Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

DERMATOLOGIA DOS ANIMAIS DE COMPANHIA 
 
1 PRURIDO CANINO 
 
História + 
exame físico
Raspado de pele, tricografia, citologia, 
erradicação de pulgas, cultura fungica
Ectoparasitismo
Escabiose 
Notoédrica 
Puliciose 
Pediculose 
Queleitielose
Tratar
Dermatofitose
Malasseziose
Sem 
parasitismo ou 
dermatofitose
Terapia
antibacteriana
Prurido não abolido
Doenças alérgicas ou 
Outras doenças
1 - DAP
Controle de 
pulgas
2 - Alergia
alimentar
Dieta de 
restrição
Sem diagnóstico 
Outras doenças
Imunomediadas 
Neoplasicas 
Miscelanea 
Ambientais
3 - Dermatite
atópica
Descarte DAP e alergia 
Alimentar + testes 
alérgicos
Prurido abolido
Infecção bacteriana
 
1.1 Escabiose 
Sarcoptes scabiei var. canis é um ácaro parasitário. A fêmea enterra-se na epiderme, formando túneis nos 
quais ocorre a oviposição. A presença do ácaro e a reação de hipersensibilidade decorrente provocam uma 
dermatite altamente pruriginosa. A transmissão ocorre por contato direto ou por fômites, como a cama do 
animal e tapetes. Frequentemente os seres humanos são temporariamente infectados por seus animais. 
A sarna sarcóptica afeta cães independentemente da idade, sexo ou raça, e a doença é altamente 
contagiosa. As lesões incluem pápulas, alopecia, eritema, crostas e escoriações. Inicialmente a pele com 
menos pelos e atingida – jarretes, cotovelos, extremidades do pavilhão auricular (variam de descamação 
quase imperceptível a alopecia ou crostas; os canais auriculares não são acometidos) e região ventral do 
abdome e tórax. Nos casos crônica as lesões podem se espalhar pelo corpo, porém geralmente poupa o 
dorso do tronco. Frequentemente, há linfadenomegalia periférica (aumento dos linfonodos). Pode ocorrer 
perda de peso e debilidade secundaria. Cães muito infestados podem apresentar intensa descamação e 
crostas. Alguns aninais podem apresentar prurido intenso, porém sem ou com lesões cutâneas mínimas. 
Durante a manifestação crônica da doença pode ocorrer alopecia periocular e do tronco; crostas 
secundárias, escoriações e piodermite; erupção papular difusa. 
Sem parasitismo ou 
Dermatofitose pp com Citologia
positivo
Terapia
antibacteriana
Prurido não
abolido
Doenças
alérgicas ou
Outras doenças
Prurido
abolido
Infecção
bacteriana
Recorrente
Cão idoso
Hematologia 
Urinálise 
Bioquimica
Ensaio
endócrino 
Cultura fúngica 
Biópsia de pele
Doença endócrino 
metabólica 
Imunodebilitante 
Neoplasia 
Imunomediada 
Fúngica 
Seborreica 
Displasica
Piodermite 
idiopática
1.1.1 Diagnóstico 
• Por ser uma enfermidade muito pruriginosa o cão se coça o tempo todo na clínica, diferente das 
demais enfermidades pruriginosas, onde eles tendem a parar de se coçar devido à preocupação 
com as ameaças no ambiente ao seu redor; 
• Normalmente baseado no histórico, sintomas e resposta ao tratamento escabicida. 
• Reflexo otopodal – A esfregação da borda da orelha entre o polegar e o dedo indicador pode 
desencadear um reflexo de coçar. Esse reflexo e altamente sugestivo, porém não patognomônico 
de escabiose. 
• Microscopia (raspado de pele superficial) – Presença de sarna sarcóptica, ninfas, larvas e/ou ovos. 
Resultado falso-negativo e comum porquê e extremamente difícil encontrar o ácaro. 
Obs.: Não é indicado tratar alergias antes de descartar escabiose; em um exame de raspado a presença 
de um ovo já é diagnóstico positivo; fácil diagnóstico e tratamento. 
1.1.2 Escabiose felina (Sarna notoédrica) 
Doença causada por Notoedres cati, sarna sarcóptica que causa escavação cutânea superficial. Em casas 
com vários gatos e em gatil mais que um gato normalmente e atingido. Ocorrência rara. Em geral, as 
lesões iniciais apresentam prurido intenso, ressecamento e crostas localizadas nas margens mediais do 
pavilhão auricular e, a partir daí se disseminam rapidamente pelas orelhas, cabeça, face e pescoço. As 
lesões podem ainda se espalhar para patas e períneo. A pele infestada apresenta espessamento, 
liquenificação, alopecia, crostas e/ou descamação. E comum linfadenomegalia periférica. Se as lesões 
não forem tratadas, podem se espalhar por grandes áreas corporais, com possibilidade de anorexia, 
emaciação e morte. 
Obs.: Grande predisposição no pavilhão auricular; Detecção do ácaro é muito mais fácil que no cão. 
1.1.3 Tratamento 
• Banhos escabicidas: é preciso tratar o cão por inteiro; em geral, o tratamento falha devido à 
relutância do proprietário em banhar o paciente na face e nas orelhas; não deixar o paciente úmido 
entre os tratamentos; 
• Todos os cães, gatos e coelhos em contato devem ser tratados, mesmo aqueles sem sinais clínicos, 
pois podem ser portadores assintomáticos; 
• Limpar bem e tratar o ambiente; os ácaros podem sobreviver por até 3 semanas fora de um 
hospedeiro animal; 
• Podem ser usados corticosteroides simultaneamente ao tratamento acaricida; 
• Enxofre sabonete tópico. 
• Monossulfiram tópico: acaricida 
• Amitraz tópico (não em gatos): Carrapaticida, sarnicida e piolhicida. 
o 250ppm (4ml/1 litro de H2O) – banhos semanais. 
• Fipronil (inseticida) tópico spray em filhotes, gestantes ou lactantes: 3ml/kg/21 dias/3 aplicações. 
• Contactantes e ambiente. 
• Ivermectina (endectocida): 200-400mcg/kg/vo/sem ou sc/quinzenal. 2 a 5 semanas de tto. 
o Não usar em Collie, Shetland Sheepdog, Old English Sheepdg, Australian shepherd. Border 
Collie e seus mestiços. 
• Selamectina (tópica): 6mg/kg/20-30 dias. Duas a três aplicações. 
o Segura, incluindo raças sensíveis???. 
o Sarcoptes scabei, Otodectes cynotis, Ctenocephalides spp, carrapatos e parasitas GI. 
• Moxidectina (Endectoparasiticida) + imidacloprida (Ectoparasiticida) 
1.2 Pediculose 
Infestação por piolhos sugadores (Lynognathus setosus – cão) ou mastigadores (Trichodectes canis e 
Heterodoxus spiniger – cão) hospedeiro-específicos. Incomum em cães e gatos, com maior incidência em 
animais jovens, descuidados e desnutridos. Em geral os sintomas incluem inquietação e prurido, com 
seborreia, alopecia e/ou escoriações secundarias. Pode-se verificar pelos emaranhados, pequenas pápulas, 
crostas e, nas infestações graves, anemia e debilidade. 
1.2.1 Diagnóstico 
• Visualização direta de piolhos (escovação). 
• Microscopia (fita adesiva, pelos) – Detecção de piolhos e lêndeas (ovos). 
1.3 DAPPE 
Dermatite comum em cães e gatos sensíveis a picada de ectoparasitas. Os sintomas normalmente são 
sazonais (meses quentes) em zonas temperadas e frequentemente não-sazonais em regiões tropicais e 
subtropicais. 
Cães: As lesões incluem erupções pruriginosas, pápulas, crostas, eritema, seborreia, alopecia, escoriações, 
piodermatite, hiperpigmentação e/ou liquenificação secundarias. Localizam-se principalmente na região 
lombosacra dorso caudal, dorso da inserção da cauda, porção caudomedial da coxa, abdome e flancos. 
Gatos: Comumente, apresenta-se como dermatite miliar pruriginosa com escoriações, crostas e alopecia 
secundarias no pescoço, região lombosacra dorsal, porção caudomedial da coxa e/ ou região ventral do 
abdome. Outros sintomas incluem alopecia simétrica secundaria as lesões do complexo granuloma 
eosinofílico. 
Obs.: é uma dermatite pápulo-crostosa devido a hipersensibilidade dos animais a componentes proteicos 
da saliva dos ectoparasitas, como a pulga Cnetocephalides canis. 
1.3.1 Diagnóstico 
• Normalmente baseado no histórico e nos sintomas, porém deve-se excluir outros diferenciais; 
• Triangulo da DAPPE; 
• Visualização de pulgas ou seus excrementos no corpo - Pode ser difícil encontrar; 
• Testes alérgicos (intradérmico, sorológico) - Reação positiva ao teste cutâneo comparado ao antígeno 
de pulga ou título séricode anticorpos IgE antipulga positivo e altamente sugestivo, porem há 
possibilidade de resultado falso-negativo; 
• Histopatologia da pele (sem valor diagnóstico) – Graus variáveis de dermatite perivascular ou 
intersticial superficial ou profunda, com frequente predomínio de eosinófilos; 
• Resposta ao combate a pulga - Cura dos sintomas. 
1.3.2 Tratamento 
• Fipronil. 
• Imidacloprida. 
• Lufenuron (inibidor de síntese quitina) +/- milbemicina: parasiticida 
• Selamectina: Ectoparasiticida. Filhotes a partir de 6 semanas. Seguro nas raças sensíveis e fêmeas 
gestantes. 
• Nitenpiram: Ectoparasiticida. Adulticida efeito nock-down. (não usar em animais < 4 semanas). 
• Ambiente. 
• Anti-histamínicos, glicocorticoides. 
• Infecções. 
• Fluralaner (inseticida e acaricida) (cães) via oral: 25-56 mg/kg/duração de 03 meses. 
o BRAVECTO 
• Sarolaner “(cães) via oral: de acordo com o peso – 1 x mês 
o SIMPARIC 
1.4 Alergia alimentar 
A alergia alimentar é uma dermatite pruriginosa não estacional incomum que afeta cães e gatos. Alguns 
pesquisadores consideram-na como sendo a terceira mais comum doença cutânea de hipersensibilidade em 
pequenos animais, após a DAPPE e dermatite atópica. Não há predisposição quanto a raça ou sexo. 
A intolerância alimentar não pode ser descartada de qualquer diagnóstico diferencial sem o uso de dietas 
de restrição e alimentação provocativa, visto que os testes in vitro e intradérmicos não são confiáveis. Os 
componentes mais comumente implicados são a carne bovina, o leite (e derivados), frango e produtos à 
base de cereais, embora qualquer componente da alimentação possa estar implicado. 
Não há uma distribuição característica das lesões, e os sinais clínicos são: pápulas, lesões urticariformes, 
eritemas, descamação, crostas, escoriações e, mesmo, ulceração. Pode ocorrer uma otite externa bilateral, 
dermatite seborreica e piodermatite, a resposta aos glicocorticoides sistêmicos é comumente boa, na 
maioria dos casos. 
Obs.: IgE mediada, mediada por células ou mistas; Sinais < 3 anos idade em 83%; 50% < 1 ano; 
1.4.1 Diagnóstico 
• Pode ser confirmado pela dieta restritiva e por alimentação provocativa: oferecer uma fonte 
proteica que o animal nunca teve acesso 2x/dia por 6 semanas. Se o animal for positivo ele 
apresentará uma melhora relativa. 
• Histórico dietético. 
• Carneiro, coelho, pato, rã. 
• Arroz, batata, batata doce, abobora. 
• Igual proporção. 
• 2 copos da mistura para cada 10kg. 
• Alimentos frescos sem nada adicionado. 
• Água filtrada. 
• 10-12 semanas. 
1.4.2 Tratamento 
• Dieta não alergênica; 
• Anti-histamínicos; 
• Glicocorticoides; 
• Infecções. 
1.5 Dermatite Atópica 
Reação de hipersensibilidade do Tipo 1 a antígenos ambientais inalados ou absorvidos pela pele 
(alérgenos), em indivíduos geneticamente predispostos. Comum em cães, com início entre 3 meses a 7 
anos de idade. Entretanto, na maioria dos cães com dermatite atópica, os sintomas surgem pela primeira 
vez entre 1 e 3 anos de idade. Os sintomas iniciam com eritema e prurido cutâneo (lambedura, mastigação, 
coceira, esfregação) que podem ou não ser sazonais, dependendo da ação do alérgeno. Normalmente o 
prurido acomete patas, flancos, virilha, axilas, face e/ou orelhas. A automutilação frequentemente resulta 
em lesões cutâneas secundarias, incluindo mancha salivar, alopecia facial, blefarite (inflamação ao redor 
dos olhos), queilite, pododermatite, escoriações, escamas, crostas, hiperpigmentação e liquenificação. 
Piodermatite secundaria, dermatite por Malassezia e otite externa eczema-ceruminosa são comuns. Pode-
se observar dermatite acral por lambedura crônica, dermatite piotraumática recorrente, conjuntivite, 
hiperidrose (sudorese) e, raramente, bronquite ou rinite alérgica. 
A dermatite atópica ocorre principalmente em animais que possuem uma barreira epidérmica defeituosa 
devido à perda de água e ressecamento, o que facilita a entrada de alérgenos. 
1.5.1 Diagnóstico 
• Normalmente baseado no histórico e nos sintomas, porém outros diferenciais devem ser excluídos; 
• Testes in vitro servem somente para uma indicação de imunoterapia como tratamento, porém, 
não serve para diagnóstico; 
• Exclusivamente clinico e por exclusão. 
1.5.2 Tratamento 
• Tratamento multimodal: 
o Reidratação da pele; 
o Corticoide a curto prazo; 
o Terapia tópica é o principal. 
• Redução de carga alergênica; 
• Infecções; 
• Anti-histamínicos (hidroxixine, cetirizina); 
• Aveia coloidal tópica; 
• Ceramidas tópicas; 
• Glicocorticoides (sistêmicos ou tópicos); 
• Ômega 3 e 6; 
• Ciclosporina (inibidores da calcineurina): demora algum tempo para atuar, não serve para 
tratamentos imediatos; 
• Imunoterapia; 
• Oclacitinib (inibidor da Janus Kinase): Inbidor JAK1 e JAK3 – IL2,4,6,13 e 31 
o Efeito rápido de ação ~ glicocorticoides e ciclosporina. 
o Não interfere com testes alérgicos nem com imunoterapia. 
o Contraindicado na gestação e lactação. 
o Não utilizar junto com esteroides. 
 
2 PIODERMITES 
 
É uma infecção piogênica da pele. As piodermites são diferenciadas em 3 tipos: 
• Piodermite de superfície: atinge a camada mais superficial da pele. 
Dermatite úmida aguda, Intertrigo. 
• Piodermite superficiais: é mais profunda e compromete o folículo piloso. 
Foliculite superficial, impetigo, piodermite mucocutânea, dermatofilose, piodermite superficial 
extensiva. 
• Piodermites profundas: 
Foliculite e furunculose (região anatômica). 
 
2.1 Piodermite de superfície 
• DERMATITE ÚMIDA AGUDA 
 Doença cutânea traumática autoinduzida com infecção bacteriana secundária; a maceração da pele 
pode acarretar foliculite e furunculose (na região facial em cães de grande porte). 
Dermatite bacteriana superficial aguda de rápido desenvolvimento (em torno de 6 h), secundaria a 
traumatismo decorrente de automutilação. A lesão se instala quando o animal lambe, morde, coça ou 
esfrega o local, em resposta ao estimulo pruriginoso ou dolorido. Normalmente é um problema sazonal 
que ocorre em condições de clima quente e úmido. E comum em cães, especialmente de raças com 
pelagem grossa ou longa. Rara em gatos. Nota-se prurido agudo, área de eritema que rapidamente se 
amplia, alopecia, transudação e erosão cutânea com bordas bem delimitadas. Em geral, as lesões são 
únicas, porem podem ser múltiplas e, frequentemente, doloridas. Atingem mais comumente tronco, 
base da cauda, lateral da coxa, pescoço ou face. 
 
• INTERTRIGO 
Infecção bacteriana localizada na derme de cães que apresentam grande quantidade de dobras 
cutâneas. A infecção atinge as dobras faciais de raças braquicefalicas, dobras labiais de cães de lábios 
grandes, dobras caudais de raças braquicefalicas com cauda "espiralada", dobras vulvares de fêmeas 
obesas com vulvas pequenas e retraídas e tegumento de cães com excesso de dobras no tronco ou 
membros (raças Chinese sharpei, Basset hound Dachshund e cães obesos). Comum em cães. 
2.2 Piodermites superficiais 
• IMPETIGO 
Infecção bacteriana superficial de pele glabra que pode estar associada a doença predisponente ou 
outros fatores primários, como endoparasitismo, ectoparasitismo, dieta inadequada ou ambiente 
sujo. Comum em animais jovens, antes da puberdade. Notam-se pápulas, pústulas não-foliculares e 
pequenas crostas limitadas a pele das regiões inguinal e axilar. Não há dor ou prurido. Normalmente 
comete animais jovens com sistema imune ainda no desenvolvido completamente. 
Obs.: pode estar presente em casos de cinomose. 
• FOLICULITE SUPERFICIAL 
Infecção bacteriana superficial que atinge folículos pilosos e a epiderme adjacente. Em geral a infecção 
é secundaria. Comum em cães e rara em gatos.Notam-se áreas focais, multifocais ou generalizadas 
tendo pápulas, pústulas, escamas, crostas, colaretes epidérmicos e/ou áreas circunscritas de eritema 
e alopecia que podem apresentar centros hiperpigmentados. Cães com pelos curtos frequentemente 
apresentam alopecia irregular, cujo aspecto parece "roído por traças", pequenos tufos de pelos eriçados 
e/ou manchas marrom-avermelhadas nos pelos brancos. Cães com pelos longos apresentam sintomas 
que podem ser insidiosos, mostrando pelos opacos e sem brilho, escamas e queda de pelos. Em ambas 
as raças, de pelos curtos e longos, as lesões cutâneas primarias estão normalmente ocultas por pelos 
remanescentes, porem podem ser facilmente constatadas após tricotomia. O prurido é variável, desde 
ausente até intenso, além de apresentarem exsudato seco desidratado. 
• PIODERMITE SUPERFICIAL EXTENSIVA 
Observam-se grandes colaretes epidérmicos coalescentes ao longo da parte lateral do tronco;comum 
em Collies e Shelties; procurar doença metabólica subjacente. 
• PIODERMITE MUCOCUTÂNEA 
Infecção bacteriana localizada em junções mucocutâneas. Rara em cães, possível predisposição da raça 
German sheperd. As lesões caracterizam-se por edema, eritema e crostas mucocultaneas, as quais 
podem ser bilaterais e simétricas. As áreas atingidas podem apresentar dor ou prurido, automutilação, 
exsudação, fissuras e despigmentação. As bordas dos lábios, especialmente as comissuras, são mais 
frequentemente acometidas, porém podem haver lesões nas narinas, vulva, prepúcio e anus. 
2.3 Piodermites profundas 
Infecção bacteriana superficial ou folicular que transpõe os folículos pilosos, ocasionando furunculose e 
celulite. Com frequência, sua ocorrência é precedida por um histórico de dermatite superficial crônica e 
quase sempre está associada com algum fator predisponente. Comum em cães e rara em gatos. notam-se 
lesões cutâneas focais, multifocais ou generalizadas caracterizadas por pápulas, pústulas, celulite, 
manchas teciduais, alopecia, bolhas hemorrágicas, erosões, ulceras, crostas e exsudação 
serossanguinolenta a purulenta. Normalmente as lesões são pruriginosas ou doloridas. Localizam-se mais 
frequentemente no tronco, porém podem atingir qualquer parte do corpo. Linfadenomegalia e comum. 
Caso ocorra septicemia constata-se febre, anorexia e depressão. 
As piodermites profundas são a continuação das piodermites superficiais e seu diagnóstico é mais fácil, 
devido ao grande número de lesões. Neste tipo de piodermite, ocorre o rompimento dos folículos, e elas 
são classificadas de acordo com a região anatômica que acometem. Em geral acomete o queixo, a ponte do 
nariz, pontos de pressão e os pés; pode ser generalizada; desencadeia uma reação a corpo estranho devido 
à liberação do antígeno do folículo piloso rompido da haste do pelo na derme. 
• FOLICULITE PROFUNDA LOCALIZADA E FURUNCULOSE 
Esses transtornos podem ocorrer como extensões localizadas de qualquer piodermatite superficial ou 
foliculite superficial, em que haja ruptura do folículo (furunculose), o que liberará resto de queratina e 
microrganismos na derme circunjacente. Diversas variantes mais ou menos definidas são identificadas 
como, piodermite nasal, pododermatite, e furunculose anal. Esses transtornos revelam pouca tendência 
para a generalização e, embora seja comum uma linfadenopatia local, outros sinais sistêmicos não o 
são, com a óbvia exceção da disquesia decorrente da furunculose anal e da claudicação em casos de 
pododermatite múltipla. 
o Piodermite nasal: Acomete animais 
de focinho longo, e animais de pelo 
branco com alta exposição ao sol 
durante um longo período. Pode ter 
surgimento hiperagudo. 
o Pododermatite: é observada com 
maior frequência como uma 
tumefação interdigital, que mais 
tarde fistula: o granuloma 
interdigital. Os casos crônicos podem 
formar seio. O tratamento deste tipo 
de piodermite é bem mais difícil que 
as demais. 
 
• FOLICULITE E FURUNCULOSE GENERALIZADA 
Pode ocorrer em qualquer cão imunocompetente, sendo mais frequentemente observada em animais 
com demodicose. Em contraste com o grupo acima, esses transtornos estão frequentemente 
associados a sinais sistêmicos, e muitas vezes ocorrem septicemia e bacteremia. As lesões podem ser 
de difícil visualização sob uma pelagem espessa; uma tosa abrangente permitirá a avaliação do grau de 
infecção, simplificando ainda o tratamento tópico. 
o Piodermite do Pastor Alemão: é uma variante da piodermite generalizada. 
 
• FOLICULITE PIOTRAUMÁTICA 
Placa infiltrada com lesões satélites. Tem a clinica de uma piodermatite profunda. Comum em Golden e 
Labrador. 
 (?) não a mesma coisa que dermatite aguda úmida 
2.4 Diagnóstico 
• História + exame físico; 
• Raspados cutâneos; 
• Exame citológico; 
• Cultura bacteriana; 
• Resposta terapêutica. 
2.5 Tratamento 
Indicação de sensibilidade: quando houver menos de 50% de redução da lesão com o antibiótico em 2 
semanas. Novas lesões durante a antibioticoterapia. Lesões residuais após 6 semanas de tratamento; 
bastonetes na citologia; história previa resistência. 
 
 
 
 
 
 
 
• Antibioticoterapia tópica e sistêmica: 
o Superficial: antibiótico tópico apenas, e deixa os antibióticos sistêmicos para casos graves 
apenas, como as piodermatite profundas; 
• Terapia tópica com xampus; 
• Identificar e corrigir a causa de base! 
• Imunomodulação. 
Duração do tratamento: tratar até o dia do retorno em que o animal não apresentar mais nenhum sinal 
clinico, que devem ser no intervalo de 1 semana entre um retorno e outro. E quando o animal não 
apresentar mais lesões, deve ser mantida a terapia por mais 1 semana. Todo o tratamento dura em média 
de 3-6 semanas para piodermite superficial e de superfície, e para as piodermites profundas dura em 
media de 6-8 semanas, com uso de antibiótico sistêmico que deve persistir por mais 2 semanas após o 
desaparecimento das lesões. 
2.6 Malasseziose canina 
Malassezia pachydermatis é um fungo normalmente encontrado em pequena quantidade nos condutos 
auriculares externos, regiões perioral e perianal, dobras cutâneas úmidas, e regiões mucocutâneas em 
geral. É um fungo lipofílico, que se instala em regiões de alta umidade, ou quando há uma alteração da 
qualidade ou quantidade do sebo (seborreias). Instala-se dermatite quando há reação de hipersensibilidade 
ao fungo ou no caso de seu crescimento cutâneo excessivo. Uma proliferação exagerada está quase sempre 
associada a uma causa primaria (>70%) como atopia, alergia alimentar, endocrinopatia, distúrbio de 
ceratinização, antibioticoterapia prolongada, ou corticoterapia crônica. Comum em cães e rara em gatos. 
Cães: Nota-se prurido moderado a intenso, alopecia local ou generalizada, escoriações, eritema e 
seborreia. Nos casos crônicos a lesão cutânea apresenta liquenificação, hiperpigmentação, hiperqueratose, 
e cheiro de manteiga rançosa. Em geral há odor corporal desagradável. As lesões podem atingir espaços 
interdigitais, parte ventral do pescoço, axilas, região perineal e/ou dobras dos membros. Pode haver 
paroníquia (infecção do leito ungueal) com secreção amarelo-escura. E comum a ocorrência simultânea de 
otite externa por fungos. 
Gatos: Os sintomas incluem otite externa com cerúmen escuro, acne crônica do queixo, alopecia e/ou 
eritema e seborreia multifocal a generalizada. 
2.6.1 Diagnóstico 
• Raspado cutâneos das áreas acometidas; 
• Diagnóstico diferencial para todas as outras patologias citadas anteriormente; 
• Citologia: decalque; raspado; swab; fita de acetato; 
• Fixar no calor; 
• Fungos leveduriformes – brotamento monopolar. 
2.6.2 Tratamento 
Causas de base: 
• Piodermites bacterianas. 
• Alergias.• Endocrinopatias. 
• Seborreias. 
Tópico: 
• Sulfeto de selênio a 1% 
• 2% clorexidine + 2% miconazole. 
• Peroxido de Benzoila. 
Sistêmico: 
• Itraconazole: 5-10mg/kg/24hrs/3-4 semanas. 
• Ketoconazole: 5-10mg/kg/24hrs. 
• Terbinafina: 30mg/kg/24hrs. 
3 ALOPECIA CANINA 
3.1 Demodiciose canina 
Pode ser causada por Demodex canis, D. injai e D. cornei que podem ser encontrados nos folículos pilosos 
da maioria dos cães, onde se alimenta de sebo e do conteúdo das células epiteliais do folículo piloso. É uma 
doença parasitária inflamatória, não contagiosa, que pode ocorrer em cães com predisposição genética 
(raças) ou devido uma imunossupressão. Este ácaro é considerado como parte da fauna normal da pele. 
Acredita-se que a transmissão dos ácaros ocorra por volta do período pós-natal imediato durante episódios 
de intimo contato como a amamentação. Provavelmente, isso responde pelo fato que os locais prediletos 
para a forma localizada da doença são em torno dos olhos e do focinho. A presença de maiores quantidades 
de ácaros causa dano e afrouxamento das hastes dos pelos, terminando com a queda do pelo. Isso resulta 
nas clássicas lesões da Demodicose localizada, uma área de eritema leve associada à perda de pelos. Mesmo 
que, a demodiciose localizada seja particularmente observada em raças caninas de pelos curtos, pode 
acontecer que tais lesões minimamente pruriginosas não fiquem evidenciadas em animais de pelos longos. 
Nas infestações severas, os ácaros aglomeram-se tanto no folículo piloso, que esta estrutura sofre 
dilatação e ruptura, liberando ácaros, sebo, restos celulares e bactérias pela derme circunjacente. Aqui, os 
ácaros induzem uma reação do tipo de corpo estranho que, em presença de estafilococos, resulta na 
formação de uma lesão pustular infamada, abscedação, furunculose e formação de fístula. 
A Demodicose ocorre quase que exclusivamente em cães com menos de 12 meses de idade. A infecção em 
animais adultos é decorrente de uma imunocompetência, frequentemente iatrogênica. 
Os tipos de demodiciose são: localizada, generalizada, juvenil (3-18 m) e adultos (>4 anos) 
• Demodiciose localizada 
As lesões cutâneas se instalam quando há população excessiva de Demodex canis, um habitante 
comensal normal da pele dos cães. O crescimento exagerado desse parasita esta frequentemente 
associado a um fator predisponente como endoparasitismo, subnutrição, imunossupressão ou períodos 
de estresse (estro, prenhez, cirurgia, transporte). Comum em cães, com maior incidência em filhotes de 
3 a 6 meses de idade. Nota-se uma a cinco áreas de alopecia localizada, com graus variáveis de eritema, 
hiperpigmentação e descamação, discromia, piodermite, crostas, prurido variável. As lesões são mais 
comuns na face (periocular e comissura labial), mas podem ser encontradas por todo o corpo como 
em membros dianteiros e otite externa. Em geral, as lesões não são pruriginosas, a menos que ocorra 
infecção secundaria. A cura é espontânea, presumivelmente em decorrência de uma resposta imune do 
hospedeiro. 
• Demodiciose generalizada 
É uma das doenças cutâneas caninas mais severas; sempre se deve emitir um prognóstico muito 
reservado. A demodicose generalizada de adultos acomete cães com idade acima de 18 meses, com 
maior incidência em animais com idade mediana a idosos com imunodeficiência de corrente de uma 
condição primaria como hiperadrenocorticismo endógeno ou iatrogênico, hipotireoidismo, tratamento 
imunossupressor, diabetes melito, neoplasia, Leishmaniose e, doenças ou insuficiências orgânicas. Os 
sintomas são variáveis. A doença frequentemente inicia com lesões localizadas que se disseminam. 
Normalmente há área de alopecia regional, multifocal ou difusa com eritema, descamação prata-
acinzentada, pápulas e/ou prurido variável. A pele acometida pode apresentar liquenificação, 
hiperpigmentação, pústulas, erosões, crostas e/ ou ulceras decorrentes de piodermatite secundaria 
superficial ou profunda. As lesões podem atingir qualquer parte do corpo, incluindo as patas. 
Pododemodicose caracteriza-se por qualquer combinação de prurido interdigital, dor, eritema, 
alopecia, hiperpigmentação, liquenificação, descamação, edema, crostas, pústulas, bolhas e exsudato. 
Linfadenomegalia periférica é comum. Sintomas sistêmicos (febre, depressão, anorexia) podem ser 
observados quando há septicemia secundaria. 
3.1.1 Tratamento 
• Localizada: observação – 80% dos casos se resolvem de forma espontânea. Dependendo do caso 
pode fazer uso de Amitraz em óleo mineral. 
• Generalizada: Amitraz – 1x de 15-15d, ou semanal. Avermectinas/ milbemicinas. Usar um ou outro, 
e nunca ambos juntos. 
o Continuar até raspados negativos e por mais 30 dias. 
o Cura clínica precede a cura parasitológica!!! 
o Acompanhamento por 12 meses. 
3.2 Dermatofitose 
É uma micose superficial que causa infecção dos pelos e estrato córnea por fungos ceratinofilicos 
(Microsporum sp., trichophyton sp.). Comum em cães e gatos, com maior incidência em filhotes, animais 
imunodeficientes e gatos com pelos longos. Endêmica em várias criações de gatos Persa. A lesão cutânea 
pode ser localizada, multifocal ou generalizada. Pode haver prurido mínimo a discreto e, ocasionalmente, 
intenso. Em geral as lesões se manifestam como áreas circulares de alopecia, irregular ou difusa, com graus 
variáveis de descamação. Os pelos remanescentes podem parecer curtos ou quebrados. Outros sintomas 
em cães e gatos incluem eritema, pápulas, crostas, seborreia e paroníquia ou onicodistrofia de um ou mais 
dedos. Em casos raros os gatos apresentam dermatite miliar ou nódulos na derme (ver Granuloma 
Dermatofítico e Pseudomicetoma). Outras manifestações cutâneas, em case, incluem foliculite facial e 
furunculose semelhante a piodermatite nasal, kerions (nódulos com alopecia e exsudação de evolução 
aguda) no membro ou na face, e nódulos na derme do tronco (ver Granuloma Dermatofitico e 
Pseudomicetoma). A condição de portador assintomático (infecção subclínica) e comum em gatos, 
especialmente naqueles com pelos longos. Embora rara em cães, a doença assintomática foi relatada em 
Yorkshire Terrier. 
Exames de diagnóstico para dermatofitose e demodiciose sempre devem ser feitos em casos 
dermatológicos, pois ambas são muito comuns nas espécies felina e canina, sendo que, na maior parte dos 
casos as lesões de pele em gatos serão dermatofitose, enquanto que no cão, na maioria das vezes será 
piodermite. 
 
• Zoofilicos: M. canis, M. distortum, T. equinum. 
• Geofilicos: M. gypseum. 
• Antropofilico: M. audouinii. 
3.2.1 Diagnóstico 
• O contagio pode ocorrer através de pelos, escamas, ambiente, fômites e devido a diminuição da 
barreira mecânica da pele. 
• Exame físico + história 
• Exame tricografico – micológico direto: fazer raspado das margens ativas 
• Cultura fúngica: cultivo em ágar Saboraud (mt especifico e sensível) 
• Teste micológico: muito especifico porém não é tão sensível quanto a cultura 
• Histopatologia. 
• Técnica de Makenzi: faz a escovação do gato com uma escova de dente, e manda o material contido 
na escova, juntamente com a escova, para o laboratório, para fazer a cultura. Utilizado 
principalmente em gatos que não apresentam lesões aparentes. 
• Uso de coloração de P.A.S. e prata. 
3.2.2 Tratamento 
• Depilar. 
• Tópicos: miconazole, clotrimazole, ketoconazole. 
• Shampoos: miconazole + clorexidine, ketoconazole. 
• Sistêmicos: Griseofulvina, ketoconazole, itraconazole (droga de eleição para o tto), terbinafina, 
lufeneron 
 
• O tipo de manifestação leve pode se curar sozinho, e a forma grave que necessita do tratamento. 
• Quando for necessária uma abordagem sistêmica, esta deve ser feita juntamente com a abordagemtópica. 
• Falhas terapêuticas: 
o Droga errada. 
o Dose errada. 
o Duração curta. 
o Sem tópicos. 
o Sem depilar. 
o Contactantes não tratados. 
o Ambiente infectado. 
o Doença imunodebilitante (FIV, FelV, DM, SC). 
4 OTITES 
4.1 Otite Externa 
Doença inflamatória aguda ou crônica do conduto auditivo externo (entre o poro acústico e a membrana 
externa). As causas são numerosas. Causas predisponentes tornam o conduto auditivo susceptível a 
infecção. Fatores primários causam, diretamente, otite externa. Fatores secundários perpetuam a otite 
externa, mesmo quando se controla a causa primaria ou predisponente. Essa doença é comum em cães (4-
20%) e gatos (2-7%). 
Tabela 1 Fatores predisponentes 
Fator predisponente Características Comentários 
 
Orelhas pesadas pendulares 
 
Pode reduzir a circulação de ar, 
aumentar a temperatura e reter 
umidade no conduto auditivo. 
Favorece infecção. 
Especialmente Cocker spaniel, 
Springer spaniel, Basset hound. 
Conformação Estreitamento de condutos 
auditivos 
 
 Pelos no conduto auditivo Especialmente Poodle 
 Maior quantidade de tecido 
glandular 
 
Maceração 
(umidade excessiva) 
Banhos ou natação frequente 
Ambiente úmido 
Pode comprometer o epitélio do 
conduto auditivo e causar perda da 
função de barreira do estrato 
córneo 
 Traumatismo por cotonetes 
Irritação iatrogênica Limpeza excessiva do ouvido 
Irritação química e maceração 
do conduto auditivo. 
 
Tabela 2 Fatores Primários 
Fatores primários Características Comentários 
Parasitário Otodectes cynotis 
Responsável por aproximadamente 
50% dos casos de otite em felinos e 5-
10% das otites em cães, sendo que, 
ambos podem ser portadores 
assintomáticos. 
Corpo estranho 
Geralmente se manifesta como otite 
externa unilateral. Investigar a presença 
de restos vegetais, terra, pedriscos, 
cerúmen, impactado, pelos soltos, restos 
de medicamento secos. Normalmente o 
corpo estranho não é identificado 
porque o cerúmen o recobre, de modo a, 
quando removido por lavagem, não ser 
reconhecido. 
 
Atopia 
Nota-se otite externa em 50 a 80% dos 
cães com atopia (em 3% a 5% desses 
casos a otite externa é o único sintoma). 
É comum otite bilateral. 
Hipersensibilidade Alergia alimentar 
Constata-se otite externa em até 80% 
dos cães com hipersensibilidade 
alimentar (em mais de 20% desses cães a 
otite externa é o único sintoma) 
 
Dermatite de contato 
Medicação otológica (neomicina, 
propileno glicol) podem causar irritação 
no ouvido. Deve-se suspeitar quando a 
doença auricular se agrava após início do 
tratamento tópico. 
 
Seborreia canina primária 
Otite cerurninosa bilateral. Normalmente 
os animais apresentam outras alterações 
cutâneas. Cocker spaniel e especialmente 
suscetível 
Alterações de ceratinização 
Primárias 
Adenite sebácea 
Pode causar discreta inflamação e 
descamação seca na orelha. 
Normalmente há outras alterações 
cutâneas. Rara em cães, com maior 
incidência nas raças Poodle, Akita e 
Samoyed. 
Alterações de ceratinização 
Secundárias 
Endócrino: Hipotireoidismo 
Otite externa cerurninosa bilateral. Mais 
comuns em cães de meia-idade a idosos. 
Geralmente há lesão cutânea simultânea. 
Doenças imunomediada Lupus Eritematoso 
 
 
 
Tabela 3 Fatores perpetuantes 
Fatores perpetuantes Características Comentários 
Alterações patológicas 
progressivas 
Hiperplasia Epidérmica 
Hiperqueratose 
Edema 
Fibrose 
Hidradenite 
Hiperplasia e dilatação de 
glândulas ceruminosas 
Inúmeras pregas cutâneas. 
Acumulo de secreção. 
Multiplicação de fatores 
secundários: bactérias e 
leveduras. 
Inflamação crônica: alterações 
permanentes da microanatomia 
e fisiologia ótica. 
No caso de inflamação crônica, há 
fibrose na derme e no subcutâneo, 
com estreitamento permanente do 
conduto auditivo. A cartilagem 
auricular pode calcificar. Ha 
retenção de secreções, células 
descamadas e microrganismos. 
Calcificação da cartilagem auricular e 
uma alteração irreversível que não 
responde ao tratamento com drogas 
Otite média 
 Otite externa crônica (com duração 
de 2 meses ou mais) 
frequentemente causa propagação 
da lesão até o ouvido médio. 
Portanto, a otite media pode ser a 
causa de otite externa recorrente 
Infecção por levedura 
Malassezia pachydermatis A otite causada por levedura 
recorrente frequentemente está 
associada com quadro alérgico 
primário. 
Infecção 
Bacteriana 
Micótica 
Ceruminosa 
Eczematosa 
Parasitária 
 
 
4.1.1 Diagnóstico 
• História e exame físico 
• Otoscopia: difícil de ser feito sem anestesia ou sedação. 
• EXAME MICROSCÓPICO E CITOLOGIA DO CERUMEN OU SECREÇÃO: 
o Ácaros 
o Cocos: Gram + (estafilo, estrepto, enterobactérias) 
Pênfigo Foliáceo/ 
Eritematoso 
Eritema Multiforme 
NET 
Vasculites 
Celulite Juvenil 
o Bacilos: Gram – (Pseudomonas, Proteus, coliformes) 
o Leveduras: Malassezia 
4.1.2 Tratamento 
• Limpeza meatal: 
o Corpos estranhos 
o Bactérias, Toxinas, Enzimas 
o Restos Medicamentos 
o Ácidos Graxos pró-inflamatórios 
o Debris celulares e pús (Polimixina) 
o Permite Otoscopia 
• Agentes limpantes: 
o Ceruminolíticos: ação detergente e surfactante. 
▪ Squalene – mais seguro. 
▪ Ototóxicos: Docusato sódico e cálcico; Peróxido de carbamida; Propileno glicol, 
glicerina, óleo mineral; Hialuronidase, Trietalonamina. 
o Limpantes de ação média. 
o Antissépticos e secantes: Ácido bórico, benzóico, salicílico, acético, dióxido de silicone, álcool 
isopropil etc... → IRRITANTES 
 
(CONTÍNUA NO SLIDE...) 
 
4.2 Otite média 
 
5 ENDOCRINOPATIAS 
5.1 Hipotireoidismo em cães 
Essa endocrinopatia esta mais frequentemente associada com disfunção primaria da tireoide decorrente de 
tireoidite linfocitica ou atrofia idiopática da tireoide. E comum em cães, com maior incidência em animais 
de meia-idade a idosos. Cães adultos jovens de raças grandes e gigantes são, ocasionalmente, acometidos. 
Hipotireoidismo congênito e extremamente raro. 
Vários sintomas cutâneos podem ser observados. Em alguns cães há alopecia nasal. Os pelos podem se 
apresentar sem brilho, secos e quebradiços. Pode haver alopecia bilateral simétrica, com pelos que se 
destacam facilmente, sem atingir as extremidades. A pele alopecia pode apresentar hiperpigmentação 
(costumam poupar a cabeça e membros), espessamento e/ou fria a palpação. Pode-se constatar 
espessamento cutâneo facial devido a mucinose dérmica, seborreia seca ou oleosa crônica e/ou otite 
externa cerurninosa. A seborreia de pele e orelhas pode predispor a infeção secundária com fungo e/ ou 
bactéria. Em alguns cães o único sintoma e piodermatite recorrente ou resistente a antibiótico ou 
demodicose generalizada de início na fase adulta. Prurido não é uma característica principal de 
hipotireoidismo e, se presente, indica piodermatite secundaria, infeção por Malassezia ou demodicose. Os 
sintomas não cutâneos de hipotireoidismo são variáveis, podendo incluir letargia, depressão, obesidade, 
termofilia, distúrbios neuromusculares e problemas reprodutivos. Filhotes com hipotireoidismo congênito 
são desproporcionalmente nanicos, com membros e pescoço curtos em relação ao comprimento do corpo. 
5.1.1 Diagnóstico 
• PRINCIPALMENTE PELA RESPOSTA TERAPÊUTICA 
• Excluir outros diferenciais. 
• Histopatologia da pele - Em geral, há alterações endócrinas inespecíficas ou achados compatíveis 
com piodermatite, dermatite por Malassezia ou seborreia. A mucinose dérmica, se presente, e 
forte indicio de hipotireoidismo, porem pode ser um achado normal em algumas raças (por 
exemplo, Sharpei). 
• Concentrações séricas de tiroxina total (TT4) e tiroxinalivre (FT4) por dialise e do hormônio 
estimulante da tireoide (TSH) - Baixas concentrações de TT4 e FT4 e alta de TSH sugerem 
fortemente hipotireoidismo, porem pode haver resultado falso-positivo e falso-negativo. 
o TT4: sofre alteração de diversos fatores, como a obesidade. Por isso, não pode ser usado 
como único fator de diagnóstico. 
o FT4: sofrem menos influencia, sendo o mais indicado. No entanto, ele deve ser usado em 
associação com a clinica e nunca sozinho, porque ele ainda sofre pequena influencia de 
outros fatores. 
o Algumas drogas podem interferir na produção de T3 e T4 pela tireoide o que pode gerar 
um resultado falso-positivo nestes exames. 
o Síndrome do enfermo eutireoideo: quando há diminuição da produção pela tireoide 
devido a presença de alguma enfermidade que não seja hipotireoidismo. É importante, 
neste caso, fazer a detecção da enfermidade antes de se iniciar o tratamento, para evitar 
danos maiores. 
o Cães com hipotireoidismo podem ter TT4 ou FT4 normais, mas são casos muito raros. 
5.1.2 Tratamento 
 
5.2 Hiperadrenocorticismo

Mais conteúdos dessa disciplina