bacteriana Micótica Ceruminosa Eczematosa Parasitária 4.1.1 Diagnóstico • História e exame físico • Otoscopia: difícil de ser feito sem anestesia ou sedação. • EXAME MICROSCÓPICO E CITOLOGIA DO CERUMEN OU SECREÇÃO: o Ácaros o Cocos: Gram + (estafilo, estrepto, enterobactérias) Pênfigo Foliáceo/ Eritematoso Eritema Multiforme NET Vasculites Celulite Juvenil o Bacilos: Gram – (Pseudomonas, Proteus, coliformes) o Leveduras: Malassezia 4.1.2 Tratamento • Limpeza meatal: o Corpos estranhos o Bactérias, Toxinas, Enzimas o Restos Medicamentos o Ácidos Graxos pró-inflamatórios o Debris celulares e pús (Polimixina) o Permite Otoscopia • Agentes limpantes: o Ceruminolíticos: ação detergente e surfactante. ▪ Squalene – mais seguro. ▪ Ototóxicos: Docusato sódico e cálcico; Peróxido de carbamida; Propileno glicol, glicerina, óleo mineral; Hialuronidase, Trietalonamina. o Limpantes de ação média. o Antissépticos e secantes: Ácido bórico, benzóico, salicílico, acético, dióxido de silicone, álcool isopropil etc... → IRRITANTES (CONTÍNUA NO SLIDE...) 4.2 Otite média 5 ENDOCRINOPATIAS 5.1 Hipotireoidismo em cães Essa endocrinopatia esta mais frequentemente associada com disfunção primaria da tireoide decorrente de tireoidite linfocitica ou atrofia idiopática da tireoide. E comum em cães, com maior incidência em animais de meia-idade a idosos. Cães adultos jovens de raças grandes e gigantes são, ocasionalmente, acometidos. Hipotireoidismo congênito e extremamente raro. Vários sintomas cutâneos podem ser observados. Em alguns cães há alopecia nasal. Os pelos podem se apresentar sem brilho, secos e quebradiços. Pode haver alopecia bilateral simétrica, com pelos que se destacam facilmente, sem atingir as extremidades. A pele alopecia pode apresentar hiperpigmentação (costumam poupar a cabeça e membros), espessamento e/ou fria a palpação. Pode-se constatar espessamento cutâneo facial devido a mucinose dérmica, seborreia seca ou oleosa crônica e/ou otite externa cerurninosa. A seborreia de pele e orelhas pode predispor a infeção secundária com fungo e/ ou bactéria. Em alguns cães o único sintoma e piodermatite recorrente ou resistente a antibiótico ou demodicose generalizada de início na fase adulta. Prurido não é uma característica principal de hipotireoidismo e, se presente, indica piodermatite secundaria, infeção por Malassezia ou demodicose. Os sintomas não cutâneos de hipotireoidismo são variáveis, podendo incluir letargia, depressão, obesidade, termofilia, distúrbios neuromusculares e problemas reprodutivos. Filhotes com hipotireoidismo congênito são desproporcionalmente nanicos, com membros e pescoço curtos em relação ao comprimento do corpo. 5.1.1 Diagnóstico • PRINCIPALMENTE PELA RESPOSTA TERAPÊUTICA • Excluir outros diferenciais. • Histopatologia da pele - Em geral, há alterações endócrinas inespecíficas ou achados compatíveis com piodermatite, dermatite por Malassezia ou seborreia. A mucinose dérmica, se presente, e forte indicio de hipotireoidismo, porem pode ser um achado normal em algumas raças (por exemplo, Sharpei). • Concentrações séricas de tiroxina total (TT4) e tiroxinalivre (FT4) por dialise e do hormônio estimulante da tireoide (TSH) - Baixas concentrações de TT4 e FT4 e alta de TSH sugerem fortemente hipotireoidismo, porem pode haver resultado falso-positivo e falso-negativo. o TT4: sofre alteração de diversos fatores, como a obesidade. Por isso, não pode ser usado como único fator de diagnóstico. o FT4: sofrem menos influencia, sendo o mais indicado. No entanto, ele deve ser usado em associação com a clinica e nunca sozinho, porque ele ainda sofre pequena influencia de outros fatores. o Algumas drogas podem interferir na produção de T3 e T4 pela tireoide o que pode gerar um resultado falso-positivo nestes exames. o Síndrome do enfermo eutireoideo: quando há diminuição da produção pela tireoide devido a presença de alguma enfermidade que não seja hipotireoidismo. É importante, neste caso, fazer a detecção da enfermidade antes de se iniciar o tratamento, para evitar danos maiores. o Cães com hipotireoidismo podem ter TT4 ou FT4 normais, mas são casos muito raros. 5.1.2 Tratamento 5.2 Hiperadrenocorticismo